Aula 10 Humanismo

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24/05/2022

História da Psicologia
Humanismo
Profa Erika Gelenske

A Psicologia Humanista surgiu durante os anos


1950/1960 e, nesse momento, a Psicologia já se
encontrava consolidada e com duas correntes
bastante influentes.
Por um lado, existia a Psicanálise, que trouxera a
novidade de que o homem nem sempre estava no
controle de suas ações e que parte da
personalidade de uma pessoa advém de fatores
inconscientes.
A corrente antagonista - fundada por Watson -
chama-se Behaviorismo e seu maior interesse,
voltou-se para o comportamento.

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Nesse cenário de duas forças antagônicas, surgiu


uma terceira força chamada Psicologia Humanista.
É importante notar que o termo “humanismo”
surgiu no Renascimento, entre o final do Sec. XIV e
início do Sec XV, ligado a uma corrente literária e
um viés filosófico, preocupando-se com o valor do
homem e a tentativa de compreendê-lo em seu
mundo.

A Psicologia humanista veio com a novidade de


enxergar o ser humano não apenas de um
conjunto de processos mentais, conscientes ou
inconscientes; nem com o objetivo apenas no
comportamento dos indivíduos. O seu real
interesse se voltou na visão do individuo como
um todo, valorizando o livre-arbítrio, a
consciência consciente.
O Humanismo se posicionou contra as duas
forças vigentes. Segundo seus defensores, o
Comportamentalismo é desumano, pois
considerar apenas a relação estímulo-resposta e
o condicionamento como a mola-mestra de todo
um sistema - e não valorizar o que o ser humano
possui de único em relação às outras espécies: a
subjetividade humana.

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Em relação à Psicanálise, a crítica focou o fator da


pouca valorização dela no tocante da consciência.
Para o Humanismo, o fator da responsabilidade foi
muito valorizado e quando se atribui a
responsabilidade dos atos à outra “entidade”
diferente da consciência, era tirar a importância e o
direito de escolha.

Dentre os profissionais que começaram atuar com


essa abordagem, dois se destacaram: Abraham
Maslow e Carl Rogers.

A terceira força acontece em um momento onde o


homem passa a ser mais valorizado.
- Pós-Guerra (1945)
- Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948)

O ser humano é, assim, capaz de se responsabilizar


pelos seus atos, visto a universalidade dos direitos
humanos – cria suas próprias leis (BUYS, 2007).

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Maslow viveu uma infância


bem infeliz, como o próprio
informou e viveu esse ápice,
quando, ainda criança, levou
dois gatos para criar em
casa e sua mãe os matou
esmagando suas cabeças na
parede. Este evento,
juntamente com o
comportamento de seu pai,
que muitas vezes por
influência do álcool,
agredia-o e desaparecia por
um longo período de tempo Abraham Maslow
marcou-o definitivamente.

Após esses eventos traumáticos, decidiu estudar


Psicologia para melhor compreensão e elucidação
de todo este ressentimento. No entanto, o primeiro
contato não foi positivo, pois ele matriculou-se na
Universidade de Cornell e teve como professor E. B.
Titchener.
Ao se deparar com o sistema estruturalista, não se
sentiu satisfeito e foi buscar outras origens.

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Em seu primeiro momento como psicólogo, sua


abordagem foi comportamentalista, mas, com o passar
do tempo e das influências que foi tendo, passou a
considerar essa corrente rasa. Conclui seu doutorado
em 1934.
Fatores que o influenciaram nessa mudança:
 Nascimento do Filho;
 2a Grande Guerra;
 Estudar Psicanálise e Ter contato com a Gestalt
 Em relação às influências, estudiosos como Adler,
Horney e Wertheimer foram vitais nas formações de
suas ideias pessoais.
- Criar estudos que tiveram como ponto central a
autorrealização.

Nas suas pesquisas entendeu que, apesar


de cada pessoa possuir sua subjetividade e
possuir um caminho específico para
alcançar sua autorrealização, existia um
padrão a ser percorrido para o alcance
desse objetivo. De um modo geral, essa
autorrealização só poderia ser alcançada
quando a pessoa conseguisse superar suas
necessidades mais básicas, elevando assim
seu grupo de necessidades, até o
atingimento da autorrealização. Essa teoria
se chama Hierarquia de Necessidades de
Maslow.

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Nas suas pesquisas entendeu que, apesar de cada


pessoa possuir sua subjetividade e possuir um
caminho específico para alcançar sua
autorrealização, existia um padrão a ser percorrido
para o alcance desse objetivo. De um modo geral,
essa autorrealização só poderia ser alcançada
quando a pessoa conseguisse superar suas
necessidades mais básicas, elevando assim seu grupo
de necessidades, até o atingimento da
autorrealização. Essa teoria se chama Hierarquia de
Necessidades de Maslow.

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O ponto de partida do modelo da Hierarquia das Necessidades são


as necessidades básicas fisiológicas. Segundo Maslow, as
necessidades fisiológicas são as mais importantes, tais
como: fome, sede, desejo sexual, sono.
Segurança - É a necessidade de nos sentirmos seguros, perante
algum tipo de perigo (violência, catástrofes naturais, por exemplo).
Sociais - É a necessidade de se relacionar com pessoas. Também
está presente a vontade de relacionar-se com grupos (vizinhança,
escola, trabalho, etc), criar laços, se sentir pertencente. A
necessidade de afiliação é vista por uma vontade tanto de dar
como receber afeto.
Estima - É a necessidade de nos sentirmos dignos, autoconfiantes,
independentes, autônomos, apreciados, respeitados por nós e
pelos outros, com prestígio, reconhecimento, poder, orgulho.
Autorrealização - Também conhecidas como necessidades de
crescimento. Incluem o desenvolvimento das próprias
necessidades, a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser
aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de
conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a
autonomia, a independência e o autocontrole.

Cabe ressaltar que, por se tratar de uma hierarquia,


para se chegar a um grau, precisa-se satisfazer,
mesmo que momentaneamente, os níveis
anteriores. Para Maslow, tais necessidades são
inatas.

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 Apesar das resistências, aos poucos sua teoria


começou a chamar a atenção. A ideia de que os
seres humanos tinham necessidades estruturadas
e de que o nosso bem-estar está relacionada a tal
hierarquia começou a interessar os intelectuais de
outras disciplinas, como a Sociologia, a
Antropologia e o Marketing. E foi assim que, em
1967, a “American Humanist Association” o
nomeou o Humanista do Ano.

Maslow admitiu que seus estudos não preenchiam os


requisitos da pesquisa científica, mas retorquiu que não há
outra maneira de estudar a autorrealização. Ele disse que seu
programa de pesquisa consistia em estudos pilotos, e
permaneceu convencido de que as suas conclusões, um dia,
seriam confirmadas (SCHULTZ e SCHULTZ, 1981).
Em geral, mesmo não tendo provado cientificamente seus
argumentos, o que pode se dizer a respeito é que, até hoje,
essa teoria é valida, e muitos ramos da Psicologia e de outras
áreas que bebem dessa ciência utilizam a Hierarquia das
necessidades de Maslow como base de seus conhecimentos
sobre o ser humano.

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CARL ROGERS

Carl Rogers nasceu em Oak Park, Illinois, nos Estado


Unidos, no dia 8 de janeiro de 1902. Era o filho do
meio de uma família protestante, onde os valores
tradicionais e religiosos, juntamente com o
incentivo ao trabalho duro eram amplamente
cultivados. Aos doze anos, Rogers e sua família
mudam-se para uma fazenda, onde, em terreno tão
fértil e estimulante, passou a se interessar por
agricultura e ciências naturais.

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Na Universidade de Wisconsin, dedicou-se,


inicialmente, ao aprofundamento de seus estudos
em ciências físicas e biológicas. Logo após graduar-
se, em 1924, diante das expectativas de sua família,
passou a frequentar o Seminário Teológico Unido,
em Nova Iorque, onde recebeu uma liberal visão
filosófica da religião. Transferindo-se para o
Teachers College da Columbia University, foi
introduzido na psicologia. Obteve seus títulos de
Mestre em 1928 e Doutor em 1931.

Pela teoria desenvolvida por Carl Rogers, as


pessoas alcançaram o protagonismo total de seus
destinos. Segundo a Terapia centrada na pessoa, o
livre-arbítrio é total, e o responsável pelo sucesso
da terapia, não é o terapeuta, mas sim o paciente.
Nesta forma de pensar, assim como Maslow, o
centro do seu estudo e atuação é o ser humano,
mas as diferenças se referem ao fato de Rogers
acreditar que exista apenas uma força, como uma
corrente de rio, que nos direcione à
autorrealização. Enquanto Maslow hierarquizou
diversos grupos de necessidades, Rogers listou
apenas uma necessidade que permeia o ser
humano, a autorrealização.

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Há três condições básicas e simultâneas defendidas


por Rogers como facilitadoras, no relacionamento
entre psicoterapeuta a pessoa, para que ocorra a
atualização desse núcleo essencialmente positivo
existente em cada um de nós. São elas: a aceitação
positiva incondicional; a empatia e a congruência.

Em linhas gerais, ter aceitação positiva


incondicional é receber a aceitar a pessoa como ela
é e expressar uma consideração positiva por ela.

a empatia, por sua vez, consiste na capacidade de


se colocar no lugar do outro, ver o mundo através
dos olhos dele e procurar sentir como ele sente; e a
congruência, a coerência interna do próprio
terapeuta.

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Um detalhe a ser lembrado é que a única influência


do passado, considerado por Carl Rogers, é de
como a relação entre mãe e filho, na mais tenra
infância, pode influenciar positiva ou
negativamente uma pessoa. De acordo com ele, se
a necessidade de amor tiver sido atendida, a
pessoa tenderá a ter uma estima positiva e poderá
se tornar uma pessoa saudável, alcançando a
autorrealização. Caso contrário, a estima será
negativa e a autorrealização se encontrará muito
mais distante.

Sendo mais específico, a autorrealização é o nível mais alto de


saúde psicológica, e é alcançada por meio de um processo
que Rogers denominou funcionamento pleno. Esse nível de
desenvolvimento supremo, na teoria de Rogers, se
assemelha, em princípio, com o estudo de autorrealização
proposto por Maslow.
As duas teorias diferem um tanto no tocante às características
da pessoa psicologicamente saudável ou que alcançou seu
pleno funcionamento. Para Rogers, as pessoas que
alcançaram seu pleno funcionamento se caracterizam por
uma abertura a toda experiência, uma tendência a viver
plenamente cada momento, a capacidade de serem guiadas
pelos próprios instintos, e não pela razão ou pelas opiniões
dos outros, um sentido de liberdade de pensamento e de
ação e um alto grau de criatividade (SCHULTZ e SCHULTZ,
1981).

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