Modelo de Replica A Contestacao Plano de Saude

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AO DOUTO JUÍZO DO 7º NÚCLEO DE JUSTIÇA 4.

0 - SAÚDE PRIVADA (JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL) DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO -
RJ

Processo: 0815635-76.2024.8.19.0087

LARYSSA DA CONCEIÇÃO SOUZA, já devidamente quaificada na petição inicial,


vem muito respeitosamente apresentar a presente RÉPLICA A CONTESTAÇÃO, pelos
fatos e direitos a seguir expostos.

DOS FATOS

A 1º Ré alega que a autora está agindo com torpeza, dizem que que a falta de
documento de moradia carece desde a primeira data de expiração da carência, uma total
inverdade, pois tal pedido, foi feito na data 15/10/2024 (um mês após o que seria a
primeira data final 15/09/2024 de carência e após mais de 40 dias da taxa de ADESÃO),
ao que tudo indica para atrapalhar ainda mais autora a se beneficiar pelo plano, PASME
excelência, a autora agiu com BOA-FÉ e já havia falado que estava grávida, o que seria
uma responsabilidade do plano de averiguar ou não, visam criar impecílio para a fruição
plano.

Infelizmente parece que tentam fazer com que a autora desista do plano. A autora
pagou a taxa de adesão por volta das 14h da tarde, do dia 20 de agosto do presente ano,
o valor de R$ 343,64 e após 53 dias foi solicitado o endereço da ré, que absurdamente
deveria vir acompanhado de certidão de casamento ou união estável, ora, alguém solteiro
não pode fazer um plano de saúde? A autora, gravida, estudante e sem qualquer renda
possível para casar-se, deve contrair matrimonio para poder ingressar e fazer uso do
plano? Um total descaso e arbitrariedade com a consumidora, relação de consumo, boa-
fé contratual e dignidade da pessoa humana.
A autora mora com seu companheiro na casa doada pelo pai deste e não
possuem comprovante de residência em seu nome.

A Unimed confirma a atuação dolosa da All Care, na intenção ao que parece de se


eximir da responsabilidade objetiva para com a administradora. Com isso não cabe a
mera alegação de ilegitimidade passiva, visto o dever OBJETIVO da Unimed para com All
Care, bem como destas duas em face do Corretor.

Este é o breve relato Excelência.

RECONHECIMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR NO MERCADO DE


CONSUMIDOR.

Art. 6. São direitos básicos do consumidor:

A proteção da vida, saúde, segurança contra os riscos


provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos.

PRINCÍPIO DO MUTUALISMO E PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO –


FINANCEIRO DO CONTRATO.

Os pedidos feitos pela administradora supera o princípio da boa-fé, solicitando que


a autora esteja casada para fazer o plano de saúde, um absurdo, no entanto nobre
Julgadora tal argumento vai de encontro ao mais importante dos princípios, que é a
função social do contrato. Nas lições do Dr. Flávio Tartuce:

“à luz da personalização e constitucionalização do direito civil,


pode-se afirmar que a real função do contrato não é a segurança
jurídica, mas sim atender aos interesses da pessoa humana”
(TARTUCE, Flávio. Direito Civil. São Paulo. Editora Método. 2010.
Volume 3. p. 86)

Carlos Roberto Gonçalves com a maestria que lhe é peculiar também assevera sobre
este importante princípio:
“o código civil de 2002 procurou afastar-se das concepções
individuais que nortearam o diploma anterior para seguir orientação
compatível com a socialização do direito contemporâneo. O princípio
da socialidade por ele adotado reflete a prevalência dos valores
coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor
fundamental da pessoa humana” (GONÇALVES, Carlos Roberto.
Direito Civil Brasileiro – Contratos e Atos Unilaterais. Saraiva. Volume
3. 9ª edição. 2012)

Está claro e evidente de que há dois interesses envolvidos aqui na lide, enquanto
a autora da ação sofre a insegurança com relação a sua saúde por conta da mora
inexplicável, sofre várias noites em insônia, está com sua saúde mental abalada
comprometendo o NASCITURO, temos que infelizmente do outro lado preocupa-se mais
em questões financeiras do que a questão humana. O direito civil atual possui uma visão
amplamente constitucional, isto é a dignidade da pessoa humana deve refletir também
nos serviços do plano de saúde, embora não é o que presenciamos.

Da Reiteração do Pedido de Dano Material e do Reembolso. Da configuração do ato


ilícito. Da negativa de cobertura

Todas as requeridas alegam que a ausência do ato ilícito, onde transcreve na sua
contestação que não há os elementos que compõe o entendimento do ato ilícito, a saber:
ato ilícito propriamente dito, dano e o nexo de causalidade, sem contar o corretor, que
presta serviço para as rés, mesmo que informalmente, desta maneira, respondem
OBJETIVAMENTE por atos deste.

Explicando que o plano vigoraria a partir do 15/09/2024:


https://drive.google.com/file/d/1egcE6gdqpYrKVaonkj9c8eLjm_BmVKpJ/view?
usp=sharing

CORRETOR se propondo a testemunhar em favor da autora e afirmando que


NUNCA VIU ACONTECER:

https://drive.google.com/file/d/1jxXecq3fMe_5aXAQMag6vaaqcj8UC_1/view?
usp=sharing
Plano solicitando O CASAMENTO:
https://drive.google.com/file/d/1IlEqcv55fmVdlWxneF8uKsMGxAFVhhSN/view?
usp=sharing

https://drive.google.com/file/d/1egcE6gdqpYrKVaonkj9c8eLjm_BmVKpJ/view?
usp=sharing

CORRETOR AFIRMANDO QUE NUNCA PRESENCIOU TAL ACONTECIMENTO EM


ANOS NO RAMO:

https://drive.google.com/file/d/1A1I2RLsaO8MHAhrZk9wdNfn4eT8pFzk7/view?
usp=sharing

No que tange ao ato ilícito, assevera que está caracterizado uma vez que a
cooperativa violou os princípios básico da relação contratual consumerista, cito os
princípios da função social contratual e violação da dignidade da pessoa humana frente
as relações contratuais consumeristas.

O art. 186 do CC diz:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O citado artigo acima deve ser lido e interpretado conforme o CDC no


seu artigo 14 que diz:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre a fruição e riscos.
Conforme os citados artigos, postula-se que há sim o ato ilícito que foi violado por
parte das Cooperativas de Saúde (corrés) em não fornecer o serviço adequado.

Com relação ao dano, onde o contestante alega que não houve, entendemos,
respeitosamente, que houve um dano sim, houve um dano financeiro, pois a autora da
petição inicial teve que tirar uma quantia bastante alta e que prejudicou no seu sustento,
fora o fato de todo o tempo em que ela se dispôs a tentar comunicar-se com o corretor e
ALL CARE, pedir dinheiro emprestado. Enfim, resta comprovado que houve um dano
tanto psicológico, quanto financeiro pela mora no plano de saúde em não prestar o
serviço adequado.

No que tange ao nexo de causalidade, entendemos que houve, já que se discute o


reembolso da consumidora que se deu pela falta do serviço do plano de saúde, creio que
a relação triangular que caracteriza o ato ilícito foi preenchido.

Por fim, postula-se que a autora da petição faz jus aos pedidos que foram feitos na
petição inicial e que estão reiterados na presente replica da contestação.

6. PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer de Vossa Excelência:

a) Reconhecimento que os princípios da função social do contrato e da dignidade da


pessoa humana frente as relações consumeristas foram violadas pela ausência do serviço
e omissão das requeridas;

b) Da reiteração dos pedidos da petição inicial com relação aos danos materiais e morais
a título de reembolso a parte autora da petição inicial.

C) Da reapreciação da tutela de urgência e do julgamento antecipado da lide. Principal


motivo do indeferimento foi a não juntada pelo ÓRGÃO NADAC (primeiro atendimento) -
todos os documentos exigidos na decisão de indeferimento foram juntados na petição de
agravo direcionado ao 2º juizado.
Nestes termos, pede deferimento.
São Gonçalo, 05 de novembro de 2024.
Juliana Costa Miranda
OAB/RJ261.212

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