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Metodologia da

BNCC

Tema: Anos Iniciais do Ensino Fundamental I


Nome:
RGM:

2024
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo
aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do
Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/1996)1 , e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que
visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica (DCN)2.
O conceito de competência, adotado pela BNCC, marca a discussão
pedagógica e social das últimas décadas e pode ser inferido no texto da LDB,
especialmente quando se estabelecem as finalidades gerais do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio (Artigos 32 e 35). Além disso, desde as
décadas finais do século XX e ao longo deste início do século XXI9, o foco no
desenvolvimento de competências tem orientado a maioria dos Estados e
Municípios brasileiros e diferentes países na construção de seus currículos10.
É esse também o enfoque adotado nas avaliações internacionais da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
coordena o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em
inglês)11, e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), que instituiu o Laboratório Latino-
americano de Avaliação da Qualidade da Educação para a América Latina
(LLECE, na sigla em espanhol)12. Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que
as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de
competências. Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber”
(considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização
desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o
fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas
na BNCC.

Base Nacional Comum Curricular: igualdade, diversidade e equidade No


Brasil

um país caracterizado pela autonomia dos entes federados, acentuada


diversidade cultural e profundas desigualdades sociais, os sistemas e redes de
ensino devem construir currículos, e as escolas precisam elaborar propostas
pedagógicas que considerem as necessidades, as possibilidades e os
interesses dos estudantes, assim como suas identidades linguísticas, étnicas e
culturais. Nesse processo, a BNCC desempenha papel fundamental, pois
explicita as aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem
desenvolver e expressa, portanto, a igualdade educacional sobre a qual as
singularidades devem ser consideradas e atendidas. Essa igualdade deve valer
também para as oportunidades de ingresso e permanência em uma escola de
Educação Básica, sem o que o direito de aprender não se concretiza. O Brasil,
ao longo de sua história, naturalizou desigualdades educacionais em relação
ao acesso à escola, à permanência dos estudantes e ao seu aprendizado. São
amplamente conhecidas as enormes desigualdades entre os grupos de
estudantes definidos por raça, sexo e condição socioeconômica de suas
famílias. Diante desse quadro, as decisões curriculares e didático-pedagógicas
das Secretarias de Educação, o planejamento do trabalho anual das
instituições escolares e as rotinas e os eventos do cotidiano escolar devem
levar em consideração a necessidade de superação dessas desigualdades.
Para isso, os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se
planejar com um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as
necessidades dos estudantes são diferentes. De forma particular, um
planejamento com foco na equidade também exige um claro compromisso de
reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza grupos – como os
povos indígenas
Além disso, BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar as
aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da Educação Básica, uma
vez que tais aprendizagens só se materializam mediante o conjunto de
decisões que caracterizam o currículo em ação. São essas decisões que vão
adequar as proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia
dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, como
também o contexto e as características dos alunos. Essas decisões, que
resultam de um processo de envolvimento e participação das famílias e da
comunidade, referem-se, entre outras ações, a:
• contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando
estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e
torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais
as aprendizagens estão situadas;
• decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes
curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para
adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à
gestão do ensino e da aprendizagem;
• selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas
diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos
complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de
diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas
comunidades, seus grupos de socialização etc.;
• conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar
os alunos nas aprendizagens;
• construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de
resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem,
tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da
escola, dos professores e dos alunos; • selecionar, produzir, aplicar e avaliar
recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e
aprender;
• criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como
manter processos permanentes de formação docente que possibilitem contínuo
aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem;
• manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e
curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de
ensino.
Como apontado, o estudo das categorias Política e Trabalho no Ensino Médio
deve permitir aos estudantes compreender e analisar a diversidade de papéis
dos múltiplos sujeitos e seus mecanismos de atuação e identificar os projetos
políticos e econômicos em disputa nas diferentes sociedades.
Realinhar o projeto de PNE às propostas aprovadas na Conae foi um dos pilares
da atuação de diversas organizações no processo de tramitação no Congresso.
[...] Nessa vertente, estacou-se o movimento denominado PNE pra Valer!,
coordenado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Influíram também
na tramitação do projeto – embora nem sempre em defesa das posições da Conae
– diversos atores estatais e não estatais, incluindo setores variados do governo
federal, grupos empresariais, organizações sociais de interesse público (Oscips),
mantenedoras de instituições privadas, entidades religiosas, instituições de
educação especial, fóruns de educadores, gestores estaduais e municipais, além
de especialistas do campo educacional. (Britto, 2015, p. 24)

No tratamento dessas categorias no Ensino Médio, a heterogeneidade de


visões de mundo e a convivência com as diferenças favorecem o
desenvolvimento da sensibilidade, da autocrítica e da criatividade, nas
situações da vida, em geral, e nas produções escolares, em particular. Essa
ampliação da visão de mundo dos estudantes resulta em ganhos éticos
relacionados à autonomia das decisões e ao comprometimento com valores
como liberdade, justiça social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
Por fim, para garantir as aprendizagens essenciais definidas para a área de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, é imprescindível que os jovens
aprendam a provocar suas consciências para a descoberta da transitoriedade
do conhecimento, para a crítica e para a busca constante da ética em toda
ação social.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as competências
gerais da Educação Básica e com as da área de Ciências Humanas do Ensino
Fundamental, no Ensino Médio, a área de Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas deve garantir aos estudantes o desenvolvimento de competências
específicas. Relacionadas a cada uma delas, são indicadas, posteriormente,
habilidades a ser alcançadas nessa etapa.

Referências Bibliográficas:
T. F. Passo a passo no Legislativo: os caminhos do Plano Nacional de
Educação no Congresso Nacional. In: GOMES, A. W. A.; BRITTO, T. F. (Org.).
Plano Nacional de Educação
: construção e perspectivas Brasília, DF: Câmara dos
Deputados/Edições Câmara: Senado Federal/Edições Técnicas, 2015. p. 19-
39. (Série
Obras em Parceria, n. 8.

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