Caderno Mapeado - CNU - Políticas Públicas

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Michel Longatti de Resende - [email protected] - CPF: 069.760.886-79


Seja muito bem-vindo!

Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Concurso Nacional


Unificado – 2024.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda ponto a ponto do edital da


disciplina de Políticas Públicas.

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.

Bons Estudos!

Rumo à Aprovação!!

Michel Longatti de Resende - [email protected] - CPF: 069.760.886-79


SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS PUBLICAS.................................................................................................. 6
1) Introdução.................................................................................................................................................. 6
2) Considerações iniciais ............................................................................................................................. 6
3) Conceito...................................................................................................................................................... 6
3.1) Políticas Públicas no Brasil ................................................................................................................. 7
4) Tipologias ................................................................................................................................................... 8
CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS............................................................................................................. 10
1) Introdução................................................................................................................................................ 10
2) Ciclos de Políticas Públicas .................................................................................................................. 10
3) Construção da Agenda .......................................................................................................................... 11
4) Formulação da Política.......................................................................................................................... 12
5) Processo de Decisão .............................................................................................................................. 12
6) Implementação ....................................................................................................................................... 13
7) Avaliação .................................................................................................................................................. 13
INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DIREITOS HUMANOS ........................... 14
1) Introdução................................................................................................................................................ 14
2) Institucionalização das Políticas Públicas em Direitos Humanos como Políticas de Estado 15
3) Institucionalização dos direitos e garantias fundamentais .......................................................... 16
3.1) Interpretação e Aplicação dos Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos
Humanos no Brasil ...................................................................................................................................... 16
3.1.1) Interpretação Autêntica ................................................................................................................. 17
3.1.2) Interpretação Jurisdicional ........................................................................................................... 17
3.1.3) Aplicação dos Tratados .................................................................................................................. 17
3.2) Natureza Jurídica da Incorporação das Normas Internacionais sobre Direitos Humanos
ao Direito Interno Brasileiro ..................................................................................................................... 17
3.2.1) Natureza Jurídica ............................................................................................................................. 18
3.3) Instituições e Mecanismos de Defesa dos Direitos Humanos .................................................. 18
4) Desafios à Implementação de Políticas de Direitos Humanos .................................................... 19
FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL .......................... 20
1) Introdução................................................................................................................................................ 20
2) Federalismo e Características Constitucionais ................................................................................ 20
3) Descentralização de Políticas Públicas no Brasil ............................................................................ 21
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4) Organização e Funcionamento dos Programas Nacionais ........................................................... 22

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo da matéria de Políticas Públicas, apresentaremos os assuntos que


são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!

CONTEÚDO

1 Introdução às políticas públicas: conceitos e tipologias.

2 Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; processos de decisão; implementação, seus planos,
projetos e programas; monitoramento e avaliação.

3 Institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado.

4 Federalismo e descentralização de políticas públicas no Brasil: organização e funcionamento dos sistemas


de programas nacionais.

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INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS PUBLICAS

1) Introdução

Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:

1 – Introdução às políticas públicas: considerações iniciais, conceitos e tipologia.

2) Considerações iniciais

A complexidade da sociedade contemporânea exige a implementação de estratégias coordenadas


para lidar com os desafios que surgem em diversas áreas. Nesse contexto, as Políticas Públicas
emergem como instrumentos fundamentais da ação governamental. Estas políticas representam
um conjunto articulado de ações, decisões e programas desenvolvidos pelos órgãos
governamentais, visando enfrentar problemas sociais, econômicos e políticos, e ao mesmo tempo,
promover o bem-estar coletivo.

A formulação e execução de políticas públicas envolvem um processo dinâmico que abrange desde
a identificação de problemas até a avaliação constante dos resultados alcançados. Além disso, a
participação da sociedade civil torna-se crucial para assegurar que as políticas atendam efetivamente
às necessidades da população.

Neste contexto, esta explanação busca oferecer uma visão abrangente sobre as políticas públicas,
destacando seus conceitos fundamentais e a importância do seu papel na construção de uma
sociedade mais justa, equitativa e eficiente.

3) Conceito

A abrangência da definição de política pública revela-se vasta. Este termo pode ser empregado para
descrever um conjunto de ações do Estado direcionadas a atender as necessidades fundamentais da
sociedade.

O conceito de política pública, representando qualquer iniciativa realizada em prol do povo por
meio da estrutura estatal, constitui a base para a interação entre o governo e a população. Dessa
maneira, as Políticas Públicas devem ser concebidas e implementadas em todas as esferas de poder
de um país, englobando o judiciário, legislativo e executivo.

Elas se configuram como as ideias e programas que um governo emprega na busca por
aprimorar a qualidade de vida de seus cidadãos. A amplitude das políticas públicas é notável,
abordando temas que vão desde regras administrativas estabelecidas por burocratas no poder
executivo até diretrizes locais simples.

As políticas públicas assumem diversas formas e dimensões, desde revisões abrangentes da


economia até ajustes destinados a segmentos específicos da sociedade. Essas medidas
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frequentemente exercem impactos de longo alcance, influenciando desde a renda anual das pessoas
até o acesso aos serviços de saúde e o direito das crianças a brincarem ao ar livre sem restrições.

Em resumo, as Políticas Públicas são as ações empreendidas pelo governo para salvaguardar os
direitos dos cidadãos, prestar assistência ou oferecer serviços. Seu propósito fundamental é
assegurar que as pessoas desfrutem dos direitos garantidos por lei.

Essas iniciativas desempenham um papel crucial na administração pública, representando programas


governamentais voltados para o aprimoramento da sociedade e o atendimento às necessidades dos
cidadãos. Além disso, a política pública serve como uma ferramenta para reduzir a desigualdade
social existente em um país e promover a inclusão social.

Em diversas esferas, uma variedade de tipos de políticas públicas pode ser implementada, sendo
escolhidas de acordo com as demandas locais. Exemplos incluem políticas de saúde, educação,
assistência social, cultura, entre outras.

3.1) Políticas Públicas no Brasil

As Políticas Públicas no Brasil são frequentemente classificadas em três categorias principais:


políticas sociais, econômicas e ambientais.

Políticas
Sociais

Políticas
Públicas

Políticas
Políticas
Ambientais
Econômicas

As iniciativas de políticas sociais têm como foco a melhoria das condições de vida para segmentos
marginalizados e desfavorecidos da sociedade, incluindo famílias de baixa renda, pessoas com
deficiência, residentes em áreas degradadas, e comunidades indígenas.

As políticas econômicas buscam elevar o padrão de vida dos cidadãos brasileiros, por exemplo,
promovendo o aumento da oferta de empregos, fortalecendo a moeda e reduzindo o déficit
orçamentário.

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No que tange às políticas ambientais, o enfoque reside na mitigação dos impactos das mudanças
climáticas, na preservação dos recursos naturais, na promoção da qualidade do ar e na facilitação do
acesso a serviços de saúde sustentáveis.

4) Tipologias

Há quatro categorias distintas de políticas públicas, variando de acordo com os objetivos e a


extensão da medida adotada:

Políticas Distributivas

Políticas Redistributivas
Tipos de Políticas
Públicas
Políticas Constitutivas

Políticas Regulatórias

Essa categorização é amplamente reconhecida como a mais utilizada para classificar políticas
públicas, sendo atribuída ao cientista político Theodore Lowi (1931-2017), cujas contribuições
significativas à pesquisa nesse campo são notáveis.

Vamos nos aprofundar nos tipos de políticas públicas:

Políticas Públicas Distributivas:

Essas políticas visam distribuir benefícios ou recursos entre diferentes grupos sociais, sem
necessariamente corrigir desigualdades existentes. Em outras palavras, as Essas políticas têm como
principal objetivo distribuir serviços, bens ou quantias financeiras para uma parcela específica da
população. Implementadas através do orçamento público, ganharam destaque com a promulgação
da Lei de Organização da Assistência Social (LOAS) no final da década de 1980.

Ex.: Subsídios Agrícolas: Oferecem apoio financeiro a agricultores para incentivar a produção e
manter a estabilidade no setor agrícola.

Programas de Incentivo à Educação: Bolsas de estudo ou créditos educacionais que distribuem


recursos para estudantes, promovendo o acesso à educação.

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Programas de Transferência de Renda: Iniciativas que direcionam recursos financeiros para grupos
vulneráveis, como o Bolsa Família no Brasil, para reduzir a pobreza e promover inclusão social.

Políticas Públicas Redistributivas:

Essas políticas buscam corrigir desigualdades socioeconômicas ao redistribuir recursos e


oportunidades de forma mais equitativa. Ou seja, possuem natureza socias, as quais visam promover
o bem-estar e a igualdade em grupos mais amplos.

Ex.: Imposto de Renda Progressivo: Um sistema tributário em que as alíquotas aumentam à


medida que a renda do contribuinte aumenta, visando uma redistribuição mais justa da carga
tributária.

Políticas Públicas Constitutivas:

Essas políticas são voltadas para a criação ou reformulação de leis, instituições e estruturas
governamentais. Essas políticas estabelecem regras que especificam como os cidadãos podem
participar e se beneficiar da ação estatal.

Ex.: Reformas Constitucionais: Mudanças na constituição de um país para ajustar princípios


fundamentais, como direitos civis, políticos e sociais.

Criação de Agências Reguladoras: Estabelecimento de órgãos independentes para supervisionar


setores específicos, como agências reguladoras de energia, telecomunicações, entre outras.

Políticas Públicas Regulatórias:

Essas políticas estabelecem regras e normas para orientar comportamentos e atividades, garantindo
o funcionamento ordenado da sociedade. Tais politicas organizam o funcionamento do Estado e
podem abranger regras sobre procedimentos burocráticos ou normas de conduta cívica. Envolvem
o desenvolvimento e monitoramento de normas e leis para garantir o bem comum compartilhado
pela comunidade. Isso inclui a regulamentação da comercialização de produtos, estabelecimento de
princípios de comportamento e padrões, garantindo o bem-estar coletivo.

Ex.: Leis Ambientais: Estabelecem padrões para a proteção do meio ambiente, regulando
emissões industriais, gestão de resíduos e conservação de recursos naturais.

Normas de Segurança Alimentar: Regulamentações que garantem a qualidade e segurança dos


alimentos disponíveis no mercado.

Momento da Questão

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Questão inédita – Qual a principal característica das políticas públicas classificadas como
redistributivas?

a) Buscam distribuir benefícios entre diferentes grupos sociais.

b) Estabelecem regras e normas para orientar comportamentos e atividades.

c) Promovem a criação ou reformulação de leis e instituições.

d) Visam corrigir desigualdades socioeconômicas ao redistribuir recursos de forma equitativa.

e) Concentram-se na preservação dos recursos naturais e na redução dos efeitos das mudanças
climáticas.

Gabarito: Letra D.

Comentário: A classificação "Redistributivas" refere-se a políticas públicas que têm como


objetivo corrigir desigualdades socioeconômicas ao redistribuir recursos e oportunidades de
maneira mais equitativa. Portanto, a alternativa correta destacará essa característica distintiva.

CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:

1 – Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; processos de decisão; implementação,


seus planos, projetos e programas; monitoramento e avaliação;

2) Ciclos de Políticas Públicas

Os ciclos de políticas públicas representam a sequência de fases pelas quais uma política passa
desde a sua identificação como um problema até a sua implementação, avaliação e possível revisão.

O processo de elaboração de políticas públicas é uma dinâmica na qual diversos atores, tanto formais
quanto informais, com diferentes níveis de poder, interagem em diversas arenas para debater,
aprovar e implementar políticas públicas. Este processo envolve uma barganha política entre esses
atores, ocorrendo dentro das restrições impostas pelo ambiente institucional.

O comportamento desses atores é influenciado por suas preferências e pelos incentivos


oferecidos, todos limitados por essas condições. Portanto, a produção de políticas públicas está
intrinsecamente ligada à capacidade de cooperação entre os diversos atores, sendo este um fator
crucial nesse processo. Esses ciclos geralmente incluem etapas como agenda setting (definição da
agenda), formulação, decisão, implementação e avaliação.

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Construção da
Agenda

Formulação da
Avaliação
Política

Processo de
Implementação
Decisão

O ciclo de políticas públicas possui, como objetivo principal, nortear a elaboração de políticas
públicas a partir de um processo composto por cinco etapas que veremos a seguir.

3) Construção da Agenda

Antes de iniciar qualquer processo, é imperativo que o poder público tenha clareza quanto às suas
prioridades. Diante da ampla gama de setores que demandam investimentos contínuos, como saúde,
educação e habitação, por exemplo, frequentemente nos deparamos com recursos escassos para
atender todas as demandas necessárias.

Assim, a primeira fase concentra-se na identificação dos problemas que requerem maior atenção,
visando orientar o planejamento. Durante essa etapa, os atores envolvidos devem conduzir análises
abrangentes de todos os dados existentes sobre a situação. É a partir do reconhecimento dos
problemas prioritários que a agenda governamental se delineia.

No entanto, diante do elevado número de questões a serem abordadas, nem todas as ações
delineadas na agenda receberão resposta imediata. Esse cenário ocorre principalmente devido à
necessidade de avaliação criteriosa de fatores como custo-benefício, disponibilidade de recursos
e urgência das demandas para viabilizar efetivamente muitos projetos.

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4) Formulação da Política

Após a fase de formação de agenda, o Ciclo de Políticas Públicas direciona-se para a apresentação
de soluções. Neste momento, delineiam-se os objetivos da política pública, bem como todos os
programas e linhas de ação que devem ser desenvolvidos. Com a conclusão dessa etapa, dá-se
início ao processo de avaliação das causas subjacentes e à consideração de possíveis alternativas
para resolver ou, pelo menos, mitigar o problema apresentado.

Assim, a segunda etapa solidifica-se com a elaboração detalhada de alternativas para a agenda
estabelecida. Isso inclui a organização de ideias, a alocação apropriada de recursos e o diálogo com
especialistas no tema em questão para estabelecer objetivos gerais e os resultados que se almeja
alcançar. A partir desse ponto, estratégias são delineadas e os atores envolvidos dedicam-se à
elaboração de suas propostas.

5) Processo de Decisão

Após a avaliação de todos os planos e alternativas, o Ciclo de Políticas Públicas avança para a fase
de definição da ação a ser adotada. Nesse estágio, os atores, no âmbito de suas estratégias,
estabelecem os recursos necessários e o prazo para a execução da ação. A tomada de decisão
torna-se, assim, o ponto central deste momento.

Importante!

Os autores são os agentes que interagem para a produção de políticas públicas, os quais são
divididos em: formais e informais.

Autores – Políticas Públicas

Formais Agentes que atuam diretamente nos âmbitos políticos

Ex.: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário

Informais Agentes que atuam na política em busca de outros fins próprios

Ex.: empresários, sindicatos, movimentos sociais, mídia, atores-técnicos (agentes


que atuam de forma profissional no processo de formulação de políticas públicas)

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6) Implementação

A quarta fase é caracterizada pela implementação. Com todas as definições estruturadas, é o


momento de colocar todo o planejamento em prática. Nessa etapa, os recursos, sejam eles
financeiros, tecnológicos, materiais ou humanos, são direcionados para executar a política pública.

Tome nota!

Um dos principais desafios no processo de implementação de políticas decorre de desenhos


inadequados das políticas públicas. Esses problemas podem surgir por diversas razões, como a
falta de adequação da estrutura administrativa necessária para a implementação, a ausência de
recursos financeiros disponíveis ou a inviabilidade prática da proposta. Quando o desenho inicial da
política não contempla a existência ou necessidade desses recursos, as chances de insucesso
aumentam significativamente.

7) Avaliação

Finalmente, a última fase do Ciclo de Políticas Públicas compreende um dos momentos mais cruciais:
o acompanhamento da implementação e a análise dos resultados. O monitoramento possibilita
a compreensão de como a política pública está sendo aplicada e se há necessidade de corrigir
possíveis falhas.

Dependendo do êxito da implementação, pode ser necessário reiniciar todo o Ciclo de Políticas
Públicas, com base na deliberação do poder público, que analisará se há a necessidade de propor
alterações ou se o projeto deve ser mantido. Esse processo destaca-se, ainda, como uma valiosa
fonte de aprendizado. Para alcançar resultados mais eficazes, as políticas públicas devem ter como
principal objetivo promover a cooperação entre os atores e estabelecer-se como um programa
implementável.

Para avaliar as atividades em andamento, a avaliação recorre ao uso de medidas de desempenho,


que constituem estimativas quantitativas ou qualitativas sobre a execução das tarefas e os efeitos
resultantes das atividades realizadas pelos órgãos avaliados. As medidas mais comumente
empregadas incluem:

Insumos (inputs): Envolve os recursos alocados, como financeiros, pessoal e equipamentos.

Resultados (outputs): Refere-se às atividades desenvolvidas e aos serviços prestados, como o


número de alunos em sala de aula ou o número de crianças vacinadas.

Impacto (outcomes): Diz respeito ao efeito produzido pelos resultados alcançados, como o
alívio da pobreza ou a prevenção de casos de doenças.

Produtividade: Avalia a capacidade de solução dos problemas identificados, como chamadas de


emergência resolvidas ou problemas de saúde detectados.

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Custos: Analisa os custos médios associados à produção dos serviços prestados, como o custo
para construir um quilômetro de estrada ou educar uma criança ao longo de um ano.

Satisfação do usuário: Envolvem queixas recebidas e resultados de pesquisas de opinião por


parte dos usuários dos serviços.

Qualidade do serviço: Avalia a disponibilidade e adequação do serviço procurado, como o


tempo de resposta da polícia ou o tempo de espera em um hospital.

Momento da Questão

Questão inédita – No contexto do ciclo de políticas públicas, considere as etapas de


formulação de agenda, formulação de políticas, implementação, avaliação e decisão de
manutenção, expansão ou encerramento. Qual das seguintes afirmativas representa
corretamente uma característica complexa e desafiadora associada à fase de avaliação?

a) A avaliação é uma etapa meramente técnica, sem influência política, sendo realizada por
especialistas independentes.

b) A avaliação pode ser subjetiva, influenciada por interesses políticos, e frequentemente requer a
consideração de múltiplos critérios de sucesso.

c) A avaliação ocorre de forma isolada, sem relação com as fases anteriores do ciclo, visando apenas
mensuração de resultados específicos.

d) A avaliação é uma etapa única e conclusiva, não permitindo revisões ou ajustes nas politicas
implementadas.

e) A avaliação concentra-se exclusivamente em resultados quantitativos, desconsiderando aspectos


qualitativos e impactos sociais.

Gabarito: Letra B.

Comentário: A avaliação pode ser subjetiva, pois é influenciada por interesses políticos. Isso
significa que diferentes atores políticos podem ter perspectivas distintas sobre o sucesso ou fracasso
de uma política, o que torna a avaliação um processo sensível às interpretações e alinhamentos
políticos.

INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DIREITOS HUMANOS

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:

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1 – Institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado:
institucionalização; institucionalização dos direitos e garantias fundamentais; desafios à
implementação de Políticas Públicas de Direitos Humanos.

2) Institucionalização das Políticas Públicas em Direitos Humanos como Políticas de Estado

A Constituição Federal, promulgada após o período da ditadura militar, representa um marco


significativo para os direitos humanos no Brasil. Ela ampliou as garantias individuais e coletivas,
reconheceu os direitos sociais e estabeleceu uma abordagem mais abrangente e inclusiva para a
promoção da igualdade e da justiça social.

A institucionalização das políticas públicas em direitos humanos como políticas de estado refere-
se ao processo pelo qual determinadas práticas e ações voltadas para a promoção e proteção dos
direitos humanos são formalmente incorporadas e consolidadas no âmbito das estruturas
institucionais do Estado. Esse processo visa assegurar a continuidade e a sustentabilidade dessas
políticas ao longo do tempo, independentemente das mudanças de governos ou administrações.

Embora a Constituição Federal de 1988 tenha sido o marco legal inicial para o processo de
institucionalização das políticas públicas, somente em 1996, com a criação do I Programa Nacional
de Direitos Humanos (PNDH-1) e no ano seguinte, com o estabelecimento da Secretaria Nacional
de Direitos Humanos no Ministério da Justiça durante o primeiro mandato do presidente Fernando
Henrique Cardoso, é que a temática assumiu efetivamente uma grande relevância no cenário
nacional. O PNDH-1 foi elaborado incorporando contribuições de organizações não
governamentais, após um ciclo de seminários regionais em seis capitais brasileiras, tornando-se o
primeiro programa de proteção aos direitos humanos na América Latina e o terceiro no mundo.

Importante!

O programa tinha como objetivo central promover e proteger os direitos humanos em diversas
áreas, abrangendo desde direitos civis e políticos até direitos sociais, econômicos e culturais. Suas
diretrizes incluíam ações voltadas para a erradicação da tortura, o combate à discriminação, a
promoção da igualdade de gênero e o fortalecimento dos mecanismos de proteção dos
direitos humanos.

Quando as políticas de direitos humanos são institucionalizadas como políticas de estado, há um


comprometimento mais profundo e duradouro por parte das instituições governamentais em
garantir a efetividade dessas práticas. Isso implica na criação de órgãos específicos, legislação
consolidada, alocação de recursos orçamentários permanentes e a integração dessas políticas
nos planos e programas de desenvolvimento de longo prazo.

A institucionalização nesse contexto é crucial para evitar a fragilidade e a intermitência das políticas
públicas em direitos humanos, proporcionando uma base sólida para a implementação contínua ao

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longo do tempo. Ela também contribui para a criação de uma cultura institucional que reconhece os
direitos humanos como princípios fundamentais a serem respeitados e promovidos em todas as
esferas da governança.

A consolidação das políticas de direitos humanos como políticas de estado reforça o compromisso
do Estado em cumprir seus deveres internacionais de respeitar, proteger e realizar os direitos
humanos de todos os seus cidadãos, independentemente de suas características pessoais,
promovendo, assim, uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.

3) Institucionalização dos direitos e garantias fundamentais

A institucionalização dos direitos e garantias fundamentais refere-se ao processo pelo qual os


princípios e direitos fundamentais são incorporados e protegidos dentro de um sistema jurídico e
político de um país. Esse processo envolve a criação de normas legais, estruturas institucionais e
mecanismos de aplicação que asseguram que esses direitos sejam reconhecidos, respeitados e
garantidos de maneira eficaz. A institucionalização desempenha um papel crucial na proteção e
promoção dos direitos e garantias fundamentais de indivíduos dentro de uma sociedade.

De maneira geral, a institucionalização ocorre da seguinte forma:

Constituição e Instituição dos


Legislação Educação e
Documentos Órgãos de Mecanismos de Monitoramento
Específica Conscientização
Fundamentais do Proteção dos Aplicação Internacional
Infraconstitucional da População
Estado Direitos Humanos

No contexto brasileiro, a Constituição Federal de 1988 é um exemplo significativo desse processo,


muitas vezes referida como a "Constituição Cidadã" devido à sua ênfase na proteção dos direitos
humanos e das liberdades individuais.

3.1) Interpretação e Aplicação dos Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos
no Brasil

Os tratados internacionais serão interpretados sempre que houver alguma contradição ou norma
que precise de complementação para dar sentido a referida norma. Esta interpretação será realizada
através dos Estados ou jurisdições internacionais.

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3.1.1) Interpretação Autêntica

Esta interpretação ocorre quando os Estados-Parte do tratado realizada a interpretação, através dos
governos próprios. Estas interpretações realizadas pelos governos podem se tornar um novo
tratado.

A Convenção de Viena conceitua os tratados, que trata de um acordo internacional realizado por
escrito entre os Estados-Partes e regido pelo Direito Internacional sobre uma matéria específica.

Desta forma, a Convenção sugere que os tratados devem ser inseridos internamente na condição de
norma.

Ex.: Convenção de Genebra sobre Títulos de Crédito – interpretada pelo STF.

3.1.2) Interpretação Jurisdicional

A interpretação é realizada pelas jurisdições internacionais (Corte Internacional de Justiça ou cortes


regionais de proteção aos direitos humanos).

3.1.3) Aplicação dos Tratados

A rigor, todos os tratados internacionais de direitos humanos possuem a mesma estrutura


hierárquica, desta forma, não existe nenhuma norma internacional que determina uma regra de
incorporação dos tratados no ordenamento jurídico interno. Portanto, as Constituições dos Estados
determinam a regra de incorporação da norma internacional.

A posição dos tratados internacionais de direitos humanos é uma construção jurisprudencial – STF.
Estudaremos mais para frente a classificação normativa dos tratados internacionais dos direitos
humanos estruturado pelo STF.

3.2) Natureza Jurídica da Incorporação das Normas Internacionais sobre Direitos Humanos ao
Direito Interno Brasileiro

Conforme já iniciamos os estudos, a Constituição Federal não descreve expressamente a regra de


incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos, de forma que, coube ao Supremo
Tribunal Federal regulamentar este tema.

Um dos fundamentos da República é a soberania. O Brasil é soberano como qualquer outro país,
portanto a sua Constituição Federal está acima de tudo internamente, inclusive dos tratados
internacionais que versam sobre matéria de direitos humanos.

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Importante!

Um tratado ou convenção internacional que versa sobre direitos humanos nunca estará acima da
constituição.

3.2.1) Natureza Jurídica

O STF apresenta a classificação de status normativo. Segundo a Suprema Corte, todo tratado e
convenção de direito internacional que verse sobre Direitos Humanos já adentra no Brasil com
status supralegal, ou seja, acima das normas comuns, mas abaixo da Constituição Federal.

Tome nota!

O art. 5º, §3º da CF descreve o quórum mínimo para que seja aprovada uma emenda constitucional,
se trata de um quórum qualificado.

Contudo, se o tratado internacional que trate sobre matéria de direitos humanos sobre o rito
rigoroso do quórum de emenda constitucional, o tratado terá status constitucional e não
supralegal.

Atualmente, existem quatro tratados internacionais de Direitos Humanos que possuem status
constitucional no ordenamento jurídico brasileiro:

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS DAS PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SEU


PROTOCOLO FACULTATIVO (Decreto nº 6.949/09)

PROTOCOLO ADICIONAL À CONVENÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA (Decreto nº 6.949/09)

TRATADO DE MARRAQUECHE (Decreto nº 9.522/18)

CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO, A DISCRIMANAÇÃO RACIAL E


FORMAS CORRELATAS DE INTOLERÂNCIA (Decreto nº 10.932/22)

3.3) Instituições e Mecanismos de Defesa dos Direitos Humanos

A institucionalização não se limita à simples proclamação de direitos. Ela envolve a criação de


instituições e mecanismos que garantem a aplicação e a proteção efetiva desses direitos. Algumas
das instituições e mecanismos comuns incluem:

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Poder Judiciário: Os tribunais desempenham um papel fundamental na proteção dos direitos
fundamentais, julgando casos que envolvam com segurança esses direitos e garantindo que a lei
seja cumprida.

Ministério Público: Esta instituição tem a função de defender os interesses da sociedade,


incluindo a proteção dos direitos humanos. O Ministério Público pode atuar como fiscalizador e
acusador em casos de transparência de direitos.

Defensoria Pública: Responsável por garantir o acesso à justiça para aqueles que não têm
recursos para pagar advogados, a Defensoria Pública é essencial para garantir a igualdade perante
a lei.

Comissões e Órgãos de Direitos Humanos: Muitos países têm comissões e órgãos específicos
dedicados à promoção e proteção dos direitos humanos. Eles podem investigar denúncias de
transparência de direitos, fazer recomendações e monitorar a implementação de políticas públicas.

Sistema Legal e Policial: As leis e as forças de segurança devem respeitar e proteger os direitos
fundamentais dos cidadãos. Isso inclui a garantia de que as detenções sejam feitas dentro dos limites
da lei e que a tortura e o tratamento desumano sejam proibidos.

4) Desafios à Implementação de Políticas de Direitos Humanos

A concretização de objetivos políticos ou diretrizes normativas em projetos e ações efetivas,


conduzidos por meio das burocracias estatais e culminando na oferta de bens e serviços, apresenta
uma série de complexidades e desafios que demandam abordagens específicas por parte dos
gestores públicos.

Neste contexto, propõem-se três perspectivas distintas para abordar esses desafios. A primeira
baseia-se nos aprendizados e conhecimentos acumulados pela literatura internacional sobre a
implementação de políticas públicas em geral. A segunda considera os desafios de implementação
em relação ao contexto político-institucional brasileiro. Por fim, a terceira perspectiva
fundamenta-se na reflexão sobre a aplicação da transversalidade, um elemento particularmente
relevante nas políticas voltadas para os direitos humanos.

A implementação de políticas de direitos humanos apresenta desafios complexos. Portanto, é crucial


que o desenho e a execução das ações governamentais nessa área envolvam uma modelagem
organizacional e institucional adequada, capaz de antecipar problemas e fornecer os elementos
essenciais para alcançar os objetivos pretendidos.

No cenário político-institucional atual do Brasil, diversos atores, processos e recursos devem ser
coordenados para a execução de uma política. Isso inclui burocracias de diferentes órgãos e níveis
de governo, parlamentares, comissões legislativas, processos judiciais e organizações da sociedade
civil, como sindicatos, associações empresariais e movimentos sociais. Cada política, programa ou
projeto está cercado por organizações com mandatos, recursos, competências e instrumentos legais,
além de mecanismos de coordenação, espaços de negociação e decisão entre os diversos atores do

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governo, do sistema político e da sociedade. Também são exigidas obrigações de transparência,
prestação de contas e controle.

Assim, podemos conceber um arranjo institucional de implementação como o conjunto de regras,


mecanismos e processos que delineiam como os atores e interesses se articulam na implementação
de uma política pública específica. Em outras palavras, esses arranjos institucionais, quando bem
organizados, têm o potencial de equipar o Estado com as capacidades necessárias para a execução
bem-sucedida de políticas públicas, condicionando as habilidades do Estado em alcançar seus
objetivos.

FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:

1 – Federalismo e descentralização de políticas públicas no Brasil: federalismo e características


constitucionais; descentralização das políticas públicas; organização e funcionamento dos
sistemas de programas nacionais.

2) Federalismo e Características Constitucionais

Inicialmente, precisamos responder a seguinte pergunta: O que é Federalismo?

O federalismo é um sistema de organização política que envolve a distribuição de poderes e


responsabilidades entre diferentes níveis de governo em um país. Nos sistemas federativos, dois
ou mais entes autônomos coexistem, cada um com sua esfera de competência claramente definida,
e compartilham a autoridade sobre o mesmo território.

Os entes federativos, geralmente chamados de "federação" ou "estados", retêm certa autonomia


política e têm sua própria constituição e governo. Além disso, há um governo central, muitas
vezes chamado de governo federal, que detém competências específicas que se aplicam a todo o
país.

Após a fixação do conceito de federalismo, precisamos identificar as principais características


constitucionais do federalismo moderno:

Divisão de Competências: Existem competências exclusivas para os entes federativos e


competências compartilhadas entre eles. Cada nível de governo tem suas responsabilidades
claramente definidas.

Autonomia Política: Cada ente federativo tem sua própria estrutura de governo, legislação e,
em alguns casos, constituição. Eles têm certo grau de autonomia para tomar decisões que afetam
sua população.

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Constituição Federal: O federalismo geralmente é estabelecido em uma Constituição Federal
que define a estrutura do governo e a distribuição de competências entre os diferentes níveis.

Supremacia Constitucional: A Constituição Federal é a lei suprema do país e prevalece sobre as


leis estaduais e locais. Ela estabelece os princípios fundamentais do federalismo.

Independência Financeira: Os entes federativos geralmente têm fontes independentes de


receita, seja por meio de impostos próprios ou transferências do governo central.

Poder Judiciário: Um sistema judiciário independente muitas vezes é responsável por resolver
disputas entre os entes federativos e interpretar a Constituição Federal.

3) Descentralização de Políticas Públicas no Brasil

A descentralização de políticas públicas no Brasil refere-se à distribuição de responsabilidades e


competências entre os diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal). Esse processo
visa aproximar a gestão pública das demandas locais, promover a autonomia dos entes federativos
e melhorar a eficiência na prestação de serviços à população.

No entanto, a utilização do termo "descentralização" não se limita às distinções quanto à distribuição


territorial de autoridade, e sua aplicação em contextos diversos conferiu-lhe um caráter polissêmico,
abrangendo uma variedade significativa de significados. Vários autores empreenderam esforços para
estabelecer definições e classificações para suas diversas modalidades. Segundo uma dessas
classificações (Tobar, 1991), existem três tipos de descentralização:

Funcional ou horizontal: Refere-se à transferência de competências ou funções para pessoas


jurídicas ou estruturas governamentais que se autonomizariam, embora tipicamente permaneçam
vinculadas à estrutura administrativa central. Essa modalidade é uma alternativa para aprimorar os
níveis de eficiência e eficácia no desempenho de determinadas funções públicas, tendo como
receptores entidades como fundações, empresas públicas e outras.

Do Estado para a sociedade civil: Envolve a transferência de funções em duas direções


distintas, correspondendo a concepções privatistas para os agentes de mercado ou comunitaristas
para organizações da sociedade civil. A transferência de funções do Estado para o mercado pode
ocorrer por meio de mecanismos como privatização, alteração nos direitos de propriedade sobre
estruturas prestadoras de serviços públicos, terceirização ou delegação de atividades a agentes
privados, e suspensão de regulações estatais em determinados mercados. A transferência para a
sociedade civil assume um caráter comunitarista ao envolver organismos da sociedade civil na
prestação de serviços públicos.

Territorial ou vertical: Implica a transferência de poderes, competências ou funções para entes


governamentais pertencentes a níveis inferiores ou menos abrangentes de governo, como estados
ou municípios. A descentralização territorial, qualificando o federalismo, é passível de diferentes
definições, sendo frequentemente considerada sinônimo ou termo associado ao federalismo em
muitos estudos.

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4) Organização e Funcionamento dos Programas Nacionais

A organização e funcionamento dos programas nacionais no Brasil são aspectos cruciais para a
implementação efetiva de políticas públicas em diversas áreas. Esses programas são estruturados
para abordar questões específicas e alcançar objetivos predefinidos, muitas vezes abrangendo
múltiplos setores da sociedade.

Podemos exemplificar alguns programas nacionais de políticas públicas:

Ex.: Bolsa Família; Auxílio Inclusão, Minha Casa Minha Vida, Fies, Prouni, Farmácia Popular, Mais
Médicos.

Os programas nacionais geralmente têm objetivos alinhados aos interesses e necessidades do país
como um todo. Estes podem abranger áreas como saúde, educação, segurança, meio ambiente,
entre outras. A organização desses programas inclui a participação ativa dos Estados e Municípios.
A definição de metas, estratégias e a implementação de ações são realizadas de maneira
descentralizada, considerando as realidades locais.

Tome nota!

Apesar da descentralização, é fundamental haver coordenação a nível nacional. Órgãos federais


muitas vezes lideram a formulação e supervisão desses programas, garantindo coesão e alinhamento
com as diretrizes gerais do governo central.

A alocação de recursos financeiros é uma parte crucial. Mecanismos são estabelecidos para
transferir recursos da União para Estados e Municípios, visando garantir a viabilidade financeira da
implementação desses programas. Além disso, são estabelecidos sistemas de monitoramento e
avaliação para verificar o progresso e a eficácia dos programas. Isso envolve indicadores específicos
e a prestação de contas por parte dos entes federativos.

A descentralização permite que os programas se adaptem melhor às realidades locais. Isso


favorece a eficácia das ações, considerando as diversidades regionais do Brasil.

Momento da Questão

Questão inédita – Qual é o principal objetivo da descentralização de políticas públicas no


contexto do federalismo brasileiro?

a) Aumentar o poder central da União para uma gestão mais eficiente.

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b) Reduzir a autonomia dos Estados e Municípios em prol da uniformidade nacional.

c) Promover a cooperação entre os diferentes níveis de governo e atender às necessidades locais.

d) Centralizar as decisões administrativas nas mãos do governo federal.

e) Isolar as regiões mais desenvolvidas do país, privilegiando as menos desenvolvidas.

Gabarito: Letra C.

Comentário: A descentralização no federalismo brasileiro busca conferir autonomia aos Estados


e Municípios, permitindo que eles elaborem e executem políticas alinhadas com as peculiaridades
locais. A promoção da cooperação entre os diferentes níveis de governo é essencial para atender às
demandas específicas de cada região.

Parabéns por ter concluído o estudo da matéria!

Bora para cima!

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