Desenvolvimento Psicomotor

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

UFCD.

6577 – Cuidados na Saúde Infantil

Do ponto de vista da maturação, o desenvolvimento neurológico não acontece de maneira


arbitrária, mas sim através de etapas previsíveis e pré-determinadas, no sentido céfalo-caudal e 1
do centro para a periferia, conforme se ilustra na imagem.

Em função da maturação do Sistema Nervoso, uma sequência ordenada e previsível de


desenvolvimento físico (direção desenvolvimentista) se dá no sentido:
 Céfalo-Caudal - controle muscular ocorre da cabeça aos pés / no desenvolvimento fetal
1º ocorre a formação da cabeça e depois dos membros;
 Próximo-Distal - controle da musculatura do centro do corpo às suas extremidades.

Isto acontece em relação aos processos de crescimento do corpo e nos ganhos das
habilidades motoras. Por exemplo, a criança pequena aprende em sequência a arrastar-se,
gatinhar e andar, do mais simples ao mais complexo.

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

PRIMEIRO SEMESTRE

- Inicialmente apresenta movimentos globais, programados geneticamente e inconscientemente


controlados.
- Começa depois a esboçar movimentos voluntários com
2
algum controlo do tónus e da postura.
- Por volta dos 3 meses, em decúbito ventral, consegue
levantar a cabeça a 45º mas não consegue manter esta
posição por muito tempo. Por volta dos 6 meses levanta
completamente a cabeça.
- Em decúbito dorsal, consegue rodar a cabeça e alongar os
membros. Posteriormente, passa a levar os membros superiores à
linha média (centro).
- Começa a movimentar os membros no espaço para brincar com pés
e joelhos e consegue levantar os braços com um brinquedo (ex.
chocalho). Começa a esboçar os primeiros movimentos do rolar.

- Por volta dos 3 meses consegue


sentar-se por breves períodos com apoio na parte superior do
tronco. De pé, devidamente apoiados, têm uma fraca base de
apoio.
- Após os 5 meses consegue sentar-se entre 10 a 15 minutos com
apoio na parte inferior do tronco ou manter o equilíbrio sozinho
por breves momentos (com todos os membros em extensão). De
pé são capazes de ter uma boa base de apoio e fletir e esticar
ligeiramente os joelhos.
- Em termos manipulativos, manuseia, brinca e explora com a boca, bate, toca e sacode os
objetos

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

Desenvolvimento progressivo da visão:


─ Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância;
─ Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar;
─ Entre os 4-6 meses a visão e a coordenação óculo-manual encontram-se próximas da do
adulto
3

Desenvolvimento da função auditiva:


─ 2 - 4 meses, o bebé reage aos sons e alterações do tom de voz;
─ 4 - 6 meses tem grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve.

SEGUNDO SEMESTRE

- É talvez neste período que a criança apresenta um maior


ganho no seu desenvolvimento motor. Já consegue rolar,
inclinar-se para alcançar um objeto, começa a gatinhar (cerca 8
meses).
- Consegue sentar-se com equilíbrio e de diferentes formas
(entre os 8 e os 10
meses) e consegue
passar da posição de sentado para 'de gatas'.
- Faz força para ficar de pé (entre os 8 e os 11 meses) e
pode apenas agarrar-se com uma mão na posição de pé.
Começa a dar pequenos passos quando suportado pelas

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

duas mãos ainda que com pouca coordenação (8-


10 meses) e dá pequenos passos com suporte de
um objeto (ex. agarrado a mobília 9-12 meses).
- Consegue sentar-se com equilíbrio e de
diferentes formas (entre os 8 e os 10 meses) e
consegue passar da posição de sentado para 'de
gatas'. 4

Sono:
─ 9 meses 11 a 12 horas mais 2 sestas (1 a 2 horas cada)

Em termos manipulativos:
─ Empurra, junta, rasga, revolve, derruba e pega em objetos pequenos.
─ 6 e os 8 meses  Desenvolvimento da preensão;
─ Por volta dos 10 meses é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem
ajuda, utiliza as 2 mãos e adquire o controlo do dedo indicador (aprende a apontar);

PRIMEIRO ANO DE VIDA

Começa a andar de forma autónoma, fica em pé sem de apoiar, inclina-se e recupera o equilíbrio,
anda com passos grandes, apresenta movimentos amplos. Mais tarde começa a poder agachar-se, subir e
descer cadeiras ou escadas (nestas últimas sem alternar os pés) e começa a chutar a bola. No que concerne
à manipulação de objetos a criança joga, insere, puxa, empurra, vira abre, fecha, chuta e empilha-os.

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

SEGUNDO ANO DE VIDA

Começa a exibir comportamentos motores cada vez mais complexos integrando todo o corpo
nesta atividade: Salta, fica de pé com base de apoio numa só perna, joga à bola com equilíbrio,
corre em volta de obstáculos, vira esquinas, sobe e desce escadas alternando os pés e consegue
ficar em bicos de pés. No que concerne à manipulação a criança é capaz de separar e enfiar contas
5
num cordão, brincar com brinquedos mecânicos, bater suavemente, esvaziar, encher e espremer
objetos, podendo começar a rabiscar.

TERCEIRO ANO DE VIDA

Aperfeiçoa e coordena os seus movimentos corporais, consegue andar de forma mais suave,
corre conseguindo acelerar e desacelerar, consegue saltar ao pé-coxinho (3-5 vezes) pega e atira
a bola usando flexão dos cotovelos e os ombros, salta determinadas distâncias. Começa a
conseguir andar de triciclo. Exibe atividade manipulativa que recruta atividade muscular mais fina
do género de martelar, escolher objetos, inserir pequenos objetos num determinado sítio ou
cortar.

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

Piaget defende que o desenvolvimento cognitivo se faz na interação entre aspetos inatos e
adquiridos, isto é, mediante a interação do sujeito com o meio.
Partindo de pressuposto que o desenvolvimento cognitivo é um processo interno, mas que 6
pode ser observado e avaliado através das ações e verbalizações da criança, passaremos a expor
as principais capacidades a ele associadas: Compreensão de acontecimentos, auto-percepção e
percepção do ambiente, noção de diferença e semelhança, entendimento de conceitos (cor,
forma, tamanho, tempo e espaço) e estabelecimento de relações, memória e realização.

PRIMEIROS 12 MESES

- A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos


1. Movimento da cabeça em direção ao seio e início da sucção antes de o seio tocar a boca;
2. Movimento da cabeça e /ou corpo na direção do som (humano ou não);
3. Sensibilidade ao contacto ou presença de pessoa através de resposta diferenciada (movimento
do corpo, acalmar-se ou parar de chorar);
4. Diferentes tipos de choro conforme a situação;
5. Seguir visualmente objetos ou luz;
6. Seguir procurar origem do som;
7. Manter contacto visual;
8. Tentar alcançar / agarrar objetos.
9. Ter consciência do seu corpo;
10. Segurar objetos com preensão palmar durante "30" segundos largando-o de forma
involuntária;
11. Explorar o ambiente, interagir com a pessoa pela fala ou movimento;

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

12. Procura do objeto retirado do ângulo de visão;


13. Tirar algo do rosto que obscurece a sua visão;
14. Despejar objetos num recipiente ou colocá-los/retirá-los de um por imitação;
15. Brincar (deixar cair e apanhar objetos);
16. Transferir objetos de mão para poder pegar noutra coisa;
17. Encontrar o objeto escondido debaixo de algo;
18. Executar ordens simples a pedido.
7

12-24 MESES

- Aprendizagem faz-se através dos sentidos, principalmente através da boca


1. Segue instruções verbais para colocar um objeto num recipiente;
2. Consegue esvaziar um recipiente depois de lá colocar algo;
3. Retira objetos de um recipiente, um de cada vez;
4. Por imitação empilha cubos;
5. Rabisca;
6. Procura uma figura nomeada num livro, virando 2 a 3 páginas de cada vez;
7. Aponta partes do seu corpo;
8. Reconhece-se e reconhece algumas figuras;
9. Imita movimento circular.
10. Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração.

Nota: 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida. O bebé sabe


exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando
deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com
o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido).

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

24-36 MESES

Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe


antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual
dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebé
8
desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que constituem os seus dias
e dos seus pais.
1. Desmonta e monta um brinquedo desmontável;
2. Noções de "em cima de", "debaixo de", "dentro", "fora";
3. Constrói torres com 5 a 6 cubos;
4. Vira páginas de livro, uma de cada vez;
5. Desenha um círculo;
6. Combina objetos semelhantes;
7. Por imitação é capaz de dobrar um papel ao meio, desenhar uma linha vertical ou horizontal;
8. Aponta para 3 cores, quando nomeadas;
9. Vira maçaneta de porta, cabos, etc.;
10. Desembrulha objetos pequenos;
11. Faz bolas de argila;
12. Monta um brinquedo de 4 partes;
13. Combina uma forma geométrica com a figura correspondente;
14. Tem noção do grande e pequeno;
15. Reconhece músicas que lhes são familiares.

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

A linguagem é muito mais do que simplesmente falar. A partir do dia em que a criança nasce,
existe comunicação através de olhares, sorrisos e linguagem corporal.
9
O seu desenvolvimento está associado ao nível de maturação do sistema nervoso, do
desenvolvimento motor e do aparelho fonador, ao desenvolvimento cognitivo (discriminação
percetual da linguagem falada e as funções dos processos de simbolização e do pensamento)
assim como com os níveis de desenvolvimento nos campos social e emocional.

PRIMEIRO SEMESTRE

─ O choro é a primeira e principal ferramenta de comunicação do bebé, já que é através dele


que terá suas necessidades atendidas pelos pais, seja o frio, a fome, dor, etc.
─ a partir da 6ª semana de vida, o bebé adquire outras formas de comunicação, como o
sorriso, o olhar, o tacto, etc.

─ Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação (o nome dele, "mamã",


"papá"...), virando a cabeça quando o chamam;
─ 3 meses produz sons guturais e vocálicos, responde aos estímulos sonoros de outras
pessoas através do sorriso ou de um murmúrio; surge o Balbucio, que é definido pela emissão de
sons mediante o repetir de sílabas, como "ma ma", "ta ta", etc.
─ 4 meses imita alguns sons que ouve à sua volta;
─ 6º mês, compreende algumas palavras familiares; o balbucio progride consideravelmente
e inicia-se o processo de imitação de sons podendo existir quer a Lalação (sons) quer a Ecolália
(vocalização). Assim, o bebé pode tanto imitar sons produzidos por ele mesmo ou por outras
pessoas, seja adulto ou criança

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

SEGUNDO SEMESTRE

─ Os gestos acompanham as suas primeiras “conversas” exprimindo com o corpo aquilo que
quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa); Alguns dos seus sons
parecem-se progressivamente com palavras; Gosta que os objetos sejam nomeados e começa a
reconhecer palavras familiares;
10
─ 7/8 meses é importante que os nomes dos objetos oferecidos à criança sejam
pronunciados para que possa aprimorar suas capacidades linguísticas e comunicativas, além de
contribuir para sua socialização
─ 8 meses: desenvolvimento do palrar (novos sons e modulações) tais como "mamã" ou
"papá" e ao longo dos próximos meses o bebé vai tentar imitar os sons familiares, embora
inicialmente sem significado;
─ Utiliza "mamã" e "papá" com significado assim como "papa", "mamã", "adeus", sendo
progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex., "chau-chau" -
acenar);
─ 9/10 meses a criança pode dizer algumas palavras curtas, porém a maioria delas são
apenas a repetição do que dizem os adultos;
─ 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida. O bebé sabe
exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando
deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com
o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido);
─ A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;

1-2 ANOS

─ 12/18 meses a criança reconhece e responde quando chamam pelo seu nome, sabe o
significado de algumas palavras, como "sim" e "não", e utiliza a linguagem para estabelecer e
manter o contacto com o meio familiar. É capaz de responder ao sons com gestos, como dizer

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

"tchau" com as mãos. Surgem os Enunciados de uma Palavra em


que a criança começa a proferir palavras simples com significado, muitas vezes acompanhadas de
gestos. São exemplos as palavras "olá", "pipi", "papá". Apenas são usadas palavras isoladas,
aumentando gradualmente o vocabulário, a partir das 2 ou 3 palavras iniciais.
─ Compreende ordens simples, acompanhadas de gestos. 15 meses, sem necessidade de
recorrer aos gestos;
─ É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca";
Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2 palavras 11

─ Embora ainda limitada a uma palavra, adquire tons de voz diferentes para transmitir
significados diferentes.
─ 18 meses holofrase ou palavra-frase é uma tentativa de frase, ajudada por uma
entoação que faz com que, com um só vocábulo, se diga um conjunto de conteúdos.
Normalmente, a criança nomeia uma pessoa ou objeto e a ação que lhe está associada – o bolo é
“quero bolo”, “o bolo caiu ao chão”.
─ 18/24 meses surgem as primeiras combinações surgem, porque há um enriquecimento
da linguagem e a criança passa a explorar melhor o ambiente em que vive, conhece novos nomes
e as partes do corpo, existindo aquisição quase diária de novas palavras. A criança começa a
combinar conceitos para formar frases de 2 palavras por exemplo, "Olá, Tó" ou "Tá quente".
─ Perto dos 2 anos, ela poderá utilizar 100 ou mais palavras diferentes;

2-3 ANOS

─ 24-36 meses Seguem-se as Frases Simples e Complexas; As frases da criança alongam-se


e começa a introduzir adjetivos e advérbios nas frases.
─ Fase de grande curiosidade (“Porquê?”);
─ 24 meses prefrase. Estruturalmente corresponde à frase (sujeito-verbo-objeto), mas
faltam-lhe elementos – bebé comê é “bebé quer comer”;

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

─ Produz frases de 3 e 4 palavras. Na linguagem, há


deformações frequentes como a troca de fonema (cala por cara); de fonemas e sílabas (passato
por sapato); e falta de fonemas ou sílabas no início, meio ou final da palavra, nomeadamente do
plural (fazê, em vez de fazer, pena em vez perna ou pernas) e a deficiente articulação de duas
consoantes e em que uma delas é r (guta em vez de gruta, buxa em vez de bruxa);
─ 32 meses: capaz de conversar com adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre
um assunto por um breve período;
─ Consegue referir-se a si própria como “eu” e pode conseguir descrever-se por frases 12

simples, como “tenho fome”.


─ 3 anos, o comprimento médio das frases é de 4 palavras e já são produzidos quase todos
os sons.

PRIMEIROS 6 MESES

Social
─ Estabelece relação privilegiada com a figura de vinculação/cuidadora (aparecimento do 1º
sorriso social por volta das 6 semanas);
─ Imita movimentos, fixa rostos e sorri;
─ Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos;
─ 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas o que influencia a
forma como se relaciona com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem
interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência
por rostos familiares.

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

Afetivo
─ Manifesta excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a
alimentação ou o colo;
─ O choro é a sua principal forma de comunicação podendo significar estados distintos
(sono, fome, desconforto...);
─ Apresenta reações de medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou
pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor. 13

6-12 MESES

Social
─ O bebé está mais sociável procurando ativamente a interação com quem o rodeia (através
das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais);
─ Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que vê os
adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.);
─ 10 meses: maior interesse pela interação com outros bebés;

Afetivo
─ Formação de um forte laço afetivo com a figura cuidadora que se manifesta quando é
separado da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal no
desenvolvimento emocional do bebé;
─ Presença de ansiedade de separação sendo igualmente uma etapa normal do
desenvolvimento emocional do bebé, manifesta-se quando pessoas desconhecidas o abordam
diretamente; Sptiz refere a “angústia do 8º mês” que se manifesta na sensação de que a mãe,
que não está ao seu lado, o abandonou. O facto de se sentir diferenciado da mãe acarreta o receio
de a poder perder;
─ Presença de ansiedade perante estranhos  8 meses maior consciência de si próprio;

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

─ Preferência por um determinado objeto (um cobertor ou um


peluche, por ex.), o qual terá um papel muito importante na vida do bebé - ajuda a adormecer, é
objeto de reconforto quando está triste, etc.

1-2 ANOS
14

Social
─ Aprecia a interação com adultos (imitando e copiando);
─ Maior autonomia sente satisfação por estar independente dos pais quando inserida
num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua presença e
disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior
dependência quando é necessária uma nova adaptação;
─ As suas interações com outras crianças são ainda limitadas porque decorrem sobretudo
em paralelo e não em interação com elas;
─ 20-24 meses - desenvolvimento da empatia e à medida que começa a ter maior
consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos sobre
si própria aos outros - (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem).

Afetivo
─ Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive mesmo que não o compreenda,
apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo dele, sobretudo os pais;
─ Aprende a confiar pelo que necessita de saber que alguém cuida dela e vai de encontro às
suas necessidades;
─ Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil partilhá-las;
─ Normalmente apresenta-se bem disposta, exibe por vezes alterações de humor ("birras");
─ É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;

Formadora| Raquel Reis


UFCD.6577 – Cuidados na Saúde Infantil

2-3 ANOS

Social
─ Não gosta de estranhos. A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da
criança;
15
─ 32 meses: reage melhor à separação para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas
crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras;
─ Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos;
─ É capaz de participar em atividades com outras crianças (ex. ouvir histórias).

Afetivo
─ Leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até à raiva frustrada. Embora a capacidade
de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a crianças necessitará de aprender
a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e
ajuda dos pais;
─ As birras tornam-se na forma mais comum de chamar a atenção. Podem dever-se a
mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras costumam estar
relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz).

Formadora| Raquel Reis

Você também pode gostar