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VII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Gramado, 17 a 20 de abril de 2018

DIMENSIONAMENTO E VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM SISTEMA


FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE PARA UMA UNIDADE
EDUCACIONAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO - BA

Murilo Ribeiro da Silva – [email protected]


Michelle Melo Cavalcante – [email protected]
João Lucas de Souza Silva – [email protected]
Rodrigo Machado – [email protected]
Danielle Bandeira de Mello Delgado – [email protected]
Instituto Federal da Bahia (IFBA), Departamento de Engenharia Elétrica

Resumo. A atual crise energética torna indispensável a adoção de novas alternativas de produção de energia capazes
de suprir a crescente demanda. No Brasil, a energia solar surge como uma fonte energética alternativa bastante
promissora, uma vez que o país possui grande potencial para o aproveitamento deste tipo de recurso em razão dos
elevados índices de irradiação solar. A regulamentação apresentada no módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição
(PRODIST) e na Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL, formalizaram o uso das fontes renováveis na geração
distribuída, incluindo a geração fotovoltaica, de modo que, seja viável a transformação da unidade consumidora em
uma unidade de produção. Neste contexto, este trabalho apresenta um estudo do dimensionamento de um sistema
fotovoltaico conectado à rede para o Centro Educacional Municipal de Paulo Afonso (CEMPA) levando em conta
requisitos técnicos, de segurança e de qualidade exigidos pelas normas aplicáveis, além de apresentar um estudo
quanto viabilidade econômica de forma que é possível avaliar a rentabilidade dessa tecnologia para o município de
Paulo Afonso-BA. Quanto a realização do projeto do sistema, utilizou-se principalmente das normas da COELBA,
NBR5410, Resolução Normativa 482/2012 e Módulo 3 do PRODIST; além de softwares como RADIASOL 2 para
análise de intensidade da radiação solar, PVsyst para simulação do sistema fotovoltaico, SunData para cálculo da
irradiação solar, além do auxílio do Microsoft Excel. Como resultados principais, dimensionou-se um sistema de 37,4
kWp com geração estimada de 54993,56 kWh/ano. O valor do sistema foi orçamentado em R$ 195.988,80 com retorno
do investimento em aproximadamente sete anos e sete meses.

Palavras-chave: Sistema fotovoltaico conectado à rede, Payback, Dimensionamento.

1. INTRODUÇÃO

Conforme o estudo mais recente realizado pela Empresa de Pesquisa Energética, para o período de 2013-2050, há
uma projeção de crescimento de aproximadamente 200% na demanda de eletricidade a ser atendida pelo Sistema
Elétrico Nacional (EPE, p.154, 2016b). Nesta perspectiva, se faz necessário, além do aumento da geração, uma
diversificação da matriz energética brasileira.
Além disto, vale ressaltar que, de acordo com o Relatório Final do Balanço Energético Nacional (EPE, 2016b), o
setor elétrico nacional caracteriza-se pela grande incidência de energia elétrica proveniente de hidroelétricas. Logo,
torna-se notório que uma crise hídrica também seria responsável pelo comprometimento do fornecimento de energia
elétrica do país.
Deste modo, a energia solar surge como uma fonte energética alternativa bastante promissora para o abastecimento
de energia, uma vez que o Brasil possui grande potencial para o aproveitamento deste tipo de recurso em razão dos
elevados índices de irradiação solar. Assim, a geração fotovoltaica consiste na conversão direta da energia
eletromagnética presente na radiação solar em energia elétrica.
A regulamentação apresentada no módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição (PRODIST) da Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL), e na Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL, sendo que esta foi aprimorada pela
Resolução Normativa 687/2015, formalizaram o uso das fontes renováveis na geração distribuída, incluindo a geração
fotovoltaica, de modo que seja viável a transformação da unidade consumidora em uma unidade de produção.
No Brasil, quase 45% da energia elétrica consumida é utilizada por edificações residenciais, comerciais e públicas;
sendo o setor residencial responsável por 21,3% do total do consumo nacional e os setores comercial e público
responsáveis por 23,4% (EPE, 2016a). Pegando como base o período de maior demanda de energia elétrica desses tipos
de edifícios, ela ocorre simultaneamente ao período de maior radiação solar. Dessa forma, sistemas solares fotovoltaicos
integrados a edifícios públicos, com conexão à rede, podem ser soluções viáveis que resultariam, através da geração
distribuída, em benefícios socioeconômicos para toda a sociedade.
Dentro desse panorama, o presente trabalho pretende expor o dimensionamento de um sistema fotovoltaico
conectado à rede para o Centro Educacional Municipal de Paulo Afonso (CEMPA), realizando um estudo de viabilidade
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econômica, de forma que seja analisada a rentabilidade dessa tecnologia, bem como os possíveis benefícios
socioeconômicos para a sociedade do município de Paulo Afonso-BA.

2. METODOLOGIA

O presente estudo foi implementado em várias etapas. A primeira consistiu-se na obtenção das informações
necessárias por meio da técnica de pesquisa bibliográfica, de modo que foi possível o embasamento necessário. Para
isso, utilizou-se de informações, principalmente, dos Módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição (PRODIST) e
regulamentações elaborados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), além de normas VR01.01-00.12 e
NOR.DISTRIBU-ENGE-0002 da concessionária distribuição de energia local - a Companhia de Eletricidade do Estado
da Bahia (COELBA), normativas internacionais, NBR 5410, Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos do
CRESESB (2014) e Resolução Normativa 482/2012.
A segunda etapa do estudo consistiu na realização do estudo de caso e da pesquisa de campo, tendo em vista a
necessidade de investigação empírica e de coleta sistemática de dados para o acréscimo de valor a este projeto. Neste
contexto realizou-se o levantamento de informações no Centro Educacional de Paulo Afonso (CEMPA), localizado na
travessa Luiz Viana Filho - Zona Urbana - Centro, Paulo Afonso – BA, como se segue.
A terceira etapa condiz com a utilização de softwares para contribuir com o desenvolvimento do projeto:
RADIASOL 2 para análise de intensidade da radiação solar em superfícies inclinadas, PVsyst para simulação do
sistema fotovoltaico, SunData para cálculo da irradiação solar diária média mensal em qualquer ponto do território
nacional, além do auxílio de planilhas do Microsoft Excel.
Por fim, a quarta etapa consistiu na abordagem dos resultados, bem como as conclusões conseguidas através
destes, no qual, inclui todo o estudo de dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à rede no CEMPA e uma
análise de viabilidade econômica simplifica através do cálculo do payback simples.
No que tange a forma de abordagem, o tipo de pesquisa empregado foi qualitativo, isto é, metodologia relacionada
com a ideia de levantamento de dados com base no estudo sobre pessoas, grupos ou lugares. No que concernem os
objetivos da pesquisa, foi utilizado o tipo exploratório de forma a obter maior familiaridade com o problema.

3. RESULTADOS

Nesta seção abordar-se-ão os resultados para o correto dimensionamento do Sistema Fotovoltaico Conectado à
Rede (SFCR) para o CEMPA. Para isso, abordou-se a geração de energia elétrica anual e recurso energético solar
disponível para instalação; o dimensionamento do sistema em si; e, uma análise do orçamento/investimento do sistema
e da viabilidade simplificada por meio do tempo de retorno do investimento (payback).
Vale destacar que o CEMPA possui cerca de 2.440m² sem utilização, espaço ideal para instalação dos módulos
fotovoltaicos, uma vez que o local não apresenta sombreamento e a instalação será mais prática tendo em vista o fato de
que os módulos serão instalados no chão.

3.1 Geração de energia elétrica anual e recurso energético solar disponível para instalação

O local se enquadra na classe “Poder Público - Municipal Trifásico”, unidade consumidora de baixa tensão (Grupo
B), com tensão padronizada de 220/127 V. A partir de dados do histórico de consumo de energia elétrica referente ao
período de julho de 2016 a junho de 2017, totalizando 12 meses, foi possível verificar a média e o total do consumo em
kWh/mês, sendo estas faixas de valores entre 4263 e 51165.
Diante dos dados de consumo e considerando a taxa mínima de disponibilidade – aquela que para os consumidores
do grupo B trifásico equivale a 100 kWh/mês (conforme as disposições da alínea I do artigo 7º da REN nº 482/2012), o
SFCR deve ser projetado para gerar cerca de aproximadamente 4163 kWh/mês ou 49965 kWh/ano. Pensando em uma
futura expansão da instituição e na possibilidade da energia excedente ser utilizada por outras unidades previamente
cadastradas e dentro da mesma área de concessão, utilizou-se um fator de crescimento de 110% (cento e dez por cento)
na energia ideal gerada. Sendo assim, o SFCR foi projetado para gerar cerca de 4580 kWh/mês ou 54962 kWh/ano.
Para estimar a produção de energia elétrica deve-se considerar a energia total diária incidente sobre a superfície
dos painéis fotovoltaicos. Assim, uma forma bastante conveniente de expressar o valor acumulado de energia solar ao
longo do dia é através do número de Horas de Sol Pleno (HSP). Esta grandeza representa o número de horas em que a
radiação solar permanece constante ou igual a 1.000W/m².
Desta forma, para obter-se a irradiação do local utiliza-se a ferramenta SunData, fornecido pelo CRESESB. De
acordo com o ponto de interesse, que neste caso são as coordenadas do CEMPA (9,400761°S/38,22738°O), o valor de
irradiação solar utilizado para o dimensionamento será de 5,37 kWh/m²*dia, o que equivale a 5,37 h/dia (HSP).

3.2 Dimensionamento

A princípio, pensando em maximizar a quantidade de radiação captada pelos módulos fotovoltaicos, verifica-se a
orientação dos mesmos. Segundo Villalva (2015, p.48), a melhor maneira para instalar um módulo fotovoltaico é
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orienta-lo com a face voltada para o norte. Conforme CRESESB (2014, p.367), outra observação importante é a
inclinação dos módulos fotovoltaicos que, para obter a geração máxima de energia durante o ano, o ângulo de
inclinação deve ser igual à latitude do local onde o sistema será instalado. No presente projeto o ângulo utilizado será de
10°, tendo em vista que a latitude local é de aproximadamente 9,4°.
Para a potência instalada do painel (PFV), tem-se que a razão entre a produtividade (kWh/kWp) e a quantidade de
horas de sol a 1.000W/m² forma a Taxa de desempenho (TD) (Araújo et al., 2016), que conforme Almeida (2012), um
sistema FV com ótimo desempenho apresenta uma TD de 75% (perda total de 25%). Assim, adotou-se esse valor para o
cálculo de acordo com a literatura, apesar da possibilidade de existir sistemas com TD maior. Com todos os valores
definidos e considerando o consumo diário médio anual da edificação (E) como os 54961,5 kWh/ano da seção anterior
pelos 365 dias do ano, a Eq. (1) apresenta que a potência instalada do sistema FV será de 37,4 kWp.

 54961,15 )
 E  ( 365   37,4kWp (1)
PFV  
 (TDxHSP)   (0,75 x5,37) 
 

Quanto aos módulos fotovoltaicos, foram escolhidos os da PERLIGHT SOLAR modelo CORAL 260 P-60,
homologados pelo INMETRO com classificação “A” de eficiência energética. Possuem potência de pico de 260Wp e
são de tecnologia de silício policristalino com vida útil de pelo menos 25 anos, em que 90% da potência nominal pode
ser extraída ao longo de 10 anos e 80% após 25 anos.
A quantidade de módulos para a instalação é dada pela Eq. (2). Através desta, obtém-se uma quantidade de 144
módulos.

 P   37,4kWp  (2)
N º módulos   FV      144
 PP   260Wp 

Ainda quanto aos módulos, a Tab. 1 apresenta as especificações do modelo de painel escolhido.

Tabela 1 - Especificações do Módulo Fotovoltaico escolhido no projeto.

ESPECIFICAÇÕES DO MÓDULO FOTOVOLTAICO


Modelo de módulo fotovoltaico Coral 260 P-60
Potência 260 Wp
Tensão de MPPT (VMPP) 32,1 V
Corrente de MPPT (IMPP) 8,1 A
Tensão de Circuito Aberto (VOC) 37,92 V
Corrente de Curto Circuito (ISC) 8,64 A
Corrente Reversa 15 A
Comprimento 1,64 m
Largura 0,992 m
Área 1,63 m²
Eficiência 15,98%
Coeficientes de temperatura (%/°C)
Circuito Aberto (β) -0,3
Tensão de Potência de Pico(β’) -0,35
Curto Circuito (α) 0,06
Potência de Pico (γ) -0,4
Garantia em 25 anos 80%

Vale destacar que os principais parâmetros elétricos de um módulo fotovoltaico (VOC, VMPP, ISC e IMPP) sofrem
influência da temperatura, o que se faz necessário a correção de tais valores para as temperaturas máxima e mínima do
local onde o sistema será instalado. Desta forma, segundo os dados do software RADIASOL 2, o município de Paulo
Afonso - BA apresenta uma temperatura ambiente (TAMB) mínima de 19°C e máxima de 34,6°C, o que faz com que a
temperatura de operação dos módulos seja determinada a partir da Eq. (3). Considerando Kt (°C/W*m²) o coeficiente
térmico para o módulo (valor padrão de 0,03), a irradiância (G) de 1000 W/m² para o período em que a temperatura é
máxima e a irradiância (G) com valor zero no período em que a temperatura é mínima, tem-se que a temperatura
mínima do módulo (TMODmin) será de 19ºC e a temperatura máxima do módulo (TMODmáx) de 64,6ºC.

TMOD  T AMB  ( K t G ) (3)


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Para representar o efeito da temperatura nas características dos módulos, utilizam-se os coeficientes de
temperatura presente nas folhas de dados dos fabricantes. Tais efeitos são calculados conforme as Eq. (4) a Eq. (8),
sendo T (°C) a temperatura do módulo, β (%/°C) o coeficiente de variação da tensão de circuito aberto, β’(%/°C) o
coeficiente de variação da tensão de máxima potência, α (%/°C) o coeficiente de variação da corrente de curto-circuito e
γ (%/°C) o coeficiente de variação da potência máxima.

VOC (T )  VOCstc [1   (T  25)] (4)


V MPP (T )  V MPPstc [1   ' (T  25)] (5)
I SC (T )  I STstc [1   (T  25)] (6)
I MPP (T )  I MPPstc [1   (T  25)] (7)
PMPP (T )  V MPPstc I MPPstc [1   (T  25)] (8)

Os resultados destes cálculos são apresentados na Tab. 2.

Tabela 2 - Parâmetros elétricos dos módulos fotovoltaicos corrigidos


em função das temperaturas máxima e mínima do ambiente.

PARÂMETROS T. Mínima 19,00°C T. Máxima 64,60°C


Tensão de Circuito Aberto (VOC) 38,60 V 33,42 V
Tensão de MPPT (VMPP) 32,77 V 27,65 V
Corrente de Curto Circuito (ISC) 8,62 A 8,85 A
Corrente de MPPT (IMPP) 8,07 A 8,29 A
Potência de MPPT (PMPP) 266,24 WP 218,82 WP

No que se segue, a escolha do inversor foi realizada de acordo com as especificações do sistema FV ao qual está
conectado. O inversor deve ser dimensionado para que não trabalhe por muito tempo em potências demasiadamente
abaixo da nominal nem seja sobrecarregado (CRESESB, p.331, 2014). Segundo Da Costa (2010), a faixa de potência de
operação do inversor é de 0,75 a 1,2 da potência nominal do gerador FV. Desta forma, neste projeto, optou-se pela
configuração com um inversor central (módulos ligados a ele) com potência nominal de 33kW e, consequentemente,
um FDI de 0,88, pois o FDI é a razão entre a potência nominal do inversor (PINV) e a potência nominal do gerador FV
(PFV).

Tabela 3 - Especificações elétricas do inversor.

DADOS DO INVERSOR DADOS DO INVERSOR


Inversor Cabernet 33000 27L
Número de Fases Trifásico
ENTRADA
Potência máx. DC (PNCC) 33000 W
Tensão Máxima (VCCMAX) 1000 V
Tensão Mínima (VCCMIN) 200 V
Corrente Máx. Curto Circuito (ICCMAX) 21A
Corrente de MPPT Máx. (IMPPMAX) 23A
Tensão MPPT Mín. (VMPPMIN) 480 V
Tensão MPPT Máx. (VMPPMAX) 900 V
Quantidade de MPPT: 3
SAÍDA
Potência Nominal (PNAC) 33000 VA
Tensão Nominal da Rede Elétrica 380/220 V
Corrente Máx. (IACMAX) 41,7A
Tensão Nominal Fase 220V
Frequência 60 Hz
Eficiência 98,6 %

Portanto, na Tab. 3 são apresentadas as especificações elétricas do inversor trifásico escolhido para este trabalho.
Na escolha do inversor levou-se em consideração, além da potência nominal, a tensão de entrada do inversor, a faixa de
tensão MPPT do inversor, a corrente máxima de entrada CC e os requisitos de segurança e de qualidade definidos pela
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concessionária de energia. Além disso, é importante destacar que o inversor selecionado efetua o paralelismo e o
sincronismo com a rede elétrica automaticamente, já contendo as proteções anti-ilhamento.
No que tange os limites de tensão e configuração dos módulos, verifica-se, primeiramente, o número máximo de
módulos por fileira. Este é determinado de modo que a tensão na fileira seja inferior à faixa de tensão da entrada CC do
inversor. No caso da tensão máxima da entrada do inversor, a mesma ocorrerá durante a operação de circuito aberto na
temperatura de 19°C, como pode ser observado na Tab. 2. Desta forma, e conforme Eq. (9), o número máximo de
módulos é de 25 módulos.

V  1000  (9)
N º max   MAXinv      25,91
Voc19 ºC   38,6 

O número de módulos conectados em série pode ser encontrado conforme a Eq. (10). Percebe-se que são
necessários no mínimo 18 módulos ligados em série na entrada do inversor e no máximo, de acordo com a faixa de
tensão MPPT do inversor, 27 módulos por fileira para que o sistema FV opere de forma correta. Todavia, este número
excede o limite suportado pela máxima tensão de entrada do inversor, de forma que o número máximo de módulos
conectados em série deve ser igual a 26 módulos, atendendo ao critério da faixa de tensão MPPT e ao critério da
máxima tensão de entrada do inverso.

VMPPINVi min  VMPPINVi max 


   N º MODsérie   
 VMPP64, 4 º C   VMPP19 ºC  (10)
 480   900 
 27,65   N º MODsérie   32,77   17,36  N º MODsérie  27,46
   

Para encontrar o número máximo de fileiras conectadas em paralelo, basta encontrar a razão entre a corrente
máxima CC nominal do inversor (IMAXinv-cc) e a corrente nominal CC da fileira corrigida (ISC64,4ºC) segundo da Eq. (11).
Como resultado, considera-se 2 fileiras conectadas em paralelo.

I   21 
N º paralelo   MAXinv cc    (11)
  2,37
 Isc64, 4 ºC   8,85 

Para verificar se o arranjo FV é compatível com o inversor é necessário analisar se as tensões de cada fileira estão
respeitando os limites máximo e mínimo da faixa de operação da tensão MPPT e que a corrente das fileiras não exceda
a máxima corrente CC do inversor. Para os cálculos, considera-se valores da Tab. 2, 24 módulos por fileira, 2 fileiras e
Eq. (12) à Eq. (16).

VMPP19 ºC  24 x32,77  786,49V (12)


VMPP64, 4 ºC  24 x27,65  663,60V (13)
VOC19 º C  24 x38,6  926,40V (14)
ISC 64, 4ºC  2 x8,85  17,70 A (15)
IMPP64, 4ºC  2 x8,29  16,58 A (16)

Através da Tab. 4 é possível comparar os parâmetros e concluir que o arranjo FV é compatível com o inversor.

Tabela 4 - Especificações elétricas do inversor.

FILEIRA INVERSOR
COMPATIBILIDADE
PARÂMETROS VALORES PARÂMETROS VALORES
VMPP mín (64,6°C) 663,60 V VMPPmín 480 V Atende
VMPP máx (19°C) 786,50 V VMPPmáx 900 V Atende
VOC máx (19°C) 926,40 V VCCmáx 1000 V Atende
ISC máx (64,6°C) 17,70 A ICCmáx 21 A Atende
IMPP máx (64,6°C) 16,58 A IMPPmáx 23 A Atende
* Tensão dos 24 módulos em série;
** Corrente das 2 fileiras em paralelo.
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Portanto, tem-se de posse do número total de módulos, isto é, 144 módulos; 24 módulos por fileira e 2 fileiras para
cada entrada do inversor (3 entradas com MTTP e em cada uma será conectado 2 fileiras em paralelo) totalizando 6
fileiras. Desta forma, é possível montar o arranjo do sistema fotovoltaico conforme apresenta a Fig. 1.

Figura 1- Arranjo do sistema fotovoltaico conectado


à rede elétrica projetado para o CEMPA.

Para o dimensionamento dos condutores foi utilizado o critério da queda de tensão. Deve-se, primeiramente,
encontrar a corrente corrigida (suportar no mínimo 1,25 vezes a corrente máxima de curto circuito) conforme Eq. (17).

ICORRIGIDOCC  FILEIRAS  1,25x8,85  11,07 A


(17)
ICORRIGIDOCC  PRINCIPAL  2 x1,25x8,85  22,13 A

Com os valores das correntes corrigidas, pode-se utilizar a Eq. (18) para determinar a seção dos condutores pelo critério
da queda de tensão para encontrar a seção dos condutores. O coeficiente de resistividade (ρ) do cobre para 64,6°C é de
0,02024 Ω*mm²/m, a queda de tensão admissível (ΔV) será de 1% e L é o comprimento do cabo. Portanto, conforme
resultados da Eq. (18), considerou-se a seção dos cabos CC das fileiras de 4mm² e do cabo CC principal de 6mm².

2
 2 xLxxI CORRIGIDO   2 x 40 x0,02024 x11,07 
SCCfileira   CC  FILEIRAS
   3,8mm²  4mm²
 Vx( PMPPTOD max ) x( N º MODsérie)   0,01x 218,82 x 24  (18)
2
 2 xLxxI CORRIGIDO   2 x 40 x0,02024 x 22,13 
SCCprincipal  CC  PRINCIPAL
   5,7mm²  6mm²
 Vx( PMPPTOD max ) x( N º MODsérie)   0,01x 218,82 x 24 

Abordando agora o dimensionamento dos cabos CA, estes são divididos em dois trechos: o primeiro trecho liga o
inversor ao transformador com a tensão 380/220 e uma corrente máxima de 41,7 A e o segundo trecho é a ligação entre
o transformador e a rede elétrica local com a tensão de 220/127 e um corrente máxima de 72,24 A.
Pelo critério da capacidade máxima de condução de corrente, verifica-se que os cabos principais são agrupados em
eletrodutos da caixa de junção até a entrada do inversor, classificado segundo a NBR 5410 como método B1, a
temperatura de operação máxima é de 35°C, sendo seu fator de correção de 0,94, e conforme a Tabela 40 encontrada da
NBR 5410, o fator de correção de agrupamento presente na Tabela 42 (NBR 5410) é de 1,0.
Sendo assim, com base na Tabela 36 da NBR 5410 e com a aplicação dos fatores de correção determinou-se que a
seção dos condutores para o critério capacidade máxima de condução de corrente no primeiro e segundo trecho serão de
16 mm² e 25 mm², respectivamente.
Mencionam-se ainda os dispositivos de seccionamento que devem interromper efetivamente todos os condutores
vivos de alimentação de um circuito. Estes dispositivos serão utilizados nos cabos CC das fileiras, nos cabos CC
principais e no lado CA. Segundo a NBR 5410, os disjuntores devem ser dimensionados de forma que a corrente
nominal do disjuntor (Id) deve possuir valor maior que a corrente nominal do circuito (IN) e menor que a corrente
máxima permitida no condutor (Imáx).
Para dimensionar o dispositivo de seccionamento de uma fileira considera-se um valor entre a corrente corrigida
da fileira que é igual a 11,07 A e a corrente máxima suportada pelo condutor de 4 mm² que segundo a Tabela 36 da
NBR 5410 é igual a 32 A. Portanto, o disjuntor utilizado para seccionamento das fileiras será de 16 A.
No caso do dimensionamento do dispositivo de seccionamento que tem como função interromper a conexão entre
o gerador FV e a entrada do inversor, leva em consideração a corrente corrigida das fileiras em paralelo que é igual a
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22,13 A e a corrente máxima suportada pelo condutor de 6 mm² é de 41 A. Portanto, o disjuntor utilizado para
seccionamento do conjunto de fileiras será de 25 A.
Para o dimensionamento do dispositivo de seccionamento do lado CA utilizou-se como corrente nominal do
circuito a máxima corrente de saída do inversor, corrigida pelo fator de 0,94, que é igual a 44,36A, e a corrente máxima
suportada pelo condutor de 16 mm² que é igual a 76 A. Portanto, o disjuntor utilizado no lado CA será de 50 A.
No caso do dimensionamento dos fusíveis CC, considera-se uma corrente tal maior que 110% da corrente de curto
(ISC = 1,1x8,85 = 9,73A) para 64,4ºC e menor que a corrente reversa do módulo (Ireversa = 15A), sendo, portanto, de 10 A.
Acrescenta-se ainda o diodo de bloqueio ligado em série (VD) com o conjunto de módulos fotovoltaicos que
deve suportar o dobro da tensão da fileira para 19ºC (Voc19ºC). Conforme Eq. (14), Voc19ºC foi de 926,40V. Logo, VD é
igual a 1852,8V.
O aterramento foi feito utilizando uma haste de cobre, interligando toda a instalação elétrica, incluindo a parte
metálica dos módulos fotovoltaicos, a estrutura de fixação dos mesmos e o inversor. A haste de aterramento do sistema
FV deve estar conectada com a haste de aterramento já existente na unidade consumidora objeto deste estudo.

3.3 Geração de energia esperada

A estimação da geração de energia se dá através da análise dos parâmetros que envolvem a energia solar que
incide sobre o local em que os módulos FV serão instalados, isto é, calcula-se o produto entre a energia ideal gerada e a
taxa de desempenho do sistema. A energia ideal gerada é o produto entre Potência do SFCR (PFV), o número de dias no
mês e a quantidade de horas de sol pleno (HSP (h/dia)). Sendo assim, na Tab. 5 são apresentados os valores de energia
ideal e real estimados para cada mês do ano.

Tabela 5 - Geração de energia elétrica estimada.

CONSUMO GERAÇÃO MENSAL GERAÇÃO TOTAL


MÊS
ATIVO (kWh) C/ PERDAS (kWh/mês) MENSAL (kWh/mês)
Janeiro 1700 4778,94 6371,91
Fevereiro 3638 4316,46 5755,28
Março 5317 4979,15 6638,86
Abril 5804 4329,15 5773,25
Maio 5391 3882,34 5176,45
Junho 5260 3605,47 4807,30
Julho 2572 3821,41 5095,21
Agosto 3536 4735,41 6313,88
Setembro 4487 4616,35 6155,14
Outubro 4760 5492,73 7323,64
Novembro 4308 5273,42 7031,23
Dezembro 4392 5161,95 6882,60
TOTAL 51165 54993,56 73324,74

Nota-se que a geração anual com perdas atende ao critério estabelecido na seção 3.1, gerando anualmente cerca de
54993,56 kWh/ano, ou seja, a energia consumida anualmente será totalmente compensada, além de gerar um excedente
de 10% que pode ser utilizado por outras unidades consumidoras ou em caso de uma possível expansão.

3.4 Viabilidade econômica: Orçamento e Payback

Para realizar a análise de viabilidade do projeto é preciso determinar os custos envolvidos para a implantação do
sistema FV proposto. Sendo assim é necessário realizar uma pesquisa comercial com os valores atuais dos painéis
fotovoltaicos e do inversor.
Contudo, segundo Dassi et al. (2015 apud Ferreira, 2016), para determinar o valor total do investimento, é preciso
levar em consideração, além dos painéis e inversor, o valor do projeto elétrico, os encargos da empresa responsável pela
instalação, o valor da interligação com a rede elétrica já existente, os equipamentos de proteção, o custo da instalação e
o custo da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do CREA, conforme apresenta a Tab. 6.
VII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Gramado, 17 a 20 de abril de 2018

Tabela 6 - Levantamento do custo inicial da instalação.

EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PESQUISA DE PREÇO CUSTOS


Inversor / Cabernet 33000 27L Pesquisa de Mercado R$ 18.960,00
Módulos FV / Coral 260 P-60* Pesquisa de Mercado R$ 84.240,00
Suporte de Fixação Pesquisa de Mercado R$ 9.300,00
Projeto elétrico, encargos da
20,0 % do valor (painéis + inversor) R$ 20.640,00
empresa de instalação
Interligação com a rede existente 2,0 % do valor (painéis + inversor) R$ 2.064,00
Painel de proteção 2,5 % do valor (painéis + inversor) R$ 2.580,00
Instalação elétrica dos painéis 16,4 % do valor (painéis + inversor) R$ 16.924,80
ART 40,0 % do valor (painéis + inversor) R$ 41.280,00
Valor do Investimento Inicial R$ 195.988,80
* Valor dos 144 módulos utilizados no projeto (R$ 585,00 a unidade).

Quanto ao payback, este é um indicador econômico simples, utilizado para avaliar a atratividade de um
investimento, uma vez que determina o prazo de recuperação do mesmo (Marquezan e Brondani, 2006). Portanto,
conforme Eq. (19) e considerando a tarifa para o consumidor “Grupo B”, subgrupo B3 Poder Público – Municipal, cujo
o valor é de R$/kWh 0,46995539 já com os tributos, PIS/COFINS inclusos, tem-se um payback de aproximadamente 7
anos e 7 meses.

 V INVinicial   195.988,80 
Payback simples    (19)
0, 46995539 xEGERADA ANO 0, 46995539 x 54 . 993,56   7,58anos
   

4. CONCLUSÃO

Na perspectiva do uso de fontes alternativas de energia - com foco na energia solar fotovoltaica - de forma a
contribuir com o desenvolvimento sustentável, com o suprimento de energia elétrica e, também, no intuito de apresentar
os benefícios socioeconômicos da instalação dos sistemas fotovoltaicos pelo órgão público municipal, o presente
trabalho teve como objetivo realizar e estudar o dimensionamento e a viabilidade econômica (payback) de um sistema
fotovoltaico conectado à rede de energia elétrica para compensação do consumo ativo no Centro Educacional de Paulo
Afonso (CEMPA).
O município de Paulo Afonso – BA, local onde o estudo proposto foi realizado, apresentou ótimas condições para
a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica devido aos seus ótimos valores de radiação solar ao longo de todo
ano, que, conforme o programa SunData do CRESESB, é de 5,37 kWh/m²*dia.
O estudo do dimensionamento de um SFCR tomou como base os requisitos técnicos, de qualidade e de segurança
exigidos nas normas da concessionaria local baseadas no modulo 3 do PRODIST. Como resultado, determinou-se o
arranjo fotovoltaico composto por 144 módulos modelo Coral 260 P-60 de 260Wp divididos em 6 fileiras cada uma
contendo 24 módulos. Considerou-se uma faixa de temperatura de operação de 19 a 64,6ºC - uma vez que, a
temperatura de operação dos módulos FV afeta a eficiência do SFCR - para verificar a compatibilidade do arranjo FV
com o inversor modelo Cabernet 33000 27L de 33 kW com 3 entradas com MTTP e em cada uma será conectado 2
fileiras em paralelo. Além disso, através da NBR 5410 e dos critérios de queda de tensão e da capacidade máxima de
condução de corrente, determinou-se a seção dos cabos, dos dispositivos de proteções CA/CC e aterramento.
Dentro do estudo da viabilidade, realizou-se o mesmo de forma simplificada no presente projeto, um indicador
econômico: o payback. O tempo de retorno (payback) do investimento está em aproximadamente 7 anos e 7 meses, o
que representa um tempo de retorno pequeno em relação à vida útil dos painéis fotovoltaicos, de 25 anos. O cálculo
ainda pode levar em consideração o aumento médio anual do custo da energia da rede, o custo de acesso à rede e a
degradação média anual do sistema, obtendo um valor mais coerente para cada região.
Vale ressaltar que a vida útil de um inversor varia de 10 a 15 anos em média, portanto, qualquer retorno acima da
vida útil do inversor resultaria em um sistema inviável, o que não foi o caso. Com todas essas análises, fica evidente que
o projeto é viável, portanto, conclui-se que é recomendável a execução do projeto de implantação de um SFCR no
Centro Educacional de Paulo Afonso (CEMPA).
Caso seja implantado pelo Poder Público Municipal, o SFCR irá gerar um bom retorno financeiro, que poderá ser
utilizado para outros fins, tais como saúde, educação, lazer e segurança, beneficiando a população de um modo geral.
Vale ressaltar que o SFCR também possui fins educacionais, auxiliando os professores e os demais profissionais do
sistema de ensino, despertando nos alunos um sentimento de preservação do meio ambiente através da geração de
energia elétrica através de fontes renováveis.
No mais, tal sistema serviria como um excelente incentivo para a sociedade em geral, demonstrando a tecnologia
para a população de Paulo Afonso – BA e mostrando que é viável investir em microgeradores fotovoltaicos conectados
à rede.
VII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Gramado, 17 a 20 de abril de 2018

REFERÊNCIAS

Almeida, M. P., 2012. Qualificação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede, Tese de Doutorado, Universidade de
São Paulo, São Paulo.
Araújo, A. J. N., Rank, N. I., Bueno, T. B. A., 2016. Análise dos fatores de perdas nos sistemas fotovoltaicos
conectados à rede elétrica em Curitiba, Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Curitiba.
CRESESB, 2014. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro: CEPEL.
Da costa, H. J. S., 2010. Avaliação do fator de dimensionamento do inversor em sistemas fotovoltaicos conectados à
rede, Monografia (Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Dassi, J. A., Zanin, A., Bagatini, F. M., Tibola, A., Barichello, R., & DE MOURA, G. D., 2015. Análise da viabilidade
econômico-financeira da energia solar fotovoltaica em uma Instituição de Ensino Superior do Sul do Brasil.
In Anais do Congresso Brasileiro de Custos-ABC.
EPE, 2016a. NOTA TÉCNICA. Demanda de Energia 2050. Nota Técnica da EPE, Rio de Janeiro.
EPE, 2016b. Balanço Energético Nacional 2017, Ano Base 2016. Rio de Janeiro.
Ferreira, R. M., 2016. Estudo de Viabilidade Econômica para Implantação de Geração Fotovoltaica em Escola
Municipal de Abaeté/MG, Monografia (Graduação em Engenharia Elétrica), Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – IFMG, Formiga.
Marquezan, L. H. F., Brondani, G., 2006. Análise de investimentos. Revista Eletrônica de Contabilidade
(Descontinuada), v. 3, n. 1, p. 35.
Villalva, M. G., 2015. Energia Solar Fotovoltaica Conceitos e Aplicações. 2 ed. São Paulo: Saraiva.

DESIGN AND ECONOMIC FEASIBILITY OF A GRID-CONNECTED PHOTOVOLTAIC SYSTEM FOR A


PUBLIC EDUCATIONAL UNIT OF THE MUNICIPALITY OF PAULO AFONSO - BA

Abstract. The current energy crisis makes it imperative to adopt new energy production alternatives capable of meeting
growing demand. In Brazil, solar energy appears as a very promising alternative energy source, since the country has
great potential for the use of this type of resource due to the high solar irradiation rates. The regulations presented in
module 3 of the Distribution Procedures (PRODIST) and ANEEL's Normative Resolution 482/2012, formalized the use
of renewable sources in distributed generation, including photovoltaic generation, so that it is feasible to transform the
consumer unit into production unit. In this context, this work presents a study of the design of a grid-connected
photovoltaic system for the Paulo Afonso Municipal Educational Center (CEMPA), taking into account the technical,
safety and quality requirements of the applicable standards, and also an analisys of economic feasibility, so that it is
possible to evaluate the profitability of this technology for the city of Paulo Afonso-BA. As for the realization of the
system design, the standards of COELBA, NBR5410, Normative Resolution 482/2012 and Module 3 of PRODIST were
used; in addition to software such as RADIASOL 2, for analysis of solar radiation intensity, PVsyst for simulation of the
photovoltaic system, SunData for solar irradiation calculation, and Microsoft Excel for further analisys. The main
results were a 37.4 kWp system with an estimated generation of 54993.56 kWh / year. The value of the system was
budgeted at R$ 195,988.80 with return on investment in approximately seven years and seven months.

Key words: Grid-connected photovoltaic system, Payback, Design.

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