Enfermagem em Oncologia
Enfermagem em Oncologia
Enfermagem em Oncologia
Sumário
1. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À ONCOLOGIA................................................. 3
REFERÊNCIAIS ................................................................................................................. 44
Fonte:www.vanderfazmais.com.br
Os dados do Inca indicam que o tabagismo é diretamente responsável por 30% das
mortes por câncer em geral, 90% das mortes por câncer de pulmão e 25% das mortes por
doença coronariana. Nas mulheres, a amamentação, a prática da atividade física e
alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor
risco de desenvolver câncer de mama
A explicação das altas taxas de óbitos por câncer está diretamente relacionada à
maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. Os atuais padrões de vida
adotados em relação a trabalho, nutrição e consumo em geral expõem os indivíduos a
fatores ambientais mais agressivos, relacionados a agentes químicos, físicos e biológicos
resultantes de um processo de industrialização e urbanização cada vez mais crescente
(GUERRA, GALLO, MENDONÇA, 2005).
Fonte:www.sintsaf.org.br
Fonte:www.horadesantacatarina.clicrbs.com.br
www.abordagemnoticias.com
Fonte:www.pa.corens.portalcofen.gov.br
Fonte:www.poderesaude.com.br
A carcinogênese
Fonte:www.areadomedico.com.br
Fonte:www.labnetwork.com.br
Entretanto, por causas desconhecidas, pode haver falhas de autor regulação. Nas
situações em que há inibição da apoptose, a célula anormal resultante dessa divisão
poderá sofrer modificações denominadas mutações. O aumento de mutações poderá
determinar a perda do controle da divisão celular, resultando na formação de células
anormais.
A maior parte das disseminações dos tumores para outros órgãos acontece pela via
hematológica, seguindo a seguinte sequência de passos: inicia-se pela migração das
células metastáticas para a periferia do tumor primário, com a penetração da parede dos
vasos sanguíneos adjacentes. Isso leva à disseminação na corrente sanguínea, causando
aderência à parede dos vasos sanguíneos em um órgão distante, com extravasamento do
vaso sanguíneo no tecido adjacente, proliferação do depósito de células metastáticas e a
formação de um sistema vascular de suporte via secreção do fator angiogênese do tumor.
Fonte:www.portalodia.com
Os raios UV-A não sofrem influência da camada de ozônio e causam câncer de
pele às pessoas que se expõem a doses altas e por um longo período de tempo. Os raios
UV-B também são carcinogênicos e sua frequência tem aumentado muito com o impacto
da destruição da camada de ozônio. As radiações de partículas alfa e as radiações
eletromagnéticas são carcinogênicas; exemplos dessas situações são os riscos
aumentados de câncer para mineiros que trabalham com elementos radioativos.
Fonte:www.raquelamapos.wordpress.com
No tocante aos fatores carcinogênicos, a neoplasia infantil se diferencia do câncer
em adultos, pois não há, em literatura científica, evidências que identifiquem claramente a
associação da doença com os respectivos fatores.
Fonte:www.revistasuplementacao.com.br
Alterar hábito de vida é uma tarefa difícil, pois envolve crença (o indivíduo aprendeu
dessa maneira e acredita ser a correta) e automatismo (o indivíduo realiza dessa forma há
tanto tempo que não pensa mais ao executar). Essa situação exige do profissional de
saúde não apenas a função de informar, mas também conscientizar a população da
importância de aplicar as recomendações transmitidas, porque é preciso que a pessoa
seja de fato sensibilizada sobre os riscos de modo a incorporar novos hábitos.
• mantenha-se fisicamente ativo, como parte de sua rotina diária, incluindo qualquer
atividade física no cotidiano. Caso não seja possível realizar 30 minutos de uma só vez,
dívida em períodos de dez minutos;
• coma mais verduras, frutas e legumes variados, bem como cereais e grãos
integrais, como exemplo podemos citar granola, feijão, soja, lentilha e ervilha. Esses
alimentos devem compor dois terços do prato de comida;
• limite o consumo de carnes vermelhas (até 500g por semana) e evite carnes
processadas e embutidas;
Há ainda situações que não foram contempladas nesse relatório, mas são de
grande impacto no Brasil. Estamos nos referindo à exposição solar, pois também já
sabemos que é um risco modificável; dessa maneira, há ações que podem ser
recomendadas para diminuir o risco de câncer de pele, um dos tipos mais comuns,
conforme observamos nos dados epidemiológicos:
• orientar que a exposição ao sol seja evitada no período entre 10 e 16 horas. Para
a proteção adequada, a pessoa pode procurar a sombra, utilizar chapéus ou bonés com
abas para proteger cabeça e pescoço, utilizar camisas e calças, aplicar filtro solar com
fator de proteção solar (FPS) no mínimo 15;
• proteger os olhos com óculos que apresentam lentes com proteção a raios UV-A
e UV-B.
Fonte:www.fisioonco.blogspot.com.br
Uma doença não é somente um fato físico, mas um problema que diz respeito à
pessoa como um todo, incluindo o corpo, as emoções e a mente. Os estados emocionais
e mentais têm uma função importante no que diz respeito tanto à suscetibilidade, como à
recuperação de qualquer doença.
Podemos dizer que a mente, o corpo e as emoções são um sistema unitário:
quando se afeta um, estaremos afetando os outros. A recuperação torna-se facilitada ao
mobilizarmos a pessoa como um todo em direção à saúde.
Cada indivíduo tem a sua história de vida: não é um ser simplesmente biológico, e,
sim, alguém que tem a sua vida cronológica a ser considerada, incluindo seus aspectos
cultural, religioso e social.
Os profissionais da saúde devem adentrar nesse campo sem medo, para que esses
pacientes possam ser atendidos da forma mais integral possível.
Para ter essa abrangência, os profissionais que compõem a equipe são: os que
controlam os sintomas do corpo (médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional); da mente (psicólogo, psicoterapeuta, psicanalista, psiquiatra); do espírito
(padre, pastor, rabino, guru, sacerdotes das diferentes crenças religiosas); e sociais
(assistente social, voluntário).
Muitos hospitais incluem voluntários nas atividades de visita aos pacientes para
companhia durante a noite, para alívio de suas ansiedades, na escuta ativa, na busca de
recursos na comunidade para financiar analgésicos e alimentos. As atividades dos
voluntários dependerão da aceitação dos pacientes e suas famílias.
Fonte:www.guiadacarreira.com.br
Fonte:www.academiahorizon.com.br
Serviço Social: O assistente social é o elo entre o paciente e a instituição por meio
da socialização das informações, na busca de conhecer suas necessidades, contribuindo
para o acesso aos benefícios e programas de saúde, de uma perspectiva dos direitos
políticos, civis e sociais.
Fonte:www.g1.globo.com
O setor de serviço social pauta suas atividades com enfoque no acolhimento, que
se traduz pela habilidade em acolher o usuário no processo de escuta, de resposta e
responsabilização ante todas as situações socioassistenciais demandadas por pacientes,
familiares e instituição.
A grande preocupação e o foco do assistente social podem ser resumidos em: para
o paciente, garantia da qualidade de vida nos momentos finais e morte digna. Para a
família, auxílio na manutenção do equilíbrio familiar possível.
O foco para o tratamento do paciente com câncer deixa de ser somente a cura e o
controle da doença. A fisioterapia colabora ativamente na manutenção da qualidade de
vida, desde o diagnóstico até o final do tratamento. Reabilita, condiciona e adapta o
paciente à sua nova condição. Dispõe de inúmeros recursos específicos, que são
utilizados de acordo com as necessidades de cada paciente, visando sempre ao seu bem-
estar.
Ele possibilita que o paciente maximize sua independência nas atividades de vida
diária, como alimentação, vestuário, higiene, locomoção, comunicação, trabalho e lazer,
com controle sobre si mesmo, sobre a situação e o ambiente.
Essa é uma área em formação no Brasil, que pretende ainda conquistar espaço
para o desenvolvimento de trabalhos sérios de profissionais de saúde comprometidos com
aquilo que deve ser a sua matéria-prima: o ser humano em todas as suas dimensões.
Por sua vez, os profissionais de saúde que atendem esses pacientes e que são
responsáveis por tratamentos invasivos, mutiladores, agressivos, que infringem grande
sofrimento e nem sempre levam à recuperação e cura, também necessitam de ajuda
psicológica. É o psicólogo que dará o suporte para a equipe multiprofissional expressar
medos, angústias e sentimentos.
A expressão “Não há nada mais a ser feito” é substituída pelo entendimento de que
a terapêutica deve ser contínua, ativa e coerente às necessidades, amparada pelos
preceitos bioéticos nas diversas fases da patologia.
Interessante seria diferenciar uma posição ética de uma posição legal. Uma posição
eticamente correta é uma posição real; já uma posição legalmente correta é uma posição
formal. Ao elaborarmos um Termo de Consentimento com vistas a um procedimento
médico, por exemplo, devemos fornecer as informações adequadas, de maneira que a
pessoa que irá recebê-las possa compreendê-las e dar o seu consentimento.
A bioética indica caminhos, faz refletir e dar sentido às metas já estabelecidas pela
medicina, quais sejam: restaurar a saúde; aliviar sintomas incluindo estresse físico e
psicológico; restaurar a função de um órgão ou manter a função já comprometida; salvar
ou prolongar a vida; educar e aconselhar os pacientes, considerando suas condições e
seu prognóstico.
A bioética não veio para punir, mas para buscar, de forma multidisciplinar, um
melhor entendimento do ser humano nos seus aspectos biológicos, psicológicos, sociais e
espirituais, evitando causar-lhe danos no curso de seu cuidado. Dentre os principais temas
abordados pela bioética, podem-se citar o fim da vida humana bem como o limite da
intervenção sobre o ser humano.
Devemos sempre falar a verdade sobre o tratamento com o nosso paciente, isso é
de extrema importância na relação interpessoal do profissional de saúde e do paciente e
seus familiares. Ao falarmos a verdade, possibilitamos que o paciente tenha participação
nas decisões do seu tratamento e do início do processo de enlutamento, já que, em
oncologia, no caso do cuidado paliativo, a morte é iminente.
Temos que aprender a não negar a existência da morte, mas aceitá-la com
naturalidade, procurar viver de acordo com essa realidade concreta, admitindo a própria
morte e aceitando-a.
Portanto, a aceitação da morte pelos familiares e pelo próprio paciente pode ser um
processo de grande dificuldade para a equipe, pois pode levar os profissionais a terem
sentimento de impotência e incapacidade que, muitas vezes, acentuam-se pelo vínculo
afetivo que se estabeleceu durante o tratamento.
A superação da morte vem com a continuidade da luta pela cura de outros
pacientes e pelo desenvolvimento de trabalhos internos de suporte biopsicossocial, além
da conquista de atitude, isto é, ofertar uma assistência humanizada em todas as fases do
tratamento independentemente do desfecho final.
Fonte:www.g1.globo.com
Fonte:www.gapc-gapc.blogspot.com.br
Como já vimos, os quimioterápicos agem mais agressivamente nos tecidos com alto
grau de multiplicação e diferenciação celular, característica principal das células do
câncer; consequentemente, os tecidos normais de alto grau de multiplicação celular são
os mais atingidos pelos efeitos colaterais.
Fonte:www.oncoclinica.com.br
São importantes também os conhecimentos relacionados a: vias de administração;
sequência de infusão; incompatibilidades entre drogas a serem administradas; velocidade
de administração; e reconhecimento das drogas no seu aspecto de toxicidade
dermatológica local.
Fonte:www.brasil.elpais.com
Registros que datam de 1896 revelam que a primeira paciente tratada por meio da
exposição à radiação de raios X com finalidade terapêutica de forma empírica era
portadora de um volumoso câncer de mama. No mesmo ano, também foi identificado o
tratamento de um paciente com câncer gástrico.
Fonte:www.laboranalise.com.br
REFERÊNCIAIS
BRAGA, J. C. S.; PAULA, S. G. DE. SAÚDE E PREVIDÊNCIA - ESTUDOS DE POLÍTICA SOCIAL. SÃO
PAULO: CEBES; SÃO PAULO: HUCITEC, 1987.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. LEI ORGÂNICA DE SAÚDE. 2. ED. BRASÍLIA: ASSESSORIA DE
CRIADAS PELA NOB SUS 01/96. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA, DF, N. 97, 23 MAIO 1997.
SEÇÃO 1, P.10775-10782.
______. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. SECRETARIA DE
ATENÇÃO À SAÚDE. POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE. 2. ED. BRASÍLIA, DF, 2007.
(SÉRIE B. TEXTOS BÁSICOS DE SAÚDE - SÉRIE PACTOS PELA SAÚDE 2006, V. 7).
______. MINISTÉRIO DA SAÚDE. O SUS DE A Z. ACESSO EM 03/11/2010. DISPONÍVEL EM: BUSS,
P. M. SAÚDE E DESIGUALDADE: O CASO DO BRASIL. IN: BUSS, P. M.; LABRA, M. E. (ORG.).
SISTEMAS DE SAÚDE: CONTINUIDADES E MUDANÇAS. SÃO PAULO: HUCITEC; RIO DE JANEIRO:
FIOCRUZ, 1995. P. 61-102.
CARVALHO, G. C. M. O MOVIMENTO ATUAL DO SUS... A OUSADIA DE CUMPRIR E FAZER CUMPRIR
A LEI. SAÚDE E SOCIEDADE. V.2, N.1, P.9-24, 1993.
FIORI, J. L. PARA UMA ECONOMIA POLÍTICA DO ESTADO BRASILEIRO. SÃO PAULO: FUNDAP,
1993. (TEXTO PARA DISCUSSÃO IESP, N. 11).
LEITE, C. C. A CRISE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. RIO DE JANEIRO: ZAHAR, 1981.
MENDES, E. V. A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO SUS. FORTALEZA: ESCOLA DE SAÚDE
PÚBLICA DO CEARÁ, 2002.
______. UMA AGENDA PARA A SAÚDE. 2 ED. SÃO PAULO: HUCITEC, 1999.
MENDES, E. V. (ORG.). DISTRITO SANITÁRIO: O PROCESSO SOCIAL DE MUDANÇA DAS POLÍTICAS
SANITÁRIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. SÃO PAULO: HUCITEC; RIO DE JANEIRO: ABRASCO,
1993.
12. LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO:
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de caracterizar as pesquisas produzidas
pela enfermagem brasileira em oncologia. O levantamento bibliográfico abrangeu as publicações nacionais
em enfermagem, de 1980 a 2004, sendo identificados 84 artigos que compuseram a amostra do estudo. Os
resultados apontaram a falta de esclarecimentos para demonstrar o rigor dos estudos nos artigos
analisados. Sugerimos identificar prioridades de pesquisa, refinar estratégias de síntese de resultados de
pesquisa, conduzir com rigor os estudos, respeitando-se as etapas do método científico e maior cuidado na
elaboração dos relatórios encaminhados para publicação.
INTRODUÇÃO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para o alcance do objetivo geral, optamos pelo método da revisão integrativa, visto
que ele possibilita sumarizar as pesquisas já concluídas e obter conclusões a partir de um
tema de interesse. Uma revisão integrativa bem realizada exige os mesmos padrões de
rigor, clareza e replicação utilizada nos estudos primários.
Foi desenvolvido um formulário de coleta de dados, que foi preenchido para cada artigo da
amostra final do estudo. O formulário permitiu a obtenção de informações sobre
identificação do artigo e autores; fonte de localização; objetivos, delineamento e
características do estudo; coerência teóricometodológica; análise dos dados, resultados e
discussão; conclusões e recomendações para a prática de enfermagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria dos estudos foi desenvolvida na região Sudeste, com destaque para as cidades
de São Paulo (21,4%), Rio de Janeiro (15,5%) e Ribeirão Preto (11,9%). Nesta região
foram implantados os primeiros Programas de Pós-Graduação em Enfermagem e hoje
concentra a maioria deles. Se considerarmos que o Brasil apresenta uma grande
diversidade socioeconômica e cultural entre suas regiões, a aplicação de resultados de
pesquisa provenientes de centros mais desenvolvidos economicamente fica comprometida
em regiões menos favorecidas e vice-versa, devido aos recursos tecnológicos e
qualificação profissional existente.
Na identificação das fontes para localização dos artigos, 52,4% são provenientes do
LILACS, e somente 13,1% foram localizados só pelo BDENF, sendo que os demais
constavam nas duas bases de dados. As palavras-chave mais utilizadas pelos autores
foram “enfermagem e câncer”, presentes em 76,2% dos estudos.
Neste estudo não utilizamos palavras-chave referentes aos sistemas corporais, o que
ampliaria a amostra do estudo. Como o nosso interesse era analisar a produção científica
nacional na enfermagem oncológica, de uma forma ampla, utilizamos as palavras com
maior probabilidade de aparecerem nos artigos.
Verificamos que 66,7% dos artigos apresentam os objetivos do estudo de forma clara, ou
seja, possibilitam o fácil entendimento do leitor; 23,8% não apresentam objetivos, e 9,5%
não relatam adequadamente os objetivos do estudo.
Outro aspecto importante dos trabalhos publicados pela enfermagem é que poucos artigos
científicos 16 (19,0%) são derivados de dissertações ou teses.
Dentre os estudos quantitativos, 7 (8,3%) são não-experimentais; entre esses fazem parte:
estudo retrospectivo, longitudinal, pesquisa metodológica, levantamento e revisão
bibliográfica. Dez (11,9%) seguem delineamentos quantitativos, mas não discriminaram o
tipo de método.
Chamou-nos a atenção o fato de não encontrarmos nenhum estudo que utilizou o desenho
experimental ou o quase-experimental, já que os resultados desses estudos permitem a
validação da prática clínica. Apesar de os experimentos apresentarem algumas limitações
de caráter ético, devido às variáveis que tecnicamente podem ser manipuladas, mas
eticamente não são aceitas, são esses estudos que melhor respondem ao teste das
hipóteses causais.
No que se refere à ética, identificamos que 35 (41,7%) dos artigos não apresentam
nenhuma consideração. Esse resultado pode ser justificado devido à Resolução 196, que
determina que toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida a uma
avaliação ética, entrou em vigor somente em 1996.
Somando-se as amostras dos 84 estudos, obtivemos o total de 2084 sujeitos que foram
selecionados pelos enfermeiros pesquisadores. Porém nem sempre os estudos
especificam a estratégia utilizada para a seleção da amostra, o que deixa dúvidas se ela é
representativa da população que se pretendeu investigar.
Outro resultado obtido é que 77 (91,7%) dos relatórios de pesquisa apresentam com
clareza o problema do estudo, permitindo o entendimento do leitor, e 7 (8,3%) não
apresentam o problema do estudo.
No Brasil, como não há o estabelecimento de prioridades de pesquisa na enfermagem em
geral e na oncológica, como ocorre em outros países, apreendemos que os problemas de
pesquisa descritos estão relacionados ao interesse particular de cada pesquisador.
Destacamos que 39,3% dos artigos apresentaram um quadro teórico para fundamentar o
objeto de pesquisa; no entanto, poucos deles apresentaram com clareza os conceitos da
teoria selecionada para análise e interpretação dos resultados. Os quadros teóricos foram
variados, extraídos da bibliografia nacional e internacional, com destaque para o
referencial da fenomenologia.
Salientamos que, em algumas situações, a teoria descrita não apresentou relação com os
resultados encontrados. Também apreendemos que a forma como a teoria foi
apresentada dificulta o entendimento do leitor, devido ao uso de termos e expressões
específicas, que podem não ser de seu conhecimento, dificultando a sua interpretação dos
resultados.
Segundo publicações estrangeiras, várias são as áreas que necessitam ser investigadas,
devido à falta de conhecimento sobre a experiência do câncer, entre grupos sociais, e da
efetividade das ações de enfermagem, tal como: sintomas do câncer e efeitos colaterais
das terapêuticas, aspectos psicossociais e comportamentais, efeitos tardios das
terapêuticas, e outras, com diferentes delineamentos metodológicos.
Por fim, identificamos que 60 (71,4%) dos artigos apresentam recomendações para a
realização de pesquisas futuras, como complementação dos resultados encontrados; e 24
(28,6%) não fazem nenhum tipo de recomendação.
Com base nos resultados, alguns autores fazem recomendações específicas para a
mudança da prática clínica, mas não apresentaram com clareza o método utilizado, a
população estudada, a representatividade da amostra selecionada, tempo de coleta de
dados, a relação dos resultados com o referencial de escolha, justificativa da escolha do
método para alcance dos objetivos e, até mesmo, o preparo dos pesquisadores para o
desenvolvimento do estudo, fatores que determinam o rigor de um estudo científico.
Por essas interpretações, consideramos que apenas alguns dos artigos apresentaram
coerência entre os objetivos propostos e o quadro teóricometodológico utilizado.
No entanto, como pontos positivos dos estudos realizados, destacamos: aspectos gerais e
específicos para o plano de cuidados; compreensão da experiência do câncer entre
pacientes, familiares e equipe de enfermagem, fornecendo dimensões ou variáveis para a
construção de instrumentos, por exemplo, de avaliação da qualidade de vida e do cuidado;
reflexões críticas sobre o cuidado, destacando a questão da interdisciplinaridade e
integralidade; além de propostas para o desenvolvimento de pesquisas futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS