Aula Mitocondria

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Sumário

Constituição química, estrutura, biogénese e função


dos constituintes celulares de procariotas e
eucariotas:

• Mitocôndria
-constituição das mitocôndrias;
- o papel das mitocôndrias na bioenergética celular (formação de
acetilCoA, ciclo de Krebs, fosforilação oxidativa)
Mitocôndria
organito (geralmente) de forma oval e alongada
(mito = filamento; chondrion = grânulo)

responsável pela síntese de cerca de 95 % do ATP utilizado pela célula

reacções metabólicas tão importantes como o ciclo dos ácidos


tricarboxílicos (“ciclo de Krebs”), a -oxidação dos ácidos gordos ou a
fosforilação oxidativa ocorrem na mitocôndria

ATP
(adenosina trifosfato)
ATP

da hidrólise do ATP liberta-se energia (7,3 kcal/mol)


Mitocôndria

cada célula hepática contém em média 1000 a 1600


mitocôndrias; alguns ovócitos podem conter 300000
a forma das mitocôndrias é variável, mas de um modo
geral são filamentosas ou granulares – em certos estádios
funcionais podem-se observar formas derivadas;

a morfologia varia de célula para célula, mas é constante nas


células do mesmo tipo ou que efectuam funções semelhantes

o tamanho das mitocôndrias é variável – na maior parte


das células a largura é relativamente constante (~ 0,5 µm), mas o
comprimento é variável, alcançando um máximo de 7 µm
Mitocôndria
as mitocôndrias de um modo geral distribuem-se uniformemente no
citoplasma;
- quando existem inclusões (lípido, glicogénio, amido) as mitocôndrias são deslocadas
- durante a mitose, estão concentradas próximo do fuso e após a divisão da célula são
distribuídas em número aproximadamente igual pelas 2 células
a localização das mitocôndrias na célula está relacionada com as
necessidades energéticas
- em certas células musculares as mitocôndrias agrupam-se como anéis em volta da
banda I da miofibrilha
- nos espermatozóides as mitocôndrias agrupam-se como anéis em volta da miofibrilha da
cauda
Mitocôndria

Espaço
intermembranar
Matriz

Crista

Membrana externa
Membrana interna
Síntese de ATP
ADP
NADH
da glicólise

Memb. Interna

NAD+ NADH
piruvato permease
Acetil CoA ATP

ác. gordos
Ciclo de Krebs ADP ATP
NADH, FADH2

I II III IV H+
H+ H+ H+ O2
Cadeia transportadora de electrões
• a síntese de ATP ao nível da mitocôndria, ocorre
simultaneamente com a oxidação pelo oxigénio molecular
do NADH /FADH2 e o ubiquinol (ubiquiniona reduzida – QH2)

• o NADH e o FADH2 são produzidos durante o ciclo de


Krebs ou a -oxidação dos ácidos gordos

• este processo, conhecido por fosforilação oxidativa, é


altamente exoenergético e ocorre sequencialmente
através dos componentes da cadeia respiratória
a energia é libertada de modo gradual e, em vez de
ser transformada em calor, é conservada sob a
forma de ATP
I
II

III

“transportadores IV
móveis de electrões”

“aceitador final de
electrões”
Teoria quimiosmótica
as bactérias, as mitocôndrias e os cloroplastos utilizam um
mecanismo semelhante para a produção de energia (ATP)
- quimiósmose
(teoria quimiosmótica – Peter Mitchell, 1961)


as fontes de energia que promovem a síntese de ATP é o
gradiente electroquímico de protões (ou força protomotriz -
p); esta força protomotriz é constituída:
pelo gradiente de concentração de protões (pH), alcalino no
interior devido à saída de protões;

e pelo gradiente eléctrico (), negativo no interior devido à saída


de cargas positivas:

p =  + 2,3 (RT/F) pH




 = 140 mV (-)
2,3(RT/F) pH= 60 mV → pH = pHf - pHd = -1
p= 200 mV (-)
teoria quimiosmótica

o gradiente de concentração de protões (pH) é utilizado


pela ATPsintase para produzir ATP a partir de ADP e Pi

o pH fornece ainda energia para o transporte de pequenas


moléculas através da membrana, contra o seu gradiente de
concentração
Ex.: transporte de lactose em E. coli;
transporte de Pi e Ca2+ em mitocôndrias;
transporte de piruvato em mitocôndrias;

para que não ocorra dissipação do pH a membrana deve
ser impermeável a H+ e OH-
Teoria quimiosmótica
Quimiósmose
(mitocôndias, cloroplastos e bactérias)
Glicólise
– ocorre no citosol

Passo fulcral na oxidação da glicose


Glicólise
Glicólise
NADH, H+ é convertido em NAD+.
Apenas 2 ATP’s são produzidos na glicólise por molécula de glicose.
Na ausência de O2 não são produzidos ATP’s adicionais

Regeneração do NAD+ (necessário para a glicólise)


FERMENTAÇÃO
(na ausência de O2)

Regeneração do NAD+ (necessário para a glicólise)


Mitocôndria
a maior parte das reacções que envolvem a oxidação do
piruvato e ácidos gordos até CO2 e H2O ocorrem na matriz e
na membrana interna; estas reacções podem ser divididas
em 3 grupos:

• a oxidação de piruvato (ciclo de Krebs), ácidos gordos (ß-


oxidação) acoplada à redução dos transportadores de
electrões NAD+ e FAD;
• transferência de electrões até O2, ligada à geração do
gradiente electroquímico de H+ (cadeia respiratória)
• utilização da energia armazenada no gradiente
electroquímico de H+ para a síntese de ATP
(teoria quimiosmótica – P. Mitchell, 1961)
4. À medida que os
electrões são
transportados através
dos complexos da cadeia
1. O piruvato atravessa a respiratória, H+ é
membrana interna, acumulando-se bombeado para o espaço
na matriz, onde é metabolizado Espaço intermembranar intermembranar
3. NADH e
FADH2 cedem e-
aos complexos
da cadeia
NADH respiratória
acetil-CoA
NADH
Ciclo de
Krebs NADH

ATP ATP
2. Durante a formação 5. O oxigénio
ATP
da acetilCoA e no ciclo aceita electrões e
de Krebs: NAD+ e FAD+
ATP liga-se a 2 H+ para
aceitam e- e H+, formar H2O O2
retirados ao piruvato,
formando-se 3 NADH e
FADH2; forma-se ATP e 2 ADP + Pi
CO2
6. de acordo com o pH, H+
retornam à matriz através das
Matriz ATPsintases  ocorre
síntese de ATP
Respiração aérobia
• na respiração aeróbia (glicose), o piruvato é
formado na glicólise, e convertido em
acetilcoenzima A (acetilCoA) – entra no ciclo de
Krebs

• a energia é libertada durante as reacções de


oxidação e ‘guardada’ sob a forma de ATP
• o piruvato entra no interior da mitocôndria,
Respiração
onde é convertido aérobia
em acetilCoA e CO2
• acetilCoA funciona como substrato para as
enzimas do ciclo de Krebs
(Oxaloacetato (C4) + acetilCoA citrato sintase citrato (C6) +
CoASH)
Para além da glicose (e outros açúcares), o organismo pode
usar outras fontes de energia:
• ácidos gordos, glicerol – triglicerídeos
• corpos cetónicos
• aminoácidos - proteínas

acetilCoA é o intermediário do metabolismo oxidativo dos


nutrientes energéticos
NAD+ / NADH: um cofactor
Dinucleótido de nicotinamida e adenina
FAD / FADH2: um cofactor
flavina adenina dinucleotídeo
Ciclo de Krebs

• a acetilCoA reage com o ácido oxaloacético,


formando-se ácido cítrico
• o ácido cítrico entra no ciclo de Krebs;
• na etapa final do ciclo de Krebs, é produzido
ácido oxaloacético, que pode continuar outro
ciclo de reacções
• por cada conjunto de reacções do ciclo de Krebs
é produzido: 1 GTP, 3 NADH e 1 FADH2
• NADH e FADH2 fornecem e- à cadeia respiratória
Ciclo de Krebs

Acetil CoA + 3 NAD ++ FAD + GDP + Pi + 2


H2O

2 CO2 + 3 NADH + FADH2 + GTP + 2 H+ + CoA


Em condições adversas, a ATPsintase degrada ATP
Balanço energético da oxidação de 1 mole de glicose

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