MMSE-2 (Formulário Breve - Azul)
MMSE-2 (Formulário Breve - Azul)
MMSE-2 (Formulário Breve - Azul)
A efetividade do direito à
autonomia da pessoa idosa
na Instituição de Longa Permanência:
Uma nova proposta de atuação
LUIZ CLÁUDIO CARVALHO DE ALMEIDA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
BibliotecaDados Internacionais
Procurador-Geral de deCatalogação na Publicação(CIP)
Justiça Clóvis Paulo da Rocha – IERBB/MPRJ
Biblioteca Procurador -Geral deJustiça ClóvisPaulo da Rocha–IERBB/MPRJ
L953 A efetividade do direito à autonomia da pessoa idosa acolhida
L953 em instituição
A efetividade de longa
do direito permanência:
à autonom uma nova
ia da pessoa idosaproposta
acolhida
de atuação. [versão digital] / Luiz Cláudio Carvalho
eminstituição de longa permanência:uma nova proposta de
Almeida, Centro de Apoio Operacional das Promotorias
de atuação. [versãodigital] / Luiz Cláudio Carvalho de
de JustiçaCentro
Almeida, de Proteção ao Idoso
de Apoio do Ministério
Operacional Público do
dasPromotorias
deEstado do Rio de Janeiro – CAO Idoso/MPRJ. – Rio de
Justiça de Proteção ao Idoso do Ministério Público do
Janeiro, RJ: MPRJ, 2022.
Estado
93 f.
do Rio de Janeiro – CAOIdoso/MPRJ. – Rio de
Janeiro, RJ: MPRJ, 2022.
93 f. 978-65-88520-15-4
ISBN:
ISBN:978-65-88520-15-4
1. Idoso. I. Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro. II. Centro de Apoio Operacional das Promotorias de
1. Idoso.
Justiça I. Ministério
de Proteção Público
ao Idoso do Estado
do Ministério do RiododeEstado
Público
Janeiro. II. Centro de Apoio Operacional das Promotoriasde
do Rio de Janeiro – CAO Idoso/MPRJ. III. Título.
Justiçade Proteção ao Idoso do Ministério Público do Estado
do Rio de Janeiro – CAOIdoso/MPRJ. III. Título.
CDD 341.413
CDD341.413
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
Procurador-Geral de Justiça
Luciano Oliveira Mattos de Souza
Subprocurador-Geral de Administração
Eduardo da Silva Lima Neto
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 6
CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------- 84
REFERÊNCIAS ---------------------------------------------------------------------- 87
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1. INTRODUÇÃO
1 ALMEIDA, L. C. C. O Direito à Autonomia e à Manutenção de Vínculos Comunitários da Pessoa Idosa com Déficit Cognitivo nas
Instituições de Longa Permanência de Campos dos Goytacazes. Campos dos Goytacazes, RJ: Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro – UENF, 2022.
6
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7
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Interessante notar que até a década de 70, do século 20, a produção legislativa
nessa seara era muito tímida. No Brasil, restringia-se praticamente às normas
de direito previdenciário, não havendo nenhum recorte ou microssistema
jurídico organizado para as peculiaridades do envelhecimento que
demandassem medidas específicas de proteção.
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2 Em relação aos direitos de pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência destaca-se o enunciado número 14,
cujo texto é o seguinte: “Os idosos devem ter a possibilidade de gozar os direitos humanos e liberdades fundamentais quando residam em
qualquer lar ou instituição de assistência ou tratamento, incluindo a garantia do pleno respeito da sua dignidade, convicções, necessidades
e privacidade e do direito de tomar decisões acerca do seu cuidado e da qualidade das suas vidas”. Disponível no endereço eletrônico https://
idoso.mppr.mp.br/arquivos/File/Direitos_dos_Idosos_-_Principios_das_Nacoes_Unidas_para_o_Idoso.pdf. Acesso em 01 de novembro
de 2021.
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4 A Constituição de Portugal prevê um preceito semelhante em seu art. 72: “As pessoas idosas têm direito à segurança económica
e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou
a marginalização social”. Disponível no endereço eletrônico https://www.parlamento.pt/Legislacao/Documents/constpt2005.pdf, acesso em
02 de novembro de 2021.
11
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Tal condição causa, por uma série de razões melhor abordadas adiante,
uma ação paternalista da equipe técnica da entidade de acolhimento que
restringe a autonomia do idoso a ponto de impedir por completo seu acesso
à comunidade. Ou seja, o idoso passa a viver enclausurado na instituição
sem nenhum contato com o mundo exterior.
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Por outro lado, no caso das pessoas idosas com transtornos neurocognitivos,
o simples atendimento dessas solicitações pela equipe técnica colocaria a
pessoa em situação de risco real, na medida em que as características da
patologia geram prejuízo para a avaliação de situações concretas, além de
déficits de memória que retiram do idoso a autonomia e independência para
a realização de atividades externas sem o suporte de terceiros.
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5 No entanto, Herring (2016, p. 54-55) utilizando-se do critério adotado por John Coggon indica que conforme o caso a autonomia
pode ser vista por várias faces. Em primeiro lugar a autonomia como forma de concretização do desejo idealizado da pessoa (ideal desire
autonomy), onde ter autonomia significaria agir de acordo com o que a pessoa deveria desejar de acordo com padrões e valores sociais
universalmente aceitos. Em contraposição a esse modelo, haveria uma autonomia que refletiria os desejos pessoais do indivíduo baseados
nos valores por ele construídos ao longo da vida, mesmo que conflitassem com padrões sociais do que deveria ser desejável ou do que
deveria ser a melhor decisão para a pessoa (best desire autonomy). E por fim, haveria a visão de que autonomia deve consubstanciar
a concretização do desejo imediato da pessoa, mesmo que contrária aos valores da própria pessoa, ou seja, a autonomia consistiria na
realização do desejo imediato e irrefletido da pessoa (current desire autonomy). É interessante observar que o Mental Capacity
Act (disponível em https://www.legislation.gov.uk/ukpga/2005/9/section/1, acesso em 03 de novembro de 2021), legislação britânica que
trata da incapacidade em casos de transtornos mentais prevê entre os seus princípios o direito de a pessoa não ser considerada incapaz pelo
simples fato de tomar decisões consideradas temerárias ou pouco sábias (“a person is not to be treated as unable to make a
decision merely because he makes an unwise decision”).
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Por óbvio, para nenhuma pessoa, seja ela idosa ou não, é garantido um
direito à liberdade de forma ilimitada. Uma concepção de liberdade feita de
maneira absoluta e irrestrita levaria ao caos e a impossibilidade de vida em
sociedade, na medida em que a liberdade de alguns, levada ao extremo, se
chocaria inevitavelmente com a liberdade de outros.
6 De acordo com o previsto no parágrafo 1º, do art.10, do Estatuto do Idoso, o direito à liberdade compreende, entre outros, os
seguintes aspectos: I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II –
opinião e expressão; III – crença e culto religioso; IV – prática de esportes e de diversões; V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei; VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
15
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Outro ponto que deve ser ressaltado e que se cogita analisar presentemente
é a liberdade jurídica, que se apresenta ora com o viés negativo ora com o
viés positivo7. A liberdade negativa consiste na ausência de obstáculo legal
para fazer ou deixar de fazer alguma coisa (ALEXY, 2008, p. 222), enquanto
a liberdade positiva pressupõe condições físicas, econômicas e sociais para
agir de acordo com os desígnios da pessoa. A título de exemplo, permite-se
imaginar uma pessoa com transtornos neurognitivos que é livre para fazer
ou deixar de fazer uma viagem (liberdade negativa), mas não consegue
realizar seu intento em função de suas limitações físicas que a impedem de
planejar a viagem e celebrar os contratos necessários para a concretização
de seu intento.
7 A distinção entre liberdade negativa e liberdade positiva é atribuída à Isaiah Berlin, em sua obra “Dois Conceitos de Liberdade”,
de 1958.
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11 É importante salientar que o conceito do direito de civil de capacidade de fato e de capacidade de direito é, para alguns autores
(MIRANDA), inaplicável aos direitos humanos fundamentais, e para outros (CANOTILHO, 1998, p. 387/388) aplica-se apenas em relação a
direitos fundamentais para cujo exercício for necessária a tomada de decisão e exijam alguma maturidade para seu exercício, como por
exemplo o direito de associação. Deve-se consignar que ambos os autores em seus textos têm em mente a incapacidade decorrente da idade
e não em função de algum comprometimento mental.
12 Todavia é necessário registrar que a autonomia pode ser tolhida por via indireta em função do reconhecimento judicial da
incapacidade civil da pessoa. Por tal motivo, a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência regulou o tema da capacidade em
seu artigo 12. A capacidade funciona como uma espécie de porteiro (gatekeeper) do acesso à autonomia (Nesse sentido DONELLY, 2011,
pág. 2). Nas palavras de Donelly (2011, p. 2) “while respect for autonomy provides the principled foundation for the law’s approach to
decision-making, the question of whether or not each individual’s decision will actually be respected is dependent on whether she meets
the legal standard for capacity in respect of the decision in question”.
20
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
É preciso fixar que o fato de a pessoa idosa estar sob o regime de curatela
não impede a equipe técnica da entidade de acolhimento de trabalhar sua
autonomia, buscando criar estratégias que permitam o desenvolvimento de
um projeto de vida possível no ambiente onde se encontra.
21
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
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13 1. grau de dependência I: idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; 2. grau de
dependência II: idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade,
higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; e 3. grau de dependência III: idosos com dependência
que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo.
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Por outro lado, a situação seria diferente, no caso de uma mulher, temerosa de
se lançar à miséria por falta de recursos financeiros, que manifesta sua vontade
de permanecer casada com o marido que a agride. Ainda que o mesmo
não a tenha coagido a permanecer casada, no sentido literal do termo, sua
autonomia encontra-se limitada por falta de confiança na possibilidade de
sucesso da escolha da opção de separação, seja por falta de apoio familiar,
seja por falta de estrutura estatal de proteção social14.
14 Note-se que até mesmo a decisão de ser acolhido em instituição de longa permanência pode consubstanciar violação ao direito
de autonomia do idoso, nos casos em que tal posição é decorrente de pressão de familiares ou falta de estrutura local, seja pública ou
privada, para concretização de possibilidades alternativas, como a opção por frequentar Centros Dia e retornar ao lar ao final do período.
26
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
Basta imaginar uma pessoa que nasça com alguma deficiência intelectual. A
falta de intervenção precoce que possibilite, por exemplo, sua inserção no
sistema de educação, a privará de uma série de opções futuras. No mesmo
sentido, seria imaginar uma pessoa com deficiência auditiva privada do
acesso ao ensino da língua brasileira de sinais (Libras). O exercício de sua
autonomia seria o mesmo em relação a um outro indivíduo que pudesse se
comunicar no referido sistema linguístico? Certamente que não.
27
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
15 Para maiores detalhes vide BACH, Michael; KERZNER, Lana. A New Paradigm for Protection Autonomy and the Rights to Legal
Capacity. Disponível em https://www.lco-cdo.org/wp-content/uploads/2010/11/disabilities-commissioned-paper-bach-kerzner.pdf. Acesso
em 23 de setembro de 2021.
28
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
16 A pessoa idosa com transtorno neurocognitivo pode enquadrar-se no conceito de pessoa com deficiência na medida em que
apresenta um impedimento de longo prazo de natureza mental, que, em interação com barreiras das mais variadas naturezas, pode obstruir
sua participação plena na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (vide art. 2º, da Lei 13.146/15).
17 É exemplo do dever legal de oferecer suporte para o exercício da autonomia da pessoa com deficiência o art. 74, da Lei 13.146/15,
que preceitua: “É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de
tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida”.
29
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18 ABCMED, 2019. Distúrbio neurocognitivo - conceito, causas, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.
abc.med.br/p/saude-do-idoso/1334903/disturbio-neurocognitivo-conceito-causas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 20
abr. 2020.
19 O DSM-5, 2013, arrola especificamente como subtipos de transtornos neurocognitivos maiores e leves a Doença de Alzheimer,
a Degeneração lobar frontotemporal, a Doença com corpos de Lewy, a Doença vascular, a Lesão cerebral traumática, o Uso de substância/
medicamento, a Infecção por HTV, a Doença de príon, a Doença de Parkinson e a Doença de Huntington (p. 592).
31
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20 Esse conceito é utilizado pela Organização Mundial de Saúde, no texto do Plano de Ação Global para as Demências: “Dementia
is an umbrella term for several diseases that are mostly progressive, affecting memory, other cognitive abilities and behaviour that interfere
significantly with a person’s ability to maintain the activities of daily living. Alzheimer disease is the most common form of dementia and
may contribute to 60–70% of cases. Other major forms include vascular dementia, dementia with Lewy bodies, and a group of diseases that
contribute to frontotemporal dementia. The boundaries between different forms of dementia are indistinct and mixed forms often coexist”
(https://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA70/A70_28-en.pdf, acesso em 13 de setembro de 2021).
21 O próprio DSM-V reconhece o uso do termo demência como sinônimo de transtorno neurocognitivo, preferindo, no entanto, o uso
deste último: “O termo demência é mantido no DSM-5 para continuidade, podendo ser usado em contextos em que médicos e pacientes
estejam acostumados a ele. Embora demência seja o termo habitual para transtornos como as demências degenerativas, que costumam
afetar adultos com mais idade, o termo transtorno neurocognitivo é amplamente empregado, sendo, em geral, o termo preferido para
condições que afetam pessoas mais jovens, como o prejuízo secundário a lesão cerebral traumática ou a infecção pelo HIV. A definição de
TNC maior, além disso, é mais ampla que o termo demência, no sentido de que pessoas com declínio substancial em um só domínio podem
receber esse diagnóstico, mais notadamente a categoria do DSM-IV “Transtorno Amnéstico”, agora diagnosticado como TNC maior devido a
outra condição médica e para o qual o termo demência não será utilizado” (2014, p. 591).
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Por tal motivo, não se permite adotar uma visão de autonomia que prescinda
do apoio de terceiros. Nesse contexto, esperar do idoso a iniciativa para
tomada de decisões como também atender cegamente todos os seus
anseios, ao invés de significar garantia de direitos, ao revés, importaria em
colocá-lo em situação de risco, sem que haja a efetivação de qualquer direito.
Todavia zelar pela autonomia de uma pessoa que não mais se comunica
ou interage com o mundo externo é um enorme desafio. Num quadro
em que tal pessoa é idosa e se encontra abrigada numa instituição de
longa permanência tal desafio necessariamente deverá ser enfrentado
pela equipe técnica.
Deve, nesse ponto, ser frisado mais uma vez que, nos moldes do que
dispõem a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e da
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência a pessoa idosa com
transtorno neurocognitivo pode ser enquadrada no conceito de pessoa com
deficiência. Partindo de tal premissa as estratégias utilizadas pela equipe
técnica da entidade de acolhimento deverão ter como vetores os princípios
dos referidos diplomas legais.
35
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23 O próprio Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) faz uma classificação entre transtorno neurocognitivo
maior e leve e ainda prevê que dentro de cada modalidade deva ser feita uma especificação quanto à sua gravidade no momento da
avaliação como leve, moderada ou grave (2014).
24 Conforme o art. 1º, da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”.
25 O texto do art. 12, em seu item 4, prevê: “Os Estados Partes assegurarão que todas as medidas relativas ao exercício da capacidade
legal incluam salvaguardas apropriadas e efetivas para prevenir abusos, em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos.
Essas salvaguardas assegurarão que as medidas relativas ao exercício da capacidade legal respeitem os direitos, a vontade e as preferências
da pessoa, sejam isentas de conflito de interesses e de influência indevida, sejam proporcionais e apropriadas às circunstâncias da pessoa,
se apliquem pelo período mais curto possível e sejam submetidas à revisão regular por uma autoridade ou órgão judiciário competente,
independente e imparcial. As salvaguardas serão proporcionais ao grau em que tais medidas afetarem os direitos e interesses da pessoa”.
36
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26 BARBOZA, Heloisa Helena. O Princípio do Melhor Interesse do Idoso. In PEREIRA, Tania da Silva e OLIVEIRA, Guilherme de. O
Cuidado como Valor Jurídico. Rio de Janeiro: Forense. 2018.
27 Sobre dita discussão vide DONNELY, Mary. Bests Interests in the Mental Capacity Act: time to say goodbye?. In Medical Law
Review, Vol. 24, No. 3, 2016, pp. 318–332.
29 O conceito para a incapacidade utilizado pelo MCA é o seguinte: “a person lacks capacity in relation to a matter if at the material
time he is unable to make a decision for himself in relation to the matter because of an impairment of, or a disturbance in the functioning
of, the mind or brain”.
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31 Nas palavras do autor: “The greater the harm that will be suffered if the decision is followed, the more richly autonomous the
decision needs to be. By contrast, the more beneficial the results that will follow from the decision, the less richly autonomous it needs to be”
(HERRING, 2016, p. 70).
41
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Por sua vez, o Estatuto do Idoso traz uma série de normas que regulam
de maneira pormenorizada os direitos das pessoas idosas abrigadas
em instituições de longa permanência, destacando-se os artigos 35; 37,
parágrafos 2º e 3º; 48; 49; 50; 51; 52 e 74, VIII.
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É possível afirmar que, muito embora não estejam descritos com tamanho
detalhamento, todos os 27 (vinte e sete) direitos enunciados no Bill of Rights
do Long-Term Care Homes Act de Ontário são assegurados pelo Estatuto
do Idoso a partir da interpretação de suas normas. O art. 49, do Estatuto
do Idoso33, já traz regras gerais a partir das quais é possível deduzir vários
direitos das pessoas idosas em situação de abrigamento.
33 Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.
44
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Em relação aos três outros documentos operacionais, certo é que a sua falta
é indicativa de falha grave na qualidade do serviço oferecido pela entidade
de acolhimento, qualquer que seja sua natureza jurídica.
PLANO DE TRABALHO
O plano de trabalho está previsto no art. 48, inciso II, do Estatuto do Idoso
e no art. 31, da Resolução RDC 502/21. Segundo o “Roteiro de Atuação: o
Ministério Público e a fiscalização do serviço de acolhimento institucional de
longa permanência para idosos” (2015, p. 34):
47
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Nesse cenário, é bem provável que cada profissional atue de acordo com
seus próprios princípios o que gera um trabalho institucional descoordenado
e descontínuo, em evidente prejuízo à qualidade do serviço prestado ao
morador da ILPI.
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CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
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Note-se que esse direito é previsto na base normativa que lastreia a atividade
fiscalizatória. No presente momento interessam todos os dispositivos legais
que preservam o direito do idoso ao convívio comunitário, destacando-
se nesse sentido o artigo 49, inciso IV, que eleva à condição de princípio
a ser seguido obrigatoriamente por todas as entidades de acolhimento a
“participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e
externo”.
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GRAU DE
EQUIPE TÉCNICA
DEPENDÊNCIA
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Além disso, o art. 5º, da Lei Estadual 8.049/18, prevê que além dos
profissionais obrigatórios, as instituições de longa permanência poderão
colocar à disposição dos idosos, em conformidade com seu plano de atenção
integral à saúde dos residentes, profissionais das áreas de Fonoaudiologia,
Educação Física, Odontologia e Musicoterapia.
55
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
34 “Many societies, including our own, are permead by na ageism which categorizes older people as
incompetent, ugly and burdensome, and which discriminates against them at both a personal and a structural
level” (KITWOOD, Tom. Dementia Reconsidered: the person comes first. Open University Press, 2011, p. 12).
56
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
35 A criação do termo é atribuída a Carl Rogers, em sua obra On Becoming a Person, de 1961 (vide Mitchell G, Agnelli J (2015)
Person-centred care for people with dementia: Kitwood reconsidered. Nursing Standard. 30, 7, 46-50. Date of submission: August 28 2014;
date of acceptance: September 4 2014).
36 Outros termos utilizados com sinônimos são “patient-centered care,” “person-directed care,” e “person-focused care” (KOGAN,
Alexis Colourides et allii. Person-Centered Care for Older Adults with Chronic Conditions and Functional Impairments: A Sistematic Literature
Review. Disponível em Person-Centered Care for Older Adults with Chronic Conditions and Functional Impairment: A Systematic Literature
Review (wiley.com), acesso em 30 de março de 2021).
37 Para uma relação bastante completa de exemplos vide MITCHELL G, AGNELLI J (2015) Person-Centred Care for People with
Dementia: Kitwood reconsidered. Nursing Standard. 30, 7, 46-50. Date of submission: August 28 2014; date of acceptance: September 4
2014.
57
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Assim, para que seja garantida a manutenção dos vínculos das pessoas
idosas com a comunidade é imprescindível que a equipe da entidade
de acolhimento esteja capacitada e consciente de que seu agir com o
outro é fundamental para a manutenção da humanidade do residente
no curso de seu abrigamento, ainda que haja diagnóstico de transtorno
neurocognitivo38.
38 Ressalte-se que há relação direta entre o cuidado centrado na pessoa e a diminuição de episódios de agressividade e agitação em
residentes de instituição de longa permanência com transtornos neurocognitivos (KIM e PARK, 2017).
58
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39 “... respect requires an awareness of how the other person is experiencing the care. This involves interaction and engagement
with the individual. Obviously care provide with no thought to the response of the person receiving it is in danger of objetifying the person
receiving the care (HERRING, 2013, p. 19).
40 Sobre uma experiência bem-sucedida com o uso de músicas provenientes de um repertório de preferência de idosos com
demência vide o documentário “Alive Inside”, disponível no YouTube.
59
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Ressalta-se que nos casos em que a pessoa idosa mantém íntegras suas
funções cognitivas sua participação em todo o processo de ingresso na
instituição é essencial, até porque pela legislação brasileira, que está em
consonância com os cânones internacionais sobre direitos humanos, a
anuência da própria pessoa ao abrigamento é condição sine qua non para
que a institucionalização possa se concretizar.
41 O artigo 32, da Resolução RDC ANVISA 502/21, prevê, inclusive, em relação ao plano de trabalho que “as atividades das Instituições
de Longa Permanência para idosos devem ser planejadas em parceria e com a participação efetiva dos idosos, respeitando as demandas do
grupo e aspectos socioculturais do idoso e da região onde estão inseridos”.
60
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
Essa tarefa é tanto mais difícil quanto mais complicada a comunicação com a
pessoa idosa. Nos extremos, há situações em que a pessoa acolhida possui
relações familiares extremamente robustas, bem como amigos presentes
que poderão colaborar muito na construção de um plano de cuidados
aderente aos anseios da pessoa, o que trará como consequência a garantia
de sua autonomia e a manutenção de vínculos familiares e sociais, mesmo
no curso do abrigamento institucional.
61
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
62
CAO IDOSO Manual Autonomia iLPI
42 Disponível em https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/NOB-RH_SUAS_Anotada_
Comentada.pdf, acesso em 06 de novembro de 2021.
43 A NOB-RH/SUAS foi aprovada pela Resolução CNAS n. 269, de 13 de dezembro de 2006, e seu texto foi publicado pela Resolução
CNAS n. 01, de 25 de janeiro de 2007.
63
CAO IDOSO Manual Autonomia ILPI
Até certo ponto, é estranho que o legislador não tenha previsto, na linha da
regra geral do SUAS ou de forma análoga aos abrigamentos de crianças e
adolescentes, que também no caso das instituições de longa permanência
haja um profissional de referência para cada idoso acolhido.
44 Disponível em https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes-tecnicas-servicos-de-
alcolhimento.pdf, acesso em 06 de novembro de 2021.
64
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Além dos princípios gerais previstos nos artigos 1º e 2º, o Estatuto do Idoso
prevê para as instituições de longa permanência para idosos o dever, dentre
outros, de prestar atendimento personalizado e em pequenos grupos (art.
49, inciso II) e de preservação da identidade da pessoa idosa e oferecimento
de ambiente de respeito e dignidade (art. 49, inciso VI). O dever da entidade
de acolhimento em oferecer atendimento personalizado é reforçado por
nova menção no rol de obrigações das instituições de longa permanência
previsto no art. 50, mais especificamente em seu inciso V.
45 “Every resident has the right to be told who is responsible for and who is providing the resident’s
direct care” (Art. 3º, 7). Disponível em https://www.ontario.ca/laws/statute/07l08, acesso em 06 de novembro de 2021.
65
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46 A Lei n. 8.842, de 04 de janeiro de 1994, prevê como uma das diretrizes da política nacional do idoso a “capacitação e reciclagem
dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços” (art. 4º, inciso V).
47 Os projetos de lei que tramitam no Congresso de Lei para a regulamentar a profissão de cuidador exigem apenas o ensino
fundamental, como, por exemplo, o PL 76/2020, de autoria de Deputado Federal Chico Rodrigues. Disponível em https://legis.senado.leg.
br/sdleg-getter/documento?dm=8061698&ts=1644004723022&disposition=inline, acesso em 02 de janeiro de 2022.
48 Cumpre ser ressaltado que a profissão de cuidador de idosos sequer é regulamentada no Brasil, sendo certo que em 2019
houve a aprovação de um projeto de lei pelo Congresso Nacional que foi vetado pelo Presidente da República ao argumento de que ”ao
criar condicionantes para a profissão de cuidador, a lei restringiria o livre exercício profissional garantido pela Constituição” (Disponível em
https://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/pl-que-criaria-profissao-de-cuidador-e-vetado-pelo-presidente, acesso em 02 de janeiro
de 2022).
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49 Aliás, o próprio Manual indica expressamente que capacitação no âmbito de uma instituição de longa permanência implica
também a troca permanente de informações entre os integrantes da equipe técnica: “A produção de conhecimentos relacionados ao
envelhecimento caracteriza-se como um processo gerado no trabalho fundamentalmente participativo, pois resulta da confrontação
de experiências e saberes diferentes e complementares, entre os profissionais e toda a equipe de colaboradores da ILPI, bem como a
comunidade na qual está inserida” (BOAS et allii, 2021, p. 125).
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No Brasil, esse planejamento pode ser feito por meio do PIA e do PAISI e
ele é estratégico para a garantia do direito à autonomia e à manutenção dos
vínculos comunitários dos residentes.
No que se refere ao plano de trabalho, a RDC ANVISA 502/21 prevê que toda
instituição de longa permanência contemple, dentre outras, atividades que
promovam a convivência entre os moradores da entidade de acolhimento;
promovam a integração dos idosos nas atividades desenvolvidas pela
comunidade local; incentivem a participação da família da pessoa idosa
abrigada; estimulem a autonomia do idoso; promova condições de lazer
para os residentes; e desenvolva atividades e rotinas para prevenir e coibir
qualquer tipo de violência e discriminação contra a pessoa idosa (conforme
artigos 6º e 31).
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Não há nenhuma norma legal que restrinja a liberdade do idoso pelo fato
de ter sido acolhido em instituição de longa permanência. Ao contrário,
a principiologia do direito do idoso é toda no sentido de resguardar
sua dignidade, autonomia, independência e liberdade. A entidade de
acolhimento, como estrutura ligada à assistência social que é, atende ao
direito da pessoa idosa a uma moradia. Tratando-se de pessoa maior e capaz
não se confunde o acolhimento com confinamento ou prisão. Por óbvio, o
acolhimento implicará à submissão de regras de convivência e a horários,
porém, de forma alguma, importará na restrição da liberdade do morador,
que poderá inclusive desligar-se da entidade caso assim o deseje.
Por óbvio que no caso, por exemplo, de um morador com Mal de Alzheimer,
permitir sua saída da instituição desacompanhado, será o mesmo que
colocá-lo em situação de risco, uma vez que será altamente improvável que
consiga retornar ao local de sua moradia, mesmo que deseje fazê-lo.
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É curioso observar que, apesar dessa estratégia ser prevista pelas normas
do SUAS e pelas orientações técnicas para acolhimento de crianças e
adolescentes, não é mencionada expressamente nas normas técnicas que
regem o serviço prestado pelas instituições de longa permanência.
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51 A Resolução RDC/ANVISA n. 502/21 prevê o limite máximo de 4 (quatro) moradores por quarto (art. 29, inciso I).
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SIM NÃO
1. Por ocasião do acolhimento da pessoa idosa foram colhidas
informações pessoais, tais como profissão, hobbies, religião,
crenças, histórico familiar, relações de amizade, preferências
alimentares, rotinas, patologias crônicas etc.?
2. A própria pessoa idosa foi entrevistada pela equipe técnica para
a colheita de tais informações?
3. Na colheita dessas informações foi buscado o contato com
familiares e amigos?
4. Na colheita dessas informações foi buscado o contato com a
rede de assistência social (SUAS)?
5. Na colheita dessas informações foi buscado o contato com a
rede de saúde?
6. Foi feita a indicação de um dos integrantes da equipe técnica da
ILPI para ser o profissional de referência da pessoa idosa?
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Sem embargo de sua simplicidade, o check list acima é o que bastaria para
que a equipe técnica fosse alertada para a falha em suas rotinas no que
se refere à garantia do direito à autonomia e à manutenção dos vínculos
comunitários da pessoa idosa acolhida, sendo certo que, conforme as
peculiaridades e o nível dos profissionais envolvidos, a relação poderia ser
incrementada ou mais detalhada.
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9. CONCLUSÃO
Deve ser ressaltado que o exercício da autonomia da pessoa idosa, visto como
um direito humano fundamental decorrente do direito à privacidade, deve
ser garantido em todo o período em que a pessoa estiver em acolhimento
institucional. As pessoas idosas, independentemente de sua condição de
saúde mental, também têm o direito assegurado na legislação brasileira à
manutenção dos vínculos comunitários ao longo do período de acolhimento
em instituições de longa permanência para idosos.
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Diante de tudo o que foi analisado, o que a presente exposição propõe é que
as entidades de acolhimento, além da utilização adequada do PIA, passem
a utilizar um profissional de referência em relação aos idosos abrigados, de
modo a permitir um acompanhamento individualizado e cujo conhecimento
sobre vontades e preferências do morador possa ser cumulativo e desta forma
mais efetivo para traçar estratégias que visem a garantir o efetivo exercício
do direito à autonomia da pessoa idosa. Sugere-se, ainda, que a indicação
do profissional de referência passe a fazer parte do plano individualizado de
atendimento (PIA), sendo certo que é direito do próprio idoso ser informado
sobre qual o profissional foi indicado para tal função, bem como sobre
eventuais alterações no curso do abrigamento.
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