Geografia
Geografia
Geografia
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Licenciada em Geografia, Especialista em Ensino e a Pesquisa em Geografia do Brasil, Mestranda em Educação,Gestora do
Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Doutor em Geografia, Professor do Instituto de Estudos Sócio-ambientais da Universidade Federal de Goiás
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Licenciada em Geografia, Especialista Ciências Social; Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC - GO
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Geógrafa, Especialista em Planejamento Educacional, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC - GO
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Geógrafa, Mestre em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO5
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Licenciada e Mestranda em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Geógrafo, Professor, Formador e Pesquisador do CENPEC
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Depois dessa tempestade de calmaria, sem que quisesse, veio outra interrogação:
“que sinais marcavam o seu semblante quando desconfiava que os estudantes não iriam
aprender o conteúdo de Cartografia?”
Era preciso acreditar mais nos estudantes como crença em si mesmo; acreditar mais
nas verdades dos mapas como busca de suas próprias verdades. Ah, sim, o professor de
Geografia não sabia onde estava na condição de ensinar cartografia aos seus estudantes. Era
preciso fazer um mapa dos estudantes.
O texto acima intitulado “Perdido e salvo: onde estou?”, de autoria do professor
Eguimar Felício Chaveiro, nos faz refletir sobre o papel do ensino da Geografia no Ensino
Fundamental. Os professores(as) dessa disciplina devem ser mediadores na construção do
raciocínio geográfico e espacial dos estudantes. O espaço é compreendido pela interação dos
elementos econômicos, físicos, culturais, sociais. O modo de ler esse espaço é a partir do
estudo de conceitos como Natureza, Sociedade, Lugar, Paisagem, Região, Território e
utilizando a linguagem cartográfica como instrumento de leitura. Tudo isso se faz de maneira
associada ao procedimento de leitura e de produção textual, pois se une o objetivo de auxiliar
o estudante na sua leitura espacial do lugar e do mundo aos procedimentos do ensino e
aprendizagem.
As Seqüências Didáticas (SDs) ora apresentadas nesse Caderno vem complementar as
sugestões de trabalhos/atividades em resposta à questão instigante levantada no texto de
abertura do Caderno 5 da série Currículo em Debate: como deve ser o ensino/aprendizagem
de Geografia no estado de Goiás no contexto da sociedade atual? Questão essa que os
professores(as) nas diversas oficinas da Reorientação Curricular desenvolvidas nas
Subsecretarias de Goiás, auxiliados pelos especialistas da Superintendência de Educação
Básica, vem tentando responder nesse constante processo de formação e reflexão. Não há uma
resposta pronta, pois o mais importante é a continuidade dessa questão: o reconhecimento
desse trabalho pelos professores(as) da rede, que se identificando com a Matriz Curricular de
Geografia, se apropriam das atividades e metodologias dessas Seqüências Didáticas e
reinventam o seu fazer pedagógico a cada dia.
As Seqüências Didáticas, por meio das atividades para o levantamento dos
conhecimentos prévios dos estudantes (ou avaliação diagnóstica inicial); para a ampliação
dos conhecimentos/desenvolvimento dos conteúdos (ou aperfeiçoamento, aprofundamento
dos conhecimentos) e para a sistematização dos conhecimentos (registros/sínteses), que
estão associadas e se complementam, tem objetivos distintos e definidos para proporcionar
situações de ensino e aprendizagem específicos e socialmente relevantes. Dessa maneira,
com total liberdade e mediação do professor(a), os estudantes se apropriam de conhecimentos,
valores e atitudes considerados básicos nos 4 (quatro) últimos anos do Ensino Fundamental.
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Neste caderno, de número 7, apresentamos duas Seqüências Didáticas: uma para o 8º
ano e outra para o 9º ano. Os respectivos temas/assuntos são “Brasil: Identidade Latino-
Americana” e “Do Local ao Global, do Global ao Local: Realidade e Virtualidade”. Dessa
maneira, busca-se, nessas SDs, implementar estudos geográficos pautados nos seguintes
princípios:
A necessidade dos estudos estarem voltados para a realidade dos estudantes,
relacionando-os à identidade brasileira e comprometendo-os com a cultura local e juvenil;
partindo do lugar, conhecendo-o e melhorando-o;
A responsabilidade pedagógica de todas as áreas de conhecimento com a leitura e escrita,
e a consciência de que a escola, em sua prática e com base no seu contexto, nas suas
possibilidades e no seu compromisso com a formação integral dos estudantes, deve ter
flexibilidade para efetivar o seu currículo.
Esses princípios foram balizados numa compreensão de que o nosso país se relaciona
com os demais países do mundo, mas tem estreita relação de identidade histórica, geográfica,
cultural, econômica e social com alguns deles, o que foi levantado pelos professores da rede e
serviu de base para o tema/conteúdo da Seqüencia Didática de 8º ano. É complementar a essa
compreensão o fato do nosso país sofrer influências do atual processo de globalização em
suas intrínsecas relações entre o local e o global e vice-versa, o que caracteriza os estudos
sobre a importância da cultura local em consonância com a cultura global na Seqüência
Didática do 9º ano.
Princípios, portanto, pautados nas Expectativas de Aprendizagem da Matriz Curricular
de Geografia para Goiás (Caderno 5) e que orientam conteúdos a partir das necessidades
explicitadas pelos professores(as) e estudantes da rede. Fazer um estudo introdutório sobre o
Continente Americano e o Brasil na América Latina, utilizando recursos como gráficos e
tabelas é uma necessidade percebida nesse processo e que vai ao encontro dos anseios
apontados pelos professores(as). Estudar a cidade de Goiás, em tempos de Cora Coralina,
analisar situações nesse contexto e compará-las com as relações cotidianas dos estudantes em
tempos de globalização é outro exemplo desses anseios.
As atividades aqui apresentadas e a lógica em que são propostas, tem objetivos claros
e coerentes, que estão atrelados à intenção de auxiliar o (a) professor(a) em seu trabalho
docente, mas não passam de meras sugestões diante da autonomia e flexibilidade de sua
mediação na construção do conhecimento, seja na sala de aula, na escola ou fora dela. Bom
trabalho!!!
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Referências
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Apresentação:
Esta Sequência Didática (SD) possibilita uma introdução aos estudos do Continente
Americano por meio da análise de informações estatísticas e socioeconômicas e da ampliação
dos conhecimentos geográficos, históricos e culturais que apontam semelhanças e diferenças
entre os países do continente. Para a análise dessas informações, as tabelas e gráficos, são
utilizados como recursos. A construção desses recursos gráficos possibilita o
desenvolvimento de habilidades básicas de leitura, interpretação e análise de informações.
Essas habilidades facilitam o entendimento de situações em diferentes contextos, ampliando a
visão de mundo do estudante e sua emancipação em atitudes críticas e protagonistas.
Material utilizado
Textos diversos, jornais, revistas, livros didáticos e paradidáticos, atlas, mapas, papel
milimetrado, papel sulfite, cartolina ou papel Kraft, material didático básico (caderno, cola,
tesoura, régua, lápis de cor, e outros), aparelho de som, TV e DVD, internet.
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Licenciada em Geografia, Especialista em Ensino e a Pesquisa em Geografia do Brasil, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC - GO
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Licenciada em Geografia, Especialista Ciências Social; Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Geógrafa, Especialista em Planejamento Educacional, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Geógrafa, Mestre em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Licenciada em Geografia, Mestranda em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
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Expectativas de aprendizagem
1) Forme duplas de estudantes para essa atividade. Nessa dinâmica introduza o tema a ser
trabalhado, “A identidade do Brasil na América”.
Professor(a), as letras da
Entregue uma folha com os versos das letras de música músicas podem ser obtidas nos
(Quadro 1) para os grupos ou transcreva os versos na sites:
http://letras.terra.com.br/ ou
lousa. Leia com os estudantes e comente sobre quem são http://vagalume.uol.com.br/.
Professor(a), a sugestão é o trabalho com pequenos trechos de músicas, mas é possível trabalhar toda a letra e
ouvi-las. Recolha informações sobre os compositores e intérpretes e discuta com os estudantes sobre a
importância da Música Popular Brasileira (MPB) como uma das manifestações da cultura brasileira.
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Quadro 1
Professor(a), é importante verificar quais são as impressões que os estudantes trazem consigo em relação aos
aspectos socioculturais do Brasil e dos demais países da América, sobretudo os sul-americanos; qual o grau de
identificação que possuem com os outros países latino-americanos. Registre suas observações sobre os
conhecimentos prévios dos estudantes e guarde as respostas, pois serão utilizadas posteriormente nas atividades
de ampliação dos conhecimentos.
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2ª atividade - Remontando o mundo
a) Distribua, para cada dupla, uma folha em tamanho A4 (Anexo 1) em que estejam traçados
somente a Linha do Equador e o Meridiano de
Professor(a), durante essas
Greenwich. Distribua os contornos recortados dos seis atividades anote suas
observações referentes aos
continentes do globo para cada dupla (no Anexo 2, há conhecimentos e dificuldades dos
orientações para montar esse material). Peça aos estudantes e arquive os
trabalhos para serem utilizados,
estudantes que sobreponham os contornos dos posteriormente, na ampliação dos
conhecimentos.
continentes na folha A4, localizando-os corretamente
para representar o Mapa-Múndi.
Professor(a), essa atividade complementa a avaliação diagnóstica. É importante avaliar as produções dos
estudantes e verificar o conhecimento deles sobre a localização dos continentes nos hemisférios; se localizam,
corretamente, a América nos hemisférios Oeste (Ocidental), Norte (Setentrional) e Sul (Meridional).
b) Distribua, para cada dupla, o contorno do mapa do Brasil que deve ser recortado em escala
proporcional à escala dos continentes, conforme Figura 1. Peça aos estudantes para colarem o
mapa do Brasil no local correto em que nosso país se localiza no mundo. Esta atividade deve
ser feita na mesma folha produzida na atividade anterior do Mapa-Múndi.
Professor(a), utilize uma cor diferente para identificar o mapa do Brasil, de modo que fique em destaque na
folha. Recolha os trabalhos e verifique quais são os conhecimentos prévios dos estudantes referentes a
localização do Brasil na América do Sul.
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Figura 1 - Mapa do Brasil: divisão política
Esta atividade tem por objetivo verificar os conhecimentos que os estudantes já possuem
sobre os países do Continente Americano. É possível verificar e registrar quais impressões,
informações e conhecimentos já adquiridos a partir do exemplo da Argentina e dos Estados
Unidos, que apresentam aspectos comuns e diferentes do Brasil.
a) Peça aos estudantes para produzirem um texto relatando uma viagem imaginária a dois
países americanos: Estados Unidos e Argentina. Oriente-os a relatarem a viagem desde a
saída do Brasil até a chegada nesses países (como foram e como voltaram). Devem dispor
informações e conhecimentos sobre o que viram, o que
Professor(a), é importante que
gostaram, o que não gostaram, como são as pessoas, as você explique como é feito um
relato, converse com o
cidades, o que é igual e o que é diferente do Brasil. Os
professor de Língua Portuguesa
países Argentina e Estados Unidos, foram escolhidos para, juntos, auxiliarem os
estudantes na produção do
como sugestão por apresentarem condições distintas que texto.
nos aproximam e nos distanciam dos países americanos.
Professor(a), faça a sondagem dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema proposto e registre suas
observações. É importante verificar se conseguem localizar a Argentina e os EUA no continente, se percebem a
distância geográfica entre esses países e o Brasil e se são capazes de elaborar uma proposta de viagem coerente
(por exemplo, relatar a ida à Argentina, que é mais próxima e pode ser feita de ônibus, avião e outros, e de lá
relatar a ida para os Estados Unidos, que seria feita via aérea). Analise as produções dos estudantes e registre
suas observações quanto ao relato. Verifique se foram coerentes, e quais foram as maiores dificuldades. Após o
registro, faça as intervenções necessárias para corrigir equívocos e sanar as dificuldades percebidas quanto aos
conhecimentos que tem sobre esse tema. Orientando-os a fazerem a reescrita dos relatos com a inserção de
ilustrações da Argentina e dos Estados Unidos e a construírem as legendas para essas ilustrações. Dessa maneira
estará ampliando os conhecimentos dos estudantes sobre o tema e auxiliando no desenvolvimento das
habilidades de escrita.
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4ª atividade - Brasil: país Sul-Americano e Latino-Americano
a) Retome seus registros com as observações sobre o que os estudantes sabiam (a partir da
análise das respostas anteriores) e inicie a ampliação dos conhecimentos explicando o
contexto dos versos das músicas e discutindo com eles as hipóteses levantadas. Esclareça as
dúvidas, corrija os equívocos e faça comentários a partir do roteiro a seguir, que traz alguns
exemplos para auxiliar sua mediação.
Professor(a), esse roteiro é uma sugestão para orientar sua mediação nas explicações necessárias. Você deve
aproveitar outros versos das músicas apresentadas (ou de outras músicas que selecionar), de acordo com a
necessidade de sua turma. Por exemplo, a partir dos versos “Esse campo, essa força tropical” ou “Deixa viver
esses campos molhados de suor” pode inserir explicações sobre as zonas climáticas do globo e o processo
histórico da DIT (Divisão Internacional do Trabalho) e desmitificar a idéia estigmatizada de que o habitante dos
trópicos é indolente.
1- Explique, a partir do verso “Eu sou da América do Sul”, da música “Para Lennon e
McCartney”, que o Continente Americano é regionalizado (dividido) segundo alguns
critérios e que em uma dessas regionalizações a América é dividida em: América do Norte
(Estados Unidos, Canadá e México); América Central (com o apoio de um mapa, mostre os
países que compõem a América Central) e América do Sul (mesmo procedimento). Assim, os
compositores dessa música se identificam como pertencentes à América do Sul, pois são
brasileiros.
2- Problematize o verso “Mas Agora Sou Cowboy”, da música anterior, sobre a questão de se
considerar “cowboy”.
Professor(a), explique sobre as
políticas de intervenção dos
Professor(a), pergunte aos estudantes o que é ser “cowboy” e de Estados Unidos na América
qual país recebemos essa influência. Aprofunde a discussão, Latina, como o processo
explicando que esse termo (em inglês, significa vaqueiro) é
histórico de resistência de Cuba
originário dos Estados Unidos e influencia nossa cultura. Reforce a
a essas intervenções e a
idéia sobre a importância da preservação da cultura local, que pode
ser descaracterizada pelas influências que nos são impostas. Dê situação atual da América Latina
exemplos da relação histórica que temos com eventos culturais frente aos Estados Unidos (dado
como a Cavalhada, que acontece em alguns estados do Brasil e o crescimento de líderes e
remonta nossa história. Comente que na cidade de Pirinópolis-GO, governos de ideologias opostas
essa festa cultural acontece durante a Festa do Divino e representa, ao neo-liberalismo estadunidense
um dos aspectos da cultura dos goianos. Para aprofundar, solicite nessa parte do continente).
pesquisas sobre a origem dessa festa cultural em Goiás e no Brasil.
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3- Use o verso “Eu sou apenas um rapaz latino-Americano”, da canção “Apenas um Rapaz
Latino-Americano”, para explicar que nosso continente também é regionalizado em América
Anglo-Saxônica (Estados Unidos e Canadá) e América Latina (abrange o México, os países
que compõem a América Central e a América do sul).
Professor(a), é importante que continue a explicação para que os estudantes possam comprender que essa divisão
realça as profundas diferenças econômicas, sociais, culturais, entre os Estados Unidos e o Canadá (países da
América Anglo-Saxônica) com os demais países que compõem o continente (América Latina). Assim, pode-se
ampliar o conhecimento dos estudantes quanto à identidade latino-americana à qual o compositor brasileiro se
refere. Essa explicação é fundamental para consolidar a compreensão dos objetivos desse estudo. Eles devem
perceber que temos razões históricas, culturais e geográficas, dentre outras, que nos aproximam mais dos países
latino-americanos do que dos países da América Anglo-Saxônica. Essa atividade possibilita que os estudantes
aprendam a valorizar a cultura e identidade latino-americana que nos une aos demais países dessa porção do
continente. Essas discussões são importantes e suas explicações devem ficar bem claras para que os estudantes
possam avançar nas atividades e no processo de ampliação dos conhecimentos sobre esse tema.
Quadro 2
Identidade e diversidade
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Quadro 3
Professor(a), o texto do Quadro 3 apresenta características essenciais da formação étnica e cultural da América
Latina por meio do processo de colonização. Ao destacá-la como um caldeirão de etnias nos convida a
compreender a sua rica diversidade. Cabe-nos convidar o estudante a identificar essa pluralidade étnica
descobrindo o seu sentido político e a sua potência de emancipação. Considerar metodologicamente esta
diversidade pode nos levar a aproximar com os diferentes tipos de músicas a diversidade de costumes
alimentares, os tipos de danças, os idiomas falados percebendo em alguns casos a supervalorização de outras
culturas em detrimento a diversidade que o texto apresenta. Esse texto serve de embasamento ao trabalho do
professor(a) em sala de aula, adaptando para ser lido com os estudantes, inclusive ampliando a discussão as
questões sociais no contexto da América Latina. Sugerimos que se trabalhe a corporeidade latino-americana por
meio do samba, do tango argentino, da salsa, do merengue e mambo do Caribe, a capoeira e demais informações
sutis como a cor da pele, o gingado, o olhar. Explore a questão da culinária dos países da América Latina,
decifrando os segredos por trás da história da feijoada, do empadão goiano, das tortilhas do Caribe, do taco
mexicano, da cachaça ou da tequila. Discuta com os estudantes a riqueza da religiosidade popular e sua relação
com a diversidade étnica como as quermesses, folias, o candomblé, o Quarup, a festa dos mortos no México
entre outros. Isso pode ser feito por meio de pesquisas na internet, usando os sites de busca como o “Google” ou
o “Youtube”: os textos e as imagens são importantes formas de levar os estudantes a essa percepção.
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adquirem habilidades de leitura e interpretação para extrair informações necessárias à
construção do conhecimento geográfico.
a) Oriente os estudantes na construção da tabela. Explique que terão seis itens referentes aos
dados/informações que são: PIB, IDH, população, taxa de desemprego, território e língua de
cinco países diferentes: Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba e Estados Unidos para disporem
na tabela. Essas informações são importantes para saberem quantas linhas e quantas colunas
serão utilizadas para construí-las. Esclareça que será construída uma tabela 7 x 6, ou seja, com
7 linhas (6 itens mais o subtítulo que os identifica) e 6 colunas (5 países mais o subtítulo).
Professor(a), como sugestão pode-se utilizar a lousa para auxiliar os estudantes na construção da tabela.
Esclareça que os dados/informações podem estar tanto nas colunas quanto nas linhas, mas normalmente os itens
em maior número são dispostos nas linhas.
Professor(a), explique que o título deve estar relacionado com os conteúdos abordados na tabela e que constitui-
se elemento básico para leitura, e que esse elemento é fundamental para compreendê-la. Dessa maneira, estará
auxiliando os estudantes no desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação. Lembre-se que na tabela
há uma sugestão de título, mas você pode criar com os estudantes, outros como por exemplo, “Situação
socioeconômica e cultural de alguns países americanos”; “Comparação entre países do continente americano”,
entre outros. Insira outras explicações que considerar necessárias para auxiliá-los nessas leituras e análises.
Tabela 1
Dados e informações geográficas de alguns países da América
Países
Dados Argentina Brasil Colômbia Cuba Estados Unidos
PIB
População
IDH
Taxa desemprego
Extensão Territorial
Língua
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exemplo, que o PIB é fornecido em dólares; a população é dada pelo número de habitantes
(hab) do país; a extensão territorial (área) é medida em quilômetros quadrados (km2) e
outros. Disponibilize o uso de atlas e livros para que façam eventuais consultas e ensine os
estudantes a fazerem uso desses materiais como fontes de pesquisa.
Professor(a), para auxiliá-los a dispor corretamente os dados e informações na tabela, faça perguntas que lhes
permitam levantar hipóteses e, com os conhecimentos que possuem, decidam em quais linhas e colunas da tabela
irão colocar as informações. É importante explicar que, para dispor os dados referentes a extensão territorial,
podem verificar nos mapas dos países e, assim, completar essa parte da tabela. Terminado o preenchimento,
confira com os dados do anexo 3, e juntamente com eles, corrija eventuais equívocos, inserindo explicações
necessárias.
Taxa de
desemprego: 7,89% / 4,6% / 10,6% / 1,9% / 8,9%
1 - Questione porque o IDH da Argentina e de Cuba são tão próximos e porque o IDH dos
Estados Unidos é bem maior que de todos os demais.
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2 - Pergunte se as línguas oficiais podem distanciar ou aproximar os países.
3 - Faça indagações sobre as diferenças dos PIBs dos países observandos na tabela 1.
4 - Compare a extensão territorial dos países citados na tabela 1 (5ª atividade letra b),
utilizando como recurso mapas, atlas e outros.
a) Oriente os estudantes a utilizarem os dados da tabela 1 (5ª atividade letra b) referente aos
PIBs e disponibilize-os em gráficos de barra.
Professor(a), sugerimos que tome como exemplo os PIBs e as taxas de desemprego dos países que estão
inseridos na tabela 1 e construa gráficos simples de barras e outros. Explique sobre como construí-los utilizando
os gráficos (Anexo 5). Reforce a leitura dos gráficos a partir do título.
b) Peça aos estudantes que utilizem os dados sobre taxa de desemprego (Tabela 1) e
disponibilize-os em gráficos horizontais.
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7ª atividade: Lendo diferentes gráficos
a) Solicite aos estudantes que façam uma pesquisa para a seleção de diferentes tipos de
gráficos (barras, linhas, setorial e outros) e de tabelas. Eles devem consultar jornais, revistas,
sites e outras fontes de informação e selecionar gráficos e tabelas que comparem os países do
continente americano entre si, e que evidenciem as relações do Brasil com os demais países
latino-americanos. Explique sobre os diferentes tipos de gráficos e como podem ser
construídos e interpretados.
Professor(a), nos anexos 5 e 6 há informações que você pode utilizar nas explicações sobre a construção de
tabelas e gráficos.
b) Divida a turma em duplas ou trios para que socializem e discutam entre si as informações
obtidas na pesquisa. Solicite que registrem no caderno o que compreenderam, pois isso será
utilizado em atividades posteriores.
c) Explique sobre os diferentes tipos de gráficos. O Quadro 3, a seguir, deve auxiliá-lo nessa
mediação. A partir dos gráficos e tabelas aprofunde os conhecimentos dos estudantes sobre
aspectos geográficos dos países do Continente Americano.
Quadro 5
Gráficos
O gráfico de colunas é formado por colunas que podem estar juntas ou separadas, e cada coluna se
refere a uma categoria. Esse gráfico é muito comum e é simples construí-lo. Ele pode, na verdade,
ser utilizado para tratar praticamente todo tipo de informação, mas evidentemente não é muito
indicado para alguns casos. Não há relação entre parte/todo como no gráfico de setores. Ele pode
mostrar o crescimento de alguma grandeza no decorrer do tempo, mas também não é o mais
indicado para isso, pois nada melhor que linhas para mostrar isso, como em um zigue-zague. As
colunas não dão idéia de movimento e nem tampouco mostram continuidade como no gráfico de
linhas. O gráfico de colunas múltiplas trata de dois aspectos da população simultaneamente.
Geralmente retrata dados referentes a gênero (homens e mulheres), ou dados referentes a datas
diferentes, mas de mesma categoria.
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O gráfico de Barras é parecido com o anterior, mas apresenta as barras na horizontal. Se comparado
com o gráfico de colunas, apresenta recursos igualmente simples de construção, mas tem freqüência
menor na mídia. Ele tem a mesma função que o de colunas.
O gráfico de setores, popularmente conhecido como gráfico de pizza, fornece uma idéia sobre o
todo, dado não fornecido nos gráficos anteriores, e ainda, apresenta cada categoria com relação ao
total, ou seja, proporciona uma comparação de cada parte com o todo. Para isto, utiliza-se do
recurso da porcentagem. Para sua construção, é preciso conhecimentos sobre proporção (ou regra
de três) e ângulo, o que a torna relativamente sofisticada para alunos dos anos iniciais. A construção
desse gráfico geralmente é deixada para o 6º ano em diante. O gráfico de rosca é uma versão do
gráfico de setores, como se pode observar. Há ainda a „semi-rosca‟, um gráfico formado pela
metade de uma coroa circular.
O gráfico de linhas (ou de segmentos) é utilizado para mostrar a variação entre grandezas onde uma
delas geralmente é o tempo. Ele indica movimento. É preciso atentar para notícias que apresentam
esse gráfico, pois ele é especialmente utilizado quando o intuito é induzir o leitor para uma
conclusão desejada pela fonte. É possível construir as escalas segundo o rigor matemático, ou seja,
sem erros, e obter um resultado muito diferente se comparado com o gráfico correspondente,
construído inicialmente. Esse resultado é obtido aumentando ou diminuindo uma das escalas. Este
gráfico geralmente é utilizado para as pesquisas eleitorais, apresentando a intenção de voto dos
eleitores.
O gráfico pictórico é especialmente interessante por chamar mais a atenção do leitor. Há uma
imagem que faz parte desse gráfico, mas que não vem somente para ilustrá-lo, mas sim para ser
parte de sua construção, ou seja, se retirada a imagem o gráfico deixa de existir. Esse gráfico é
interessante porque pode assumir a forma de outro gráfico (gráfico de colunas, de barras, de linhas)
então prevalece ainda à função do outro gráfico ao qual ele se assemelha.
b) Proponha aos estudantes que utilizem os gráficos e tabelas pesquisados anteriormente, para
montar um painel informativo sobre os países da America Latina; as relações entre países
Latino-Americanos, entre outros.
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Professor(a), faça intervenções para que os estudantes consigam identificar a América Latina no Continente
Americano e, sobretudo, perceber as questões que aproximam os países latino-americanos do Brasil.
Professor(a), oriente os estudantes para guardarem o material produzido a partir das pesquisas, pois usarão
posteriormente. Para fechar essa atividade, faça uma explanação geral sobre a realidade desses dois países e,
juntamente com os estudantes, verifiquem e confirmem se o que tinham imaginado nos textos produzidos na 3ª
atividade é real ou se distanciaram muito da realidade. Formule questões problematizadoras para que encontrem
semelhanças e diferenças entre esses dois países em relação ao Brasil: a proximidade geográfica, a língua, o
nível econômico, as questões culturais e o esporte predominante. O objetivo é que os estudantes percebam com
quais países no Continente Americano o Brasil se identifica mais.
Professor(a), reforce a idéia sobre as semelhanças e diferenças entre o Brasil e estes países. Você pode guardar o
material produzido com essas pesquisas, pois serão utilizadas posteriormente.
c) Retome a produção do Mapa-múndi feita nos itens “a” e “b” da 2ª atividade e as redistribua
para as duplas. Oriente os estudantes a complementarem as informações nesses mapas criando
uma legenda que diferencie os seis continentes nele representados. É importante que façam
uso de cores diferentes como recurso cartográfico. Nesse caso, a cor para o Continente
Americano deve ser bem clara, pois sobreporão informações nesse continente.
Professor(a), as duplas de estudantes que farão o trabalho nesse item C não precisam ser as mesmas da 2ª
atividade. É importante que os grupos sejam reorganizados para que tenham oportunidade de aprenderem com
outros colegas, para ampliar as possibilidades de troca de experiências entre eles.
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d) Oriente as duplas a complementarem essa legenda. Retomem o material produzido nas
pesquisas dos itens “a” e “b” e disponha as informações no mapa. Como essas informações
são relacionadas a quatro países do Continente Americano (Argentina, Colômbia, Cuba e
Estados Unidos), construa a legenda com alguns símbolos relacionados a informações sobre
esses quatros países e os distribua no mapa. Proceda da mesma maneira, fazendo as
adaptações necessárias, para outras informações. Dêem um título ao mapa baseando-se no
título sugerido nessa atividade: Cara dos nossos vizinhos.
Professor(a), com o material oriente os estudantes a selecionarem o que pode ser utilizado para a elaboração do
Mapa qualitativo. Escolha anteriormente um título para esse mapa, contextualizado com a identidade Latino-
Americana, o que auxiliará na seleção do material.
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Figura 2 - Mapa da América Latina (Anexo 4)
Professor(a), recolha as produções dos estudantes e, a partir desse material, faça uma avaliação geral do
processo. Retome os registros da avaliação diagnóstica, oriente os estudantes a verificarem seus registros nos
cadernos e suas produções e, juntamente, com eles, verifiquem e avaliem o avanço e a ampliação dos
conhecimentos. A auto-avaliação (tanto do professor quanto dos estudantes), nesse sentido, é peça chave do
processo de ensino e aprendizagem, pois permite uma apreciação do que cada um fez e do que pode melhorar.
Como sugestão para retomada, caso perceba a necessidade, faça a seguinte atividade alternativa: entregue a letra
da música “Brasil, Mostra a Sua Cara”, de Cazuza para os estudantes e faça uma leitura coletiva desse texto
(letra da música). Em seguida, propicie uma conversa com os estudantes a partir de questões relacionadas ao
contexto da música que problematiza a situação do Brasil em relação aos demais países latino-americanos. Por
exemplo, no que se identificam e quais as características predominantes desses países que lhes confere uma
identidade. Concluída a discussão, sintetizem-na, com a produção de um texto coletivo.
c) Peça aos estudantes que sobreponham no mapa, colagens de ilustrações, fotos, desenhos,
tabelas, gráficos, dentre outros, sobre os países da América Latina, atentos ao título que deram
para o mapa, relacionado à identidade Latino-Americana.
Professor(a), é importante orientar os estudantes sobre a organização desse mapa. Por exemplo, se selecionaram
material relacionado às características esportivas comuns entre esses países, devem dispor de ilustrações
esportivas no mapa. Devem, entretanto, selecionar mais de uma característica quanto mais elementos tiverem,
mais caracterizado ficará o mapa.
Professor(a), essa socialização é importante para que os estudantes troquem experiências e conhecimentos que
foram adquiridos e construídos no processo.
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Referências
Brasil Hoje - Aplicativo. Dados Educacionais e Sociais dos Municípios Brasileiros. Programa
Melhoria da Educação no Município. Cenpec. São Paulo. SP. 2008 (adaptado do site
http://www.cenpec.org.br/modules/mastop-publish/index.php?tac=Aplicativo-Brasil-Hoje).
Visitado em 28/10/2008.
Sites
http://www.cenpec.org.br/modules/home
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=mapasm
http://www.pnud.org.br
http://www.datasus.gov.br
http://www.ibge.gov.br/censo/
http://www.unicef.org/brazil
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/6ritos/cavalhada.html
http://www.indexmundi.com/pt/cuba/populacao_perfil.html
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ANEXO 1
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ANEXO 2
Professor(a), os continentes devem estar recortados de acordo com seus limites territoriais.
Veja, abaixo, exemplos a partir da Oceania e da África:
Exemplo da Oceania
Exemplo da África
É fundamental que os mapas estejam na mesma escala e que caibam na folha A4. Caso prefira
trabalhar com uma folha maior, amplie (na mesma proporção) a folha A4 com o traçado das
25
linhas imaginárias e os mapas dos seis continentes. Veja, abaixo, exemplos de como devem
ser recortados os continentes:
Em negrito, como deve ser recortado o Em negrito, como deve ser recortado o
Continente Americano Continente Africano
Em negrito, como deve ser recortado Em negrito, como deve ser recortado o
Continente Australiano (Oceania) Continente Europeu
Em negrito, como deve ser recortado o Em negrito, como deve ser recortado o
Continente Asiático Continente Antártico (Antártida)
26
ANEXO 3
Países
Estados
Argentina Brasil Colômbia Cuba
Unidos
Dados
Taxa
8,9% 7,89% 10,6% 1,9% 4,6%
desemprego
27
ANEXO 4
28
ANEXO 5
GRÁFICOS
O exemplo a seguir mostra o consumo de energia elétrica no decorrer do ano de 2005 de uma
família.
29
Gráfico Vertical
Gráfico horizontal
30
3. Gráfico de setores
O gráfico a seguir representa a preferência dos clientes de uma locadora quanto ao gênero dos
filmes locados durante a semana.
31
ANEXO 6
Tabela
Tabela
32
ANEXO 7
Representações qualitativas
Fonte:
www.portalbrasil.net/brasil_vegetacao.htm
33
Figura 2 – Brasil principais ferrovias
Fonte: www.transportes.gov.br/.../mapasferro.htm
34
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Apresentação:
Esta Seqüência Didática (SD) objetiva trabalhar as influências do processo de globalização nos
diferentes lugares e analisar a interação entre local-global e global-local. Destacamos dois
temas que são peças-chave para a compreensão do fenômeno da Globalização: os meios de
transporte e os meios de comunicação. Foram eles que, diminuindo as distâncias virtuais ou o
tempo real, criaram um mundo cada vez mais veloz e conectado. Problematizando essas
questões é possível levar os estudantes à reflexão e estabelecimento de uma consciência
crítica. O exemplo da Cidade de Goiás contempla a contextualização da cultura local
relacionada à cultura juvenil.
14
Licenciada em Geografia, Especialista em Ensino e a Pesquisa em Geografia do Brasil, Gestora do Núcleo de
Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
15
Licenciada em Geografia, Especialista Ciências Social, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC – GO/UEG
16
Geógrafa, Especialista em Planejamento Educacional, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC - GO
17
Geógrafa, Mestre em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC - GO
18
Licenciada em Geografia, Mestranda em Geografia, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular -
SUEBAS/SEDUC - GO
19
Professor, Geógrafo, Formador e Pesquisador do CENPEC, Consultor da SUEBAS /SEDUC – GO.
35
Material utilizado
Expectativas de Aprendizagem
36
pessoas ou se sempre foi assim (se sim, quais mudanças ocorreram); se a maneira das pessoas
se comunicarem sempre foi dessa forma, se mudaram muito, se mudaram pouco e em quanto
tempo. Retome as problematizações quanto às relações de locomoção (transporte) e verifique o
quanto os estudantes sabem sobre as transformações nos meios de transporte atuais. Após os
registros sobre suas observações nesta sondagem, introduza o tema a ser trabalhado -
Globalização e insira explicações que achar pertinente para o estudo.
B) Peça aos estudantes que respondam, nos respectivos cadernos, as seguintes questões
problematizadoras:
1) Em que locais são mais comuns as pessoas se encontrarem atualmente? Sempre foi assim?
Explique as mudanças que tem percebido nesse sentido.
Professor(a), observe se os estudantes vão fazer referências aos locais onde são mais comuns ocorrem às relações
sociais, como os shoppings centers, e que em algumas cidades do interior já podemos encontrar estes centros
comerciais e de lazer.
2) Como ocorre a comunicação entre as pessoas nos dias de hoje? Sempre foi assim? Explique
as mudanças que tem percebido nesse sentido.
Professor (a), a comunicação é extremamente importante para se compreender o processo de Globalização. Neste
momento você poderá propor aos estudantes que escrevam sobre estas práticas da comunicação atual entre
pessoas, inclusive abordando as diferentes linguagens utilizadas. Ex: como se comunicam via internet, celulares,
entre outros.
37
2ª atividade - Do real ao virtual
O objetivo desta atividade é que percebam, por meio da charge, a crítica à competição que
acelera as transformações no processo de Globalização.
Quadro 1
Charge
Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura,
algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas.
A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou
situações de algo para torná-lo engraçado.
Figura 1
B) Peça uma leitura interpretativa da charge e que comentem a idéia que a charge passa.
Oriente-se pelas questões a seguir:
Professor (a) observe se os estudantes percebem o acelerado processo de mudança, tornando-se em tão pouco
tempo os objetos obsoletos, dando uma conotação negativa preconceituosa em relação àquilo que é considerado
velho e na ampliação dos conhecimentos dos estudantes abra uma discussão sobre este assunto.
38
Professor (a), explique que existe atualmente, uma disputa acirrada entre os produtos lançados no mercado para
atrair os consumidores. Assim que um produto é lançado, outro surge com novas tecnologias e recursos. Verifique
se percebem essa relação do consumismo com a abertura de mercados (entre os países) com a globalização
econômica.
Professor (a), para os estudantes que não possuam celulares, pergunte o que percebem sobre o uso desta
mercadoria nos dias atuais em relação aos amigos, parentes e conhecidos que possuem celulares.
3) Como é a vida das pessoas dependentes dos celulares e o que fazem para mantê-los em uso
diante das tarifas e taxas desta mercadoria?
Professor (a) observe se os estudantes conseguem fazer referências ao incentivo ao consumismo principalmente
na concorrência entre as operadoras e outras empresas ligadas e este sistema de comunicação, é importante que os
pontos principais dessa discussão sejam registrados.
B) Forme duplas ou trios de estudantes. Os oriente a criarem uma charge que mostre
criticamente a idéia das relações virtuais. Para tanto, leia e discuta o texto (Quadro 2) abaixo.
Quadro 2
Comunicação Virtual
Hoje, com o advento da informática, textos, imagens e áudio estão disponíveis a um clique do mouse.
Um e-mail atravessa oceanos em segundos. E a informação chega em tempo real. "O encurtamento de
distâncias e a diminuição do tempo que levamos para executar determinadas tarefas são os principais
motores da globalização, um movimento apoiado em ferramentas modernas, como a comunicação via
satélite e a internet. Hoje podemos falar de uma cidadania global, uma nova sensação de entrar no
mundo.
É importante que eles expressem por meio desta linguagem como a rede social da internet nos
incita a essas novas relações. Lembre-os da importância dos registros nos cadernos. Faça
considerações sobre o tema trabalhado – Globalização, sempre fazendo a relação local-global-
local.
39
3ª atividade - Práticas Culturais “Eu brinquei no Quintal de Cora”
Quadro 3
Eu brinquei no quintal de Cora
Minha mãe dizia... Essa menina é da pá virada. Na verdade sou canhota de nascença.
A professora da escolinha lá da roça, quis desvirar minha pá, com tantos castigos, aprendi escrever
com a mão direita. Imaginem a confusão, pá virada, desvirada e virada novamente.
Com essa fama de pá virada, e desvirada, eu nunca fui mesmo flor que se cheire. Minha amiga Jú, diz
que até hoje, sofro dessa tal de pá virada.
Na minha chamada adolescência, fase em que vive em Vila Boa de Goiás, fui um tanto peralta, vejam
com quem fui brincar.
Eu brinquei no quintal da Cora Coralina, na verdade queríamos mesmo era roubar suas tão desejadas
frutas. Mas tal fato não passou sem seu preço.
Imaginem a situação! A professora de Português mandou entrevistar a poetisa.
Não seria essa, a tal Aninha da casa da ponte? E agora? Ela vai nos reconhecer?
Já sei, vamos brincar de ser turista, dizem que Cora adora recebê-los. Mas será que turista sabe bem o
que é poema? Eu por exemplo não entendia bem de poemas, nem de poetisa, a professora não explicou
que se tratava dos tais gêneros textuais.
Mas em Goiás, a antiga Vila Boa, eu e minhas amigas, costumávamos escrever uns versos,
escrevíamos nos cadernos tipo diários. Dizíamos que quando o tempo nos separasse, lembraríamos
uma das outras.
Escrevíamos também as cartas para o rádio, histórias de nossas vidas, homenagens, e até declarações
de amor aos meninos, outras vezes até chamávamos para namorar.
Lembro-me ainda destes tempos em Goiás. Das longas caminhadas, até a casa da poetisa. Parecia
mesmo a viagem dos tais turistas.
E por falar em caminhadas, lembro-me também dos intermináveis desfiles de 7 de setembro. Saíamos
de casa de madrugada, no estômago, somente os pães que roubávamos nas janelas.
Pobres almas cívicas! Mortas de sede no escaldante sol de setembro, nas ruas de Vila Boa!
Desfilar vestida de princesa Isabel! Sonho de toda menina! Escravas, baianas, gaúchas... agricultura e
pecuária. Essas podíamos escolher, qual representar.
Eu nunca entendi direito os motivos de tantas fantasias dessas “coisas” que representavam o imenso
Brasil.
A professora de História falava da Independência do Brasil e que tínhamos que homenagear o dia de
tão sublime fato e de tantos heróis.
Eu não entendia aquilo direito, mas afinal... Somos as tais almas cívicas.
Turistas que viajavam em seus tempos, espaços e lugares em busca de explicações de mundo,
praticando seus atos que explicavam seus tempos vividos, roubando frutas nos quintais e pães nas
janelas, não por fome física, mas pela ânsia de viver o seu tempo.
Maria de Fátima (Lia), uma vilaboense (Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Curricular - SUEBAS/SEDUC – GO)
40
A) Leia o texto com os estudantes e discuta as
diferenças que ocorreram ao longo desses 30 anos nas Professor (a), durante o
desenvolvimento dessa atividade,
relações sociais descritas na narrativa. Comente as verifique se os estudantes estabelecem
ligação com a atividade anterior (item
relações de amizades, namoros, relação professor (a)- B) e se percebem as mudanças que
ocorreram nos meios de comunicações,
aluno (a), as formas de comunicações, como se no modo de vida das pessoas - relações
sociais e nos meios de transportes.
locomoviam (meios de transporte), as brincadeiras,
bem como as transformações ocorridas nestas relações
sociais. Oriente-se pelas questões do roteiro a seguir.
Professor (a) oriente os estudantes a buscarem no texto momentos em que a autora narra fatos que caracterizam as
brincadeiras do tipo brincar em quintais, as peraltices de crianças, e discuta com as brincadeiras de hoje, é
importante a percepção da relação com as culturas locais e juvenis. Sem perder de vista o global, práticas
associadas ás culturas de massa, impostas pelos meios de comunicação.
Professor (a) Veja que na narrativa a autora fala da troca de mensagens registradas nos cadernos das colegas,
cartas para os rádios, e amplie essa discussão para essas práticas atuais, internet, uso de comunicação a partir de
mensagens instantâneas MSN, e-mails, Orkut e outros.
Professor (a) na narrativa a autora fala das longas caminhadas a pé. Amplie a discussão para os meios de
transportes existentes hoje e da importância destes, no processo de globalização.
Professor (a) é importante comentar o processo de universalização dos costumes a partir da globalização, e a
importância da preservação e valorização das culturas locais e regionais.
Professor (a) analise com os estudantes as influências consumistas associadas às práticas do lazer, e discuta
também a importância da valorização e conservação de práticas ligadas à cultura local.
B) Peça aos estudantes uma produção de texto individual, onde os mesmos possam narrar o
seu cotidiano (hoje) em sua cidade, levando em conta as conversas anteriores e observando as
experiências descritas na narrativa - quadro 3. No texto a ser produzido pelos estudantes,
41
devem contemplar uma análise das transformações Professor(a), essa é uma
oportunidade de trabalho com o
ocorridas no cotidiano das pessoas nesse período. professor de Língua Portuguesa,
previamente planejada. A reescrita é
Recolha as produções e, juntamente com os estudantes,
importante para reforçar as
faça a reescrita coletiva ressaltando as transformações intenções da atividade e também
para ampliar os conhecimentos de
constatadas. escrita dos estudantes.
Quadro 3
Globalização
Globalização pode ser vista como a planetarização tecno-econômica na atual fase do capitalismo. Ao
mesmo tempo, ela pode ser vista como a emergência caótica e desigual de um embrião de sociedade-
mundo. Uma sociedade dispõe de um território que comporta um sistema de comunicações. O planeta
se encontra, hoje, dotado de uma textura de comunicações (aviões, telefone, fax, Internet) como
nenhuma outra sociedade do passado jamais teve.
A globalização é um fenômeno que ocorre em decorrência das inovações tecnológicas dos meios de
transporte e de comunicação que, por sua vez, aceleram o fluxo da informação pelo planeta. A
internet, por exemplo, tornou-se uma extraordinária rede de informação por meio das redes sociais.
Elas são espaços virtuais que relacionam pessoas do mundo todo, desde que tenham acesso ao uso do
computador e da internet.
Professor (a), após a leitura, para o fechamento da atividade é interessante inserir explicações sobre o processo de
globalização (que para alguns autores é considerada mundialização). Os textos no Anexo 1 podem auxilar sua
fundamentação nessa mediação e podem ser exploradas em atividades de leitura com os estudantes.
42
5ª atividade – Pesquisa na internet
Esta atividade tem por objetivo auxiliar os estudantes a pesquisar na internet. Aproveite o texto
do Quadro 4 e verifique se eles sabem pesquisar no Google e outros sites. No texto, há
algumas informações para facilitar o seu trabalho de mediação com os estudantes, no momento
de pesquisa no Google.
Quadro 4
O Google é um site que oferece serviços online, sendo o de busca de informações, imagens, mapas,
textos etc. o mais utilizado pela facilidade de acesso e rapidez na obtenção de resultados. Veja a
seguir as instruções de uso deste site para fazer uma pesquisa:
1. Você vai precisar de um computador com acesso à internet. Pode ser da escola, da sua casa, de
uma Lan house. Lembre-se que em vários locais há disponibilidade de internet públicas e gratuitas.
Faça uso delas!
3. Aparecerá a página deste site de busca, digite algumas palavras relacionadas ao assunto/tema que
quer pesquisar no espaço destinado a isso na página, conforme exemplo abaixo:
Pesquisa avançada
Preferências
Ferramentas de idiomas
Pesquisa Google Estou com sorte
5. Clique nos links de seu interesse e acesse as páginas da internet para as quais transferem
o seu acesso. Nestas páginas ou sites poderá haver o assunto/tema de sua pesquisa.
Atenção: há mais maneiras de direcionar sua pesquisa: se procurar por imagens ou mapas,
por exemplo, deve clicar na barra de ferramentas na parte superior do site nos links
“imagens” ou “mapas”.
6. Pronto, você já sabe como acessar um site de busca na internet. Agora oriente a entrar
neste site e digitar no espaço para pesquisa a palavra “Globalização”.
Fonte: http://www.google.com.br. Visitado em 17/12/09.
43
A) Com ajuda do professor(a) dinamizador(a) do laboratório, oriente os estudantes a fazerem a
pesquisa, seguindo os passos sugeridos no quadro 4. Incentive-os a fazerem a pesquisa sobre
Globalização e suas linhas teóricas; a navegarem por sites que mostram o cotidiano em
diferentes países, cidades; a compararem fotos e informações. Chame a atenção para as
semelhanças de outros locais com o Brasil, com o estado de Goiás nesta era de Globalização.
Verifique e registre quais impressões, informações e
Professor(a), se a escola não tiver
conhecimentos os estudantes já adquiriram sobre o tema o acesso à sala de informática, é
importante fazer intercâmbio
“Globalização. com outras escolas, núcleos de
tecnologias educacionais (NTE)
ou organizar a ida a uma lan
house.
Quadro 5
As redes sociais
44
- You Tube: um website que permite aos seus usuários compartilharem, livremente, vídeos em
formato digital e onde são encontradas ou disponibilizadas informações neste formato.
http://www.youtube.com/.
- MSN Messenger: um programa de mensagens instantâneas que permite que um usuário se
relacione com outro que tenha o mesmo programa em tempo real, podendo ter uma lista de amigos
"virtuais" e acompanhar quando eles entram e saem da rede. Agora este serviço passa a ser
chamado de "Windows Live".
Professor (a) este é o momento oportuno para você abrir uma discussão com os estudantes sobre o uso da internet
ressaltando os pontos positivos da rede, principalmente no que diz respeito ao acesso de forma muito rápida às
informações, e também pontos negativos com a veiculação de ideologias que reforçam algumas mazelas do
sistema capitalista. Mas que o grande desafio é que transformemos todos esses benefícios da informação em
conhecimento e esse é um grande desafio da escola, que muitas vezes nos parece desinteressante diante de tão
atrativo acesso à informação.
C) Construa uma rede social a partir das relações que estabelecem na atividade anterior. O
exemplo abaixo faz uso de fotografias de estudantes de Goiás. Eles devem usar nomes, fotos e
outras informações das pessoas que conhecem virtualmente, e montar um esquema dessa rede
como a do exemplo. Socialize os esquemas com os estudantes.
Arthur
Ana Vitória
Letícia Nícolas
Sádala
Professor (a) utilizando os recursos do laboratório de informática da escola e conectados a internet, você poderá
juntamente com os estudantes montar um quadro de relações sociais, e estabelecer utilizando a rede de internet,
essas conexões. Caso não disponha de laboratório de informática, utilize figuras (recortadas de jornais e revistas)
e monte o quadro, demonstrando as possibilidades da rede para a integração entre as pessoas, e as nações no
mundo. È importante lembrar que mesmo conectados, os povos ainda apresentam muitas desigualdades.
45
D) Para o fechamento da atividade, leia com os estudantes o texto do Quadro 6:
Quadro 6
Comunicações...
O grande marco da revolução tecnológica na área das comunicações é a internet. Com ela tornou-se
possível a transferência instantânea de dados entre qualquer parte do planeta. Vivemos num mundo
onde tudo é online, em tempo real, e onde as noções de tempo e espaço mudam rapidamente. Esse
fenômeno muda a relação das pessoas com os lugares e dos lugares entre si; altera os hábitos
culturais e as relações sociais e econômicas. Cria empregos, formas de estudar e atitudes. Faz
surgir, sobretudo, um novo espaço: o ciberespaço. O ciberespaço é muito mais que computadores
conectados. Ele precisa que esta rede seja utilizada, que ela gere fluxos. Sem isso ele não existe. O
ciberespaço modifica a sociedade, o trabalho, o lazer e o relacionamento entre as pessoas; é visto
como uma dimensão da sociedade em rede, onde os fluxos definem novas formas de relações
sociais. Embora não esgote, nem represente todo o ciberespaço, encontramos na Internet a principal
rede telemática mundial. As relações sociais no ciberespaço, apesar de virtuais, tendem a repercutir
ou a se concretizar no mundo real. Marcam, portanto, um novo tipo de sociedade. O indivíduo
rompe com alguns princípios tidos como regras sociais, alterando alguns valores e crenças, sem que
isso seja uma determinação da sociabilidade existente no mundo.
A) Peça aos estudantes que justifiquem, porque muitas pessoas entre elas as mais velhas,
costumam dizer esta frase “o mundo não é mais o mesmo!” Mas afinal que mundo é esse em
que vivemos hoje? Discuta e preencha com os estudantes a tabela 1 (conforme o exemplo),
46
caracterizando os acontecimentos do mundo do Passado, o mundo do Presente e as
perspectivas do mundo do Futuro.
Professor (a) incentive os estudantes a caracterizarem a partir de alguns acontecimentos o mundo do passado,
denominada (sociedade moderna), o mundo do presente denominado (sociedade contemporânea), e as
perspectivas de um mundo do futuro, ressaltando os pontos positivos e negativos de cada momento. Aproveite
este momento para discutir as concepções de novo e velho (veja texto quadro 7) lembrando, que nem tudo que é
novo é bom, e nem tudo que velho é ruim e quanto ao futuro à importância de pensar num mundo melhor, uma
sociedade mais justa e inclusiva.
Tabela 1
Acontecimentos que marcaram o espaço e o tempo do mundo em que vivemos
Acontecimentos do Passado Acontecimentos do Presente Acontecimentos do Futuro
Ex: Comunicação por cartas Internet-Mensagens Ampliação da dimensão e da
postadas em instantânea, e-mails. capacidade de acesso e a inclusão de
correios/telégrafos todos
Quadro 7
Imagens...
Imagens do fundo do mar, imagens dentro do corpo humano, imagens da terra tiradas do espaço a
milhares de quilômetros de distância, televisões sofisticadas recebendo via satélite, imagens dos
lugares mais distantes e escondidos, computadores competindo com o homem, clonagem de seres
vivos, telefones celulares, carros velocíssimos, aviões supersônicos etc. São tantas e tantas as
conquistas dos homens e conquistas tão importantes que dão a impressão que o mundo ficou
pequeno e fácil de ser alcançado sob todos os aspectos. Parece que o mundo ficou sem mistério.
Fonte: Garcia, Ledonias. 1998.p.49.
Professor (a), após o preenchimento da tabela 1 e leitura do texto, quadro 7, organize os estudantes em grupos e
oriente-os a construírem um painel com as imagens que caracterizam o mundo em que eles vivem, e que podem
conhecer a partir do local e do global, da realidade à virtualidade.
47
7ª Atividade – O tempo não para no novo tempo
A) Apresente aos estudantes os trechos das letras das canções: “O tempo não para” de Cazuza
e “Um novo Tempo” de Ivan Lins.
Quadro 8
Quadro 9
Um novo Tempo
Ivan Lins
B) Oriente-os a produzirem um texto (individual) sobre a idéia de tempo, contida no trecho das
canções, quadros 8 e 9, abordando o tema Globalização - do local ao global, da realidade à
virtualidade, tema dessa nossa SD.
Professor (a) observe na produção dos estudantes, o processo de assimilação sobre o tema estudado nesta SD.
Caso necessário proponha a reescrita do texto que pode ser feita de maneira individual ou coletiva. Lembre-se da
importância da leitura e da produção de textos no desenvolvimento dos conhecimentos geográficos dos
estudantes.
48
Referências
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Record. Rio de Janeiro, 2000.
Sites
http://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Europeia_de_Livre_Com%C3%A9r
cio (informações sobre acordos de livre comércio e blocos regionais). Visitado em 2/10/2009.
49
http://desenhos.com.sapo.pt/globalizacao.html. Adaptado de Marcelo Solé Wanderley.
Visitado em 02/10/09
http://www.tamandare.g12.br/ciber/concreto%20e%20do%20abstrato.pdf. Adaptado de
Marcelo Solé Wanderley. Visitado em 02/10/09
http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351805.shtml. Visitado em
2/11/2009.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351805.shtml. Visitado em
2/11/2009.
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Globaliza%C3%A7%C3%A3o. Visitado em
18/11/2009
http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/muda-mundo-muda-geografia-
426559.shtml. Visitado em 21/11/2009.
50
ANEXO 1
Os meios de transporte e de comunicação, cada vez mais velozes, estão modificando a "cara" do
planeta. Sim, há muitos que ficam de fora.
As mercadorias, por sua vez, são jogadas num circuito cada vez mais amplo e veloz de movimento. A
laranja colhida em São José do Rio Preto, no interior paulista, em poucos dias vira suco industrializado
servido numa mesa de restaurante em Chicago, nos Estados Unidos. E o dinheiro se transformou em
bits que transitam pelos computadores do planeta e muitas vezes chegam e vão embora sem que
ninguém tenha tocado numa nota sequer.
E as pessoas? Nunca viajaram tanto, seja a trabalho, seja a lazer. Tanto que o turismo se tornou a
primeira indústria mundial em volume de negócios. "Somos móveis, passando de uma cidade a outra,
de um bairro a outro da megalópole mundial", resume o filósofo francês Pierre Lévy em seu livro A
Conexão Planetária.
O processo de globalização exige o desenvolvimento de meios de transporte cada vez mais rápidos.
Para isso é necessário construir estradas e aeroportos. Essas estruturas de apoio, por sua vez, alteram
profundamente toda a região à sua volta. Foram eles que, diminuindo as distâncias e o tempo para
percorrê-las, criaram um mundo cada vez mais veloz e integrado.
O movimento, portanto, reproduz a exclusão social. "O tempo acelerado não é partilhado por todos",
dizia Milton Santos. Escreveu que "Todos os dias o mundo veloz cria projetos, fatos, relações e, desse
modo, cria também ignorantes e segmentos marginalizados neste grande circuito de comunicação". Ao
mesmo tempo em que alguns setores vivem num ritmo cada vez mais acelerado, permanece a vida lenta
de boa parcela do mundo.
O deslocamento sempre esteve presente na história humana. "O homem leva e traz produtos, interage
com outras culturas, compete no sistema econômico, luta para ocupar novas regiões." A diferença é que
hoje esse "trânsito" ocorre em velocidade e intensidade jamais vistas. E, no rastro, provoca uma grande
transformação na organização social, nas paisagens, enfim, no espaço geográfico.
51
Texto 2: Milton Santos: Por Uma Outra Globalização – A De Todos
Délio Mendesr20
Para o mundo intelectual brasileiro entrou em encantamento um dos seus principais pensadores. E se
encantou em plena produção, no seu momento mais fértil. Produzia uma crítica à globalização
considerando que a mesma tem sido levada a efeito do ponto de vista do capital financeiro. Propunha
uma outra globalização. Intelectual estudioso do espaço e do tempo compreendeu, em seu tempo, o
espaço como produção do homem na relação com a totalidade da natureza e a intermediação da técnica.
Técnica que corresponde a um tempo determinado pela produção dos homens. Homem do seu tempo,
Milton Santos se fez presente em todos os grandes embates intelectuais da última metade do século
passado. O seu tempo e o seu espaço foram o tempo e o espaço da globalização. Que ele queria que
fosse outra. Ou melhor, a outra, a globalização de todos os excluídos, resgatados em uma sinfonia de
humanização. Milton se fez maestro da paz e da felicidade. Felicidade de todos. Buscou uma
globalização que unisse todas as mulheres e todos os homens, sob égide do encontro.
Conheci Milton, no Recife, em 1978, quando estava às voltas com Pobreza urbana. Inovava ao
compreender o mundo formal e informal, como duas faces de um circuito comandado desde a
acumulação ampliada do capital21. Inovava e agitava. Milton era, sobretudo, um agitador. Agitador de
idéias, no melhor sentido de um intelectual da sua estatura. Avesso aos partidarismos, falava da isenção
do intelectual para exercitar a crítica. Por isso, sempre esteve radicalmente ao lado do seu povo. Em
Pobreza urbana se faz crítico de um debate sobre a desigualdade que se presta, mais e muito mais, à
louvação mesquinha de intelectuais vazios entre si, do que a colocação correta e crítica dos grandes
problemas da exclusão. “Indubitavelmente, o tom de certos trabalhos, nos quais o jogo conhecido das
referências recíprocas entre autores "freqüentemente substitui uma análise dos fatos, tem contribuído
para a perpetuação do debate, que, embora pretenda atacar o problema em profundidade, perde-se numa
guerrilha semântica confusa.”22 Esta crítica direta acompanha uma análise da produção intelectual da
pobreza que, segundo Milton, pouco tinha contribuído para a resolução dos problemas da pobreza. Para
este jogo de vaidades não se contava com a sua participação.
A história do homem, compreendida como a história da superação, faz do autor de Pobreza urbana, um
profeta da evolução. “A história do homem sobre a terra é a história de uma ruptura progressiva entre o
homem e o entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se
descobre como indivíduo e inicia a mecanização do Planeta, armando-se de novos instrumentos para
poder dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na história da natureza
20
Professor Dr. do Departamento de Sociologia da Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
21
SANTOS, Milton (1978) Pobreza urbana, Hucitec/UFPE/CNPU, São Paulo, Recife.
22
SANTOS, Milton, Pobreza urbana, op. cit. p.29.
52
humana. Hoje, com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo dessa evolução.”23 A visão da
técnica, do espaço e do tempo, assume, nesta compreensão, um caráter inovador, na medida em que
passa a apreender a dimensão da história, da história de temporalidades técnicas que permite produzir
uma sociedade determinada, empregando, de acordo com a técnica predominante, uma certa quantidade
de trabalho humano. Milton abre o conceito de território, mostrando-o como o lugar do drama social
“Bom, há nessa desordem a oportunidade intelectual de nos deixar ver como o território revela o drama
da nação, porque ele é, eu creio, muito mais visível através do território do que por intermédio de
qualquer outra instância da sociedade. A minha impressão é que o território, revela as contradições
muito mais fortemente.”24 Da relação técnica, espaço e tempo, revela-se a história, ou melhor, uma
outra história, no palco iluminado expresso no território. Esta outra história aponta para as
desigualdades. Faz emergir a exclusão da maioria da população concentrada em um território
degradado, onde pobres de todas as naturezas lutam contra todos os carecimentos.
Milton se mostra mais crítico no livro recente Por uma outra globalização - do pensamento único à
consciência universal25, onde nos aponta para um mundo de difícil percepção por conta da confusão
reinante que nos tem levado à perplexidade. Portanto, toma para análise a realidade relacional do ser
humano, e a esta realidade relacional perversa atribui os males revelados pelo território. Não aceita
explicações mecanicistas pelo seu caráter insuficiente. Atribuindo ao desenrolar da história,
capitaneada por determinados segmentos da sociedade, os males que tornam difícil a vida da maioria
das mulheres e dos homens. Coloca na base deste processo confuso a tirania do dinheiro e da
informação, transcende a Marx, e o dinheiro passa a produzir dinheiro, dominando o mundo da
produção de mercadorias. Especulação, financeirização. A globalização é feita menor, sob a égide dos
bancos e dos banqueiros, criando uma fábrica de perversidades. “O desemprego crescente torna-se
crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a
baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes.”26
Caminhando no terreno da mais valia global, Por uma outra globalização apreende o papel dos
intelectuais. Todos trabalhando a ampliação desta mais valia. Trabalhando para ampliar a produtividade
como se este fosse um trabalho abstrato, e não a produção de urna vantagem para o capital.27 É preciso
reconhecer este momento e a sua peculiaridade. A de ser um momento para o capital. E todas as ações
movem-se na direção do reproduzir para os ricos. Entretanto, se esta é uma constatação, não é,
felizmente, uma fatalidade. Milton nos aponta para um outro conhecimento. Para a possibilidade de
conhecer, para a liberdade do ser humano. Para modificar o mundo. Para que o conhecimento se
produza no interior da crítica, sem abstrações alienantes, sem reconhecimentos incompletos que
23
SANTOS, Milton (1994), Técnica espaço tempo, Hucitec, São Paulo, p. 17.
24
SANTOS, Milton (2000) Entrevista com SEABRA, Odete, CARVALHO, Mônica e LEITE, José Corrêa, Editora Fundação Perseu Abramo,
São Paulo, p. 21.
25
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal, Record, São Paulo.
26
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 19
27
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 31
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produzem falsas compreensões e encobrem os verdadeiros dramas sociais. E assim, pode-se evitar a
espera para que cresça o bolo, evitando a indigência de uma quantidade grande de seres humanos.
É o início de uma outra cognoscibilidade do planeta. Um planeta que conta com todas as possibilidades
de ser desvendado. Mas, nem sempre o conhecer é possível. A informação nem sempre se propõe a
informar, e sim a convencer acerca das possibilidades e das vantagens das mercadorias. "O que é
transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de
esclarecer, confunde.”28 A contradição se faz e se refaz na impossibilidade de se produzir, de imediato,
uma informação libertadora. A alienação é a face que brota aguda da globalização financeira, da
globalização do dinheiro. Encanta-se o mundo. O princípio e o fim são o discurso e a retórica. Então o
que fica para o ser comum é a farsa do consumo. Não há referência à transformação do espaço e do
tempo. O homem consumidor caminha no espaço do desconhecimento do mundo relacional e do falso e
alardeado conhecimento do mundo das mercadorias. O fetiche, como e desde sempre, se realiza no
ocultamento do valor de troca e no falso evidenciamento do valor de uso. É a utilidade que aparece, e
que é proclamada em todo o universo informacional. Fala-se ao peito sangrando das mulheres e homens
que não são consumidores. Para a competitividade, tem-se de chamar os consumidores, tem-se que
oferecer o melhor, o mais barato, produzido desde a produtividade aumentada pelo trabalho dos
intelectuais. Tudo para melhorar a competitividade.
Para Milton, a competitividade é ausência de compaixão. Tem a guerra como norma, e privilegia
sempre os mais fortes em detrimento dos mais fracos. Busca fôlego na economia e despreza os que
pensam mais para além. "Para tudo isso, também contribuiu a perda da influência da filosofia na
formulação das ciências sociais, cuja interdisciplinaridade acaba por buscar inspiração na economia.”29
Esta é uma das mais importantes reflexões levadas a efeito no interior de Por uma outra, na medida em
que coloca um ponto focal que não é localizado costumeiramente no campo da ideologia. Cientistas
sociais dos mais diferentes matizes sucumbem aos encantos da facilidade dos números e do falso
realismo de uma formulação econômica ideologizada, que esquece os seres humanos e os substitui
pelas equações e as tabelas estatísticas que ilusionam os dirigentes e metem medo a todos os que não
querem padecer no inferno apontado pelos proclamadores da nova única. Se não aceitas as premissas e
as evidências das projeções estatísticas da nova única, serás responsável pelo caos que há de vir.
Empobrece a ciência social em geral, nada para além da numerologia estatística. Investir nos setores
sociais acarreta um custo que o capital não se propõe a pagar, e a ciência se curva, entra em letargia,
deixa o mundo nas mãos dos economistas que vão levá-lo adiante de mãos com a lógica da relação
produto capital e da competitividade. A ciência humana se faz pobre para interpretar um mundo
confuso e conturbado e, desde logo, tudo a ciência econômica. Este enfoque modernoso atinge por
28
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 39
29
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 47
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caminhos nunca dantes navegados a maioria das falas e dos discursos. Grandes farsas são inventadas e
reinventadas. O privilégio continua privilegiando o privilegiado. "Os atores mais poderosos se
reservam os melhores pedaços do território.”30 Inclusive do território do pensar para impedir o pensar.
Apoderam-se das mentes e dos corações e, por conseqüência, das vidas no pleno movimento da
vivência. Tudo isto no mundo da competitividade. A competitividade revela a essência do território, os
lugares apontam para as lutas sociais, trazendo a tona virtudes e fraquezas dos atores da vida política e
da sociedade.
A cidadania se torna menor do que sua percepção. O cidadão pretende transcender o seu espaço
primitivo. Todavia, o mundo, expresso desigualmente, não tem como regular os lugares em suas
diversidades e, por conseqüência, a cidadania se faz menor. A desigualdade aponta a impossibilidade
da generalização da cidadania. O espaço é esquizofrênico na expressão da exclusão social. Uns homens
sentem-se mais cidadãos do que outros. Mas estes homens são apenas consumidores, pois a cidadania
depende de sua generalização. Não existem cidadãos num mundo apartado. Não se é cidadão em um
espaço onde todos não o são. São consumidores os que expressam direitos e deveres no âmbito do
mercado e não no âmbito do espaço público, onde a política é realizada e o poder distribuído. Portanto,
este é um mundo de alguns consumidores e poucos, pouquíssimos cidadãos. É preciso construir a
cidadania.
A transição (conclusão)
O novo nasce sem que se perceba. Quase na sombra, o mundo muda de maneira imperceptível, todavia
constante. Neste início de século, temos a consciência de que estamos vivendo uma nova realidade. As
transformações atuais colocam os homens em permanente estado de perplexidade. A poluição e a
desertificação se alastram, a super população e as tecno-epidemia, tornam o mundo diverso
negativamente. A pobreza e a desigualdade são produtos desta forma da produção do modo
civilizatório capitalista. Este novo apresenta diferentes faces. Tudo isto como conseqüência da
desestruturação da ordem industrial. O atual período histórico não é apenas a continuação do
capitalismo ocidental, é mais. Melhor, é muito mais, é a transição para uma nova civilização. Esta
transição que está em curso é preocupante para determinadas sociedades, desprotegidas na guerra das
nações pela primazia na história
Milton chama atenção para esta realidade. "No caso do mundo atual, temos a consciência de viver um
novo período, mas o novo que mais facilmente apreende-se diz respeito à utilização de formidáveis
recursos da técnica e da ciência pelas novas formas do grande capital, apoiado por formas institucionais
igualmente novas. Não se pode dizer que a globalização seja, semelhante às ondas anteriores, nem
30
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 79.
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mesmo uma continuação do que havia antes, exatamente porque as condições de sua realização
mudaram radicalmente. É somente agora que a humanidade está podendo contar com essa nova
realidade técnica, providenciada pelo que se está chamando de técnica informacional. Chegamos a um
outro século e o homem, por meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da
informação. Estas passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a
presença planetária desse novo sistema técnico."31
Ou melhor, voltando ao velho Marx: a nação em si é superada pela nação para si. Para isto, é necessário
que o velho/novo mundo periférico retome um projeto político de independência, fora dos moldes de
projetos como o MERCOSUL, que nada mais representam do que a dependência em bloco, na medida
em que este tipo de associação só serve à subserviência coletiva, levando grupos de países periféricos a
deixar de submeterem-se isoladamente, para cair em bloco nos ardis do capital financeiro.
Finalmente, utilizando a dialética como referência, Milton mostra a batalha travada entre a nação
passiva e a nação ativa, em uma transição política que envolve todos os espaços do viver, desde o
espaço da vida cotidiana. A nação ativa, ligada aos interesses da globalização perversa, nada cria, nada
contribui para a formação do mundo da felicidade, ao contrário da outra nação dita passiva que, a cada
momento, cria e recria, em condições adversas, o novo jeito de produzir o espaço social, mostrando que
a atual forma de globalização não é irreversível e a utopia é pertinente. ” É somente a partir dessa
constatação, fundada na história real do nosso tempo, que se torna possível retomar, de maneira
concreta, a idéia de utopia e de projeto.”33
Desde esta compreensão, a globalização é um projeto irreversível da humanidade. Entretanto, não é
esta a globalização desejada, e sim uma outra, a de todos.
Este texto foi originalmente publicado na Revista Política Democrática, Brasília, Ano 1, n.2, p.191-197, 2001.
Fonte: http://www.fundaj.gov.br/observanordeste/obex02.html. Visitado em 02-12-09
31
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 142.
32
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 142
33
SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 160
56
Texto 3: " Globalização "
Globalização
Pode-se dizer que globalização é a interligação do mundo, que surgiu no século XX junto com as novas
tecnologias, como a internet que permite a troca rápida de informações, mercadorias, serviços,
tecnologias e pessoas, entre outras, de todas as partes do planeta.
O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma
rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e
econômicas de forma rápida e eficiente.
O processo de globalização está diretamente ligado à expansão dos mercados que visa aumentar
também os lucros produtivos ou especulativos em todo o mundo, e poderá assumir as seguintes formas:
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Como espécie de unificação - da política do mundo de integração das sociedades mundiais;
Das percepções das consciências - movimentos que se preocupam com questões ambientais e
sociais, entre outras.
Origens da Globalização
Vários historiadores afirmam que processo de globalização teve início já nos séculos XV e XVI com as
Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em
contato com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. A globalização
tal como é vista hoje efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do socialismo no leste
europeu e na União Soviética, e com o crescimento do neoliberalismo, que ganhou força na década de
1970, e impulsionou o processo de globalização econômica.
Características
A globalização vem com a saturação dos mercados internos e com a busca por novos mercados por
muitas empresas multinacionais, principalmente dos países recém saídos do socialismo. A concorrência
fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e
também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Neste
contexto, entra a utilização da Internet, das redes de computadores, dos meios de comunicação via
satélite e etc.
Uma característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do processo produtivo pelas
indústrias e a produção de mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Algumas
industrias fazem a opção por produzir em países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são
mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China, com
matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do mundo.
Transações financeiras
Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras)
criaram um sistema rápido e eficiente para favorecer a transferência de capital e comercialização de
ações em nível mundial.
Tigres asiáticos
Alguns países partiram na frente nesse processo e souberam usufruir mais dos benefícios da
globalização, como os chamados tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coréia do Sul).
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Esses países investiram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990 e como resultado,
conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias aos produtos. Atualmente, são grandes
exportadores e apresentam ótimos índices de desenvolvimento econômico e social.
Blocos econômicos
Com a globalização muitos países se juntaram e formaram blocos econômicos, cujo objetivo principal é
aumentar as relações comerciais entre os membros e o poder de suas moedas. Neste contexto, surgiram
a União Européia, o Mercosul, a Comecom, o NAFTA, o Pacto Andino e a Apec. Estes blocos se
fortalecem cada vez mais e já se relacionam entre si. Desta forma, cada país, ao fazer parte de um bloco
econômico, consegue mais força nas relações comerciais internacionais.
Comunicação
A globalização vai além das relações comerciais e financeiras e nesse processo a Internet, Aldeia
Global e a Língua Inglesa têm grande importância para a comunicação entre os povos e suas culturas.
As pessoas estão cada vez mais descobrindo na Internet uma maneira rápida e eficiente de entrar em
contato com pessoas de outros países ou, até mesmo, de conhecer aspectos culturais e sociais de várias
partes do planeta.
Junto com a televisão, a rede mundial de computadores quebra barreiras e vai, cada vez mais,
ligando as pessoas e espalhando as idéias, formando assim uma grande Aldeia Global. A
língua inglesa torna-se fundamental nesse contexto, pois é a principal ferramenta de
comunicação, vista como um idioma universal e o instrumento pelo qual todos os povos podem
se comunicar.
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