Dissertacao Fabiano
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Rio de Janeiro
Dezembro/2008
CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE CONVERSÃO PARA DOSE EFETIVA PARA
PRÓTONS UTILIZANDO SIMULADOR ANTROPOMÓRFICO MATEMÁTICO
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Ademir Xavier da Silva, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Delson Braz, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Denison de Souza Santos, D.Sc.
iii
À minha esposa Alessandra,
e ao meu irmão.
iv
AGRADECIMENTOS
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.)
Dezembro/2008
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
December/2008
This work aims to calculate conversion coefficients from fluence to absorbed dose to
organs and to effective dose for monoenergetic protons of energy that range from 20 MeV to
10 GeV, using the code MCNPX and a mathematical anthropomorphic model. The absorbed
doses in the organs were calculated for a simulated whole body irradiation with a plane beam,
for the geometries of irradiation antero-posterior and postero-anterior. It was found that the
values of absorbed dose per unit of fluence grow with increasing energy, reaching a
maximum between 100 MeV and 200 MeV, and then decrease slowly with the increase of
energy of the proton, followed by a plateau in the region of 500 MeV to 10 GeV. The
conversion coefficients for the effective dose, obtained from the data absorbed in the body
and the factors wR and wT recommended in the ICRP Publication 103, are in the range
between 168 and 1380 pSv.cm2 for the AP geometry, and between 17 and 1350 pSv.cm2 for
the PA geometry. It was observed that the change in the values of the weighting factors wR
and wT, recommended by ICRP 103, causes an average 150% discrepancy between the
conversion coefficients for the effective dose using weighting factors wR and wT
recommended in the publication ICRP 60.
vii
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
viii
2.3.4.2 - Fatores de Peso do Tecido ................................................................................19
ix
4.1 - Dose Absorvida nos órgãos por unidade de fluência, DT/Φ ......................................41
4.3 - Comparação dos valores de E/Φ obtidos pelo código MCNPX com os encontrados na
literatura ..........................................................................................................................57
ANEXO I .......................................................................................................................66
x
Capítulo 1
Introdução
Em várias áreas da atividade humana os prótons estão presentes como uma radiação
principal e necessária ou como um subproduto indesejável. Feixes de prótons são
empregados em três áreas da atividade humana: científica, médica e industrial.
1
Universidade de Loma Linda, na França em Nice e Orsay e na Bélgica na Universidade
Católica de Louvain (1991). (WEBB, 2001). Vários centros de terapia de câncer em
operação no mundo, estão planejando a implementação da prótonterapia num futuro bem
próximo. Até o final desta década existe um prognóstico de que, ao menos, 10 instalações
deste tipo estejam em funcionamento na América Latina, sendo o Brasil um forte candidato
para sediar algumas delas.
2
1.1 Coeficientes de conversão para feixes de prótons
Uma vez que experimentos com radiação em seres humanos para determinação da
dose absorvida não são recomendáveis, torna-se necessária utilização de simulações
computacionais e um modelo de exposição que represente o corpo humano exposto à
radiação. Um modelo de exposição é um arranjo físico ou computacional capaz de
determinar tanto a dose absorvida no corpo humano, quantas grandezas mensuráveis e
relevantes para o problema abordado.
3
estes resultados são expressos na forma de coeficientes de conversão, razões entre as doses
absorvidas em órgãos e tecidos radiossensíveis e grandezas mensuráveis. Assim, se as
condições simuladas com o modelo de exposição corresponderem à situação real, medidas
rotineiras de dosimetria podem ser interpretadas em termos de dose absorvida através do
produto da leitura do instrumento medidor pelo correspondente coeficiente de conversão
(ICRP 74, 1996).
Alguns trabalhos vêm aplicando o método de Monte Carlo para simulação de feixes
de prótons, como o Geant4 (EVSEEVE et al., 2007), MCNPX (BOZURT et al., 2004),
PTRAN (BERGER,1993a), SRNA-2KG, FLUKA-2002 (FASSO et al., 2000) e o
VMCPRO (FIPPEL et al., 2004), em simuladores que procuram representar o corpo
humano da melhor forma possível e, atualmente, são utilizados simuladores
antropomórficos do tipo geométrico e do tipo voxel.
4
um fantoma matemático hermafrodita formado por sessenta e oito regiões que representam
os vários órgãos e tecidos do corpo humano. Nas simulações foram executadas dezessete
energias discretas que variam de 5 MeV a 10 TeV e os coeficientes de conversão foram
calculados utilizando os fatores de peso de radiação, wR, e os fatores de peso para o tecido
T, wT, recomendados pela publicação número 60 da ICRP.
Em 2007, a ICRP publicou o relatório número 103 com novas recomendações para
os valores dos fatores de peso da radiação, wR, e os fatores de peso para o tecido, wT. Os
dados atuais dos detrimentos relativas à radiação diferem dos dados da publicação 60
(ICRP 60). Foram propostas mudanças de wT para as mamas (0,05 para 0,12), as gônadas
(0,20 para 0,08), órgãos remanescentes (0,05 para 0,12) e recomendam-se valores
específicos, de 0,01, para o cérebro e para glândulas salivares. Para o fator de peso da
radiação (wR) para prótons, a nova recomendação propôs a mudança de 5 para 2 no valor
de wR. É oportuno salientar que não foram encontrados na literatura coeficientes de
conversão de fluência para a dose efetiva que consideram os fatores de peso wR e wT
recomendados pela ICRP 103 para sua determinação.
1.2 Objetivo
5
MCNPX e um simulador antropomórfico matemático, e estabelecidos os seguintes
procedimentos:
6
Capítulo 2
Considerações Teóricas
O próton (com massa igual a 1,672 × 10 −27 kg) apresenta uma massa muito maior do
que a do elétron (com massa igual a 9,109 × 10 −31 kg) e por esta razão perde uma pequena
parte de sua energia numa única interação, sendo defletidos por pequenos ângulos em cada
interação, percorrendo assim, um caminho aproximadamente retilíneo pela matéria, ao
contrário do que ocorre com feixes de fótons ou elétrons.
7
da trajetória é possível determinar a profundidade de penetração do feixe e a localização do
pico de Bragg (Figura 2.1), diferente dos fótons e dos elétrons, que perdem a maior parte de
suas energias muito próximo à superfície do corpo, depositando sua energia
exponencialmente ao longo de suas trajetórias no tecido (Figura 2.2).
Figura 2.1. Deposição de energia ao longo do tecido equivalente (CARLSSON et al, 1997).
8
De acordo com ATTIX et al. (1968), as interações do próton com a matéria podem
ser divididas em três categorias:
9
Segundo ATTIX et al. (1968), pelo fato de existir a contribuição de vários
processos nesta transferência energética, o poder de freamento é dividido em três intervalos
de energia:
-5
i) Baixa energia (E < 10 m0c2);
-5
ii) Média energia ou energia intermediária (10 m0c2≤ E < m0c2);
iii) Alta energia (E ≥ m0c2).
Onde m0c2=938 MeV refere-se à energia de repouso do próton.
Basicamente, uma reação nuclear consiste num processo que ocorre quando uma
partícula nuclear incidente, também chamada de projétil, interage com uma partícula
nuclear alvo, tendo como resultado a produção de um núcleo residual e a ejeção de outras
partículas nucleares em várias direções possíveis (BLATT et al., 1979).
10
às interações nucleares. Este decréscimo é aproximadamente 1,5% por centímetro do
alcance.
As reações nucleares induzidas por prótons podem ser divididas em três condições:
i) Energias Altas
Quando a energia das partículas incidentes é maior que 10 MeV, pode ser
emitida mais que uma partícula. Freqüentemente, o núcleo composto decai emitindo um
nêutron, sendo que o núcleo residual pode ser deixado num estado suficientemente
excitado para a emissão de um segundo nêutron. Em energias ainda maiores, podem ser
emitidos três nêutrons (KAPLAN, 1978).
Quando uma partícula carregada (próton) com alguns MeV de energia passa
através de um núcleo alvo, este é sujeito a um campo elétrico que varia rapidamente. Esse
campo pode dar origem a transições do estado fundamental para estados excitados do
núcleo alvo. Um estado excitado produzido desta maneira decai então por emissão de raios
γ ou conversão interna de elétrons (KAPLAN, 1978).
11
elétrons secundários, produzidos pelos prótons, possuírem baixa energia, os efeitos nas
paredes das câmaras de ionização são reduzidos.
Segundo a ICRU (1998) a dose absorvida devido ao feixe de prótons pode ser
dosimetricamente determinada usando qualquer material diferente do material de interesse.
Utilizando-se um gás para se fazer a dosimetria, a ionização produzida no mesmo pode ser
convertida para a dose absorvida no material de interesse.
φ)
2.2.1. Fluência (φ
dN
Φ= 2.1
da
12
onde dN é o número de partículas ou fótons incidentes sobre uma esfera de seção de área da.
dE tr
K= 2.2
dm
13
Para a determinação dos valores dos coeficientes de conversão de fluência para a
dose efetiva é necessária a utilização de:
2.3.1.Dose absorvida
d∈
D= (2.3)
dm
14
onde d∈ é a energia média depositada pela radiação ionizante no elemento de volume de
massa dm . A dose absorvida é expressa em J/kg no Sistema Internacional e o nome
especial para essa unidade é gray (Gy).
Como os efeitos da radiação podem variar com a qualidade da radiação, para uma
mesma dose absorvida, foi necessário criar um conceito com o qual fosse possível comparar
os efeitos devidos às diferentes qualidades de radiação. A dose equivalente utiliza um fator
para correlacionar os efeitos das diferentes qualidades de radiação comparativamente a uma
radiação de referência.
H T = DT , R ⋅ wR 2.4
E = ∑ wT H T 2.5
T
15
onde wT é o fator de peso para o tecido T e HT é a dose equivalente a ele atribuída.
Obviamente que,
E = ∑ wT ∑ wR .DT , R 2.6
T R
A dose absorvida é insuficiente, por si só, para avaliar um detrimento causado pela
exposição às radiações ionizantes. A fim de estabelecer uma correlação entre grandezas de
doses aplicadas em proteção radiológica e os efeitos estocásticos, dois tipos de fatores de
ponderação foram introduzidos, um fator de ponderação da radiação, wR, e um fator de
ponderação do tecido, wT.
16
efeitos estocásticos. A RBE é utilizada em radiobiologia para determinar as características
das diferentes eficiências biológicas de radiações ionizantes. Valores de RBE são dados
pela razão entre as doses absorvidas de dois tipos de radiação, produzindo o mesmo efeito
biológico especificado em idênticas condições de irradiação (valor de dose da radiação de
referência dividido pelo correspondente valor de dose da radiação considerada, o que causa
o mesmo nível de efeito).
> 20 MeV 5
17
Tabela 2.2. Fatores de peso da radiação (ICRP 103).
Fótons 1
Elétrons e muons 1
Prótons e pions 2
Nêutron wR em função da
energia (mostrado na
Figura 2.3).
25
ICRP 60
20
Função Degrau
(ICRP 60)
15
WR
10
ICRP 103
0
1,00E-06 1,00E-05 1,00E-04 1,00E-03 1,00E-02 1,00E-01 1,00E+00 1,00E+01 1,00E+02 1,00E+03
Figura 2.3: Fatores de peso de radiação, wR, para nêutrons versus energia dos nêutrons.
18
2.3.4.2. Fatores de Peso do Tecido, wT
Tabela 2.3. Fatores de peso para órgãos e tecidos específicos para o cálculo da dose efetiva
(ICRP 60, 1990).
19
Tabela 2.4. Fatores de peso para órgãos e tecidos específicos para o cálculo da dose efetiva
(ICRP 103, 2007).
Gônadas 0,08
Por outro lado, em termos de metrologia, era preciso estabelecer uma referência para
servir de padrão para definição das grandezas e contornar as diferenças de tamanho e forma
dos indivíduos expostos à radiação.
20
2.5. Fantomas Físicos
21
inicialmente projetado para ser usado no campo da Dosimetria Interna na determinação das
doses em órgãos e tecidos de interesse devido à incorporação de radionuclídeos. O trabalho
dos pesquisadores foi publicado em 1969, no Panfleto Nº. 5 do Medical International
Radiation Dose Committee – MIRD (SNYDER et al., 1969). Nele é apresentada a primeira
descrição matemática, este simulador ficou conhecido como “Simulador MIRD – 5” (Tabela
2.5).
Tabela 2.5: Composição química dos vários tecidos apresentados no modelo MIRD, exceto
recém-nascido, com o percentual de peso.
Percentual de Peso ( %)
Elemento Tecido Mole Esqueleto Pulmão
H 10,454 7,337 10,134
C 2,663 25,475 10,238
N 2,490 3,057 2,866
O 63,525 47,893 75,752
F 0 0,025 0
Na 0,112 0,326 0,184
Mg 0,013 0,112 0,007
Si 0,030 0,002 0,006
P 0,134 5,095 0,080
S 0,204 0,173 0,225
Cl 0,133 0,143 0,266
K 0,208 0,153 0,194
Ca 0,024 10,190 0,009
Fé 0,005 0,008 0,037
Zn 0,003 0,005 0,001
Rb 0.001 0.002 0.001
Sr 0 0,003 0
Zr 0,001 0 0
Pb 0 0,001 0
Densidade 1,04 g/cm3 1,.4 g/cm3 0,296 g/cm3
22
Oak Ridger National Laboratory (ORNL), obtendo um catálogo denominado “Body
Builder” que contém uma série de simuladores de corpo humano para diferentes idades,
pesos e tamanhos (KENNET, 2002). Neste simulador, o corpo humano é dividido em três
partes:
Junto entre as pernas do modelo masculino apresenta-se uma pequena região formada
por superfícies planas que contém os testículos, e junto ao tronco são apresentadas às mamas
da mulher por duas seções de elipsóide.
Os órgãos considerados neste catálogo são: pele, braços, pênis, osso das pernas, osso
dos braços, pelve, vértebra, cérebro e face, costela, clavícula, escápula, glândulas supra-
renais, crânio, mama, vesícula, estômago, esôfago, intestino delgado, cólon ascendente, cólon
transversal, cólon descendente, sigmóide, coração, rins, fígado, pulmão, ovário, pâncreas,
baço, testículos, timo, tireóide, bexiga, útero. Este modelo contém todos os órgãos e tecidos
relevantes à avaliação da dose efetiva, com algumas exceções:
(1) Para a simulação da dose efetiva, foram feitas as seguintes modificações sugeridas
pela literatura (ICRP 67, 1994) para o cálculo dos órgãos remanescentes, que
passaram de dez órgãos para oito órgãos, foram removidos, o cólon ascendente e
cólon transversal.
23
(2) Não existe nenhuma representação específica para medula óssea. O esqueleto é
modelado como uma mistura homogênea de vários elementos que o constitui, isto
é, osso duro, medula óssea e tecidos moles. Geralmente, a dose é representada no
esqueleto inteiro.
Define-se o método de Monte Carlo como sendo estudos de simulação para obtenção
de aproximações de variáveis de interesse, visando reproduzir, em um ambiente controlado,
o que se passa no mundo real. São amplamente utilizados na Engenharia de Avaliações,
notadamente na geração de cenários probabilísticos, na simulação de sistemas físicos
complexos, na validação de modelos probabilísticos, em projetos de reações nucleares, em
radioterapia para tratamento de câncer, nos cálculos acoplados nêutrons-fótons para
caracterizar a radiação ambiental em um reator nuclear, nos cálculos de criticalidade em
sistemas multiplicativos, em cálculos de fluência em vasos de pressão, em cálculos de
eficiência de detectores de radiação, na simulação de sistemas biológicos (incluindo corpo
humano) para aplicações em medicina nuclear especificamente na dosimetria.
24
O arquivo de entrada do MCNP (INP), permite ao usuário especificar: tipo de fonte,
de detector, configuração geométrica e condições gerais do sistema desejado, como
tamanho, forma, espectro de energia, composição da fonte de radiação bem como do meio
em que a radiação irá interagir e definição da geometria do detector desejado.
As seções a seguir descrevem com mais detalhes o código MCNP e suas versões
mais atuais.
Título do Problema:
Primeira linha dos dados de entrada, limitada a 80 colunas.
25
Blocos de Dados - “DATA Cards”
Dados de entrada onde se definem os parâmetros da física do problema. Esta seção é
dividida em vários subitens, a saber:
“MODE Cards”
Definição do tipo de radiação que será utilizado no problema:
(N)- Transporte de nêutrons
(N P)- Transporte de nêutrons e fótons
(P)- Transporte de fótons
(H)- Transporte de prótons
(P H)- Transporte de fótons e prótons
(N P H)- Transporte de nêutrons, fótons e prótons
“IMP Cards”
Célula de importância
IMP: N, P ou H são os mnemônicos que determinam a importância da célula, para
finalizar a história da partícula ou separar as regiões de maior importância. Regiões de
menor importância são representadas por (0) e maior importância por (1).
“SOURCE Cards”
Célula que define parâmetros da fonte de radiação. Local onde são definidos:
posição da fonte, tipo de partícula, energia e outros dados que possam caracterizar uma
fonte de radiação
“TALLY Cards”
26
Tabela 2.6: “Tally Card” – Opção das grandezas para os resultados do MCNP.
27
R ≅ Sx X (2.7)
28
O código MCNP5 é uma versão reescrita do MCNP4C. Este inclui
aperfeiçoamentos na física de transporte de fótons, adição de novas técnicas de redução de
variância, novas opções de termos fonte e aperfeiçoamento no suporte para utilização do
código em paralelo, porém considera as principais características da versão MCNP4C.
Pelo fato do MCNPX simular o transporte dos prótons, enquanto outras versões
não, todas as modelagens deste trabalho foram desenvolvidas utilizando esta versão do
código MCNP.
29
Capítulo 3
Metodologia de Cálculo
O corpo humano foi simulado usando formas geométricas descritas por equações
quadráticas, e planos para representar os órgãos, apresentando três tipos de tecidos
diferentes em composição e densidade: pulmão, esqueleto e tecido mole. Todos os órgãos
são definidos como sendo de tecido mole. A publicação da ICRP (1995) sugere a utilização
do homem de referência proposto na publicação da ICRP (1989) e a família de modelos
antropomórficos matemáticos elaborados por CRISTY et al. (1987). Para o presente
trabalho, este modelo foi obtido pelo programa computacional Body Builder, representando
30
um simulador antropomórfico hermafrodita de 21 anos, 168,41cm de altura e 56,61kg de
massa, que foi posicionado ao longo do eixo z com seu centro coincidindo com o centro do
sistema de coordenadas. Neste simulador matemático, o corpo humano é dividido em três
partes: i) A cabeça e o pescoço, representado por cilindros elípticos cobertos por um semi-
elipsóide que está acima de um cilindro circular; ii) O tronco e os braços, representado por
cilindros elípticos cobertos; iii) As pernas e os pés, representados por cones truncados. A
Figura 3.1 mostra a interface do programa Body Builder estruturando o fantoma
antropomórfico e no anexo I é apresentado o arquivo de entrada gerado para a execução no
código MCNPX.
A Figura 3.2 apresenta uma vista externa do modelo matemático e vista da seção
transversal do meio do tronco do fantoma antropomórfico, visualizado pelo software Sabrina
(ECHERMAN et al., 1996), conforme descrito por CRISTY et al. (1987).
31
Figura 3.2. Interface do programa Sabrina (ECKERMAN, 1996).
32
Figura 3.3: Vista externa do homem adulto para modelos matemáticos.
33
3.4. Obtenção das energias depositadas nos órgãos
Os órgãos como pulmões, estômago, bexiga, mamas, fígado, esôfago e tiróide são
representados por células “individuais” no simulador antropomórfico matemático, nas
quais são obtidos valores de energias depositadas nos órgãos quando o comando F6 é
utilizado.
As gônadas e colón são órgãos representados por duas células, devido o fantoma
possuir o órgão feminino e masculino, cólon ascendente e cólon transversal, cujas energias
depositadas, são calculadas pelas médias aritméticas dos valores obtidos. Já os órgãos como
superfície óssea, pele e remanescentes são representados por várias células, onde os valores
das doses são somas dos valores obtidos.
34
Tabela 3.1. Porcentagem de fração em massa de medula óssea vermelha para o fantoma
matemático (CRISTY et al.,1987).
Ossos do esqueleto Distribuição da medula no esqueleto
Crânio 8,3%
Espinha 29,9%
Costelas 19,2%
Omoplatas 2,9%
Ossos do braço 2,3%
Clavícula 0,8%
Ossos do pé 3,4%
Pelve 33,4%
35
3.5. Transformação para obtenção da fluência em Gy.cm2
• Produto da dose absorvida pela área (em cm2) da fonte plana para obtenção de D/Φ em
(Gy.cm2).
Após a obtenção das doses absorvidas nos órgãos e tecidos (em unidades de Gy.cm²),
calcula-se a dose equivalente. Para obter a dose equivalente por unidade de fluência (H/Φ)
devida aos prótons, em Sv.cm², deve-se multiplicar o resultado calculado de D/Φ [Gy.cm²]
pelo fator de peso da radiação, wR (equação 3.2).
[ ] [ ]
H / Φ Sv.cm 2 = D / Φ Gy.cm 2 × wR (3.2)
36
Tabela 3.2. Fatores de peso da radiação, wR.
Fótons 1 1
Elétrons 1 1
Prótons 5 2
Finalmente, para o cálculo da dose efetiva por unidade de fluência (E/Φ), devem-se
somar todos os valores de doses equivalentes por fluência (H/Φ) para prótons multiplicados
pelo fator de peso do tecido, wT.
[ ] [ ]
E / Φ Sv.cm 2 = ∑ H / Φ Sv.cm 2 × wT (3.3)
37
Remanescentes* 0,05 0,12
Cérebro - 0,01
Glândulas salivares - 0,01
38
Tabela 3.4 – Recomendação para interpretação do erro relativo R (PELOWITZ, 2005).
39
Capítulo 4
Resultados e discussões
Nas seções seguintes deste capítulo são apresentados os resultados das doses
absorvidas de prótons, em cada órgão do simulador antropomófico e os coeficientes de
conversão para dose efetiva , para feixes monoenergéticos de prótons com energias entre
20 MeV e 10 GeV, para as geometrias de irradiações AP e PA. Os valores dos coeficientes
de conversão são comparados com os valores existentes na literatura.
Nas Figuras 4.1 a 4.13 são apresentados os gráficos que comparam a D/Φ, em
pGy.cm², para diferentes geometrias de irradiação (AP e PA), obtida pelo código MCNPX e
um simulador antropomórfico matemático.
40
2000
GÔNADAS AP
1600
PA
D (pGy.cm 2)
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MEV)
Figura 4.1. Dose absorvida nas gônadas por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
41
1000
CÓLON AP
800 PA
D (pGy.cm 2)
600
400
200
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.2. Dose absorvida no cólon por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
Os pulmões são definidos como metade de um elipsóide com volume de 3380 cm3 e
massa de 1000 gramas. A dose absorvida por este órgão em função da energia segue
comportamento similar para ambas às geometrias, ocorrendo a maior absorção de dose para
o feixe de 100 MeV (Figura 4.3).
2400
2000 PULMÕES AP
PA
D (pGy.cm 2)
1600
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.3. Dose absorvida nos pulmões por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
42
A parede estomacal é desenhada como o volume entre dois elipsóides concêntricos,
possuindo 250 cm3 e 158 g. Os picos de máximas doses estão localizados em 100 MeV
(geometria AP) e 200 MeV (geometria PA), como pode ser observado na Figura 4.4.
Verifica-se que as maiores doses absorvidas no órgão ocorrem para a projeção AP.
2400
ESTÔMAGO AP
2000
PA
D (pGy.cm 2)
1600
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.4. Dose absorvida no estômago por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
A bexiga também foi modelada como o volume entre dois elipsóides concêntricos,
possuindo 63,7 cm3 e 45,7 g. Os picos de máximos de dose ocorrem em 100 MeV
(geometria AP) e 200 MeV (geometria PA), como mostrado na Figura 4.5. As doses
absorvidas nas geometrias AP e PA, para prótons acima de 500 MeV, como ocorreu para o
estômago, se mostram muito similares.
43
2400
BEXIGA AP
2000
PA
D (pGy.cm 2)
1600
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.5. Dose absorvida na bexiga por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
As mamas são compostas por dois elipsóides atracados ao tronco com volume de
337 cm3 (excluindo a pele) e massa de 403 g (tecido mole). Sendo um órgão situado na
parte anterior do corpo, absorveu uma dose maior para geometria AP em comparação com
PA. Os picos de máximas doses estão localizados em 100 MeV (geometria AP), devido ao
pico de Bragg referente a esta energia, e 200 MeV (geometria PA), como pode ser
observado na Figura 4.6.
44
2400
MAMA AP
2000
PA
D (pGy.cm 2)
1600
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.6. Dose absorvida na mama por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
O fígado é definido como um cilindro elíptico com volume de 1830 cm3 e massa
1910 g. Os picos de máximos de dose ocorrem para as energias de 100 MeV (geometria
AP) e 200 MeV (geometria PA), como pode ser visto na Figura 4.7. Também como ocorreu
para o estômago (Figura 4.4), as doses absorvidas nas geometrias AP e PA, se mostram
similares para energias acima de 500 MeV.
45
1600
FÍGADO AP
1200 PA
D (pGy.cm 2)
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.7. Dose absorvida no fígado por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
1200
ESÔFAGO AP
1000
PA
D (pGy.cm 2)
800
600
400
200
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.8. Dose absorvida no esôfago por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
46
A tireóide foi desenhada geometricamente como dois cilindros concêntricos (19,9
cm3 e 20,7 g). Convém lembrar que a garganta não é simulada, sendo a tireóide coberta de
tecido, fato que influenciou nas doses absorvidas nas geometrias AP e PA. A Figura 4.9
mostra uma maior absorção de dose para os feixes de 50 MeV (geometria AP) e 200 MeV
(geometria PA).
5000
TIREÓIDE AP
4000
PA
D (pGy.cm 2)
3000
2000
1000
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.9. Dose absorvida na tireóide por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
A superfície óssea é formada por alguns ossos do corpo humano como: ossos da
perna (formado por dois cilindros circulares com 2800 cm3 e 37,5 g), ossos do braço
(descritos por dois cones elípticos com 956 cm3 e 25,7 g), pélvis (representado por dois
cilindros elíptico não concêntrico com 606cm3 e 373g), espinha (formada por um cilindro
elíptico de 920 cm3 e 142,8 g), crânio e face (modelado por dois elipsóides concêntricos
923 cm3 e 93,2 g), costela (representado por uma série de cilindros elípticos 694cm3 e
91,9g), clavícula (descrito por um toroíde com 54,7 cm3 e 76,5 g) e omoplatas (formado por
dois cilindros elípticos concêntricos com 202 cm3 e 51,6 g). A dose absorvida pela
superfície óssea em função da energia do próton segue um comportamento similar para
ambas às geometrias de irradiação estudadas, ocorrendo a maior absorção de dose para o
feixe de 100 MeV (Figura 4.10).
47
1200
SUPERFÍCIE ÓSSEA AP
1000
PA
D (pGy.cm 2)
800
600
400
200
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.10. Dose absorvida na superfície óssea por unidade de fluência em função da
energia dos prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
2000
PELE AP
1600
PA
D (pGy.cm 2)
1200
800
400
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.11 . Dose absorvida na pele por unidade de fluência em função da energia dos
prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
48
Os órgãos remanescentes são constituídos pelos: útero (formado por um elipsóide
cortado, com 76,0 cm3 e 79g), timo (representado por um elipsóide, com 20,1cm3 e 20,9g),
baço (modelado por um elipsóide, com 176cm3 e 183g), pâncreas (formado pela metade de
um elipsóide, com 90,7cm3 e 94,3g), rins (representado por dois elipsóides cortados, com
288cm3 e 299g), intestino delgado (formado por uma seção de um cilindro elíptico, com
1060cm3 e 1100g), cérebro (representado por um elipsóide, com 1370cm3 e 1420g) e
glândulas supra-renais (formado pela metade de um elipsóide, sobre um rim, com 15,7cm3
e 16,3g, cada). A dose absorvida pelos órgãos remanescentes em função da energia segue
comportamento similar para ambas às geometrias, ocorrendo a maior absorção de dose para
o feixe de 200 MeV (Figura 4.12).
1200
1000 REMANESCENTES AP
PA
D (pGy.cm 2)
800
600
400
200
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
Energia (MeV)
Figura 4.12. Dose absorvida nos órgãos remanescente por unidade de fluência em função
da energia dos prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
A medula óssea está distribuída por toda a estrutura óssea do simulador possuindo
um volume de 577,5 cm3 e massa de 1120 g. A metodologia de cálculo da dose absorvida
está descrita na seção 3.4.1. A maior parte da medula óssea está concentrada na coluna
vertebral, que está situada na parte posterior ao tronco. Em função dessa localização, ocorre
uma maior absorção de dose para geometria PA, como é mostrado na Figura 4.13.
49
1200
MEDULA ÓSSEA AP
1000
PA
D (pGy.cm 2)
800
600
400
200
0
20 30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
ENERGIA (MeV)
Figura 4.13. Dose absorvida na medula óssea por unidade de fluência em função da energia
dos prótons, para as geometrias de irradiação AP e PA.
50
6000
ICRP103
ICRP60
E/Φ (pSv.cm2)
4000
2000
0
20 100 1000 10000
Energia (Mev)
Figura 4.14. Coeficientes de conversão de fluência para a dose efetiva para prótons de
energias de 20 MeV a 10 GeV, para a projeção AP.
6000
ICRP103
ICRP60
E/Φ(pSv.cm2)
4000
2000
0
20 100 1000 10000
Energia (Mev)
Figura 4.15. Coeficientes de conversão de fluência para a dose efetiva para prótons de
energias de 20 MeV a 10 GeV, para a projeção PA.
51
Os valores dos coeficientes de conversão de fluência para a dose efetiva (E/Φ), para
prótons de 20 MeV a 10 GeV nas geometrias de irradiação AP e PA, são apresentados na
Tabela 4.1. Na quarta e sétima coluna da tabela, são apresentadas as diferenças relativas
percentuais entre os valores obtidos utilizando-se fatores de ponderação wR e wT
recomendados tanto na publicação da ICRP 60 quanto na ICRP 103. Estas diferenças
percentuais são obtidas pela seguinte relação:
( Diferença _ relativa%) =
[(resultadoICRP60 − resultadoICRP103)] (4.1)
(resultadoICRP103)
Tabela 4.1: Valores dos coeficientes de conversão de fluência para a dose efetiva (E/Φ).
E/Φ (pSv.cm2)
AP PA
Diferença Diferença
Energia relativa relativa
ICRP103 ICRP60 (ICRP60/ ICRP103 ICRP60 (ICRP60/
(MeV)
ICRP103) ICRP103)
52
Como se pode observar na Tabela 4.1 a maior diferença relativa, entre os valores
dos coeficientes de conversão calculados utilizando-se fatores de ponderação wR e wT
recomendados tanto na publicação da ICRP 60 quanto da ICRP 103, foi de 220 %
(geometria AP), para prótons com energia igual a 20 MeV, e a menor discrepância
encontrada foi de 125% (geometria PA), para prótons com energia de 100 MeV. Isto
ocorre devido principalmente à mudança no fator de peso da radiação (wR) para prótons,
onde a nova recomendação propôs a mudança de 5 para 2 no valor de wR.
53
(a) AP
Remanescentes;
14% Medula óssea;
Pele;
11%
1%
Superfície óssea;
Gônadas;
1%
8%
Tireóide;
6%
Esôfago; Cólon;
4% 12%
Fígado;
4%
Pulmões;
Mama;
11% 12%
Bexiga; Estômago;
4% 12%
(b) PA
Figura 4.16: Contribuição (em porcentagem) dos órgãos usados no cálculo da dose efetiva
para a geometria: (a) PA e (b) PA, para prótons de 10 GeV.
54
(a) AP
Remanescentes;
Pele; 12%
1% Medula óssea;
Superfície óssea; 10%
1%
Tireóide; Gônadas;
5% 7%
Esôfago;
4%
Cólon;
Fígado; 12%
4%
Mama;
11% Pulmões;
Bexiga; 17%
4%
Estômago;
12%
(b) PA
Remanescentes;
14%
Medula óssea;
Pele; 1% 10%
Superfície óssea;
1% Gônadas;
Tireóide; 6% 8%
Esôfago; Cólon;
4% 12%
Fígado;
4%
Mama;
12% Pulmões;
12%
Bexiga; Estômago;
4%
12%
Figura 4.17: Contribuição (em porcentagem) dos órgãos usados no cálculo da dose efetiva
para a geometria: (a) PA e (b) PA, para prótons de 200 MeV.
55
Ao analisar os gráficos das Figuras 4.16 e 4.17, observa-se tanto para a geometria
AP quanto para PA, os órgãos que mais contribuíram para a dose efetiva são os
remanescentes, estômago, cólon, pulmões, mama e a medula óssea.
4.3 Comparação dos valores de E/Φ obtidos pelo código MCNPX com os encontrados
na literatura
( Diferença _ relativa%) =
[(resultadoFLUKA − resultadoMCNPX )]
(resultadoFLUKA)
( Diferença _ relativa%) =
[(resultadoPHITS − resultadoMCNPX )]
(resultadoPHITS )
( Diferença _ relativa%) =
[(resultadoPHITS − resultadoFLUKA)]
(resultadoFLUKA)
56
Tabela 4.2: Comparação entre os valores dos coeficientes de conversão obtidos usando os
códigos MCNPX, FLUKA e o PHITS.
Energia E/Φ (Sv.cm2) E/Φ (Sv.cm2) E/Φ (Sv.cm2) Diferença Diferença Diferença
(MeV) MCNPX PHITS FLUKA Relativa Relativa Relativa
(MCNPX (MCNPX/ (FLUKA/
/PHITS) FLUKA) PHITS)
Como se pode observar na Tabela 4.2 a maior diferença relativa, entre os resultados
calculados no presente trabalho e os valores encontrados na literatura, apresenta uma
discrepância de 121,2 %, para prótons com energia igual a 30 MeV, e a menor discrepância
encontrada foi de zero %, para prótons com energia de 500 MeV.
57
Capítulo 5
Conclusões
Verifica-se, a partir da análise da Tabela 4.1, que a mudança nos valores dos fatores
de ponderação wR e wT, recomendado pela ICRP 103, ocasiona uma discrepância média de
150 % entre os valores dos coeficientes de conversão para a dose efetiva (E/Φ) que utilizam
fatores de ponderação wR e wT recomendados tanto na publicação da ICRP 60 quanto na
ICRP 103. A maior diferença relativa percentual encontrada foi 220% para prótons com
energia de 20 MeV, quando a geometria de irradiação AP é considerada. A menor diferença
relativa encontrada foi 125%, para geometria PA e prótons com energia de 100 MeV. Os
valores de E/Φ, obtidos a partir dos dados de doses absorvidas nos órgãos e dos fatores de
ponderação wR e wT recomendados na publicação da ICRP 103, se encontram no intervalo
entre 168 e 1.380 pSv.cm2, para a geometria AP, e entre 17 e 1.350 pSv.cm2, para a
geometria PA. Os valores obtidos com os dados da ICRP 103, subestimam, para todas as
energias do próton, a grandeza dose efetiva, quando comparados aos correspondentes valores
obtidos tendo como base a ICRP 60.
58
Na comparação das simulações feitas com diferentes energias (200 MeV e 10 GeV)
e diferentes geometrias de irradiação (AP e PA) mostradas nas Figuras 4.6 e 4.7, nota-se
que os órgãos que mais contribuíram para a dose efetiva são os remanescentes, cólon,
pulmões, estômago, mama e medula óssea.
A análise dos dados apresentados na Tabela 4.2 permite concluir que a metodologia
de cálculo utilizando o código MCNPX está capacitada para calcular coeficientes de
conversão de fluência para a dose efetiva (E/Φ), para as geometrias de irradiação AP e PA,
pelo fato de apresentarem razoável concordância com os resultados existentes na literatura
obtidos por outros códigos computacionais.
59
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X-5 MONTE CARLO Team, 2003, MCNP a general Monte Carlo N-particle transport
code, Version 5. LA-CP-03-0245, Los Alamos National Laboratory
64
ANEXO I
c +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c
c File Prepared by Body Builder
c CopyRight 1996-1998, White Rock Science
c
c This input file is for the use of
c BodyBuilder License holder only.
c Distribution is Prohibited.
c
c +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c CELLS
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c SkeletonVolume = 5513.600000, skel_vol = 5464.285714
c
c LEG BONES
50 2 -1.40 -4 53 (-51:-52)
vol= 2100.00 imp:p,n,h = 1
c
c ARM BONES
70 2 -1.40 4 -73 (-71:-72)
vol= 731.00 imp:p,n,h = 1
c
c PELVIS
90 2 -1.40 91 -92 93 4 -101 (95:-94)
vol= 460.00 imp:p,n,h = 1
c
c SPINE
102 2 -1.40 -105 -102 8 imp:p,n,h = 1
100 2 -1.40 -100 -103 101 imp:p,n,h = 1
101 2 -1.40 -100 -8 103 imp:p,n,h = 1
c Total Spine
vol= 754.00 imp:p,n,h = 1
c
c SKULL & FACE
110 2 -1.40 (111 -110):(121 -120 122 -1 -123 110)
vol= 742.00 imp:p,n,h = 1
c
c RIBS
130 2 -1.40 132 -131 ((134 -133):(136 -135):(138 -137):(74 -139):
65
(76 -75):(78 -77):(80 -79):(82 -81):(84 -83):
(86 -85):(88 -87):(98 -89))
vol= 531.00 imp:p,n,h = 1
c
c CLAVICLES
140 2 -1.40 -140 ((141 -143):(-142 144))
vol= 41.60 imp:p,n,h = 1
c
c SCAPULAE
150 2 -1.40 131 -156 154 -155 ((150 -152):(-151 153))
vol= 154.00 imp:p,n,h = 1
c
c ADRENALS
160 1 -1.04 162 (-160:-161)
vol= 10.10 imp:p,n,h = 1
c
c BRAIN
180 1 -1.04 -111
vol= 1350.00 imp:p,n,h = 1
c
c BREASTS
190 1 -1.04 11 (-192 : -193)
vol= 347.00 imp:p,n,h = 1
c
c GALL BLADDER
200 1 -1.04 (-202 -200):(202 -201 -203)
vol= 56.00 imp:p,n,h = 1
c
c ESOPHAGUS
212 1 -1.04 (213 -212 322 -8 100) :
(-216 217 -218 210 350 100)
vol= 34.10 imp:p,n,h = 1
c Air in Upper Esophagus
213 4 -0.001293 -213 322 -8
imp:p,n,h = 1
c
c STOMACH
210 1 -1.04 -210
vol= 300.00 imp:p,n,h = 1
c
c SMALL INTESTINE
220 1 -1.04 -91 221 -222 223 -7
c exclude Descending Colon
(232:250:-223)
vol= 806.00 imp:p,n,h = 1
c
66
c DESCENDING COLON
250 1 -1.04 -250 251 -232
vol= 146.50 imp:p,n,h = 1
c
c SIGMOID COLON
280 1 -1.04 (-280 282 -251):(-281 -282 4)
vol= 80.60 imp:p,n,h = 1
c
c HEART
290 1 -1.04 (290((-291 -292):(291 -293))):
(-290((-291 -295):(291 -294)))
vol= 565.00 imp:p,n,h = 1
c
c KIDNEYS
310 1 -1.04 (-310 312 -162):(-311 -313 -162)
vol= 238.00 imp:p,n,h = 1
c
c LIVER
320 1 -1.04 -320 -321 7 -322 -132
vol= 1350.00 imp:p,n,h = 1
c
c LUNGS
330 3 -0.296 332 ((-331 (-335:336:334:-333)):
(-330 ( 339:338:337)))
vol= 2200.00 imp:p,n,h = 1
c
c OVARIES
340 1 -1.04 -340:-341
vol= 10.20 imp:p,n,h = 1
c
c PANCREAS
350 1 -1.04 -350 351 (352:-312)
vol= 62.40 imp:p,n,h = 1
c
c SPLEEN
360 1 -1.04 -360
vol= 119.00 imp:p,n,h = 1
c
c TESTICLES
370 1 -1.04 -370:-371
vol= 15.00 imp:p,n,h = 1
c
c THYMUS
380 1 -1.04 -380
vol= 27.30 imp:p,n,h = 1
c
c THYROID
67
390 1 -1.04 -390 391 -392 -393 8
vol= 11.90 imp:p,n,h = 1
c
c URINARY BLADDER
410 1 -1.04 -410
vol= 188.50 imp:p,n,h = 1
c
c UTERUS
420 1 -1.04 -420 421
vol= 76.00 imp:p,n,h = 1
c
c PENIS & SCROTUM
40 1 -1.04 -1 -4 47 -45 49 -48 37 38
c exclude Testicles
370 371
vol= 94.00 imp:p,n,h = 1
c
c SKIN
c
c Head & Neck Skin
22 1 -1.04 ((-21 22 9):(-20 23 -9 12))
imp:p,n,h = 1
28 1 -1.04 28 -27 8 -12
vol= 251.00 imp:p,n,h = 1
c (Above Volume for Head + Neck Skin Combined
c
c Trunk Skin
17 1 -1.04 (-8 18 20 -10)
: (4 -18 -10 11
c exclude Breasts
192 193
)
vol= 1000.00 imp:p,n,h = 1
c Breast Skin
192 1 -1.04 10 ((-190 192):(-191 193))
vol= 44.00 imp:p,n,h = 1
c
c Penis & Scrotum Skin
41 1 -1.04 -1 -4 41 -42 43 -44 31 32 #40
c exclude Testicles
370 371
vol= 13.50 imp:p,n,h = 1
c Legs Skin
34 1 -1.04 (-4 34 -31 36 32):(-31 33 -36 32)
vol= 439.50 imp:p,n,h = 1
35 1 -1.04 (-4 35 -32 36 31):(-32 33 -36 31)
vol= 439.50 imp:p,n,h = 1
68
c
c HEAD
c
20 1 -1.04 ((-22 9):(-23 -9 12))
c exclude Skull & Brain
110
c exclude Face Bones
(-121:120:-122:1:123:-110)
c exclude Spine
(105:-8:102)
c exclude Thyroid
(390:-391:392:393:-8)
imp:p,n,h = 1
c
c NECK
c
27 1 -1.04 -28 8 -12
c exclude Spine
105
c exclude Thyroid
(390:-391:392:393:-8)
imp:p,n,h = 1
c
c OUTER TRUNK---ARMS & SCAPULAE
c
10 1 -1.04 4 131 -18 -11
c exclude Scapulae
(-131:156:-150:152:-154:155)
(-131:156:151:-153:-154:155)
c exclude Arm Bones
(-4:71:73) (-4:72:73)
c exclude Uterus
(420:-421)
imp:p,n,h = 1
c
c UPPER TRUNK---ABOVE RIBS
c
11 1 -1.04 ((-18 -131 133) : (-8 18 -20 -10))
c exclude Spine
(105:102:-8)(100:8:-133)
c exclude Clavicles
(140:-141:143) (140:142:-144)
c exclude Upper Lungs
(-133:330) (-133:331)
c exclude Thymus
380
c exclude Esophagus
69
#212 #213
imp:p,n,h = 1
c
c
c UPPER RIB CAGE
c
12 1 -1.04 -131 132 79 -133
c exclude Ribs 1-9
(131:-132:133:-134) (131:-132:135:-136) (131:-132:137:-138)
(131:-132:139:-74) (131:-132:75:-76) (131:-132:77:-78)
imp:p,n,h = 1
c
c
c LOWER RIB CAGE
c
13 1 -1.04 -131 132 -79 98
c exclude Ribs 10-12
(131:-132:85:-86) (131:-132:87:-88) (131:-132:89:-98)
(131:-132:79:-80) (131:-132:81:-82) (131:-132:83:-84)
imp:p,n,h = 1
c
c
c HIGH CHEST ORGANS
c
14 1 -1.04 -132 -133 332
c exclude Spine
(100:133:-332)
c exclude Heart
#290
c exclude Lungs
(330:133:-332:(-339 -338 -337))
(331:133:-332:(335 -336 -334 333))
c exclude Thymus
380
c exclude Esophagus
#212 #213
imp:p,n,h = 1
c
c CHEST---LIVER LEVEL
c
15 1 -1.04 ((-132 -332 98):(-131 -98 7))
c exclude Spine
(100:332:-7)
c exclude Adrenals
(160:-162) (161:-162)
c exclude Gall Bladder
(202:200) (-202:201:203)
70
c exclude Kidneys
(310:-312) (311:313)
c exclude Liver
#320
c (320:321:322:-7)
c exclude Pancreas
(350:-351:(-352 312))
c exclude Spleen
360
c exclude Esophagus
#212 #213
c exclude Stomach
210
imp:p,n,h = 1
c
c
c LOWER TRUNK
c
16 1 -1.04 -131 4 -7
c exclude Spine
(100:-101:7)
c exclude Pelvis
#90
c exclude Small Intestine
(91:-221:222:-223:7)
c exclude Descending Colon
(232:250:-251)
c exclude Sigmoid Colon
(280:-282:251) (281:282:-4)
c exclude Urinary Bladder
410
c exclude Uterus
(420:-421)
c exclude Ovaries
340 341
imp:p,n,h = 1
imp:p,n,h = 1
c
c LEGS
c
30 1 -1.04 -4 (-34:-35) 36
c exclude Leg Bones
(4:51:-53) (4:52:-53)
vol= 12421.00 imp:p,n,h = 1
c
c SURROUNDING AIR
71
600 4 -0.001293 -600
c exclude HEAD & NECK
(21:-9) (20:9:-8)
c exclude TRUNK
(-4:10:8)
c exclude BREASTS
(-10:(190 191))
c exclude LEGS
(4:-33:(31 32))
c exclude GENITALIA
(1:4:-41:42:-43:44:-31:-32)
imp:p,n,h = 1
c air OUTSIDE of NECK
601 4 -0.001293 -20 27 8 -12
imp:p,n,h = 1
c
c VOID
700 0 600 imp:p,n,h = 0
701 4 -0.001293 (-814 816 -815 817 -818 819) IMP:P,N,H=1 $ ar
801 0 (814:815:-816:-817:818:-819) IMP:P,H,N=0
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c SURFACES
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
814 PX 50
816 PX -50
815 PY 20
817 PY -20
818 PZ 101
819 PZ -101
c Planes used in several places
c
1 py 0
4 pz 0
332 pz 39.2100
7 pz 24.3400
8 pz 63.1000
9 pz 83.1500
12 pz 70.8000
c
c BODY SURFACE
c
c HEAD
21 sq 4956.6810 3169.0820 6216.4079 0 0 0 -312487.0126 0 0 83.150
22 sq 4561.5435 2891.0408 5750.9776 0 0 0 -275393.6118 0 0 83.150
20 sq 98.6049 63.0436 0 0 0 0 -6216.407874 0 0 0
23 sq 95.2576 60.3729 0 0 0 0 -5750.977559 0 0 0
72
c
c
c NECK
27 cz 5.3700
28 cz 5.2000
c
c
c TORSO
10 sq 99.4009 303.4564 0 0 0 0 -30163.839271 0 0 0
11 sq 96.0400 297.5625 0 0 0 0 -28577.902500 0 0 0
18 pz 62.9300
c
c LEGS
c left
31 gq 1 1 0 0 0 -0.1725 -17.4200 0 0 0
32 gq 1 1 0 0 0 0.1725 17.4200 0 0 0
33 pz -78.170
34 gq 1 1 0 0 0 -0.1725 -17.2500 0 0 0
35 gq 1 1 0 0 0 0.1725 17.2500 0 0 0
36 pz -78.000
37 gq 1 1 0 0 0 -0.1725 -17.5900 0 0 0
38 gq 1 1 0 0 0 0.1725 17.5900 0 0 0
c
c PENIS & SCROTUM
41 pz -3.5500
42 p 0 -11.59 -1 100.00
43 p -11.59 0 1 -100.00
44 p -11.59 0 -1 100.00
47 pz -3.3800
45 p 0 -11.71 -1 100.00
49 p -11.71 0 1 -100.00
48 p -11.71 0 -1 100.00
c
c SKELETON
c
c
c LEG BONES
51 gq 1 1 0.006764 0 0 -0.172877 -17.250000
0 1.330486 65.2778
52 gq 1 1 0.006764 0 0 0.172877 17.250000
0 1.330486 65.2778
53 pz -77.8300
c
c ARM BONES ( left/right) )
71 gq 0.683013 0.142399 0 0 0 0.013287
-22.505293 0 -0.226941 185.137354
72 gq 0.683013 0.142399 0 0 0 -0.013287
73
22.505293 0 -0.226941 185.137354
73 pz 62.2000
c
c PELVIS
91 sq 122.5449 95.0625 0 0 0 0 -11649.4246
0 -3.7200 0
92 sq 138.2976 107.1225 0 0 0 0 -14814.7847 0 -2.9400 0
93 py -2.9400
94 py 4.9000
95 pz 12.6200
c
c SPINE
100 sq 6.0025 2.9929 0 0 0 0 -17.9649 0 5.3900 0
105 sq 6.0025 2.9929 0 0 0 0 -17.9649 0 1.0000 0
101 pz 19.8300
102 pz 76.6600
103 pz 31.6400
c
c SKELETON
c
c
c SKULL (head)
c
c
c CRANIUM
110 sq 3666.5084 2269.2457 4689.8117 0 0 0
-197535.3385 0 0 83.1500
111 sq 2411.4091 1421.5464 3179.8998 0 0 0
-104405.3311 0 0 83.1500
c
c FACIAL
120 sq 79.3881 47.8864 0 0 0 0 -3801.6103 0 0 0
121 sq 60.9961 33.8724 0 0 0 0 -2066.0843 0 0 0
c
122 pz 74.5900
123 pz 84.8500
c
c RIBS
131 sq 92.1600 214.9156 0 0 0 0 -19806.6217 0 0 0
132 sq 83.3569 201.3561 0 0 0 0 -16784.4203 0 0 0
133 pz 60.6500
134 pz 59.3900
135 pz 58.1300
136 pz 56.8700
137 pz 55.6100
138 pz 54.3500
74
139 pz 53.0900
74 pz 51.8300
75 pz 50.5700
76 pz 49.3100
77 pz 48.0500
78 pz 46.7900
79 pz 45.5300
80 pz 44.2700
81 pz 43.0100
82 pz 41.7500
83 pz 40.4900
84 pz 39.2300
85 pz 37.9700
86 pz 36.7100
87 pz 35.4500
88 pz 34.1900
89 pz 32.9300
98 pz 31.6700
c
c CLAVICLES
140 tz 0 7.2200 61.5200
15.9300 0.727400 0.727400
141 p 6.485200 1 0 7.220
142 p 6.485200 -1 0 -7.220
143 p 0.731370 1 0 7.220
144 p 0.731370 -1 0 -7.220
c
c SCAPULAE
156 sq 92.1600 267.6496 0 0 0 0 -24666.5871
000
150 p 0.2800 1 0 0
151 p 0.2800 -1 0 0
152 p 0.9100 1 0 0
153 p 0.9100 -1 0 0
154 pz 45.8800
155 pz 60.6700
c
c ADRENALS
160 1 sq 3.4188 31.2481 0.3125 0 0 0 -5.7778 0 0 0
161 2 sq 3.4188 31.2481 0.3125 0 0 0 -5.7778 0 0 0
162 pz 34.2600
c
c BREASTS
c left
190 sq 325.8928 421.9943 463.6486 0 0 0 -7985.1873
8.6300 -8.4854 46.7800
c right
75
191 sq 325.8928 421.9943 463.6486 0 0 0 -7985.1873
-8.6300 -8.4854 46.7800
192 sq 276.7698 361.9278 399.2164 0 0 0 -6323.7472
8.6300 -8.4854 46.7800
193 sq 276.7698 361.9278 399.2164 0 0 0 -6323.7472
-8.6300 -8.4854 46.7800
c
c GALL BLADDER
200 3 so 2.0310
201 3 gq 1 1 -0.05175625 0 0 0 0 0 0.924105 -4.124961
202 3 pz 0
203 3 pz 7.6600
c
c ESOPAHGUS
212 sq 0.1600 1.1025 0 0 0 0 -0.1764 0 2.2900 0
213 sq 0.0144 0.5929 0 0 0 0 -0.0085 0 2.2900 0
216 6 cx 0.6400
217 6 px 0.0000
218 6 px 7.0700
c
c STOMACH
210 sq 437.1110 603.1347 100.3122 0 0 0 -5142.5673
6.9000 -3.9200 31.5500
c extent 3.4700 10.3300 -6.8400 -1.0000 24.3900 38.7100
c
c SMALL INTESTINE
221 py -4.7600
222 py 2.1600
223 pz 15.3200
232 pz 21.6300
c
c DESCENDING COLON
251 pz 7.8600
250 gq 4.368100 2.624400 0.093507 0 0.933882 -0.426849
-60.482125 -7.340315 1.649136 203.032746
c
c
c SIGMOID COLON
282 px 2.5900
280 ty 2.5900 0 7.8600 5.1600 1.7600 1.1800
281 ty 2.590 0 0 2.700 1.7600 1.1800
c
c HEART
c
290 4 px 0
291 4 pz 0
c
76
c Left Ventricle
292 4 sq 855.4455 2530.4924 1290.2608 0 0 0 -52849.0811 0 0 0
c Right Ventricle
293 4 sq 167.2651 494.7866 1290.2608 0 0 0 -10333.5695 0 0 0
c
c Left Atrium
294 4 sq 167.2651 195.4460 509.6667 0 0 0 -4081.8700 0 0 0
c
c Right Atrium
295 4 sq 855.4455 999.5715 509.6667 0 0 0 -20875.9499 0 0 0
c
c
c KIDNEYS
310 sq 57.5899 403.5277 38.3966 0 0 0 -944.6181
5.1800 5.8800 29.3000
311 sq 57.5899 403.5277 38.3966 0 0 0 -944.6181
-5.1800 5.8800 29.3000
312 px 2.4800
313 px -2.4800
c
c LIVER
320 sq 61.4656 201.3561 0 0 0 0 -12376.4735 0 0 0
321 p 1734.5 1221.3 -1410.1 -54654.4
322 pz 38.7600
c
c
c LUNGS
330 sq 20.5747 7.0643 0.8150 0 0 0
-344.1764 7.3300 0 39.2100
331 sq 20.5747 7.0643 0.8150 0 0 0
-344.1764 -7.3300 0 39.2100
333 px -5.0000
334 py 1.2000
335 pz 41.6000
336 pz 48.5000
337 px 7.0000
338 py 0.7000
339 pz 49.0000
c
c OVARIES
340 sq 1.0899 4.4352 0.4605 0 0 0 -1.4920
4.8200 0 13.5200
341 sq 1.0899 4.4352 0.4605 0 0 0 -1.4920
-4.8200 0 13.5200
c
c
c PANCREAS
77
350 sq 10.7047 1461.4106 230.5782 0 0 0 -1899.2492
-0.7200 0 33.3500
351 px -0.7200
352 pz 33.3500
c
c SPLEEN
360 sq 95.2030 226.5326 29.7243 0 0 0 -800.6568
9.4900 2.9400 33.3500
c extent 6.5900 12.3900 1.0600 4.8200 28.1600 38.5400
c
c TESTICLES
370 sq 3.4558810 2.632182 1.115136 0 0 0 -3.1849399
0.9600 -7.1000 -1.6900
371 sq 3.4558810 2.632182 1.115136 0 0 0 -3.1849399
-0.9600 -7.1000 -1.6900
c
c THYMUS
380 sq 13.8384 49.0000 2.6488 0 0 0
-42.3801 0 -7.1500 52.0000
c extent -1.7500 1.7500 -8.0800 -6.2200 48.0000 56.0000
c
c THYROID
390 c/z 0 -3.3000 1.8500
391 c/z 0 -3.3000 0.8300
392 py -3.3000
393 pz 67.3000
c
c URINARY BLADDER
410 sq 110.4979 176.3504 208.2999 0 0 0 -2014.6979 0
-4.4100 7.2100
c extent -4.2700 4.2700 -7.7900 -1.0300 4.1000 10.3200
c
c UTERUS
420 sq 75.6117202 14.6574122 192.00813489 0 0 0 -461.29954407
0 -1.960 12.620
421 py -4.7700
c
c Void
600 so 301
c
c STATISTICS
c Weight = 56.61 kg ( = 124.81 pounds)
c Height = 168.41 cm ( = 66.30 inches)
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c
c TRANSFORMATIONS
78
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c
c ADREANALS
tr1 3.020 4.900 34.2600
0.564967 0.825113 0
-0.825113 0.564967 0
0 0 1
tr2 -3.020 4.900 34.2600
0.564967 -0.825113 0
0.825113 0.564967 0
0 0 1
c
c GALL BLADDER
tr3 -3.980 -3.140 27.040
-0.060600 0.979 -0.195200
0.955000 0.000000 -0.296400
0.290300 0.204400 0.934900
c
c HEART
c
tr4 0.860 -2.100 45.100
0.645300 -0.513400 -0.565800
-0.442800 0.352300 -0.824500
0.622600 0.782500 0.000
c
c ESOPHAGUS
c
tr6 0.000 2.290 38.080
0.708385 -0.637547 -0.302860
0.668965 0.743294 0.000000
0.225114 -0.202603 0.953
c
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c MATERIALS
c Compositions from ORNL Report TM-8381
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c Adult Tissues (Density = 1.04 g/cc)
m1 1001 -0.10454
6000 -0.22663
7000 -0.02490
8000 -0.63525
11000 -0.00112
12000 -0.00013
14000 -0.00030
15000 -0.00134
16000 -0.00204
17000 -0.00133
79
19000 -0.00208
20000 -0.00024
26000 -0.00005
30000 -0.00003
37000 -0.00001
40000 -0.00001
MT1 LWTR.01T
c
c Skeleton (Density = 1.4 g/cc)
m2 1001 -0.07337
6000 -0.25475
7000 -0.03057
8000 -0.47893
9000 -0.00025
11000 -0.00326
12000 -0.00112
14000 -0.00002
15000 -0.05095
16000 -0.00173
17000 -0.00143
19000 -0.00153
20000 -0.10190
26000 -0.00008
30000 -0.00005
37000 -0.00002
38000 -0.00003
82000 -0.00001
MT2 LWTR.01T
c
c Lung (Density = 0.296 g/cc)
m3 1001 -0.10134
6000 -0.10238
7000 -0.02866
8000 -0.75752
11000 -0.00184
12000 -0.00007
14000 -0.00006
15000 -0.00080
16000 -0.00225
17000 -0.00266
19000 -0.00194
20000 -0.00009
26000 -0.00037
30000 -0.00001
37000 -0.00001
MT3 LWTR.01T
c
80
c Air (Density = 0.001020 /cc)
m4 6000 -0.00012
7000 -0.75527
8000 -0.23178
18000 -0.01283
c
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c User Supplied Cards
c ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
c
SDEF SUR=817 VEC=0 1 0 DIR=1 ERG=10000 PAR=9
X=D1 Y=D2 Z=D3
SI1 A -50.0 50.0
SP1 1 1
SI2 L -20
SP2 1
SI3 A -100.0 100.0
SP3 1 1
c
C DEFINICAO DO MATERIAL
MODE H N P
PHYS:H 10000.0
PHYS:N 10000.0
PHYS:P 10000.0
c F2:P 8
c E2 0 19i 0.1
c F22:P 8
c E22 0.1 17I 1
c F32:P 8
c E32 1 45I 24
C FM6 0.000003205
C F6:P 30 17 28 30 34 35
C 50 70 90 101 110
C 130 140 150 160 180
C 190 200 210
C 212 220 250 280
C 290 310 320 330
C 340 350 360 370
C 380 390 410 420
C ++++++ MEDULA OSSEA % em peso de v rios órg╞os +++
c
F16:P,N,H 70
F1216:P 70
F1316:N 70
F1416:H 70
c FM26 3.2e-6
F26:P,N,H 50
81
F1226:P 50
F1326:N 50
F1426:H 50
c FM36 3.2e-6
F36:P,N,H 90
F1236:P 90
F1336:N 90
F1436:H 90
c FM46 3.2e-6
F46:P,N,H 101
F1246:P 101
F1346:N 101
F1446:H 101
c FM56 3.2e-6
F56:P,N,H 110
F1256:P 110
F1356:N 110
F1456:H 110
c FM66 3.2e-6
F66:P,N,H 130
F1266:P 130
F1366:N 130
F1466:H 130
c FM76 3.2e-6
F76:P,N,H 140
F1276:P 140
F1376:N 140
F1476:H 140
c FM86 3.2e-6
F86:P,N,H 150
F1286:P 150
F1386:N 150
F1486:H 150
C +++++++++++ GONADAS +++++++++
c FM96 3.2e-6
F96:P,N,H 340 370
F1296:P 340 370
F1396:N 340 370
F1496:H 340 370
c FM106 3.2e-6
C F106:P,N,H 370
C F12106:P 370
C F13106:N 370
C F14106:H 370
C +++++++++++ COLON ++++++++++++++
c FM116 3.2e-6 $ ( 250 + 280 / 2 )
F116:P,N,H 250 280
82
F12116:P 250 280
F13116:N 250 280
F14116:H 250 280
c FM136 3.2e-6
C F136:P,N,H 280
C F12136:P 280
C F13136:N 280
C F14136:H 280
C ++++++++++ PULMOES ++++++++++++++
c FM156 3.2e-6
F156:P,N,H 330
F12156:P 330
F13156:N 330
F14156:H 330
C +++++++++ESTOMAGO++++++++++++++++
c FM176 3.2e-6
F176:P,N,H 210
F12176:P 210
F13176:N 210
F14176:H 210
C +++++++++BEXIGA ++++++++++++++++
c FM196 3.2e-6
F196:P,N,H 410
F12196:P 410
F13196:N 410
F14196:H 410
c +++++++++ PEITO ++++++++++++++++
c FM216 3.2e-6
F216:P,N,H 190
F12216:P 190
F13216:N 190
F14216:H 190
C ++++++++++ FIGADO +++++++++++
c FM236 3.2e-6
F236:P,N,H 320
F12236:P 320
F13236:N 320
F14236:H 320
C ++++++++++ ESOFAGO +++++++
c FM246 3.2e-6
F246:P,N,H 212
F12246:P 212
F13246:N 212
F14246:H 212
C ++++++++++ TIROIDE +++++++
c FM256 3.2e-6
F256:P,N,H 390
83
F12256:P 390
F13256:N 390
F14256:H 390
C ++++++++++ SUPERFICIE OSSEA +++++++
c FM266 3.2e-6
F266:P,N,H 70 50 90 101 110 130 140 150
F12266:P 70 50 90 101 110 130 140 150
F13266:N 70 50 90 101 110 130 140 150
F14266:H 70 50 90 101 110 130 140 150
c
C ++++++++++ PELE DA SUPERFICIE +++++++
c FM346 3.2e-6
F346:P,N,H 17 28 34 35 40 41 192
F12346:P 17 28 34 35 40 41 192
F13346:N 17 28 34 35 40 41 192
F14346:H 17 28 34 35 40 41 192
C ++++++++++ REMANESCENTES +++++++
c FM426 3.2e-6
F426:P,N,H 160 180 220 310 350 360 380 420
F12426:P 160 180 220 310 350 360 380 420
F13426:N 160 180 220 310 350 360 380 420
F14426:H 160 180 220 310 350 360 380 420
NPS 100000000 $ 0000 $ RODA 100.000.000 HISTORIAS.
84