TCC DesmotivacaoAprendizagemLingua
TCC DesmotivacaoAprendizagemLingua
TCC DesmotivacaoAprendizagemLingua
MACAPÁ – AP
2017
MÁRCIA HELENA MATIAS PEREIRA
Macapá – AP
2017
MÁRCIA HELENA MATIAS PEREIRA
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Professor Esp.Silvagne Vasconcelos Duarte - UNIFAP
_____________________________________________
______________________________________________
Chico Xavier
Dedico este trabalho a todos aqueles que persistem
em sua trajetória, a todos aqueles que buscam
melhorar sempre, que não se acomodam, nem se
conformam com o comum. Àqueles que, apesar das
dificuldades, do cansaço, não desistem da busca dos
seus sonhos, não param no meio da caminhada,
àqueles que sempre procuram estar motivados para
alcançarem patamares mais altos na vida, que abrem
mão dos prazeres temporários para se dedicar à
busca do conhecimento, do progresso.
Enfim, dedico este trabalho a todos aqueles que
procuram estudar, melhorar e aprender.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a Deus, por ter me permitido chegar até o fim da minha
trajetória em meu segundo curso universitário, depois de tantos obstáculos encarados,
mas vencidos.
Agradeço, também, a todas aquelas pessoas que estiveram firme ao meu lado, dando-
me a força que eu precisava para prosseguir e todo o apoio que eu necessitava para
realizar este trabalho, seja com pensamentos, orações, palavras de coragem,
informações, orientações e materiais que necessitei para a construção desta
pesquisa.
A vocês, meus pais, Antônio e Maria Rosa, pelo amor incondicional.
Aos meus filhos, Augusto César e Alexia Helena, pela compreensão em relação à
minha ausência.
Ao meu professor, orientador e amigo, Silvagne Vasconcelos Duarte, pela paciência,
dedicação, apoio, amparo e orientação nas minhas dúvidas e angústias.
À minha ex-professora, orientadora e grande amiga Cristina Porto, pelas conversas
acadêmicas e pelo material fornecido para a construção desta monografia.
Aos acadêmicos participantes da pesquisa de campo deste trabalho, por gentilmente
se prontificarem a responder aos questionários da investigação.
E aos professores da banca avaliadora desta pesquisa, pela disponibilidade em
compartilhar seus conhecimentos.
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 04: Avaliação dos participantes da pesquisa quanto à motivação com relação
à sua aprendizagem de Língua Inglesa no Curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP.....................................................................................40
RESUMO
Motivation is a prominent issue in the educational area due to its importance to the
teaching/learning process. It is through motivation that the students start and finish
their studies, facing the difficulties that appear during this path, mainly when it comes
to college education, where the barriers increase and highly challenge the
undergraduate students in their university trajectory. Thus, the aim of this monograph
is to investigate the motivational aspect of the undergraduate students of the
Portuguese/English Language Education Course of the Federal University of Amapá–
UNIFAP. In addition, this work investigates the possible causes of their demotivation,
shows the kinds of motivation that exist and are applied to the teaching area, the
current studies about this topic, and outlines a profile of the English language learner
of this referred institution towards the motivational area. Therefore, bibliographic and
field researches were carried out, and this last one is a qualitative approach research,
that uses methods and techniques of the Ethnographic Research, allowing the use of
the of the data collection instruments obtained from the students of the
Portuguese/English Language Education Course of UNIFAP as well as from the
coordination office of this referred course. These procedures were utilized in order to
show an overview of the reality of the undergraduate students regarding their English
Language learning, bringing along important contributions, not only to the professors
but also to the students of this public university teaching institution.
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................11
SEÇÃO I: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................14
1.1. Motivação: Conceitos e Classificação .............................................................14
1.2. Das Pesquisas Modernas sobre Motivação e Suas Contribuições para
Processo de Aprendizagem em LE. ................................................................17
SEÇÃO II: METODOLOGIA .......................................................................................21
2.1. A Pesquisa Etnográfica .......................................................................................21
2.2. O Contexto de Pesquisa ......................................................................................22
2.3. Os Participantes de Pesquisa ..............................................................................23
2.4. Instrumentos de Coleta de Dados .......................................................................26
2.5. Procedimentos de Análise de Dados ...................................................................27
SEÇÃO III: ANÁLISE DE DADOS ..............................................................................28
3.1. Perfil Socioeconômico dos Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP .....................................................................................28
3.2. Análise dos Insumos do Questionário da Pesquisa sobre (Des)Motivação .........29
3.3. Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês
da UNIFAP .................................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................42
REFERÊNCIAS .........................................................................................................44
APÊNDICES...............................................................................................................46
INTRODUÇÃO
12
Neste trabalho, serão abordados autores que apresentam teorias na área
educacional e nas pesquisas relativas à motivação, como Krashen (1987),
Boruchovitch e Bzuneck (2009), Guimaraes (2009), Ushioda (2011), Dornyei (2001),
dentre muitos outros, os quais trazem grandes contribuições para os estudos
modernos na área motivacional e elucidam muitas questões relacionadas ao tema
pesquisado.
Desta forma, esta monografia, além da introdução, apresenta três seções – a
revisão da literatura referente ao tema, a qual aborda os conceitos e as classificações
da motivação; a metodologia aplicada em campo, em que serão descritos os tipos de
pesquisa utilizados; e a análise dos insumos obtidos na pesquisa etnográfica.
Ademais, ainda há as considerações finais do trabalho, com as observações gerais
sobre o que foi abordado nesta pesquisa.
13
SEÇÃO I: REVISÃO DA LITERATURA
Augusto Cury
14
A motivação, ao ser aplicada ao processo de aprendizagem, apresenta-se
como um dos fatores responsáveis pelo sucesso ou fracasso de um indivíduo,
dependendo do grau em que se desenvolve em cada um. O ser humano é o maior
agente do seu aprendizado, pois interage no contexto socioeducacional e, tanto se
expõe ao conhecimento, quanto faz um intercâmbio através deste, na medida em que
aprende e troca suas ideias com aqueles que compartilham com ele do mesmo
ambiente.
Evans e Bartholomew (2009) afirmam que o despertar do aspecto motivacional
engloba uma completa interação de capacidades do aluno com o contexto que o
rodeia, para, então, adquirir o desenvolvimento das suas potencialidades intelectuais
e afetivas, e quando ele reconhece e passa a aceitar o que está acontecendo dentro
dele, esse indivíduo se modifica e progride a cada instante, obtendo a sua
autorrealização.
As pesquisas no campo motivacional buscam entender os conceitos e
classificações que se desenvolvem nessa área, principalmente os tipos que podem
ser aplicados ao processo de ensino/aprendizagem, com o intuito de ajudar o
professor a identificar as necessidades e os interesses de seus alunos, e, com isso,
trabalhar de modo a satisfazer da melhor forma possível os objetivos destes.
Portanto, é fato mencionar que os conceitos motivacionais assumiram
atualmente, conotações novas e mais diversificadas. Woolfolk (2000, p. 45), de forma
específica, apresenta detalhadamente os tipos existentes, dizendo que a motivação
intrínseca “refere-se à tendência natural do ser humano em procurar e vencer
desafios, à medida que detém interesses pessoais, necessidades próprias,
curiosidades ou prazer”, enquanto que a extrínseca “deriva-se de fatores ambientais,
externos - recompensas, punições, etc. Na medida em que não temos interesse em
realizar algo, estamos sendo persuadidos, induzidos, ou forçados, contra a própria
vontade de realização”
Em contrapartida, Guimarães (2009, p. 37) contribui dizendo que a motivação
intrínseca, “refere-se à escolha e realização de determinada atividade por sua própria
causa, por esta ser interessante, atraente, ou de alguma forma, geradora de
satisfação”. Segundo a autora, quando um indivíduo se compromete com uma
atividade, esta é feita espontaneamente, pois faz parte do seu interesse pessoal, e
não necessita que terceiros pressionem ou mesmo ofereçam prêmios para tal
15
realização, visto que a atividade em si, para esse indivíduo, já é um prazer, uma
recompensa. Um indivíduo intrinsecamente motivado se sente desafiado, tem prazer
em exercitar as novas habilidades que adquire, busca satisfazer suas curiosidades,
segundo a autora acima citada.
Em relação à motivação extrínseca, Guimarães (2009) diz que é aquela que é
gerada de forma externa ao indivíduo, com atividades que trazem recompensas ou
reconhecimento material, geralmente exercida por comandos de terceiros ou através
de pressão ou necessidade de se mostrar conhecimento, habilidades ou competência.
Pode-se verificar isso no âmbito da escola, acrescenta a autora, quando o aluno vai
realizar uma prova, ou mesmo quando participa de alguma competição ou dinâmica
de grupo, com o intuito de obter alguma premiação, elogios, notas das avaliações.
A autora, anteriormente citada, conjectura sobre o fato de se saber se o
indivíduo exerceria essas mesmas atividades sem receber algum tipo de prêmio ou
de recompensa por elas, ou mesmo se receberia algum tipo de penalidade por não
fazê-las, portanto, seria neste caso a motivação intrínseca, quando os indivíduos são
movidos naturalmente a realizar quaisquer tarefas que sejam de seu interesse, sem
precisar da aprovação dos outros ou de premiações ou sem receber punições por não
realizar essas tarefas.
Bzuneck (2009) comenta sobre o aspecto motivacional do aluno em sala de
aula, afirmando que, quando ele está motivado, envolve-se de forma ativa nas
atividades escolares e se esforça para aprender de acordo com a persistência que
cada tarefa exige, mas quando se desmotiva, não envida esforços no seu
aprendizado, pelo contrário, desiste facilmente, por qualquer razão ou sinal de
dificuldade.
A partir desta afirmação do autor acima mencionado, conclui-se que os
profissionais de ensino devem trabalhar o aspecto motivacional dos estudantes, para
que estes possam continuar sua trajetória escolar, seu processo de aprendizagem,
ademais, a consciência sobre os conceitos de motivação intrínseca e extrínseca, trará
aos professores melhores direcionamentos a tomar neste tipo de tarefa.
16
1.2 Das Pesquisas Modernas sobre Motivação e suas Contribuições para o
Processo de Aprendizagem em LE.
17
Evans e Bartholomew (2009) também trouxeram muitas contribuições para as
pesquisas sobre a motivação relacionada ao processo de aprendizagem quando,
primeiramente relacionaram o aspecto motivacional à questão das necessidades, e
assim as conceituaram como uma força na região do cérebro, a qual organiza a
percepção, a intelecção, a conação1 e a ação, a fim de promover uma transformação
de uma situação de insatisfação que possa existir.
Os autores acima ainda mencionam os tipos de necessidades humanas como
as fisiológicas, relacionadas às necessidades do corpo, e as psicológicas, ligadas ao
relacionamento social, estas últimas, consideradas as mais importantes para o
desenvolvimento do comportamento, pois se interrelacionam com os aspectos
motivacionais, os quais incluem os sentimentos, a aceitação e convivência em
sociedade, a independência e a interação, os quais são fatores de extrema
importância para o processo de aprendizagem.
Para que a aprendizagem ocorra de forma significativa, Evans e Bartholomew
(2009) destacam o papel do professor em relação à motivação dos estudantes, com
reflexões sobre a tarefa dos educadores, a qual consiste em valer-se dos vários
motivos que estão sempre presentes em seus aprendentes. Estes autores
acrescentam que o dever dos professores é também de orientar e incentivar os seus
alunos para que eles consigam alcançar seus próprios objetivos, além de fazê-los
encontrar condições que sejam favoráveis para a reflexão, a análise e a
conscientização acerca de valores, atitudes e até problemas novos que aparecerem.
Apesar das pesquisas sobre a história da motivação na psicologia educacional
já terem mais de 40 anos, segundo Ushioda (2011), só recentemente elas vêm
tomando novas formas. Antes eram centradas, de acordo com esta autora, nas ideias
de realização, de conquista, de como se desenvolver a motivação, tendo-se a
expectativa de sucesso ou de fracasso. Entretanto, para Ushioda (2011), na
atualidade esse processo tem englobado muito mais fatores, como as metas pessoais
dos alunos em sala de aula, o desejo de força, de poder, ou o domínio em várias
outras habilidades ou objetivos que envolvam interação social ou em pequenos
grupos.
Outra questão que se investiga no processo de ensino/aprendizagem, segundo
Guimarães (2009), é o uso de recompensas externas para incentivar a motivação dos
19
possível sem a existência de fatores que ameacem os alunos ou causem neles
impactos afetivos negativos, mobilizando-os para atividades que os tornem mais
motivados, dando-lhes um retorno (feedback) adequado e construtivo, incentivando
uma clima cooperativo em sala de aula.
Por fim, na fase pós-acional, Dornyei (2001) diz que é onde há a avaliação e o
controle das ações empreendidas nas fases anteriores, em que, no processo de
aprendizagem, o aprendente compara as expectativas existentes no início, aos
verdadeiros resultados alcançados. Esse é um processo útil e bastante visado, pois
mostra aos alunos e aos professores o quanto o estabelecimento de objetivos e metas
é importante para o fortalecimento da motivação e, consequentemente, o progresso
no aprendizado.
Alguns dos temas mais visados atualmente pelas pesquisas sobre motivação,
que contribuem para o trabalho voltado ao processo de ensino/aprendizagem
principalmente na área de línguas estrangeiras, giram em torno das necessidades dos
alunos, do seu aspecto emocional, dos seus objetivos e metas, do papel dos
professores nas escolas, e da relação entre motivação, autonomia e identidade, além
de como esses aspectos atuam no comportamento dos estudantes, do
desenvolvimento por eles de uma multiplicidade de tarefas, a fim de conquistarem o
sucesso.
Neste sentido, a discussão deste arcabouço teórico trouxe à tona os
pressupostos balizadores da pesquisa empreitada neste artigo sobre a
(des)motivação dos aprendentes de LE em um contexto acadêmico de Licenciatura
em Letras Português/Inglês na Universidade Federal do Estado do Amapá. Mas, faz-
se necessário, ainda, delinear o processo de investigação, acurado em um
planejamento metódico bem definido, que norteará a execução da pesquisa com o
intuito de alcançar os objetivos propostos na investigação, isto é, uma metodologia.
20
SEÇÃO II:METODOLOGIA
Içami Tiba
21
A pesquisa etnográfica gera enorme volume de dados que necessitam ser
organizados para serem compreendidos, isso só pode ser feito através de um
processo continuado, no qual se identificam as dimensões, categorias, tendências,
padrões, relações e significados.
Na contemporaneidade, um número significativo de pesquisas desenvolvidas
na área educacional tem adotado a proposta da abordagem qualitativa. Assim, fez-se
determinadas considerações sobre os tópicos indispensáveis para a efetivação de
uma pesquisa com esse tipo de abordagem. Segundo Gatti (2001, p. 73), as opções
expostas pelas análises chamadas qualitativas formam um “universo heterogêneo de
métodos e técnicas, que vão desde a análise de conteúdo com toda sua diversidade
de propostas”. Enfatiza-se, portanto, que as pesquisas dentro das abordagens
qualitativa e quantitativa, podem utilizar-se de vários métodos na busca dos seus
objetivos propostos.
Bortoni-Ricardo (2008, p. 49) diz que o objetivo da pesquisa qualitativa em sala
de aula, em especial a etnográfica, “é o desvelamento do que está dentro da caixa
preta, no dia a dia dos ambientes escolares”, o que torna indispensável que o
pesquisador vá a campo, vivencie ações da vida cotidiana desvendando suas
acepções e participando delas.
Portanto, esta investigação se enquadra nos princípios metodológicos da
pesquisa etnográfica, pois, ela tem como contexto o âmbito escolar, mas
especificamente, o universitário, lembrando que o foco está centrado na
(des)motivação dos aprendentes de Língua Inglesa da Universidade Federal do
Amapá.
22
UNIFAP realizou o primeiro vestibular para os cursos de Direito, Secretariado
Executivo, Geografia, História, Matemática, Letras, Educação Artística e Enfermagem.
Com isso, instituiu-se de fato a Fundação Universidade Federal.
A UNIFAP foi escolhida como campo para esta pesquisa por ser a instituição
de ensino em que a autora deste trabalho realizou seus estudos no Curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês, além de ser a instituição pública federal de
ensino do Amapá, a qual representa grande importância para a história e a educação
deste estado, e que há décadas insere centenas de profissionais no mercado de
trabalho. Portanto, a opção por fazer suas investigações sobre o aspecto motivacional
na aprendizagem da Língua Inglesa neste ambiente acadêmico, propiciou à autora o
contato direto com o ambiente e com os participantes da pesquisa, bem como uma
maior conscientização sobre o valor que esta instituição representa para a população
do seu estado.
23
Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP, conviver com estes acadêmicos
e possuir um certo conhecimento sobre eles, bem como sobre seu aspecto
motivacional, suas expectativas, etc. Por esta razão, a pesquisadora concluiu que eles
forneceriam os insumos adequados para o estudo que se buscava realizar dentro
desta Instituição de Ensino Superior.
A seguir, apresenta-se um perfil de cada participante da pesquisa. Seus nomes
foram modificados por questões de ética dentro da investigação científica, sendo
pseudônimos escolhidos pelos próprios participantes, sob a assinatura de um termo
de consentimento livre e esclarecido, autorizando a utilização de seus dados neste e
em futuros trabalhos a esta pesquisa relacionados. Reforçam Vieira e Hossne (1998)
que, quando se assume responsabilidades perante a pesquisa, assume-se também a
presença dos outros, portanto, deve-se respeitá-los como cidadãos, tendo a
consciência de que as atitudes dentro da pesquisa se apresentam como ações
históricas e ético-políticas.
24
estrangeira. Durante o referido curso, sentiu-se desmotivada por ter dificuldades na
aprendizagem do inglês.
25
com a língua portuguesa e a inglesa. Já apresenta um bom nível de inglês, tendo
estudado essa língua antes, porém já se sentiu desmotivada por acreditar que ainda
falta melhorar, além de observar que as aulas precisam de mais prática na Língua
Inglesa.
26
análise de informações, colhidas por meio de coleta de dados, consubstanciadas em
um documento”.
27
SEÇÃO III: ANÁLISE DE DADOS
28
Renda Abaixo de 1 salário De 1 a 4 salários Acima de 4 Acima
Familiar mínimo mínimos salários de 10
mínimos salários
mínimos
6 3
Escola que cursou a educação Particular Pública Pública e
básica Particular
9
Já estudou Língua Inglesa antes de ingressar no Sim Não
curso de Letras da UNIFAP 8 1
29
A necessidade do mercado de trabalho e prosseguir nos estudos
(João -Turma 2013.1)
Porque me identifico com a área de linguística e queria uma formação
em língua inglesa (Nira -Turma 2013.1)
Eu sempre tive interesse por esse curso, porém, a escolha da
habilitação em Língua Inglesa se deu pelo fato de já ter tido contato
com a língua no ensino médio. Vale ressaltar, que não tive opção em
fazer o curso sem habilitação em língua estrangeira (Suanny - Turma
2013.1)
30
que lhes trará reconhecimento e recompensas matérias, como afirma a autora
anteriormente citada.
Diante disto, acredita-se que muitos acadêmicos que buscam o curso de
Letras/Inglês da UNIFAP apresenta expectativas diversas, por isso estes foram
questionados sobre: Quais as suas expectativas para o seu curso de Licenciatura
em Letras Português/Inglês em relação ao ensino da Língua Inglesa? Os
entrevistados responderam que:
31
Comparando os insumos da pesquisa de campo com os dados da pesquisa
bibliográfica, constatou-se também, que os acadêmicos, em suas expectativas em
relação ao seu curso, possuem motivação intrínseca, que, segundo Woolfolk (2000),
já mencionado anteriormente, é quando os indivíduos tendem a querer naturalmente
vencer os desafios que a eles aparecem, seja por seus próprios interesses, ou porque
são curiosos, e além disso buscam atividades que lhes dão prazer.
Com intuito de saber se os acadêmicos entrevistados durante o Curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês já se sentiram desmotivados, perguntou-se:
Como você se sente atualmente com relação à sua aprendizagem da Língua
Inglesa? Do início do seu curso até o presente, já houve algum momento em que
você se sentiu desmotivado (a) em relação à aprendizagem da Língua Inglesa?
Se houve, por qual/quais razão (ões)? Os entrevistados responderam que:
33
Não, porque penso que o professor deve dominar o conteúdo que vai
ensinar e eu não domino a língua inglesa, tenho muitas deficiências
quanto ao idioma e isso demonstraria insegurança para os alunos. (Nai
- Turma 2015.1)
Não me sinto preparada, pois ainda não tive nenhum contato com a
realidade da sala de aula de língua inglesa. (Maria - Turma 2015.1)
Creio que sim, pois busco sempre me aperfeiçoar dando o melhor de
mim para enfrentar o mercado de trabalho (Lana - Turma 2015.1)
34
livros, bons professores e, além disso, alunos comprometidos com a qualidade de sua
aprendizagem.
35
apenas a formação inicial não é suficiente, segundo suas próprias opiniões. Ademais,
eles esperam que os professores adotem uma mesma metodologia e dinamicidade
nas aulas de Língua Inglesa.
Dornyei (2001), já citado na pesquisa bibliográfica, em sua Fase Acional de
gerenciamento da motivação, afirma que o papel do professor é de fundamental
importância, pois este docente pode manejar as aulas de forma a criar um ambiente
que permita uma boa aprendizagem. Desta forma, os alunos terão mais confiança na
sua aprendizagem de Língua Inglesa dentro do próprio ambiente acadêmico.
36
De acordo com os dados apresentados, constatou-se que, os acadêmicos do
curso de Letras/Inglês da UNIFAP, em sua quase totalidade, apresentaram sugestões
para melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos acadêmicos. Apenas uma
acadêmica da turma 2015.1 não apresentou sugestões. Observou-se que uma
acadêmica da turma 2013.1 destacou sobre a metodologia do professor, sugerindo
uma metodologia padrão, e outro da mesma turma sugeriu uma forma linear de ensino
da língua inglesa, enquanto que o restante sugeriu cursos preparatórios, intercâmbios,
aumento da carga horária para o estudo da língua inglesa, melhora do acervo
linguístico, promoção de eventos dentro dessa língua estrangeira, bem como a
reativação dos laboratórios de língua da instituição.
Novamente o papel do professor é destacado nesta análise, pois, como visto
anteriormente, Evans e Bartholomew (2009) afirmam que, para que a aprendizagem
possa efetivamente acontecer, os docentes devem valer-se dos vários motivos que
estão sempre presentes em seus aprendentes, acrescentando que o dever dos
professores é também de dar direcionamentos e incentivar os seus alunos para que
eles consigam atingir as suas metas.
Durante o processo de observação participante, verificou-se que a UNIFAP já
oferece cursos extras de línguas estrangeiras, sejam eles online ou presenciais.
Verificou-se também, que a carga horária para as disciplinas de Língua Inglesa, bem
como para as Literaturas Inglesa e Americana, varia entre 60 e 90 horas e é
considerável para que os objetivos de ensino/aprendizagem sejam alcançados.
Portanto, os alunos também têm que se conscientizar do seu papel e das suas
responsabilidades em relação à sua aprendizagem de língua estrangeira.
37
Gráfico 01. Avaliação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da
UNIFAP pelos participantes da pesquisa
11%
89%
22%
11%
67%
38
O gráfico 02 apresenta a avaliação dos acadêmicos sobre o ensino da Língua
Inglesa do curso de Letras/Inglês, na qual 22% dos acadêmicos entrevistados
responderam que é o referido ensino é bom; 11% dos acadêmicos responderam que
é ruim, e 67% dos acadêmicos responderam que é bom, porém precisa melhorar em
alguns aspectos.
Segundo os dados apresentados pelos acadêmicos, observa-se que a maioria
deles avaliou o ensino como bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos.
Portanto, acredita-se que muitos acadêmicos têm dificuldades devido ao pouco
conhecimento sobre a Língua Inglesa. Essa falta de conhecimento faz com que eles
tenham dificuldades em alcançar os objetivos do curso, já que a habilitação é em
Língua Inglesa.
12%
25%
63%
22% 11%
11%
56%
40
Deve-se buscar soluções para que os alunos aumentem sua motivação em
relação à aprendizagem da Língua Inglesa. Os professores são de grande importância
para que isso aconteça, mas o curso também deve oferecer uma boa estrutura para
que o ensino desta língua estrangeira seja melhor viabilizado, como a reativação do
laboratório de línguas e o aumento do acervo de livros da biblioteca, como os próprios
participantes da pesquisa citaram. Desta forma, os alunos serão atendidos de maneira
eficiente e satisfatória.
Entretanto, não são só os professores e o curso os responsáveis pelo aumento
da motivação dos alunos. Estes mesmos acadêmicos têm que se conscientizar que o
ensino superior não é fácil para ninguém, e todos têm que fazer a sua parte. O esforço
precisa ser conjunto para que o níveis motivacional e de aprendizagem alcancem
melhores resultados.
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo Freire
42
Ademais, na observação participante, notou-se que já há professores de Língua
Inglesa, os quais gostariam de ter apenas a habilitação dentro dessa língua, no curso
de Letras, contudo têm que passar por todas as habilitações, uma vez que o curso é
de dupla habilitação, Português/Inglês e suas respectivas literaturas. Portanto, os
acadêmicos têm que se adaptar ao estudo de todas as disciplinas de língua e literatura
propostas pela Ministério da Educação e Cultura – MEC, para a grade curricular do
curso de Letras da UNIFAP. A partir de então, sugere-se uma reflexão acerca da dupla
e/ou da mono-habilitação do referido curso no campus da UNIFAP em Macapá, pois
no campus da cidade de Santana já existe o Curso de Letras com habilitação em
Língua Portuguesa.
Espera-se, além disso, que as sugestões apresentadas pelos participantes da
pesquisa, possam ser levadas em consideração pelos professores que tiverem acesso
a este trabalho. Desta forma, o curso pode tomar melhores rumos, com professores
mais conscientes das necessidades de seus alunos e estes acadêmicos mais
motivados em relação à sua aprendizagem. Entretanto, é importante que todos
tenham consciência do papel que desempenham dentro da universidade, pois esta
responsabilidade não é apenas do professor.
Por fim, se reconhece a importância das pesquisas e atualizações dentro da
área motivacional voltadas à educação, pois sem novos estudos não há novas ideias,
sem novas ideias, não há novas soluções, e o que pode ser mais pesquisado, pode
também ser melhorado. Motivação, portanto, é um fator relevante, tanto para quem
oferece ajuda, quanto para quem precisa ser ajudado, principalmente no que diz
respeito ao processo de ensino/aprendizagem, área em que o ser humano atinge
grande evolução.
43
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 6 ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2007.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 11ª ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
44
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. São Paulo:
Editora Cortez, 2007.
TELES, Maria Luiza Silveira. O que é Psicologia.14 ed. São Paulo: Moderna, 2010.
USHIODA, Ema. In: MURRAY, Garold; GAO, Xuesong and LAMB, Terry (Orgs).
Identity, Motivation and Autonomy in Language Learning. Toronto, 2011.
45
APÊNDICES
46
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), de uma pesquisa. Meu nome
é Márcia Helena Matias Pereira, sou a pesquisadora responsável e minha área de atuação é
Letras. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte
do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é
da pesquisadora responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado(a) de forma alguma.
Caso haja dúvidas sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com a pesquisadora
responsável, nos telefones: (96) 998114-0880 e (96) 99972-7575. Você poderá, inclusive, fazer
ligações a cobrar para a pesquisadora responsável.
Local e data:________________________________________________
48
Questionário Sobre o Aspecto Socioeconômico dos Acadêmicos de
Letras/Inglês da Universidade Federal do Amapá.
1.Nome verdadeiro:--------------------------------------------------------------------------------
3.Idade:--------------------anos.
6. Exerce alguma atividade profissional remunerada? Caso sua resposta seja sim,
qual a atividade? ----------------------------------------------------------------------------
49
7. Qual a faixa da sua renda familiar? (Membros que vivem habitam você)
50
Questionário sobre a motivação na aprendizagem de Língua Inglesa da
Universidade Federal do Amapá.
1.Nome:--------------------------------------------------------------------------------------------------
3.Idade:--------------------anos.
5.O que motivou você a optar pelo curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da
UNIFAP?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
51
6.Quais são as suas expectativas para o seu curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês em relação ao ensino da Língua Inglesa?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
7.Do início do seu curso até o presente, já houve algum momento em que você se sentiu
desmotivado(a) em relação à sua aprendizagem de língua inglesa? Se houve, por
qual/quais razão/razões?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
9.Você acha que só as disciplinas de Língua inglesa oferecidas pelo seu curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês são suficientes para preparar você para o
mercado de trabalho em relação a essa língua estrangeira?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
52
10. Você possui alguma sugestão a dar para o melhoramento do processo de
ensino/aprendizagem do curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
( ) Bom
( ) Ruim
12.Como você avalia o ensino da Língua Inglesa no seu curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP?
( ) Bom
( ) Ruim
13.Como você avalia a sua aprendizagem de Língua Inglesa no seu curso de Licenciatura
em Letras Português/Inglês da UNIFAP?
( ) Boa
( ) Ruim
53
14.Como você avalia a sua motivação com relação à sua aprendizagem de Língua inglesa
no curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP?
( ) Muito baixa
( ) Baixa
( ) Regular
( ) Alta
( ) Muito alta
54