TransCal - Unidade II - Parte 2 - Exercicios Resolvidos

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Transferência de Calor

Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

UNIDADE 2
CONDUÇÃO DE CALOR EM REGIME
PERMANENTE E TRANSIENTE
(Parte 2)
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Exemplos:

1) Uma face de uma placa de cobre de L = 3cm de


espessura é mantida a 400oC, e a outra face é mantida a
100oC. Calcule a temperatura na linha central da placa, x
= L/2.

R.: T(L/2) = 250º C

2 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Condições de Contorno:
x = 0  T = T1
Temperatura da superfície constante:
x = L  T = T2

T1

T( x ) =
(T2 − T1 )
x+T
T2
1
L
x=0 x=L
x

3 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Temperatura em x= L/2:

(T2 − T1 )  L 
T(L / 2) =   + T1 T1
L 2
T2

(T2 − T1 )
T(L / 2) = + T1 x=0 x=L
2 x

Substituindo os valores:
(100 − 400)
T(L / 2) = + 400 T(L / 2) = 250o C
2
4 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

2) Para o exemplo anterior, determine o fluxo de calor por


unidade de área através da parede, considerando k = 370
W/moC.

R.: 3,7MW/m2

5 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Para determinar o fluxo de calor quando se tem a função de


temperatura, usa-se a lei de Fourier na forma de equação
diferencial:
q dT
= −k
A dx
Em seguida, deriva-se a função da temperatura em relação a
x e substitui-se na equação acima...

6 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

A função da temperatura para este problema é dada por:


(T2 − T1 )
T( x ) = x + T1
L
dT (T2 − T1 )
A sua derivada primeira é: =
dx L

Substituindo na Lei de Fourier, encontra-se:

q  (T2 − T1 )
= −k  dT
A  L 
dx

7 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Substituindo os valores...

q (100 − 400)
= −370
A 0,03

q
= 3,7 x106 W / m 2
A

8 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


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Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

3) Observa-se que a distribuição de temperaturas, em regime


estacionário, no interior de uma parede unidimensional com
condutividade térmica de 50W/mK e espessura de 50mm tem a forma
T(x) = 200 - 2.000x2, onde x é dado em metros.
(a) Qual a temperatura em x = L/2? R.: T(L/2) = 198,75oC

W
(b) Qual o fluxo de calor em x = 0 e x = L? R.: q = 0
m2
W
q = 10.000
m2
W
(c) Qual a taxa de geração de calor na parede? R.: q = 2,0 10 5

m3
9 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Função de temperatura: T(x) = 200 - 2.000x2

a) Qual a temperatura em x = L/2?

T(L/2) = 200 - 2.000(L/2)2 = 200 – 2.000(0,05/2)2


T(L/2) = 198,75oC

10 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Função de temperatura: T(x) = 200 - 2.000x2

(b) Qual o fluxo de calor em x = 0 e x = L?

A derivada primeira da função de temperatura é:

dT
= −4.000x
dx
q
Substituindo na Lei de Fourier, encontra-se: = −k  (− 4.000x )
A

11 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Substituindo os valores:

q
Para x = 0: = −50  (− 4.000  0)
A
q w
=0 2
A m
q
Para x = L = 0,05m: = −50  (− 4.000  0,05)
A
q w
= 10.000 2
A m
12 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
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(c) Qual a taxa de geração de calor na parede?

A geração de calor está relacionada com a função de temperatura pela


equação diferencial simplificada da equação geral da condução para o
problema unidimensional, permanente, com geração de calor, como visto
antes:
d 2T q
2
+ =0
dx k
Ou ainda, isolando-se q’’’:

d 2T
q = −k
dx 2
13 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

A derivada primeira da função de temperatura é:


dT
= −4.000x
dx
d 2T
E a derivada segunda: 2
= −4.000
dx

d 2T
Substituindo-se na equação: q = −k
dx 2

Tem-se: q = −k (− 4.000 )


14 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
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Substituindo os valores: q = −50(− 4.000)

w
q = 200.000
m3

15 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

4) Um reator nuclear de alta temperatura com resfriamento a gás é


formado por uma parede cilíndrica composta, na qual um elemento
combustível de tório (kT = 57W/mK) encontra-se envolto em grafite
(kG = 3W/mK) e hélio gasoso escoa através de um canal anular de
resfriamento. Considere condições nas quais a temperatura do hélio é de
Tinf = 600K e o coeficiente de transferência de calor por convecção na
superfície externa do grafite é h = 2000W/m2K. Se energia térmica
[W/m3] é uniformemente gerada no elemento combustível a uma taxa
q’’’ = 108W/m3. Quais são as temperaturas T1 e T2 nas superfícies interna
e externa, respectivamente, do elemento tório?
R.: T1 = 938K e T2 = 931K
16 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
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Sup.
adiabática

17 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Solução:

Questionamentos:
1) É possível calcular o fluxo de calor da superfície a T1 até
o meio gasoso, a Tinf ? Por que?

2) É possível calcular o fluxo de calor da superfície a T2 até


o meio gasoso, a Tinf ?
3) O que deve ser feito para determinar T1?

18 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Solução:

Questionamentos:
1) É possível calcular o fluxo de calor da superfície a T1 até
o meio gasoso, a Tinf ? Por que?

Não!!! Porque o material tório tem geração de


calor!!!

19 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Solução:

Questionamentos:
2) É possível calcular o fluxo de calor da superfície a T2 até
o meio gasoso, a Tinf ?

Sim!!! Acha-se com isso T2.

20 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Fluxo de calor por unidade de


comprimento:

(T2 − Tinf )
q/L =
ln(r3 / r2 ) 1
+
k G  2 h  2  r3

A equação acima possui duas incógnitas: q/L e T2!!!

21 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

O fluxo de calor por unidade de


comprimento pode ser
determinado da geração
de calor!!!
q q
q =  q =
 (r22 − r12 )L

Área do anel para o tório!!!


1 q
q = 
(r2 − r1 )
2 2 L
Fluxo por comprimento!!!
22 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Isolando o q/L e substituindo os valores...

q
= q  (r22 − r12 )
L

q
L

= 108   (0,011) 2 − (0,008) 2 
q
= 17.907,07813W / m
L

23 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Agora pode-se determinar T2:

 ln(r3 / r2 ) 1 
T2 = q / L   +  + Tinf
 k G  2 h  2  r3 

 ln(0,014 / 0,011) 1 
T2 = 17.907,1   +  + 600
 3  2 2.000  2  0,014 

T2 = 930,89K  931K

24 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Solução:

Questionamentos:
3) O que deve ser feito para determinar T1?

Determinar a função de
dT
temperatura para o tório
r = r1  =0
dr
usando como condições
de contorno: r = r2  T = T2

25 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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1 d  dT  q
 r  + = 0 (Equação 7)
r dr  dr  k

dT
r = r1  =0
dr
Condições de Contorno:

r = r2  T = T2

26 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Integrando duas vezes a Equação 7, tem-se:

q 2
T(r ) = − r + C1 ln r + C 2 (Equação 8)
4k

Substituindo as condições de contorno já estabelecidas


anteriormente, pode-se determinar as constantes de
integração C1 e C2. Assim,

27 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

dT
CC#1 : r = r1  =0
dr

dT q C1
=− r+
dr 2k r
q C1
0 = − r1 +
2k r1

q 2
C1 = r1
2k

28 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

CC#2 : r = r2  T = T2

q 2
T(r ) = − r + C1 ln r + C 2
4k
q
T2 = − (r2 )2 + C1 ln r2 + C2
4k

q
C2 = T2 + (r2 )2 − C1 ln r2
4k

29 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
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Substituindo o valor de C1, tem-se:

q 2  q 2 
C2 = T2 + r2 −  r1  ln r2
4k  2k 

30 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Substituindo as constantes de integração C1 e C2, na Equação


8, tem-se:

q 2  q 2  q 2  q 2 


T(r ) = − r +  r1  ln r + T2 + r2 −  r1  ln r2
4k  2k  4k  2k 
Simplificando...

T(r ) = T2 +
q 2 2
r2 − r + (
q 2  r 
r1 ln  )
4k T 2k T  r2 

31 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Quando r = r1 => T = T1,


Assim...

T(r ) = T2 +
q 2 2
(
r2 − r +
q 2  r 
)
r1 ln 
4k T 2k T  r2 

T1 = T2 +
q 2 2
(
r2 − r1 + )
q 2  r1 
r1 ln 
4k T 2k T  r2 
32 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Substituindo os valores das variáveis, tem-se:

108
 
8
10 2  0,008 
T1 = 931 + (0,011) − (0,008) +
2 2
(0,008) ln 
4  57 2  57  0,011 

T1 = 938,122K  938K

33 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

5) Um fio de aço inoxidável AWG No 10, de comprimento igual a


1ft, raio externo igual a 0,051in e k = 10Btu/h ft oF, é usado
como um aquecedor de resistência elétrica, numa experiência de
laboratório.
A queda de voltagem, E, medida através do fio é de 20volts e a
corrente, I, é de 40A. A temperatura da superfície do fio, medida
por um termopar ligado, é igual a 600oF. Encontre a temperatura
máxima do fio.
Dados: 1W = 3,412Btu/h e 1ft = 12in

E
Potência elétrica: I R = I = EI
2 2
I
R.: Tmax = 622oF
34 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
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Solução:
E
Cálculo da potência elétrica: I 2 R = I 2 = EI
I
EI = 20  40 = 800W

Pela relação, 1W = 3,412Btu/h EI = 800W = 2.729,6Btu / h


As condições de contorno do problema são adiabático no eixo do
fio (condição geral para cilindro sólido) e temperatura constante na
superfície. Assim, a equação para este problema, já determinada, é
dada por:

T(r ) =
q 2 2
4k
(
R s − r + Ts )
35 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva
Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Solução:
A temperatura máxima do fio é no eixo (adiabático), ou seja, em
r = 0, assim:

T(r ) =
4k
(
q 2 2
R s − r + Ts ) T(0) = Tmax =
4k
(
q 2 2
)
R s − 0 + Ts

q 2
Tmax = R s + Ts
4k

36 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Solução:
É necessário determinar o calor gerado q”’:

2.729,6
q
q = =
q
=
q q = 2
 A.L R s2 L  0,051 
  1
 12 

q = 48.102.901Btu / hft 3 = 48,1x106 Btu / hft 3

37 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva


Transferência de Calor
Unidade 2 – Condução de Calor em Regime Permanente e Transiente

Solução:
Substituindo os valores na equação, tem-se:

q 2
Tmax = R s + Ts
4k
2
48,1x106  0,051
Tmax =   + 600
4 10  12 

Tmax = 621,7 o F  622o F

38 Profa. Maria das Graças Enrique da Silva

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