Antropologia Filosófica

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Prof. Esp. Raimundo Pereira de Sousa

Ementa: No decurso da História, o homem elaborou muitas autoimagens, mas


três predominam no Ocidente: a) a filosófica, que, desde os antigos gregos, o
caracteriza como “animal racional”; b) a teológica, que, na tradição judaico-
cristã, o descreve como “imagem de Deus”; c) a científico-biológica, a mais
recente, que o define como produto de uma evolução biológica. Nesse sentido,
este curso tem como objetivo tratar das diferentes perspectivas, da evolução
histórica e das categorias filosófico-teológicas da Antropologia, da origem e do
destino último do homem.

INTRODUÇÃO: Diferentes perspectivas Antropológicas


I. A concepção clássica do homem
II. A concepção cristão-medieval do homem
III. A concepção moderna do homem
IV. As concepções do homem na filosofia contemporânea
V. Fenomenologia do Homem

BIBLIOGRAFIA

MONDIN, Battista. O homem, quem é ele?: elementos da antropologia filosófica. São Paulo:
Paulus, 2008.
VAZ, Henrique C. de Lima. Antropologia Filosófica. São Paulo, Loyola, 2006.
ZILLES, Urbano. Antropologia teológica. São Paulo: Paulus, 2011. (Coleção Estudos
antropológicos)

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INTRODUÇÃO
DIFERENTES PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS

1. Conceito de antropologia
A antropologia é o estudo do ser humano, de suas características específicas, das
dimensões que o constituem e de suas manifestações e obras, como cultura, família, educação,
religião e agrupamentos humanos. O termo “antropologia” provém da língua grega,
“anthropos” (= homem) e “logos” (= estudo, tratado), que significa estudo do homem,
tratado do homem.
Assim, em seu sentido original, a antropologia é a doutrina sobre o ser humano. O
termo surgiu com o filósofo grego Heródoto, no século V a.C. Por ser o primeiro, pelo que se
sabe, a tratar sistematicamente do tema, Heródoto é considerado o pai da antropologia.

2. Diferentes tipos de antropologia


A antropologia divide-se em:
Antropologia física: é a ciência que estuda os aspectos biológicos do ser humano, a
origem da espécie humana e sua evolução, as semelhanças e diferenças entre os povos, as
raças e etnias, a formação e situações das populações humanas, o dinamismo vital comum aos
seres humanos e os animais, os mecanismo vitais o organismo humano (processos de
reprodução, de genética e de conservação), o corpo do homem e seu habitat (geografia,
cultura, história).
Antropologia cultural: é a ciência que estuda e compara o comportamento humano, a
vida social, os tipos de grupos e instituições, a organização econômica, a cultura, os
conhecimentos, as leis, os costumes, os hábitos, a linguagem, as religiões, a arte e a moral.
A antropologia cultural divide-se em:
 Etnologia (do grego "ethnos" = povo): é o estudo histórico dos povos e de seus
costumes.
 Etnografia: é o estudo descritivo de um ou de vários aspectos sociais e
culturais de um povo ou grupo social.
 Antropologia social: é o estudo sobre as características socioculturais da
humanidade (costumes, crenças, comportamento, organização social).
 Linguística: é o estudo da linguagem, ou seja, da forma de expressão de ser
humano.

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 Arqueologia: é o estudo do passado da humanidade mediante os testemunhos
materiais que dele subsistem.

Antropologia filosófica: É a disciplina da filosofia que reflete sobre o ser humano, sua
origem, natureza, sentido, destino e lugar no mundo. É uma antropologia filosófica pagã, mas
aberta ao transcendente. Os filósofos antigos buscavam a autonomia da razão, mas não
desprezavam ou negavam a possibilidade da existência de divindades e até as levavam em
conta, chegando até mesmo à divinização do cosmos. A Antropologia Filosófica Secularista
realiza a mudança da centralização em Deus para a centralização no homem, mas sem Deus.
Este passo ocorreu na época moderna em consequência da secularização e do ateísmo, este
último desenvolvido no seio da filosofia européia. Para os filósofos secularistas, Deus
desaparece de cena e cede lugar ao homem. O espírito humano abre-se a um novo modo de
ver e agir. Dá-se um violento contraste com o modo precedente de entender todas as coisas e
acontecimentos, que tinha Deus como centro de tudo e de todo interesse humano, e passa a
assumir o homem como centro de tudo. Acontece, portanto, a passagem do teocentrismo para
o antropocentrismo. Os mais importantes filósofos dessa virada histórica do modo de pensar o
sentido e a razão de ser do ser humanos são Descartes, Hume, Spinosa, Hobbes, Kant. Mas é
Immanuel Kant, sem dúvida, quem atinge o ápice do pensamento independente da referência
a Deus, à religião, ao afirmar que o homem não é mais simplesmente o ponto de partida, mas
também o ponto de chegada da reflexão filosófica e de toda a história. É ele que abre as
possibilidades para que dali em diante muitos filósofos dêem continuidade, aprofundem e
motivem levar à prática o secularismo ateu.

A Antropologia Teológica (de índole judaico-cristã): É a disciplina da teologia que


reflete sobre o ser humano à luz da revelação e da fé, tendo como base a Bíblia, a Tradição da
Igreja, o Magistério Eclesiástico e a contribuição dos pensadores cristãos. A Antropologia
Teológica (de índole judaico-cristã) estuda o ser humano (Anthropos) tendo como referência
fundamental Deus (Theos). Passou-se da centralização no cosmo divinizado (fase pagã) para
Deus, quando o cristianismo suplantou a visão grega da realidade e colocou tudo o que existe
na relação com o Deus revelado (fase cristã). A Antropologia teológica trabalha sobre a
profundidade do ser: origem e fim, riquezas e limites, aspirações e linguagem,
comportamentos, mas à luz da revelação divina. Visa-se chegar a algo fundamental: o ser
humano é capaz de Deus, de acolhê-lo, conviver com ele, em comunhão e parceria com ele
(cf. Catecismo da Igreja Católica - nºs 27-73).

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3. Cosmovisões antropológicas inadequadas
A cosmovisão significa a concepção que temos da realidade que nos cerca. As visões
parciais do ser humano são maneiras inadequadas de se perceber a realidade da pessoa
humana, capazes de influenciar e orientar suas opções, atitudes e atos.
Destacamos as seguintes visões parciais inadequadas do ser humano:
a) Visão determinista ou fatalista concebe o homem como aquele que aceita tudo
passivamente, pois tudo já está fatalmente determinado.
b) Na visão psicologista, a pessoa se reduz ao seu psiquismo. Há um reducionismo
antropológico na psicologia e na biologia. O ser humano é condicionado
fortemente pelas necessidades e tendências instintivas, que lhe tiram toda a
responsabilidade.
c) Na cosmovisão economicista, o homem é resultado de suas relações de
produção ou das forças econômicas. (objeto de consumo/ valores do ter, do poder e
do prazer, como sinônimos de felicidade humana/ negação dos valores humanos,
culturais e religiosos).
d) No individualismo, predomina a visão egocêntrica.
e) No coletivismo, a pessoa é vista apenas por sua existência social. Esse enfoque
desconhece ou nega os direitos humanos, especialmente o direito à liberdade e à
expressão religiosa, como também reduz o ser humano às estruturas externas e às
forças sociais.
f) A visão estatista coloca o Estado acima das pessoas.
g) A cosmovisão cientificista propugna nas ciências a única salvação do ser
humano.

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I. A concepção clássica do homem

Desde Sócrates, o conhecimento de si mesmo é a mais alta meta da indagação


filosófica. “conhece-te a ti mesmo”. Na Apologia, Sócrates diz que “uma vida que não é
examinada não vale ser vivida”

Sofistas (séc. V a.C) – a descoberta do homem

Deslocam o interesse da filosofia da natureza para o homem e aquilo que concerne à


vida do homem como membro de uma sociedade e, portanto centrando seus interesses sobre a
ética, a política, a retórica, a arte, a língua, a religião e a educação, ou seja, sobre aquilo que
chamamos a cultura do homem (período humanista da filosofia antiga).

Protágoras de Abdera (nascido entre 491 e 481 a. C.)

Foi o fundador do Relativismo ocidental que ele expressou na celebre fórmula “o


homem é a medida de todas as coisas”, com isso entendendo que não existe critério
absoluto para julgar o verdadeiro e o falso, o bem e o mal, mas que cada homem julga o
próprio modo de ver as coisas. Mas está vinculado ao critério do útil;

Socrátes (470/469 – 399 a.C) “conhece-te a ti mesmo”

 Para ele a síntese da filosofia é a pergunta “Quem é o homem?” “Qual é a essência do


homem?”
 “O homem é sua alma”.
 Por alma ele entendia a razão, a consciência, a personalidade intelectual e moral (hoje
diríamos a capacidade de entender e de querer)
 Conhecer a si mesmo é reconhecer tal verdade.
 Se o homem é sua alma a virtude do homem se atua com a “cura da alma”.
 Virtude (areté – a atividade ou modo de ser que aperfeiçoa cada coisa, fazendo-a ser
aquilo que deve ser)= conhecimento, ciencia, atividade intelectual, razão.
 Moral ética: Os verdadeiros valores não são aqueles ligados as coisas exteriores,
como a riqueza, o poder, a fama, e tampouco os ligados ao corpo, como a vida, o
vigor, a saúde física e a beleza, mas somente os valores da alma, que se resumem
todos no conhecimento.

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 Corpo = instrumento da alma e subordinado a ela.
 Liberdade: entendida como liberdade interior (autodomínio). Uma vez que a alma é
racional, ela alcança sua liberdade quando se livra de tudo o que é irracional, ou seja,
das paixões e dos instintos.
 Felicidade (eudaimonia): virtude (a alma feliz= é vituosa = educação espiritual - A
felicidade assume valência espiritual e se realiza quando na alma prevalece a ordem.
Tal ordem se realiza mediante a virtude.

Platão (428/427 -347 a.C)

 É o fundador da metafísica ocidental.


 A filosofia grega aborda a questão do homem dentro de uma cosmovisão dualista, pois
divide a realidade em dois campos radicalmente diferentes: de um lado a dimensão
corpórea e, de outro, a dimensão espiritual. Tal visão dualista também se aplicou ao
homem.
Platão – a concepção do homem – (Zôon logikón = Animal racional)

 A concepção platônica do homem se inspira em forte dualismo entre alma e corpo;


 O corpo é entendido como cárcere ou mesmo como túmulo da alma. (“fuga do corpo”
“fuga do mundo”)
 Imortalidade da alma (destino escatológico da alma)
 A alma é o verdadeiro homem.

Aristóteles (384 – 322 a.C.)

 O homem = zôon politikón (animal social).


 O homem é um ser social que, pela razão e pela linguagem, é capaz de orientar-se, na
convivência com os outros, em princípios éticos para manter justiça e ordem no
Estado (pólis).
 Fim ultimo do homem (bem supremo) = felicidade
 O ideal do homem é viver na dimensão do divino “Se, portanto, o intelecto é algo
de divino em confronto com o homem, também a vida segundo o intelecto será vida
divina em confronto com a vida humana. Não convém, portanto, seguir a exortação

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daqueles que dizem que deve atender as coisas humanas quem tem natureza humana e
a coisas mortais quem é mortal. Ao contrário: convém, o quanto possível, torna-se
imortal e fazer de tudo para viver segundo a parte que em nós e mais excelente [...]”
(Aristóteles, Ética a Nicômaco)

ERA HELENÍSTICA (334 A.C – ALEXANDRE MAGNO )

 A descoberta do indivíduo (Classico = cidadãos; helenismo = individuos.


 Cinismo (séc. III a.C.) – a autarquia, o bastar a si mesmo e a apatia e a indiferença
diante de tudo. Desprezo do prazer. (riqueza e fama = males; pobreza e obscuridade =
bens).
 Epicurismo (307 a.C) – felicidade = prazer (Jardim de Epicuro). O bem é o prazer
 Estoiscismo – homem = animal comunitário – (igualitalismo X escravidão). Ideal ético
= apatia (não sentimento), os males nascem da paixão.
 Ceticismo: não existe verdade certa – o homem deve permanecer: indiferente, sem
opinião (ataraxia) e sem exprimir julgamentos. O ideal é “a vida mais igual” (ausência
de perturbação, quietude interior, serenidade).

II. A concepção cristão-medieval do homem

A Tradição Judaico Cristã

 Procura-se não a essência do homem, mas sua salvação.


 O pensamento cristão coloca o problema do homem á luz da revelação.
 Fontes da concepção cristã-medieval do homem: a tradição bíblica e a tradição
filosófica grega. (filosofia submissa à teologia)

Patrística – concepção de homem

 Escola de Alexandria: o homem é feito a imagem de Deus (não a carne mais o


espírito (alma intelectual). Libertar-se pela ascese dos limites que essa existência nos
impõe, para alcançar aquela “semelhança com Deus.
Homem tem três dimensões: corpo; alma-intelecto; espírito proveniente de Deus.

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1) Dimensão física puramente animal (corpo);

2)Dimensão racional (alma e intelecto);

3)A dimensão superior, divina e transcendente do Espírito

Em si mesma mortal, a alma-intelecto torna-se imortal à medida que Deus lhe dá seu Espírito

 Escola de Antioquia: o homem é a um tempo feito de barro e criado à imagem de


Deus. (encarnação revela tanto a verdade do homem quanto a verdade de Deus).
Insiste na realidade terrena do homem (saído da costela de adão).
 Ocidente: antropologia se inspira no platonismo. Na escolástica medieval ainda
predomina, em grande parte, o pensamento grego.

Agostinho (354 – 430)

Não propõe o problema do homem em abstrato, ou seja, o problema da essência do homem


em geral: o que ele propõe é o problema mais concreto do eu, do homem como indivíduo
irrepetível, como pessoa (personalidade). “Confissões”

 A essência do homem é o amor – quando o amor do homem volta-se para Deus


(amando os homens e as coisas em função de Deus), é charitas.
 O homem é pessoa, isto é, indivíduo.
 É imagem das três pessoas da trindade e, com efeito, é (ser), conhece e ama.
 Tem em si uma faculdade da vontade que é diferente da razão.
 A vontade é livre é a que escolhe o bem superior em vez do inferior, isto é, vive para
Deus.
 O conjunto dos homens que vive para Deus forma a cidade celeste, o conjunto dos
maus forma a cidade terrena.
 O mal não tem estatuto ontológico, mas nasce da confusão de um bem inferior com
um bem superior.
 O homem encontra sobretudo em si a prova da existência de Deus que se manifesta
como verdade.

Tomás de Aquino (1221 – 1274)

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 O objeto primário de suas reflexões é Deus,não o homem ou o mundo, porque
somente no contexto da revelação é que se torna possível raciocinar sobre o homem e
o mundo.
 A razão está a serviço da fé (filosofia submissa á teologia). (“A graça não suplanta
mas aperfeiçoa a natureza”)
 Tudo o que existe é ente e, portanto, também Deus e o mundo. Todavia, Deus e o
mundo são entes de modo diverso: o ser se predica deles por analogia: Deus é o ser, o
mundo tem o ser. (o homem pode conhecer Deus por meio (analogia) do mundo).
 Homem – dotado de razão e de livre arbítrio – conhece a lei divina, a lei eterna e lei
humana e peca quando infringe as duas primeiras. (livre-arbítrio)

Nicolau de Cusa (1401 – 1464)

 Pessoa como individualidade.


 Acentua-se o valor e a dignidade do indivíduo, sua singularidade individual, sua
decisão livre diante do destino eterno.
 No contexto cristão formula-se o conceito de pessoa, cuja origem é teológica.
-Idade média: o homem como mediador entre Deus e sua criação. Homem = corpo e alma.
Corpo (vida terrena), alma (vida espiritual). Dualismo grego (cidadão de dois mundos).

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Humanismo e Renascimento (sec. XIV) = Humanismo – conjunto de preposições que
atribui ao ser humano uma posição especial no esquema das coisas. Discerne, nos humanos
capacidades únicas a serem cultivadas e celebradas por si mesmas.

 O humanismo era apresentado como libertação do homem das trevas medievais


conduzindo-o para iluminação moderna (“o homem é a medida de todas as coisas”).
 Um ser que participa tanto do mundo espiritual como do material enquanto corpo
formam uma unidade única.
 Afirmação do valor e da dignidade da pessoa humana.
 Livre indagação da natureza física pelo homem, sem os limites impostos pela
autoridade.
 não mais se fundamenta a dignidade humana na “imagem e semelhança de Deus”,
mas deriva-se sua especificidade da própria natureza humana.

Iluminismo e Modernidade (séc. XVII) concepção de homem:

No contexto do iluminismo, a antropologia centra-se, em primeiro lugar, na questão da


polaridade entre espírito e corpo, entre pensamento e sentimento, entre cabeça e coração.

 Antropologia racionalista (animal racional)

René Descartes (1596-1650) – realidade = Res cogitans (coisa pensante) e res extensa
(coisa extensa) = dualismo / antropologia dualista – corpo e alma.
John Locke (1632 – 1704) – racionalismo empirista.
 Concebe a imagem do homem liberal – otimismo naturalista; forte crença na razão.
(prevalece XVIII e XIX).
 Homem nasce como uma tábula rasa (folha em branco); conhecimento é adquirido
pelos sentidos.
 Primazia ao indivíduo que servirá de inspiração ao pensamento liberal. (liberdade e
tolerância)
Immanuel Kant (1724 – 1804)

Tenta uma síntese para conservar a liberdade e a dignidade do homem frente as correntes
materialistas.

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 Visão dualista do homem = razão e natureza animal – razão de afirmar-se sobre a
natureza animal.
 Homem racional - deve ser guiado pela razão.

Antropologia física (séc. XIX)

No século XIX e começo do século XX, a pesquisa antropológica voltou-se para o estudo das
condições físicas, mudando o objeto.

 Não mais interessava a questão da autorreflexão sobre a essência humana, mas a


pesquisa da constituição corpórea, suas condições naturais e sua formação histórico
natural.
 Atitude antifilosófica e antirreligiosa.
 separação entre antropologia física e antropologia filosófica-teológica
 Concentrava-se na pesquisa da Physis humana.
 No séc. XX é instituída a antropologia como disciplina científica.
 A antropologia física busca as origens e a natureza biológica do homem na perspectiva
da ciência empírica.

Questões:
O ser humano é naturalmente mau e egoísta e que a sociedade o melhora
ou controla? Ou, o ser humano é naturalmente bom e generoso e a sociedade o
corrompe?

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