Resenha Senhor Das Moscas
Resenha Senhor Das Moscas
Resenha Senhor Das Moscas
RESENHA DE LIVRO:
O SENHOR DAS MOSCAS
MONTES CLAROS – MG
MARÇO/2024
GEOVANA DA SILVA RODRIGUES
RESENHA DE LIVRO:
O SENHOR DAS MOSCAS
MONTES CLAROS – MG
MARÇO/2024
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
CURSO DE DIREITO – 2º PERÍODO MATUTINO
DIREITO CONSTITUCIONAL I
PROF. DR. ELTON DIAS XAVIER
Resenha
GOLDING, William. O Senhor das Moscas. Tradução de Geraldo Galvão Ferraz. Rio de
Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de S.Paulo, 2003.
O livro se inicia com a queda do avião, causada pela explosão de uma bomba,
marcada pelos indícios da segunda guerra mundial, levando a reclusão das crianças em uma
ilha desconhecida. Acho que seria bom sabermos os nomes de todos e fazer uma lista.
Deveríamos fazer uma reunião – disse o menino gordo. (p.13). O personagem conhecido como
Porquinho é o primeiro a ter a iniciativa sobre a necessidade de uma lista e uma reunião, uma
forma de reconhecer todos os personagens vivos que estavam naquela ilha. Temos como os
princípios iniciais de uma democracia, a necessidade de uma votação para nomeação de um
líder, ao perceberem que não havia nenhum adulto na ilha, tal ideia proposta por Ralph, que
acaba sendo escolhido como o responsável pela liderança, também pode ser encontrado tal
princípio na divisão de funções e grupos estabelecidos para a sobrevivência e resgate.
“Vamos ter regras. Muitas regras! E quando qualquer um não as respeitar...” (p.38).
Temos, no capitulo 2, a criação de regras e até a ideia de sanções, podendo ser visto os
resquícios do conhecimento do que era o sistema vigente que eles presenciaram durante seu
pouco tempo de vida, podendo ser exemplificado pela passagem descrita acima. Ainda nesse
capitulo, Ralph aponta a necessidade de ser criada uma fogueira, um sinal de fumaça, para
ajudar na sinalização de resgate. entretanto, as chamas se espalham pelas arvores e Porquinho
sinaliza que as primeiras coisas a serem feitas seriam a criação de abrigos e a contabilização
dos meninos da ilha, sendo que, várias crianças se segregaram do grupo.
No capitulo 3, é visto que as regras não estavam sendo seguidas, e o início do caos
começa a se espalhar. Os meninos não conseguem fazer abrigos estáveis e as crianças começam
a acreditar na existência de um monstro, não conseguindo dormir. Andavam juntos: dois
mundos de experiências e sentimentos, incapazes de se comunicar (p.61). Nesse capitulo, é
demonstrado a convergência de dois mundos diferentes, cada grupo tendo ideias e prioridades
diferentes, iniciando assim as divergências de opiniões e o descumprimento das regras que vêm
adiante nos próximos capítulos.
No capitulo 9, Simon sendo o único a realmente ver o monstro e ficar cara a cara
com o mesmo, reconhece-o como um homem que foi morto pela guerra, enrolado em seu
paraquedas falho, sai para avisar os outros. Em um momento de puro instinto e o cumulo do
mal do ser humano sendo manifestado, eles atacam o bicho que se engatinhava, não percebendo
que estavam matando uma parte de sua tribo.
Após tal acontecimento, Jack impõe um sistema ditatorial em sua tribo, invadindo
e brigando com o grupo de Ralph para atingir seus objetivos, não se importando com quem iria
sair ferido dessa disputa.
“O que é melhor? Ser um bando de índios pintados
como vocês ou ser razoável como Ralph?
Que é melhor? Ter regras e segui-las ou caçar e
matar?
O que é melhor? A lei e o salvamento, ou caçar e
destruir?”. (p. 197)
Temos como ápice do livro, um discurso de Porquinho que demonstra o seu clamor
por uma democracia, por regras e a necessidade de um sistema que regularize as ações dos
outros, impedindo a destruição que estava ocorrendo, o que infelizmente resulta na sua morte.
Esse momento foi o que levou Jack a finalmente se despedir de sua humanidade e ir atras de
Ralph com o objetivo de se livrar de toda e qualquer oposição a seu regime, forçando os gêmeos
a se juntarem a sua tribo, independente de suas reais vontades. Durante sua fuga, Ralph avista
um oficial naval que veio para o resgate. Em sua página final, Golding retrata a incapacidade
do oficial de acreditar à que os meninos se renderam e a realização dos meninos de que aquela
vivência foi a responsável pelo fim de suas inocências e a realização da profundidade da
escuridão do coração humano.