Iwqok

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 37

FACSETE – FACULDADE SETE LAGOAS

ANTÔNIO PEDRO SOUSA SILVA

BASES BIOLÓGICAS DA OSSEOINTEGRAÇÃO DE


IMPLANTES BUCAIS

SÃO PAULO
2021
ANTÔNIO PEDRO SOUSA SILVA

BASES BIOLÓGICAS DA OSSEOINTEGRAÇÃO DE


IMPLANTES BUCAIS

Monografia apresentada à FACSETE –


Faculdade Sete Lagoas, de São Paulo, como
requisito para obtenção do título de
Especialista no curso de Implantodontia. Sob a
orientação do Prof. Dr.: Odair Borghi

SÃO PAULO
2021
Dedico este trabalho à minha família, pelo
apoio aos momentos de superação aos
obstáculos que surgiram no processo de
desenvolvimento deste trabalho.
Eu denomino meu campo de Gestão do
Conhecimento, mas você não pode gerenciar
conhecimento. Ninguém pode. O que você
pode fazer, o que a empresa pode fazer é
gerenciar o ambiente que otimize o
conhecimento (PRUSAK, 1997).
RESUMO

A dentição interfere positivamente na qualidade de vida da pessoa, e diversos


tratamentos têm sido adotados no intuito de restabelecer o sorriso em caso de perda dentária.
Os implantes são bastante usados em substituições de dentes perdidos ou edentulismo. O
implante substitui a raiz dental e serve de suporte à acomodação da coroa, a fim de manter a
fisiologia da mastigação. O êxito dos implantes é bem documentado e a implantodontia
parece ser um procedimento seguro, porém, pode sofrer interferências de elementos variados
em qualquer etapa do tratamento. A osseointegração é a união direta entre a estrutura óssea
viva e a superfície do implante, referindo-se à ancoragem do implante no tecido, de modo que
suporte as cargas funcionais. Esse processo inclui diversos mecanismos biológicos, cuja
compreensão poderá auxiliar o clínico tanto na escolha de implantes mais adequados à cada
situação, como em identificar problemas no implante. Considerando-se tal contexto, esse
estudo destaca a presente questão: quais são os elementos relacionados ao êxito da
osseointegração? Nesse sentido, como objetivo principal, foram averiguados os principais
aspectos do fenômeno biológico da osseointegração, seus fatores de risco e prognósticos. Em
relação aos objetivos específicos, ressaltam-se: investigar os fatores de risco adjuntos à
osseointegração e à perda do implante; avaliar se a osseointegração relaciona-se ao controle
da situação clínica do paciente; analisar as bases biológicas da osseointegração no implante.
Desenvolveu-se uma revisão bibliográfica narrativa. É possível afirmar que a osseointegração
de implantes depende de um adequado planejamento inicial, bem como o conhecimento e
controle das variáveis que podem interferir diretamente nos resultados.

Palavras-chave: Distúrbios na Osseointegração. Falha nos Implantes. Fatores de


Risco. Implantodontia. Osseointegração.
BIOLOGICAL BASES OF OSSEOINTEGRATION OF ORAL IMPLANTS

ABSTRACT

Teething interferes positively in the person's quality of life, and several treatments
have been adopted in order to restore the smile in case of tooth loss. Implants are widely used
in replacing missing teeth or edentulism. The implant replaces the dental root and supports
the accommodation of the crown in order to maintain the physiology of mastication. The
success of the implants is well documented and implantology seems to be a safe procedure,
however, it can suffer interference from different elements at any stage of treatment.
Osseointegration is the direct union between the living bone structure and the implant
surface, referring to the anchoring of the implant in the tissue, so that it supports the
functional loads. This process includes several biological mechanisms, the understanding of
which may assist the clinician both in choosing the most appropriate implants for each
situation, and in identifying problems in the implant. Considering this context, this study
highlights the present question: what are the elements related to the success of
osseointegration? In this sense, as the main objective, the main aspects of the biological
phenomenon of osseointegration, its risk factors and prognoses were investigated. In relation
to specific objectives, the following stand out: investigate the risk factors associated with
osseointegration and implant loss; assess whether osseointegration is related to the control of
the patient's clinical situation; analyze the biological basis of osseointegration in the implant.
A narrative bibliographic review was developed. It is possible to state that implant
osseointegration depends on adequate initial planning, as well as knowledge and control of
the variables that can directly affect the results.

Keywords: Disorders in Osseointegration. Implantology. Implants Failed.


Osseointegration. Risk Factors.
Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................10
2 REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................13
2.1 A Implantodontia..........................................................................................................14
2.1.1 O Planejamento do Implante...................................................................................15
2.2 A Osseointegração........................................................................................................16
2.2.1 Os Fatores de Risco para a Osseointegração...........................................................17
A) Fatores de Risco Relacionados ao Paciente ou Pré-Cirúrgicos............................18
B) Fatores de Risco Trans-Cirúrgicos........................................................................20
C) Fatores de Risco Pós-Cirúrgicos...........................................................................21
2.3 As Bases Biológicas da Osseointegração......................................................................23
2.3.1 A Remodelação Óssea.............................................................................................25
2.3.2 A Restauração da Homeostasia...............................................................................27
3 DISCUSSÃO.......................................................................................................................29
4 CONCLUSÃO....................................................................................................................31
5 METODOLOGIA..............................................................................................................32
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................34
10

1 INTRODUÇÃO

A dentição é um elemento importante do bem-estar individual, sendo os dentes


funcionais na mastigação, fonação e na estética. Quando existe a carência de um ou mais
dentes, são esperados distúrbios gerais no paciente. A reabilitação por implantes dentários é
um acréscimo nas interrelações sociais dos pacientes que, por variados motivos, perderam
seus dentes, com a melhora da saúde, conforto e autoestima. Inúmeros tratamentos podem ser
adotados a fim de restabelecer a dentição, de acordo com o cada caso, incluindo a sua
substituição. Em virtude da evolução técnico-científica no ramo da odontologia e reabilitação,
o equilíbrio oclusal e a harmonia oral tem sido atingidas pelo uso de implantes
osseointegráveis. Os altos índices de êxito com estes implantes endósseos é bastante
investigado, convertendo-se em um procedimento seguro e estável, quando bem executado e
planejado. Não obstante, o sucesso clínico deriva do acontecimento da osseointegração, ou
seja, da união física da peça implantaria e o osso receptor (DAVARPANAH et al., 2013).
Não há dúvidas, que a implantodontia é uma das maiores evoluções da odontologia
moderna, reabilitando de maneira satisfatória pessoas com ausências totais ou parciais de
dentes, de forma segura e com qualidade. Destarte, continua sendo uma intervenção cirúrgica,
e, portanto, envolve o manuseio tecidual de tecidos vivos, em organismos distintos com
costumes específicos, e que, por conseguinte, respondem diferentemente às intervenções.
Alves et al. (2017) destaca que erros e intercorrências na terapêutica de reabilitação
oral podem elevar o andamento de tratamento, aumentar os custos, causar desconforto ao
paciente e constrangimento ao profissional da odontologia. No que tange aos potenciais erros,
Casado et al. (2011) denota um importante índice de falhas em implantes, destacando ser
necessário investigar as falhas e os mecanismos de perda de implante, pois é comum a
coexistência de fatores focais, sistêmicos e hereditários, afora fatores de método,
procedimento e material. Só assim, é possível prever situações e maior risco, além de
aprimorar o diagnóstico e o tratamento de possíveis falhas de procedimento.
Os implantes unitários apresentam uma série de benefícios, quando comparados às
próteses fixas tradicionais, como atalhar a preparação de tecidos saudáveis dos elementos
contíguos à prótese, e obter elementos individualizados sem precisar unir três elementos,
preserva a integridade dos tecidos marginais e dentes vizinhos, afora a facilidade de reparar e
restaurar tais próteses. A osseointegração, descrita por Bränemark no ano de 1966, em
coelhos, trata da utilização de implantes osseointegrados de titânio como apoio às próteses
11

dentárias, o que transformou a implantodontia e pode ser estimada como uma das descobertas
mais importantes do segmento. Misch (2009) ressalta uma taxa de êxito superior a 90%, em
cinco anos após o implante, e de 85% em dez anos. Quando afastados os desafios da inserção,
incluindo alguns fatores de risco, o coeficiente de êxito passa a ser de 100%. Esses índices
permitem que os implantes sejam uma alternativa rotineira de tratamento para edentulismo
parcial ou total, e como ancoragem ortodôntica.
Os dispositivos osseointegrados surgiram em 1981, após a publicação de uma análise
longitudinal com duração de quinze anos, onde foram implantados em mandíbulas edentadas,
com reabilitação de prótese total metaloplástica parafusada sobre tais implantes. A conexão
foi do tipo hexágono externo, sobre intermediários standard (MISCH, 2009). Os resultados
observados foram excelentes em reabilitações implanto-suportadas, o que permitiu a busca
por outras opções protéticas em caso de pacientes edêntulos parciais, inclusive para elementos
unitários. Com efeito, foi preciso criar sistemas de conexões mais eficazes e com maior
performance mecânica e estética que o hexágono externo.
Por serem a primeira alternativa em casos de edentulismo, os implantes
osseointegrados têm sido alvo de estudos e pesquisas, no intuito de permitir a osseointegração
eficaz, assente, adiantada e permanente. Para que um procedimento tenha êxito, se faz
necessário adotar uma técnica acertada, selecionar os pacientes adequadamente, executar
cuidadosamente a cirurgia, restaurar satisfatoriamente e prover os cuidados pós-operatórios
mais adequados ao caso. Serão considerados bem sucedidos os implantes que não causam dor,
não são foco de infecção persistente e sem mobilidade clínica. As falhas de implantação
podem ser precoces ou tardias, ou seja, anteriores ao implante cumprir sua função primeira,
ainda na fase de cicatrização; ou após os esforços mastigatórios serem necessários, o que
denota a ruptura da osseointegração preexistente (LUCIANO et al., 2013). Falhas precoces se
dão, geralmente, nas semanas iniciais ou meses, ou ainda, anteriormente ao carregamento
oclusal. Por sua vez, as tardias se dão depois do carregamento oclusal, sendo definidas como
erros de preservação da osseointegração, determinada pela redução da continuidade entre osso
e implante (BUHARA; PEHLIVAN, 2018).
Entre os fatores que são capazes de ocasionar falhas no mecanismo osseointegrativo
de implantes encontram-se os intrínsecos ao paciente e ao profissional, os quais deverão ser
observados antecipadamente, para que seja possível prever possíveis falhas. Podem ser
citados os fatores como o tabagismo, os atributos do implante, a chance de infecção e as
propriedades ósseas do paciente (OLMEDO-GAYA et al., 2016). A investigação de possíveis
falhas aumenta as probabilidades de reduzir reincidências.
12

Considerando-se tal contexto, esse estudo destaca a presente questão: quais são os
elementos relacionados ao êxito da osseointegração? Nesse sentido, como objetivo principal,
foram averiguados os principais aspectos do fenômeno biológico da osseointegração, seus
fatores de risco e prognósticos. Em relação aos objetivos específicos, ressaltam-se: investigar
os fatores de risco associados à osseointegração e à perda do implante; avaliar se a
osseointegração relaciona-se ao controle da situação clínica do paciente; analisar as bases
biológicas da osseointegração no implante.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

Davarpanah et al. (2013) destacam que as civilizações antigas davam importância à


dentição, em função dos indícios de substituição de dentes perdidos por materiais animais e
minerais. A implantodontia parece ter iniciado entre as dinastias egípcias e o período pré-
colombiano com dentes entalhados em marfim. Observa-se que os egípcios repunham dentes
anteriormente à mumificação. Após, na era medieval, a implantodontia limitava-se aos
transplantes humanos, realizados por cabelereiros, o que se manteve até o princípio do século
XVIII, época em que se passou a observar as infecções ocorrentes. Entre 1800 e 1910, a
implantodontia endóssea teve início, pelo uso de materiais variados como ouro, porcelana,
lenho, platina, prata, e estanho para substituir dentes. Payne e Greenfield inovaram a
implantodontia no princípio do século XX, usando ouro e porcelana, algumas técnicas
passaram a ser mais eficientes como o alargamento alveolar com broca, coroa nucleada
afixada na parte interior do implante, entre outras.
A contar de 1930, pesquisas com biomateriais e novidades cirúrgicas e protéticas
incluíram a porcelana e o titânio, em implantes endósseos e subperiostais. Entre as tentativas,
observou-se implante em formato de parafuso, a transfixação endodôntica, os implantes
espirais em aço inoxidável, em carbono vitrificado e cerâmica estiveram em uso até a década
de 1970. Apesar dos fracassos em médio e curto prazo recorrente, todas as tentativas tiveram
sua importância. Um avanço importante foi conseguido por Brånemark, em um estudo sobre
microvascularização, foram inseridas microcâmeras de titânio nas tíbias de coelhos, quando
retirados foi observado que estes haviam sido integrados ao tecido ósseo do organismo,
percebendo-se que o metal havia permanecido em contato direto com o osso e aderiu-se a ele
sem a ocorrência de reações adversas. Tal evento recebeu a denominação de osseointegração,
consiste, basicamente um acoplamento direto e estrutural estabelecido com o tecido ósseo
vivo e o material inserido (CAMPOS; ROCHA JÚNIOR, 2013).
14

2.1 A Implantodontia

A implantodontia é uma metodologia contemporânea para a reabilitação bucal de


indivíduos edêntulos parciais ou totais. A técnica busca restabelecer a função estomatognática
dos pacientes sem dentes, seu êxito depende de o implante ser osseointegrados ao tecido ósseo
do receptor, sendo a integração óssea o ponto crucial do método cirúrgico. A osseointegração
é um feito biológico semelhante à cicatrização tecidual, sendo derivada da ancoragem do
dispositivo a ser implantado no osso, local onde existe a necessidade do implante e não se
percebe osteonecrose. A osseointegração permite o sucesso dos implantes dentários,
aumentando a qualidade de vida e possibilitando uma melhoria estética e funcional
(MENDES; DAVIES, 2016).
O entendimento do processo de osseointegração trouxe inovação à área da
odontologia, trazendo vantagens no que tange aos tratamentos tradicionais, preservando
elementos dentais remanescentes, uma maior retenção e estabilidade à reabilitação. Apesar
dos coeficientes de êxito serem elevados, em torno de 90%, certas falhas são passíveis de
ocorrer, os chamados fatores de risco. Existe uma importante preocupação no que se refere
aos métodos, sendo vital uma anamnese detalhada, de modo a observar estilos de vida,
doenças sistêmicas ou periodontais, tratamentos medicamentosos ou radioterápicos em cabeça
e pescoço, todas essas informações serão capazes de predizer os riscos e minimizar possíveis
intercorrências nos pacientes, como a osteonecrose e a falha de osseointegração (DENTZ et
al., 2018). A adoção de uma terapêutica com implantes do tipo osseointegráveis mantém o
intuito de preservar as estruturas orais mais nobres, afora isso, possibilita restabelecer a
função mastigatória, fonética e estética, uma vez que melhora a autoestima. A fim de atingir
tais objetivos cabe um planejamento do tipo interdisciplinar, anteriormente ao procedimento
de implantação. O plano de tratamento deve ser exposto ao paciente de modo que esse possa
estar tranquilo emocionalmente.
15

2.1.1 O Planejamento do Implante

Um implante osseointegrável pode trazer uma série de vantagens ao paciente, desde


que se mantenha um planejamento minucioso. É fundamental a realização de exames
ajustados às condições de vida do paciente, do mesmo modo que se faz necessária uma
anamnese pormenorizada, na procura por mudanças no estado de saúde e os temidos, porém
controláveis, fatores de risco. No que concerne aos exames bioquímicos necessários à
planificação do implante dentário destacam-se os que são comumente solicitados
anteriormente a procedimentos cirúrgicos, como o hemograma completo, os tempos de
coagulação sanguínea e a glicemia, esses são cruciais na detecção de distúrbios que são
contraindicações cirúrgicas para os implantes. Em certas condições, como seria o caso de
pacientes com patologias cardíacas, o eletrocardiograma deverá ser solicitado, bem como a
liberação pelo médico cardiologista acerca do procedimento odontológico (MARTINS et al.,
2011).
Nesse sentido, cirurgias com dispositivos osseointegrados necessitam de exames
imaginológicos, como a radiografia e a tomografia, tanto do tipo panorâmica, como
periapical, essas são de importância para a identificação de distúrbios ósseos capazes de
contraindicar o tratamento com implantes. Do mesmo modo, cabe a avaliação óssea baseada
nas radiografias e estudo clínico, a fim de observar as dimensões de altura e espessura
disponibilizadas para os implantes serem inseridos. Deve-se, ainda, estabelecer a distância de
estruturas chamadas nobres, como é o caso do canal da mandíbula e o seio da maxila, de
forma a reduzir o risco de injúrias no decorrer do procedimento cirúrgico (MARTINS et
al.,2011). Outro exame que contribui para o planejamento da cirurgia é a tomografia
computadorizada, utilizada para sanar dúvidas em relação ao osso disponível para o emprego
dos implantes.
Deve-se analisar o espaço, no plano horizontal e vertical, onde será implantada a
prótese, com atenção para a remodelação durante a cirurgia do suporte ósseo, com vistas a
proporcionar o espaço necessário ao implante, o que permite uma reabilitação mais estética e
funcional. Uma insuficiência de tecido poderá tornar mais difícil o posicionamento acertado
do implante, conforme a necessidade e o plano de tratamento. Quando necessário, é possível
aumentar os tecidos duros e moles, anteriormente ao tratamento, haja vista a necessidade de
oferecer um leito apropriado ao implante consoante aos pré-requisitos planejados. No que
tange à prótese adotada, a partir dos resultados dos modelos criados, o enceramento
16

diagnóstico e os exames de imagem podem ser avaliados os fatores locais, como a conexão
espacial dos arcos, o espaço protético, as dimensões das futuras coroas, a necessidade de uma
agregação de gengiva sintética, a disposição e a quantidade de implantes. Na avaliação extra-
oral, deve-se, ainda, analisar a linha de sorriso, a dimensão vertical e o suporte labial, os quais
podem determinar a escolha da categoria de prótese mais apropriada. Por fim, na avaliação
intra-oral, os tecidos moles, a quantidade e a qualidade do rebordo remanente também são
levadas em consideração no planejamento cirúrgico (SHIBLI, 2013).

2.2 A Osseointegração

Na área da implantodontia, as contribuições de Brånemark, e seus colaboradores,


foram pioneiras na sugestão de um contato imediato o tecido ósseo e o implante. A união
anatômica e fisiológica do osso remodelado e a face do implante foi denominada de
osseointegração (DONATH et al., 2003). Essa descoberta foi uma evolução pois tornou
possível a reabilitação de pacientes com perda parcial ou total de dentes. A osseointegração
pode ser variável conforme a quantidade e a qualidade do contato estabelecido entre o osso e
o implante, além de eventos celulares, tais como a cicatrização, o reparo e a remodelação.
Conforme Hing (2004) o reparo ósseo apresenta uma elevada potencialidade de
restabelecimento e cicatrização, sendo dependente de componentes celulares sanguíneos,
suporte nutricional e estímulos adequados, além de células mesenquimais e fatores de
crescimento. A dinâmica cicatricial óssea em torno dos implantes dentários depende de uma
série consecutiva de acontecimentos celulares e extracelulares, que toma lugar na interface
entre osso e implante, até o ponto em que o implante é completamente envolto com um novo
osso. Tais fenômenos biológicos abrangem a ativação da osteogênese e da cicatrização óssea,
sendo modulada por fatores de crescimento e fatores de diferenciação celular, dependentes do
tecido sanguíneo.
A inclusão de um implante dentário é um distúrbio na estrutura do tecido ósseo
receptor, causando uma injúria, que causa a migração de células sanguíneas que buscam
reparar tal dano, sendo vital que o metal introduzido seja completamente biocompatível, um
atributo fundamental para reduzir o dano causado, criando um mecanismo reparatório
uniforme (MAVROGENIS et al., 2009). Ao longo da intervenção de inserir um implante, a
injúria estimula o reparo do tecido, a região necrosada pelo aquecimento decorrente do
17

preparo do leito receptor é reduzida, uma vez que a primeira fase cicatricial vem com a
retirada da superfície do osso injuriado, em função do aquecimento criado, essa necrose tem
em média 1mm, a qual será removida por osteoclastos, permitindo que seja aposto um osso
novo, primeiramente imaturo e frágil. Durante a remodelação óssea, as células chamadas
osteoblastos, osteoclastos, osteócitos e células mesenquimais multipotentes sanguíneas irão
migrar para o local e se diferenciarão conforme a necessidade e o estímulo recebidos.
Nesse contexto, é importante não haver um hiperaquecimento ósseo, uma vez que
pode formar uma larga área de necrose, o que eleva a atividade dos osteoclastos, abalando a
reabsorção e a formação do tecido ósseo, além de ser preciso a ausência completa de tecido
conjuntivo na interface entre o osso e o implante. Caso tais condições ocorram, ocorre a
formação de fibrose, não havendo, por conseguinte, a osseointegração (MAVROGENIS et al.,
2009). Tais cicatrizações ósseas são dependentes de uma série de situações, algumas
relacionadas ao paciente, outras ao implante, à categoria de dispositivo de reabilitação, às
condições do procedimento, entre outros. Determinar os fatores responsáveis pelo insucesso
pode ser uma tarefa árdua, de onde parte a necessidade de um planejamento detalhado para a
reabilitação oral com implantes, cuja taxa de sucesso permanece ao redor de 90%.
A osseointegração foi descoberta por Per-Ingvar Brånemark, nos anos 1960, e a partir
desse estudo, outros foram conduzidos no sentido de compreender a dinâmica do fenômeno.
Albrektsson e Johansson (2001) observaram que nas primeiras semanas depois de instalado
um implante de titânio usinado, não é visível a osseointegração, em contrapartida, após
noventa dias da intervenção, percebe-se uma elevação relativa no contato direto entre o osso e
o implante, elevando-se a resistência à força de remoção por torque.

2.2.1 Os Fatores de Risco para a Osseointegração

A dinâmica do reparo ósseo é composta por etapas complexas interassociadas, onde


fatores focais ou sistêmicos agem de forma a atrasar ou adiantar o tempo do reparo completo.
As falhas em implantes podem ser precoces ou tardias. Embora pouco claras, as falhas
precoces parecem ser associadas ao gênero, faixa etária, afecções sistêmicas, tabagismo,
classe de edentulismo, local de implante, quantidade e qualidade do tecido ósseo, além do
formato do implante, causando falhas precoce de osseointegração (NOGUEROL et al., 2006).
18

Essas falhas são percebidas logo depois de colocados os implantes no osso, entre poucas
semanas a alguns meses.
As falhas tardias parecem ser decorrentes da perda de osseointegração, estando
associada a pacientes homens, com maior faixa etária, com presença de doenças sistêmicas,
incluindo perda óssea intermediária ou severa (MANOR et al., 2009), incluindo peri-
implantite, sobrecarga oclusal e quebras de implante.
Segundo Tolstunov (2006) a perda tardia de implantes relaciona-se à insuficiência de
controle e conservação destes, sendo a higiene oral um dos maiores contribuintes da
preservação de reabilitação com implantes. A perda de osseointegração pode ser evidenciada
clinicamente por meio da flexibilidade do dispositivo implantado, podendo ser asseverada por
exames de imagem mediante a radiolucência peri-implantar. Misch et al. (2008) destacam que
um implante exitoso é evidenciado pela imobilidade quando da reabertura e início da etapa
protética, pela não observação de radiografia radiolúcida adjacente ao local do dispositivo e
pela ausência de doença inflamatória ou sintomas clínicos associados ao implante.
Observam-se falhas em implantes quando se utilizam implantes com extensão
reduzida, periodontite crônica que não responde ao tratamento, tratamento com radiação em
cabeça e pescoço prévio, instabilidade inicial do dispositivo, torque reduzido de inserção dos
implantes carregados no período imediato ou precoce, adoção de dispositivos de forma
cilíndrica, cirurgiões sem experiência e demais fatores (CHRCANOVIC et al., 2016).

A) Fatores de Risco Relacionados ao Paciente ou Pré-Cirúrgicos

No que tange aos fatores de risco para falhas precoces, estes afetam a dinâmica da
osseointegração, e podem causar a perda do implante. O tabagismo é um fator relevante
quando se trata de falhas de implantes dentários, a nicotina afeta a vasoconstrição periférica,
restringe a tensão de oxigênio, reduz a atividade dos fibroblastos e osteoblastos, delonga a
reparação dos alvéolos de extração, diminui a angiogênese, reduz a funcionalidade de
enxertos ósseos, restringe a cicatrização óssea e a osseointegração (ALMEIDA et al., 2015).
El Askary et al. (1999) evidenciaram um risco duas vezes maior na falha de implantes para
pacientes fumantes, quando comparados aos não fumantes. Os tabagistas são afetados
diretamente pela exposição dos tecidos moles ao cigarro, mediante o desenvolvimento de uma
19

pressão intraoral negativa, o que afeta a capacidade de cicatrização, bem como efeitos
sistêmicos reduzindo a irrigação e a oxigenação tecidual.
O diabetes compromete a microcirculação, a defesa imune e a capacidade inflamatória,
o que afeta a cicatrização e a formação óssea. Altos índices de glicose interferem no
metabolismo do tecido ósseo, diminuindo a densidade mineral, restringindo a criação e a
qualidade microarquitetônica, o que afeta a osseointegração e o êxito do implante, portanto é
vital o controle dessa condição, bem como maio cuidado higiênico e monitoramento mais
frequente (DINIZ, 2016).
A osteoporose é um fator de risco por reduzir a massa óssea e impactar na
remodelação óssea. Os fármacos usados no tratamento da osteoporose afetam a capacidade de
osseointegração, especialmente os à base de bisfosfonatos (SCARDUELLI, 2014). Esse fator
pode ser visto como um contraindicativo relativo ao implante osseointegrável, em função de
ser afetada pela redução da densidade óssea, porém uma melhora considerável pode ser
alcançada pelo planejamento adequado e pela adoção de dispositivos com design que permita
maior área de ancoragem, além da possibilidade de ser aplicado um tratamento superficial que
eleve a densidade e o contato do osso, afora o respeito ao prazo de cicatrização (MISCH et al.,
2008).
Manzano et al. (2016) em uma metanálise ressaltam o tabagismo, o uso de implantes
curtos e a implantação no osso maxilar como associados às falhas precoces. Dewan et al.
(2015) destacam que os sinais clínicos mais frequentes incluem infecção inicial, dor,
sensibilidade, mobilidade visível, exames de imagem indicativos e sons abafados em
percussão. Uma carência de osseointegração é evidenciada por dor, infecção de alta duração,
descamação de tecidos moles, mobilidade, liberação ou fratura de parafuso, sangramento ou
outros. Compreender as complicações possíveis é vital ao longo do planejamento.
Sob uma perspectiva etiológica, implantes muito curtos ocasionam falha em função da
relação adversa entre a raiz e a coroa. Afora isso, não suportam as tensões, causando fraturas
nos componentes do dispositivo. Por sua vez, Telleman et al. (2011) observaram não haver
diferença de falha quando comparados implantes curtos e implantes com extensão igual ou
superior a 10mm, tanto em pacientes com perda total como parcial de dentes. No que tange ao
formato, de Rouck, Collys e Cosyn (2008) alegam que implantes cônicos proporcionam mais
estabilidade primária e quadros clínicos favoráveis quando comparados aos implantes
cilíndricos. Embora tal distinção não tenha sido observada na pesquisa conduzida por
O'Sullivan, Sennerby e Meredith (2004).
20

Doenças como osteomalácia, hiperparatireoidismo, mieloma múltiplo também podem


ser responsáveis por falhas nos implantes (MARTINS et al., 2011). Pessoas com história de
tumores malignos e terapia radioterápica devem receber maior cautela no planejamento dos
implantes, pois a vascularização pode ter sido modificada na zona que foi atingida, havendo
chance de osteoradionecrose. Do mesmo modo, a quimioterapia é uma contraindicação ao
tratamento em função de modificações no metabolismo celular e infecções causadas por
patógenos oportunistas.
A displasia fibrosa é uma condição contraindicada para os implantes dentários, pois
existe a substituição do tecido ósseo normal pelo fibroso, havendo uma lesão extensa que
retira a região cortical e medular por tecido fibroso sem organização. É mais frequente em
costelas e caixa craniana, incluindo a maxila, essa condição impossibilitam completamente a
fixação e a estabilidade inicial do dispositivo. Do mesmo modo, a osteíte deformante ou
doença de Paget, decorre de os osteoblastos e osteoclastos serem anormais, os afetados têm,
em geral, idade superior a 40 anos, sendo o sexo masculino ligeiramente mais acometido que
o feminino. Os ossos da maxila são acometidos em cerca de 20% dos casos, é observável
flexibilidade dos dentes e em exames de imagem, o osso tem aparência de algodão. Não é rara
a ocorrência de fraturas ósseas espontâneas (FADANELLI; STEMMER; BELTRÃO, 2005).
Ainda, cabe salientar pré-cirurgicamente a escolha do tratamento protético reverso, a
criação de guias cirúrgicos, os quais podem permitir o posicionamento mais acertado dos
dispositivos dentários, viabilizando a osseointegração, já que nesse momento seria possível
observar os ângulos no implante, a geometria e a disposição nas zonas de edentulismo, afora o
planejamento biomecânico que distribuirá a força mastigatória. Sem olvidar dos exames de
imagem, incluindo radiografias e tomografias, que permitiram observar se são necessárias
intervenções prévias no receptor mediante os enxertos ósseos (AMOROSO et al., 2012).

B) Fatores de Risco Trans-Cirúrgicos

A medicação profilática no implante é um dos precitos fundamentais que afetam o


sucesso do procedimento. Infecções cruzadas causam a falha da osseointegração em
implantes, e o uso de antibióticos é uma práxis coadjuvante que minimiza a contaminação
bacteriana no local da cirurgia, especialmente para pessoas com história de periodontite
(MONTEIRO; BOTELHO; PIMENTEL NETO, 2005).
21

Por sua vez, Ramalho-Ferreira et al. (2010) destacam que é importante evitar o
hiperaquecimento ósseo na etapa de fresagem e introdução do implante, pois eleva a
superfície necrótica no osso, dificultando o metabolismo de reabsorção e neoformação óssea,
os quais são inerentes à osseointegração. Pode-se evitar o superaquecimento pela maior
irrigação e maior capacitação técnica durante a execução da perfuração e inserção do
implante.
Além disso, Martins et al. (2011) asseveram que um dos indicativos de êxito de
osseointegração poderia ser a estabilidade primária, alcançada pela inclusão do implante com
a minoração da micro-movimentação estabelecida na estrutura óssea receptora e no
dispositivo dentário, embora não seja um requisito da osseointegração, mas um fator
coadjuvante de relevância.
O procedimento cirúrgico pode ser afetado, ainda, pela habilidade do cirurgião.
Aparentemente, operadores pouco habilidosos têm maior chance de perder implantes,
especialmente no que concerne às falhas precoces. Destarte, Manor et al. (2009) salientam
que tal fator não afetaria os resultados do tratamento, não havendo uma associação
significativa entre a experiência do cirurgião e os índices de êxito dos implantes.
A deficiência de estabilidade primária pode ser uma intercorrência cirúrgica, devendo
ser tratada no decorrer da intervenção cirúrgica. Manter um implante sem estabilidade
primária no local em que foi instalado ocasiona a criação de um envoltório macio ao redor do
dispositivo, levando a falhas (PAPASPYRIDAKOS et al., 2012).

C) Fatores de Risco Pós-Cirúrgicos

O período pós-cirurgia de osso mandibular perdura por aproximadamente quatro


meses e de maxilar por seis meses, antes de exercer a função mastigatória, embora possa
haver uma variação conforme as propriedades das estruturas ósseas individuais. A maxila é
mais porosa e apresenta uma menor centralização de osso cortical, quando comparada à
mandíbula. O tempo de cuidado é uma questão vital ao êxito da osseointegração, exceto para
o protocolo de carga imediata, consoante a indicação do planejamento (FAVERANI et al.,
2011).
Durante o período pós-cirúrgico não deve haver presença de exsudado, dor durante a
percussão e palpação, mobilidade do implante, sangramento ou radiolucidez em exame de
22

imagem, qualquer desses sinais, seja no período imediato ou tardio, denota falha de
osseointegração. Ainda, a deiscência ou abertura do corte cirúrgico e a infecção bacteriana no
local são preocupantes, de onde cabe a orientação do paciente acerca de acatar a medicação e
a higiene para alcançar a osseointegração almejada (RAMALHO-FERREIRA et al., 2010).
Nesse sentido, Fardin et al. (2010) ressaltam que enxertos, seja alógeno ou autógeno,
podem desencadear respostas imunológicas, formando fibroses e não a formação de osso;
afora isso, o material deverá ser biocompatível ou biotolerável, além de indutor, condutor e
estimulador de tecido ósseo. A passagem para um novo tecido ósseo gira ao redor de oito a
seis meses, consoante os fabricantes, portanto esse corpo estranho permanecerá no organismo,
devendo ser esterilizado, hidrofílico, financeiramente viável e não agir como substrato para
patógenos, além de não ser carcinogênico ou teratogênico. Tais características em conjunto
são muito difíceis de serem obtidas. Fadanelli, Stemmer e Beltrão (2005) salientam que
enxertos ósseos intra-orais são uma opção para pessoas sem zona óssea disponível para o
implante ser colocado, embora exista um maior coeficiente de falhas em tal região.
A peri-implantite é um evento inflamatório que ataca os tecidos vizinhos de um
implante, causando a perda do osso que o sustenta; a mucosite seria uma inflamação
reversível que ataca tecidos moles peri-implantares, ambas evidenciam biofilme (MOY et al.,
2005). Na peri-implantite, o biofilme bacteriano e as cargas oclusais em excesso são os
fatores causais, sendo uma condição inconversível. Nesse ínterim, implantes em pessoas com
história de doença periodontal não possui contraindicação, embora o risco de peri-implantite
deva ser considerado. Nesses casos, a profilaxia antibiótica pode ser uma ação exitosa, cabe
salientar o risco de contaminação do implante pelo fabricante, pelo operador durante a
instrumentação, pelo contato com a microbiota bucal ou pelas luvas usadas (SERRÃO et al.,
2010).
O torque não é um fator isolado na osseointegração, embora possa ocasionar perda de
implantes, implantes com mobilidade e instabilidade primária podem atingir altos coeficientes
de sucesso se alcançam a osseointegração (MARTINS et al., 2011). Ainda, a lâmina própria
gengival se insere no osso alveolar via periósteo, e toda a região da superfície do implante
deve apresentar apoio periodontal, podendo ser colonizada por biofilme da microbiota. Uma
região adequada de mucosa com queratina em torno das próteses pode ser crítica a longo
prazo, pois sela a região peri-implantar, além de criar um amparo mecânico contra a
mobilidade dos tecidos moles.
Também, reabsorções e malformações ósseas podem levar ao insucesso dos implantes,
podendo ocorrer em ossos maxilares e mandibulares com grave reabsorção, ou em áreas com
23

quantidade diminuída de osso. Um volume ósseo diminuto pode levar a fenestras no implante,
reduzindo a estabilidade de início e elevando as chances de infecção. Assim, deve-se analisar
detalhadamente os cenários do sítio cirúrgico, podendo ser necessário um enxerto ósseo
prévio (VEHEMENTE et al., 2002).
Costa, Aras e Chitre (2014) destacam que a elevação da força sobre o implante pode
levar à sua quebra. Basicamente, uma carga em excesso no implante único pode ocasionar sua
fratura, assim como o desajuste do dispositivo pode ocasionar uma tensão contínua, levando
ao afrouxamento ou quebra do parafuso. O bruxismo é uma condição que causa carga
excessiva em reabilitações protéticas, causando fraturas ou perda óssea nas margens do
dispositivo implantado, ambos característicos da falha dos implantes. As falhas podem ser
resultantes de uma falha inicial que leva a outras e novas falhas no mesmo paciente.

2.3 As Bases Biológicas da Osseointegração

Os mecanismos biológicos que constituem o evento osseointegrativo dos implantes


dentários permite ao clínico optar pelos modelos mais adequados aos seus pacientes, bem
como reconhecer os distúrbios que eventualmente surgirão depois de implantados. O processo
de osseointegração é definido para delinear a ancoragem de um implante do tipo endósseo,
satisfatório no suporte das cargas fisiológicas. No que concerne ao dispositivo implantado, a
osseointegração é crucial ao êxito clínico, não obstante para compreender detalhadamente tais
mecanismos é vital entender o processo fisiológico da osteogênese ou formação óssea em
situações de regeneração e de remodelação óssea (SHIBLI, 2013).
Uma vez que os implantes se inserem no tecido ósseo, uma forma de abordar a
osseointegração traz tal evento como parte integrante do mecanismo associado ao reparo após
danos ósseos. Com efeito, diversos estudos determinaram similitudes entre a reparação peri-
implantar endóssea e o reparo de fraturas ósseas (KUZYK; SCHEMITSCH; DAVIES, 2010).
Tal ação tecidual se fundamenta na reparação fisiológica de tecidos vivos, com ativação da
cascata da coagulação sanguínea no local do dano, a gênese de vasos sanguíneos e a ação das
células perivasculares que agem como células mesenquimais pluripotentes.
A osseointegração inicia a contar do contato do sangue com o implante, formando-se
um coágulo nos sítios livres localizados na linha de perfuração e no material. O fibrinogênio
do sangue se aposta sobre o material do implante, por exemplo o titânio, o que permite o
24

contato das plaquetas com a superfície, a degranulação plaquetária disponibiliza fatores de


crescimento e solicitam células mesenquimais. Enquanto se forma o coágulo, forma-se a rede
de fibrina. Células osteogênicas distinguem a superfície do implante e diferenciam-se em
osteoblastos, que secretam matriz com osteopontina e sialoproteína, que são mineralizadas. A
aposição cria um osso tramado, reconhecido pela desorganização das fibras colágenas
mineralizadas. Após, osteoblastos incluem-se na matriz óssea e são diferenciados em
osteócitos. Depois das fases de amadurecimento ósseo do osso de Havers, numa disposição
concêntrica, os atributos mecânicos são aumentados (SHIBLI, 2013). Ao remover o segmento
injuriado se dá início à remodelação óssea, a qual pode não ser rápida, levando em média
dezoito semanas, conquanto o tecido não vital seja retirado e em seu lugar se aposta um osso
imaturo, este se calcifica e se torna um tecido maduro trabecular, preenchendo os espaços
entre o osso e o implante, sendo mais resistente à mastigação.
Uma proposta alternativa fundamenta-se na reparação homeostática dos tecidos,
conforme o mecanismo de uma resposta imune contra o implante (TRINDADE;
ALBREKTSSON; WENNERBERG, 2015). As interações que principiam entre o tecido
sanguíneo e a superfície do implante são comuns à perspectiva de reparo e de reação imune,
porém, as explicações divergem no que tange à resposta inflamatória do tipo aguda. Essa é
ocasionada pelo dano cirúrgico sobre o tecido, desencadeando uma complexa resposta
imunológica adaptativa que resulta em um reparo rápido da injúria, mesmo se presente um
processo infeccioso. Destarte, um processo inflamatório agudo ainda pode se transformar em
uma resposta crônica, com o recrutamento de células especializadas (McNALLY;
ANDERSON, 2011). É comum a formação de uma cápsula fibrosa em torno do corpo
estranho, o que poderia ocorrer com o implante pelo tecido ósseo, porém cabe a consideração
de estarem presentes células gigantes direcionadas a corpos estranhos no meio, indicando um
processo de rejeição por parte do organismo contra o implante.
Cabe ressaltar que a integração do implante endósseo poderia ser resultante de um
reparo fisiológico, resultando na restauração da homeostasia do organismo, ou de uma
investida do corpo em sequestrar ou repelir um corpo estranho. É fato que a primeira
perspectiva é a mais aceitável, em função de ser a mais plausível, não obstante se encontrar na
definição de Raghavendra, Wood e Taylor (2005) ilustrando a passagem da estabilidade
primeira e segunda de um implante dentário na dinâmica de osseointegração.
25

2.3.1 A Remodelação Óssea

Cabem ser citados dois conceitos sobre o acontecimento da remodelação óssea,


importantes na dinâmica de osseointegração. Um se relaciona à topografia superficial do osso
remanescente depois de reabsorvido pelos osteoclastos. Tal topografia admite um formato em
três dimensões em três estágios: sub-micrométrico, concebida pela superfície do osso exposto
depois de desmineralizadas as fibras colágenas dispostas em diversos planos; micrométrico,
determinada por lacunas de Howship; e micrométrico grosseiro, simulada pela profundidade
reabsorvível da superfície do osso por osteoclastos e pela variedade tridimensional de tal
superfície (DAVIES, 2014). Em relação ao segundo conceito, faz-se referência às células
osteogênicas, as quais se diferenciarão em osteoblastos e secretarão matriz óssea acima do
implante ao longo da osteogênese por conexão. A célula osteogênica é produzida pelos
pericitos, em torno das divisões dos vasos sanguíneos que se acumulam nas zonas de
remodelação óssea, ou na zona peri-implantar ao longo da reparação. Crisan et al. (2008)
observaram que células perivasculares são uma fonte universal de células mesenquimáticas de
qualquer órgão do corpo. É sabido que tais células se espalham pela zona peri-implantar a fim
de ocupar a superfície implantar, diferenciando-se e elaborando uma matriz óssea nova. De
maneira análoga, as células perivasculares são guiadas da parede de vasos sanguíneos no
canal de Haver para o plano do túnel de reabsorção óssea, a fim de criar um novo osso lamelar
na dinâmica fisiológica de remodelação.
A osseointegração poderia ser subdividida em três etapas: osteocondução, formação
óssea e remodelação óssea. A osteocondução é determinada como o recrutamento e a
transmigração de células osteogênicas para o implante. Esse é um processo fisiológico de
remodelação óssea, baseado nas células perivasculares que são direcionadas dos vasos
sanguíneos novos à superfície óssea assente pelos osteoclastos, diferenciando-se somente pela
presença da coagulação sanguínea. Assim, a angiogênese antecede a osteogênese, já que em
sua ausência, as células osteogênicas não poderiam ser conduzidas aos locais de reparação ou
remodelação. Conforme as células perivasculares se direcionam à superfície implantar pela
osteocondução, diferenciam-se e passam a secretar matriz sobre o implante (SHIBLI, 2013).
Cabe salientar que é preciso um período de alguns dias para que as células
osteogênicas cheguem até o implante, e tal superfície é afetada por alterações moleculares por
meio de proteínas adsorvidas do soro e da ação de inúmeras células sanguíneas. Não obstante,
a composição superficial do implante é drasticamente distinta da aplicada antes do
26

procedimento cirúrgico. O osso é constituído por uma matriz extracelular com minerais,
colágeno e osteócitos, os osteoblastos, anteriormente a serem completamente diferenciados,
secretam a matriz extracelular mineralizada sem colágeno ou a ‘linha cementante’ que se
encontra na interface entre o osso velho ou reabsorvido e o osso novo, na contínua e natural
remodelação óssea. Células osteogênicas da linha cementante passam a secretar proteínas na
matriz extracelular que se espalham pelas descontinuidades superficiais e são mineralizadas.
O colágeno das fibras adere-se à linha cementante formando uma interface entre o tecido
velho e o novo. Condição similar se dá na superfície do implante que mostra áreas de
retenção, as quais são mineralizadas, pela linha cementante altamente aderida à superfície,
delimitando a adesão óssea (DAVIES, 2007). Cabe salientar que tal interface inerente à
remodelação óssea ou do implante assume uma extensão nanométrica, não suficiente para
suportar as cargas funcionais. Com efeito, as linhas cementantes são interfaces frágeis e a
força biomecânica deriva da estrutura em três dimensões das fibras de colágeno
mineralizadas.
A osseointegração poderia ser entendida como um processo de ancoragem fisiológica
de um implante ao tecido ósseo. É fato que a ancoragem determina a resistência do implante
endósseo contra sua retirada, imaginar-se-ia que descontinuidades de tamanho e forma
variadas localizadas na superfície do implante, permitindo depositar-se o tecido ósseo
internamente, oferecendo certa resistência à remoção por tração ou tensão. Caso um implante
apresente poros de tamanho maior na superfície, o crescimento ósseo interno traria resistência
de ancoragem maior que a resistência quanto á sua a remoção na ausência de tais poros. Para
a remoção desse primeiro implante, o tecido ósseo tende a sofrer fratura na proximidade mais
externa dos poros, opostamente à separação da interface direta entre osso e implante, essa
condição não depende da adesão do tecido ósseo à superfície do implante. Não obstante,
esforços de remoção de implantes causam fraturas no osso maxilar, per se, e não em sua
interface (BRÅNEMARK, 1983).
A ancoragem difere da adesão, haja vista a adesão fazer referência à interface contínua
entre o osso e o implante, conquanto a ancoragem óssea, sob cargas funcionais, determina-se
por atributos topográficos da área do implante em uma escala maior. Nos últimos anos, resta
evidente que ao contorno superficial do implante provoca um efeito relevante no reparo peri-
implantar e ancoragem óssea. Esses contornos, em escala nano e micrométrica, exercem efeito
nas primeiras fases do reparo peri-implantar. Buser et al. (1991) contribuíram com a literatura
ao afirmarem que superfícies rugosas tendem a aumentar a deposição óssea, quando
comparadas a superfícies polidas ou pouco trabalhadas.
27

Inúmeros trabalhos foram conduzidos para caracterizar a superfície dos implantes por
meio de metodologias que ofertam parâmetros estatísticos de comparação de rugosidade.
Embora a rugosidade superficial do implante afete a força de ruptura do tecido ósseo, não
explicam as estruturas biológicas associadas à ancoragem óssea. Contudo, a topografia
superficial do implante é claramente importante, haja vista os fabricantes modificarem os
desenhos superficiais para tornar mais célere o reparo peri-implantar e aumentar a ancoragem
óssea (GOTFREDSEN; BERGLUNDH; LINDHE, 2000).

2.3.2 A Restauração da Homeostasia

A restauração da homeostasia considera a dinâmica do reparo peri-implantar endósseo


como a recuperação de uma nova harmonia tecidual: homeostasia. Existem inúmeros indícios
quanto às ciências naturais no que se refere aos eventos que restauram a homeostasia de
espaços, os quais podem ser trabalhados por modelos matemáticos e curvas assintóticas. Não
obstante, a premissa genérica defende que uma elevação na medida de um fator causa a
elevação exponencial até o platô ser alcançado. Nesse modelo, a constante de tempo é um
elemento importante e bastante utilizado em farmacocinética e neurociência. Quando essa
teoria se aplica à osseointegração, não há dúvida de que esse processo restaura a homeostasia,
pois conquanto progride a reparação óssea, alcança-se o equilíbrio. Ao se avaliar testes
mecânicos de avaliação de ancoragem de implantes em tecido ósseo, uma maior ancoragem
mediante o tempo segue uma dinâmica de curva exponencial e alcança o platô, a qual pode ser
alterada pela categoria de tecido ósseo e microarquitetura, ou seja, pode ser diferente entre
animais e humanos, e entre osso lamelar e trabecular. Não obstante, o tempo parece não
depender da metodologia, e sim do contorno superficial do implante, pois ao se comparar um
implante nanotexturizado com um microtexturizado, o tempo do primeiro é significativamente
menor que o segundo, apontando que a superfície com uma topografia nanométrica provoca
uma elevação importante no índice de osseointegração. Cabe salientar que com o evoluir do
tempo, ambos alcançam o mesmo estado de equilíbrio e platô (LIDDELL; AJAMI; DAVIES,
2017).
Mendes e Davies (2016) propõem dois preceitos críticos, ‘C’ e ‘t’, considerando que
um valor elevado de C identifica uma ancoragem forte entre implante e o osso, e quanto
menor o valor de t, mais rápida tal ancoragem. Isto posto, o valor de ‘Tau’ representa o índice
28

de osseointegração do implante, em virtude de tal parâmetro, estimado em função de


experimentos, permite dados acerca da potencialidade de osseointegração superficial do
implante, e tendo em vista que t é depende do desenho superficial, Tau emerge como o
principal parâmetro matemático a ser usado na medição do potencial de osseointegração de
implantes para distintas topografias.
É fato que existe um amplo conhecimento sobre os fundamentos biológicos da
osseointegração, baseado na remodelação óssea fisiológica e na interface complexa atribuída
ao osso remanescente e neoformado. Cabe salientar que as questões mais relevantes da
osseointegração se dão anteriormente à formação do osso, ou na dimensão métrica que não
pode ser acessada por procedimentos de última geração. Isto posto, entender a biologia óssea
da osseointegração não apenas permite uma avaliação mais racional acerca dos desenhos
superficiais dos implantes mais acertados para cada paciente, como ainda possibilita
compreender as dificuldades surgidas depois de implantados no tecido ósseo (MENDES;
DAVIES, 2016).
29

3 DISCUSSÃO

A Osseointegração é um processo de ancoragem fisiológica de um implante ao tecido


ósseo. (BRÅNEMARK, 1983) e é crucial ao êxito clínico, não obstante para compreender
detalhadamente tais mecanismos é vital entender o processo fisiológico da osteogênese ou
formação óssea em situações de regeneração e de remodelação óssea..
A Osseointegração pode ser dividida em três etapas: osteocondução, formação óssea e
remodelação óssea. A osteocondução é determinada como o recrutamento e a transmigração
de células osteogênicas para o implante. Esse é um processo fisiológico de remodelação
óssea, baseado nas células perivasculares que são direcionadas dos vasos sanguíneos novos à
superfície óssea assente pelos osteoclastos, diferenciando-se somente pela presença da
coagulação sanguínea. Assim, a angiogênese antecede a osteogênese, já que em sua ausência,
as células osteogênicas não poderiam ser conduzidas aos locais de reparação ou remodelação.
Conforme as células perivasculares se direcionam à superfície implantar pela osteocondução,
diferenciam-se e passam a secretar matriz sobre o implante (SHIBLI, 2013).
Davies, 2007, ressalta que é preciso um período de alguns dias para que as células
osteogênicas cheguem até o implante, e tal superfície é afetada por alterações moleculares por
meio de proteínas adsorvidas do soro e da ação de inúmeras células sanguíneas e que as
células osteogênicas da linha cementante passam a secretar proteínas na matriz extracelular
que se espalham pelas descontinuidades superficiais e são mineralizadas. O colágeno das
fibras adere-se à linha cementante formando uma interface entre o tecido velho e o novo.
Condição similar se dá na superfície do implante que mostra áreas de retenção, as quais são
mineralizadas, pela linha cementante altamente aderida à superfície, delimitando a adesão
óssea, porém tal interface inerente à remodelação óssea ou do implante assume uma extensão
nanométrica, não suficiente para suportar as cargas funcionais, as linhas cementantes são
interfaces frágeis e a força biomecânica deriva da estrutura em três dimensões das fibras de
colágeno mineralizadas e Buser et al. (1991) contribuíram com a literatura ao afirmarem que
superfícies rugosas tendem a aumentar a deposição óssea, quando comparadas a superfícies
polidas ou pouco trabalhadas.
LIDDELL; AJAMI; DAVIES, 2017, compararam o implante nanotexturizado com um
microtexturizado e observaram que o tempo do primeiro é significativamente menor que o
segundo, apontando que a superfície com uma topografia nanométrica provoca uma elevação
importante no índice de osseointegração. as questões mais relevantes da osseointegração se
30

dão anteriormente à formação do osso, ou na dimensão métrica que não pode ser acessada por
procedimentos de última geração. Portanto, entender a biologia óssea da osseointegração não
apenas permite uma avaliação mais racional acerca dos desenhos superficiais dos implantes
mais acertados para cada paciente, como ainda possibilita compreender as dificuldades
surgidas depois de implantados no tecido ósseo (MENDES; DAVIES, 2016).
31

4 CONCLUSÃO

Implantes dentários revolucionaram a odontologia contemporânea no tratamento de


pacientes parcial ou totalmente edêntulos.
O êxito da osseointegração depende de um período para que as células osteogênicas
cheguem até o implante, e tal superfície é afetada por alterações moleculares por meio de
proteínas absorvidas do soro e da ação de inúmeras células sanguíneas.
É de fundamental importância a atenção com o processo de homeostasia, pois a
reparação óssea alcança o equilíbrio com o tempo dado para que a superfície adquira e
reequilíbrio necessário para a ancoragem do implante
Portanto para que o osso humano suporte um implante com sucesso, será necessário
compreender que todas as etapas de reparação devem ser respeitadas, incluindo o tempo para
a Homeostasia, texturização dos materiais e condições de saúde do paciente.
32

5 METODOLOGIA

A metodologia adotada no presente estudo foi a de revisão bibliográfica narrativa.


Segundo Vianna (2001), toda e qualquer classificação é realizada mediante critérios, e no que
tange às pesquisas, é frequente classificá-la conforme os objetivos. Desse modo, pode-se
observar pesquisas descritivas, exploratórias e explicativas. Consoante Lakatos e Marconi
(2017) a pesquisa científica é um processo investigativo onde se intenta descobrir associações
entre os fatos, sendo o objetivo de uma pesquisa exploratória familiarizar-se com um assunto
ainda pouco conhecido, pouco explorado. Os autores salientam que, “[...] como focaliza sua
atenção no específico, no peculiar, seu interesse não é explicar, mas compreender os
fenômenos que estuda dentro do contexto em que aparecem” (LAKATOS; MARCONI, 2017,
p. 299). A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em referências
teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca também, conhecer e
analisar conteúdos científicos sobre determinado tema (MARTINS; PINTO, 2001).
A pesquisa qualitativa demanda uma análise relacionada ao contexto do objeto, onde
não se descarta a subjetividade do pesquisador, ou seja, os métodos qualitativos entendem a
comunicação do pesquisador com o estudo como um elemento explícito da interpretação. O
método narrativo não estabelece uma estratégia rígida e reprodutível sobre os dados
(VOSGERAU; ROMANOWSKI, 2014), embora o parâmetro para incluir as publicações
tenha sido definido pelas expressões no título, descritores ou resumo, além de intervalos
temporais mais recentes. Procedeu-se à leitura de títulos e resumos, após a leitura integral dos
textos; a contar desta etapa, analisou-se a fundamentação teórica, as características gerais e os
objetivos.
A revisão narrativa ou exploratória conta, primordialmente, com a percepção do
pesquisador quanto à acepção dos parâmetros de busca e triagem de textos publicados
(CORDEIRO; OLIVEIRA; RENTERIA; GUIMARÃES, 2007). Conforme Rother (2007), a
revisão narrativa são método ideais para a descrição e discussão do chamado ‘estado da arte’
de um tópico, considerando a perspectiva teórica ou conceitual; sob a avaliação crítica do
autor. Apesar de apresentar uma força reduzida quanto à reprodução metodológica,
contribuem com o debate, suscitando questões e permitindo atualizar o conhecimento em um
reduzido espaço de tempo.
No presente estudo estabeleceram-se como critérios para a elegibilidade, relatos de
experiências, teses, dissertações, monografias e anais de congressos, com prioridade para as
33

experiências nacionais, além de leis e portarias; preferencialmente nos últimos dez anos, com
exceção dada para os textos considerados indispensáveis.
Em suma, o método da revisão narrativa pretende reunir e concentrar o saber científico
produzido acerca do assunto, permitindo-se identificar as evidências publicadas que,
consoante Cordeiro et al. (2007), mantém uma temática mais ampla, em função da questão de
pesquisa, sem a necessidade de protocolos rígidos, havendo a intervenção subjetiva do
pesquisador.
34

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBREKTSSON, T; JOHANSSON, C. Osteoinduction, osteoconduction and


osseointegration. Eur. Spine. J., v. 10, suppl. 2, p. S96-10, 2001. DOI:
10.1007/s005860100282.

ALMEIDA, Juliano M.; Influência do fumo na osseointegração dos implantes de titânio.


Braz. J. Periodontol., v. 25, n. 3, 2015.

ALVES, Luciana M. N.; Complicações em Implantodontia: revisão de literatura. Journal of


Orofacial Investigation, v. 4, n. 1, p. 20-29, 2017.

BRÅNEMARK, Per-Ingvar. Osseointegration and its experimental background. J. Prosthet.


Dent., v. 50, n. 3, p. 399-410, 1983. DOI: https://doi.org/10.1016/S0022-3913(83)80101-2.

BUHARA, Oguz; PEHLIVAN, Salahi. Estimating the Importance of Significant Risk Factors
for Early Dental Implant Failure: A Monte Carlo Simulation. International Journal of Oral
& Maxillofacial Implants, v. 33, n. 1, p. 161-168, jan., 2018.

CAMPOS, Luis Eduardo C.; ROCHA JÚNIOR, Hernado V. da. Osseointegração, ontem e
hoje: perspectivas futuras. Revista da AcBO, v. 1, n. 2, 2013. ISSN: 2316-7262.

CASADO, Priscila Ladeira; Tratamento das doenças peri-implantares: experiências passadas


e perspectivas futuras. Uma revisão de literatura. Braz. J. Periodontol., v. 21, n.2, p. 25-35,
2011.

CHRCANOVIC, B. R.; Factors influencing early dental implant failures. J. Dent. Res., v. 95,
p. 995-1002, 2016. DOI: 10.1177/0022034516646098.

COSTA, Godwin C; ARAS, Meena; CHITRE, Vidya. Failure in dental implants. Adv. Dentl.
Med. Sci., v. 2, p. 68-81, 2014.

CRISAN, Mihaela; A perivascular origin for mesenchymal stem cells in multiple human
organs. Cell Stem Cell, v. 3, n. 3, p. 301-13, 2008.

DAVARPANAH, Mithridade; Manual de Implantodontia Clínica. Porto Alegre-RS:


Artmed, 2013. 536 p. ISBN: 9788536327327.

DAVIES, John E. (2014). Basic biology of osseontegration.

DE ROUCK, Tim; COLLYS, Kristaan; COSYN, Jan. Immediate single-tooth implants in the
anterior maxilla: a 1-year case cohort study on hard and soft tissue response. J. Clin.
Periodontol., v. 35, p. 649-657, 2008. DOI: 10.1111/j.1600-051X.2008.01235.x.

DENTZ, Dâmaris Cesco Von; Osseointegração em implantes. Uceff, v. 8, n. 2, p. 28-37,


2018. ISSN: 2358-9221.

DEWAN, Smriti Kapur; Journal of Dental Implants, v. 5, n. 1, p. 53-59, jan.-jun., 2015.


35

DINIZ, Danielle R. Osseointegração em pacientes diabéticos. 2016. Monografia


(Graduação em Odontologia) - Faculdade de Pindamonhangaba. São Paulo, 2016.

DONATH, K.; Manual de Implantodontia Clínica. Porto Alegre-RS: Artmed, 2003.

EL ASKARY, A. S.; Why do dental implants fail? Part I. Implant. Dent., v. 8, n. 2, p. 173-
83, 1999.

FADANELLI, Alexandro B.; STEMMER, Ana Carolina; BELTRÃO, Falha prematura em


implantes orais: Revista Odonto Ciência – Fac. Odonto/PUCRS, Porto Alegre-RS, v. 20, n.
48, abr./jun. 2005.

FAVERANI, Leonardo Peres; Implantes osseointegrados: evolução e sucesso. Salusvita, v.


30, n. 1, p. 47-58, 2011.

GOTFREDSEN, K.; BERGLUNDH, T.; LINDHE, J. Anchorage of titanium implants with


different surface characteristics: an experimental study in rabbits. Clin. Implant. Dent. Relat.
Res., v. 2, n. 3, p. 120-8, 2000. DOI: 10.1111/j.1708-8208.2000.tb00002.x.

HING, Karin A. Bone repair in the twenty–first century: biology, chemistry or engineering?
Philosophical Transactions of the Royal Society of London A: Mathematical, Physical
and Engineering Sciences, v. 362, n. 1825, p. 2821-2850, 2004.

KUZYK, Paul R. T.; SCHEMITSCH, Emil H.; DAVIES, John E. A biodegradable scaffold
for the treatment of a diaphyseal bone defect of the tibia. J. Orthop. Res., v. 28, n. 4, p. 474-
80, 2010. DOI: 10.1002/JOR.21005.

LIDDELL, Robert; AJAMI, Elnaz; DAVIES, John E. Tau (t): A New Parameter to Assess the
Osseointegration Potential of an Implant Surface. The International Journal of Oral &
Maxillofacial Implants, v. 32, n. 1, p. 102-112, 2017. DOI: 10.11607/jomi.4746.

LUCIANO, Aline Alves; A retrospective clinical trial of the early success rate of
osseointegrated implants. Dental Press Implantology, v. 7, n. 3, p. 76-83, jul., 2013.

MANOR, Yifat; Characteristics of early versus late implant failure: a retrospective study. J.
Oral. Maxillofac. Surg., v. 67, n. 12, p. 2649-52, 2009. DOI: 10.1016/j.joms.2009.07.050.

MANZANO, Guillermo; Risk factors in early implant failure: A meta-analysis. Implant.


Dent., v. 25, p. 272-280, 2016. DOI: 10.1097/ID.0000000000000386.

MARTINS, Vinícius; Osseointegração: análise de fatores clínicos de sucesso e insucesso.


Revista Odontológica de Araçatuba, v. 32, n. 1, p. 26-31, jan.-jun., 2011.

MAVROGENIS, A. F.; Biology of implant osseointegration. J. Musculoskelet. Neuronal


Interact., v. 9, n. 2, p. 61-71, 2009.

MCNALLY, Amy K.; ANDERSON, James M. Macrophage fusion and multinucleated giant
cells of inflammation. Adv. Exp. Med. Biol., v. 713, p. 97-111, 2011. DOI: 10.1007/978-94-
007-0763-4_7.
36

MENDES, Vanessa; DAVIES, John. Uma nova perspectiva sobre a biologia da


osseointegração. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., v. 70, n. 2, p. 166-71, 2016.

MISCH, Carl E. Implantes Dentários Contemporâneos. São Paulo: L Santos, 2009. ISBN-
10: 8535230882. ISBN-13: 978-8535230888.

MISCH, Carl E.; Implant success, survival, and failure: the International Congress of Oral
Implantologists (ICOI) Pisa Consensus Conference. Implant Dentistry, v. 17, n. 1, p. 5-9,
2008.

MONTEIRO, A. C. C.; BOTELHO, M. R.; PIMENTEL NETO, G. S. A profilaxia antibiótica


de curta duração na cirurgia de instalação de implantes dentários osseointegrados. Rev. Naval
Odont., v. 32, 2005.

MOY, Peter K.; Dental implant failure rates and associated risk factores. Int. J. Oral
Maxillofac. Implants., Philadelphia, v. 20, n. 4, p. 569-77, jul.-aug., 2005.

NOGUEROL, Blas; Early implant failure. Prognostic capacity of Periotest: retrospective


study of a large sample. Clin. Oral Implants. Res., v. 17, n. 4, p. 459-64, 2006. DOI:
10.1111/j.1600-0501.2006.01250.x.

OLMEDO-GAYA, Maris V.; Risk factors associated with early implant failure: A 5-year
retrospective clinical study. J. Prosthet. Dent., v. 115, p. 150-155, 2016. DOI:
10.1016/j.prosdent.2015.07.020.

O'SULLIVAN, Dominique; SENNERBY, Lars; MEREDITH, Neil. Influence of implant


taper on the primary and secondary stability of osseointegrated titanium implants. Clin. Oral
Implants. Res., v. 15, p. 474-480, 2004. DOI: 10.1111/j.1600-0501.2004.01041.x.

PAPASPYRIDAKOS, P.; Success criteria in implant dentistry: a systematic review. J. Dent.


Res., v. 91, n. 3, p. 242-8, 2012. DOI: 10.1177/0022034511431252.

RAGHAVENDRA, Sangeetha; WOOD, Marjorie C.; TAYLOR, Thomas D. Early wound


healing around endosseous implants: a review of the literature. Int. J. Oral. Maxillofac.
Implants., v. 20, n. 3, p. 425-31, 2005.

RAMALHO-FERREIRA, Gabriel; FAVERANI, Leonardo Perez; Complicações na


reabilitação bucal com implantes osseointegráveis. Revista Odontológica de Araçatuba, v.
31, n. 1, p. 51-55, 2010.

SCARDUELI, Cássio R. Utilização sistêmica de estrôncio não radioativo como


potencializador da osseointegração de implantes. 2014. 76 f. Dissertação (Mestrado em
Odontologia) - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho. Araraquara, 2014.

SERRÃO, Caroline R.; Avaliação do sucesso de implantes de superfície tratada comparados


com superfície lisa em maxilas enxertadas e não enxertadas: estudo retrospectivo Bauru/SP.
Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v. 12, n. 1, p. 34-39, 2010.
37

SHIBLI, Jamil Awad. Implantodontia Clínica Baseada em Evidência Científica. São


Paulo: Quintessence, 2013. 312 p. ISBN-10: 8578890280. ISBN-13: 978-8578890285.
TELLEMAN, Gerdien; A systematic review of the prognosis of short (<10 mm) dental
implants placed in the partially edentulous patient. J. Clin. Periodontol., v. 38, p. 667-676,
2011. DOI: 10.1111/j.1600-051X.2011.01736.x.

TOLSTUNOV, Len. Dental implant success-failure analysis: a concept of implant


vulnerability. Implant. Dent., v. 15, n. 4, p. 341-6, 2006. DOI:
10.1097/01.id.0000239333.24384.5d.

TRINDADE, Ricardo; ALBREKTSSON, Tomas; WENNERBERG, Ann. Current concepts


for the biological basis of dental implants: foreign body equilibrium and osseointegration
dynamics. Oral Maxillofac. Surg. Clin. North. Am., v. 27, n. 2, p. 175-83, 2015. DOI:
10.1016/j.coms.2015.01.004.

VEHEMENTE, Valerie; Risk factors affecting dental implant survival. J. Oral. Implantol.,
v. 28, n. 2, p. 74-81, 2002. DOI: 10.1563/1548-1336(2002)028<0074:RFADIS>2.3.CO;2.
38

Você também pode gostar