Modelo de Responsabilidade Organizacional
Modelo de Responsabilidade Organizacional
Modelo de Responsabilidade Organizacional
Ilan Chamovitz
(Manchester Business School)
2. Objetivos
Por outro lado, novos projetos do Governo, que visam melhorar o atendimento ao cidadão e
automatizar os processos de gestão do Estado, apontam para o crescimento expressivo de
serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC.
3. Revisão da Literatura
Neste artigo são abordadas algumas bases conceituais que oferecem suporte ao estudo da
Dinâmica de Sistemas (1961), metodologia de simulação de variáveis de gestão, desenvolvida
nos anos de 1960, por Jay W. Forrester, engenheiro eletrônico e pesquisador do M.I.T. -
Massachussets Institute of Technology, em Boston, utilizada para estudar e resolver
problemas complexos.
Em 1961 Jay Forrester publicou o livro Industrial Dynamics, dando início à Dinâmica de
Sistemas. Desde então o campo se expandiu, para contemplar pesquisadores e praticantes em
várias áreas do conhecimento, tais como, medicina, economia, sociologia, planejamento
militar, para não mencionar as várias áreas de aplicação no domínio dos negócios.
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Evidências obtidas por meio de relatórios e acesso a informação interna da empresa.
Como o nome sugere, a Dinâmica de Sistemas busca entender a evolução de um sistema ao
longo do tempo. A premissa central da abordagem é que o comportamento de um sistema é
determinado por sua estrutura interna.
Assim, usando de uma linguagem própria para modelar um sistema, é possível investigar o
seu comportamento ao longo do tempo. Isso significa testar os diferentes tipos de
comportamento que o sistema real pode experimentar, o que torna viável a identificação e
avaliação de melhorias potenciais, se um ou mais pontos de alavancagem forem descobertos.
Os modelos computacionais baseados em agentes “são aqueles que incluem na sua criação a
representação dos seus elementos como indivíduos, de forma autônoma, contendo
comportamentos e capazes de interagir com os outros agentes e componentes do sistema”
(KHAN et.al. 2010). Os agentes podem ser vistos como organizações, pessoas, grupos,
equipes empresas, ou qualquer outra entidade que busca atingir um objetivo específico,
podendo levar a um comportamento emergente.
Assim, ao se criarem modelos baseados em agentes, assim como na sua simulação, a interação
acontece localmente pois cada agente relaciona-se somente com aqueles que estão em sua
vizinhança geográfica.
Capacidade é definida como limitação, um limite superior, segundo Horngren, Foster e Datar
(2000). Em sua literatura, os autores expõem dois denominadores: um voltado para a
capacidade, para a instalação oferecida, e o outro para a necessidade, a utilização.
4. Metodologia
Essa pesquisa visa entender alguns modelos organizacionais sob a ótica da Dinâmica de
Sistemas e Modelagem Baseada em Agentes, bem como os fenômenos relacionados à
produtividade na execução das demandas, integração entre áreas, gestão organizacional,
gestão de processos e principalmente gestão de pessoas, pois as pessoas são a base de
qualquer organização.
Cada uma das etapas ocorre em sequência, e são descritas resumidamente, a seguir:
2 Plano de Capacidade - Em razão das limitações de uma empresa pública, para a qual não se
aplica a simples substituição de empregados por outros de menor custo, em que pese o
crescimento vegetativo da folha de pagamento, o modelo TDABC (Kaplan e Anderson, 2004)
foi ajustado, eliminando-se a variável custo, sendo esta considerada somente no cálculo global
a partir do comparativo entre a capacidade instalada e a necessidade de novas admissões.
Realiza-se o levantamento primário de dados com o objetivo de identificar a força de trabalho
adequada para a companhia. Aplica-se o Formulário Plano de Capacidade em todas as áreas
funcionais para efetuar a identificação das atividades, com base na matriz dos Cadernos de
Serviços e de Gestão e Suporte ao Negócio. Os Cadernos são agrupados por torres segundo a
categoria dos serviços. Os serviços se desdobram em várias atividades, as quais sustentaram o
levantamento do Plano de Capacidade. As pessoas distribuídas nas áreas da organização
executam atividades ligadas aos serviços do Caderno de Serviços e do Caderno de Gestão e
Suporte ao Negócio.
No modelo de evolução dos funcionários pode-se mapear a evolução das pessoas em suas
carreiras, levando-se em consideração suas promoções e afastamentos desde a contratação até
a aposentadoria. Durante esse ciclo há um atraso (delay) que faz com que o empregado
demore um certo tempo para passar da fase de empregado iniciante para empregado mais
experiente. Há um outro delay também para o empregado passar para a fase de mestre até que
encerre sua carreira na empresa. O encerramento pode-se dar também de forma prematura nas
fases intermediárias.
7 Loops dos OLAs entre Áreas - Não basta, apenas, um empregado desempenhar suas
atividades a tempo e a hora e com qualidade, pois em muitos casos os serviços dependem das
atividades de várias pessoas distribuídas em diversas áreas da empresa. Os OLAs firmados
entre as áreas executoras principais e secundárias estabelecem as garantias para as pessoas
executarem suas atividades visando à entrega dos serviços. Através desse mapeamento pode-
se observar que uma determinada área A depende da área B para executar seu serviço. A área
B também depende da área A para executar seu serviço, estabelecendo assim um ciclo (loop)
entre as áreas.
A relação entre demanda e produtividade pode ser impactada pela Teoria das Filas, que vem
sendo amplamente utilizada em planejamento operacional. Andrade (2002) apresenta diversas
aplicações sobre Filas. O sistema de filas consiste em um conjunto de demandas, com um
conjunto de profissionais para atendê-las e uma ordem pela qual as demandas chegam e são
atendidas. As filas são formadas por linhas de espera quando o sistema não tiver capacidade
suficiente, em média, para suprir a demanda.
Um dos fatores determinantes na operação do sistema é a estrutura da fila, pois cada caso
exige um estudo analítico diferente. A ordem dos atendimentos segue a ordem de chegadas
tendo-se a estrutura FIFO (acrônimo para First In, First Out, primeiro a entrar, primeiro a sair)
ou a estrutura LIFO (que significa Last In, First Out, último a entrar, primeiro a sair).
Com valores dos parâmetros obtidos nessa simulação constata-se que existe uma relação
ótima entre produtividade e demanda e que a partir de um determinado ponto há um
desperdício de recursos, pois o impacto do aumento na produtividade passa a ser
insignificante face ao custo elevado do recurso.
O serviço a ser entregue ao cliente pode depender de duas ou mais áreas configurando uma
situação, bastante delicada, em que caso uma área atrase a execução de alguma de suas
atividades pode comprometer o funcionamento de todo o sistema.
Uma página A possui as páginas T1...Tn que apontam para ela. O parâmetro d é um fator de
amortecimento que pode atribuir valor entre 0 e 1. Usualmente definido d para 0,85. E C(A) é
definido como o número de links saindo da página A. O PageRank da página A é dado na
fórmula:
No modelo de responsabilidade o raciocínio é análogo, entretanto o rank demonstra o gargalo
na execução das atividades que compõe o serviço, ou seja, quanto maior o rank maior é o
gargalo indicando a elevada probabilidade da área iniciar um efeito cascata do atraso
percebido.
Este artigo envolve parte da pesquisa que vem sendo realizada utilizando-se modelos
fundamentados nas metodologias Dinâmica de Sistemas e Modelagem Baseada em Agentes.
Estes modelos podem apoiar o processo de tomada de decisão no ambiente das organizações,
contribuindo para a solução dos problemas relacionados à gestão por resultados visando à
melhoria dos serviços públicos prestados em face de uma demanda de serviços superior à
capacidade instalada. A análise do comportamento dos modelos unindo os Loops (ciclos)
identificados pela DS e a MBA, através da adaptação do modelo PageRank, desenvolvido por
Stonedahl e Wilensky (2009), contribui para inovação da gestão organizacional ampliando as
oportunidades para aprender, para trabalhar e para produzir o motor do crescimento
econômico.
Referências
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IfM and IBM. Succeeding through service innovation: A service perspective for education,
research, business and government. Cambridge, United Kingdom: University of
Cambridge Institute for Manufacturing, 2008.
OGC. IT Infrastructure Library – Planning to Implement Service Management. OGC, London,
2002.
JOHANNPETER, Jorge Gerdau; UNGER, Roberto Mangabeira, O verdadeiro choque de
gestão. Publicado no Jornal Valor Econômico dia 07/04/2009.
KAPLAN, R. S., COOPER, R. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais
competitivo. São Paulo: Futura, 1998.
SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo:
Editora Best Seller, 1998.
STERMAN, J. Business dynamics: systems thinking and modeling for a complex world.
Boston, MA: Irwin McGraw-Hill, 2000.