Tradições Religiosas Orais
Tradições Religiosas Orais
Tradições Religiosas Orais
Atenção:
1. Este texto não é uma avaliação.
2. “Tradições Religiosas Orais” é o primeiro tema do 2° trimestre.
3. O aluno deve copiar este texto ou imprimi-lo e colá-lo no caderno. O intuito é poupar
tempo devido ao fato de haver somente uma aula por semana de Ensino Religioso.
4. As atividades referentes a este texto serão dadas pelo professor em sala de aula.
Bons estudos!
TRADIÇÃO ORAL
A tradição oral é uma espécie de cultivo da memória dos princípios,
valores, ensinamentos e crenças que sempre serviram de referência ao
convívio das pessoas pertencentes a uma cultura ou povo. Esses
conhecimentos foram transmitidos oralmente de geração em geração em
forma de relatos, cantos, danças, rituais, poesias e histórias.
A tradição oral tem, na palavra falada, os ensinamentos
relacionados ao Universo e, por meio dela, são comunicadas, de geração
em geração, as crenças, os valores, os conhecimentos e as histórias de
uma cultura ou Tradição Religiosa.
A tradição oral tem a função de preservar histórias e de garantir às
novas gerações o conhecimento de seus antepassados. Para muitos
grupos a oralidade é a única forma de resgatar e preservar sua
ancestralidade.
Os elementos importantes no cultivo da tradição oral são o tempo,
a memória, a comunidade e a convivência por meio do diálogo, que ocorre
no constante exercício ouvir-falar e falar-ouvir.
Muitas são as formas utilizadas para ensinar e aprender alguma
coisa. Uma delas, que acompanha o ser humano por séculos, é a
transmissão oral, que envolve dois instrumentos: a voz e a escuta. Por
meio desses instrumentos, torna-se possível transmitir e conservar, por
gerações, os valores, os ritos, as histórias e a visão de mundo de uma
cultura.
Na cultura indígena, de modo geral, a forma de aprender os
costumes ocorre preferencialmente pela oralidade que está presente nas
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Autores do texto: Prof. Giordano Cássio e Prof. Renato Souza.
tarefas, atividades diárias e rituais. É assim que em muitas comunidades
indígenas os conhecimentos são transmitidos de geração em geração. Ou
seja, as crianças aprendem os costumes ao acompanhar os adultos,
observando, ouvindo e participando das atividades da aldeia.
Nas Tradições Religiosas africanas e afro-brasileiras, a oralidade é
utilizada como forma de aprender, garantindo que os conhecimentos, os
valores e as expressões religiosas sejam transmitidos. Assim, as histórias
e a história da tradição ocupam um lugar central no modo de organizar
a comunidade e a própria vida, pois conservam e expressam aquilo que é
essencial, ou seja, a memória, os ensinamentos dos antepassados e os
costumes, transmitindo-os, às gerações seguintes.
Nas culturas de tradição oral, as pessoas que transmitem os
ensinamentos e costumes são consideradas sábias e merecedoras do
respeito e admiração da comunidade. Observa-se ainda, que na cultura
de tradição oral as práticas religiosas fazem parte das atividades diárias
da vida da comunidade, por isso conhecer os costumes e modos de viver
e aprender das Tradições Religiosas ajuda a entender e respeitar as
expressões e manifestações religiosas.
I – Religiões Tribais:
São as religiões
praticadas pelos
diversos grupos
étnicos e tribais. Esses
grupos, geralmente,
não creem em um deus
pessoal, mas em um
conjunto de espíritos
ligados à natureza ou
ancestrais que
acompanham a vida e
a sorte da
comunidade. Seus
ritos são baseados em
músicas e danças sagradas. Seus líderes religiosos são os pajés, xamãs
ou curandeiros que interpretam a vontade destes espíritos na vida do
povo. São elas as religiosidades das tribos africanas, as religiões
indígenas das Américas, a espiritualidade dos povos aborígenes
australianos e a religião dos povos de algumas das ilhas do Pacífico.
II – Religiosidade Cigana:
Não se sabe ao certo quando e onde surgiram os
ciganos, o que sabemos é que eles estão
presentes no mundo desde muitos séculos,
falam o “romani” (língua típica cigana; é falada,
mas não possui um alfabeto) e, apesar de muitos
grupos hoje já professarem o cristianismo como
religião, ainda há entre eles aqueles que
professam as crenças antigas ciganas, tais como:
a crença na regência do destino sobre a vida
humana, a influência mística dos astros sobre as
pessoas, a quiromancia (conhecimento do futuro
e destino das pessoas através da leitura das
linhas marcadas nas palmas das mãos) e o tarô
cigano. Por influência do cristianismo católico,
os ciganos têm sua própria santa, Santa Sara
Kali, não reconhecida pela Igreja Católica, mas bastante difundida entre
o povo cigano.
III – Xintoísmo:
Religião nascida no Japão pré-histórico. Apesar de haver uma
escrita japonesa, o xintoísmo nunca produziu nenhum tipo de escritura
sagrada ou divinamente inspirada. O xintoísmo
cultua os “kami”, espíritos na forma de elementos da
natureza, dos antepassados, de pessoas ilustres da
sociedade japonesa, imperadores, samurais, etc.
Diferente de outras tradições orais, o xintoísmo
possui templos e santuários onde se pratica um culto
mais solene, mas também existe o xintoísmo popular,
marcado por elementos devocionais populares, e o xintoísmo imperial
praticado pela corte imperial nos ambientes oficiais da nação japonesa.
VI – Religiões Afro-brasileiras:
São compostas por crenças
oriundas da “Mãe África”, trazidas
para o Brasil com os negros
escravizados pelos europeus.
Algumas crenças permaneceram
quase intactas, sem sofrer
qualquer influência do
cristianismo, como o Candomblé;
outras sofreram influências de
outras tradições presentes no
Brasil (catolicismo, religiões indígenas) Umbanda e Quimbanda. Creem
nos “orixás” (deuses das tribos africanas; para o candomblé), ou nos
“caboclos” e “encantados” (entidades tipicamente brasileiras, para a
umbanda e a quimbanda). Seus cultos também se baseiam na música e
na dança de forma circular que induzem alguns de seus membros ao
transe por meio do qual as divindades se manifestam.
Nesta vastidão do universo religioso, as tradições religiosas orais
nos ensinam, principalmente o respeito à história e às autoridades
morais (anciãos e educadores) dos povos. A sociedade atual vem
valorizando somente as pessoas que possuem dinheiro rendendo culto às
riquesas de cada um. Mas essas antigas religiões, praticadas ainda hoje,
nos ensinam que acima de qualquer dinheiro está a pessoa humana,
suas experiências, sua contribuição para a vida da comunidade a que
pertence. Nada supera a vida humana em valor ou em importância.