Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
Resumo: O Cuidado Paliativo surgiu como uma filosofia humanitária de cuidar de pacientes em estado terminal,
aliviando a sua dor e o sofrimento. Dessa forma, o presente trabalho buscou abordar sobre a importância da
atuação do farmacêutico em cuidados paliativos oncológicos. O trabalho foi realizado através de uma revisão
bibliográfica por meio de artigos científicos, encontrados nas bases de dados: PubMed, Scielo, NCBI e Google
acadêmico. Este estudo, tem como foco a contribuição efetiva do farmacêutico na otimização dos cuidados
paliativos em paciente oncológicos. Assim, em face das informações apresentadas nessa revisão bibliográfica, o
farmacêutico é responsável por aliviar a prescrição, garantindo que o medicamento controle os sintomas;
participação clínica da dor, acompanhamento para o uso racional de medicamentos; assistência farmacêutica ao
longo do tratamento, cuidados com as reações adversas aos medicamentos, assim como na orientação da equipe
multidisciplinar sobre os medicamentos a serem utilizados, desempenhando assim um papel muito importante no
manejo dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos.
Abstract: Palliative Care emerged as a humanitarian philosophy of caring for terminally ill patients, relieving their
pain and suffering. Thus, the present study sought to address the importance of the pharmacist's actions in
palliative cancer care. The work was carried out through a literature review through scientific articles, found in the
databases: PubMed, Scielo, NCBI and Google Scholar. In this study, we demonstrated that pharmacists actively
contribute to optimize care at the end of life. Thus, in view of the information presented in this literature review,
the pharmacist is responsible for alleviating the prescription, ensuring that the drug controls symptoms; clinical
participation of pain, follow-up for rational use of medications; pharmaceutical assistance throughout treatment,
care for adverse reactions to medications, as well as guidance from the multidisciplinary team on the drugs to be
used, thus playing a very important role in the management of palliative care in cancer patients.
Introdução
O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo aumento anormal de uma célula,
no qual através do DNA se multiplica e pode alcançar os tecidos adjacentes e se espalha
rapidamente pela corrente sanguínea e pelos vasos linfáticos, essa é a fase chamada de
metástase (ARAÚJO NETO; TEIXEIRA, 2017).
De acordo com as Estimativas de Incidência de Câncer compiladas em 2020 pelo
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Materiais e Métodos
Desenvolvimento
O câncer é uma doença crônica agressiva que inspira cuidados específicos, trata-se de
um conjunto de mais de 200 doenças que apresenta distúrbio celular com alterações no
processo de duplicação do DNA, ocasionando a anormalidade celular que pode resultar no
desenvolvimento do câncer bem como pode haver proliferação contínua e desregulada de
células cancerosas, ou seja, a multiplicação de células alteradas com capacidade de alcançar
órgãos e tecidos, difundindo-se pelo organismo (FRANÇA et al., 2018).
Em alguns casos, o mecanismo regulador da proliferação celular começa a crescer e se
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responsáveis pela transformação das células normais, as células então modificadas são
denominadas cancerosas. Devido à atividade genética alterada, o mecanismo de controle
normal é perdido e ocorre o crescimento celular anormal e a divisão celular. O câncer pode
ser causado por radiações, origem física, agentes químicos ou biológicos (SOUZA; ROCHA,
2018).
Segundo o INCA (2020), o câncer é adquirido à partir de uma mutação genética por
meio de irregularidades de resultados carcinógenos, que atuam através de infecção,
químicos, vírus, hereditariedade ou genética. Existem vários tipos de câncer, porém, os mais
comuns são de próstata e pulmão para os homens e para as mulheres, de mama e colo do
útero.
Há diversos fatores de riscos associados ao desenvolvimento do câncer, a grande
maioria dos casos estão relacionados com fatores ambientais, sendo considerados o meio em
geral (água, terra e ar), social e cultural (hábitos e estilo de vida), ambiente ocupacional
(exposição a agentes tóxicos) e o ambiente de consumo (alimentos e medicamentos) (BRASIL,
2017).
De acordo com Nijs et al. (2019), o câncer é uma enfermidade progressiva que gera dor
física, sofrimento espiritual e emocional, podendo acometer indivíduos de todas as idades e
levar a morte.
Trata-se de uma patologia crônica que causa sofrimento emocional e físico ao paciente
e que afeta milhares de pessoas no mundo e no Brasil, entre os cânceres que mais causam
mortes entre as mulheres estão o de colo do útero e da mama e nos homens de próstata,
pulmão e intestino. Quando é diagnosticado em fase avançada, as chances de cura são
pequenas e geralmente levam o paciente ao óbito (FURTADO; LEITE, 2017). Durante estas
fases é essencial que o paciente tenha um suporte por parte de seus familiares e amigos.
Porém, algumas vezes, isto se torna difícil devido aos fortes laços afetivos que unem estas
pessoas e pelo desconhecimento da evolução e tratamento da doença (VIDAL; FIGUEIREDO;
PEPE, 2018).
A maioria dos casos de cânceres são diagnosticados como estando em estágios
avançados da doença, levando a um mau prognóstico e redução do tempo de sobrevida,
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nesse caso, o risco de recorrência e metástase é maior. A prevalência de dor aumenta com a
progressão da doença, e tem intensidade de 10% a 15% no estágio inicial. A metástase é a
causa da maioria dos cânceres incuráveis e, nesses casos, a incidência de dor aumenta para
25% a 30%. Na fase tardia, a dor está presente em 60% a 90% dos pacientes e é descrita
como insuportável (CAMPOS et al., 2017).
No Brasil, as estimativas anuais do manual do Instituto Nacional do Câncer José Alencar
Gomes da Silva para o triênio 2020-2022 estima que haverá 625.000 de novos casos de
cânceres, 450.000, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. O câncer de pele não
melanoma tem a maior incidência (177.000), seguido pelo câncer de mama e próstata
(66.000 cada), câncer de cólon e reto (41.000), câncer de pulmão (30.000) e câncer gástrico
(21.000) (INCA, 2019).
Os cuidados paliativos estão se tornando cada vez mais importantes dentro dos
sistemas de saúde. As demandas dos pacientes e seus familiares, assim como o interesse dos
profissionais em evitar e/ou diminuir sofrimento, mostram a progressiva necessidade de
prática e pesquisa nessa área (LAIRES et al., 2017).
Os cuidados paliativos referem-se à otimização da qualidade de vida dos pacientes com
doenças graves e de suas famílias, usando medidas especiais para antecipar, tratar e prevenir
o sofrimento. Esse cuidado abrange intensivos cuidados com doenças terminais, incluindo as
necessidades físicas, psicossociais, emocionais e espirituais de pacientes gravemente
enfermos dentre outros (COELHO; YANKASKAS, 2017).
Os cuidados paliativos têm como objetivo a obtenção de conforto para o paciente e
seus cuidadores, por meio de uma ação integral e integrada que aborda a dimensão física,
social, psíquica e espiritual, dentro de uma perspectiva multiprofissional e interdisciplinar
(SILVA et al., 2015; ARRIEIRA et al., 2018).
Desse modo, seus componentes essenciais são controle de sintomas, apoio psicossocial,
espiritual e trabalho em equipe (GOMES; OTHERO, 2016). Onde, apresentam como
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DOR FORTE
(7-10)
(OPIOIDES FORTES)
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES +
*ADJUVANTES
- Morfina
- Metadona
- Oxicodona
- Fentanil
DOR MODERADA
(4-6)
DOR LEVE (OPIOIDES FRACOS) +
(1-3) ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES +
(ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES) + *ADJUVANTES
*ADJUVANTES - Codeína
- Paracetamol - Tramadol
- Dipirona
- Diclofenaco
Fonte: Oliveira et al. (2019). Adaptado.
*Adjuvantes: amitriptilina, dexametasona
Um estudo realizado por Eduardo et al. (2012) destacou que apesar do farmacêutico ser
indispensável na equipe multidisciplinar na oncologia, é necessário a contratação de mais
profissionais na área hospitalar, pois através desses cuidados medicamentosos ajudarão a
aliviar a dor dos paciente e a tornar os medicamentos mais seguros, prevenindo e tratando
possíveis reações adversas.
A aplicação da farmácia clínica em pacientes com dor oncológica é resultado das
diferentes características desse grupo de pacientes. Essas características dizem respeito à
anatomia, fisiologia e diferentes metabolismos de cada paciente e ao andamento de cada caso
(OLIVEIRA; PALMA SOBRINHO; CUNHA, 2016). Essas características afetam diretamente a
farmacocinética (BERNARDI et al., 2014). No campo da farmacologia é necessário pesquisar e
compreender o processo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos
e seus metabólitos, e verificar o regime posológico para otimizar o uso de medicamentos
(INCA, 2019).
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o farmacêutico clínico tem como atribuições
acompanhamento farmacoterapêutico, dentre outras funções, atuando diretamente no
cuidado ao paciente. Esta prática é regulamentada pela Resolução nº 585 de 29 de agosto de
2013 para atribuições clínicas do farmacêutico nas diferentes realidades que podem ser
observadas na saúde da população brasileira (BRASIL, 2013).
Nesse aspecto, a prática do cuidado farmacêutico pode contribuir decisivamente para a
melhoria da adesão ao tratamento e a otimização dos benefícios da farmacoterapia em
diabéticos, a partir da identificação das necessidades individuais e da detecção e resolução dos
problemas relacionados aos medicamentos (PRM) (THOMPSON; DAVIDOW, 2016).
De acordo com a lei de 13.021/2014, o farmacêutico tem papel ímpar na prática de
promover e manter a saúde, garantindo a segurança dos medicamentos e exercendo a
farmacovigilância. Portanto, é sua responsabilidade acompanhar os pacientes com
medicamentos, observar e relatar reações adversas e intoxicações, estabelecer procedimentos
de monitoramento farmacológico e orientar os pacientes sobre medicamentos, informá-los
sobre os riscos e benefícios de qualquer tratamento e as formas corretas de armazenamento e
uso dos medicamentos, bem como, informar sobre possíveis interações e a importância do
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Considerações Finais
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