Dissertacao AlocacaoReligadoresAutomaticos
Dissertacao AlocacaoReligadoresAutomaticos
Dissertacao AlocacaoReligadoresAutomaticos
DE ENERGIA ELÉTRICA
Belém
Setembro de 2021
ALOCAÇÃO DE RELIGADORES AUTOMÁTICOS EM UMA SUBESTAÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
Examinada por:
_______________________________________________
Prof. Bruno Marques Viegas, Dr.
(PPGEP/ITEC/UFPA-Orientador)
________________________________________________
Prof. Edilson Marques Magalhães, Dr.
(PPGEP/ITEC/UFPA-Membro)
________________________________________________
Prof. Rui Nelson Otoni Magno, Dr.
(PPGEP/ITEC/UFPA-Membro)
_______________________________________________
Prof. Nelson de Souza Amorim, Dr.
(UFOPA-Membro)
BELÉM, PA - BRASIL
SETEMBRO DE 2021
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UFPA
CDD 670.42
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter concedido minha vida e capacitar-me para realização desse
sonho. Obrigado senhor.
Os meus mais sinceros agradecimentos ao meu amor Isabô do Nascimento,
companheira das lutas e noites incansáveis com leituras que se quer conhecia até então,
mas dedicava-se ao máximo, dando condições e tempo para que eu pudesse desenvolver
essa dissertação. Obrigado por tanto amor e dedicação.
Aos meus genitores, Pedro e Maria do Nascimento, que me deram carinho,
educação, ensinaram os segredos e lições da vida, como: amar a Deus, ser honesto,
focar nos estudos e nunca desistir de meus sonhos. Suas palavras me fortalecem, vocês
foram exemplos e vitorias na minha vida. Obrigado meus velhos pais e amigos.
Aos meus filhos, Osório Nascimento Júnior, Liliandra Justamente e a minha
querida Marta Justamante, família centrada que me motivou nos estudos, participaram
de toda minha vida acadêmica até o final desse trabalho. Sabiam que eu tinha um sonho
a realizar. Obrigado senhor por ter me concedido essa família.
Ao meu professor orientador Bruno Marques Viegas, pela sua dedicação não
importando a distância que se encontrava, compartilhando seu conhecimento com
paciência e sabedoria, contribuindo para a realização desse trabalho. Obrigado
professor, senhor não foi só meu orientador, e sim, meu amigo.
Aos professores Jandecy Cabral, David Barbosa e Henrique Reis pelas
significativas contribuições que nortearam o desenvolvimento da pesquisa. Obrigado,
sem vocês jamais poderia caminhar sozinho.
iv
““Se eu enxerguei mais longe...
é porque me sustentei sobre
ombros de gigantes”
(Isaac Newton)
v
Resumo da Dissertação apresentada ao PPGEP/UFPA como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Processos (M. Eng.)
Setembro/2021
Este trabalho tem como objetivo reduzir o número de religadores danificados e avaliar o
processo de distribuição de energia elétrica em uma subestação de 69 kV na cidade de
Manaus. Para alcançar o objetivo, foi avaliado a alocação de religadores, com instalação
nas saídas das barras de 13,8 kV, sendo a metodologia do tipo descritiva, baseada no
estudo técnico de literatura com especificações de equipamentos e técnicas de
subestações, além de padrões normativos nacionais e internacionais a partir de um
padrão construtivos de uma subestação de 69 kV. Verificou-se que os dispositivos
energizados e os desenergizados, apresentaram suas operações dentro do esperado,
demonstrando a possibilidade de adequação dos religadores nas barras 13,8 kV,
operando satisfatoriamente dentro dos tempos estimados para a implementação nos
equipamentos de campo e comissionamento junto ao sistema. Com o uso da alocação
dos religadores, reduziu-se em 95,1% a quantidade de desligamentos e em 94,4% o
tempo de desligamentos. Com a aplicação do método do payoff, utilizando o
quantitativo dos desligamentos de dois disjuntores ao longo do ano de 2018 e o valor
gasto pela empresa na locomoção de uma equipe para resolver a situação dos
desligamentos acidentais, obteve-se um lucro de R$ 62.252,87 devido à economia ao
longo de 5 anos.
vi
Abstract of Dissertation presented to PPGEP/UFPA as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master in Process Engineering (M. Eng.)
September/2021
This work aims to reduce the number of damaged reclosers and evaluate the electric
power distribution process in a 69 kV substation in the city of Manaus. To achieve the
objective, the allocation of reclosers was evaluated, with installation at the outputs of
13.8 kV buses, with a descriptive methodology, based on a technical literature study
with specifications of equipment and substation techniques, in addition to of national
and international normative standards from a construction standard of a 69 kV
substation. It was found that the energized and de-energized devices performed as
expected, demonstrating the possibility of adapting the reclosers to the 13.8 kV bars,
operating satisfactorily within the estimated times for implementation in field
equipment and commissioning with the system. Using the recloser allocation, the
number of disconnections was reduced by 95.1% and the disconnection time by 94.4%.
With the application of the payoff method, using the quantity of disconnections of two
circuit breakers during the year 2018 and the amount spent by the company in moving a
team to resolve the situation of accidental disconnections, a profit of BRL 62,252 was
obtained .87 due to savings over 5 years.
vii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO.......................................................................... 1
1.1 - OBJETIVOS................................................................................................... 4
1.1.1 - Objetivo geral............................................................................................. 4
1.1.2 - Objetivos específicos.................................................................................. 4
1.2 - CONTRIBUIÇÃO DA DISSERTAÇÃO....................................................... 4
1.3 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.............................................................. 5
CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA................................................. 6
2.1 - CUSTOS ASSOCIADOS ÀINTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE
ENERGIA................................................................................................................ 12
2.2 - RELIGADOR AUTOMÁTICO – ACR.......................................................... 15
2.2.1 - Módulo de chaveamento externo – OSM................................................. 17
2.2.2 - Cabine de controle do religador................................................................ 18
2.1.1.1 - Painel do operador..................................................................................... 19
2.1.1.2 - Bateria selada 12VCC............................................................................... 20
2.1.1.3 - Módulo SIM.............................................................................................. 21
2.1.1.4 - Módulo relé............................................................................................... 21
2.1.1.5 - Fonte de alimentação – PSM..................................................................... 22
2.2.3 - Software – CMS.......................................................................................... 23
2.2.4 - Diagrama funcional em blocos do religador automático – (ACR)........ 27
2.2.5 - Curva de atuação de um religador........................................................... 28
2.2.6 - Classificação dos religadores quanto ao número de fases...................... 29
2.2.7 - Classificação dos religadores quanto ao tipo de controle....................... 30
2.2.8 - Classificação dos religadores quanto ao meio de interrupção............... 31
2.3 - DISJUNTOR................................................................................................... 31
2.3.1 - Comando do disjuntor VD4...................................................................... 32
2.3.2 - Polo do disjuntor VD4............................................................................... 34
2.3.3 - A interrupção da corrente no vácuo......................................................... 35
2.4 - RELÉ DE PROTEÇÃO.................................................................................. 36
2.4.1 - Princípios de operação de relés................................................................. 37
2.5 - PESQUISAS SOBRE A ALOCAÇÃO DE RELIGADORES....................... 38
CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS..................................................... 42
viii
3.1 - MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS........................................................... 42
3.2 - METODOLOGIA........................................................................................... 50
3.2.1 - Método do Payoff....................................................................................... 52
3.2.2 - Cálculo do payback.................................................................................... 53
3.2.3 - Índice de Lucratividade – IL..................................................................... 54
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................... 56
4.1 - COLETA E ANÁLISES DOS DADOS......................................................... 56
4.1.1 - Tempo de retorno do investimento........................................................... 58
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES.............................................. 61
5.1 - CONCLUSÕES............................................................................................... 61
5.2 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.......................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 63
ix
LISTA DE FIGURAS
x
Figura 3.1 Subestação com suas respectivas linhas de transmissão
conectadas no barramento de 69 kV............................................ 43
Figura 3.2 Subestação com os disjuntores, transformadores de
correntes/tensão e transformadores de potência instalados no
barramento de 68 kV.................................................................... 44
Figura 3.3 Diagrama unifilar de uma subestação analisada.......................... 46
Figura 3.4 Religadores (RL1 e RL2) instalados na barra de 13.8 kV na
subestação.................................................................................... 48
Figura 3.5 Religadores instalados nas barras de 13.8 kV.............................. 49
Figura 3.6 Comando do religador instalado na barra de 13.8 kV.................. 50
Figura 3.7 Fluxograma das etapas da pesquisa.............................................. 51
xi
LISTA DE TABELAS
xii
NOMENCLATURA
xiii
IEC INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMITTEE
IEEE INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS
IP66 INDICE DE PROTEÇÃO DO MATERIAL
KA KILO AMPERES
KV KILO VOLTS
LAN REDE DE ACESSO LOCAL
LCD DISPLAY DE CRISTAL LÍQUIDO
LED DIODO EMISSOR DE LUZ
LL LINHA VIVA
M12 CONECTOR COM 12 PINOS
MCB MINI-DISJUNTOR
MODEM MODULA/DEMODULA
MT MÉDIA TENSÃO
NBI NIVÉL BÁSICO DE ISOLAMENTO
OC SOBRECORRENTE
OSM MÓDULO DE CHAVEAMENTO EXTERNO
PC COMPUTADOR PESSOAL
PDS PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAIS
PSM MÓDULO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
PRODIST PROCEDIMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
RC MÓDULO RELÉ
REL CONTROLE DO RELIGADOR
RIPPLE ONDULAÇÃO
RFI RADIO FREQUENCY INTERFERENCE
RMS RAIZ MÉDIA QUADRADA
RS 232 RECOMMENDED STANDARD 232 P/INTERFACE SERIAL
RX RECEPÇÃO DE SINAIS
SAGE SISTEMA ABERTO DE GERNCIAMENTO DE ENERGIA
SC SECCIONADORA
SCADA SUPERVISORY CONTROL AND DATA AQUISITION
SE SUBESTAÇÃO
SEF SENSIVÉL À TERRA
SIM MÓDULO DE INTERFACE COM O RELIGADOR
xiv
TC TRANSFORMADOR DE CORRENTE
TCC CURVA TEMPO X CORRENTE
TP TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
TRAFO TRANSFORMADOR
TTC TRANSFORMADOR DE TENSÃO CAPACITIVO
TX TRANSMISSÃO DE SINAIS
USB UNIVERSAL SERIAL BUS
UTR UNIDADE TERMINAL REMOTA
VCC TENSÃO CORRENTE CONTÍNUA
VCA TENSÃO CORRENTE ALTERNADA
VD4 DISJUNTOR A VÁCUO QUARTA GERAÇÃO
xv
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1
− td: tempo para o ajuste de chaves, a fim de restabelecer a energia aos
consumidores fora da área de defeito;
− t1: tempo de pesquisa do defeito, que é dado por: ta + tb + tc + td;
− t2: tempo médio para o reparo do defeito e o completo restabelecimento do
sistema.
Caso o curto-circuito tenha causa transitória, o religador de baixa tensão poderá
religar o sistema rapidamente. Além do TAE, existem outros indicadores de qualidade
do serviço prestado pelas concessionárias de energia, tais como:
− DEC (duração equivalente de interrupção no conjunto de consumidores),
conforme estabelecido pelos procedimentos de distribuição de energia elétrica
no sistema elétrico nacional - PRODIST (ANEEL, 2008), representa, para um
universo de consumidores, o tempo médio equivalente, usualmente em horas,
que seu primeiro suprimento é interrompido durante certo período de tempo;
− FEC (frequência equivalente de interrupção no conjunto de consumidores),
conforme o PRODIST (ANEEL, 2008), representa, para um universo de
consumidores, a frequência equivalente de ocorrência de interrupções em um
período de tempo definido;
− DIC (duração de interrupção individual por unidade consumidora), representa o
tempo, usualmente em horas, que um consumidor específico teve seu
suprimento interrompido durante o período de observação;
− FIC (frequência de interrupção individual por unidade consumidora) representa
a frequência que um consumidor específico teve seu suprimento interrompido
durante o período de observação;
− DMIC (duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora)
representa o tempo máximo, usualmente m horas, que um consumidor específico
teve seu suprimento interrompido durante o período de observação.
Reformulando o processo de alocação de dispositivos de controle e proteção,
bem como seus locais de instalação, considera-se que os equipamentos irão operar de
forma mais coordenada. Dessa forma, o sistema de distribuição e a coordenação
eficiente pode evitar que uma falta de energia tenha um envolvimento grande em termos
de carga e/ou consumidores atingidos, além de procurar reduzir o tempo para a
reposição do sistema em operação (FERREIRA, 2009).
2
Na realização destas atividades, observou-se um número considerável de
dispositivos (religadores) instalados em certos trechos das redes de distribuição que
vinham sendo desligados pelos relés de proteções de sobrecorrente de fase e neutro,
devido às falhas transitórias.
A operação do dispositivo religador funciona por meio da detecção automática
de falhas e transitórios na rede elétrica e subsequente interrupção temporária do circuito
elétrico. Depois de um determinado tempo, e conforme as proteções parametrizadas, o
religador automático restabelece automaticamente a energia. Caso a falha persista, o
dispositivo verifica a quantidade de tentativas (pelo relé de religamento) para identificar
se o problema é temporário ou permanente (NOJA POWER, 2017).
Para recompor o sistema, a manutenção desliga os religadores da rede de
distribuição de 13,8 kV, abre as chaves lado fonte/carga, isola o religador e fecha a
CUC (chave unipolar com carga), energizando novamente o circuito alimentador da
rede de distribuição, com objetivo de não interromper o fornecimento de energia. Nesse
contexto, avaliou-se a capacidade dos dispositivos de proteção e seccionamento em
fornecer um serviço de qualidade com gastos reduzidos.
A agência nacional de energia elétrica (ANEEL), através da Resolução
Normativa n° 643/2014, estabeleceu melhorias na qualidade dos serviços prestados
pelas concessionárias de energia elétrica preconizando as seguintes ações: automação,
reforma e modernização de subestações, obras e equipamentos destinados a diminuir a
indisponibilidade de instalações de transmissão e eliminação de interferências em faixas
de servidão e substituição de equipamentos por motivos de obsolescência, vida útil
esgotada, falta de peças de reposição, risco de danos a instalações, desgastes prematuros
ou restrições operativas intrínsecas.
As principais falhas nas redes são causadas por descargas atmosféricas, árvores,
animais, queimadas, vandalismo e abalroamento de poste. O tempo para religar o
fornecimento de energia afeta diretamente nos indicadores de duração equivalente de
interrupção por unidade consumidora (DEC) e frequência equivalente de interrupção
por unidade consumidora (FEC), utilizados para mensurar a continuidade do serviço
que são normatizados pelo módulo oito do procedimento de distribuição (PRODIST) da
agência nacional de energia elétrica, responsável pela regulamentação do setor elétrico
brasileiro. Esses documentos são elaborados pela ANEEL e normatizam e padronizam
as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de
distribuição de energia elétrica, esses documentos são organizados em 11 Módulos são:
3
I – Introdução, II – Planejamento da expansão do sistema de distribuição, III – Acesso
ao sistema, IV – Procedimentos operativos do sistema de distribuição. V- Sistema de
medição, VI – Informações requeridas e obrigações, VII – Cálculo de perdas na
distribuição, VIII – Qualidade da energia elétrica, IX – Ressarcimento de danos
elétricos, X – Sistema de informação geográfica regulatório e XI – Fatura de energia
elétrica e Informações Suplementares.
A redução no índice de ocorrências de desligamentos tende a reduzir os
deslocamentos das equipes, com a consequente redução dos custos operacionais e de
eventuais penalidades pelo não cumprimento dos indicadores.
1.1 - OBJETIVOS
4
circuitos a jusante do religador também serão desligados, ocasionando a interrupção no
fornecimento de energia elétrica aos consumidores.
Neste sentido, um dos principais desafios das concessionárias é manter ao menor
nível possível esses indicadores, visando a melhoria da qualidade de prestação de
serviços de distribuição de energia elétrica. Para tanto, as empresas investem em
tecnologias voltadas às redes inteligentes. Um dos dispositivos desta área são os
religadores automáticos, que são instalados em pontos críticos para atenuar a falta de
energia causada por falhas transitórias.
Esta dissertação apresentará um estudo da alocação dos religadores, visando a
diminuição da quantidade de usuários prejudicados com os eventuais desligamentos de
energia, contribuindo também com as empresas do setor elétrico, principalmente as
concessionárias, no que se refere ao conhecimento para alocação de religadores
automáticos que atuem na barra, minimizando consideravelmente tanto a quantidade e
tempo de desligamentos e custos financeiros.
5
CAPÍTULO 2
REVISÃO DA LITERATURA
6
forma automatizada, equalizando o nível de tensão e distribuindo a carga elétrica de
forma mais eficiente, o que reduz as perdas técnicas provocadas pela dissipação de
energia; os índices de duração equivalente de interrupção por unidade consumidora
(DEC) e frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora (FEC) por
interrupções na rede e o deslocamento de equipes móveis para o atendimento de
ocorrências in loco (VAZ, 2017).
Atualmente, há um quantitativo de 333 religadores instalados nos circuitos
alimentadores da rede de distribuição, que se encontram em pontos estratégicos, locais
que demandam maior ponta de carga, ou seja, alimentador com maior corrente diária em
um determinado período, devido ao grande número de consumidores.
Os disjuntores e religadores são seccionadores de circuitos alimentadores de BT
(baixa tensão). Os disjuntores 13.8KV são estáticos instalados nos pátios externos da
subestação, suas proteções ficam dentro da casa de controle de uma subestação, tais
proteções são: Relé sobre corrente de fase (50I/51T) unidades instantâneo/temporizado,
relé (50N/51N) de neutro unidades instantâneo/temporizado, relé 27 (sub tensão) e relé
79 (relé de religamento). O religador pode ser comparado com o disjuntor de 13,8 kV a
nível de tensão e corrente.
A Figura 2.1 apresenta três disjuntores alocados em cubículos, construídos com
chapas de aço e montados em base de concreto, na subestação.
Figura 2.1 - Três cubículos com seus respectivos DJ´s 13,8 kV instalados na subestação.
7
O plano diretor para os negócios do sistema Eletrobras, contempla objetivos,
estratégias, projetos e iniciativas, visando orientar grandes metas para geração,
transmissão, distribuição e gestão corporativa. Adicionalmente, com o desdobramento
de diretrizes econômico-financeiras endereçadas a cada empresa controlada, foram
criadas as condições para um processo que resultaram na pactuação de planos de
negócio específicos, passíveis de planos de ação operacionais.
Objetivando dar sustentação ao equilíbrio econômico e financeiro futuro das
controladas e atender aos objetivos estratégicos da Eletrobras e suas controladas de
atingir os objetivos de eficiência, expansão e rentabilidade das controladas, foram
aprovadas, através da deliberação DEL134/2009, de 30/10/2009, as “novas regras de
governança corporativa das controladas do sistema Eletrobras” e dentro das novas
regras de governança determinou-se a elaboração do contrato de metas de desempenho
empresarial, estabelecendo as metas e os resultados a serem alcançados para maior
eficiência, robustez e rentabilidade financeira da controlada e para a Eletrobras e suas
demais controladas, bem como as condições de acompanhamento e monitoramento
CMDE (contrato de metas de desempenho empresarial).
Todos os projetos do plano diretor de negócios e gestão endereçam, direta ou
indiretamente, pelo menos um objetivo estratégico finalístico ou de gestão e
competências do plano estratégico 2010-2020. Para garantir essa integridade e
aderência, foram estabelecidas as diretrizes estratégicas para o ciclo do PDNG 2014-
2018, que na realidade são direcionadores dos projetos. São elas: expansão sustentável e
eficiência operacional.
A expansão sustentável objetiva preservar a liderança da Eletrobras no mercado
nacional, priorizando a participação em projetos estruturantes no país, e também no
exterior, estritamente pautada por critérios de seleção de empreendimentos segundo sua
viabilidade técnica e econômico-financeira.
A eficiência operacional contempla ações de curto e médio prazo que visam a
redução de custeio, o aumento de receitas e o aprimoramento da qualidade e segurança
do serviço de energia elétrica.
O plano da operação e manutenção 2014-2018 é estabelecer as ações a serem
implementadas visando a melhoria do desempenho do sistema de distribuição de
energia elétrica do Amazonas e consequentemente melhorar os indicadores de
continuidade coletivos (DEC e FEC) e individuais (DIC, FIC e DMIC). Essas ações
8
possuem em sua abrangência os circuitos de distribuição de energia elétrica (MT e BT)
da cidade da capital Manaus e do interior do estado do Amazonas.
Os projetos e ações de operação e manutenção da Eletrobras Amazonas foram
concebidos a partir do planejamento estratégico ciclo 2014-2018, que revisitou o
planejamento do ciclo anterior, tendo como principal balizador o desenvolvimento de
uma nova metodologia de análise e tratativas das ocorrências, resultando em novo
pacote de projetos e melhoria dos indicadores de continuidade e qualidade, inclusive
com direcionamento à redução de compensações por transgressão de indicadores
individuais.
Neste planejamento foram projetadas as metas anuais de DEC e FEC para o
ciclo 2014 a 2018, conforme apresentado na Figura 2.2.
9
DEC e FEC, conforme definido no módulo 8 dos procedimentos de distribuição -
PRODIST.
Os indicadores são medidos pelas distribuidoras e enviados periodicamente para
a ANEEL para verificação da continuidade do serviço prestado, representando,
respectivamente, o tempo e o número de vezes que uma unidade consumidora ficou sem
energia elétrica para o período considerado (mês, trimestre ou ano), o que permite que a
agência avalie a continuidade da energia oferecida à população. A Tabela 2.1 apresenta
os índices de continuidade de DEC e FEC da empresa estudada.
10
Figura 2.4 - Gráfico - FEC anual.
Fonte: ANEEL (2019).
11
Tabela 2.2 - Plano de ação no período 2014.
PLANO DE AÇÃO
Período
MELHORIA DO DESEMPENHO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 2014
OBJETIVO: Reduzir o DEC de 57,34 horas para 20,84 horas e o FEC de 19,37 para 25,86 até 2018.
GANHOS GANHOS
Acompa- Investimento Investimento
ESTIMADOS ESTIMADOS Premissas e
Ação nhamento Unidade 2014 previsto total
comentários
DEC FEC (R$ x 1 .000) (R$ x 1.000)
(h) % (x) %
Automação Premissas:
de redes de Incluso estudo
distribuição Previsto Religador 333 11,05 39,30% 3,91 33,60% 9.785.000,00 9.785.000,00 de alocação e
instalação (acum.) parametrização
de dos Religadores
religadores
O prejuízo que uma unidade consumidora terá pela interrupção, sem aviso
prévio, do fornecimento de energia é denominado de custo da interrupção (CI), sendo
quantificado por R$/kWh interrompido. Esse prejuízo é calculado conforme a unidade
consumidora, levando em consideração o tipo de atividade realizada por ela. A energia
que deixou de ser consumida em razão da interrupção do fornecimento pela empresa de
distribuição é denominada de energia não suprida, sendo esse custo social quantificado
pelos custos diretos e indiretos dessas interrupções, diferindo do custo da energia não
faturada pela distribuidora. O valor pode também ser somado ao custo de interrupção de
diversos agentes, a fim de representar o custo social da interrupção do fornecimento
para a sociedade dentro de uma determinada área, representando o valor médio do custo
da interrupção em R$/MWh (MERCADOS DE ENERGIA CONSULTORIA, 2016).
Para conhecer o nível de confiabilidade de uma empresa de energia, considera-se
a análise dos indicadores de interrupção do fornecimento, indicando a quantidade média
dessas interrupções. Os custos empregados na melhoria do fornecimento de energia
12
elétrica pelas empresas de distribuição retornarão através do aumento da confiabilidade
dos usuários da energia, além da economia que essas empresas terão pelo aumento do
fornecimento de energia através da diminuição do número de ocorrências de
interrupção. O valor médio do custo da energia não suprida no Brasil é de 4,48
US$/kWh, considerando a taxa de conversão de 5,59 reais/dólar, tem-se que o valor
médio do custo de energia não suprida é de 25,04 R$/kWh.
A Tabela 2.3 apresenta o custo unitário das interrupções no fornecimento de
energia. Os custos estão divididos por setor e região e pelo total nacional. A região
Nordeste é a que apresenta o menor valor médio das interrupções, 11,3 R$/kWh. A
média nacional do custo unitário das interrupções é de 15,7 R$/kWh.
Tabela 2.3 - Custo unitário das interrupções esperado e não programado por setor,
região e nacional (R$/kWh).
13
Tabela 2.4 - Desligamentos acidentais.
SGAL2-12
CCAL2-07
MOAL2-15
MOAL2-12
DDAL2-18
SEAL2-05
SEAL2-03
SEAL2-04
DDAL2-16
MCAL2-06
MCAL2-08
MCAL2-09
MCAL2-10
PNAL2-04
CDAL2-05
DDAL2-04
CDAL2-04
JQAL2-02
CGAL2-02
MGAL2-01
SJAL2-13
MGAL2-08
JQAL2-04
SJAL2-12
CGAL2-04
CGAL2-05
CGAL2-03
CGAL2-10
SJAL2-09
14
concessionárias é manter o menor nível possível desses indicadores, com o objetivo de
melhorar a qualidade do serviço de distribuição de energia elétrica.
Havendo redução no índice de ocorrências de desligamentos, a empresa reduzirá
os deslocamentos das equipes, logo a concessionária reduzirá os custos operacionais e
de penalidades pelo o não cumprimento dos indicadores DEC e FEC, com isso obterá
retorno financeiro a longo e médio prazo. O investimento em tecnologias voltadas às
redes inteligentes (smart grid), como a instalação de religadores automáticos em pontos
críticos, atenuam a falta de energia por falhas transitórias.
15
dos sistemas de distribuição. Esse recurso evita que essas unidades consumidoras
fiquem sem energia nos casos de algumas falhas permanentes (FELBER, 2015).
As interrupções podem ser classificadas conforme o tempo da interrupção,
podendo ter conceitos diferentes de acordo com cada órgão regulador. Uma forma de
classificar as faltas é: permanentes/sustentadas e temporárias/transitórias. As faltas
permanentes ou sustentadas causam danos permanentes ao sistema ou parte dele, como
falhas de isolação, ruptura de cabos, ou curto-circuito em equipamentos como
transformadores e capacitores, o que requer a manutenção do componente da rede sob
defeito. Desse modo, independentemente do tipo de dispositivo de proteção que elimina
a falta, uma falta permanente gera necessariamente uma interrupção permanente de
todos os consumidores do trecho da rede sob defeito, exigindo a intervenção da equipe
de manutenção (FERREIRA, 2009).
Devido a esse fato, as faltas permanentes são mais facilmente identificadas,
porém são de ocorrência significativamente menor nas redes de distribuição. Faltas
temporárias, momentâneas ou transitórias geralmente não causam danos permanentes a
qualquer componente da rede, de modo que o sistema volta a operar normalmente se
houver o desligamento do circuito, seguido do religamento após um curto intervalo de
tempo (FERREIRA, 2009).
A tensão de entrada em todos os seis terminais para o religador automático,
modelo 310, é medida através de seis sensores de tensão capacitiva (TTC), acoplados
aos terminais de alta tensão. A corrente de entrada em todos três terminais também é
medida nas três fases. Através de transformadores de corrente (TC). Estes
transformadores fornecem medida de corrente de fase e neutro para fins de sinalização e
proteção contra sobrecorrente. Os secundários dos transformadores de corrente são
automaticamente curtos-circuitados quando o tanque é desligado da cabine de controle
(ELETROBRÁS, 2012).
O cabo de controle faz interface do módulo de chaveamento externo (OSM) com
o módulo “SIM” do religador, que fica na cabine de controle, o mesmo tem 7m de
comprimento e seu aterramento é feito por uma conexão utilizando o pino M12 que fica
no tanque (NOJA POWER, 2017).
16
2.2.1 - Módulo de chaveamento externo - OSM
Este módulo é constituído em aço inox e possui janela de exaustão para extinção
de arco elétrico. Possui vida útil de operação de 30 anos e fornece um índice de
proteção IP66, sendo equipado com respiro cerâmico para prevenir acúmulo de
condensação. O tanque é totalmente brindado, porém internamente possui doze
acessórios (NOJA POWER, 2017):
1. Interruptor a Vácuo, vida útil dos seus contatos está em função dos números de
operações elétricas pelas correntes em RMS, o valor máximo de 16
quiloamperes da corrente de interrupção para 70 vezes os números de operações
em alta;
2. Haste de abertura, fica conectada ao anel de disparo no OSM para o bloqueio
elétrico de fechamento/abertura do religador;
3. Atuadores magnéticos, são intertravados, garantindo a operação simultânea
trifásica do religador. Operação de disparo assistida por molas é atingida
revertendo a direção da corrente do atuador para gerar força na direção inversa à
operação de fechamento;
4. Cápsula de sólido dielétrico, invólucro em epóxi com alta resistividade para
evitar condutividade;
5. Buchas de silicone; fabricada de resina epóxi aromático. Uma bota de borracha
siliconada é encaixada para fornecer a distância de isolamento entres elas;
6. Terminais de conexão; alimentação trifásica 13,8 KV recebida da rede de
distribuição elétrica;
7. Tanque de aço inoxidável, seu índice de proteção IP66 com respiro cerâmico
para prevenir acúmulo de condensação;
8. Chaves auxiliares, localizada no tanque por um visor open/close, recebe
informação de falta de 13.8KV da rede elétrica, envia um sinal de falta ao
módulo “SIM” esse por sua vez manda realizar o Trip, atuando na sua bobona;
9. Transformadores de corrente, abaixo das buchas encontra-se três TC´s com
relação de transformação 2500/1, isso quer dizer, que 2500 amperes no seu
primário refletem no seu secundário um ampere. Fornecem medida de corrente
de fase e neutro para fins de sinalização e proteção contra sobrecorrente;
10. Sensores Capacitivos de tensão, todos seis terminais do religador são medidos
através de seus sensores acoplados aos terminais de alta tensão;
17
11. Molas de aberturas;
12. Anel de disparo mecânico, puxando manualmente para baixo inibe o religador,
garantindo seu bloqueio.
1. Interruptor a Vácuo
2. Haste de Abertura
3. Atuadores Magnéticos
4. Cápsula de Sólido Dielétrico
5. Buchas de Silicone
6. Terminais de Conexão
7. Tanque de Aço Inoxidavél
8. Chaves Auxiliares
9. Transformadores de Corrente
10. Sensores Capacitivos de Tensão
11. Molas de Aberturas
12. Anel de Disparo Mecânico
1 – Painel do Operador
2 – Bateria Selada 12 VCC
3 – Módulo SIM
4 – Módulo Relé
5 - Placa para rádio ou modem
6 – Fonte de alimentação - PSM
18
A cabine de controle é responsável por todo comando do religador, sendo que na
sua parte inferior há múltiplas entradas para cabos de dispositivos extras do usuário.
Nela encontram-se diferentes módulos e funções (NOJA POWER, 2017):
19
Figura 2.9 - Display de Cristal Líquido (LCD).
Fonte: NOJA POWER (2017).
20
2.2.2.3 - Módulo SIM
21
usuário) e um LED processando para indicação do estado do Módulo Régua. É o
módulo mais importante do controle do religador (RC) através da interação com o
religador OSM, Módulo de Interface com Religador (SIM) e Painel do Operador.
Possui três entradas digitais embutidas, as quais podem serem relacionadas como
qualquer ponto de controle remoto. Tem entrada alimentada 12VCC par bateria, saída
para contatos seco. Responsável por toda lógica binária, tem portas USB, Ethernet
(LAN) e sinalização a led para o operador monitorar o bom funcionamento do módulo
(NOJA POWER, 2017).
O módulo relé converte o sinal analógico em digital recebido do SIM e reenvia
ao SIM
Novamente para abrir ou fechar o tanque.
22
cobertura de segurança. MCB deve está desligado antes que a chave de seleção seja
colocada em 110 ou 220Volts (KONDO, 2015).
23
− Assegurar a coordenação do religador através da importação de características
de coordenação de outros dispositivos a partir de uma biblioteca de curvas de
proteção;
− Configurar protocolos para o controle do SCADA (Supervisório de Controle de
Aquisição de Dados). Na Figura 2.14 é apresentada uma tela com gráficos e
curvas características de um religador, após ser parametrização e configuração.
(NOJA POWER, 2017).
24
Figura 2.15 - Etapas para parametrização de um religador via Software – CMS.
Fonte: NOJA POWER (2017).
25
Figura 2.18 - Menu ajuda Software – CMS.
Fonte: NOJA POWER (2017).
26
Figura 2.21 - Menu leituras de campo Software – CMS.
Fonte: NOJA POWER (2017).
27
Figura 2.22 - Diagrama funcional geral em blocos (ACR).
Fonte: NOJA POWER (2017).
28
Figura 2.23 - Curva de atuação de um religador.
Fonte: LEITÃO (2011).
Legenda para análise do Gráfico da Corrente (A) x Tempo (s), Figura 2.23:
− I (A) - Corrente Elétrica;
− I falta - Corrente de Pickup (500A);
− I Carga – Corrente Medida (380A);
− td1, td2, td3 e td4 – Tempos de Disparos são os tempos que o religador
permanece ligado, conhecido como (Fast Time) tempo rápido, simbolizado pela
letra “F” (td1 e td2) e (Slow Time) tempo lento, simbolizado pela letra “S” (td3
e td4);
− tm1, tm2 e tm3 - Tempos morto, conhecido como (Dead Time) simbolizado
pela letra “D”, tempo morto, começa to=0 onde o tempo é igual zero. O
religador permanece desligado;
− Bloqueio – No final td4=0,4s o religador é bloqueado se curto-circuito,
permanecer. Ou seja, a proteção fazendo três tentativas o religador e na quarta
tentativa é bloqueado por medidas de segurança do fabricante;
− Corrente de Pickup – Ocorre quando o valor medido (380A) ultrapassar o
valor configurado pelo usuário. O valor configurado e a corrente de pickuo =
(500A).
29
ligados às outras duas fases. Normalmente, a saída de um ramal sob essas condições não
deverá introduzir suficiente desequilíbrio no alimentador para abrir um equipamento de
proteção de retaguarda (HOSS, 2018).
Trifásicos – são utilizados onde é necessário o bloqueio das três fases
simultaneamente, para qualquer tipo de falha permanente, a fim de evitar que cargas
trifásicas sejam alimentadas com apenas duas fases. Podem ser:
Trifásicos com Operação Monofásica e Bloqueio Trifásico - são constituídos de
três religadores monofásicos, montados num único tanque, com os mecanismos
interligados apenas para ser processado o bloqueio trifásico. Cada fase opera
independentemente em relação às correntes de defeito. Se qualquer das fases operar o
número pré-ajustado para bloqueio, as duas outras fases são abertas e bloqueadas
através do mecanismo que as interliga (HOSS, 2018).
Trifásicos com Operação Trifásica e Bloqueio Trifásico - são constituídos de um
único religador, que opera e bloqueia sempre trifasicamente, independentemente do tipo
de falha ocorrida, isto é, mesmo que a falha afete uma das fases, todos os contatos
realizam a operação de abertura e religamento (HOSS, 2018).
Controle hidráulico – nos religadores com este tipo de controle, as correntes são
detectadas pelas bobinas de disparo que estão ligadas em série com a linha. Quando,
através da bobina, flui uma corrente igual ou superior à corrente mínima de disparo do
religador (pick-up), o núcleo da bobina é atraído para o seu interior, provocando a
abertura dos contatos principais do religador. O mecanismo de fechamento dos
religadores com controle hidráulico pode ser de dois tipos (HAGHIFAM, 2004):
− Nos religadores com corrente nominal de até 200 A, são utilizadas molas de
fechamento, que são carregadas pelo movimento do núcleo da bobina-série;
− Nos religadores de correntes nominais de 250, 280, 400 e 560 A, o fechamento é
realizado pela bobina de fechamento, que é energizada pela tensão da linha. O
sistema de controle hidráulico é econômico e simples, eficiente e de grande vida
útil. Essas características são importantes para áreas de baixa densidade de carga
ou para outras áreas que não requeiram níveis de precisão acentuados na
operação do equipamento, corrente de disparo muito pequenas, tanto para fase,
como para neutro, ou grande velocidade na interrupção.
30
Controle eletrônico – com este tipo de controle, o religamento apresenta maior
flexibilidade e mais facilidade para ajustes e ensaios, além de ser mais preciso,
comparativamente ao de controle hidráulico. Contudo, essas vantagens devem ser
economicamente avaliadas antes de ser procedida a escolha entre um religador com
controle hidráulico e um com controle eletrônico.
O controle eletrônico é colocado em uma caixa separada do religador e permite
as seguintes modificações de ajustes no equipamento, sem que seja necessária sua
abertura:
− Características tempo em função da corrente;
− Níveis de corrente de disparo;
− Sequência de operação.
Para que estas alterações sejam efetuadas, não é preciso desenergizar o religador
nem retirar o seu mecanismo do interior do tanque.
2.3 - DISJUNTORES
31
disjuntores, de modo a isolar o equipamento ou parte do sistema afetado pela falha,
impedindo que a perturbação danifique equipamentos, comprometa a operação ou
propague-se para outros componentes não defeituosos (NOBRE, 1999).
A necessidade de seccionamento de um sistema de energia elétrica pode ocorrer
em situações normais ou em condições anormais de operação. O equipamento usado na
operação como os disjuntores devem ser capazes de eliminar qualquer tipo de curto-
circuito no sistema elétrico, submetendo-se a grandes esforços térmicos e elétricos
(NOBRE, 1999).
32
livre; estas características permitem manobras de abertura e fechamento independentes
da ação do operador.
O comando mecânico é de simples concepção e utilização, podendo ser
personalizado com uma ampla gama de acessórios instaláveis fácil e rapidamente. Esta
simplicidade traduz-se numa maior confiabilidade do aparelho (DEHGHANI e
DASHTI, 2011). Comando de um disjuntor VD4, encontra-se na Figura 2.25.
A. Contatos auxiliares aberto/fechado
B. Motor de engrenagem para a carga da mola de fechamento
C. Alavanca incorporada de carga da mola de fechamento
D. Sinalizador mecânico de disjuntor aberto/fechado
E. Contador de operações mecânica
F. Conectores tomada – soquete dos acessórios elétricos situados no carro
G. Sinalizador de mola de fechamento carregada/descarregada
H. Relés de serviço
I. Botão de fechamento
J. Botão de abertura
K. Eletroímã de bloqueio do comando
L. Relé de abertura suplementar
M. Contato transitório
N. Contatos de sinalização de mola carregada/descarregada.
33
2.3.2 - Polo do disjuntor VD4
O polo do disjunto (VD4) com ampola a vácuo não requer manutenção até ser
atingido o número de ciclos admissível de manobras indicado, ou seja, o número
admissível de manobras das ampolas a vácuo é em função da corrente de
abertura/fechamento, (tem 3.000 ciclos e 15KA que é a capacidade de interrupção).
Uma vez atingido o número admissível de manobras em função da corrente de abertura,
é necessário substituir completamente os polos do disjuntor. Recomenda-se mandar
executar a desmontagem e substituição dos polos do disjuntor, pela assistência técnica
aos clientes da ABB ou a pessoal especializado e adequadamente treinado, sobretudo
em vista de uma regulagem feita segundo as regras da arte.
Controle do vácuo em caso de necessidade. Para verificar a qualidade do vácuo
(sem desmontar o disjuntor), é possível utilizar um testador específico de vácuo. –
Vacuum Tester VIDAR Para checar a pressão interna da ampola a vácuo. Esse testador,
ajusta os seguintes valores de teste: Tensão nominal até 17,5KV e Tensão contínua de
teste no disjuntor 40 kV. O teste é feito a cada nova erosão nominal dos contatos no
estado de abertura, conforme Figura 2.26.
34
2.3.3 - A interrupção da corrente no vácuo
35
robustez e confiabilidade mecânica. A versão extraível, além dos contatos de isolamento
e do cordão com tomada para a ligação dos circuitos auxiliares, é complementada por
um carro para a inserção e extração com porta fechada no quadro ou no invólucro
(DEHGHANI e DASHTI, 2011). A Figura 2.27 apresenta a ampola a vácuo
encapsulada em polo de resina.
36
Figura 2.28 - Equipamentos de um sistema de proteção.
Fonte: SILVA (2002).
37
neles induzidas. Só funcionam com corrente alternada, podendo ser instantâneas
ou temporizados.
A primeira operação do disjuntor baseia-se na falta de tensão em uma das fases.
O relé visualiza a falta, se a unidade for temporizada, conta um tempo de 15 s e abre o
disjuntor. Caso a unidade seja instantânea, o disjuntor abre instantaneamente, como o
relé 50/51F de fase tem um retardo, que é o relé 79, o mesmo religa o alimentador, caso
persista a falta, o 79 bloqueia o religamento do disjuntor, pois o relé foi ajustado só para
um tempo (15s).
Na terceira operação, o dispositivo 27 (relé de sobtensão) visualiza uma sub
tensão entre fases do alimentador, compara essa sub tensão (valor abaixo de 13,8 kV),
compara com a tensão de referência ajustada em 13,8 kV, e desliga o alimentador, a fim
de proteger os aparelhos elétricos dos consumidores.
38
final e o custo ponderado da aquisição das chaves. Foram considerados parâmetros
como a duração equivalente de interrupção por unidade consumidora (DEC),
disponibilidade, tempo médio de reparo, taxa de falha e fator de importância das cargas
em barra. As posições para instalação dos dispositivos normalmente abertos foram
previamente definidas.
MORADI et al. (2005) utilizaram o algoritmo meta heurístico Simulated
Annealing para obter um número ótimo de dispositivos de seccionamento automático a
serem alocados, além de suas posições ótimas. A função objetivo envolve a
minimização do custo da interrupção, que relaciona o capital investido, os custos de
aquisição, instalação e manutenção das chaves, a duração da interrupção, a variação de
carga, falhas aleatórias, classes de consumidores e outros fatores.
O posicionamento dos dispositivos, como em outros trabalhos científicos, é
definido como sendo qualquer trecho da rede. Para cada novo bloco criado, o custo é
calculado, à medida que contingências em toda a rede são simuladas e reconfigurações
são executadas. Essa metodologia, portanto, tem sua aplicação limitada a redes
reduzidas. Dois estudos de caso foram realizados: um utilizou apenas chaves
seccionadoras; o outro, chaves entre alimentadores, permitindo caminhos alternativos
para a transferência de carga. Os dispositivos normalmente abertos são instalados nos
finais de cada alimentador (JOHNSON e MORADI, 2005).
Para KAGAN et al. (2008), os métodos heurísticos são ferramentas que
direcionam a busca da solução, reduzindo assim o espaço de procura dentro de um
conjunto possível de combinações. Os autores afirmam que não existe uma técnica de
busca que seja sempre melhor que as demais, sendo as técnicas diferenciadas pela
habilidade de encontrar um caminho em direção à solução do problema, buscando um
caminho mais curto.
DEHGHANI e DASHTI (2011) desenvolveram uma metodologia para alocação
de religadores normalmente fechados, em redes radiais, utilizando o algoritmo genético
como método de otimização. O objetivo foi aumentar a confiabilidade do sistema,
minimizando o indicador da duração equivalente de interrupção por unidade
consumidora (DEC) e o indicador da frequência equivalente de interrupção por unidade
consumidora (FEC) a valores de meta. Nesse algoritmo, todos os trechos de uma rede
radial foram testados como sendo candidatos ou não à instalação do religador.
A string do algoritmo genético é binária, composta pelas informações referentes
a duração de interrupção por unidade consumidora e pelo o indicativo da frequência de
39
interrupção por unidade consumidora. Durante a aplicação do algoritmo genético, a
função de avaliação verifica se os valores dos indicadores a serem minimizados estão
próximos de suas metas. A metodologia foi testada em uma rede de 70 barras,
instalando 1, 2 ou 3 religadores. Essa metodologia pode ser considerada exaustiva ao
aplicá-la em redes de distribuição reais e maiores. Além disso, ao aumentar a
quantidade de religadores a serem instalados, muitas alternativas inviáveis podem estar
sendo consideradas, devido à proximidade entre os dispositivos, necessitando de
restrições mais limitadoras (DEHGHANI e DASHTI, 2011).
ALVES (2012) propôs um algoritmo híbrido baseado em lógica Fuzzy em
conjunto com algoritmos genéticos, com a finalidade de alocar dispositivos
normalmente abertos e normalmente fechados, visando aprimorar a confiabilidade e os
custos de investimentos em rede de distribuição. O algoritmo foi realizado em etapas:
cálculo do índice de alocação de chaves normalmente fechados por seção usando lógica
Fuzzy; determinação do melhor arranjo das seções para alocar chaves normalmente
fechado por algoritmo genético; cálculo do índice de alocação de chaves normalmente
abertos para cada seção apta, usando lógica Fuzzy, e do retorno financeiro dentro de um
planejamento.
Na primeira etapa, o índice foi determinado com base na confiabilidade,
prioridade de consumidor e taxa de falhas. As seções determinadas na primeira etapa
foram os dados de entrada para a segunda etapa, inseridos no string do algoritmo
genético. Na terceira etapa, o índice foi obtido a cada par de seções entre alimentadores,
baseado em confiabilidade, carregamento e perfil de tensão. Foram avaliados os piores
casos de transferência, concluindo que um número maior de chaves normalmente
fechados nos alimentadores reais, sendo um deles com 358 seções. Nessa aplicação foi
priorizada a minimização do valor do indicador da duração equivalente de interrupção
por unidade consumidora.
A função de avaliação consiste na função objetivo, que busca minimizar os
custos ponderados. Os resultados da aplicação da metodologia sobre uma rede com
alimentadores reduzidos mostram que os melhores pontos estão: no final dos
alimentadores e próximos de cargas com maior grau de importância (ALVES, 2012).
Quando se trata de problemas de otimização para a obtenção da melhor solução,
a técnica mais apropriada seria a busca em profundidade (depth-first search) e/ou a
busca em amplitude, que se adapta a proposta desta dissertação: propor uma
metodologia de alocação dos religadores automáticos nas redes. Na busca em
40
profundidade, a pesquisa é feita através de um único caminho, até que a aplicação de
algum critério de parada seja satisfeita (SILVEIRA, PFITCHER, 2013). O critério de
parada será a proposta de alocação de religadores automáticos.
Os principais dispositivos usados nas subestações e rede de distribuição de
energia são: religadores, que são dispositivos com capacidade de detectar faltas e
desligar o circuito sem a necessidade de serem substituídos.
41
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
42
Figura 3.1 - Subestação com suas respectivas linhas de transmissão conectadas no
barramento de 69 kV.
43
Figura 3.2 - Subestação com os disjuntores, transformadores de correntes/tensão e
transformadores de potência instalados no barramento de 69 kV.
44
na mesma rede do circuito alimentador. Neste dispositivo, são incorporadas quase todas
as proteções da norma ANSI, quais são: os relés de fase/neutro de unidades instantâneos
e temporizados; relés 27 de subtensão; relé 79 de religamento. O religador foi projetado
com as mesmas características básicas dos disjuntores, porém com mais recursos e
flexibilidade (HAGHIFAM, 2004).
Relés de religamento 79, responsáveis pelo religamento dos circuitos
alimentadores, possuem suas ordens de ajustes pela concessionária local em 15, 30 e 45
s. Tempo quase instantâneo para recuperação e retorno da energia dos consumidores
residenciais, comercias e industrias. Em seguida, observa-se o diagrama unifilar da
subestação analisada (Figura 3.3).
45
Figura 3.3 - Digrama unifilar da subestação analisada.
Fonte: ELETROBRÁS.
46
Na fase de implementação da proposta de alocação, com a retirada de dois
disjuntores das barras 01 e 02 de 13,8 kV da subestação e a alocação de dois religadores
nas suas respectivas barras, constatou-se que as barras eram adequadas e compatíveis
para alocação dos religadores, pois as barras apresentaram níveis suficientes de tensão e
correntes para ambos dispositivos. Para a escolha desses pontos, foi necessário ter
conhecimento prévio do sistema onde o religador seria alocado.
A escolha entre os pontos selecionados, inicialmente foi realizada de acordo com
o potencial de melhoria da continuidade no fornecimento de energia elétrica,
fundamentando-se na maior demanda na ponta de carga. Ponderando-se os indicadores
coletivos, individuais e de consumidores especiais, a alocação buscou a melhor solução,
considerando a restrição de quantidade total de religadores a serem instalados. A
alternativa de instalação de religadores foi selecionar um dispositivo por barras visando
a minimização dos valores dos indicadores de continuidade do sistema.
Com o diagrama unifilar, verificou-se todos seus equipamentos de potências e
linhas de transmissão até chegar à etapa final da distribuição, que são as barras um e
dois, com saídas dos seus respectivos circuitos alimentadores, Figura 3.4.
47
RL2-01
RL2-02
48
Conforme a Figura 3.4, para alocação dos dois religadores, as barras 1 e 2 foram
desenergizadas. Para alocação do religador (RL-1) e extração do disjuntor 16 (FLAL2-
1), iniciou-se na isolação da barra-1(FLBR2-1), efetuando as seguintes etapas:
1. Remanejo das cargas dos alimentadores 02 e 16 (FLAL2-02 e FLAL2-16);
2. Desligamento e bloqueio dos comandos dos disjuntores 01, 02, 16, 21 e 34
(FLDB2-01, FLDJ2-02 e FLDJ2-16, FLDJ2-21 e FLDJ2-34);
3. Abertura e colocação do cartão de segurança nas chaves CUC das muflas,
correspondente aos alimentadores 02 e 16 (FLAL2-02 e FLAL2-16);
4. Desligamento do disjuntor de ligação da barra 01 (FLDJ2-21);
5. Desligamento do disjuntor de interligação das barras 01 e 02 (FLDB201);
6. Colocação na posição de teste dos seguintes disjuntores: 01, 02, 16, 21 e 34
(FLDB2-01, FLDJ2-02 e FLDJ2-16, FLDJ2-21 e FLDJ2-34);
7. Conexão de aterramento móvel no barramento 01 (FLBR2-01).
49
3. Instalação de cubículo em base de concreto do pátio da subestação, conforme
ilustrado na Figura 3.6;
4. Conexão na barra-01 de 13,8 kV o religador (RL-01) dentro do seu cubículo.
3.2 - METODOLOGIA
50
norma da concessionária de energia para subestação em questão. A Figura 3.7 apresenta
o fluxograma da metodologia utilizada no presente trabalho.
51
fechados (NA/NF), trabalhando com seletividade, dando proteção aos consumidores,
segurança e evitando desligamento total, caso ocorresse.
Na quarta etapa, a fim de validar tecnicamente a viabilidade de instalação do
religador normalmente aberto, foi avaliado, na configuração normal do sistema elétrico
em estudo e na configuração com carga transferida, o carregamento dos componentes da
rede, os níveis de tensão e as correntes de curtos-circuitos.
A análise do carregamento dos componentes da rede garantiu a integridade do
sistema. Os níveis de tensão foram avaliados, a fim de garantir a qualidade do produto.
E as correntes de curto-circuito foram avaliadas para o estudo da proteção do sistema
em sua nova configuração após transferência de carga.
As proteções estão incorporadas no próprio religador, portanto, não há
necessidade de informações de sinais elétricos da casa de controle até o religador,
somente as conexões na barra 13,8 kV são necessárias. A fabricante determina que os
tempos definidos devam ser parametrizados para qualquer tempo, mas como padrão
determina-se 10 ou 30 segundos. Os religadores podem ser telecomandados e
automatizados via software.
Os dispositivos são dinâmicos, tanto podem ser instalados nas subestações,
como nas áreas urbanas ou rurais. Faz medição de grandezas elétricas, gera gráficos de
corrente, tensão e monitoramento na qualidade de energia.
Como os religadores da Noja Power, tem seu próprio software CMS, que pode
Supervisionar e controlar aquisição de dados, simplesmente utilizando modems óptico e
fibra óptica que permite a comunicação de transmissão (TX) e recepção (RX) completa
em paralela, via rede serial (RS 232/RS485) ou Ethernet em duas fibras em distância de
até 20Km, os modems são ligados ao módulo relé, através das portas USB-A e USB-B
que utilizem a conexão RS-485, eles são alimentados pelo Módulo SIM, onde a carga
externa normalmente seria ligada.
Não havendo necessidades de utilizarmos outros softwares como o SCADA ou
mesmo
Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia – SAGE.
52
critério de priorização de obras desde 1995 pela COPEL-DIS. Esse método é o payoff,
sendo utilizado na análise técnico-econômica a longo prazo na solução de problemas no
sistema de distribuição.
A função custo global do serviço, inclui todos os custos envolvidos e expressos
em unidades monetárias:
Sendo:
− Custo concessionária:
INV: investimentos (R$/ano);
CPER : custo das perdas (R$/ano);
CCOM : custo de operação e manutenção (R$/ano);
CPEN : penalidade resultante da violação do indicador de qualidade (R$/ano);
LUC: lucro devido a melhoria do nível geral de tensão em uma determinada área, que
provoca aumento de consumo (R$/ano).
− Custo consumidor:
CEND : custo da energia não distribuída (R$/ano);
CDT : custo de desvios de tensão (R$/ano);
CQE : custo de deficiências na qualidade da energia (harmônicas, flicker, afundamentos
de tensão, etc.) (R$/ano).
Para o cálculo da Eq. (3.2), não foram considerados o custo das perdas (CPER ), a
penalidade resultante da violação do indicador de qualidade (CPEN ), lucro devido a
melhoria do nível geral de tensão em uma determinada área (LUC), custo de desvios de
tensão (CDT ) e o custo de deficiências na qualidade da energia (CQE ).
53
investido, ou seja, é o prazo de retorno do investimento em um determinado projeto.
Este prazo geralmente é medido em anos ou meses (CASAROTTO, 2010).
Neste trabalho, utilizou-se os cálculos do PBs (payback simples) e do PBd
(payback descontado). O PBs representa o investimento inicial dividido (INV) pelo
lucro no período. Neste caso, o lucro é o benefício (BEN) com a instalação dos
religadores na redução das faltas de energia, conforme apresenta a Eq. (3.3).
INV
PBs = BEN
(3.3)
VF = VP(1 + i) n
(3.4)
Sendo:
VF é o valor futuro;
VP é o valor presente ou valor descontado;
i é a taxa de desconto (custo de capital);
n é o número de períodos.
54
valor presente das entradas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial,
conforme apresenta a Eq. (3.5).
RECEITA TOTAL
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE = LUCRO LÍQUIDO
(3.5)
55
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
56
um Retificador trifásico que recebe tensão de 380VAC, retifica para 125VCC, conforme
recomenda Norma ANSI.
Os disjuntores são telecomandados a distância pelo centro de operação, quando
o disjuntor abre/fecha por atuação da proteção, gera um arco elétrico e para extinguir
esse arco, os dispositivos usam como meio isolante o vácuo ou óleo. Os circuitos
alimentadores tem saídas subterrâneo e chegam até os postes, onde são instalados
transformadores abaixadores de 13,8 kV/127-220 V, cujos consumidores são
alimentados.
Os dispositivos das subestações em questão são de tecnologias antigas, de
diversos fabricantes, disjuntores a vácuo ou óleo. Após vários religamentos e
desligamentos, o óleo fica carbonizado, perdendo suas características isolantes e sua
viscosidade. Nessa condição, deve-se substituí-lo para não ocasionar explosão. Em
situações de ventania ou descarga atmosférica, os disjuntores apresentam números
maiores de desligamentos.
Analisando os religadores, no período de 01 a 30 de outubro/2019, verificou-se
uma média de 2 desligamentos instantâneos. Para os religamentos, os ajustes dessas
proteções pelo relé 79 ficou parametrizado em 1,5 s (conforme ordem de ajuste e
determinação da própria concessionária). As proteções envolvidas são: os relés, 50/51F,
50/51N e 79, que são relés com unidades instantâneas e temporizadas de fase/neutro e
religamento, parametrizados para trabalharem com esses valores pré-definidos,
conforme apresenta a Tabela 4.2.
Os resultados obtidos com os testes de campo e laboratório foram observados
diariamente. Tanto os dispositivos energizados como desenergizados apresentaram suas
operações dentro do esperado. Demostraram a possibilidade de adequação dos
religadores nas barras 01 e 02, operando satisfatoriamente dentro dos tempos estimados
para religamento, 15, 30 e 45 s, para implementação nos equipamentos de campo e
comissionamento junto ao sistema.
A alocação do religador na barra, em substituição ao disjuntor, mostrou-se uma
proposta de solução viável para os desafios de distribuição de energia, coordenação e
seletividade vivenciados diariamente nas regiões metropolitanas. Observou-se que os
dispositivos de proteção e seccionamento utilizados atualmente nos religadores têm
contribuído para um serviço de qualidade, pois uma de suas principais características é a
manutenção que pode ocorrer depois de 30.000 operações, o que contribui para a
redução de manutenção e gastos.
57
4.1.2 - Tempo de retorno do investimento
58
Tabela 4.2. A partir do 3° ano, obtém-se saldos positivos, que são o retorno do
investimento para os próximos 5 anos.
A Tabela 4.3 apresenta o VF (valor fixo) sendo corrigido com a taxa de
desvalorização de 10% no período de 5 anos. Na coluna VP (valor presente), verifica-se
a atualização desses valores.
N i VF VP
1 10% 32.250,00 29.318,18
2 10% 32.250,00 26.652,89
3 10% 32.250,00 24.229,90
4 10% 32.250,00 22.027,18
5 10% 32.250,00 20.024,71
161.250,00 122.252,87
Para o 2° ano:
Para o 3° ano:
Para o 4° ano:
Para o 5° ano:
59
𝑉𝐹 32.250,00 32.250,00 32.250,00
VP = = (1+0,10)5 = = = 20.024,71
(1+10%)𝑛 (1,1)5 1,61051
(4.5)
60
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1 - CONCLUSÕES
61
benefício. Verificou-se ainda a sua flexibilidade em operar como disjuntor e trabalhar
com seletividade ao longo do circuito da rede de distribuição.
5.2 - SUGESTÕES
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: <https://Catalogo%20Disjuntor%20-%20VD4%20ate%2024KV_3150
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set. 2011. 508-512, n° 3.
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MERCADOS DE ENERGIA CONSULTORIA (2016). Avaliação dos custos
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Inovação em Energia. Revista Sinapsis, 2016.
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VAZ, R. R. de C. V. Metodologia de Posicionamento de Religadores e
Dimensionamento de Rede de Fibra Óptica para Automação de Sistemas de
Energia. Universidade Federal de Goiás, 2017.
66