Control o Hormonal
Control o Hormonal
Control o Hormonal
Ovários estão localizados na zona pélvica, de um e outro lado do útero, mantidos na sua
posição através de ligamentos.
Um ovário apresenta duas zonas de difícil delimitação.
● Zona cortical – mais superficial, com folículos ováricos em vários estádios de
desenvolvimento
● Zona medular – mais interna, constituída por um tecido com numerosos vasos
sanguíneos e nervos.
Os fenómenos que ocorrem na oógenese podem sistematizar-se em:
Fase de multiplicação
Durante o desenvolvimento embrionário, as células germinais migram para os ovários e
multiplicam-se, produzindo oogónias (células diploides) por mitoses sucessivas.
Os ovários de um feto de cinco meses contêm 6 a 7 milhões de oogónias.
A maior parte desas oogónias degenera, não ocorrendo nova produção.
Fase de crescimento
As oogónias que não degeneram iniciam a fase de crescimento (que é muito acentuada) com o
armazenamento de substâncias de reserva – caso haja fecundação, nutrem o ovo nos
primeiros dias de desenvolvimento.
Constituem-se os oócitos I (células diploides, 46, XX). Muitos oócitos I degeneram durante a
vida uterina.
Fase de maturação
Os oócitos I que não degeneraram iniciam a fase de maturação com a primeira divisão da
meiose, q fica bloqueada na profase I.
A meiose continua apenas na puberdade, com o início dos ciclos ováricos. Em cada ciclo
ovárico normalmente só um oócito I completa a divisão da meiose, constituindo-se duas células
haploides (23, X); o oócito II e o primeiro glóbulo polar.
A segunda divisão da meiose começa de imediato, mas fica bloqueada em metafase II.
Neste momento ocorre a ovulação.
A meiose só termina caso haja fecundação – é a penetração de um espermatozoide q vai
estimular a finalização da meiose, originando uma célula maior, o óvulo, e uma célula de
pequeno volume, o segundo glóbulo polar, q acaba por degenerar.
Na fase de maturação (na espermatogénese) ocorre uma repartição idêntica do citoplasma
pelas células formadas, na oogénese a repartição é bem diferente, constituindo-se células de
dimensões muito desiguais (oócito II e glóbulo polar).
Na criança recém-nascida, cada oócito I está envolvido por algumas células foliculares,
constituindo os folículos primordiais (de pequenas dimensões).
Entre a puberdade e a menopausa, alguns desses foliculos iniciam um processo de evoluçao
todos os meses.
Ao aproximar-se o final da evolução de um folículo durante a qual houve, para alem do
processo de oogénese, um aumento progressivo do tamanho do folículo, a cavidade folicular
aumenta muito, designando-se esse folículo por folículo maduro ou folículo de graaf.
Na parte final do processo, o folículo maduro acaba por provocar uma saliencia na superfície
do ovário.
Quando o folículo atinge este estádio, o oócito II, rodeado por células foliculares, é libertado, na
cavidade folicular. Por pressão da cavidade folicular sobre a parede do ovário, o folículo rompe
e o oócito II, rodeado pela zona pelúcida e por células foliculares é libertado para o oviduto. É a
ovulação.
A parede do ovário cicariza e o folículo vazio experimenta modificações estruturais e
bioquímicas, surgindo o corpo amarelo (ou corpo LÚTEO).
Ciclo UTERINO
É estimulado pela acçao das hormonas ováricas.
Fase menstrual
Ocorre a descamação parcial do endométrio, visto q as células, dvido à contração dos vasos
sanguíneos dessa estrutura, deixam de receber os nutrientes necessários e morrem. Essa
destruição é consequência da baixa concentração de hormonas ováricas. Sangue e fragmentos
de tecido são expulsos – menstruação.
Fase proliferativa
Verifica-se o crescimento em espessura do endométrio, com o desenvolvimento de glândulas e
de vasos sanguíneos, devido ao aumento da taxa de estrogénios que ocorre durante a fase
folicular
Fase secretora
Prossegue o aumento de espessura do endométrio, bem como a atividade secretora das
glândulas nele existentes, devido à ação conjunta dos estrogénios e da progestrona produzidos
durante a fase luteínica.
Hipófise anterior produz duas hormonas, FSH e LH.
FSH – induz o crescimento e a maturação dos folículos ováricos e intervém na secreção de
estrogénios.
LH – atua no folículo maduro, estimulando a sua rutura – e a ovulação. Estimula a
transformaçao do folículo em corpo amarelo, o q leva à produção de progestrona.
Hipotálamo atua sobre a hipófise anterior, por intermédio da neuro-hormona GnRH.
O complexo hipotálamo-hipófise controla o funcionamento do ciclo ovárico através das
gonadoestimulinas. As hormonas ováricas atuam sobre o complexo hipotálamo-hipófise, por
um sistema de retroação.
Algum tempo antes da ovulação, com o aumento das células foliculares, os estrogénios são
produzidos em maior quantidade, ultrapassando o valor-limite, q desencadeia o efeito dos
estrogénio sobre o complexo hipotálamo-hipófise. Neste caso, por acçao de uma concentraçao
de estrogénios mais elevada, a produçao de gonadoestimulinas é estimulada em vez de ser
inibida. Daí o aumento da concentraçao de FSH e sobretudo de LH. É um mecanismo de
retroação positiva.
Após a ovulação, os estrogénios e a progestrona, exercem uma acçao de retroacçao negativa
sobre o complexo hipotálamo-hipófise, o q explica a queda da cc de LH e FSH.
Esta diminuiçao desencadeia por sua vez a regressão do corpo amarelo e a diminuiçao da taxa
de hormonas ováricas – e o aparecimento da menstruação.
CICLO
Fase folicular Ovulação Fase luteínica
OVÁRICO
CICLO
Fase menstrual Fase proliferativa Fase secretora
UTERINO
O sistema genital masculino nao apresenta um funcionamento cíclico, como o da mulher, mas
sim contínuo.
A partir da puberdade, ocorre não só a produçao de espermatozoides mas tb a produção da
hormona masculina testosterona, ao nível dos testículos.
O funcionamento do sistema genital masculino depende do controlo hormonal.
A hormona masculina, TESTOSTERONA, produzida pelas CÉLULAS INTERSTICIAIS (OU DE LEYDIG)
situadas entre os túbulos seminíferos, age sobre as células da parede dos túbulos e é
responsável por:
-maturação dos órgãos genitais na puberdade;
-aparecimento e manutençao dos carateres sexuais secundários;
-espermatogénese.
A produção de testosterona é contínua a partir da puberdade, mantendo-se desde então o seu
teor no sangue sensivelmente constante.
Essa manutenção é regulada pelo complexo hipotálamo-hipófise.
O hipotálamo liberta GnRH, q estimula a produçao de gonadoestimulinas, LH e FSH, pela
hipófise anterior.
Estas duas gonadoestimulinas têm como órgãos alvo:
LH . atua nas células INTERSTICIAIS (ou de Leydig), estimulando a produção de
TESTOSTERONA;
FSH . estimula a células de Sertoli na produção de uma proteína com grande afinidade para a
testosterona. A fixação da testosterona permite obter nos túbulos seminíferos uma cc dessa
hormona, estimulando a espermatogénese.
Secreçao de GnRH e gonadoestimulinas é controlada pela taxa sanguínea de testosterona. O
valor do teor de testosterona é detetado por recetores do hipotálamo, e no caso de se afastar
do valor de referência ocorre uma retroação NEGATIVA, regressando ao valor normal.
FECUNDAÇÃO
No decurso de uma ejaculação, centenas de milhão de espermatozoides, que fazem parte do
esperma, são transferidos para a vagina.
Quando atingem o útero, entram em contacto com o muco cervical, produzido por glândulas
do colo uterino, o qual apresenta uma evolução ao longo do ciclo sexual.
O muco é produzido durante todo o ciclo sexual, mas as suas características variam ao longo
do ciclo:
Durante a fase não fértil (fora do período da ovulação), o muco é muito rico em fibras – é mto
espesso e a rede de fibras é muito apertada.
Durante a fase fértil (período da ovulação), o muco cervical torna-se mais fluído e a rede de
fibras menos apertada, deixando passar os espermatozoides mais ativos.
Caso haja fecundação, forma-se um “rolhão de muco” que impede completamente a passagem
de espermatozoides, protegendo o embrião.
Assim que os espermatozoides penetram no útero, dirigem-se para os ovidutos, e é lá, no terço
superior da trompa, q se pode dar o encontro entre o oócito II e os espermatozoides (q são
atraídos até lá por uma substancia libertada por células foliculares do oócito).
Aqueles que ultrapassam essa barreira (das células foliculares) atingem a zona pelúcida, com
a qual estabelecem ligações com recetores específicos.
A interação do espermatozoide c esses recetores chama-se REACÇAO ACROSSÓMICA – em que há
libertação do material do acrossoma, q é essencial à fecundação.
A reacçao acrossomica envolve a fusao da membrana do acrossoma com a membrana
plasmática da cabça do espermatozoide, permitindo a exocitose de enzimas digestivas, que
vao digerir a zona pelúcida, proporcionando o contacto e fusao das membranas plasmáticas
de um espermatozoide e um oócito II, iniciando-se a fecundação.
O oócito II contrai-se, arrastando o espermatozoide para o interior do citoplasma – o oócito II é
ativado, ocorrendo uma série de acontecimentos até à formação do ovo.
CONDIÇÓES NECESSÁRIAS À FECUNDAÇÃO:
1ª o muco cervical deve apresentar-se fluído e com a rede de fibras pouco apertada;
2ª após a ovulação, o oócito II tem de se encontrar no terço superior do oviduto;
3ª tem que se dar a reação acrossómica.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E GESTAÇÃO
Podem ser designados dois períodos – o período embrionário e o período fetal.
Periodo embrionário – dura cerca de 8 semanas, ao fim das quais os órgãos já estão
totalmente esboçados.
É a primeira etapa da gravidez.
Algumas horas após a fecundação do ovo, ele inicia um processo de multiplicação celular, por
mitoses sucessivas.
A multiplicação celular vai tendo lugar enquanto o embrião se vai deslocar ao longo do oviduto
em direção ao útero – contrações dos músculos da parede das trompas e ao movimento dos
cílios das células q as atapetam.
Ao 4º dia após a fecundação, o embrião adquiriu a forma esférica, formado por uma massa de
células, assemelhando-se a uma amora, pelo que a este estádio chamamos estádio de mórula.
O embrião mantém ainda o mesmo volume do ovo, apesar das contínuas divisões celulares.
As células começam a organizar-se e formam dois grupos celulares:
Botão embrionário – um conjunto de células que originará o novo ser;
Trofoblasto – camada superficial envolvente da cavidade (blastocélio).
Esta estrutura chama-se blastocisto; o blastocisto ainda é envolvido pela zona pelúcida.
Ao 6º dia, o blastocisto eclode para o exterior da zona pelúcida – fora do invólucro, as células
do trofoblasto aderem à zona superficial do endométrio, iniciando-se a NIDAÇÃO.
Nesta fase, o embrião recebe os nutrientes diretamente da parede do endométrio.
A nidação é um processo crucial no desenvolvimento do novo ser, uma vez q sem ele, haverá
um aborto.
Para que a nidação aconteça, é necessário que:
.O embrião tenha atingido o estado de desenvolvimento conviniente
.O endométrio esteja pronto para receber o embrião, devido à ação das hormonas ováricas.
A hormona gonadotropina coriónica humana (HCG) é fundamental no decorrer da gestação.
Impede a degeneração do corpo amarelo, podendo este continuar a produzir estrogénios e
progestrona, essenciais à manutenção do endométrio – permitindo q a nidação se mantenha.
Elevado teor folicular – corpo amarelo produz estrogenios e progestrona – inibem o complexo hipotálamo-hipofise –
nao se liberta FSH nem LH – n ocorre novo ciclo menstrual
Mecanismo de retroação negativa
Nos testes de gravidez, é esta a hormona detetada.
Após 8 a 10 semanas, a produçao de HCG diminui e o corpo amarelo degenera, mas a
produçao de hormonas estrogenio e progestrona é assegurada pela placenta.
A progestrona é responsavel pela ausencia de contracçoes, o que quer dizer que sem ela,
haveria uma expulsao do bebé demasiado cedo e portanto, um aborto.
O estrogenio e a progestrona intervêm tb no desenvolvimento e maturação das glandulas
mamárias.
Parto:
1-Dilatação do colo do útero, 2-Expulsão da criança, 3-Expulsao da placenta e anexos fetais.
Quando, ao fim de cerca de 40 semanas, diminui a taxa de progestrona no sangue, temos o
domínio dos estrogénios. Esta dominância estimula a CONTRACÇAO DOS MUSCULOS
UTERINOS, EMPURRANDO O FETO PARA O COLO UTERIN.
A pressao exercida sobre o colo do útero desencadeia a emissao de mensagens nervosas até
ao hipotalamo, onde se produz a neuro-hormona oxitocina (libertada ao nivel da hipofise
posterior).
Oxitocina estimula contrações do miométrio – que levam à produção de ainda mais oxitocina
Apesar da secreção de leite só ocorrer após o nascimento, o desenvolvimento das glandulas
mamárias dá-se durante a gestação.
A produção de leite é controlada por variadas substâncias, entre as quais a hormona prolactina,
q é produzida ao nivel da hipófise anterior. Os niveis elevados de estrogénios e progestronas, q
existem durante a gestação, exercem uma retroação negativa sobre a secreção dessa
hormona.
A partir do momento em que a placenta é extraída, dá-se uma queda na cc de hormonas
estrogenio e progestrona, pelo que a produçao de prolactina esta agora desbloqueada.
Com a chegada da prolactina às glândulas mamárias estas iniciam a sua atividade secretora.
Durante 1 a 4 dias elaboram um líquido (COLOSTRO) até se iniciar a produção de leite.
O colostro é menos rico em glícidos e lípidos e mais rico em proteínas do que o leite. É tb rico
em anticorpos que protegem a criança de diversas infecçoes na primeira semana de vida.
As glandulas mamárias entram em atividade após o parto, mas a sua secreção nao aumenta
nem se mantém se nao for estimulada pelas mamadas do bebé – q induzem dpois reflexos
neuro hormonais independentes.
A saída de leite ao nível dos mamilos é consequencia da sucção efetuada pelo bebé, a qual
desencadeia um mecanismo neuro-hormonal – inicia-se com o estimulo de terminaçoes
nervosas existentes na zona do mamilo e a condução dessa informação por nervos sensitivos
até ao hipotálamo.
A receção dessa informaçao desencadeia a produçao de oxitocina, a qual é libertada ao nivel
da hipófise posterior. As células contrácteis – células alvo desta hormona são estimuladas,
contraem-se e ocorre o fluxo de leite.