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Biologia PROFESSOR FLÁVIO LANDIM

CICLOS OVARIANOS
E MÉTODOS
ANTICONCEPCIONAIS

CICLO MENSTRUAL

Como foi visto anteriormente, os óvulos propriamente


ditos são produzidos apenas após a ovulação, fenôme-
no que acontece mensalmente na mulher. Nesta época
de ovulação, costuma-se dizer que a mulher está em seu
período fértil, ou seja, se ela mantiver relações sexuais
com um homem fértil, é provável que ela fique grávida.
O processo de ovulação é regulado pelos hormônios
ASSUNTOS DA AULA. gonadotróficos da hipófise e pelos próprios hormônios
Clique no assunto desejado e seja direcionado para o tema. sexuais femininos.

• Ciclo menstrual

• Maturação dos folículos ovarianos e produção de es- MATURAÇÃO DOS FOLÍCULOS OVARIANOS
trogênios
E PRODUÇÃO DE ESTROGÊNIOS
• Efeitos dos estrogênios

• Ovulação e produção de progesterona Como foi visto na aula sobre gametogênese, a mulher
• Efeitos da progesterona chega à puberdade com todos os seus ovócitos I prontos
• Menstruação e dentro de folículos ovarianos.
• Menarca e menopausa Nesse estado inicial, os folículos são formados pelo
• Cronologia do ciclo mental ovócito I em diplóteno envolvido por uma única camada
• Efeitos da fecundação no ciclo menstrual de células epiteliais achatadas. Esse é o folículo primor-
• Métodos anticoncepcionais dial.
• Método do ritmo ou da tabelinha ou de Ogino-Knaus No início da puberdade, começa a haver uma produção
• Método do Muco Cervical de Billings aumentada do hormônio gonadotrófico hipofisário
• Método da Temperatura FSH ou hormônio folículo-estimulante. Este hormônio,
• Contraceptivos Hormonais como o próprio nome diz, estimula a maturação do folí-
• Pílula do dia seguinte ou de emergência culo.
• Amenorreia da Lactação Com a liberação de FSH, cerca de 5 a 12 folículos
• Camisinha ou “Camisa-de-vênus” ou Côndon entram em maturação, apesar de normalmente apenas
• Diafragma um deles completar essa maturação.
• Geleias espermicidas Com a maturação, observa-se que as células folicu-
• Métodos Cirúrgicos ou Esterilização lares, antes dispostas em uma única camada de célu-
• Dispositivo intrauterino (DIU) las achatadas, começam a se apresentar em uma única
• Outros métodos camada de células cúbicas. O folículo passa a ser dito
folículo primário. É nessa época que começa a se formar
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a zona pelúcida do futuro óvulo. OVULAÇÃO E PRODUÇÃO


Com o prosseguimento da matu- DE PROGESTERONA Tome nota:
ração, as células foliculares se mul-
tiplicam e passam a se dispor em Entretanto, quando a concen-
várias camadas. Ao mesmo tempo, tração de estrogênios atinge níveis
começa a haver acúmulo de líquido muito altos, dois efeitos são provo-
no interior do folículo, que se acumu- cados: um feedback negativo sobre
la numa cavidade interna do folículo o FSH, cuja taxa começa a cair (para
denominada antro folicular. O ovóci- voltar a subir depois da ovulação) e
to I permanece envolvido pelas célu- um feedback positivo sobre o LH ou
las foliculares. hormônio luteinizante, cuja taxa au-
Nessa fase, onde o folículo é dito menta bruscamente.
folículo secundário ou em desen- O LH atua sobre o folículo terciário
volvimento, as células foliculares se ou de Graaf aumentando ainda mais
dispõem em duas camadas ou te- a entrada de líquido no folículo, que
cas: a teca externa funciona como acaba se rompendo. O folículo rom-
revestimento e a teca interna fun- pido libera o ovócito (já na forma de
ciona como glândula. É a teca inter- ovócito II), proporcionando a ovu-
na que então secreta os hormônios lação.
femininos, inicialmente principal- O ovócito I é liberado envolvido
mente os estrogênios. pela zona pelúcida e por uma cama-
O folículo então se desenvolve da de células foliculares que passa a
ainda mais, produzindo mais células constituir a corona radiata.
foliculares e aumentando o acúmulo O LH atua então sobre o folículo
de líquido. Este folículo prestes a sof- rompido, transformando-o em uma
rer ovulação é denominado folículo estrutura denominada corpo lúteo
terciário ou maduro ou de Graaf. ou corpo amarelo, que passa a sec-
retar grandes quantidades de pro-
gesterona, além de continuar pro-
EFEITOS DOS ESTROGÊNIOS
duzindo estrogênios.
Os estrogênios lançados na cir-
culação têm um efeito de feedback
positivo sobre a hipófise, aumentan- EFEITOS DA
do a liberação de FSH. Quanto mais PROGESTERONA
estrogênios, mais FSH, e como o FSH
Os estrogênios produzidos pelo
estimula o folículo, mais estrogênios
folículo em maturação iniciaram a
são lançados.
preparação do endométrio para uma
Estes estrogênios atuam no útero,
possível gravidez antes da ovulação.
iniciando a preparação das cama-
Depois da ovulação, cabe à pro-
das extras de endométrio que
gesterona produzida pelo corpo
preparam o mesmo para uma pos-
lúteo manter as camadas extras
sível gravidez.
de endométrio produzidas para
Os estrogênios começam a ser lib-
a preparação do útero para uma
erados então no início da puberdade
eventual gravidez.
e promovem o aparecimento dos
caracteres sexuais secundários da
mulher nessa época.

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PR O FE S S O R L A N D I M 3

MENSTRUAÇÃO

Na época da ovulação, ou seja, no período fér-


til do ciclo, a mulher estará apta a engravidar se
mantiver relações sexuais com um homem fértil.
Se ela não engravidar, entretanto, o corpo lúteo
continua funcionando por cerca de 9 dias após a
ovulação. Após esse período, cai a produção de
LH que mantém o corpo lúteo e ele regride, di-
minuindo a produção de progesterona. O corpo
lúteo inativo assume cor branca e aspecto cica-
tricial, sendo chamado agora corpo albicans ou
cicatricial.
Como era a progesterona que estava manten-
do o endométrio, com a queda na sua taxa san-
guínea, as camadas extras de endométrio não
mais conseguem se manter, começando a se
descamar cerca de 14 dias após a ovulação. É a
menstruação ou catamênio.

- O evento que marca o início da matu-


ração dos folículos ovarianos é a produção
de FSH.
- O evento que promove a ovulação é o au-
mento na taxa de LH que promove entra-
da de água no folículo e sua consequente
ruptura.
- O evento que promove a menstruação é
a queda na taxa de progesterona.

Evolução do folículo ovariano durante o ciclo menstrual.

MENARCA E MENOPAUSA

A primeira menstruação é chamada menarca e ocorre no início da puberdade, entre os 11 e 14


anos de idade, marcando o início da vida fértil da mulher.
Por volta dos 45 anos de idade, esgotam-se os folículos ovarianos viáveis na mulher, de modo
que cessam a produção de estrogênios e progesterona e com isso, cessam os ciclos ovarianos. É o
chamado climatério, fim do período reprodutor feminino, que leva à chamada menopausa: sem os
hormônios sexuais femininos e sem os ciclos ovarianos, a mulher não mais ovula, tornando-se estéril
e não mais realiza os ciclos de proliferação e descamação do endométrio, não mais menstruando.
Com a queda nas taxas de estrogênios e progesterona, os hormônios gonadotróficos mantêm-se
em altas concentrações devido a um efeito de feedback positivo, mas não promovem efeito algum
porque não encontram folículos viáveis sobre os quais agir.

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Vários sintomas acompanham a menopausa, como estresse, calores e sudorese, problemas vas-
culares e osteoporose.
Nas mulheres em menopausa, quando se reduz drasticamente a quantidade de hormônios
femininos na circulação sanguínea, reduz-se a atividade dos osteoblastos, uma vez que os estroge-
nios mantinham a atividade dessas células formadoras de matriz orgânica óssea. Como a atividade
dos ostroclastos (células destruidoras de matriz orgânica óssea) se mantém, ocorre uma perda de
matriz orgânica à base de colágeno, de modo que o cálcio não consegue se manter no osso. O re-
sultado é a desmineralização óssea, de modo que os ossos tornam-se porosos e quebradiços, numa
situação conhecida como osteoporose.
A mulher em menopausa, para prevenir osteoporose, pode fazer ingestão de suplementos ali-
mentares de cálcio e fazer reposição hormonal, sendo que este último procedimento, infelizmente,
aumenta para a mulher o risco de cânceres como o câncer de mama, devendo a mulher que faz
reposição tomar cuidados preventivos maiores.
É bom lembrar que, com a velhice, vem uma osteoporose fisiológica ou senil, que explica a re-
dução no tamanho de um indivíduo muito idoso, já que os ossos pouco calcificados exercem sua
função normal de sustentação.

CRONOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL

Considera-se o 1º dia do ciclo menstrual como o tanto no 28º dia, o endométrio começa a se desca-
primeiro dia da menstruação, que dura em média mar, havendo nova menstruação e o início de novo
5 dias. ciclo.
Após o fim da menstruação, começa a secreção É bom lembrar, entretanto, que nem todo
de FSH, o que promoverá maturação dos folículos ciclo menstrual é de 28 dias, podendo haver ciclos
e produção dos estrogênios. menores, de 21 dias, até ciclos maiores, de 40 dias.
Por volta do 10º dia do ciclo, começa a queda do De maneira geral, a ovulação ocorre 14 dias da
FSH e o aumento do LH, de maneira que, no 14º menstruação, não importando a duração do ciclo.
dia, ocorre a ovulação. É bom lembrar também que nem todo ciclo é
Se não houve gravidez, o corpo lúteo se man- regular, podendo variar de duração de um mês
tém por cerca de 9 dias (até o 23º dia), quando para para outro.
de secretar progesterona. Cinco dias depois, por-

Equilíbrio hormonal entre adenohipófise (LSH e LH) e ovários (estrogênio ou estradiol e progesterona) durante um ciclo menstrual.

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EFEITO DA FECUNDAÇÃO NO CICLO MENSTRUAL

Caso a mulher seja fecundada, o zigoto será formado e o embrião em formação, em sua fase de blasto-
cisto, produzirá um hormônio denominado gonadotrofina coriônica ou hCG. Este hormônio impede a
regressão do corpo lúteo, que continua então produzindo progesterona, de tal maneira que não há aquela
queda na taxa de progesterona que promoveria a menstruação. Esse hormônio mantém o corpo lúteo até
cerca do terceiro mês de gravidez, quando a própria placenta passa a produzir progesterona e se manter
por si própria.
A gonadotrofina coriônica só está presente em mulheres grávidas, sendo sua detecção a base para os
testes de gravidez. (Costuma-se falar em β -hCG porque o exame é sensível à subunidade beta desse hormô-
nio de natureza proteica.)

MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS o dia 14, esperando a ovulação) e o dia 16 (o óvu-


lo poderia viver por cerca de dois dias esperando
a fecundação). Para haver certa segurança, es-
O termo gravidez ou concepção descreve o re-
tabelece-se um período de 4 a 5 dias antes e de-
sultado dos processos de fecundação e nidação,
pois do dia calculado para a ovulação. Assim, se a
que é a implantação do embrião no endométrio
mulher não mantiver relações sexuais desprotegi-
uterino, a qual ocorre 6 dias após a fecundação.
das entre os dias 9 e 19 do ciclo, a probabilidade
Os métodos contraceptivos ou anticoncepcio-
de ela engravidar será bem pequena. É o chamado
nais compreendem todos os recursos, de qualquer
método do ritmo ou da tabelinha.
natureza, sejam simplesmente comportamentais,
É bom lembrar, entretanto, que nem todo
sejam clínicos ou cirúrgicos, que tenham por ob-
ciclo menstrual é de 28 dias, podendo haver
jetivo evitar a gravidez e, por conseguinte, levar à
ciclos menores, de 21 dias, até ciclos maiores, de 40
restrição da natalidade. Esses métodos podem agir
dias. De maneira geral, a ovulação ocorre 14 dias da
pelo impedimento da fecundação e/ou da nidação.
menstruação, não importando a duração do ciclo.
Se um procedimento eliminar o embrião já ni-
Esse método não é considerado muito seguro,
dado, ou seja, com a gravidez já estabelecida, esse
pois a maioria das mulheres têm ciclos menstruais
método passa a ser considerado abortivo. O abor-
muito irregulares.
to é a interrupção da gravidez.
Dois métodos anticoncepcionais agem interfer-
indo no ciclo menstrual, o método do ritmo ou da MÉTODO DO MUCO CERVICAL
tabelinha e as pílulas anticoncepcionais. DE BILLINGS

MÉTODO DO RITMO OU DA O método do muco cervical de Billings ou


método da ovulação de Billings ou ainda, sim-
TABELINHA OU DE OGINO-KNAUS
plesmente, MOB, se baseia na consistência do
Se a mulher apresenta um ciclo menstrual regu- muco no colo uterino (muco cervical) para identifi-
lar de 28 dias, ela pode calcular a data da ovulação car o período fértil da mulher e aumentar a eficácia
como sendo o dia 14 do ciclo. O óvulo sobrevive no uso do método da tabelinha.
cerca de 24 horas sem ser fecundado, morrendo e Nos primeiros dias após o término da menstru-
sendo reabsorvido depois disso. Por outro lado, os ação, não há uma quantidade perceptível de muco
espermatozoides podem sobreviver no aparelho cervical, e alguns poucos dias depois passa a haver
genital feminino por cerca de 24 a 48 horas. um muco branco e espesso, mas sem elasticidade
Assim, pode-se calcular o período fértil da alguma: ao juntar o dedo polegar e indicador e
mulher como estando entre o dia 12 (o esperma- tentar fazer um “fio” de muco, esse se rompe facil-
tozoide poderia viver por cerca de dois dias, até mente. Esses dias podem ser chamados de “dias

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secos” no ciclo, sendo que a mulher não está fértil, CONTRACEPTIVOS HORMONAIS
não havendo o risco de gravidez.
Nos dias imediatamente anteriores ao período Os contraceptivos hormonais são misturas de
fértil, o muco cervical se torna mais mole e cremo- hormônios que inibem a ovulação e, consequente-
so, com aparência leitosa e consistência pegajosa, mente, impedem a fecundação. A maneira mais co-
ainda que com pouca elasticidade. O risco de en- mum de sua utilização se dá através de pílulas anti-
gravidar é baixo, mas já existe essa possibilidade. concepcionais, também chamadas contraceptivos
No período fértil, o muco assume aparência se- orais.
melhante à da clara do oco, sendo transparente e As pílulas anticoncepcionais são pílulas que con-
muito viscoso: ao juntar o dedo polegar e indicador, têm grandes quantidades de hormônios sexuais
forma-se um “fio” de muco maior que 1 centímetro femininos. Esses hormônios agem sobre a hipófise,
antes que se rompa. O risco de se engravidar nesse inibindo a secreção de gonadotrofinas hipofisárias
momento é bastante elevado. (FSH e LH) que levariam à ruptura do folículo de Graaf
e à ovulação.
As pílulas devem ser tomadas a partir do primeiro
dia após a menstruação (5º dia do ciclo) até o 25º dia
do ciclo, quando ela para a tomada.
Como a pílula contêm estrogênios e progesterona,
o endométrio formará normalmente aquelas cama-
das extras preparatórias para uma eventual gravidez.
Quando a mulher para de tomar a pílula, no 25º dia,
isso equivale a uma queda brusca na taxa de proges-

Aparência do muco cervical no período fértil. terona, o que provoca descamação do endométrio e
menstruação.
A menstruação deve ocorrer normalmente no
MÉTODO DA TEMPERATURA
período em que a mulher toma as pílulas para
O método da temperatura se baseia na variação que ela mantenha o útero funcionando. Caso con-
da temperatura corporal ao longo do ciclo ovariano trário, se ela tomasse as pílulas sem interrupção e
para identificar o período fértil da mulher e aumen- não menstruasse, quando ela quisesse engravidar,
tar a eficácia no uso do método da tabelinha. poderia ter dificuldades de formar as camadas ex-
No dia da ovulação, a tendência é que a tem- tras do endométrio normalmente.
peratura corporal aumente cerca de 0,25 a 0,5 C. o
Existe, no entanto, atualmente, uma visão
Assim, a mulher deve tomar sua temperatura di- diferente por parte de muitos médicos a respeito da
ariamente pela manhã, de preferência no mesmo necessidade de a mulher menstruar. Um dos argu-
horário, e acompanhar as variações. Normalmente, mentos é o de que, em muitas comunidades indíge-
a temperatura está entre 36 e 36,5 C. Com a ovu-
o
nas, por exemplo, em que a mulher é considerada
lação, a temperatura passa a ser na casa de 37 C, o o
apta a reprodução imediatamente após a menarca,
que se dá devido ao efeito da progesterona sobre é comum que as mulheres não menstruem, uma
o metabolismo. A mulher deve estar atenta para o vez que, ao término de uma gravidez, outra logo se
dia exato em que a temperatura passa a subir, pois sucede. Assim, a argumentação de que a menstru-
essa será a data provável da ovulação. ação é desnecessária faz com que esses médicos

Tome nota:

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preconizem o uso da pílula sem interrupção, o que manteria as elevadas taxas hormonais na mulher e evitaria
a menstruação.
Algumas formulações utilizando os hormônios da pílula usam métodos de administração, como injeções
de ação mensal e implantes subcutâneos de liberação lenta de hormônios com ação até de alguns anos.
Assim, a pílula e essas outras formulações podem ser descritos em conjunto como contraceptivos hormonais.
O uso continuado dos contraceptivos hormonais traz riscos à saúde, como o aumento no risco de câncer
de mama e de doenças cardiovasculares, inclusive varizes. Assim, é importante que haja acompanhamento
médico para as usuárias.

PÍLULA DO DIA SEGUINTE OU DE EMERGÊNCIA

A pílula do dia seguinte é um método anticoncepcional de emergência para ser utilizado quando outros
métodos anticoncepcionais falham (como pela ruptura do preservativo) ou em casos de estupro, consistin-
do de altas doses de hormônio sexuais femininos, ou seja, estrogênios, progesterona, ou uma combinação
dos dois que, tomada até 72 horas após o ato sexual, pode agir em de três maneiras para evitar a gravidez.

- caso não tenha ocorrido a ovulação, a pílula do dia seguinte a inibe;


- caso tenha ocorrido a ovulação, a pílula do dia seguinte inibe a fecundação por alterar as
condições do aparelho reprodutor feminino no sentido de torná-lo inadequado ao espermatozoide,
tanto pelo aumento da acidez da vagina como pelo aumento da produção de muco no colo uterino;
- caso tenha havido a ovulação e a fecundação, a pílula do dia seguinte inibe a nidação por alterar
as características químicas do endométrio, que não aceita a implantação do embrião.

O uso frequente da pílula do dia seguinte não é recomendado, uma vez que leva a alterações hormonais
intensas, de modo a promover a desregulação dos ciclos ovarianos, além de diminuir a eficácia.
A pílula do dia seguinte não é um método abortivo, uma vez que a gravidez só é caracterizada após a
implantação do embrião no endométrio uterino, ou seja, somente após a nidação.

AMENORREIA DA LACTAÇÃO

A amenorreia da lactação se baseia na infert- Se houver alguma menstruação por parte da


ilidade temporária que ocorre naturalmente após mulher, significa que os ciclos menstruais voltaram
o parto e durante o período em que a mulher está ao normal e o método não é mais efetivo.
amamentando. Isso ocorre porque o hormônio
prolactina que estimula a produção do leite tem
CAMISINHA OU “CAMISA-DE-VÊNUS”
efeito de feedback negativo sobre o FSH e o LH,
OU CÔNDON
impedindo a maturação do folículo ovariano e a
ovulação. Também conhecido como preservativo, o côn-
O método da amenorreia da lactação funcio- don foi o principal meio anticoncepcional usado
na nos 6 meses posteriores ao parto, desde que a em todo o mundo antes do advento da pílula. Hoje,
amamentação seja a única fonte de alimentação seu uso volta a assumir grandeza inusitada, não
para o recém-nascido e a criança seja amamenta- tanto como preventivo da gravidez, mas como re-
da pelo menos de quatro em quatro horas durante curso profilático contra a AIDS. Também tem uti-
o dia e, pelo menos, a cada seis horas durante a lidade na prevenção das demais doenças sexual-
noite. mente transmissíveis (outrora chamadas “doenças

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8 biologia

venéreas”), como a gonorreia, a sífilis etc. dos espermatozoides, antes que passem para o in-
Consiste num envoltório elástico muito fino de terior do útero. Seu uso isolado não oferece grande
borracha que se aplica sobre o pênis em ereção, a segurança. Devem ser sempre coadjuvantes de
este se adaptando com absoluta justeza. O côndon outros recursos, como a camisinha e o diafragma.
retém o sêmen após a ejaculação.

MÉTODOS CIRÚRGICOS
OU ESTERILIZAÇÃO

A esterilização engloba todos os procedimentos


cirúrgicos, em princípio irreversíveis, que visam a
impedir a capacidade reprodutiva do indivíduo.
Em alguns casos é possível tentar-se a reversão do
processo, mas as estatísticas mostram quão baixos
são os índices de sucesso nessas operações.
Podemos distinguir a esterilização feminina e a
A camisinha é vendida em embalagens herméticas e esterilizadas.
esterilização masculina. A primeira, compreenden-
Sua aquisição é fácil, pois é largamente encontrado nas farmácias,
supermercados, postos de saúde e em outros locais. do a laqueadura tubária (ligadura das trompas)
e a histerectomia (retirada do útero). A segunda,

DIAFRAGMA corresponde à vasectomia (laqueadura dos canais


deferentes, na bolsa escrotal, junto à prega ingui-
O diafragma é um dispositivo de borracha nal ou virilha).
flexível, de formato discoidal, contornado por um A laqueadura pode ser reversível, podendo a re-
anel mais resistente do mesmo material, e que é versão ocorrer, inclusive, espontaneamente. A his-
colocado oportunamente no fundo da vagina, an- terectomia é obviamente irreversível. A vasectomia
tes do coito, obliterando a entrada do colo uterino. pode ser reversível, apesar de a reversão nem sem-
Assim, ele evita a penetração dos espermatozoides pre ser bem sucedida.
no útero durante ou após o ato sexual. Só pode ser
retirado 6 horas após o ato sexual, sob pena de au-
mentar consideravelmente o risco de gravidez.

Diagrama comparativo entre tubária e vasectomia.

O impedimento da reprodução tem sido


argumento muitas vezes tendencioso para
justificar certas ações político-sociais con-
denáveis, que se acobertam sob a égide de
O diafragma. Atua como contraceptivo na mesma linha que o
côndon. Uma barreira para impedir o encontro dos espermato- providências de Eugenia. O mundo assistiu a
zoides com o óvulo. medidas desse tipo na política antissemítica
da Alemanha de Hitler. Tais procedimentos
GELEIAS ESPERMICIDAS encerram ações perversas que conduzem
diretamente ao extermínio de grupos hu-
São produtos acidificantes do pH vaginal e que,
manos através da castração, da irradiação
por essa função, provocam a morte mais rápida

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rompido (a retirada do pênis do interior da vagina


dos testículos, da imposição às mulheres da instantes antes da ejaculação) a fim de evitar a fe-
laqueadura tubária, da separação absolu- cundação.
ta dos sexos e, até mesmo, do abortamen- A sodomia (o termo provém de Sodoma, anti-
to forçado. Procedimentos dessa natureza ga cidade que, juntamente com Gomorra, cita-
têm sido qualificados com a designação de das no Antigo Testamento, se situava na planície
genocídio. do Jordão, perto do mar Morto, e cuja destruição,
mandada por Deus, se justificou pelo alto nível de
prostituição e depravação do seu povo) é a práti-

DISPOSITIVO ca do sexo anal como forma de satisfazer o dese-


INTRAUTERINO (DIU) jo sexual sem o risco da gravidez indesejada. É,
provavelmente, tão antiga quanto o onanismo.
O DIU (dispositivo intrauterino) é um pequeno
objeto de plástico, maleável, às vezes revestido
com um fino fio de cobre à maneira de um rol-
amento de motor, que é colocado na cavidade Tome nota:
uterina a fim de evitar a nidação do ovo. O DIU
é produzido com diferentes formas e tamanhos
(contorno em S, forma de espiral, aspecto de T,
de Y ou de anel). Implantado na parede uterina,
promove uma discreta inflamação, normalmente
subclínica (sem sintomas), que leva à eliminação
do embrião que tenta nidar. (Lembre-se que a
gravidez só é caracterizada após a nidação, de
modo que a eliminação do embrião antes da ni-
dação não caracteriza uma interrupção da gravi-
dez, ou seja, um aborto; assim, o DIU é um agente
que previne a gravidez, e não deve ser caracteriza-
do como abortivo.)
Atualmente, o DIU libera hormônios de manei-
ra semelhante aos contraceptivos hormonais, au-
mentando sua eficiência como anticoncepcional.
Essa formulação do DIU é conhecida como endo-
ceptivo, sendo de altíssima eficiência anticoncep-
cional.
A colocação e remoção do DIU só pode ser
feita por médico habilitado para isso. Deve ocor-
rer preferencialmente quando a mulher está
menstruada, pois assim o colo uterino se mos-
tra um pouco aberto e facilmente flanqueável à
penetração do pequeno tubo aplicador.

OUTROS MÉTODOS

O onanismo talvez tenha sido a forma mais an-


tiga de se evitar a automasturbação masculina. O
termo tem a sua origem no antropônimo Onã, um
personagem bíblico que já praticava o coito inter-

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