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EMC 6004 – MÉTODOS MATEMÁTICOS EM ENGENHARIA E CIÊNCIAS TÉRMICAS Profa. Marcia B. H.

Mantelli – EMC - UFSC

1. INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Exemplo 1.1: Determine a distribuição de temperatura em uma barra de


comprimento infinito, espessura l, mantida aos níveis de temperatura T1 e T2 nas suas
laterais.

Solução: A equação do calor unidimensional em regime permanente em coordenadas


retangulares é dada por:

d 2T
= 0, (1.1)
dx 2

Sujeita as condições de contorno:

T ( x = 0) = T1 (CC1)

T ( x = l ) = T2 (CC2)

A distribuição de temperatura, T(x), pode ser obtida integrando-se a Eq. 1.1 duas
vezes em relação à x, obtendo-se:

= C1 e T (x ) = C1 x + C 2 , onde as constantes de integração C1 e C2 podem ser


dT
dx
determinadas a partir das condições de contorno resultando em:

T1 = C1 .0 + C 2 , C 2 = T1 (CC1)

T2 − T1
T2 = C1 .l + T1 , C1 = (CC2)
l
T − T1
Finalmente: T (x ) = 2 x + T1 . Ou seja a distribuição de temperatura é linear,
l
conforme mostra a Fig. 1.1.

Fig. 1.1. Condução unidimensional de calor em uma placa plana.

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Exemplo 1.2: O combustível de um reator nuclear consiste de uma esfera de um


material de raio R, cercado por uma proteção esférica, refrigerada por um fluido
refrigerante. A energia nuclear interna gerada na esfera pode ser aproximada pela


( )
parábola: q ′′′ = q0′′′1 − r
2
 , onde r representa a variável raio e q ′′′ é a geração da
R  0

energia nuclear no centro da esfera. Determinar a distribuição de temperatura no


elemento.
A distribuição de temperatura T (r ) pode ser dada a partir da solução da EDO:

d  2 dT  q0′′′ 
r
dr  dr  k 
2


( )
 + 1 − r R  r = 0,
2
T (r = 0 ) = finito e T (r = R ) = T p ,

onde Tp é a temperatura na interface entre o elemento resistivo e a proteção térmica e k é


a condutividade térmica do material combustível.

q’’’
R

Solução: Re-alocando a segunda parcela da soma para o lado direito da igualdade e


integrando-se a expressão em r, obtém-se:

q 0′′′   r   2 q ′′′  r 3
2
dT r5 
r2
= − ∫ 1 −    r dr = − 0  −  + C1 .
dr k   R   k  3 5R 2 

Dividindo-se por r2 e integrando-se novamente em r, obtém-se:

q 0′′′  r 2 r 4  C1
T =−  − − + C2 .
k  6 20 R 2  r

Para que a CC 1 seja satisfeita, ou seja, lim T = temperatura finita , C1 deve ser
r →0
7 q0′′′ 2
igual a zero. Já a CC 2 estabelece que C2 = Tp + R . Assim, rearranjando a
60 k
expressão da distribuição de temperatura, temos:

2
1 1 r 
2
k
(T − Tp ) =   −  
 7  r
 −   .
q 0′′′ R 2
 60   R   6 20  R  

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1.1. DEFINIÇÕES:

Equações diferenciais (ED): contém uma ou mais derivadas da função em


consideração. Exemplo: Eq. 1.1.

Equações diferenciais ordinárias (EDO): Contém apenas derivadas ordinárias,


ou seja, todas as derivadas são em relação a uma única variável.

Equações diferenciais parciais (EDP): Contém derivadas parciais em relação a


duas ou mais variáveis independentes.

Exemplos:
d 2θ g
• Movimento angular de um pêndulo: + senθ = 0 : EDO (variável
dt 2 l
dependente θ(t))

• Equação da onda (deslocamento da membrana de um tambor):


 ∂ 2u ∂ 2u  ∂ 2u
c 2  2 + 2  = 2 : EDP (variável dependente u(x,y,t))
 ∂x ∂y  ∂t

Ordem de uma ED: ordem da maior derivada

Exemplo:

• Equação biharmônica – função corrente do movimento de um fluido viscoso:

∂ 4u ∂ 4u ∂ 4u
+ 2 + =0 Ordem 4
∂x 4 ∂x 2 ∂y 2 ∂y 4

Solução de uma ED: função cuja substituição na ED reduz a equação a uma


identidade, para algum domínio particular.

Exemplo:

A função y (x ) =
1
• é solução da EDO y ′ + y 2 = 0 , sobre qualquer intervalo, já
x
1 1
que: − 2
+ 2 = 0.
x x

Problema do valor inicial: solução da ED sujeita às condições especificadas em


um ponto (condições iniciais, normalmente, mas não necessariamente, associadas a
fronteira inferior do domínio).

Problema do valor de contorno: solução da ED sujeita às condições de


contorno, associadas às fronteiras do domínio – condições de contorno.

ED lineares: A variável dependente aparece de forma linear, ou seja os


coeficientes não estão associados à variável dependente.

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ED não lineares: De outra forma.

Exemplo: a 0 (x ) y n (x ) + a1 (x ) y n −1 (x ) + a 2 (x ) y n − 2 (x ) + ....... + an(x ) y (x ) = f (x )

Linear - se a0(x), a1(x) ...an(x), forem funções apenas de x.

Não linear - de outra forma.

ED homogêneas: Para a ED:


a 0 (x )y n (x ) + a1 (x ) y n −1 (x ) + ....... + an(x ) y (x ) = f (x ) , f (x ) = 0 .

ED não homogêneas: Para a ED:


a 0 (x )y n (x ) + a1 (x ) y n −1 (x ) + ....... + an(x ) y (x ) = f (x ) , f (x ) ≠ 0 .

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