Revisão Nocaute OAB 40 ECA e Consumidor

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ESTATUTO

DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE
INTRODUÇÃO
Código de menores 1979

Estatuto da criança e do adolescente

Doutrina da proteção integral: crianças


e adolescentes são sujeitos de direitos
e estão em desenvolvimento.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.

Resumindo:
Criança: 0-11 anos
Adolescente: 12 – 17 anos
Jovem adulto: 18 – 21 anos
DIREITOS
FUNDAMENTAIS
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direito à vida e à saúde (Art. 7º – 14)
Direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade (Art. 15 – 18 B)
Direito à convivência familiar e
comunitária (Art. 19 – 52 D)
Direito à educação, à cultura,
ao esporte e ao lazer (Art. 53 – 59)
Direito à profissionalização e
à proteção no trabalho (Art. 60 – 69)
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE (Art. 7º – 14)
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas
e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e,
às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez,
ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Art. 13 Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de


tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais.
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE (Art. 15 – 18-B)
Pode-se colocar o filho de castigo?

Art. 18 É dever de todos velar pela dignidade da


criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento
desumano, violento,
aterrorizante, vexatório ou
constrangedor
Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito de ser educados
e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada
com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE (Art. 15 – 18-B)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
forma cruel de tratamento em relação à criança ou
ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO
E À DIGNIDADE (Art. 15 – 18-B)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à
família;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.
VI - garantia de tratamento de saúde especializado à vítima.

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo


Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
Súmula 594-STJ:
O Ministério Público tem legitimidade ativa para
ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou
adolescente independentemente do exercício do
poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se
encontrar nas situações de risco descritas no artigo
98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de
quaisquer outros questionamentos acerca da
existência ou eficiência da Defensoria Pública na
comarca.
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA (Art. 19 – 52 D)
Art. 19 É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Família biológica

Família extensa/ampliada

Família substituta (guarda, tutela ou adoção)


ADOÇÃO
(Art. 39-52 D ECA)

✔ Irrevogável.
✔ Perda do poder familiar pela família biológica.
✔ Ato personalíssimo.
✔ Igualdade entre todos os filhos.
✔ A criança ou o adolescente pode alterar o
sobrenome?
ADOÇÃO
Para a Quarta Turma do STJ, mãe pode adotar filha
biológica que foi adotada por outros quando criança.
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu
provimento ao recurso especial de uma mulher para permitir
que ela adote sua filha biológica, que foi adotada por um casal
quando criança.

Princípio do melhor interesse.


Art. 45 A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante
legal do adotando.
§1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente
cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar
.
§2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também
necessário o seu consentimento
Art. 48 O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como
de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus
eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica.
Art. 49 A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais.
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À
PROTEÇÃO NO TRABALHO (Art. 60 – 69)
Art. 60 É proibido qualquer trabalho a menores de
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz

Art. 65 Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze


anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.
16 anos: pode
Menor de 14 anos: exercer o A partir dos
trabalho, mas
14 anos: pode 18 anos:
não pode
NÃO pode exercer o exercer pode exercer
exercer o trabalho na trabalho o trabalho
trabalho. condição de noturno, sem
perigoso ou proibições.
aprendiz.
insalubre.
COMO CAIU NA OAB?
Júlio, após completar 17 anos de idade, deseja,
contrariando seus pais adotivos, buscar informações sobre
a sua origem biológica junto à Vara da Infância e da
Juventude de seu domicílio. Lá chegando, a ele é
informado que não poderia ter acesso ao seu processo,
pois a adoção é irrevogável. Inconformado, Júlio procura
um amigo, advogado, a fim de fazer uma consulta sobre
seus direitos. De acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, assinale a opção que apresenta a orientação
jurídica correta para Júlio.
A) Ele poderá ter acesso ao processo, desde que
receba orientação e assistência jurídica e
psicológica.
B) Ele não poderá ter acesso ao processo até
adquirir a maioridade.
C) Ele poderá ter acesso ao processo apenas se
assistido por seus pais adotivos.
D) Ele não poderá ter acesso ao processo, pois a
adoção é irrevogável.
A) Ele poderá ter acesso ao processo, desde que receba
orientação e assistência jurídica e psicológica.

Tendo em vista que Júlio é menor de idade, ele poderá ter acesso
ao processo porque tem direito de conhecer sua origem biológica,
porém será assegurado orientação e assistência jurídica e
psicológica para o mesmo.
"Art. 48, ECA: O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica."
COMO CAIU NA OAB?
Luiza, hoje com cinco anos, foi adotada regularmente
por Maria e Paulo quando tinha três anos. Ocorre que
ambos os adotantes vieram a falecer em um terrível
acidente automobilístico. Ciente disso, a mãe
biológica de Luiza, que sempre se arrependera da
perda da sua filha, manifestou-se em ter sua
maternidade biológica restaurada. Com base nos
fatos acima, assinale a afirmativa correta.
A) O falecimento dos pais adotivos conduz à imediata e
automática restauração do poder familiar da ascendente
biológica.
B) O falecimento dos pais adotivos não restabelece o poder
familiar dos pais naturais.
C) O falecimento dos pais adotivos não transfere o poder
familiar sobre o adotado supérstite ao parente mais próximo
dos obituados, devendo ser reaberto processo de adoção.
D) Falecendo ambos os pais e inexistindo parentes destes
aptos à tutela, somente então se restaura o poder familiar
dos pais naturais.
B) O falecimento dos pais adotivos não restabelece o
poder familiar dos pais naturais.

Uma das características da adoção, é que essa gera a perda do


poder familiar da família biológica. Ou seja, a família do adotado
agora passa a ser somente aquela que o adotou. Nesse sentido,
conforme o artigo 49 do ECA:
"Art. 49, ECA: A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos
pais naturais."

No caso da questão, é possível concluir que o poder familiar da mãe


de Luiza foi extinto quando essa foi adotada e a morte dos pais
adotivos não irá restabelecer o poder familiar dos pais naturais.
COMO CAIU NA OAB?
Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho,
observa Ana corrigindo o filho, João, por ele não
permitir que os amigos brinquem com o seu patinete.
Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá
beliscões no infante, na presença das outras crianças
e mães, que assistem a tudo assustadas. Assinale a
opção que indica o procedimento correto do
Conselheiro Tutelar.
A) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia
de Polícia e, após a atuação policial, dar o caso por encerrado.
B) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de
correção, decorrência do atributo do poder familiar.
C) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija
o filho dessa forma, e analisar se não seria recomendável a
aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
D) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma
representação administrativa por descumprimento dos deveres
inerentes ao poder familiar.
C) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho
dessa forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma
das medidas previstas no ECA.

O ECA veda o uso de castigo físico e/ou de tratamento cruel ou


degradante para educação, disciplina ou correção das crianças e
adolescentes em seu artigo 18-A. Além disso, traz também as medidas
que serão aplicadas aos responsáveis caso pratiquem esses atos.
Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
PREVENÇÃO
DA PREVENÇÃO ESPECIAL (Artigos 74 - 85 ECA)
Art. 82 É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável
AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR:

Embarque internacional:
A autorização é dispensável para viagem ao exterior,
se a criança ou adolescente:
→ estiver acompanhado de ambos os pais ou
responsável;
→ viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro através de documento com
firma reconhecida.
Embarque nacional:
→ A partir dos 16 anos: Viagem livre.

→ Menor de 16 anos: apenas


acompanhados dos pais ou
responsável e/ou com autorização
judicial.
Quando não precisa de autorização?

→ Comarca contígua à da residência da criança ou


do adolescente menor de 16 anos, se no mesmo
estado ou na mesma região metropolitana;
→ A criança ou o adolescente menor de 16 anos
estiver acompanhado:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,
mãe ou responsável.
COMO CAIU NA OAB?
Maria, mãe de João, criança com nove anos de idade, que
está na guarda de fato da avó paterna Luisa, almeja viajar
com o filho, que já possui passaporte válido, para os
Estados Unidos. Para tanto, indagou ao pai e à avó se eles
concordariam com a viagem do infante, tendo o primeiro
anuído e a segunda não, pelo fato de o neto não estar com
boas notas na escola. Preocupada, Maria procura orientação
jurídica de como proceder. À luz do Estatuto da Criança e do
Adolescente, assinale a opção que indica a medida que
deverá ser adotada pelo(a) advogado(a) de Maria.
A) Ingressar com ação de suprimento do consentimento do pai
e da avó paterna, para fins de obter a autorização judicial de
viagem ao exterior.
B) Solicitar ao pai que faça uma autorização de viagem
acompanhada de cópias dos documentos dele, pois a criança
já possui passaporte válido.
C) Ingressar com ação de guarda de João, requerendo sua
guarda provisória, para que possa viajar ao exterior
independente da anuência do pai e da avó paterna.
D) Solicitar ao pai que faça uma autorização de viagem com
firma reconhecida, pois a criança já possui passaporte válido.
D) Solicitar ao pai que faça uma autorização de viagem com
firma reconhecida, pois a criança já possui passaporte válido.

No caso da questão, João é menor de idade e Maria (sua mãe) gostaria de


fazer uma viagem internacional com o mesmo. Nenhuma criança poderá sair
do território nacional sem autorização judicial. Porém, a autorização é
dispensada quando a criança ou adolescente estiver acompanhada de
ambos os pais, OU apenas de um com a autorização expressa e com firma
reconhecida do outro.
“Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se
a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro
através de documento com firma reconhecida.”
ATO
INFRACIONAL
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
Art. 103 Considera-se ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenção penal.

Considera-se a idade da pessoa no momento


em que ela pratica a conduta.

Medida de proteção Medida Sócio-educativa


Criança ou Adolescente Adolescente
MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS (Art. 112, ECA)
advertência;
obrigação de reparar o dano;

prestação de serviços à comunidade;


liberdade assistida;
inserção em regime de semi-liberdade;
internação em estabelecimento educacional;
→ Da Obrigação de Reparar o Dano (Artigo 116 ECA)
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que
o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
poderá ser substituída por outra adequada.

→ Da Liberdade Assistida (Artigos 118-119 ECA)


O adolescente irá receber um orientador. Não há privação de
liberdade e o prazo mínimo é de 6 meses, podendo haver
prorrogação.
→ Do Regime de Semi-liberdade (Artigo 120 ECA)
O adolescente estará liberado de dia e privado de noite.
Utilizada como transição para o meio aberto. O prazo máximo
dessa medida é de 3 anos.

→ Da Internação (Artigos 121-125 ECA)


Art. 122 A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
Súmula 492 do STJ: “O ato infracional análogo ao tráfico de
drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição
de medida socioeducativa de internação do adolescente.”

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida


anteriormente imposta.

● Medida privativa de liberdade.


● Não pode exceder 3 anos.
Art. 185: A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não
poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no
art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a
localidade mais próxima.
§2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua
remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e
com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de
cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 123: A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para


adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa
separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão
obrigatórias atividades pedagógicas
MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao


adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
responsável;
III - em razão de sua conduta
MEDIDAS DE PROTEÇÃO (Art. 101, ECA)
encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

orientação, apoio e acompanhamento temporários;

matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança
e do adolescente;

requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

acolhimento institucional;

inclusão em programa de acolhimento familiar;

colocação em família substituta.


Competência para julgar o ato infracional

Juiz da infância e juventude do local


onde o ato infracional foi praticado

Art. 207: Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato


infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem
defensor.
§1º Se o adolescente não tiver defensor, será nomeado pelo juiz.
§2º A ausência do defensor não irá adiar os atos do processo, o juiz irá
nomear substituto.
§3º Quando for defensor nomeado, não precisa de mandato.
COMO CAIU NA OAB?
O adolescente João, com 16 anos completos, foi
apreendido em flagrante quando praticava ato
infracional análogo ao crime de furto. Devidamente
conduzido o processo, de forma hígida, ele foi
sentenciado ao cumprimento de medida
socioeducativa de 1 ano, em regime de
semiliberdade. Sobre as medidas socioeducativas
aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.
A) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo
máximo de 6 meses, sendo que, ao final de tal período, caso
João não se revele suficientemente ressocializado, a medida
será convolada em internação.
B) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido,
necessariamente, determinada a internação de João.
C) No regime de semiliberdade, João poderia sair da
instituição para ocupações rotineiras de trabalho e estudo,
sem necessidade de autorização judicial.
D) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo
fato análogo ao furto, ter a si aplicada medida diversa da
liberdade assistida.
C) No regime de semiliberdade, João poderia sair da
instituição para ocupações rotineiras de trabalho e
estudo, sem necessidade de autorização judicial.

O regime de semiliberdade, previsto no artigo 120 do ECA,


juntamente com a internação, são as medidas mais gravosas.
Nesse, o adolescente será liberado de dia e privado de noite. É
muito utilizada para a transição para o meio aberto. O prazo
máximo dessa medida é de 3 anos.
Tendo em vista que o ato infracional análogo ao crime de furto não
corresponde a nenhuma hipótese da internação (artigo 122, ECA)
não seria possível aplicar essa outra medida.
MEDIDAS PERTINENTES AOS
PAIS OU RESPONSÁVEL
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL (Art. 129 - 130, ECA)
encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família;
inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento
escolar;
obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
advertência;
perda da guarda;
destituição da tutela;
suspensão ou destituição do poder familiar
Art. 130: Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade
judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação


provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o
adolescente dependentes do agressor.
COMO CAIU NA OAB?
A proteção da estrutura familiar da criança e do
adolescente e o fomento ao convívio familiar em
condições salutares à pessoa em desenvolvimento
fizeram com que o legislador, na concepção do
Estatuto da Criança e do Adolescente, previsse
medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis em
casos de problemas familiares envolvendo crianças e
adolescentes. Diante do exposto, assinale a
afirmativa correta.
A) As medidas de inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, de
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos, e de encaminhamento a
tratamento psicológico ou psiquiátrico podem ser aplicadas direta e
autonomamente pelos Conselhos Tutelares.
B) As medidas de encaminhamento a cursos ou programas de orientação e de
matricular obrigatoriamente o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e
seu aproveitamento escolar somente podem ser aplicadas pela autoridade
judiciária.
C) As medidas de encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família e de obrigação de
encaminhar a criança ou o adolescente a tratamento especializado não podem
ser aplicadas diretamente pelos Conselhos Tutelares.
D) As medidas de encaminhamento a tratamento psiquiátrico, de perda da
guarda, de destituição da tutela ou de suspensão ou destituição do poder
familiar somente podem ser aplicadas pela autoridade judiciária.
A) As medidas de inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, de orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos, e
de encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico
podem ser aplicadas direta e autonomamente pelos Conselhos
Tutelares.

As medidas em que não serão necessárias exercer a ampla defesa


e contraditório pelos pais ou responsáveis, poderão ser aplicadas
diretamente pelo conselho tutelar porque são medidas mais
tranquilas e isso serve para celeridade e eficiência das mesmas.
Como por exemplo, a inclusão em programa oficial ou comunitário
de auxílio; orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
DOS CRIMES EM ESPÉCIE (ART. 228-244 B ECA)
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10
desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
§2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade
de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das
condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário.
§3º As pessoas referidas no §2º deste artigo deverão manter
sob sigilo o material ilícito referido.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por
meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,


expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
produzido na forma do caput deste artigo.
COMO CAIU NA OAB?
Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do Juízo
Criminal, policiais encontraram fotografias de adolescentes
vestidas, em posições sexuais, com foco nos órgãos genitais,
armazenadas no computador de um artista inglês. O
advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência de
cena pornográfica, uma vez que as adolescentes não estavam
nuas, e que a finalidade do armazenamento seria para
comunicar às autoridades competentes. Considerando o crime
de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do
ECA, merecem prosperar os argumentos da defesa?
A) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as
adolescentes teriam que estar nuas.
B) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos
são de adolescentes, e não de crianças.
C) Sim, uma vez que a finalidade do artista era
apenas a de comunicar o fato às autoridades
competentes.
D) Não, pois a finalidade pornográfica restou
demonstrada, e o artista não faz jus a excludente de
tipicidade.
D) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e
o artista não faz jus a excludente de tipicidade.

De acordo com o artigo 241-B do ECA, que trata sobre crime cometido contra a
dignidade sexual de crianças e adolescentes:
"Art. 241-B, §2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às
autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta
Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por
meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade
policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no §2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido."
No caso da questão, quem estava armazenando as fotos era um artista inglês, ou seja, não está
abarcado pelas excludentes do §2º.
COMO CAIU NA OAB?
Paulo recebeu vídeos pornográficos em seu celular,
enviados por um amigo para um grupo de mensagens do
qual faz parte. Em um dos vídeos, Paulo percebeu que
havia uma criança em cena de ato libidinoso e nudez. Por
isso, Paulo não repassou o vídeo ou o divulgou sob
qualquer forma, mantendo-o em sigilo, arquivado no seu
celular, sequer mencionando-o.
Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta.
A) A conduta de Paulo foi correta, pois produzir e divulgar
imagens de cunho pornográfico envolvendo crianças, e não
apenas seu armazenamento, é crime específico do ECA.
B) Paulo praticou ato designado genericamente como pedofilia,
mas sem cunho criminoso, por não ter sido ele o autor do vídeo.
C) Paulo ao armazenar, ainda que sem divulgar a terceiros, o
vídeo de natureza pornográfica envolvendo criança, cometeu
crime específico do ECA.
D) Paulo praticou ato designado genericamente como pedofilia,
mas sem cunho criminoso, por não ter divulgado o vídeo, mas
apenas o armazenado.
C) Paulo ao armazenar, ainda que sem divulgar a terceiros, o vídeo
de natureza pornográfica envolvendo criança, cometeu crime
específico do ECA.

A conduta de armazenar por qualquer meio, fotografia,


vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente configura crime previsto no artigo 241-B do
ECA. Então ainda que Paulo não tenha divulgado o
vídeo, a conduta de armezenar já configura crime.
DIREITO DO
CONSUMIDOR
ELEMENTOS DA
RELAÇÃO DE CONSUMO
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO
CONSUMIDOR
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO
ESQUEMATIZANDO:
CONSUMIDOR
“STRICTO SENSU”
FORNECEDOR
PRODUTO E SERVIÇO
DIREITOS DO
CONSUMIDOR
Vida, saúde e segurança modificação das cláusulas
contratuais
Educação e divulgação sobre o
consumo adequado dos prevenção e reparação de
produtos e serviços danos

Informação adequada e clara acesso aos órgãos


judiciários e administrativos
proteção contra publicidade CONSUMIDOR
enganosa e abusiva facilitação da defesa dos
direitos, inclusive com
a informação acerca dos inversão do ônus da prova.
preços dos produtos por
unidade de medida a garantia de práticas de crédito
responsável, de educação financeira
proteção contra práticas e e de prevenção e tratamento de
cláusulas abusivas situações de superendividamento
DIREITO DE ARREPENDIMENTO / PRAZO DE REFLEXÃO
Trata-se do direito do consumidor de DESISTIR DO CONTRATO, SEM
NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO, no prazo de 07 DIAS a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, SEMPRE
que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
FORA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL, ESPECIALMENTE POR
TELEFONE OU A DOMICÍLIO.
Quando o consumidor exerce o direito de
arrependimento TODOS os valores eventualmente
pagos, a qualquer título, durante o prazo de
reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
COMO CAIU NA OAB?
Bernardo adquiriu, mediante uso de cartão de crédito, equipamento de
som conhecido como home theater. A compra, por meio do aplicativo do
Magazin Novas Colinas S/A, conhecido como “loja virtual do Colinas”, foi
realizada na sexta-feira e o produto entregue na terça-feira da semana
seguinte. Na quarta-feira, dia seguinte ao do recebimento, Bernardo
entrou em contato com o serviço de atendimento ao cliente para exercer
seu direito de arrependimento. A atendente lhe comunicou que deveria
ser apresentada uma justificativa para o arrependimento dentre aquelas
elaboradas pelo fornecedor. Essa foi a condição imposta ao consumidor
para a devolução do valor referente à 1ª parcela do preço, já lançado na
fatura do seu cartão de crédito. Com base nesta narrativa, em
conformidade com a legislação consumerista, assinale a afirmativa
correta.
A) O direito de arrependimento precisa ser motivado diante da comunicação de
cancelamento da compra feita pelo consumidor ao fornecedor após o decurso
de 48 (quarenta e oito) horas da realização da transação pelo aplicativo.
B) Embora o direito de arrependimento não precise de motivação por ser
potestativo, o fornecedor pode exigir do consumidor que lhe apresente uma
justificativa, como condição para a realização da devolução do valor faturado.
C) Em observância ao princípio da boa-fé objetiva, aplicável tanto ao fornecedor
quanto ao consumidor, aquele não pode se opor ao direito de arrependimento,
mas, em contrapartida, pode exigir do consumidor a motivação para tal ato.
D) O direito de arrependimento não precisa ser motivado e foi exercido
tempestivamente, devendo o fornecedor providenciar o cancelamento da
compra e comunicar à administradora do cartão de crédito para que seja
efetivado o estorno do valor.
D)O direito de arrependimento não precisa ser motivado e foi exercido
tempestivamente, devendo o fornecedor providenciar o cancelamento da compra e
comunicar à administradora do cartão de crédito para que seja efetivado o estorno do
valor.

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os
valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato, monetariamente atualizados.

➔ Doutrina e jurisprudência entendem de forma pacífica que não precisa de


motivação.
➔ Caso o fornecedor coloque uma cláusula excluindo o direito de arrependimento,
tal cláusula será abusiva, com base no art. 51, I e II, CDC.
RESPONSABILIDADE
OBJETIVA X SUBJETIVA
RESPONSABILIDADE OBJETIVA X SUBJETIVA

RESPONSABILIDADE
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
(RESPONSABILIDADE OBJETIVA).
§4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa (RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA).
VÍCIO X FATO
RESPONSABILIDADE PELO FATO RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO
Perigo à segurança do consumidor, ou seja, haverá Perigo quanto à função (função não é cumprida)
defeito do produto (art. 12) ou defeito do serviço (art. 14)

Desvalorização do produto
ACIDENTE de consumo -quantidade (art 18 e 19)
-qualidade (art. 18 e 20)

Exemplos: Exemplos:
Fato do produto: celular quando explode e queima sua Quantidade não corresponde ao valor informado. Ou
mão, televisão que explode e atinge seu rosto; shampoo não corresponde a qualidade esperada.
que queimou o seu couro cabeludo. Vício do produto: smartphone - SMS não funciona,
internet não conecta.
Fato do serviço: manobrista do estacionamento destrói o Vício do serviço: serviço que foi mal prestado, exa
seu carro em uma pilastra; instituição financeira que instalação do box - "depois de 24h pode tomar banho
negativou o seu nome sem poder fazê-lo; roda-gigante que já secou a cola" - vazou água = vício do serviço; ex.:
que soltou o cinto. internet mal instalada.

PRAZO PRESCRICIONAL: 05 anos para que o PRAZO DECADENCIAl: 30 dias para produtos não
consumidor venha reivindicar em juízo (art. 27, CDC). duráveis.
90 dias produtos duráveis (art. 26, CDC).
PUBLICIDADE
ENGANOSA X ABUSIVA
ENGANOSA ABUSIVA
Qualquer modalidade de informação ou Dentre outras, a PUBLICIDADE
comunicação de caráter publicitário, DISCRIMINATÓRIA de qualquer natureza,
inteira ou parcialmente FALSA, ou, por a que incite à VIOLÊNCIA, EXPLORE O
qualquer outro modo, mesmo por MEDO OU A SUPERSTIÇÃO, SE
omissão, CAPAZ DE INDUZIR EM ERRO APROVEITE DA DEFICIÊNCIA DE
o consumidor a respeito da natureza, JULGAMENTO E EXPERIÊNCIA DA
características, qualidade, quantidade, CRIANÇA, DESRESPEITA VALORES
propriedades, origem, preço e quaisquer AMBIENTAIS, OU QUE SEJA CAPAZ DE
outros dados sobre produtos e serviços; INDUZIR O CONSUMIDOR A SE
- A publicidade é enganosa por omissão COMPORTAR DE FORMA PREJUDICIAL
quando deixar de informar sobre dado OU PERIGOSA À SUA SAÚDE OU
essencial do produto ou serviço. SEGURANÇA.
COMO CAIU NA OAB?
A era digital vem revolucionando o Direito, que busca se adequar aos mais
diversos canais de realização da vida inserida ou tangenciada por elementos
virtuais. Nesse cenário, consagram-se avanços normativos a fim de atender às
situações jurídicas que se apresentam, sendo ponto importante a recorrência
dos chamados youtubers, atividade não rara realizada por crianças e
destinada ao público infantil. Nesse contexto, os youtubers mirins vêm
desenvolvendo atividades que necessitam de intervenção jurídica,
notadamente quando se mostram portadores de prática publicitária.
A esse respeito, instrumentos normativos que visam a salvaguardar interesses
na publicidade infantil estão em vigor e outros previstos em projetos de lei.
Sobre o fato narrado, de acordo com o CDC, assinale a afirmativa correta:
a) A comunicação mercadológica realizada por youtubers mirins para o
público infantil não pode ser considerada abusiva em razão da deficiência
de julgamento e experiência das crianças, porque é realizada igualmente
por crianças.
b) A publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e
experiência da criança ou se prevaleça da sua idade e conhecimento
imaturo para lhe impingir produtos ou serviços é considerada abusiva.
c) A publicidade não pode ser considerada abusiva ou enganosa se o
público para a qual foi destinado, de forma fácil e imediata, identifica a
mensagem mercadológica como tal.
d) A publicidade dirigida às crianças, que se aproveite da sua deficiência
de julgamento para lhe impingir produtos ou serviços, é considerada
enganosa.
b)A publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da
criança ou se prevaleça da sua idade e conhecimento imaturo para lhe impingir
produtos ou serviços é considerada abusiva.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.


§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a
que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência
de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
TEORIAS - DESCONSIDERAÇÃO
Abuso de personalidade ou desvio de
TEORIA MAIOR
finalidade com confusão patrimonial
(CC)
entre a pessoa jurídica e seus sócios
(art. 50, CC).

TEORIA MENOR Basta a insolvência → não precisa


(CDC) provar confusão patrimonial (art. 28,
CDC).
TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO - CDC
Basta a insolvência → não precisa
provar confusão patrimonial (art. 28, CDC).

Art. 28, § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa


jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
SUPERENDIVIDAMENTO
SUPERENDIVIDAMENTO
Art. 54-A § 1º, CDC:

Entende-se por superendividamento a


impossibilidade manifesta de o
consumidor pessoa natural, de boa-fé,
pagar a totalidade de suas dívidas de
consumo, exigíveis e vincendas, sem
comprometer seu mínimo existencial,
nos termos da regulamentação
SUPERENDIVIDAMENTO
● Pessoa Natural;
● Boa-fé;
● Impossibilidade manifesta do
pagamento de suas dívidas;
● Dívidas exigíveis e vincendas;
● Comprometimento do mínimo
existencial.
SUPERENDIVIDAMENTO
SÚMULAS
IMPORTANTES!
PLANO DE SAÚDE
Súmula 302, STJ - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita
no tempo a internação hospitalar do segurado.
Súmula 597, STJ - A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência
para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência
ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24
horas contado da data da contratação.
Súmula 608, STJ - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos
de plano de saúde, SALVO (ou seja, NÃO SE APLICA) os administrados por
entidades de autogestão.
Súmula 609, STJ - A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença
preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à
contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.
COMO CAIU NA OAB?
Carlos foi internado para tratamento de saúde. Apresentava estado
grave, sendo seus familiares informados sobre a limitação do tempo de
internação.
Junto à assinatura dos documentos de internação, o hospital exigiu dos
familiares um depósito caução para assegurar a internação do paciente,
caso extrapolado o dia-limite custeado pelo plano de saúde, o que
fizeram prontamente.
Os familiares de Carlos procuraram você, como advogado(a),
informando o ocorrido e que, de fato, o contrato do seguro-saúde
apresentava essa cláusula limitadora.
Assinale a opção que apresenta a orientação correta dada para o caso.
A) A cláusula contratual que limita, no tempo, a internação hospitalar
do segurado, é abusiva.

B) O fato de o hospital ter exigido a prestação da caução não configura


conduta abusiva, apesar da evidente vulnerabilidade, por força do
princípio do equilíbrio contratual.

C) A cláusula contratual que limita o tempo de internação não se


mostra abusiva, por ter sido redigida de forma clara e compreensível.

D) A cláusula contratual que limita o tempo de internação, embora


abusiva, não é nula e, sim, anulável, por se tratar de contrato de
adesão celebrado em situação de lesão ao consumidor.
A) A cláusula contratual que limita, no tempo, a internação
hospitalar do segurado, é abusiva.

A resposta correta é a alternativa “A”, tendo em vista que é o


teor da súmula 302 do STJ, a seguir transcrita:

Súmula 302, STJ - É abusiva a cláusula contratual de plano de


saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Súmula 297, STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
instituições financeiras.
Súmula 381, STJ - Nos contratos bancários, é VEDADO ao julgador
conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
Súmula 532, STJ - Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão
de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor,
configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa
administrativa.
Súmula 638, STJ - É abusiva a cláusula contratual que restringe a
responsabilidade de instituição financeira pelos danos decorrentes de
roubo, furto ou extravio de bem entregue em garantia no âmbito de
contrato de penhor civil.
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL
Súmula 543, STJ - Na hipótese de resolução de contrato de promessa de
compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do
Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do
promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o
comprador quem deu causa ao desfazimento.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Súmula 595, STJ - As instituições de ensino superior respondem
objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela
realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre
o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação.
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO
Súmula 323, STJ - A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços
de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da
prescrição da execução.
Súmula 359, STJ - Cabe ao ÓRGÃO MANTENEDOR do Cadastro de Proteção ao
Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.
Súmula 385, STJ - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, NÃO
cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado
o direito ao cancelamento.
Súmula 404, STJ - É DISPENSÁVEL o aviso de recebimento (AR) na carta de
comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados
e cadastros.
Súmula 548, STJ - Incumbe ao CREDOR a exclusão do registro da dívida em nome
do devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do
integral e efetivo pagamento do débito.
COMO CAIU NA OAB?
Branca recebeu notificação, por mensagem de texto de telefone celular, informando
que seu nome foi inscrito em cadastro restritivo de crédito a pedido de Lojas Divino de
São Lourenço Ltda., onde a consumidora adquiriu produtos no valor de R$ 2.950,00
sem realizar o pagamento. Branca não recebeu qualquer correspondência em seu
endereço comunicando por escrito a inscrição.
Ao entrar em contato com a entidade que realizou a inscrição e foi responsável pela
sua negativação, recebeu os seguintes esclarecimentos: a) está autorizado pela
legislação consumerista que a notificação do consumidor acerca da inscrição de seu
nome em cadastro restritivo seja feita, exclusivamente, por mensagem de texto ou de
correio eletrônico; b) o envio adicional de correspondência escrita, com ou sem aviso
de recebimento (AR), é uma faculdade do comunicante; c) a consumidora recebeu a
mensagem de texto e nela constaram as instruções para quitar o débito e regularizar
sua situação creditícia.
À luz dos fatos narrados, é correto afirmar que:
A) É necessário para a inscrição do nome de consumidor em cadastro
restritivo de crédito o prévio envio de carta de comunicação com aviso de
recebimento (AR);

B) A notificação do consumidor acerca da inscrição de seu nome em


cadastro restritivo de crédito pode ser feita por aviso em chamada telefônica,
mensagem de texto ou correio eletrônico;

C) A notificação do consumidor acerca da inscrição de seu nome em


cadastro restritivo de crédito exige o prévio envio de correspondência ao seu
endereço;

D) Cabe ao mantenedor do banco de dados a escolha de qualquer forma de


comunicação ao consumidor da inscrição do seu nome em cadastro
restritivo de crédito, desde que haja sempre aviso de recebimento (AR);
C) A notificação do consumidor acerca da inscrição de seu nome
em cadastro restritivo de crédito exige o prévio envio
de correspondência ao seu endereço;

A resposta correta é a alternativa “C”, com base na súmula 359


do STJ, a seguir transcrita:

Súmula 359, STJ - Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de


proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à
inscrição.
OBRIGADA!
BOA PROVA!

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