OSSEODENSIFICAÇÃO

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FACULDADE SETE LAGOAS – FACSETE

Pós-Graduação em Implantodontia

Tiago Ricardo Fulfaro

OSSEODENSIFICAÇÃO

UMA COMPARAÇÃO COM A TÉCNICA DE PERFURAÇÃO CONVENCIONAL

São Paulo
2023
Tiago Ricardo Fulfaro

OSSEODENSIFICAÇÃO

UMA COMPARAÇÃO COM A TÉCNICA DE PERFURAÇÃO CONVENCIONAL

Monografia apresentada ao curso de


especialização Lato Sensu da Faculdade Sete
Lagoas - FACSETE, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Implantodontia.

Orientador: Prof. Paulo Ramalho

Área de concentração: Implantodontia

São Paulo
2023
Recredenciamento Portaria MEC 276/2016 – D.OU. 19/04/2016

Monografia intitulada “OSSEODENSIFICAÇÃO: UMA COMPARAÇÃO COM A


TÉCNICA DE PERFURAÇÃO CONVENCIONAL” de autoria do aluno Tiago
Ricardo Fulfaro

Aprovada em ___/___/___ pela banca constituída dos seguintes professores:

Prof. (Título) Nome

___________________________________________________________
Prof. (Título) Nome

______________________________________________________
Prof. (Título) Nome

Sete Lagoas ___ de __________ de 2023


A minha família e amigos, fonte da minha inspiração
AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar minha gratidão a todas as pessoas que contribuíram,


direta ou indiretamente, para a conclusão deste projeto.
Gostaria de expressar a minha sincera gratidão ao Professor Paulo Ramalho
pelo seu inestimável apoio e orientação ao longo deste projeto..
RESUMO

A introdução da técnica de osseodensificação possibilitou a preservação do osso no


local da perfuração, melhorando a estabilidade tão almejada pelo profissional.

Palavras-chave: Osseodensificação, Implante dentário, Osseointegração.


ABSTRACT

The introduction of the osseodensification technique enabled the preservation of the


bone at the perforation site, improving the stability desired by the professional.

Key Words: Osseodensification, Dental implant, Osseointegration.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 8
2. PREPOSIÇÃO.......................................................................................................10
3. REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................11
3.1 Descrição da Técnica Preconizada por Salah Hauwais.................................17
3.1.1 OSSEODENSIFICAÇÃO..................................................................................18
3.1.2 ELEVAÇÃO DO SEIO MAXILAR......................................................................20
3.1.3 EXPANSÃO MANDIBULAR..............................................................................21
3.1.4 CARACTERÍSTICAS DO OSSO: SUCESSOS E INSUCESSOS NOS
IMPLANTES.............................................................................................................. 21
3.1.5 ESTABILIDADE DO IMPLANTE.......................................................................22
3.1.6 ESTABILIDADE PRIMÁRIA..............................................................................23
3.1.7 ESTABILIDADE SECUNDÁRIA........................................................................23
4. CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES...........................................................24
5. DISCUSSÃO......................................................................................................... 26
5. CONCLUSÃO........................................................................................................28
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFCAS......................................................................29
8

1. INTRODUÇÃO

A Osseodensificação é uma forma de instrumentação óssea diferente das já


conhecidas. Ao contrário da técnica convencional, não escava o tecido ósseo, e sim,
preserva-o de modo que seja ao mesmo tempo compactado e auto enxertado de
dentro para fora formando assim, uma camada densa de tecido ósseo ao longo de
suas paredes.
Esse tecido ósseo compactado traz uma maior estabilidade inicial, maior valor
de torque de inserção, que pode facilitar uma cicatrização mais rápida.
Os pesquisadores já há muito tempo procuram se aperfeiçoar em termos de
assegurar a estabilidade primária e secundaria dos implantes. Visando isso, o Dr.
Salah Huwais desenvolveu um sistema de brocas que, como ele mesmo propaga,
aperfeiçoa o preparo e consequentemente os resultados.
Essas brocas fazem uma osseodensificação do rebordo, provocando com
isso uma expansão controlada do osso e ao mesmo tempo promove um auto
enxerto, preenchendo as trabéculas ósseas com partículas provenientes da própria
instrumentação.
Diversas pesquisas evidenciam sua eficiência tanto na estabilidade primária,
muito desejada nos casos de carga imediata, quanto na estabilidade secundária que
poderá precipitar a recuperação final do caso, diminuindo o longo tempo dispensado
até o resultado final.
A preservação das estruturas ósseas vem sendo observadas no sucesso do
tratamento. A técnica de fresagem é largamente difundida com a finalidade de
manter o tecido ósseo no leito receptor dos implantes melhorando sua espessura e
qualidade.
Com a técnica da osseodensificação há aumento na qualidade do osso por
sua condensação no tecido melhorando em muito sua estabilidade primária. Não há
remoção de tecido ósseo, pelo contrário, há um auto enxerto.
Quando se está diante da necessidade de elevação do seio maxilar, a prática
da osseodensificação pode ajudar em muito. Por meio da fresagem e densificação, o
auto enxerto move o tecido ósseo para o interior do seio maxilar. Conforme a broca
específica avança, o osso fresado é impelido em direção à extremidade apical
fazendo a compactação. Usa-se para isso as brocas de densificação no sentido anti-
horário com irrigação.
9

Em situações de crista óssea mandibular reduzida, recomenda-se o


alargamento com a técnica descrita sempre com irrigação abundante. Modula-se a
pressão com movimento de bombeamento até conseguir a profundidade desejada.
O sucesso ou insucesso depende de diversos elementos, partindo-se de um
bom planejamento pré-operatório e técnica cirúrgica na instalação a fim de conseguir
uma maior previsibilidade.
Porém, há uma série de elementos que são capazes de provocar o insucesso
prematuro ou tardio.
São consideradas precoces as falências que decorrem de não se ter atingido
a osseointegração, o que ocorre antes da cicatrização e instalação das próteses, já
as perdas tardias resultam de falhas em preservar a osseointegração já obtida.
Neste sentido, a procura pela estabilidade primária e consequentemente
secundária é tão importante.
A estabilidade primária pode ser definida como a fixação que ocorre no
momento da inserção do implante e está relacionada com a obediência dos
princípios técnicos; já a estabilidade secundária é adquirida ao longo do tempo,
resultante da regeneração óssea. Esse processo está correlacionado com a
estabilidade primária.
No intervalo para cicatrização a verificação dessa estabilidade é que permitirá
confirmar que o implante está osseointegrado.
O objetivo desse trabalho é descrever a técnica descrita por Salah Huwais
com os mecanismos de osseodensificação e analisar sua aplicação e resultados
comparando-os às técnicas convencionais.
Salah Huwais (2017) demonstrou que o sistema facilita a expansão da crista
alveolar e ao mesmo tempo, mantem sua integridade permitindo que os implantes
sejam inseridos em osso autólogo. Demonstrou também que essa técnica preserva
o tecido ósseo e diminui o tempo de espera para osseointegração, constituindo
grande vantagem devido à presença de matriz óssea. Outra grande vantagem é a
compactação que é responsável por manter a maior parte da coagulação óssea
produzida pelo transplante autólogo fazendo com que a área de contato entre o
implante e o osso seja maior.
10

2. PREPOSIÇÃO

O presente trabalho consiste em uma revisão de literatura acerca da técnica


de osseodensificação descrita por Salah Hawais na implantodontia, esclarecendo
pontos e analisando-os comparando-se com a convencional.
11

3. REVISÃO DA LITERATURA

Johnson et al. (2014) relataram vários casos a fim de avaliar a quantidade de


expansão óssea através da osseodensificação. Colocaram implantes em vários
pacientes dividindo-os em grupos de acordo com a largura dos rebordos alveolares.
Concluíram com a observação que houve uma maior expansão em região coronal e
maior porcentagem de expansão foi observada nos rebordos mais estreitos quando
submetidos à osseodensificação. Neste mesmo estudo, avaliaram também que,
todos os implantes tiveram estabilidade primária ideal concluindo que essa técnica
preserva o volume ósseo e permite uma expansão previsível.
Salah Huwais e Meyer (2017) em estudo realizado in vitro para validar a
técnica de osseodensificação a ser apresentada como altamente controlável, rápida
e eficiente, apresentou como hipótese que essa técnica aumentaria a estabilidade
primária em comparação com a convencional. Realizados os testes, constataram
que a superfície das preparações se apresentava mais lisas devido às partículas
auto enxertadas nas paredes principalmente na parte mais apical. Por meio desse
estudo, demonstraram que a técnica aumenta a estabilidade primária com produção
de osso densificado ao redor da preparação que é compactado e auto enxertado ao
longo de toda a profundidade.
Lipton et al (2015) compararam a quantidade de expansão óssea em três
grupos de mandíbulas, tendo por base a largura da crista óssea. Utilizaram larguras
de 3-4mm, 5-6mme 7-8mm. O primeiro apresentou expansão média de 75%, o
segundo, de 27% e o terceiro de 17%. A inserção de torque foi em média de 61N e o
valor do quociente de estabilidade era 77. Houve expansão principalmente nas
mandíbulas mais estreitas e em região coronal. Quanto à estabilidade, todos tiveram
ISQ ideal em média 68. Concluíram que, a técnica preserva o volume ósseo e
permite expansão previsível da crista com estabilidade primaria aprimorada.
Huwais e Meyer (2017) realizaram novo estudo in vitro visando alcançar maior
aumento da estabilidade primária, densidade óssea e porcentagem de contato em
comparação com a técnica de perfuração convencional. A porcentagem de osso na
superfície aumentou em aproximadamente três vezes para as perfurações pela
técnica de osseodensificação comparadas com a convencional. Com este estudo,
confirmou-se a hipótese de que essa técnica aumentaria a estabilidade primária, a
densidade óssea e a porcentagem de contato osso-implante. Ao preservar o osso, a
12

cicatrização é acelerada por conta de se manter a matriz óssea, células e compostos


bioquímicos no local e auto enxertados no local da perfuração. Verificou-se também
que o diâmetro da perfuração reduz quando da retirada da broca, o que valida as
propriedades viscoelásticas do osso. Em sua conclusão, afirmam haver necessidade
de estudos in vivo para comprovar esta resposta de cicatrização após a
osseodensificação.
Lahens et al. (2016) pesquisaram a osseodensificação sobre estabilidade e
osseointegração inicial em osso de baixa densidade utilizando para isso ovelhas
com diferentes tipos de implantes e diferentes técnicas de osteotomia. A técnica de
osseodensificação apresentou resultados diferentes dos demais. Os resultados
sugeriram que, independentemente da macro geometria dos implantes, a
osseodensificação apresentou melhoria na estabilidade primaria e no contato osso-
implante devido ao auto enxerto na compactação. Concluíram com esse estudo que
nos ossos de baixa densidade, conseguiram níveis de torque de inserção mais
elevados quando instalados pela técnica de osseodensificação comprometendo
menos a osseointegração.
Trisi et al. (2016) avaliaram neste estudo se a técnica de osseodensificação
permitiria aumentar a densidade óssea, a largura do rebordo e a estabilidade
secundária. Estudaram em bordas de cristas ilíacas de ovelhas e implantaram em
medidas diferentes em dois grupos. Após dois meses, nenhuma falha nos implantes
foi observada. Houve aumento significativo da largura do rebordo e da porcentagem
de volume ósseo, além de valores muito melhores de torque de remoção e de forças
laterais. A osseodensificação evita o desperdício de osso, a remodelação é maior e
ainda permite que se instale implantes com diâmetro maior em ossos com cristas
estreitas sem que com isso ocorra deiscência ou fenestração. Concluíram que,
comparando essa técnica com a convencional, esta é responsável pelo aumento da
estabilidade e redução de micro movimentos além de aumentar a porcentagem de
volume ósseo ao redor dos implantes em osso de baixa densidade.
Lopez et al. (2017) fizerem um estudo com inserção de implantes na coluna
por meio da técnica de osseodensificação visando acelerar a cicatrização pelo
aumento da estabilidade primária conseguida na instalação. Utilizaram ovelhas com
técnicas e medições diferentes. Os estudos realizados pela osseodensificação
trouxeram maior êxito que com a técnica convencional. Este estudo identifica
diferenças significativas no torque de inserção que é maior na técnica de
13

osseodensificação. Concluíram que a técnica de osseodensificação é uma


abordagem que incentiva uma reavaliação das abordagens atuais.
Podaropoulos (2017) realizou uma revisão sistemática a fim de avaliar a
técnica de osseodensificação em comparação com a convencional. Obtiveram, com
a osseodensificação aumento no torque em osso de baixa densidade em 49N em
comparação com 25N na convencional. A compressão criada pelas forças
viscoelásticas do osso resultam também, em aumento de contato osso implante e
como consequência uma maior estabilidade. A largura e volume da crista óssea
aumentou em 30% e houve aumento da densidade óssea. Concluiu que a técnica se
mostra como um procedimento promissor para aumentar a densidade óssea e a
estabilidade primária. Deixa interrogado, porém, que estudos experimentais e
clínicos são necessários para esclarecer a reação biológica do osso peri-implantar a
este método e sua influência no real micro movimento do implante.
Kalsow e Agarwal (2018) avaliaram a eficácia da técnica em 28 pacientes
com altura reduzida para implante em seio maxilar. Instalaram o total de 34
implantes. Todos os implantes foram osseointegrados em três meses sem
complicações. Houve ganho ósseo no aumento do seio maxilar. Concluíram que há
uma colocação mais precisa dos implantes e garante a osseointegração com
aumento nas cirurgias de elevação do seio maxilar. Observam, porém, ser
necessário acompanhamento em longo prazo para estabilidade e sobrevivência dos
implantes.
Alifarag et al. (2018) estudaram os efeitos dessa técnica sobre a estabilidade
e osseointegração utilizando diferentes implantes em osso de baixa densidade em
cristas ilíacas de ovelhas. A avaliação de valores de torque de inserção foi inferior
para a perfuração pela técnica convencional. Histológicamente, identificaram
remanescentes ósseos que atuaram como núcleos para a deposição óssea pelos
osteoblastos promovendo a ligação do osso formado à superfície do implante.
Concluíram que com essa técnica houve aumento de densidade óssea e como
consequência melhoria na estabilidade primária.
Gaspar et al. (2018) verificaram resultados pela osseodensificação para
preparação do leito em maxilar e várias situações. Os implantes foram divididos em
quatro grupos, ou seja, com largura reduzida do rebordo, com elevação de seio
maxilar, após a extração de um dente e no último em carga imediata. O sucesso na
osseointegração foi de 96,9% - perderam-se três implantes por falha de
14

osseointegração. Concluíram que o estudo validou que a técnica de


osseodensificação é capaz para expandir o osso, o que é favorável para uma
expansão com estabilidade primária e valores de torque de inserção mais elevados
(45N ou mais) o que favorecem para diminuir fenestrações e deiscências. Afirmaram
ainda que é um método viável para a elevação do seio maxilar de forma simples,
previsível e com morbidade reduzida.
Tian et al. (2018) pesquisaram a osseodensificação em crista alveolar
particularmente em pacientes desdentados com arestas ósseas muito finas.
Concluíram que a osseodensificação aumenta o volume da crista óssea e a
porcentagem de osso em contato com o implante. Concluíram que a técnica da
osseodensificação favorece a osseointegração, a fração de área ocupada por osso,
também aumenta, apesar de que nestes casos não atingiu significância estatística.
Mesmo assim, concluiu-se que a técnica favorece a osseointegração.
Lipton et al. (2015) realizaram estudo a fim de avaliar a expansão do rebordo
após a osseodensificação em estudo retrospectivo. Mediram a largura do rebordo a
nível coronal e dez mm apicalmente antes e depois da osseodensificação.
Registraram os valores de torques de inserção e quociente de estabilidade no ato da
instalação dos implantes. Dividiram os pacientes em grupos de acordo com a largura
inicial do rebordo. Houve diferenças no valor da expansão de acordo com as
larguras iniciais e também nos valores de torque. Concluíram então que a técnica
pode alterar as medidas do rebordo por meio da expansão podendo-se esperar
maior expansão em rebordos estreitos.
Mello Machado et al. (2018) relataram um caso de paciente do sexo
masculino com 44 anos de idade que sofreu fratura radicular do elemento 26. Após
avaliação e prognóstico desfavorável foi realizada a exodontia seguida de implante
imediato. Para a instrumentação após a exodontia seguiram com a técnica de
osseodensificação seguindo o protocolo recomendado pelo fabricante, utilizando
todas as brocas (exceto a piloto) com 1200 rpm no sentido anti-horário e irrigação
abundante. A instalação do implante se deu com torque de inserção de 45N e
utilizou-se enxerto de biomaterial e fatores de crescimento derivados do sangue foi
inserido no alvéolo. Foi observado clinicamente o ganho de estabilidade primária.
Concluíram que a osseodensificação aumentou a estabilidade primária e melhorou o
contato osso-implante visto que o alvéolo apresentava baixa densidade, mas, com a
15

aplicação das brocas de osseodensificação o implante foi colocado adequadamente


e com estabilidade apropriada para se realizar a carga imediata.
Witek et al. (2019a) avaliaram algum efeito sobre a estabilidade primária e
cicatrização de dois sistemas de implantes utilizando a técnica de
osseodensificação. Utilizaram implantes com diferentes geometrias em quadril de
ovelhas. As osteotomias também foram de formas diferentes, ou seja, convencional,
osseodensificação e broca Densah em modo corte em sentido horário. Após seis
semanas os resultados mostraram diferenças de valores. Nas amostras submetidas
à osseodensificação verificaram grande quantidade de fragmentos ósseos
autógenos nos espações trabeculares em contato direto com o implante o que foi
pouco observado nas amostras submetidas à técnica convencional. Concluíram
então que a osseodensificação apresenta valores de torque de inserção e
estabilidade muito mais elevados quando comparados com o protocolo convencional
o que aperfeiçoa a osseointegração.
Alifarag et al. (2018) estudaram a osseodensificação na elevação de seio
maxilar com e sem enxerto ósseo sintético. Avaliaram dois grupos, com e sem
material de enxerto. Todos os implantes obtiveram sucesso e foram restaurados
protéticamente em quatro meses. Em seis e doze meses avaliaram os pacientes. O
grupo submetido a enxerto obteve ganhos superiores de altura do rebordo
comparados aos não enxertados. Todos os pacientes avaliaram positivamente os
tratamentos. Concluíram que, a osseodensificação foi bem sucedida quanto a
valores de torque de inserção adequados em locais de altura e densidade óssea
reduzida levando a osseointegração e ademais, a utilização combinada com enxerto
leva a um aumento adicional da altura óssea.
Witek et al. (2019a) utilizaram o osso ilíaco de ovelha por se aproximar
comparativamente ao maxilar humano. Utilizaram dois tipos de implantes e as
perfurações pela técnica da osseodensificação e convencional foram distribuídas
aleatoriamente e todas com rotação de 1100 rpm e irrigação salina. Em nenhum
local cirúrgico foi notado sinal de inflamação ou infecção. Apenas uma amostra de
animal apresentou fratura no final do estudo. Para os ossos intactos que restaram
não houve falha evidente. O contato osso implante e a densidade óssea são
incrementados na ósseodensificação o que melhora a eficácia na cicatrização.
Concluíram que a técnica melhora a estabilidade primaria, aumenta o contato osso
implante, densifica o osso por meio do auto enxerto.
16

Oliveira et al. (2018) estudaram a osseodensificação sobre a estabilidade


primária e osseointegração com implantes usinados e condicionados com ácido e
diferentes tipos em osso de baixa densidade em crista ilíaca de ovelhas com três
técnicas diferentes. Avaliaram valores de torque de inserção, contato osso-implante
e fração da área ocupada por osso. As três técnicas apresentaram torque de
inserção diferentes, independentemente do tipo de superfície. Os valores de contato
osso-implante não apresentaram alterações e a fração da área aumentou em seis
semanas. Mas, valores de contato osso-implante foram mais elevados para os
implantes condicionados com ácido em relação aos usinados. Em três semanas
formou-se novo tecido ósseo e na sexta semana todos os implantes tiveram
remodelação óssea ao redor. Encontraram partículas ósseas no interior das roscas
dos implantes instalados através da técnica de osseodensificação. Concluíram que,
independentemente da superfície do implante, o valor de torque de inserção foi
aumentado no osso de baixa densidade. Houve também melhora na
osseointegração.
Pai e Mundathaje (2018) em uma revisão sistemática analisaram as possíveis
vantagens no procedimento de osseodensificação em relação à técnica
convencional em termos de estabilidade primária e densidade óssea. Em um total de
195 artigos com as palavras-chave “osseodensificação, estabilidade primária do
implante, densidade óssea do implante e osteotomia do implante”. Submeteram
esses artigos a triagem por critérios de inclusão e exclusão. Concluíram que o uso
de brocas de osseodensificação permite realizar osteotomia subdimensionada, com
densidade óssea aumentada e maior porcentagem de volume de osso ao redor do
implante e contato osso-implante. Com isso, melhora na estabilidade quando
comparadas as técnicas convencionais. Entretanto observam ser ainda necessário
mais estudos nesse sentido.
Slete et al. (2018) realizaram estudo comparando a estrutura
histomorfométrica da preparação do local para osteotomia através de três técnicas:
convencional, Summers e osseodensificação em tíbias de suínos. A análise serviria
para comparar o contato osso-implante e a porcentagem de volume ósseo. Resultou
que os valores de contato osso-implante na osseodensificação foi maior em relação
aos outros e a de volume ósseo também foi maior. Concluíram então que, a técnica
de preparação da osteotomia pode influenciar tanto o contato osso-implante como
no volume ósseo ao seu redor.
17

Witek et al. (2019b) avaliaram a técnica em osso de baixa densidade


utilizando ovelhas utilizando osteotomia convencional, com broca Densah em modo
corte (sentido horário) e em modo densificação (sentido anti-horário). Todas as
perfurações a 1100 rpm com irrigação. Após três semanas fizeram as avaliações e
todos os implantes obtiveram formação óssea ao redor e também nos espaços
trabeculares da superfície dos implantes. O contato osso-implante obteve valor mais
elevado com a técnica de osseodensificação mas, estatisticamente não foi
significativo, porém, a fração de área ocupada por osso revelou grande diferença
entre as amostras da osseodensificação e a convencional. Nas amostras da
osseodensificação apresentou maior volume de osso e fragmentos ósseos.
Concluíram então que com essa técnica há aumento dos valores de estabilidade
primária e secundária.
Padhye et al. (2020) em revisão sistemática, buscaram avaliar a estabilidade
primária obtida através da técnica da osseodensificação e também, valores de
contato osso-implante e da fração da área ocupada por osso. Fizeram a comparação
entre o protocolo convencional e o de osseodensificação. Utilizando um banco de
dados, fizeram seleção criteriosa e, nos estudos que selecionaram observaram
aumento médio nos valores de torque de inserção, contato osso-implante e fração
da área ocupada por osso nos casos realizados pela técnica da osseodensificação
comparativamente aos que foram submetidos à osteotomia convencional.
Concluíram que, devido à maioria dos estudos não serem feitos clinicamente, pode-
se somente inferir que a técnica da osseodensificação é eficiente ao aumentar a
estabilidade primaria em osso de baixa densidade com estudos realizados em
animais. Porém não pode levar esse resultado para o sucesso clínico em longo
prazo sendo necessárias mais evidencias científicas.

3.1 Descrição da Técnica Preconizada por Salah Hauwais

Em sentido horário e rotação de 800 a 1500 rpm e irrigação perfurar com a


broca piloto até a profundidade desejada
Em sentido anti-horário iniciar a densificação com a broca Densah® de
acordo com o diâmetro a que se quer chegar.
Sempre que sentir resistência, a pressão deve ser modulada em sentido de
vai e vem até que se atinja a profundidade pretendida.
18

Ao atingir o que pretende, promover a instalação do implante.

Figura 1. Ilustração dos movimentos de expansão e densificação óssea

3.1.1 OSSEODENSIFICAÇÃO

A técnica de osseodensificação é inovadora e foi introduzida por Salah


Huwais em 2017. As brocas reduzem a perda de tecido ósseo evitando fratura das
trabéculas causadoras do atraso da remodelação e da estabilidade secundária muito
comum na técnica convencional.
O sistema de brocas Densah® promove a densificação óssea permitindo que
esta entre em contato com o implante aumentando o contato osso-implante além de
potencializar a formação de novo tecido ósseo.
Dessa forma a osseodensificação promove um auto enxerto condensado ao
redor do implante. As brocas de osseodensificação tem a capacidade de densificar o
osso ao redor do implante através da perfuração que não remove o osso como na
técnica convencional.
As brocas são multilaminadas, isto é, possuem quatro ou mais lâmina
diferente das comuns, que possuem de duas a quatro no máximo. Com mais
lâminas, a trepidação na perfuração é diminuída consideravelmente. Produzem uma
deformação plástica controlada possibilitando uma expansão óssea cilíndrica sem
remoção de tecido ósseo.
Essas brocas foram projetadas para cortar no sentido horário e densificar no
sentido anti-horário, ambos com rotação de 800 a 1500 rpm sempre com abundante
irrigação.
O Kit de brocas Densah® contém doze brocas e uma broca piloto, cada uma
com um diâmetro em ordem crescente permitindo a obtenção do diâmetro e
densificação desejados pelo profissional.
19

A profundidade é marcada a laser de oito a vinte milímetros, tem formato


cônico apresentando diâmetro maior na parte coronal e menor na apical. Esses
valores são assinalados no Kit, os dois primeiros dígitos de numeração
correspondem ao valor apical e os dois últimos o valor coronal. Esse sistema
promove um aumento progressivo do diâmetro.

Figura 2. Kit de Brocas Densah 1

Figura 3. Kit de Brocas Densah 2

Figura 4. Imagens de Tomografia

Legenda: 1. Perfuração convencional; 2. Densah


modo corte; 3. Densah modo densificação mostrando
a compactação óssea nas paredes.
20

São utilizadas sempre com muita irrigação, sempre evitando o


superaquecimento, com movimentos de bombeamento oscilante. Aplica-se uma
pressão vertical e em seguida afasta-se a fim de que se alivie essa pressão e assim
mantendo esses movimentos que dependem da densidade óssea, além da
profundidade desejada.
Essa pressão com irrigação forma uma onda de compressão hidrodinâmica
de maneira que o osso é condensado nas laterais durante a rotação da broca.
Tem como indicações, o auto enxerto, o aumento da densidade óssea
adquirido pela condensação, a expansão do rebordo alveolar, o aumento da tensão
residual obtido pela pressão com irrigação facilitando o aumento da plasticidade e
expansão óssea e o aumento da estabilidade permitindo a instalação do implante
em osso autógeno com estabilidade adequada.
Como contraindicações citamos o osso cortical visto se tratar de tecido não
dinâmico e sem plasticidade.

3.1.2 ELEVAÇÃO DO SEIO MAXILAR

A técnica de osseodensificação pode ajudar nos casos no qual a reabsorção


óssea e a pneumatização do seio maxilar apresentam uma área óssea reduzida. Por
meio da fresagem e densificação, o resultado de auto enxerto proporciona a
elevação da membrana sinusal, levando o tecido ósseo para o interior do seio
maxilar.
O uso das brocas específicas para osseodensificação impele as partículas
ósseas em direção apical compactando-as promovendo um auto enxerto.
Usa-se por isso as brocas de densificação no sentido anti-horário a 800-1500
rpm com abundante irrigação e movimentos de bombeamento até atingir a
profundidade máxima de 3,0 mm, conquistando a altura final desejada a fim de
instalar o implante.
Porém, nos casos em que a altura do rebordo alveolar residual for inferior a
6,0 mm é possível colocar um material de enxerto ósseo na para conseguir melhor
compactação. Utiliza-se a broca no modo de densificação no sentido anti-horário,
com velocidade de 200-600 rpm com irrigação lenta e com movimentos de
bombeamento.
21

3.1.3 EXPANSÃO MANDIBULAR

Em situações de crista mandibular reduzida em consequência da redução


horizontal, a expansão pode se dar por meio da osseodensificação. Na expansão
mandibular, a osteotomia deve ser realizada 1,0 mm mais profunda que o
comprimento do implante, usando a broca piloto no sentido horário na velocidade de
800-1500 rpm com irrigação abundante. Utilizam-se as brocas de osseodensificação
no sentido anti-horário com a mesma velocidade sempre com irrigação. O
movimento de perfuração da fresa transfere ao osso um efeito controlado e modula-
se a pressão com um movimento de bombeamento até alcançar a profundidade
desejada.

3.1.4 CARACTERÍSTICAS DO OSSO: SUCESSOS E INSUCESSOS NOS


IMPLANTES

Na pesquisa da osseointegração é fundamental saber a qualidade do osso e


sua contribuição para o sucesso do implante. O osso contém partículas integradas
por moléculas de proteínas e minerais que se combinam que, ao mesmo tempo em
que é rígido, é também flexível. As qualidades morfológicas e bioquímicas conferem-
lhe características, visco elásticas, e de flexibilidade, que lhe permitem mudar de
maneira a deformar sem fraturar.
Dessa forma, ao trabalharmos em tecido ósseo, este irá deformar-se de modo
elástico e, quando a capacidade elástica se excede, ocorre um efeito plástico.
Misch classificou a espessura óssea em quatro categorias, D1, D2, D3 e D4.

Figura 5. Desenho dos tipos ossos conforme suas espessuras


22

Figura 6. Locais de prevalência dos tipos de osso de acordo com sua espessura

Sendo assim, o osso do tipo D1 é um osso cortical com pouquíssimo osso


medular; o osso do tipo D2 é um osso cortical um pouco mais poroso; o tipo D3
apresenta uma cortical mais fina e mais osso medular; e por fim o tipo D4 contém
mais medular. O tipo D1 dificilmente ser encontrado na maxila e na mandíbula o
mais comum é o tipo D2.
Dessa maneira é importante analisar cuidadosamente e determinar se a
qualidade do osso é favorável ou não para o procedimento.
O sucesso do tratamento depende de diversos fatores a partir de um bom
planejamento e técnica adequada.

3.1.5 ESTABILIDADE DO IMPLANTE

A fim de se conseguir a osseointegração, deve-se analisar a estabilidade do


implante em vários momentos. Quando se mede a estabilidade é possível ao
profissional definir a condução do tratamento.
As formas de verificar a osseointegração tais como, radiografias, testes,
análises histológicas, são limitadas pois a precisão nesses testes é relativa.
Devido a isso, foi desenvolvido um teste não invasivo, que pode ser aplicado
com facilidade e confiável no sentido de medir a estabilidade. Trata-se de um
dispositivo de análise de frequência de ressonância.
Dispositivo denominado Osstell, que tem a capacidade de monitorar a
estabilidade medindo essa ressonância em qualquer estágio do tratamento.
23

Por esse método, conecta-se um sensor ao implante e a ponta do dispositivo


mantida próxima a esse sensor direcionada as faces do implante e, pulsos
eletromagnéticos são emitidos.
Os valores obtidos são convertidos para uma escala ISQ (quociente de
estabilidade do implante). Esses valores variam de 1 a 100, onde, valor maior que
70 representa alta estabilidade, entre 60 e 69, estabilidade média e menor que 60,
estabilidade baixa.
A grande vantagem quanto ao uso do Osstell é poder fazer as medições em
qualquer tempo do tratamento, com isso é possível avaliar a estabilidade no
transoperatório, na fase protética e até posterior a conclusão do tratamento. Esse
conceito foi dividido em duas categorias: Primária e Secundária.

3.1.6 ESTABILIDADE PRIMÁRIA

É definida como a fixação primária que acontece com a inserção do implante


no local da perfuração. Está relacionada a diversos elementos, tais como, o
procedimento cirúrgico, qualidade do osso, formato do implante, etc. observada no
momento da inserção.

3.1.7 ESTABILIDADE SECUNDÁRIA

É caracterizada pela fixação adquirida ao longo do período de cicatrização.


Está relacionado à estabilidade primária do implante. Diz-se que a estabilidade
primária depende do osso cortical e a secundária especialmente ao medular. No
curso da osseointegração, o osso começa a se formar ao redor do corpo do
implante, assegurando assim a estabilidade secundária. É assegurando-se que essa
estabilidade ocorreu que nos permite confirmar a osseointegração do implante.
24

4. CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

Huwais demonstrou que a osseodensificação facilita a expansão da crista


alveolar, ao mesmo tempo em que mantém sua integridade, permitindo que os
implantes sejam instalados em osso autólogo enquanto se obtém estabilidade inicial
suficiente. Essa técnica preserva muitos ossos e diminui o tempo de espera para a
cura (HUWAIS E MEYER, 2017)
Uma das vantagens é a cicatrização acelerada, inclusive com preservação do
tecido ósseo, devido à presença de matriz óssea e células no tecido. O processo de
cicatrização é mais rápido, sendo todas auto transplantadas durante o processo de
osteotomia. Há também a compactação, que é responsável por manter a maior parte
da coagulação óssea produzida pelo enxerto autólogo, e a área de contato entre o
implante e o osso torna-se maior.
Outra vantagem é a estabilidade do implante, que fará com que o rebordo
alveolar se expanda e torne o alvéolo o mais completo possível, encurtando muito o
tempo de recuperação. Além disso, a movimentação da broca facilita com a
plasticidade do osso, sua expansão.
As vantagens dessa técnica superam as desvantagens, que é o principal
motivo dessa pesquisa, e está se tornando cada vez mais popular na cirurgia de
implantes dentários. Reduzir o tempo de operação, bem como o trauma e
morbidade, lavando mais conforto ao paciente, são razões favoráveis a serem
consideradas (LIPTON et al., 2015).
Além desses motivos, o kit de brocas apresenta uma curva de aprendizado
muito rápida, por ser um kit de trabalho único e apresenta um risco relativamente
baixo de erros durante o processo de perfuração que reduz a vibração rotacional.
Devido à estabilidade primária obtida por esta técnica, comprimindo as partículas
ósseas no local, é sem dúvida um dos pontos mais importantes para permitir que
implantes relativamente simples sejam colocados em locais que antes eram difíceis
de funcionar.
Os excelentes resultados obtidos na cirurgia de expansão do rebordo alveolar
e elevação do seio maxilar também permitem sua utilização em locais anteriormente
difíceis, tornando esta técnica muito interessante (LIPTON et al., 2015).
Demonstra-se que a osseodensificação produz um aumento na estabilidade
primária, e esse aumento ocorre por vários fatores. Um dos principais fatores é que
25

na densificação óssea, quase não há remoção de osso durante o processo de


perfuração, o que promove a compactação do osso ao longo da parede lateral e
ápice (auto enxerto).
A plasticidade óssea e o movimento de vai e vem com a broca, bem como a
presença de soro fisiológico na broca durante a perfuração, permitem a formação de
uma bomba de pressão que exerce compactação, principalmente para o osso
medular.
Durante a colocação do implante, após a densificação do osso, a
porcentagem de osso na superfície do implante é aproximadamente três vezes
maior do que uma perfuração padrão (PEREIRA; FRANDSEN; ROSA, 2018)
Em relação às deficiências relatadas da técnica, existe o risco de necrose do
sítio cirúrgico devido ao aquecimento causado pelo atrito do instrumento no
processo de rotação ou deficiência na irrigação.
Por outro lado, em comparação com a mandíbula, essa técnica apresenta
uma maior capacidade de compactação na maxila, o que pode limitar seu uso em
ossos corticais.
A maior complicação que pode ocorrer é a falha da osseointegração. A
necrose, a falta de estabilidade primária, a presença de bactérias patogênicas no
local e a falta de experiência dos operadores são fatores que levam ao insucesso do
tratamento. É importante fazer um diagnóstico correto, ter um bom prognóstico e
seguir rigorosamente o protocolo para tratar com sucesso e limitar o percentual de
falhas (SWAMI et al., 2016).
26

5. DISCUSSÃO

Quanto à expansão óssea, Johnson et al. (2014) verificou maior expansão em


região coronal, com aumento em rebordos mais estreitos, enquanto Lipton et al.
(2015) pesquisaram sobre o tema em mandíbulas baseando-se na largura da crista
óssea obtendo sucesso nas cristas mais estreitas, do mesmo modo, Lipton et al.
(2015) basearam-se na largura inicial do rebordo e concluíram também maior
expansão em rebordos mais estreitos. O aumento da estabilidade primária foi motivo
de pesquisa de vários autores e todos obtiveram êxito em suas análises e suas
conclusões são unanimes ao verificarem que a técnica aumenta a estabilidade
primária, fator determinante para osseointegração e consequentemente influencia na
obtenção da estabilidade secundária.
Alifarag et al. (2018) identificou remanescentes ósseos que promoveram a
ligação do osso formado na superfície do implante, o que também fora observado
por Salah Huwais e Meyer em 2017. Huwais e Meyer (2017) compararam a técnica
com a convencional e perceberam também aumento na densidade óssea e no
contato osso implante.
Trisi et al. (2016) fizeram a mesma comparação e concluíram que com essa
técnica há redução de micro movimentos, o que faz aumentar a porcentagem de
volume ósseo em osso de baixa densidade. Pai e Mundathaje e Slete et al. (2018)
chegaram ao mesmo resultado.
Duas publicações pesquisaram a osseointegração em osso de baixa
densidade. Lahens et al. (2016), conseguiram níveis de torque de inserção mais
elevados quando instalados pela técnica da osseodensificação, enquanto que
Oliveira et al. (2018) avaliaram a técnica em implantes usinados e condicionados em
diferentes tipos de osso de baixa densidade e independentemente da superfície, o
torque foi aumentado no osso de baixa densidade com melhora na osseointegração.
Lipton et al. (2015) avaliaram a expansão do rebordo após a
osseodensificação de acordo com sua largura inicial e observaram diferenças no
valor da expansão e também nos valores de torque. Concluíram que a técnica pode
alterar as medidas do rebordo por meio da expansão podendo-se esperar maior
expansão em rebordos estreitos. Nessa revisão também foi observada por alguns
autores a técnica em relação à cirurgia para elevação de seio maxilar e, Kalsow e
Agarwal (2018) avaliaram a eficácia em 28 pacientes e 34 implantes onde
27

observaram que houve colocação mais precisa dos implantes com boa
osseointegração nas cirurgias de elevação de seio maxilar. Já Gaspar et al. (2018)
verificaram resultados pela osseodensificação para preparação do leito em seio
maxilar em várias situações e o sucesso na osseointegração foi de 96,9%.
Concluíram que é um método viável para a elevação do seio maxilar de forma
simples, previsível e com morbidade reduzida.
Witek et al. (2019a) pesquisaram a osseodensificação em elevação de seio
maxilar com e sem enxerto e concluíram que a combinação com enxerto leva a um
aumento adicional de altura óssea.
Quanto à osseointegração dos implantes obtida pela técnica da
osseodensificação, Lahens et al. (2016) realizaram pesquisa em relação à
osseointegração inicial em osso de baixa densidade e, conseguiram com a técnica,
níveis de torque de inserção mais elevados comprometendo menos a
osseointegraçao. No mesmo passo, Alifarag et al (2018) ao pesquisarem sobre os
efeitos dessa técnica sobre estabilidade e osseointegração, identificaram
remanescentes ósseos que promoveram a ligação do osso formado na superfície do
implante.
Dois pesquisadores, Tian et al. (2018) avaliaram a osseodensificação em
crista alveolar particularmente em pacientes edêntulos com arestas ósseas muito
finas, e observaram aumento de volume da crista óssea e também aumento na
porcentagem do osso em contato com o implante.
Em outra pesquisa, Machado et al. (2018) realizaram implante imediato pós
exodontia em osso de baixa densidade utilizando a técnica de osseodensificação e
observaram aumento da estabilidade primaria e melhora no contato osso implante.
Oliveira et al. (2018) avaliaram o torque de inserção em diferentes tipos de implantes
e sustentaram que este foi aumentado em osso de baixa densidade
independentemente dos tipos avaliados.
Slete et al. (2018) fizeram uma avaliação do contato osso implante e
porcentagem de volume ósseo com as técnicas convencional, summers e
osseodensificação e concluíram que na osseodensificação o contato osso implante e
o volume ósseo foi maior.
28

5. CONCLUSÃO

De acordo com a pesquisa realizada, infere-se que o auto enxerto


compactado além de elevar o grau de estabilidade primária, leva um embricamento
entre o osso e o implante facilitando a osseointegração em função de manter
osteoblastos próximos ao implante.
O fator determinante ao sucesso dos implantes e a grande vantagem é a
obtenção da estabilidade primária. Os estudos realizados demonstram que utilizando
essa técnica, os resultados são bastante favoráveis uma vez que proporcionam
também o aumento da densidade óssea.
Comparando-se a Osseodensificação na Implantodontia com a Técnica de
Perfuração Convencional, os resultados foram promissores o que constitui grande
vantagem vindo agregar ao conhecimento já obtido contribuindo assim, com a
evolução do conhecimento.
29

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFCAS

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