CSTR COM TROCADOR

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Balanço de energia no estado estacionário em CSTR

Antes de proceder aos estudos de um CSTR com trocador, é necessário


realizar o balanço de energia para o mesmo, que é análogo ao balanço de um
PFR que já foi abordado anteriormente, onde é possível chegar na seguinte
equação:

Q – Ws - FAo.ΣΘi.Cpi.(T - Tio) – [ΔH°RX(TR) + ΔCp.(T - TR)].FAo.X = 0

Q−W s−F Ao . ∑ θ i . C Pi . ( T −T io )−[ ∆ H ° RX ( T R ) + ∆ C P . ( T −T R ) ] . ( F A 0 . X ) =0

Onde:
Q  Calor
Ws  Trabalho
FA0  Vazão molar
Θi = Fio/FAo
Cpi  Capacidade calorífica a pressão constante da espécie i
T  Temperatura final
Tio  Temperatura inicial da espécie i
ΔH°RX(TR)  Calor de reação na temperatura de referência
ΔCp  Variação na capacidade calorífica a pressão constante
TR  Temperatura de referência
X  Conversão

Em muitos cálculos, o balanço molar de um CSTR utiliza-se F Ao.X = -


rA.V, realizando o rearranjo obtemos:
Q−W s−F Ao . ∑ θ i . C Pi . ( T −T io )+ [ ∆ H ° RX ( T R ) ] . ( r A . V )=0

Calor adicionado ao reator, Q


O fluxo de calor para um reator, Q, pode ser determinado em termos do
coeficiente global de transferência de calor, U, da área de troca térmica, A, e da
diferença entre a temperatura ambiente, T a, e a temperatura de reação, T. Na
figura 8-12 do Cremasco é possível observar um reator CSTR com um trocador
de calor de tubos.

É possível analisar que, se o fluido de troca térmica entra no CSTR a


uma temperatura Ta1, sai a uma temperatura Ta2 e a temperatura dentro do
CSTR é uniforme, T, chamada temperatura de reação. Sendo assim, temos a
expressão da taxa de transferência de calor do trocador para o CSTR:
U . A .(T a 1−T a2 )
Q=
T −T a 1
ln ⁡
T −T a 2

Balanço de energia para um fluido refrigerante


As deduções que serão feitas a partir de agora são baseadas em um
fluido refrigerante, ou seja, uma reação exotérmica, porém também se aplicam
a meios de aquecimento, reação endotérmica. Como primeira aproximação,
vamos considerar um estado estacionário para o escoamento do fluido
refrigerante, desprezando o termo de acúmulo. Dessa forma, teremos o
seguinte balanço de energia para o trocador de calor:

Taxa de energia que Taxa de energia que Taxa de transferência


entra associada ao sai associada ao de calor do trocador 0
escoamento escoamento para o reator

U . A . ( T a 1−T a2 )
mc . C Pc . ( T a 1−T R ) −mc . C Pc . ( T a 2−T R ) − =0
T −T a1
ln
T −T a2
Onde CPc é a capacidade calorífica do fluido refrigerante. Ao pegar essa
equação e colocar os termos comum em evidência, chegamos a:
U . A .(T a 1−T a 2)
Q=mc . C Pc . ( T a 1−T a 2 )=
T −T a 1
ln ⁡
T −T a 2
Resolvendo para a temperatura de saída do fluido refrigerante, T a2, a
equação toma a seguinte forma:

T a 2=T −( T −T a 1 ) . exp ( −U
m .C )
c
.A
Pc

Uma vez que encontramos uma expressão para a temperatura de saída


do fluido refrigerante, podemos substitui-la na equação do calor, tomando a a
seguinte forma:

{ [ (
Q=mc . C Pc . ( T a 1−T ) . 1−exp
−U . A
mc .C Pc )]}
Esta é a equação para transferência de calor em um reator CSTR.

Para valores grandes da vazão do fluido refrigerante, o termo


exponencial será pequeno e pode ser expandido em uma série de Taylor,
sendo os termos de segunda ordem negligenciados, resultando em:

[ (
Q=mc . C Pc . ( T a 1−T ) . 1− 1−
U.A
mc . C Pc )]
Q=mc . C Pc . ( T a −T )
Em vazões elevadas de fluido refrigerante, é válida a aproximação de T a
= Ta2 = Ta1.
Enfim, podemos substituir a equação de troca térmica deduzida na
equação do balanço de energia mostrada no início, desprezando o trabalho,
Ws, e a variação da capacidade calorífica, ΔCp, obtendo a seguinte equação:
U.A
. ( T a −T ) −∑ θi . C P . ( T −T 0 )−∆ H ° RX . X=0
F Ao
Como estamos interessados na conversão química que ocorre no reator,
podemos rearranjar a equação do balanço em função da conversão:
U.A
. ( T a−T ) + ∑ θi . C P . ( T −T 0 )
F Ao
X=
[−∆ H ° RX ]
Essa equação é acoplada com a equação do balanço molar para
dimensionar os reatores CSTRs, ficando a cinética de reação em função da
conversão e da temperatura:
F Ao . X
V=
−r A (X , T )

Se fizermos mais alguns rearranjos no balanço de energia encontrado,


levando em consideração o termo ∑ θ i . C P=C Po, obtemos:

C Po .
( FU ..CA ) . T + C
Ao Po
a Po . T o−C Po .
( FU ..CA ). T −∆ H °
Ao Po
RX . X =0

Podemos definir duas constantes a fim de facilitar a álgebra da equação:


U.A k .T a +T o
k=
F Ao .C Po
e T c=
1+k
Com as constantes definidas e substituindo no balanço, obtemos:
−X . ∆ H ° RX =C Po . (1+ k ) .(T −T c )
Essa equação mostra a relação entre a energia liberada ou absorvida
pela reação química, e a quantidade de energia necessária para aquecer ou
resfriar o sistema até a temperatura T.

Podemos também rearranja-la em termo da conversão ou em termo da


temperatura do reator, ficando da seguinte forma:

X= e
C Po . ( 1+k ) .(T −T c ) −∆ H ° RX . X
T =T c +
−∆ H ° RX C Po .(1+ k)

Essas equações evidenciam como a conversão depende da diferença de


temperatura entre o reator e a temperatura crítica. Bem como a temperatura do
reator pode ser calculada conhecendo-se a conversão e os parâmetros de
energia e calor do sistema.
Por fim, com esse raciocínio e equacionamento, é possível modelar o
comportamento de um CSTR em condições não-isotérmicas, fornecendo uma
base para prever a temperatura e a conversão durante a reação.

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