Caderno 7.2.2 - Dança
Caderno 7.2.2 - Dança
Caderno 7.2.2 - Dança
Professor:
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Autores: Lana Costa Faria, Leonardo Mamede de Lima e Warla Giany de Paiva
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DICAS INTRODUTÓRIAS
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EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGENS:
Que os estudantes aprendam a:
Contextualizar a Dança Afro Brasileira em seus aspectos sócio-
históricos, culturais e artísticos numa visão contemporânea,
considerando e respeitando a diversidade cultural e as lógicas
simbólicas presentes, valorizando-a como uma expressão estética.
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AVALIAÇÃO
Sabemos que a avaliação é uma das categorias mais importantes no
processo de ensino-aprendizagem. É ela quem irá traduzir a qualidade de
nosso trabalho. É no momento da avaliação que iremos refletir se as
expectativas de aprendizagem propostas nesta seqüência foram atingidas e
em que dimensão nosso trabalho necessita ser reorganizado, o que inclui a
renovação de práticas e metodologias, principalmente quando as
características locais exigem ações diversificadas.
Neste processo, os estudantes também necessitam conhecer a
qualidade de sua própria aprendizagem, observando o docente, seus
colegas e a si próprio.
Para tanto, serão utilizados como instrumentos de avaliação da
qualidade do processo de ensino-aprendizagem: diário de bordo, rodas de
conversa, participação nas aulas, organização e participação na mostra de
dança.
Acreditamos que deste modo podemos “desenvolver uma avaliação
da aprendizagem que favoreça a tomada de consciência do próprio processo
de aprendizagem, bem como a visualização da qualidade do ensino e da
aprendizagem, a partir de critérios definidos e transparentes”. (Currículo em
Debate, Caderno 5, pág.15).
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Aula 1
Aula 2
Professor continue o levantamento dos
conhecimentos prévios dos estudantes a partir da
leitura e discussão do livro literário “Menina bonita
do laço de fita” de Ana Maria Machado e da analise
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Aula 3
Professor nesta aula daremos início a etapa de ampliação dos
conhecimentos e nesse sentido propomos a continuação da reflexão sobre o
livro de Ana Maria Machado a partir da analise comparativa de imagens de
Danças de origem afro descendentes e imagens do Balé. Organize um
banco de imagens.
Para tanto, retome duas das questões tratadas na aula anterior: Por
que será que aparece no livro a imagem de uma bailarina de Balé Clássico
como um estereótipo de beleza e não outro tipo de Dança. Quais os outros
tipos de Dança que poderiam representar a cultura da menina? Pois, tal
resposta será ampliada, já que neste momento, traremos um elemento a
mais, que são as imagens de vários tipos de Dança de origem africana. E
para conclui, faremos analise comparativa com imagens do Balé Clássico
para esclarecer as características das Danças de raízes Africanas.
Então, organize a sala em círculo, distribua as imagens pelo chão e
peça aos estudantes que observem as manifestações conhecidas e as não
conhecidas. Teremos imagens de grupos de dança e/ou dançarinos que
representam a dança da Corte, de origem européia, e outras com
manifestações afro descendentes no Brasil. Peça aos estudantes que
escolham uma e observe atentamente os variados detalhes como cores,
figurino, postura dos dançantes, gênero, classe social, objetos utilizados e
seu significado, espaço, tradição, proximidade das imagens com o seu
universo, entre outros.
Em seguida, divida a turma em dois grupos grandes, um
representando as imagens das manifestações de origem afrodescendentes e
o outro representando o Balé. Em seguida, proponha um diálogo no grupo
sobre as imagens escolhidas por eles diante dos pontos já observados
anteriormente. Agora acrescente a cada grupo a tarefa de responderem:
Qual a origem histórica dessas danças? O que elas representam? O que
justifica a menina negra representada no livro fazendo Balé? Quais os outros
tipos de Dança que valorizariam a cultura da menina?
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Peça aos estudantes que façam para a próxima aula uma pesquisa
entrevistando seus bisavós ou avós, ou pais, ou pessoas idosas e
perguntem sobre a vida deles: como brincavam, como dançavam e
trabalhavam, o que acontecia no meio deles, suas ações, quando criança e
adolescente no decorrer de suas vidas. O importante é que os depoimentos
sejam registrados pela observação escrita e pela vivência.
Aula 4
Nessa aula serão apresentados, na forma de relatos, os dados
levantados pelos estudantes na pesquisa e investigação realizada com as
famílias, seguida da elaboração e apresentação de pequenas composições
tendo como referência o elo entre a imagem escolhida na aula anterior e o
resultado obtido nas conversas com os idosos.
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Aula 6 e 7
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Aula 8
Nessa aula utilizaremos a proposta pedagógica de Falcão (2002), pois
esta tem o intuito de conduzir o ensino da Dança Afro por uma elaboração
orgânica, envolvendo o saber cientifica e o saber empírico baseando-se nas
ações corporais. Para tanto, trataremos da ampliação de vocabulário dos
exercícios técnicos aliados à pesquisa para a compreensão dos conceitos de
espaço, dinâmica, ação, ritmo e relacionamento.
Peça aos estudantes que formem um grande circulo ocupando todo o
espaço da sala sem cadeiras. Proponha um “jogo imaginário” com a ação
cotidiana de “lançar”, uma bola imaginária para o um colega e este “lança”
para outro utilizando diferentes níveis do movimento. E você professor vai
dirigindo a atividade fazendo perguntas e dizendo elementos que
caracterizem a bola que será lançada, tais como: forma (enorme, grande,
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Sugestão
Professor essa mesma aula pode ser elaborada de diferente forma
num segundo momento, em que você determinará a ação, por exemplo:
empurrar, entregar, arrebanhar com os braços ou com as pernas, uma
mesma ação mudando as partes do corpo como tronco e ombro e outros, ou
produzindo gestuais como se tivesse fazendo o uso do objeto como uma
peneira ou um facão.
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Aula 10 e 11
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Aula 12 e 13
Origem da idéia
Música
Figurino/apoio Cênico
Auto-avaliação
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Aula 14
Esta aula trata da organização de uma mostra das coreografias à
comunidade escolar.
Professor distribua funções a cada grupo para que os mesmos
organizem uma mostra de Dança. Esta pode ser realizada na sala de aula,
no horário do recreio, em um momento festivo, no bairro.
Peça que organizem também, os registros referentes ao processo de
construção da Dança em um mural informativo, para serem expostos
durante as apresentações. Aproveite esse momento para convidar outros
grupos presentes na comunidade para que assistam a mostra e se
apresentem.
Ao final, faça uma discussão e reflexão com os estudantes sobre a
compreensão crítica e estética das Danças apresentadas.
Aula 15
Chegou o momento de finalização da seqüência didática “Dança Afro-
brasileira: tradição, memória, consciência e estética”.
Peça aos estudantes que construam um texto relacionando os
registros feitos por eles no diário de bordo, as fichas de analise dos vídeos,
os registros imagéticos produzidos pelo professor, o mural, as impressões
das vivências e das produções construídas ao longo do percurso das aulas.
Questione: o que vocês aprenderam? Como aprenderam? Como foi a sua
participação nas aulas? Como você colaborou com a organização da mostra
de Dança? O que você considerou mais significativo? Como se sentiram ao
serem co-autores na construção da Mostra?
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REFERENCIA
Referências Bibliografias
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Leituras Complementares
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www.wikepedia.com,
www.catirabrasil.com.br,
www.google.com.br,
www.youtube.com,
www.osfavoritosdacatira.com.br.,
www.rosanevolpatto.trd.br/dancacatira.htm
ANEXO 1
Texto do professor
Conheça um pouco da história da Dança Afro
A dança sempre fez parte da vida dos povos negros africanos, assim
como a indumentária, a música e o canto. Para os africanos a transmissão
do saber se dá também através da dança.
Os nossos ancestrais negros dançavam para expressar todos os
acontecimentos Naturais da organização da comunidade, dançava para
agradecer as colheitas, a fecundidade, o nascimento, a saúde e a até a
morte. Aprende-se a dançar e a cantar como se aprende a falar. E isso não
acabou.
A Dança Afro surgiu no Brasil no período colonial, foram definidas
como danças religiosas e profanas, trazida por escravos africanos retirados
do seu país de origem para realizarem trabalho escravocrata em solo
brasileiro. Danças aqui desenvolvidas e transformadas por forças de
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Referencia bibliográfica
ANEXO 02
ANEXO 03
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Apresentação2
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 9º ANO
ENSINO FUNDAMENTAL
A dança,
enquanto arte, de
expressão e também de
comunicação humana, segundo Marques (2004) incorpora valores e
significados que são, em si, relevantes para o processo educacional na
sociedade contemporânea para que os estudantes possam aprender como
engajar-se criticamente e recriar o mundo nas rápidas
transformações tecnológicas, políticas e sociais.
Compreendendo o ensino de arte como uma área de
conhecimento que busca formar um sujeito: crítico,
autônomo, participativo e atuante nos diferentes contextos
da sociedade na qual está inserido, pretendemos nesta
sequência didática em dança, trazer e tratar de conceitos
que são específicos desta linguagem.
Ao elaborarmos a sequência didática para o 9º ano,
nos questionamos a respeito de qual dança que melhor
representaria a cultura juvenil, de maneira que esse ensino
se tornasse significativo favorecendo o envolvimento do
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Autores: Livia Patricia Fernandes e Rosirene Campelo dos Santos Imagem: Livro Didático Público
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9º ANO
Modalidade: Dança de Rua – Break
Tema: A Cultura Juvenil e o Break.
Eixo temático: Projetos
Nº de aulas: 15
Conceito: Movimento – Dinâmicas (peso e tempo).
Recursos Materiais: aparelho de som, coletânea de
músicas, material para confecção de painel, quadro,
giz e textos.
Recursos Imagéticos: TV, DVD player/vídeo, consultas
à internet, imagens e fotos.
Expectativas de Aprendizagem:
Avaliação
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DICAS INTRODUTÓRIAS
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Agende uma visita em uma instituição que trabalhe com a dança Break,
pode ser grupos da comunidade ou em eventos promovidos pelos
representantes do Movimento Hip Hop.
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O blog é uma página web atualizada freqüentemente, O diário de bordo é o nome dado ao caderno de
composta por pequenos parágrafos apresentados de anotações dos estudantes, podendo ser denominado
forma cronológica. É como uma página de notícias também como protocolo de atividades do dia
ou um jornal que segue uma linha de tempo com um (JAPIASSU, 2002, p. 62). Considera-se que uma
fato após o outro. O conteúdo e tema dos blogs aula de arte geralmente constrói percursos por entre
abrange uma infinidade de assuntos que vão desde imagens, conceitos e elaboração física de
diários, piadas, links, notícias, poesia, idéias, conhecimentos. Desse modo, as anotações são
fotografias, enfim, tudo que a imaginação do autor dinâmicas como as de um viajante que toma nota de
permitir. tudo o que vê, ouve e faz. Seja por meio de escritura,
colagem, desenho ou esboço, o diário de bordo é o
Fonte: http://blogger.globo.com/br/about.jsp local particular do estudante onde ali ele pode anotar
até seus próprios segredos.
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Professor (a)!
Nesta aula será sugerido ao professor (a) selecionar
Organize os recursos
pequenos trechos de filmes de dança que trazem a temática imagéticos (TV e DVD
player) para esta
da dança Break, oportunizando aos estudantes um momento aula, que poderá
ocorrer na sala de
de compreensão crítica. vídeo ou na própria
sala de aula.
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Caso não seja possível o acesso direto aos filmes, professor (a)
pesquise e selecione no site do Youtube trechos dos mesmos.
SUGESTÃO DE PESQUISA
Trechos dos Filmes de Dança no Youtube
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IMPORTANTE!
Esta aula será voltada para uma discussão coletiva sobre o texto: “Hip
Hop - movimento de resistência ou de consumo?” (ver
Anexo – Texto 01), trazendo também para discussão os
Professor!
embates existentes entre a cultura popular e cultura de Sugestão de leitura:
massa presente na dança de rua, que geralmente são
CHAUÍ, Marilena. A cultura
focos da indústria cultural e dos meios de comunicação. de massa e a indústria
Para esta atividade peça aos estudantes que cultural. In: Convite à
Filosofia. São Paulo:
organizem as cadeiras na sala em círculo, em seguida Ática, 2005 p.288-301.
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fazer parte de um movimento social que discute e luta pelos direitos dos
jovens que em sua maioria são marginalizados?
Prossiga a discussão com os estudantes levantando considerações
sobre a influência da indústria cultural, cultura de massa e os meios de
comunicação. Questione os estudantes sobre as danças que são
apresentadas na TV. Se eles já assistiram alguma apresentação de break na
TV? Por que esta dança não esta presente nos meios de comunicação como
um movimento social, que busca reivindicar e manifesta sua insatisfação
perante a sociedade?
Após a discussão verifique se entre os estudantes alguém dança o
break. Assim oportunize aos mesmos demonstrarem alguns movimentos que
são característicos do break, e se estes sabem o que significa cada um
destes movimentos. Este momento acontecerá de forma breve e
descontraída somente para que os estudantes contextualizem corporalmente
algumas temáticas que foram levantadas no decorrer do texto e das
discussões.
Ao final desta atividade peça aos estudantes que escrevam suas
impressões e idéias acerca dos questionamentos levantados e discutidos
durante a aula no blog.
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PESQUISA VIRTUAL
http://www.movimentohiphop1.hpg.ig.com.br/break.htm
http://www.dancaderua.com.br/historia.htm
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IMPORTANTE!
Professor(a), na próxima aula os estudantes irão ao
encontro com um grupo de dança de rua – Break.
Oriente-os para que tragam as autorizações assinadas
pelos pais ou responsáveis.
Lembre-se! Tudo deve ser previamente agendado e
organizado.
Aula 9 –
Visitação
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lan house. Nessa aula oriente-os para ¿Por quá? Grupo Experimental de
Dança
que realizem a pesquisa buscando http://www.youtube.com/watch?v=DY5V_YSX3Uk
vídeos de dança Break no site do
http://www.porqua.blogspot.com/
Youtube.
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IMPORTANTE! Professor (a)!
Para a próxima aula, peça aos estudantes que observem e Lembre-se que todos D
pesquisem na escola e na comunidade se nas mesmas há a presença os elementos
trabalhados nas
de “grupos” de jovens: nerds, patricinhas, Emos, b.boy, jovens aulas anteriores:
Conceitos,
do hip hop e outros. experimentações,
Levante questões como a exclusão e marginalização desses imagens, vídeos,
visita e reflexões
grupos. anotadas pelos
estudantes serão
essenciais para o
Faça um levantamento prévio dos grupos de danças processo de
composição
locais que dançam o break, para indicá-los aos estudantes. Um coreográfico.
exemplo é o ¿Por quá? Grupo Experimental de Dança de
Goiânia dirigido por Luciana Ribeiro e Adriano Bittar, de caráter
experimental/amador voltado para a democratização de criação e
experimentação cênica em dança, que no espetáculo “Dançadeira”, realizou
uma pesquisa nas casas de danças e eventos do Movimento
Hip Hop da cidade de Goiânia. Busque levantar questões que Professor (a)!
oportunizem aos estudantes a compreensão crítica.
Estimule
Discuta com os estudantes sobre as principais relações entre
as atividades
questões abordadas nos vídeos pesquisados. Levantando desenvolvidas
nas aulas
questões relacionadas ao processo de ressignificação que foi anteriores e as
práticas
apresentado nos vídeos. veiculadas nos
vídeos.
Leve-os a refletir sobre os movimentos realizados pelo
Grupo Amazon B. Boys e o ¿Por quá?, o que ambos apresentam
sobre o break? Os movimentos são iguais ou diferentes dos
realizados nas aulas práticas ao vivenciar movimentos básicos do
break? O que mudou? Nos espetáculos, quais são as pessoas que
dançam? São negros, brancos, índios, crianças, jovens ou adultos? Na
dança break há presença de homens e mulheres dançando? É possível
ressignificar a dança break, trazendo outros elementos a partir dos conceitos
estudados, pesquisados e discutidos em sala? Como? De que maneira?
Dentro de uma abordagem contemporânea é possível ressignificar os
movimentos do break?
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REFERÊNCIAS
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LEITURA COMPLEMENTAR
LODI, Célia Amália. Manifestações culturais juvenis: o hip hop está com
a palavra. Dissertação de Mestrado, PUC-RJ, Rio de Janeiro: 2005.
SUGESTÃO DE SITES
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ANEXO
TEXTO 01
Alguns pesquisadores dizem que o Movimento Hip Hop surgiu nos guetos
(ghettos) dos Estados Unidos da América, a partir da união de diferentes
expressões artísticas, que aos poucos foram incorporadas ao ambiente urbano de
Nova Iorque, na passagem dos anos 60 para os anos 70 (AVILA, OLIVEIRA E
PEREIRA, 2005; ADÃO, 2006; LEÃO, 2006).
Os guetos são bairros de uma cidade onde vivem os membros de uma etnia ou
grupo minoritário, devido a injunções, pressões ou circunstâncias econômicas ou sociais
(HOUAISS, 2001, p. 1496).
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O Giro de Cabeça (Head Spin) – simboliza os helicópteros utilizados durante a guerra do Vietnã.
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RAP
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Cada grupo de RAP compõe suas próprias músicas que, de certa forma, são
influenciadas em grande parte pelas histórias de vida daqueles que as escrevem. A
maioria das letras retratam as condições de miséria, violência e exclusão social a
que estão submetidas grande parte da população. Outras, além da crítica social,
também são um apelo à liberdade e esperança por uma sociedade mais justa. Os
compositores atribuem a si mesmos o papel de “porta vozes” da periferia.
(DAYRREL, 2002)
Atualmente, o RAP incorporou outras lógicas e foi massificado, ou seja,
difundido com outra „roupagem‟, sendo criminalizado e erotizado especialmente
pela mídia. É só perceber as várias músicas que tocam nas rádios nacionais ou
traduzir as letras norte americanas, que se auto intitulam RAP, mas fazem apologia
ao crime, ao uso de drogas e tratam as mulheres como objeto sexual. Também
podemos perceber
essa nova „roupagem‟ quando assistimos alguns filmes e vídeo clip‟s que anunciam
o RAP, nos quais ficam evidentes o apelo ao corpo erotizado, aos carrões, as
correntes de prata e de ouro, as mansões etc. Será que podemos escrever uma
letra de RAP fugindo dessa lógica?
DJ
É a pessoa responsável pelo som, pela música ritmada, isto é, por criar
técnicas eletrônicas nas músicas. O termo DJ, em inglês, significa Disc Jóquei. Foi
Kool Herc um dos responsáveis por levá-lo da Jamaica para o Bronx, nos Estados
Unidos da América, através do Sound System (sistema de som). Nas festas, os DJ
jamaicanos transmitiam mensagens com críticas à sociedade. No final dos anos 60,
o que fazia sucesso em Nova Iorque era o Funk, o Soul e outros rítmos Afro-
Americanos. “Para os negros, os anos 60 não eram de Rock n’ Roll, nos guetos
ouvia-se o Soul, James Brown era o rei! Surgia o Funk, a agressividade desse estilo
era inquestionável, quer nas suas batidas quer nos seus gritos. Tudo o que os
negros passavam era expresso nas suas canções. Contavam idéias de mudança
de atitude, valorização da cultura negra, revolta contra os opressores... .” (MARTINS,
s/d) Kool Herc teve a idéia de usar um Mixer, um aparelho que mistura sons
reproduzidos por dois discos de vinil. A partir de então se criaram muitas técnicas,
dentre elas o Scratch (levar o disco para frente e para trás).
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MC
BREAK
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GRAFFITI
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Mas cuidado! Muitas pessoas associam a prática do Graffiti com a pichação. Não são
a mesma coisa! Esta última não está comprometida com a crítica social, e pode ser
considerada apenas um ato de vandalismo.
“Os hip hoppers com seu jeito esquisito de se vestir e de falar, seu estranho
bailado, com seu gênero de música popular, urbana, que consiste numa
declamação rápida e ritmada de um texto, com alturas aproximadas, têm efetuado
diferenças e deslocado as disposições do poder em diversos espaços e
instituições” (JOVINO, 2004, p. 979).
Uma das constatações que podemos fazer é que a realidade acerca do
movimento Hip Hop apresenta inúmeras contradições, quando analisamos suas
diferentes formas de existir socialmente, desde o seu surgimento até os dias atuais.
Ou seja, percebemos que este movimento surgiu com um propósito de resistência,
mas ao longo dos anos foram dadas novas roupagens a ele, passando a aderir
inclusive aos modelos de consumo e de mercado vigentes.
Essa enorme variedade de expressões do Hip Hop fazem desta prática um
elemento importante a ser considerado pois, através dele, podemos inventar novas
formas de existir, se relacionar e se expressar, conhecendo outros pontos de vista
sobre a vida, possibilitando novos olhares para a realidade social.
Por ser uma cultura popular, o Movimento Hip Hop precisa ser entendido nas
suas contradições, pois, da mesma forma que a cultura do Hip Hop influencia a
sociedade, esta também influencia o Hip Hop.“Existe, dentre várias técnicas
corporais, a produção cultural do Movimento Hip Hop, que pode ser vista como uma
cultura que engendra diferentes subculturas.(...) Ocorre tanto um processo de
captura da cultura popular pela cultura hegemônica, como um processo de re-
significação da cultura hegemônica em uma cultura popular de resistência” (AVILA,
OLIVEIRA e PEREIRA, 2005, p. 50-59).
Por exemplo, assistindo a antigos filmes de jazz, você também poderá ver
claramente as semelhanças entre o Break e as antigas danças de rua dos negros
americanos do início do século XX. Sem falar na influência da capoeira nos
movimentos do Break brasileiro.
Referência
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ANEXO: TEXTO 02
BREAK DANCE
Segundo Alves (2007), na cultura Hip Hop, o elemento dança é formado por
três estilos originados em diferentes localidades nos EUA: o break boyin´g, o
popin’g e o lockin’g. Estes três estilos formam a base da dança break. Cada estilo
possui uma nomenclatura diferente para qualificar seu dançarino: o break boy é o
dançarino da dança break boyin´g, o poper é o dançarino da dança popin´g, e o
locker é o dançarino da dança lockin´g.
Salvo as qualidades próprias de cada estilo é possível envolver os estilos de
dança no Hip Hop sob uma única expressão: Break Dance.
É importante apontar que embora alguns praticantes se mantenham fiéis ao
estilo tradicional, outros incorporam diferentes estilos do passado e do presente,
entre os quais popping, locking, funk, house, free stlyle e outros.
A dança B.boyin´g
É a dança de chão do b. boy. A dança mais tradicional da cultural Hip Hop.
Surgiu junto com o nascimento do Hip Hop no bairro do Browx em Nova Iorque
(EUA). É caracterizada pelos movimentos de chão. São eles: top rock, up rock e
foot work, freeze e o boogaloo (giro de costas ou back spin). Além destes, os power
movies (flair, moinho de vento, giro de cabeça) também são movimentos da dança
b.boyin’g.
A dança Popin’g
É uma maneira de dançar, na qual o dançarino, também conhecido como
popper, vai dando “trancos” no corpo como se estivesse endurecendo todos os
nervos e articulações. É uma dança que surgiu na Califórnia. Também chamada de
boogie.
A dança Lockin’g
A dança lockin‟g é a dança do locker. Surgiu em Los Angeles por uma equipe
chamada “The Lockers”, que influenciou o estilo de vários artistas norte-
americanos, entre eles, Madona e Michel Jackson. O lockin’g permite uma série de
seqüências de movimentos coreografados, geralmente dançados em duplas ou
grupos maiores. Esta dança é caracterizada pela intensa ação dos braços, mãos e
dedos que trabalham em vários planos num gesto de apontar. Na verdade este
apontar é o fim de um esforço que vai se “desenrolando” de um ponto articular – de
onde se origina – até as extremidades do corpo. O locker cria combinações de
movimento que se encaixam num compasso.
Referência
ALVES, F.S. A Dança Break: uma análise dos fatores componentes do esforço
no duplo movimento de ver e sentir. Motriz, Rio Claro, v.13 n.1 p.24-32,
jan./mar. 2007.
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DANÇA
É à base dos movimentos ginásticos. Dele partem O quadril conduz a movimentação das O movimento tem duração rápida, mas
Flair variações diversas alternando o apoio das mãos no chão. pernas com uma ação forte e uma atitude devido sua característica cíclica de ações,
Trata-se de um movimento circular das pernas sobre o ativa para a manutenção das pernas no ar. que promovem produção de impulso, o
eixo dos braços em constante alteração de apoios de As articulações do quadril e das pernas têm movimento pode ocorrer em série. A
mão. um intenso esforço para manter o manutenção ou não do movimento
afastamento lateral das pernas, bem como a depende da resistência do b. boy. A subida
constante movimentação explosiva de flexão de quadril e pernas para a parada de mãos
e extensão do quadril, para a passagem das acontece com uma sensação de
pernas por baixo do apoio das mãos. O movimento sustentado.
tronco, durante toda a movimentação fica
circundando sob o eixo dos ombros e
acompanha o esforço concentrado no
quadril. Os braços realizam uma
movimentação forte e isométrica, já que todo
peso do corpo é sustentado pelo apoio
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DANÇA
A movimentação de quadril e de pernas é praticamente a As pernas, em afastamento lateral produzem Devido sua característica cíclica de ações,
Moinho mesma do flair, o que muda é a trava de base (apoio no um impulso centrífugo de rotação, numa que promovem produção de impulso, o
de Vento chão). Os ombros não ficam mais acima das mãos como ação ativa e forte. O tronco realiza um movimento pode ocorrer em série; a
no flair, a trava de base é feita pelo apoio das mãos, movimento leve um rolamento lateral que manutenção ou não do movimento
alternando com um meio rolamento sobre os ombros. aproveita o impulso das pernas. Os braços depende da resistência do b. boy. Quando
realizam um movimento fraco numa atitude o b. boy melhora sua habilidade no moinho
ativa quando em apoio no chão, no entanto, de vento, a transição do apoio de mãos no
com o aumento da velocidade de rotação, chão para o meio rolamento sobre os
gradualmente o apoio das mãos no chão se ombros se torna cada vez mais sutil, com
torna cada vez menos necessário, isto, a velocidade de rotação aumenta
enfraquecendo ainda mais a ação dos bastante e o corpo economiza esforço,
braços. aproveitando a impulsão das pernas. A
velocidade deste movimento pode ficar
ainda maior, transferindo o apoio para
cabeça e nuca – é o chamado pião
japonês.
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DANÇA
A cabeça sustenta todo o peso do corpo no apoio A cabeça fica apoiada firmemente no chão. A rotação sobre o eixo vertical é mediada
Giro invertido. As mãos e as pernas são utilizadas para dar Para suportar todo o peso corporal sem pela ação das pernas: com as pernas
de cabeça impulso de rotação sobre o eixo transversal. vacilar, os músculos da cabeça e pescoço afastadas, o giro sai mais lentamente,
ficam bastante tencionados, num esforço unindo as pernas ou flexionando-as, a
isométrico de estabilização. Todo o peso do velocidade do giro aumenta. Com isto a
corpo cai ativamente sobre este eixo. velocidade da ação pode ser rápida ou
lenta, dependendo da postura das pernas.
Quando o dançarino encontra um equilíbrio
estável no apoio de cabeça, a duração do
movimento se prolonga de maneira
inacreditável, produzindo incontáveis
piruetas no apoio investido. Quando a
musculatura do pescoço vacila, o b. boy
diminui o tempo de execução desta
habilidade e aproveita o impulso das
pernas para entrar no moinho de vento.
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