ENS - RELIGIOSO - 9ºano - 4bim
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Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação
Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica
Assistentes
Carla Lopes
Catia Batista Batista Raimundo
Roberto Farias
Texto e conteúdo
Revisão de texto
Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à
experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma
orientação de estudos.
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Ensino Religioso – Orientações de Estudos
Sumário
INTRODUÇÃO 5
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COMPONENTE CURRICULAR: Ensino Religioso
META:
Levar a conhecer o contexto histórico das matrizes religiosas brasileiras, a fim de que
percebendo o valor que cada uma delas possui na constituição da cultura do povo
brasileiro, o direito individual do livre exercício das diversas práticas religiosas seja
respeitado, coibindo manifestações de intolerância religiosa.
OBJETIVOS:
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1. INTRODUÇÃO
Iniciamos nossa aula com a história da casa de Davi, um menino como tantos
outros que vivem aqui no Brasil.
Era uma vez um menino que se chamava Davi. Davi era judeu e vivia feliz na sua casinha.
Um dia ele foi fazer suas preces lá na sinagoga. Enquanto isso, o tempo começou a mudar e, de
repente, chegou uma grande tempestade! O Davi ficou conversando com o rabino enquanto
esperava passar a chuva e quando voltou pra casa levou um grande susto: sua casa estava
destruída depois do temporal. O Davi ficou muito triste! Mas logo chegou para brincar com ele
seu amigo Joãozinho e vendo aquele cenário de destruição se comoveu com a situação do
amigo e resolveu ajudá-lo. Ele disse: - Davi, eu acabo de chegar lá do terreiro de Umbanda da
Mãe Menininha e hoje ela nos ensinou que devemos ajudar as pessoas e eu gostaria de te
ajudar... tenho umas telhas lá em casa, vou trazer para arrumar seu telhado. O Joãozinho trouxe
as telhas e com a ajuda do Davi consertaram todo o telhado! Depois apareceu a Yoko, ela
estava chegando lá do templo budista, onde faz suas meditações, e foi logo perguntando o que
havia acontecido. Os meninos explicaram e ela também quis ajudar: - Hoje o monge falou que
precisamos ajudar as pessoas e eu vi uma porta para doação lá no templo. Vamos lá buscar! –
disse a menina. Os três amigos consertaram a porta da casa do Davi e ficaram fazendo
companhia para ele. Logo em seguida, saindo de uma floresta que tinha atrás da casa do Davi,
apareceu o Curumim, ele morava numa comunidade indígena próxima dali e sempre aparecia
pra brincar com eles. Só que desta vez ele percebeu que algo havia acontecido e os amigos lhe
contaram sobre a casa do Davi. O Curumim também queria ajudar e foi logo pedir para o xamã
da sua aldeia uma janela que eles haviam ganhado para construir a Opy e não usaram, então
levaram para o Davi. Agora com a ajuda de todos, os quatro amigos brincaram e comemoraram
a casa nova do Davi!
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A história da casa de Davi mostra a diversidade religiosa de nosso país e do quanto
ainda precisamos aprender sobre essa diversidade. Para alcançar melhor essa
compreensão sobre esse complexo assunto, surgiu a necessidade de se discriminar e
fundamentar as principais bases e origens do processo de construção dessa
diversidade religiosa, da espiritualidade do povo e da cultura brasileira. Para tanto,
utilizou-se uma abordagem histórica e verificou-se que o processo de construção da
cultura religiosa se deu por meio de quatro grandes matrizes: indígena, ocidental,
africana e oriental.
E os pressupostos que vamos tratar aqui serão definidos a partir do território brasileiro
e suas genealogias religiosas.
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matriz religiosa difundiu, por meio das missões jesuíticas e da devoção aos santos e
santas, o chamado cristianismo popular.
a) Caso você tenha alguma crença religiosa, identifique a matriz dessa crença e
escreva aqui. __________________________________________________________
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O Brasil é um Estado laico, você sabe o que isso significa?
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Pesquise na internet algumas leis que protegem as matrizes
religiosas existentes no Brasil e destaque uma delas para dizer o
que entendeu sobre ela.
Tudo o que sabemos sobre esses povos nos foi transmitido pelos poucos indígenas
que restaram e pelos estudiosos que, no decorrer dos séculos, recolheram seus mitos,
suas ideias e observaram suas práticas.
Há muita coisa sagrada para os povos indígenas: a terra em que nascem e enterram
seus mortos; os espíritos dos que se foram; as forças da natureza – comandadas por
espíritos e deuses, os ritos que praticam em danças e cantos. Para pedir chuva, para
celebrar um casamento, para enterrar um morto, para festejar uma vitória de guerra,
eles têm rituais próprios, dos quais homens, mulheres e crianças participam, quase
sempre cantando e dançando. A maioria desses rituais, são ritos de passagem, pois
marcam um momento importante na vida de cada indivíduo da tribo.
O PAJÉ é a pessoa mais respeitada da tribo, pois é ele que detém o poder de entrar
em contato com o mundo invisível. Ele vê os espíritos, cura as doenças, dá conselhos,
prevê o futuro e comanda os rituais. Sabe de todas as tradições e conhece todos os
segredos. Segundo a tradição indígena, os pajés são pessoas capazes de ver, em
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sonho, tanto os espíritos como a solução dos problemas. Os pajés também fazem a
“pajelança”, um ritual em que eles fumam, cantam e fazem suas rezas para afastar
algum espírito mau que esteja atormentando uma pessoa ou para curar doença. Na
pajelança usam também ervas medicinais.
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AULA 3 – MATRIZ AFRICANA
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tempestades, os poderosos ventos, a beleza feminina e encaminha os espíritos dos
mortos para o outro mundo. Obá coordena a corrente dos rios e a vida cotidiana e
doméstica das mulheres. O amor e a fertilidade são governados por Oxum. Iemanjá, a
mãe dos deuses, dos homens e dos peixes, a senhora dos oceanos. O destino
humano está nas mãos de Ifá. Oxalá ajudou na criação do mundo, da humanidade, da
sociedade. É o senhor absoluto do princípio da vida, da respiração e do ar. É criador
do ser humano e recebe o título de grande orixá.
Os africanos foram escravizados mas trouxeram suas tradições como herança de sua
terra natal. Representa a resistência dos africanos ao exílio e à escravidão no Brasil.
Vejamos os principais fundamentos do Candomblé Nagô ou Jeje-Nagô, são:
Em todo Candomblé, a abertura de caminhos e a resolução de conflitos humanos
ficam sob a regência dos Orixás;
A Lei do Santo: O ancião detém o segredo da tradição;
A cozinha é a usina de força onde a Iabassê prepara o axé que possibilita o “rodar”
dos Orixás no Terreiro;
O axé é “plantado” no Terreiro. Para que ele se expanda e se fortifique, é
necessário o cumprimento das obrigações e das oferendas para com os Orixás da
família de santo.
O processo de Iniciação leva aproximadamente sete anos.
Para conhecer melhor a mitologia dessas religiões tão ricas, escolha três orixás
e faça uma pesquisa sobre a história e imagem de cada um deles.
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os atabaques do candomblé.
A Macumba - Foi uma religião que se desenvolveu no início do século XX, no Rio de
Janeiro e em São Paulo. Surgiu como resultado de múltiplas combinações religiosas
afro-brasileiras, gêge-nagô-musulmi-bantu-caboclo-espirita-catholico” (sic) (RAMOS,
1988, p. 127). Por não apresentar uma estrutura mitológica e doutrinária única,
metamorfoseava-se constantemente, sem mitos e ritos permanentes, transformou-se
em magia, sendo vitimada pela ambição dos macumbeiros que a distorciam conforme
o seu arbítrio.
b) Vamos lançar uma campanha com o objetivo de fomentar o respeito pelas religiões
de matriz africana no Brasil. Qual seria o slogan dessa campanha? Quais ações você
planejaria?
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Vamos usar o Samba Enredo 1988 - 100 Anos de Liberdade, Realidade Ou Ilusão, da
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ) para auxiliar nosso entendimento sobre
essa grave questão:
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Será que já raiou a liberdade, ou se foi tudo ilusão?
Será (oh, será), que a lei áurea tão sonhada,
Há tanto tempo assinada, não foi o fim da escravidão?
Esse lindo samba é a reflexão que precisamos fazer no âmbito religioso, sobre o
dia da consciência negra, se realmente queremos construir uma sociedade
igualitária.
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c) Onde é o nascedouro do preconceito racial que reflete nas inúmeras atitudes de
intolerância religiosa de nossos dias, sendo maiores sempre quanto aos cultos de
matriz africana?
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d) “Pergunte ao criador quem pintou essa aquarela? Livre dos açoites da senzala,
preso na miséria da favela”... Você tem a resposta pra essa pergunta? Por quê?
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pela igualdade racial e pela inserção da população
negra na comunidade sem restrição de direitos.
Na década de 1970, ativistas ligados a um grupo de
quilombolas situado no Rio Grande do Sul
passaram a reivindicar a celebração do Dia da
Consciência Negra no Brasil na data de 20 de
novembro. Em 1978, surgiu o Movimento Negro
Unificado no País, que passou a promover uma série de ações para pensar a
consciência negra e lutar contra o racismo no Brasil. Graças ao movimento, o Dia
da Consciência Negra tornou-se uma data lembrada todo ano como representativa da
luta da população negra. Com a redemocratização do Brasil e a promulgação
da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade, inclusive os movimentos
sociais, como o movimento negro, obtiveram maior espaço no âmbito das
discussões e decisões políticas. A participação desses grupos no cenário político deu
certo resultado, sendo aprovadas medidas que tinham como proposta promover
certa reparação histórica. Entre essas medidas, podemos destacar a lei de
preconceito de raça ou cor nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, e leis como a
de cotas raciais, voltada para a educação superior, e, especificamente na área da
educação básica, a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu
a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira.
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b) Como você se sente quando um negro é discriminado?
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Pensemos que muitas das ideias de justiça, fraternidade e solidariedade têm sua
origem primeira nas religiões. Confúcio já pregava uma igualdade essencial entre os
homens. Buda, ao dizer que todos podem ser budas (iluminados), reconhecia a
dignidade de todo ser humano, independentemente de credo, nacionalidade ou classe
social. Jesus, quando afirmava que todos somos filhos do mesmo pai, estava dizendo
que todos somos irmãos e devemos nos amar e respeitar como tais. Tudo isso quer
dizer que muitas ideias positivas que
mudaram o mundo vieram das religiões.
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a liberdade, a igualdade e a fraternidade (valores muito presentes no pensamento
cristão).
b) Trabalhar pelo próprio bem-estar é suficiente para termos um mundo melhor? Por
quê?
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Vamos analisar a letra de uma canção que marcou época no Brasil, do compositor
Geraldo Vandré:
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Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
[...]
a) “Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não
espera acontecer...” Segundo esses versos da canção, qual é o papel social de
todos os seres humanos?
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Tornar um mundo um lugar é uma missão diária e que nunca acaba. Porém, antes de
cobrar ações do próximo, o melhor caminho é ser o próprio exemplo. Não é
necessário pensar globalmente, comece a mudança pelo que está perto de você,
exatamente ao seu alcance, e deixe que as suas próprias atitudes falem por si e
influenciem todos ao seu redor.
O melhor é pensar um passo de cada vez. Vamos partilhar algumas ideias:
3 - Evite o desperdício...
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CONTINUE...
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