Procedimento Nutrição - Cantinho Dos Idosos - Editando
Procedimento Nutrição - Cantinho Dos Idosos - Editando
Procedimento Nutrição - Cantinho Dos Idosos - Editando
CLÍNICO
N UTRIÇÃO
ABRIL | 2024
1. DADOS INSTITUCIONAIS E DE ELABORAÇÃO DOCUMENTAL:
Nome da OSC: Cantinho dos Idosos Paraíso.
CNPJ: 04.982.986/0001-01
E-mail: [email protected]
Nº inscrição CMAS 002/2014
Nº Inscrição CMDPI 01/2018
CPF 032.469.646-96
Cargo: Presidente
E-mail: [email protected]
ELABORADO POR:
HISTÓRICO DE REVISÕES
10
2. INTRODUÇÃO
Outra situação se liga à fragilidade imunológica dos indivíduos, o que aumenta a necessidade do
cuidado higienicossanitário com a alimentação servida (LENARDT; MICHEL; TALLMANN, 2009). Neste
sentido preocupações quanto ao cuidado e a gestão da saúde deste grupo etário tem surgido,
principalmente em relação àqueles em situação de vulnerabilidade (OPAS, 2012). Chama a atenção no
Brasil o aumento no número de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) - embora as
políticas públicas priorizem a família como signatária do cuidado ao idoso (BRASIL, 2003).
Historicamente os locais que recebiam pessoas idosas possuíam um caráter assistencialista, por
vezes compreendido como caridade, entretanto a aprovação da Resolução da Diretoria Colegiada, RDC nº
283, que define normas de funcionamento para as ILPIs de caráter residencial, caracteriza-se como um
avanço social (DELBONI et al. 2013; BRASIL, 2005). A resolução determina que as ILPIs devam configurar
um local de moradia especializada que proporciona assistência gerontogeriátrica, conforme a
necessidade de seus residentes, sempre integrando um sistema continuado de cuidados e destaca a
responsabilidade da própria instituição no que diz respeito à produção de refeições para os idosos
residentes (SANTOS et al., 2010; TORAL et.al., 2006; BRASIL, 1989).
3. DOS OBJETIVOS
4. APLICAÇÃO
5. DESENVOLVIMENTO
O hóspede, ao ser admitido na ILPI Cantinho dos Idosos, será avaliado em até 72 horas pelo
nutricionista da instituição para a realização da Anamnese Clínica e nutricional do idoso, realização da
triagem nutricional e de risco de sarcopenia, realização da avaliação nutricional e antropométrica e
determinação do diagnóstico nutricional e a complexicidade assistencial através da classificação dos
níveis de assistência nutricional para determinar a periodicidade de reavaliações.
Após a avaliação nutricional global, será definida a conduta de plano terapêutico ao hospede
determinando a qualidade da dieta a ser adotada, consistência recomendada, prescrição de hidratação e
prescrição de suplementação alimentar oral se necessário e comunicará à equipe de enfermagem quanto
à qualidade da dieta e às servidoras do Setor de Nutrição e Dietética para o preparo adequado das
refeições.
Para uma efetiva anamnese nutricional é necessária a condução de abordagens que envolvem:
diagnóstico, plano terapêutico e acompanhamento.
5.1. DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
Dados como o nome completo, idade, doenças de base pregressas e atuais, comorbidades,
história familiar, condição funcional, cirurgias, tratamentos médicos e uso de medicamentos são
essenciais para avaliar o risco de desnutrição associada à uma grande variedade de enfermidades e
propedêuticas utilizadas que podem contribuir para a presença de uma desnutrição, aumentando as
necessidades nutricionais ou comprometendo a ingestão e/ou absorção nutricional.
Desnutrição leve a
Area examinada Desnutrição grave Bem nutrido
moderada
Orbital Músculo orbicular Círculos ligeiramente Bolsa de gordura
côncavo; depressão; escuros, levemente ligeiramente abaulada.
círculo escuro; pele côncavos. A retenção de líquidos
flácida. pode mascarar a perda
Pequeno espaço entre
os dedos quando a Percebe-se o tecido
Redução leve do espaço
gordura é pinçada; os adiposo de maneira
Braço: tríceps e bíceps entre os dedos quando
dedos quase se tocam. mais óbvia entre os
a gordura é pinçada.
dedos.
Desnutrição leve a
Area examinada Desnutrição grave Bem nutrido
moderada
Região escavada.
Pode-se observar o
Temporal Depressão com Depressão leve.
músculo bem definido.
visualização do osso.
Ossos proeminentes. Ossos ligeiramente
proeminentes. Clavícula não visível no
Ombro aparentemente homem; visível, mas
Clavícula, acrômio,
quadrado. Clavícula visível em não proeminente na
trapézio e escápula
homens e alguma mulher. Ombro
Depressão entre protuberância em arredondado.
escápula e costelas. mulheres.
Mão (músculo Depressão acentuada Músculo preservado,
Depressão leve.
interósseo) entre o polegar e porém, pode ser plano
indicador. em algumas pessoas
bem nutridas.
Joelho menos
proeminente, mais
Osso proeminente. Coxa arredondada.
Joelho e coxa (músculo arredondado.
Depressão intensa na Ossos não
quadríceps)
parte interna da coxa. proeminentes.
Depressão leve na
parte interna da coxa.
Depleção grave do
Panturrilha (músculo músculo. Depleção leve do Músculo bem
gastrocnêmio) músculo. desenvolvido.
Pele flácida.
No exame físico também é possível observar a presença de edema que é caracterizado por um
aumento no volume de líquido extracelular, que pode ser local ou generalizado. Durante a avaliação geral
do acúmulo de líquidos, é importante identificar a causa do edema dentre as diferentes etiologias. Isso,
pois, o edema pode ser consequência da desnutrição protéica ou ter outras causas, como cardiopatia
congestiva, falência ou doença renal crônica, imobilização, alterações na permeabilidade vascular em
pacientes graves, dentre outras. É importante combinar com o exame físico outros parâmetros
nutricionais e avaliar o contexto clínico, a fim de definir a origem da retenção hídrica, a qual pode
inclusive ser multifatorial (KOLWALSKI; CATTANI, 2021). No Quadro 8 temos a descrição do método para
avaliação do edema (MALONE; HAMILTON, 2013).
Grau Descrição
Grau 1 ou Ascite leve Detectável apenas pelo exame de ultrassonografia
Grau 2 ou Ascite moderada Manifesta-se por distensão simétrica moderada do abdome.
Grau 3 ou Ascite grave Provoca acentuada distensão abdominal.
Além do exame físico, é importante avaliar a saúde oral dos idosos, pois, embora as doenças
bucais geralmente não sejam ameaçadoras da vida ou produzam graves conseqüências, podem contribuir
para uma piora do quadro de saúde de indivíduos idosos, pois a dentição incompleta (agenesia dentária)
ou o uso de prótese pode causar problemas mastigatórios que levam a deficiências nutricionais.
Alterações nas eliminações fisiológicas, como as fezes e diurese, podem também causar
desconfortos na saúde do idoso e também interferir diretamente no seu estado nutricional. Diversos
instrumentos foram criados para classificar a forma das fezes humanas e assim auxiliar no diagnóstico de
alteração do trânsito intestinal, dentre eles está a escala Fecal de Bristol para consistência das fezes
(EBCF) (Figura 1) e a Escala de Coloração da Urina de Armstrong (Figura 2).
Avaliação Antropométrica: Peso atual e estimado, Altura mensurada e estimada, Altura do joelho, IMC e
classificação, Prega cutância triciptal com adequação e classificação, Circunferência do Braço com
adequação e classificação, Circunferência muscular do Braço com adequação e classificação, Área
Muscular do Braço com adequação e classificação, Circunferência de Cintura e de Quadril com índice de
relação e classificação, Circunferência de Panturrilha e classificação, Força de Pressão Palmar e
classificação, e Espessura do Músculo Adutor do Polegar e Classificação.
O processo de envelhecimento está ligado ao grupo de alterações do desenvolvimento que ocorrem nos
últimos anos de vida e está associado a alterações na composição corporal. Com a idade, há um aumento
de gordura corporal, principalmente de depósitos de gordura na cavidade abdominal, e uma diminuição
da massa corporal magra. Essa diminuição ocorre como resultado das perdas de função e massa muscular
esquelética, a qual pode ser denominada como sarcopenia (PICOLI; FIGUEIREDO; PATRIZZI, 2011).
Algumas das medidas antropométricas utilizadas na avaliação nutricional do idoso são Peso atual e
estimado, Altura mensurada e estimada, Altura do joelho, IMC e classificação, Prega cutância triciptal com
adequação e classificação, Circunferência do Braço com adequação e classificação, Circunferência
muscular do Braço com adequação e classificação, Área Muscular do Braço com adequação e
classificação, Circunferência de Cintura e de Quadril com índice de relação e classificação, Circunferência
de Panturrilha e classificação, Força de Pressão Palmar e classificação, e Espessura do Músculo Adutor do
Polegar e Classificação. Estas medidas permitem predizer, de forma operacional, a quantidade de tecido
adiposo e muscular (BRASPEN, 2019).
PESO:
Utilizado como um dos marcadores indiretos da massa proteica e reservas de energia, tendo valor
prognóstico. É o parâmetro mais sensível aos agravos nutricionais por ser o primeiro a modifi car-se,
apresentando maior velocidade de mudança. Recomenda-se que a aferição do peso atual seja realizada
sempre que possível.
Peso estimado: em indivíduos acamados ou que não podem manter-se em pé, é possível estimar o peso
por meio de medidas de segmentos, perímetros corporais e equações matemáticas, como as sugeridas
por Chumlea e cols. (1985; 1988).
Peso usual: valor habitual ou normal que o indivíduo costumava apresentar; pode ser utilizado para verifi
cação de alterações ponderais recentes ou na impossibilidade de aferição do peso atual. Ressalta-se a
importância de verifi car a perda de peso não intencional.
Percentual de perda de peso: segue a equação para cálculo da perda de peso e a classifi cação da perda
de peso em relação ao tempo:
ALTURA:
Esta medida refere-se ao crescimento linear de indivíduos e é utilizada para estimar algumas dimensões
corporais. Os métodos de avaliação diferem de acordo com a idade. Refl ete processo de desnutrição
mais prolongada (crônica).
Aferição: O comprimento é a distância que vai da planta dos pés descalços, ao topo da cabeça,
comprimindo os cabelos, com a criança deitada em superfície horizontal, firme e lisa, ou adulto em
posição em pé e em antropômetro acoplado a balança. Devem-se retirar os sapatos, toucas, boné, fi velas
ou enfeites de cabelo que possam interferir na tomada da medida.
Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura em crianças, adultos e idosos, no caso dos
cadeirantes e acamados, pode-se estimar o valor da medida. A altura do joelho e o comprimento tibial
são utilizados em equações de estimativa da altura, porém podem também ser utilizados os métodos da
extensão dos braços e estatura recumbente, conforme técnicas de aferição descritas abaixo.
Altura do joelho:
Técnica para aferição: Posição supina formando angulo de 90º com o joelho e o tornozelo. Faz-se a
medida do calcanhar a superfície anterior da coxa, próximo à patela, utilizando-se um estadiômetro ou
fita métrica.
Equação de estimativa de altura através da altura do joelho para idosos (>60 anos)
Altura (branco/homem) = 78,31 + (1,94 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (negro/homem) = 79,69 + (1,85 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (branca/mulher) = 82,21 + (1,85 x AJ) - (0,21 x idade em anos)
Altura (negra/mulher) = 89,58 + (1,61 x AJ) - (0,17 x idade em anos)
IMC Classificação
≤ 23,0 Baixo Peso
> 23,0 – ≤ 28 Eutrofia
> 28,0 – ≤ 30 Sobrepeso
> 30,0 Obesidade
As circunferências e dobras cutâneas mais utilizadas são: Prega Cutância Triciptal (PCT) com adequação e
classificação, Circunferência do Braço (CB) com adequação e classificação, Circunferência Muscular do
Braço (CMB) com adequação e classificação, Área Muscular do Braço (AMB) com adequação e
classificação, Circunferência de Cintura (CC) e de Quadril (CQ) com índice de relação (RCQ) e classificação,
Circunferência de Panturrilha (CP) e classificação.
TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO
Quadro : Valores de referência dos percentis de PCT para idosos do sexo masculino:
Percentil
Idade (anos)
5 10 25 50 75 90 95
60 – 69,9 5,50 6,50 8,60 11,60 15,60 20,40 24,00
70 – 79,9 5,50 6,50 8,50 11,40 15,20 19,80 23,20
80 – 90,9 5,40 6,30 8,20 10,90 14,50 18,70 21,80
Fonte: Frisancho AR. Anthropometric standards. An interactive nutritional reference of body size
and body composition for children and adults. University Michigan; 2008, 335p.
Quadro : Valores de referência dos percentis de PCT para idosos do sexo feminino:
Percentil
Idade (anos)
5 10 25 50 75 90 95
60 – 69,9 12,70 15,30 19,70 24,70 29,80 34,50 37,30
70 – 79,9 10,40 12,80 17,10 21,90 26,90 31,40 34,10
80 – 90,9 6,70 8,90 10,50 17,40 22,00 26,30 28,80
Fonte: Frisancho AR. Anthropometric standards. An interactive nutritional reference of body size
and body composition for children and adults. University Michigan; 2008, 335p.
Circunferência do Braço: Técnica para aferição: Braço direito relaxado e em posição estendida ao longo
do corpo. Deve ser marcado o ponto médio entre o acrômio e olécrano com o braço fl exionado junto ao
corpo formando um ângulo de 90º. Contornar a fita métrica ao longo do braço no ponto médio.
A CB pode ser utilizada como parâmetro de avaliação/acompanhamento quando não é possível aferir o
peso real do paciente.
Percentil
Idade (anos)
5 10 25 50 75 90 95
60 – 69,9 26,50 27,60 29,70 32,00 34,40 36,50 39,70
70 – 79,9 25,10 26,20 28,30 30,60 32,90 35,10 36,40
80 – 90,9 23,50 24,70 26,70 28,90 31,20 33,40 34,70
Fonte: Frisancho AR. Anthropometric standards. An interactive nutritional reference of body size
and body composition for children and adults. University Michigan; 2008, 335p.
Percentil
Idade (anos)
5 10 25 50 75 90 95
60 – 69,9 24,30 25,70 28,30 31,40 34,70 38,10 40,20
70 – 79,9 23,10 25,40 26,90 29,90 33,10 36,30 38,40
80 – 90,9 21,50 22,70 25,00 27,80 30,90 33,90 35,80
Fonte: Frisancho AR. Anthropometric standards. An interactive nutritional reference of body size
and body composition for children and adults. University Michigan; 2008, 335p.
Percentual de adequação de CB (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990)
Para avaliar a reserva de massa muscular em indivíduos (acamados ou não) podem-se utilizar os
parâmetros de AMB e CMB após a medida da DCT.
Circunferência muscular do braço (CMB): A CMB avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da
área óssea) e é obtida através da seguinte fórmula:
CMB (cm) = CB (cm) – [0,314 x DCT (mm)]
Quadro : Valores de referência dos percentis de CMB para idosos do sexo masculino:
Percentil
Idade (anos)
10 15 25 50 75 85 90
60 – 69,9 24,90 25,60 26,70 28,40 30,00 30,90 31,40
70 – 79,9 24,40 24,80 25,60 27,20 28,90 30,00 30,50
80 – 90,9 22,60 23,20 24,00 25,70 27,50 28,20 28,80
Quadro : Valores de referência dos percentis de CMB para idosos do sexo feminino:
Percentil
Idade (anos)
10 15 25 50 75 85 90
60 – 69,9 20,60 21,10 21,90 23,50 25,40 26,60 27,40
70 – 79,9 20,30 20,80 21,60 23,00 24,80 26,30 27,00
80 – 90,9 19,30 20,00 20,90 22,60 24,50 25,40 26,00
O cálculo de adequação da CMB é realizado por meio da fórmula abaixo e o estado nutricional classifi
cado de acordo com a tabela a seguir.
Área muscular do braço (AMB): A AMB avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea (refl
ete mais adequadamente a magnitude das mudanças do tecido muscular que a CMB) e é obtida através
das seguintes fórmulas, de acordo com gênero:
Quadro : Valores de referência dos percentis de AMB para idosos do sexo masculino:
Percentil
Idade (anos)
10 15 25 50 75 85 90
60 – 69,9 50,20 52,70 56,50 64,40 73,30 78,60 82,40
70 – 79,9 46,50 48,80 52,20 59,20 67,20 71,80 75,20
80 – 90,9 40,90 42,90 46,00 52,40 59,60 63,90 66,90
Quadro : Valores de referência dos percentis de AMB para idosos do sexo feminino:
Percentil
Idade (anos)
10 15 25 50 75 85 90
60 – 69,9 30,90 32,90 36,20 43,10 51,20 56,20 59,90
70 – 79,9 30,20 32,20 35,30 42,10 50,10 54,90 58,50
80 – 90,9 28,80 30,70 33,70 40,10 47,60 52,20 55,60
Quadro : Classificação do estado nutricional por percentil, de acordo com os valores da área
muscular do braço (AMB):
Técnica para aferição: Em pé, utilizando uma fita métrica inelástica e flexível que deverá circundar na
região de maior contraste de perímetro ou a menor circunferência entre a última costela e a crista ilíaca,
sem a presença de roupas. Essa medida não é indicada para pacientes obesos.
5.1.2. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Avaliação Nutricional: Triagem Nutricional segundo a escala MAN, Avaliação Subjetiva Global segundo a
escala MAN, Avaliação de Sarcopenia segundo a escala SARC-F+CP, diagnóstico do estado nutricional e
classificação do nível de assistência.
onsiderada estrutura física e recursos humanos. Após a análise de todos os exames realizados pelo
idoso, à equipe técnica aprovorá ou não o acolhimento institucional do idoso.
5.3. ACOMPANHAMENTO
onsiderada estrutura física e recursos humanos. Após a análise de todos os exames realizados pelo
idoso, à equipe técnica aprovorá ou não o acolhimento institucional do idoso.
11. METODOLOGIA
12. METAS