TCC DesmotivacaoAprendizagemLingua

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

MÁRCIA HELENA MATIAS PEREIRA

A (DES)MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA DOS


ACADÊMICOS DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

MACAPÁ – AP

2017
MÁRCIA HELENA MATIAS PEREIRA

A (DES)MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA


DOS ACADÊMICOS DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
AMAPÁ

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal do
Amapá como requisito básico para a
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
III do Curso de Licenciatura em Letras
Português/ Inglês, sob a orientação do
Professor Especialista Silvagne Vasconcelos
Duarte.

Macapá – AP

2017
MÁRCIA HELENA MATIAS PEREIRA

A (DES)MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA


DOS ACADÊMICOS DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
AMAPÁ

Data de Aprovação: Macapá-AP, _____ de___________________de __________.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Professor Esp.Silvagne Vasconcelos Duarte - UNIFAP

Presidente da Banca Examinadora

_____________________________________________

Professora Dra. Juliana Pimenta Attie – UNIFAP


Membro da Banca Examinadora

______________________________________________

Professora Esp. Darllen Almeida da Silva – UNIFAP

Membro da Banca Examinadora


“Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto
importa o que somos. Vale o que realizamos com
aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que
fazemos de nós!”

Chico Xavier
Dedico este trabalho a todos aqueles que persistem
em sua trajetória, a todos aqueles que buscam
melhorar sempre, que não se acomodam, nem se
conformam com o comum. Àqueles que, apesar das
dificuldades, do cansaço, não desistem da busca dos
seus sonhos, não param no meio da caminhada,
àqueles que sempre procuram estar motivados para
alcançarem patamares mais altos na vida, que abrem
mão dos prazeres temporários para se dedicar à
busca do conhecimento, do progresso.
Enfim, dedico este trabalho a todos aqueles que
procuram estudar, melhorar e aprender.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, por ter me permitido chegar até o fim da minha
trajetória em meu segundo curso universitário, depois de tantos obstáculos encarados,
mas vencidos.
Agradeço, também, a todas aquelas pessoas que estiveram firme ao meu lado, dando-
me a força que eu precisava para prosseguir e todo o apoio que eu necessitava para
realizar este trabalho, seja com pensamentos, orações, palavras de coragem,
informações, orientações e materiais que necessitei para a construção desta
pesquisa.
A vocês, meus pais, Antônio e Maria Rosa, pelo amor incondicional.
Aos meus filhos, Augusto César e Alexia Helena, pela compreensão em relação à
minha ausência.
Ao meu professor, orientador e amigo, Silvagne Vasconcelos Duarte, pela paciência,
dedicação, apoio, amparo e orientação nas minhas dúvidas e angústias.
À minha ex-professora, orientadora e grande amiga Cristina Porto, pelas conversas
acadêmicas e pelo material fornecido para a construção desta monografia.
Aos acadêmicos participantes da pesquisa de campo deste trabalho, por gentilmente
se prontificarem a responder aos questionários da investigação.
E aos professores da banca avaliadora desta pesquisa, pela disponibilidade em
compartilhar seus conhecimentos.
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 – Dados sobre o perfil sócio econômico dos participantes da pesquisa, do


Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP............................28-29

Gráfico 01: Avaliação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da


UNIFAP pelos participantes da pesquisa...................................................................38

Gráfico 02: Avaliação do ensino da Língua Inglesa no Curso de Licenciatura em


Letras Português/Inglês da UNIFAP pelos participantes da pesquisa ........................38

Gráfico 03: Avaliação da aprendizagem de Língua Inglesa no Curso de Licenciatura


em Letras Português/Inglês da UNIFAP pelos participantes da pesquisa ................39

Gráfico 04: Avaliação dos participantes da pesquisa quanto à motivação com relação
à sua aprendizagem de Língua Inglesa no Curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP.....................................................................................40
RESUMO

A motivação na área educacional é um assunto que se destaca em razão de sua


importância para o processo de ensino/aprendizagem, pois é através deste fator que
os alunos começam e conseguem efetuar seus estudos, enfrentando as dificuldades
que aparecem durante o seu percurso, principalmente quando se trata do Ensino
Superior, em que os obstáculos aumentam e desafiam mais ainda os acadêmicos na
sua trajetória universitária. Para tanto, o objetivo geral desta monografia é investigar
o aspecto motivacional dos acadêmicos do Curso de Letras Português/Inglês da
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, e os específicos são investigar as
possíveis causas da sua desmotivação, mostrar os tipos de motivação existentes
aplicados à área do ensino, as pesquisas atuais acerca deste tópico, e traçar um perfil
dos aprendentes de Língua Inglesa desta referida instituição no que diz respeito ao
aspecto motivacional. Portanto, foram realizadas pesquisas bibliográfica e de campo,
sendo esta última uma pesquisa de abordagem qualitativa, que utiliza métodos e
técnicas da pesquisa etnográfica e permite o uso de instrumentos de coleta de dados
obtidos por meio de um questionário misto feito com os alunos do curso de Letras
Português/Inglês da UNIFAP, e com a análise de um documento fornecido pela
coordenação do referido curso, a fim de se obter um panorama da realidade dos
acadêmicos no que diz respeito à sua aprendizagem de Língua Inglesa, o que trouxe
importantes contribuições, tanto aos docentes, quanto aos discentes dessa instituição
de ensino público superior.

PALAVRAS-CHAVE: Motivação. Aprendizagem de Língua Estrangeira. Língua


Inglesa.
ABSTRACT

Motivation is a prominent issue in the educational area due to its importance to the
teaching/learning process. It is through motivation that the students start and finish
their studies, facing the difficulties that appear during this path, mainly when it comes
to college education, where the barriers increase and highly challenge the
undergraduate students in their university trajectory. Thus, the aim of this monograph
is to investigate the motivational aspect of the undergraduate students of the
Portuguese/English Language Education Course of the Federal University of Amapá–
UNIFAP. In addition, this work investigates the possible causes of their demotivation,
shows the kinds of motivation that exist and are applied to the teaching area, the
current studies about this topic, and outlines a profile of the English language learner
of this referred institution towards the motivational area. Therefore, bibliographic and
field researches were carried out, and this last one is a qualitative approach research,
that uses methods and techniques of the Ethnographic Research, allowing the use of
the of the data collection instruments obtained from the students of the
Portuguese/English Language Education Course of UNIFAP as well as from the
coordination office of this referred course. These procedures were utilized in order to
show an overview of the reality of the undergraduate students regarding their English
Language learning, bringing along important contributions, not only to the professors
but also to the students of this public university teaching institution.

KEY WORDS: Motivation. Foreign Language Learning. English Language.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................11
SEÇÃO I: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................14
1.1. Motivação: Conceitos e Classificação .............................................................14
1.2. Das Pesquisas Modernas sobre Motivação e Suas Contribuições para
Processo de Aprendizagem em LE. ................................................................17
SEÇÃO II: METODOLOGIA .......................................................................................21
2.1. A Pesquisa Etnográfica .......................................................................................21
2.2. O Contexto de Pesquisa ......................................................................................22
2.3. Os Participantes de Pesquisa ..............................................................................23
2.4. Instrumentos de Coleta de Dados .......................................................................26
2.5. Procedimentos de Análise de Dados ...................................................................27
SEÇÃO III: ANÁLISE DE DADOS ..............................................................................28
3.1. Perfil Socioeconômico dos Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP .....................................................................................28
3.2. Análise dos Insumos do Questionário da Pesquisa sobre (Des)Motivação .........29
3.3. Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês
da UNIFAP .................................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................42
REFERÊNCIAS .........................................................................................................44
APÊNDICES...............................................................................................................46
INTRODUÇÃO

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é


possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”
São Francisco de Assis

Observa-se, a partir dos séculos XX e XXI, uma grande evolução da


humanidade. A industrialização, a ampliação do mercado de trabalho, o crescimento
acelerado da internet e o estreitamento das relações em sociedade, trazem uma maior
exigência sobre o ser humano e o seu desenvolvimento.
Somando-se a isso, surgiu o advento da globalização, o avanço da tecnologia,
em que o mundo se conecta e parece falar apenas uma língua, fatores que se aliam
às exigências do mercado de trabalho, bem como à inserção do indivíduo em um
mundo globalizado, o que se configura como um desafio muito grande aos indivíduos
que convivem na sociedade moderna. Por todos esses fatores citados acima, verifica-
se a extrema importância de se dominar mais de um idioma, já que essa habilidade é
utilizada massivamente para a comunicação internacional e para o mundo dos
negócios.
Diante das crescentes necessidades e das exigências que existem atualmente,
o ser humano encontra na motivação, o fator necessário para ele seguir adiante, para
progredir e melhorar, para se superar em seus limites, transpor barreiras, vencer
obstáculos, aprender outros idiomas e estar em conexão com o mundo. Motivação,
portanto, é um tema que chama bastante atenção, pois isto é o que impulsiona os
indivíduos a realizarem qualquer intento, é o que os move na direção de sua
aprendizagem, seu crescimento e seu progresso. Motivação, que provém do verbo
em latim movere, e do substantivo motivum (mover, motivo) é o que direciona os
indivíduos a empreenderem quaisquer atividades, a realizarem seus sonhos,
buscando satisfazer cada vez mais as suas necessidades (CAMPOS, 2010).
Em se tratando de aprender, de se comunicar, de transpor barreiras, observa-
se cada vez mais pessoas procurando aprender outras línguas. Ao mesmo tempo em
que isso acontece, verifica-se também que, muitas vezes, no meio do percurso, elas
desistem da caminhada, encarando os obstáculos como maiores do que a sua
persistência, exigindo do profissional de línguas, um grande esforço para manter
essas pessoas firmes em seus propósitos de aprender. Em razão disso, os
professores buscam estratégias que possam prender a sua atenção e não deixem
11
com que o seu interesse diminua para que prossigam até o fim em sua tentativa de
serem bem sucedidos na aprendizagem de uma língua estrangeira.
Diante desses fatores anteriormente citados, percebe-se o quanto as pesquisas
sobre motivação e o trabalho dentro deste aspecto é importante para o a área
educacional, pois, tomando como exemplo os acadêmicos de Letras, estes quando
adentram em seus cursos, possuem expectativas e motivos variados, entretanto,
quando deparam-se com alguns obstáculos, acabam passando por um processo de
desmotivação, sendo este temporário ou não. A partir disto, faz-se necessária uma
investigação no que diz respeito ao fator emocional relacionada ao ambiente
acadêmico, mais especificamente aos estudantes de Letras da Universidade Federal
do Amapá.
Portanto, vale ressaltar que esta monografia pretende investigar o aspecto
motivacional dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês
da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, bem como os tipos de motivação
relativos à área do ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, parte das
contribuições das pesquisas sobre este tema para as investigações realizadas na área
da linguística aplicada, e aos os estudos no campo motivacional aplicado à educação;
além de apresentar uma pesquisa de campo incluindo os acadêmicos do referido
curso para que a sua motivação e os seus anseios em relação à aprendizagem da
língua inglesa neste curso sejam avaliados. A pesquisa de campo engloba
acadêmicos de três turmas de diferentes semestres – uma no início do curso, uma no
meio e outra no final do curso - e esta investigação desenvolve-se entre o primeiro e
o segundo semestre do ano de 2017.
Ademais, será apresentado um delineamento do perfil do aprendente de
Língua Inglesa na UNIFAP; com considerações levantadas a respeito de questões
relativas ao aspecto motivacional direcionado ao processo de aprendizagem de uma
língua estrangeira, tudo isto sendo possível através de uma pesquisa de campo, de
cunho etnográfico, a qual possibilitará a observação de um panorama da realidade
dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês desta referida
instituição, sendo os resultados da pesquisa confrontados com os estudos obtidos
através da pesquisa bibliográfica e da análise de documentos fornecidos pela
coordenação do Curso de Letras desta instituição de ensino público superior.

12
Neste trabalho, serão abordados autores que apresentam teorias na área
educacional e nas pesquisas relativas à motivação, como Krashen (1987),
Boruchovitch e Bzuneck (2009), Guimaraes (2009), Ushioda (2011), Dornyei (2001),
dentre muitos outros, os quais trazem grandes contribuições para os estudos
modernos na área motivacional e elucidam muitas questões relacionadas ao tema
pesquisado.
Desta forma, esta monografia, além da introdução, apresenta três seções – a
revisão da literatura referente ao tema, a qual aborda os conceitos e as classificações
da motivação; a metodologia aplicada em campo, em que serão descritos os tipos de
pesquisa utilizados; e a análise dos insumos obtidos na pesquisa etnográfica.
Ademais, ainda há as considerações finais do trabalho, com as observações gerais
sobre o que foi abordado nesta pesquisa.

13
SEÇÃO I: REVISÃO DA LITERATURA

“A vida é uma grande universidade, mas pouco ensina a


quem não sabe ser um aluno...”

Augusto Cury

Neste capítulo, destaca-se a revisão de literatura a partir do embasamento


teórico de vários autores, tais como: Krashen (1987), Guimarães (2009); Evans e
Bartholomew (2009); Boruchovitch e Bzuneck(2009),Dornyei (2001), Ushioda (2011),
entre outros que fundamentaram a abordagem sobre conceitos e teorias que serão
mostrados neste espaço. Aqui estão contidos os principais conceitos, bem como a
classificação da Motivação, e parte das pesquisas modernas sobre motivação e suas
contribuições para o processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira
(LE).

1.1 – Motivação: conceitos e classificação

Como já foi explanado anteriormente, a motivação é o elemento que impulsiona


o indivíduo em busca da autorrealização, do conhecimento, do progresso, pois de
acordo com Maximiano (2004, p. 14), motivar “fundamenta-se no processo no qual o
comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum motivo ou razão”.
Sendo assim, este fator define-se como a força que instiga o comportamento das
pessoas e as induz a agir de determinada forma.
Boruchovitch e Bzuneck (2009, p. 9) informam que a motivação “é aquilo que
move uma pessoa ou que a põe em ação ou faz mudar o curso”. De forma mais ampla,
este aspecto tem sido entendido, de acordo com estes autores, “ora como um fator
psicológico, ou conjunto de fatores, ora como um processo, [...] em qualquer atividade
humana”.
De acordo com os estudos de Tapia e Fita (2009, p. 77) “a motivação é um
conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para
poder alcançar um objetivo”. Assim, a motivação consiste em apontar atos que
impulsionam os indivíduos para alcançar seus objetivos.

14
A motivação, ao ser aplicada ao processo de aprendizagem, apresenta-se
como um dos fatores responsáveis pelo sucesso ou fracasso de um indivíduo,
dependendo do grau em que se desenvolve em cada um. O ser humano é o maior
agente do seu aprendizado, pois interage no contexto socioeducacional e, tanto se
expõe ao conhecimento, quanto faz um intercâmbio através deste, na medida em que
aprende e troca suas ideias com aqueles que compartilham com ele do mesmo
ambiente.
Evans e Bartholomew (2009) afirmam que o despertar do aspecto motivacional
engloba uma completa interação de capacidades do aluno com o contexto que o
rodeia, para, então, adquirir o desenvolvimento das suas potencialidades intelectuais
e afetivas, e quando ele reconhece e passa a aceitar o que está acontecendo dentro
dele, esse indivíduo se modifica e progride a cada instante, obtendo a sua
autorrealização.
As pesquisas no campo motivacional buscam entender os conceitos e
classificações que se desenvolvem nessa área, principalmente os tipos que podem
ser aplicados ao processo de ensino/aprendizagem, com o intuito de ajudar o
professor a identificar as necessidades e os interesses de seus alunos, e, com isso,
trabalhar de modo a satisfazer da melhor forma possível os objetivos destes.
Portanto, é fato mencionar que os conceitos motivacionais assumiram
atualmente, conotações novas e mais diversificadas. Woolfolk (2000, p. 45), de forma
específica, apresenta detalhadamente os tipos existentes, dizendo que a motivação
intrínseca “refere-se à tendência natural do ser humano em procurar e vencer
desafios, à medida que detém interesses pessoais, necessidades próprias,
curiosidades ou prazer”, enquanto que a extrínseca “deriva-se de fatores ambientais,
externos - recompensas, punições, etc. Na medida em que não temos interesse em
realizar algo, estamos sendo persuadidos, induzidos, ou forçados, contra a própria
vontade de realização”
Em contrapartida, Guimarães (2009, p. 37) contribui dizendo que a motivação
intrínseca, “refere-se à escolha e realização de determinada atividade por sua própria
causa, por esta ser interessante, atraente, ou de alguma forma, geradora de
satisfação”. Segundo a autora, quando um indivíduo se compromete com uma
atividade, esta é feita espontaneamente, pois faz parte do seu interesse pessoal, e
não necessita que terceiros pressionem ou mesmo ofereçam prêmios para tal

15
realização, visto que a atividade em si, para esse indivíduo, já é um prazer, uma
recompensa. Um indivíduo intrinsecamente motivado se sente desafiado, tem prazer
em exercitar as novas habilidades que adquire, busca satisfazer suas curiosidades,
segundo a autora acima citada.
Em relação à motivação extrínseca, Guimarães (2009) diz que é aquela que é
gerada de forma externa ao indivíduo, com atividades que trazem recompensas ou
reconhecimento material, geralmente exercida por comandos de terceiros ou através
de pressão ou necessidade de se mostrar conhecimento, habilidades ou competência.
Pode-se verificar isso no âmbito da escola, acrescenta a autora, quando o aluno vai
realizar uma prova, ou mesmo quando participa de alguma competição ou dinâmica
de grupo, com o intuito de obter alguma premiação, elogios, notas das avaliações.
A autora, anteriormente citada, conjectura sobre o fato de se saber se o
indivíduo exerceria essas mesmas atividades sem receber algum tipo de prêmio ou
de recompensa por elas, ou mesmo se receberia algum tipo de penalidade por não
fazê-las, portanto, seria neste caso a motivação intrínseca, quando os indivíduos são
movidos naturalmente a realizar quaisquer tarefas que sejam de seu interesse, sem
precisar da aprovação dos outros ou de premiações ou sem receber punições por não
realizar essas tarefas.
Bzuneck (2009) comenta sobre o aspecto motivacional do aluno em sala de
aula, afirmando que, quando ele está motivado, envolve-se de forma ativa nas
atividades escolares e se esforça para aprender de acordo com a persistência que
cada tarefa exige, mas quando se desmotiva, não envida esforços no seu
aprendizado, pelo contrário, desiste facilmente, por qualquer razão ou sinal de
dificuldade.
A partir desta afirmação do autor acima mencionado, conclui-se que os
profissionais de ensino devem trabalhar o aspecto motivacional dos estudantes, para
que estes possam continuar sua trajetória escolar, seu processo de aprendizagem,
ademais, a consciência sobre os conceitos de motivação intrínseca e extrínseca, trará
aos professores melhores direcionamentos a tomar neste tipo de tarefa.

16
1.2 Das Pesquisas Modernas sobre Motivação e suas Contribuições para o
Processo de Aprendizagem em LE.

A motivação sempre foi estudada através da psicologia, com investigações


sobre o comportamento do homem, e, com o progresso das pesquisas, bem como
com a necessidade de se trabalhar esse tema em outras áreas, o estudo do aspecto
motivacional se estendeu até o âmbito escolar, com teorias aplicadas à aprendizagem,
trazendo importantes contribuições para a área da educação.
Uma teoria muito importante relacionada ao campo motivacional, a qual
contribui significativamente para as pesquisas modernas, principalmente relacionadas
ao aprendizado de idiomas, é a do Filtro Afetivo, de Krashen (1987). Uma espécie de
filtro psicológico que pode facilitar ou prejudicar o processo de aprendizagem de uma
língua, através de ligações emocionais que o aluno faz com seu professor, com as
aulas, ou mesmo com seus colegas, família e todo o restante do ambiente em que
vive, o que resulta, a partir daí, em seu fracasso ou em seu sucesso na aquisição de
uma LE.
Krashen (1987) afirma que existem variáveis que influenciam no aprendizado
de uma LE, como motivação, autoconfiança e ansiedade, e diz que alunos bem
motivados, autoconfiantes, com boa imagem de si mesmos e com baixo nível de
ansiedade, são mais propensos ao sucesso em sua aprendizagem do que aqueles
que possuem desequilíbrio nessas variáveis, os quais apresentam problemas e até
bloqueio mental em seu processo de aquisição de um outro idioma.
Para esse autor, o aluno só conseguirá atingir o que estiver no ponto exato do
desenvolvimento de sua maturidade, não importando a frequência com que ele é
exposto a situações de aprendizagem, nem o grau de dificuldade apresentado nesse
processo. Ele acrescenta que as estruturas que estejam além do desenvolvimento
desse aluno, serão, então, apenas memorizadas, porém, sem serem internalizadas, o
que causa uma falta de capacidade desse aprendente em usá-las de forma efetiva.
Portanto, Krashen (1987) destaca que o aprendizado está intimamente ligado ao
processo emocional, pois maturidade está ligada ao desenvolvimento psicológico, em
que a motivação e a afetividade têm que ser trabalhadas cuidadosamente para serem
aliadas na aprendizagem, neste caso, de uma LE.

17
Evans e Bartholomew (2009) também trouxeram muitas contribuições para as
pesquisas sobre a motivação relacionada ao processo de aprendizagem quando,
primeiramente relacionaram o aspecto motivacional à questão das necessidades, e
assim as conceituaram como uma força na região do cérebro, a qual organiza a
percepção, a intelecção, a conação1 e a ação, a fim de promover uma transformação
de uma situação de insatisfação que possa existir.
Os autores acima ainda mencionam os tipos de necessidades humanas como
as fisiológicas, relacionadas às necessidades do corpo, e as psicológicas, ligadas ao
relacionamento social, estas últimas, consideradas as mais importantes para o
desenvolvimento do comportamento, pois se interrelacionam com os aspectos
motivacionais, os quais incluem os sentimentos, a aceitação e convivência em
sociedade, a independência e a interação, os quais são fatores de extrema
importância para o processo de aprendizagem.
Para que a aprendizagem ocorra de forma significativa, Evans e Bartholomew
(2009) destacam o papel do professor em relação à motivação dos estudantes, com
reflexões sobre a tarefa dos educadores, a qual consiste em valer-se dos vários
motivos que estão sempre presentes em seus aprendentes. Estes autores
acrescentam que o dever dos professores é também de orientar e incentivar os seus
alunos para que eles consigam alcançar seus próprios objetivos, além de fazê-los
encontrar condições que sejam favoráveis para a reflexão, a análise e a
conscientização acerca de valores, atitudes e até problemas novos que aparecerem.
Apesar das pesquisas sobre a história da motivação na psicologia educacional
já terem mais de 40 anos, segundo Ushioda (2011), só recentemente elas vêm
tomando novas formas. Antes eram centradas, de acordo com esta autora, nas ideias
de realização, de conquista, de como se desenvolver a motivação, tendo-se a
expectativa de sucesso ou de fracasso. Entretanto, para Ushioda (2011), na
atualidade esse processo tem englobado muito mais fatores, como as metas pessoais
dos alunos em sala de aula, o desejo de força, de poder, ou o domínio em várias
outras habilidades ou objetivos que envolvam interação social ou em pequenos
grupos.
Outra questão que se investiga no processo de ensino/aprendizagem, segundo
Guimarães (2009), é o uso de recompensas externas para incentivar a motivação dos

1Conação: tendência inconsciente para atuar.


18
alunos. Esta autora afirma que, à medida que o aluno avança no seu tempo escolar,
seu nível motivacional vai diminuindo, bem como sua busca por novos desafios, sua
curiosidade vai apresentando uma queda, sua persistência começa a se modificar.
Em virtude disso, os professores procuram uma solução para esse problema,
oferecendo aos seus aprendentes, recompensas externas para que eles se
mantenham motivados e consigam desempenhar o seu papel em seu aprendizado.
Newby (1982, p.48) denominou essas técnicas de “estratégias de satisfação”,
uma espécie de motivação extrínseca. Contudo, segundo este autor, estas são menos
eficazes para desencadear um processo de motivação natural no aluno, como
“chamar atenção para o conteúdo em si, destacar sua relevância para a vida dos
alunos [...] apresentar níveis adequados de desafios, despertar curiosidades,
diversificar propostas de atividades”.
Dornyei (2001) estabeleceu fases de gerenciamento da motivação. Segundo
ele, existem três fases: a Pré-acional, a Acional e a Pós-acional. A fase Pré-acional
diz respeito ao estabelecimento de metas, ou seja, se antecede ao efetivo
engajamento do estudante em tarefas de aprendizagem. São os momentos anteriores
à exteriorização do comportamento do indivíduo, os quais permitem a introdução do
processo de aprendizagem em si.
Devido ao fato da aprendizagem ainda não ter iniciado, esta fase é de extrema
importância para o sucesso do indivíduo na ação que está prestes a começar, pois é
neste momento que são motivadas as suas expectativas, os seus desejos, o seu
empenho pessoal com essas pretensões, a afirmação de objetivos para a finalidade
que esse aluno deseja alcançar.
Já na fase Acional, de acordo com Dornyei (2001), são desenvolvidas
estratégias para o cumprimento dessas metas, bem como de mecanismos que
controlam o aspecto motivacional. As influências motivacionais dessa fase atuam de
forma cumulativa, em que forças que atuam nas subfases iniciais e que são analisadas
como relevantes pelo indivíduo, não sucumbam aos obstáculos ou aos fatores
desmotivacionais ou distratores, e permaneçam exercendo sua influência nas
subfases seguintes.
Na referida fase, segundo o autor acima citado, o papel do professor é
fundamental, pois é um personagem central na aprendizagem, no que se refere ao
gerenciamento da sala de aula, tornando um espaço em que este processo seja

19
possível sem a existência de fatores que ameacem os alunos ou causem neles
impactos afetivos negativos, mobilizando-os para atividades que os tornem mais
motivados, dando-lhes um retorno (feedback) adequado e construtivo, incentivando
uma clima cooperativo em sala de aula.
Por fim, na fase pós-acional, Dornyei (2001) diz que é onde há a avaliação e o
controle das ações empreendidas nas fases anteriores, em que, no processo de
aprendizagem, o aprendente compara as expectativas existentes no início, aos
verdadeiros resultados alcançados. Esse é um processo útil e bastante visado, pois
mostra aos alunos e aos professores o quanto o estabelecimento de objetivos e metas
é importante para o fortalecimento da motivação e, consequentemente, o progresso
no aprendizado.
Alguns dos temas mais visados atualmente pelas pesquisas sobre motivação,
que contribuem para o trabalho voltado ao processo de ensino/aprendizagem
principalmente na área de línguas estrangeiras, giram em torno das necessidades dos
alunos, do seu aspecto emocional, dos seus objetivos e metas, do papel dos
professores nas escolas, e da relação entre motivação, autonomia e identidade, além
de como esses aspectos atuam no comportamento dos estudantes, do
desenvolvimento por eles de uma multiplicidade de tarefas, a fim de conquistarem o
sucesso.
Neste sentido, a discussão deste arcabouço teórico trouxe à tona os
pressupostos balizadores da pesquisa empreitada neste artigo sobre a
(des)motivação dos aprendentes de LE em um contexto acadêmico de Licenciatura
em Letras Português/Inglês na Universidade Federal do Estado do Amapá. Mas, faz-
se necessário, ainda, delinear o processo de investigação, acurado em um
planejamento metódico bem definido, que norteará a execução da pesquisa com o
intuito de alcançar os objetivos propostos na investigação, isto é, uma metodologia.

20
SEÇÃO II:METODOLOGIA

“Nenhum projeto é viável se não começar a construir-se


desde já: o futuro será o que começamos a fazer dele no
presente.”

Içami Tiba

A metodologia visa examinar, descrever e avaliar métodos e técnicas de


pesquisa que permitam a coleta e o processamento de dados, a fim de dar
encaminhamento e resolução de problemas e/ou questões de investigação. Por isso,
nesta seção, destacam-se o tipo de pesquisa, bem como o universo da pesquisa, os
participantes, os instrumentos de coleta de dados e procedimentos de análise de
dados de forma mais detalhada.

2.1 A Pesquisa Etnográfica

Esta monografia intitulada “A (Des)motivação na Aprendizagem de Língua


Inglesa dos Acadêmicos de Letras da Universidade Federal do Amapá” abrange uma
pesquisa mini etnográfica com abordagens qualitativa e quantitativa, pois a referida
pesquisa, apesar de lançar mão de valores numéricos, possui como objetivo principal,
analisar os aspectos de ordem qualitativa. Optou-se por este tipo de investigação, pois
de acordo com André (2012), esta aborda a vida cotidiana escolar, ambiente em que
as interações sucedidas fazem parte de um contexto repleto de significados, que por
sua vez estão inseridos no universo cultural que também deve ser pesquisado.
André (2012, p. 28) narra que a etnografia está preocupada com o processo
educativo. Porém, “um aspecto peculiar desta abordagem é que toda pesquisa
etnográfica exige do pesquisador um prolongado tempo de permanência no campo de
pesquisa”, com vistas à efetivação de um estudo que permite ao pesquisador a
“observação participante, a entrevista intensiva e a análise de documentos” com um
tempo extensivo em campo. Entretanto, esta pesquisa realizada desenvolveu-se em
um tempo mais curto do que o usualmente requerido para uma pesquisa etnográfica,
por esta razão que se classifica como mini etnográfica.

21
A pesquisa etnográfica gera enorme volume de dados que necessitam ser
organizados para serem compreendidos, isso só pode ser feito através de um
processo continuado, no qual se identificam as dimensões, categorias, tendências,
padrões, relações e significados.
Na contemporaneidade, um número significativo de pesquisas desenvolvidas
na área educacional tem adotado a proposta da abordagem qualitativa. Assim, fez-se
determinadas considerações sobre os tópicos indispensáveis para a efetivação de
uma pesquisa com esse tipo de abordagem. Segundo Gatti (2001, p. 73), as opções
expostas pelas análises chamadas qualitativas formam um “universo heterogêneo de
métodos e técnicas, que vão desde a análise de conteúdo com toda sua diversidade
de propostas”. Enfatiza-se, portanto, que as pesquisas dentro das abordagens
qualitativa e quantitativa, podem utilizar-se de vários métodos na busca dos seus
objetivos propostos.
Bortoni-Ricardo (2008, p. 49) diz que o objetivo da pesquisa qualitativa em sala
de aula, em especial a etnográfica, “é o desvelamento do que está dentro da caixa
preta, no dia a dia dos ambientes escolares”, o que torna indispensável que o
pesquisador vá a campo, vivencie ações da vida cotidiana desvendando suas
acepções e participando delas.
Portanto, esta investigação se enquadra nos princípios metodológicos da
pesquisa etnográfica, pois, ela tem como contexto o âmbito escolar, mas
especificamente, o universitário, lembrando que o foco está centrado na
(des)motivação dos aprendentes de Língua Inglesa da Universidade Federal do
Amapá.

2.2 O Contexto de Pesquisa

A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Amapá, que foi criada no


dia 02 de março de 1990, por meio do Decreto n.º 98.977, publicado no Diário Oficial
da União n.º 43, de 5 de março de 1990, nos termos da Lei n.º 7.530, de 29 de agosto
de 1986, que autoriza o Poder Executivo a instituí-la, tendo seu estatuto aprovado
pela Portaria Ministerial n.º 868/90, de acordo com o Parecer n.º 649/90-SESu,
aprovado em 9 de agosto de 1990 e publicado na Documenta MRC n.º 35, tornando-
a uma Instituição de Ensino Superior (IES), mantida pela União. No ano de 1991, a

22
UNIFAP realizou o primeiro vestibular para os cursos de Direito, Secretariado
Executivo, Geografia, História, Matemática, Letras, Educação Artística e Enfermagem.
Com isso, instituiu-se de fato a Fundação Universidade Federal.
A UNIFAP foi escolhida como campo para esta pesquisa por ser a instituição
de ensino em que a autora deste trabalho realizou seus estudos no Curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês, além de ser a instituição pública federal de
ensino do Amapá, a qual representa grande importância para a história e a educação
deste estado, e que há décadas insere centenas de profissionais no mercado de
trabalho. Portanto, a opção por fazer suas investigações sobre o aspecto motivacional
na aprendizagem da Língua Inglesa neste ambiente acadêmico, propiciou à autora o
contato direto com o ambiente e com os participantes da pesquisa, bem como uma
maior conscientização sobre o valor que esta instituição representa para a população
do seu estado.

2.3 Os Participantes de Pesquisa

A pesquisa desenvolveu-se no Curso de Licenciatura em Letras


Português/Inglês, que atualmente apresenta na sua totalidade 05 (cinco) turmas,
constituídas de 118 alunos matriculados ao total, segundo dados fornecidos pela
coordenação do referido curso. Destas cinco turmas, escolheu-se três para se aplicar
a pesquisa de campo: uma no início do curso, outra na metade, e outra na fase final,
para que se pudesse ter um perfil do processo motivacional dos alunos ao longo de
sua trajetória acadêmica. O total de alunos das três turmas escolhidas para a
investigação é de 68 acadêmicos.
Diante do universo apresentado dos alunos do Curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP, a amostra foi de 03 (três) acadêmicos da turma do 2º
semestre (2016.2), 03 (três) da turma do 5º semestre (2015.1) e 03 (três) da turma do
9º semestre (2013.1), sendo que a pesquisa de campo foi realizada no primeiro
semestre e no início do segundo semestre de 2017, entre os meses de agosto,
setembro e outubro, com a amostragem no total de 09 (nove) acadêmicos. Segundo
Gil (2010), a amostra apresenta-se como um subconjunto representativo da população
que servirá de base para o estudo. Portanto, estes participantes foram escolhidos para
esta investigação pela fato da autora desta pesquisa ser aluna do Curso de

23
Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP, conviver com estes acadêmicos
e possuir um certo conhecimento sobre eles, bem como sobre seu aspecto
motivacional, suas expectativas, etc. Por esta razão, a pesquisadora concluiu que eles
forneceriam os insumos adequados para o estudo que se buscava realizar dentro
desta Instituição de Ensino Superior.
A seguir, apresenta-se um perfil de cada participante da pesquisa. Seus nomes
foram modificados por questões de ética dentro da investigação científica, sendo
pseudônimos escolhidos pelos próprios participantes, sob a assinatura de um termo
de consentimento livre e esclarecido, autorizando a utilização de seus dados neste e
em futuros trabalhos a esta pesquisa relacionados. Reforçam Vieira e Hossne (1998)
que, quando se assume responsabilidades perante a pesquisa, assume-se também a
presença dos outros, portanto, deve-se respeitá-los como cidadãos, tendo a
consciência de que as atitudes dentro da pesquisa se apresentam como ações
históricas e ético-políticas.

JOÃO - 23 anos de idade, é acadêmico da turma do 9º semestre (2013.1) do


curso de Letras UNIFAP, oriundo do ensino público. Escolheu o referido curso por
necessidade do mercado de trabalho. Nunca havia estudado a Língua Inglesa antes
do seu curso de Letras da UNIFAP, por vezes se sentiu desmotivado em sua
aprendizagem dessa língua estrangeira por causa da dificuldade em conciliá-la com
as outras disciplinas.

NIRA - 30 anos de idade, é acadêmica da turma do 9º semestre (2013.1) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
na área de linguística e na área de Língua Inglesa. Já havia estudado a Língua Inglesa
em uma escola particular de idiomas por um ano, mas se sentiu desmotivada em seu
curso de Letras quando houve mudança de professor, e, consequentemente, de
metodologia.

SUANNY - 30 anos de idade, é acadêmica da turma do 9º semestre (2013.1)


do curso de Letras UNIFAP, sendo oriunda do ensino público. Escolheu o curso por
afinidade na área da linguística e por já ter tido contato com a língua inglesa no Ensino
Médio, porém não teve opção por fazer o curso de Letras sem habilitação em língua

24
estrangeira. Durante o referido curso, sentiu-se desmotivada por ter dificuldades na
aprendizagem do inglês.

NAI - 25 anos de idade, é acadêmica da turma do 5º semestre (2015.1) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
na área de literatura e língua inglesa. Havia estudado anteriormente o inglês por dois
anos em um curso particular de idiomas. Já se sentiu desmotivada durante o seu curso
de Letras devido às dificuldades com a pronúncia e ao volume grande de matérias
que tem que estudar das outras disciplinas.

LANA - 20 anos de idade, é acadêmica da turma do 5º semestre (2015.1) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
na área de língua inglesa. Estudou inglês anteriormente por três anos e meio em um
curso particular de idiomas. Já se sentiu desmotivada durante o seu curso de Letras
por não notar melhoras no nível da sua fala, porém já consegue avaliar melhor o seu
desenvolvimento.

MARIA - 19 anos de idade, é acadêmica da turma do 5º semestre (2015.1) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
pela língua inglesa. Havia estudado anteriormente o inglês através de cursos online e
cursos presenciais de curta duração. Já chegou a se sentir desmotivada em seu curso
de Letras devido às dificuldades em assimilar a língua Inglesa, porém já se sente mais
satisfeita por conseguir avaliar o seu progresso.

TATÁ - 19 anos de idade, é acadêmica da turma do 2º semestre (2016.2) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
com a língua inglesa, além das possibilidades no mercado de trabalho. Estudou inglês
há quatro anos em um curso particular de idiomas. Até o momento, não tem se sentido
desmotivada em sua aprendizagem de Língua Inglesa, pois acredita que os
professores apresentam uma boa didática.

BIA - 19 anos de idade, é acadêmica da turma do 2º semestre (2016.2) do


curso de Letras UNIFAP, oriunda do ensino público. Escolheu o curso por afinidade

25
com a língua portuguesa e a inglesa. Já apresenta um bom nível de inglês, tendo
estudado essa língua antes, porém já se sentiu desmotivada por acreditar que ainda
falta melhorar, além de observar que as aulas precisam de mais prática na Língua
Inglesa.

CARLOS - 20 anos de idade, é acadêmico da turma do 2º semestre (2016.2)


do curso de Letras UNIFAP, oriundo do ensino público. Escolheu o curso por afinidade
no campo da linguagem, sobretudo, a linguística. Já havia tido contato com a Língua
Inglesa no Ensino Médio, mas já se sentiu desmotivado na sua aprendizagem dessa
língua no curso de Letras por acreditar que este é um curso muito cansativo.

2.4 Instrumentos de Coleta de Dados

Um aspecto característico da etnografia é que toda pesquisa etnográfica


permite ao pesquisador utilizar instrumentos de coleta de dados, tais como:
observação participante, questionário e a análise de documentos. Diante disso, os
instrumentos de coleta de dados estão de acordo com o tipo de pesquisa
desenvolvida. De forma inicial, desenvolveu-se a observação participante no universo
da pesquisa e de forma delimitada em períodos distintos do curso de Letras/Inglês da
UNIFAP.
Sobre a observação participante, André (2012) diz que o pesquisador tem
sempre um grau de interação com a situação estudada. Chizzotti (2010, p. 90)
contribui ressaltando que a observação participante “é obtida por meio do contato
direto do pesquisador com o fenômeno observado, para recolher as ações dos atores
em seu contexto natural”.
Em seguida, utilizou-se o questionário misto, que de acordo com Severino
(2007) é aquele que destina-se a captar a intensidade das respostas dos
entrevistados, por intermédio de questões abertas e fechadas. Posteriormente, os
dados foram apresentados através de gráficos e tabelas.
Por fim, utilizou-se a análise de documentos, que para André (2012, p. 28) são
“usados no sentido de contextualizar o fenômeno, explicitar suas vinculações mais
profundas e completar as informações coletadas através de outras fontes”. Sobre a
análise de documentos, Chizzotti (2010, p. 98) diz que “é um método de tratamento e

26
análise de informações, colhidas por meio de coleta de dados, consubstanciadas em
um documento”.

2.5 Procedimentos de Análise de Dados

A forma de análise dos dados com os acadêmicos do Curso de Licenciatura em


Letras Português/Inglês da UNIFAP foi realizada de maneira dissertativa, uma vez que
um questionário foi aplicado com perguntas abertas e fechadas, sendo que para esse
último foi utilizado o software Microsoft Excel® 2010para a análise de dados quanto à
frequência e porcentagem, representado por meio de tabelas e gráficos.
Foram analisados, também, os documentos fornecidos pela coordenação do
Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês, nos quais constavam informações
referentes ao número de turmas deste curso, número total de alunos matriculados,
número de alunos matriculados por turma, bem como a denominação das turmas,
representando uma fonte de informação essencial para a investigação que se
buscava.

27
SEÇÃO III: ANÁLISE DE DADOS

“Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei à porta e se


vos abrirá; porque todo aquele que pede, recebe, quem
procura, acha, e se abrirá àquele que bater à porta”
(São Mateus, cap. VII, v. 7 a 11)

Nesta seção, primeiramente destaca-se o perfil socioeconômico dos


entrevistados, do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP. Este
perfil foi delineado através das perguntas fechadas contidas na pesquisa de campo
aplicada aos referidos acadêmicos e é mostrado em três tabelas, cada uma referente
às diferentes turmas que foram entrevistadas. Em seguida consta a transcrição das
respostas dos alunos às perguntas abertas, bem como uma análise dos seus
resultados. Por fim, tem-se a avaliação dos entrevistados acerca da sua satisfação
com Curso de Letras, através de gráficos que mostram o porcentual das suas
respostas, em seguida vindo uma análise destas.

3.1 Perfil Socioeconômico dos Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras


Português/Inglês da UNIFAP

A partir dos dados coletados dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em


Letras Português/Inglês da UNIFAP, destacou-se primeiramente o perfil
socioeconômico dos participantes da pesquisa, conforme mostra a Tabela abaixo:

Tabela 1 – Dados sobre o perfil socioeconômico dos acadêmicos dos participantes da


pesquisa, do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP.

Sexo Feminino Masculino


7 2
Idade 19 anos 20 anos 23 anos 25 anos 30 anos
3 2 1 1 2
Estado Casado (a) Solteiro (a) União
civil Estável
1 7 1
Exerce atividade profissional remunerada Sim Não
3 6

28
Renda Abaixo de 1 salário De 1 a 4 salários Acima de 4 Acima
Familiar mínimo mínimos salários de 10
mínimos salários
mínimos
6 3
Escola que cursou a educação Particular Pública Pública e
básica Particular
9
Já estudou Língua Inglesa antes de ingressar no Sim Não
curso de Letras da UNIFAP 8 1

Fonte: Dados dos participantes da pesquisa de campo, 2017.

Segundo os dados coletados com os alunos participantes da pesquisa,


constatou-se que a maioria dos entrevistados é do sexo feminino, com 7
entrevistadas, e 2 são do sexo masculino. Os participantes têm idades entre 19, 20,
23, 25 e 30 anos. Uma entrevistada é casada, uma possui união estável e os outros 7
são solteiros. Seis deles não exercem atividade profissional remunerada e 3 a
exercem. A renda apresentada pelos acadêmicos entrevistados, os quais vivem com
suas famílias, foi de 1 a 4 salários mínimos para 6 deles, e acima de 4 salários mínimos
para 3 dos entrevistados. Todos os participantes da pesquisa cursaram a educação
básica em escolas públicas, e em relação aos seus estudos da Língua Inglesa antes
de ingressarem no curso de Letras da UNIFAP, apenas um deles nunca havia
estudado esta referida língua estrangeira, os outros 8 já a haviam estudado, seja em
escolas de idiomas ou no Ensino Médio.

3.2 Análise dos Insumos do Questionário da Pesquisa

Com intuito de alcançar os objetivos propostos na pesquisa, buscou-se levantar


informações sobre a motivação dos acadêmicos no curso de Letras/Inglês da UNIFAP.
Diante disso, questionou-se junto aos entrevistados: O que motivou você a optar
pelo curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP? Os
acadêmicos de três semestres diferentes responderam que:

29
 A necessidade do mercado de trabalho e prosseguir nos estudos
(João -Turma 2013.1)
 Porque me identifico com a área de linguística e queria uma formação
em língua inglesa (Nira -Turma 2013.1)
 Eu sempre tive interesse por esse curso, porém, a escolha da
habilitação em Língua Inglesa se deu pelo fato de já ter tido contato
com a língua no ensino médio. Vale ressaltar, que não tive opção em
fazer o curso sem habilitação em língua estrangeira (Suanny - Turma
2013.1)

 Sempre gostei de Literatura e Língua Inglesa, estudar as duas coisas


que gosto em um mesmo curso foi o que me motivou (Nai - Turma
2015.1)
 Era o único curso no Estado com o qual eu achei que iria me
identificar porque gosto da língua inglesa (Maria - Turma 2015.1)
 Sempre tive afinidade com o inglês e no ensino médio sempre me
identifiquei com a língua portuguesa e literatura (Lana - Turma
2015.1)

 Eu gosto da língua inglesa e acredito que o estudo dessa língua vai


me abrir muitas portas para o mercado de trabalho e a dupla
habilitação vai me dar mais opções de trabalho (Tatá -Turma 2016.2)
 No ensino médio comecei a me interessar tanto pela língua portuguesa
como pela inglesa, comecei a fazer cursos de inglês para aperfeiçoar
melhor minha fluência no idioma, e como era a área que eu gostava,
decidi optar por isso ao escolher o curso superior que eu faria (Bia-
Turma 2016.2)
 A dupla habilitação e o interesse pelo campo da linguagem, sobretudo,
a linguística. Além disso, a língua inglesa vem como um bônus para a
graduação. (Carlos -Turma 2016.2)

A partir dos dados apresentados, constatou-se que os acadêmicos do curso de


Letras/Inglês da UNIFAP optaram pelo curso por motivos variados, sempre
relacionando a afinidade pela habilitação. Apenas uma acadêmica da turma de 2013.1
mostrou interesse apenas pelo curso, porém sem habilitação.
Observa-se, também, a partir destas respostas, que os acadêmicos possuem,
motivação intrínseca, pois, como afirma Guimarães (2009), esta se dá quando as
pessoas buscam realizar uma certa atividade por seus próprios interesses e porque,
de certa forma isso vai lhes trazer satisfação. Verifica-se nas respostas, que a maioria
dos participantes escolheu o curso de Letras por gostar de estudar línguas ou
literatura.
Alguns, no entanto, possuem motivação extrínseca, a qual traz recompensas
externas ao indivíduo, segundo a autora acima mencionada. Observa-se isso, a partir
da escolha de alguns acadêmicos pelo curso por causa do mercado de trabalho, o

30
que lhes trará reconhecimento e recompensas matérias, como afirma a autora
anteriormente citada.
Diante disto, acredita-se que muitos acadêmicos que buscam o curso de
Letras/Inglês da UNIFAP apresenta expectativas diversas, por isso estes foram
questionados sobre: Quais as suas expectativas para o seu curso de Licenciatura
em Letras Português/Inglês em relação ao ensino da Língua Inglesa? Os
entrevistados responderam que:

 A maior expectativa era aprender um pouco mais a língua inglesa e


encontrar mecanismos para isso. (João - Turma 2013.1)
 Tinha a expectativa de adquirir um nível avançado de inglês (Nira -
Turma 2013.1)
 Não tinha muita expectativa, na verdade, foi algo imposto pelo curso,
já que não havia na época curso sem habilitação (Suanny - Turma
2013.1)

 Pensei que ia ser um ensino superficial, pois conheci pessoas que


fizeram o curso e não sabiam falar inglês mesmo tendo concluído o
curso. Contudo, me surpreendi com a qualidade do curso que me fez
aprender muito sobre a língua inglesa. (Nai - Turma 2015.1)
 Nunca havia feito um curso de inglês completo, então cheguei à
Universidade sem saber muito o que esperar, mas me tranquilizei ao
perceber que iríamos aprender a língua inglesa em vários níveis
(Maria - Turma 2015.1)
 Esperava sair do nível básico da língua inglesa e aprofundar meus
conhecimentos, não apenas reproduzindo aquilo que aprendi, mas
atendendo e analisando melhor os porquês de diversas situações
gramaticais. (Lana - Turma 2015.1)

 Espero ser capaz de falar, ler e compreender auditivamente o inglês


no fim do curso (Tatá - Turma 2016.2)
 Espero, no final do curso, já ser fluente em língua inglesa, tanto para
aprimoramento pessoal, quanto profissional, já que como futura
professora terei que repassar esse conhecimento a meus alunos e
espero fazer isso de forma correta. (Bia - Turma 2016.2)
 Que possamos fazer intercâmbios, assim o ensino tornaria mais
dinâmico e agradável, pois somente os livros não são suficientes
(Carlos - Turma 2016.2)

De acordo com os dados apresentados constatou-se que os acadêmicos do


curso de Letras/Inglês da UNIFAP, em sua maioria, buscam no final do curso adquirir
um nível mais avançado na Língua Inglesa. Sendo assim, espera-se que todo curso
de graduação, principalmente se considerado como a formação inicial, após sua
conclusão, necessite de cursos de formação continuada, para que os acadêmicos
possam atuar de forma segura no campo profissional.

31
Comparando os insumos da pesquisa de campo com os dados da pesquisa
bibliográfica, constatou-se também, que os acadêmicos, em suas expectativas em
relação ao seu curso, possuem motivação intrínseca, que, segundo Woolfolk (2000),
já mencionado anteriormente, é quando os indivíduos tendem a querer naturalmente
vencer os desafios que a eles aparecem, seja por seus próprios interesses, ou porque
são curiosos, e além disso buscam atividades que lhes dão prazer.
Com intuito de saber se os acadêmicos entrevistados durante o Curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês já se sentiram desmotivados, perguntou-se:
Como você se sente atualmente com relação à sua aprendizagem da Língua
Inglesa? Do início do seu curso até o presente, já houve algum momento em que
você se sentiu desmotivado (a) em relação à aprendizagem da Língua Inglesa?
Se houve, por qual/quais razão (ões)? Os entrevistados responderam que:

 Muitas vezes, visto que é difícil conciliar o estudo da língua inglesa


com a disciplina de língua portuguesa (João- Turma 2013.1)
 Sinto insegurança com relação à língua inglesa. Apesar de nunca ter
reprovado nas disciplinas de inglês fiquei desmotivada quando houve
mudança de professor e, consequentemente de metodologia, pois o
professor que substituiu o anterior não correspondeu minhas
expectativas. (Nira - Turma 2013.1)
 Apesar de não ter tido expectativas elevadas no início do curso, no
tocante à língua, durante o processo, adquiri conhecimentos
relevantes, no entanto, a desmotivação veio por dificuldades em
aprender a língua (Suanny- Turma 2013.1)

 Considero que aprendi muito e já consigo me comunicar em inglês,


porém acho que poderia estar melhor. Já me senti desmotivada, pois
tenho dificuldades com a pronúncia. Pela exigência de outras
matérias de português fui deixando o inglês de lado e isso atrapalhou
meu aprendizado. (Nai - Turma 2015.1)

 Atualmente, sinto-me satisfeita com minha aprendizagem, mas


reconheço que posso melhorar. Durante o curso me senti
desmotivada em alguns momentos, mais isso se deveu mais à
dificuldade de assimilação da língua inglesa do que em outras
questões. (Maria - Turma 2015.1)
 Por vezes me senti desmotivada, pois não consegui ver melhora no
nível da minha fala. Hoje me sinto melhor, pois já consigo fazer uma
análise mais profunda sobre meu desenvolvimento (Lana - Turma
2015.1)

 Não, acredito que os professores têm apresentado uma boa didática


e passam os assuntos de uma forma que fica bem compreensível
para mim. (Tatá - Turma 2016.2)
 Já, pois embora eu já possua um nível bom de inglês, ainda há muita
coisa que precisa melhorar, porém só a sala de aula não é suficiente,
32
por isso me sinto desmotivada, por falta de mais oportunidades
práticas de aprender inglês. (Bia - Turma 2016.2)
 Sim, pois o curso de Letras é cansativo e necessitamos nos esforçar
na parte de língua portuguesa e a língua estrangeira fica menos
relevante, no entanto, nos esforçamos para aprender ao máximo.
(Carlos - Turma 2016.2)

Segundo os dados apresentados, ficou constatado que quase todos os


acadêmicos do curso de Letras/Inglês da UNIFAP em algum momento do seu curso
já se sentiram desmotivados, alegando vários motivos, sendo alguns deles: a
dificuldade em conciliar os estudo da Língua Inglesa com as outras várias disciplinas,
falta de oportunidades, dificuldades na aprendizagem da língua, insegurança,
diferentes metodologias entre os professores causando insatisfação em relação à
disciplina, etc. Apenas uma acadêmica tem se sentido motivada até o momento.
Diante disso, a falta de motivação é um fator perceptível no curso de
Letras/Inglês, o que leva à conclusão que isso é um processo natural e que atinge o
acadêmicos de diferentes formas. Os relatos acima só vêm confirmar o que afirma
Guimarães (2009), em suas pesquisas sobre motivação quando diz que, ao longo de
seus estudos, o nível de motivação dos alunos diminui, bem como sua persistência e
sua busca por novos desafios.
Ademais, a Teoria do Filtro Afetivo de Krashen (1987) está em consonância com os
dados desta pesquisa, pois este autor observa que existe um filtro psicológico através
do qual o aluno tem seu processo de aprendizagem de uma língua facilitado ou
dificultado através das ligações emocionais que estabelece com todo o ambiente e as
pessoas que o cercam.
Sendo assim, os acadêmicos do curso de Letras/Inglês da UNIFAP foram
questionados: Você se sente preparado (a) para enfrentar o mercado de trabalho
como professor (a) de Língua Inglesa? Por quê? Os entrevistados responderam
que:

 Não, pois acredito que meu nível de aprendizado em língua inglesa


seja muito baixo. (João - Turma 2013.1)
 Não, pois no meu ponto de vista não adquiri uma boa formação de
língua inglesa. (Nira - Turma 2013.1)
 Hoje não me sentiria segura o suficiente para ministrar aulas da
disciplina (Suanny - Turma 2013.1)

33
 Não, porque penso que o professor deve dominar o conteúdo que vai
ensinar e eu não domino a língua inglesa, tenho muitas deficiências
quanto ao idioma e isso demonstraria insegurança para os alunos. (Nai
- Turma 2015.1)
 Não me sinto preparada, pois ainda não tive nenhum contato com a
realidade da sala de aula de língua inglesa. (Maria - Turma 2015.1)
 Creio que sim, pois busco sempre me aperfeiçoar dando o melhor de
mim para enfrentar o mercado de trabalho (Lana - Turma 2015.1)

 Não domino o inglês a um nível avançado, mas consigo ensinar


crianças em um nível básico. Espero melhorar nesse ponto (Tatá -
Turma 2016.2)
 Sim, pois já possuo um nível de inglês avançado melhor do que muitos
profissionais formados, só preciso melhorar um pouco mais para me
tornar de fato fluente e adquirir um certificado de proficiência como o
TOEFL (Bia- Turma 2016.2)
 Não, pois na academia não aprendemos tudo sobre língua inglesa e
faz-se necessário a busca por capacitação e/ou aprimoramento nas
escolas de idiomas (Carlos - Turma 2016.2)

A partir dos dados apresentados constatou-se que a grande maioria dos


acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras/Inglês da UNIFAP não se sente
preparada para atuar no mercado de trabalho. Apenas duas acadêmicas da turma de
2015.1 e 2016.1 disseram estar preparadas para atuar neste mercado. Acredita-se
que no decorrer do curso, os investimentos, tanto no ensino, por parte do professor,
quanto na aprendizagem, por parte do aluno, propiciam um melhor desempenho aos
acadêmicos. Desta forma, a sua segurança, sua competência, habilidade, dentre
outros fatores são essenciais para que o aprendente, que termina a o curso de Letras
como professor, obtenha sucesso no mercado de trabalho.
O esforço do aluno e do professor para alcançarem bons resultados no
processo de ensino/aprendizagem incluem também um bom trabalho com o fator
motivacional, o que novamente leva a se analisara teoria de Krashen (1987), na qual
este autor afirma que alunos motivados e autoconfiantes são mais propensos ao
sucesso em sua aprendizagem, ao contrário daqueles que não confiam em si mesmos
e em seu aprendizado, desta forma, acabam por apresentar bloqueios em seu
processo de aquisição de uma língua estrangeira.
Alunos com um bom nível de motivação, aprendem melhor, e se estes
alcançarem bons níveis de aprendizagem, se sentirão aptos a atuarem no mercado
de trabalho. Para que isso aconteça, é necessário que o sua formação acadêmica
possua um curso bem estruturado, o que inclui dentre outros fatores, vários e bons

34
livros, bons professores e, além disso, alunos comprometidos com a qualidade de sua
aprendizagem.

No decorrer da pesquisa, foi perguntado aos acadêmicos do curso de


Letras/Inglês da UNIFAP: Você acha que só as disciplinas de Língua Inglesa
oferecidas pelo curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês são
suficientes para preparar você para o mercado de trabalho em relação à língua
estrangeira? Os entrevistados responderam que:

 Acredito que não. É necessário fortificar a ideia de projetos voltados


aos alunos de inglês para um melhor preparo. (João - Turma 2013.1)
 Talvez, entretanto o que atrapalha o curso é a falta de metodologia,
pois os professores trabalham individualmente, ou seja, cada
semestre que muda de professor, ocorre mudança de metodologia e
isso prejudica os acadêmicos. (Nira - Turma 2013.1)
 Acredito que não (Suanny - Turma 2013.1)

 Não tenho certeza, pois até o momento do curso só tive as disciplinas


de língua inglesa, não tive por exemplo, didática da língua inglesa ou
literatura (Nai - Turma 2015.1)
 Não tenho certeza, pois a única disciplina que tive até agora é a língua
inglesa, ainda não tive outras disciplinas de LE. (Maria - Turma 2015.1)
 Creio que sim, pois vários colegas de turma que nunca tiveram contato
com a língua inglesa, hoje estão avançando no curso, falando,
compreendendo e escrevendo extremamente bem. (Lana - Turma
2015.1)

 Não, acredito que precisamos de mais matérias relacionadas à


fonética do inglês. (Tatá - Turma 2016.2)
 Não, não são suficientes, o aluno/acadêmico deve buscar outros
meios além dos oferecidos pela instituição. (Bia - Turma 2016.2)
 Não, pois ficamos somente na sala de aula e faz-se necessário a
dinamicidade nas aulas de inglês. (Carlos - Turma 2016.2)

Segundo os dados apresentados, constatou-se que os acadêmicos do curso


de Letras/Inglês da UNIFAP, em sua quase totalidade, acreditam não serem
suficientes apenas as disciplinas de Língua Inglesa para prepará-los para o mercado
de trabalho em relação à língua estrangeira. Apenas uma acadêmica da turma 2015.1
acredita no preparo dos seus colegas só com a Língua Inglesa, para enfrentar o
mercado de trabalho.
A partir do exposto, verificou-se que os acadêmicos reconhecem que precisam
buscar novos complementos, ou seja, além da graduação, devem buscar outros
cursos para que possam estar preparados para atuarem no mercado de trabalho, pois

35
apenas a formação inicial não é suficiente, segundo suas próprias opiniões. Ademais,
eles esperam que os professores adotem uma mesma metodologia e dinamicidade
nas aulas de Língua Inglesa.
Dornyei (2001), já citado na pesquisa bibliográfica, em sua Fase Acional de
gerenciamento da motivação, afirma que o papel do professor é de fundamental
importância, pois este docente pode manejar as aulas de forma a criar um ambiente
que permita uma boa aprendizagem. Desta forma, os alunos terão mais confiança na
sua aprendizagem de Língua Inglesa dentro do próprio ambiente acadêmico.

Por fim, questionou-se aos acadêmicos do curso de Letras/Inglês da UNIFAP:


Você possui alguma sugestão a dar para o melhoramento do processo de
ensino/aprendizagem do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da
UNIFAP? Os entrevistados responderam que:

 Sim, seguir de modo linear o ensino de inglês na universidade. (João-


Turma 2013.1)
 Sim, acho que o curso deveria ter uma metodologia padrão para que
os professores pudessem falar a mesma língua em sala de aula. (Nira
- Turma 2013.1)
 Seria interessante se a universidade promovesse cursos internos da
língua inglesa por temporada, para reforçar o conhecimento
repassado nas aulas de inglês (Suanny - Turma 2013.1)

 Melhorar o acervo de livros da língua inglesa, promover eventos


sobre LI, o curso só faz eventos em LP; mais matérias de língua
inglesa no começo do curso e não só no final (Nai- Turma 2015.1)
 Não. (Maria - Turma 2015.1)

 Só tive um professor esse semestre, então não tive a oportunidade


de interagir com diferentes tipos de aula. Gosto muito dos métodos
do meu professor que ensina de modo interativo e motivador (Lana -
Turma 2015.1)

 Mais carga horária para matérias de inglês e reativar os laboratórios


para termos uma imersão melhor na língua e literatura (Tatá - Turma
2016.2)
 Sim, acredito que deveriam ser oferecidos cursos a parte para
acadêmicos, a fim de que eles pudessem passar mais tempo em
contato com a língua inglesa (Bia - Turma 2016.2)
 Sim, proporcionar viagens de intercâmbio, mesmo que seja durante
um semestre ou menos e a universidade poderia fazer parceiras com
as escolas de idiomas de Macapá (Carlos - Turma 2016.2)

36
De acordo com os dados apresentados, constatou-se que, os acadêmicos do
curso de Letras/Inglês da UNIFAP, em sua quase totalidade, apresentaram sugestões
para melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos acadêmicos. Apenas uma
acadêmica da turma 2015.1 não apresentou sugestões. Observou-se que uma
acadêmica da turma 2013.1 destacou sobre a metodologia do professor, sugerindo
uma metodologia padrão, e outro da mesma turma sugeriu uma forma linear de ensino
da língua inglesa, enquanto que o restante sugeriu cursos preparatórios, intercâmbios,
aumento da carga horária para o estudo da língua inglesa, melhora do acervo
linguístico, promoção de eventos dentro dessa língua estrangeira, bem como a
reativação dos laboratórios de língua da instituição.
Novamente o papel do professor é destacado nesta análise, pois, como visto
anteriormente, Evans e Bartholomew (2009) afirmam que, para que a aprendizagem
possa efetivamente acontecer, os docentes devem valer-se dos vários motivos que
estão sempre presentes em seus aprendentes, acrescentando que o dever dos
professores é também de dar direcionamentos e incentivar os seus alunos para que
eles consigam atingir as suas metas.
Durante o processo de observação participante, verificou-se que a UNIFAP já
oferece cursos extras de línguas estrangeiras, sejam eles online ou presenciais.
Verificou-se também, que a carga horária para as disciplinas de Língua Inglesa, bem
como para as Literaturas Inglesa e Americana, varia entre 60 e 90 horas e é
considerável para que os objetivos de ensino/aprendizagem sejam alcançados.
Portanto, os alunos também têm que se conscientizar do seu papel e das suas
responsabilidades em relação à sua aprendizagem de língua estrangeira.

3.3 Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Licenciatura em Letras


Português/Inglês da UNIFAP

A partir dos dados coletados dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em


Letras Português/Inglês da UNIFAP, que delimitou as turmas de 2013.1; 2015.1 e
2016.2, buscou-se avaliar a visão destes em relação ao curso que optaram. No gráfico
01, 11% dos acadêmicos responderam que acham o curso de Letras/Inglês bom,
nenhum deles avaliou o curso como ruim, e 89% dos acadêmicos disseram que é
bom, porém precisa melhorar.

37
Gráfico 01. Avaliação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da
UNIFAP pelos participantes da pesquisa

11%

89%

Bom Bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos

Fonte: Dados dos participantes da pesquisa de campo, 2017.

De acordo com a exposição gráfica, fica evidente que a maioria dos


acadêmicos avaliou o curso como bom, porém este necessita de melhoras em alguns
aspectos, tais como: acervo de livros, promoção de eventos em Língua Inglesa, mais
matérias voltadas para essa língua estrangeira, cursos ofertados pela faculdade,
parcerias com escolas de idiomas, etc.

Gráfico 02. Avaliação do ensino da Língua Inglesa no Curso de Licenciatura em


Letras Português/Inglês da UNIFAP pelos participantes da pesquisa

22%

11%
67%

Bom Ruim Bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos

Fonte: Dados dos participantes da pesquisa de campo, 2017.

38
O gráfico 02 apresenta a avaliação dos acadêmicos sobre o ensino da Língua
Inglesa do curso de Letras/Inglês, na qual 22% dos acadêmicos entrevistados
responderam que é o referido ensino é bom; 11% dos acadêmicos responderam que
é ruim, e 67% dos acadêmicos responderam que é bom, porém precisa melhorar em
alguns aspectos.
Segundo os dados apresentados pelos acadêmicos, observa-se que a maioria
deles avaliou o ensino como bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos.
Portanto, acredita-se que muitos acadêmicos têm dificuldades devido ao pouco
conhecimento sobre a Língua Inglesa. Essa falta de conhecimento faz com que eles
tenham dificuldades em alcançar os objetivos do curso, já que a habilitação é em
Língua Inglesa.

Gráfico 03. Avaliação da aprendizagem de Língua Inglesa no Curso de


Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP pelos participantes da
pesquisa

12%

25%
63%

Boa Ruim Boa, porém precisa melhorar em alguns aspectos

Fonte: Dados dos participantes da pesquisa de campo, 2017.

No gráfico 03 é apresentada a avaliação dos acadêmicos sobre a


aprendizagem da Língua Inglesa do curso de Letras/Inglês, na qual 12% dos
acadêmicos entrevistados responderam que é boa; 25% dos acadêmicos
responderam que é ruim e 63% dos acadêmicos responderam que é boa, porém
precisa melhorar em alguns aspectos.
Portanto, constatou-se que a maioria dos acadêmicos avaliou sua
aprendizagem de Língua Inglesa como boa, contudo precisa melhorar em alguns
39
aspectos citados nos insumos da pesquisa. Porém, 25% dos entrevistados
apresentaram um percentual ruim, o que é preocupante, pois acredita-se que este
dado relaciona-se aos acadêmicos que nunca haviam tido, ou tiveram pouco contato
com a Língua Inglesa. Há também insatisfações em relação às metodologias de
ensino e à estrutura do curso.
No gráfico 04 são apresentados a avaliação dos acadêmicos sobre a sua
motivação em relação à aprendizagem da língua inglesa do curso de Letras/Inglês da
UNIFAP, em que11% dos acadêmicos entrevistados responderam que é muito baixa;
11% dos acadêmicos responderam que é baixa; 56% dos acadêmicos responderam
que é regular, por fim, 22% dos acadêmicos responderam que é alta.

Gráfico 04. Avaliação dos participantes da pesquisa quanto à motivação com


relação à sua aprendizagem de Língua Inglesa no Curso de Licenciatura em
Letras Português/Inglês da UNIFAP

22% 11%
11%

56%

Muito baixa Baixa Regular Alta

Fonte: Dados dos participantes da pesquisa de campo, 2017.

A partir dos dados apresentados pelos entrevistados, constatou-se que, a


maioria dos acadêmicos entrevistados avaliou a sua motivação em relação a
aprendizagem de Língua Inglesa como regular, principalmente devido a fatores como
a dificuldade de se conciliar o estudo desta língua com os de outras disciplinas, o
cansaço, as dificuldades de compreensão linguística e os diferentes tipos de
metodologia usadas pelos professores.

40
Deve-se buscar soluções para que os alunos aumentem sua motivação em
relação à aprendizagem da Língua Inglesa. Os professores são de grande importância
para que isso aconteça, mas o curso também deve oferecer uma boa estrutura para
que o ensino desta língua estrangeira seja melhor viabilizado, como a reativação do
laboratório de línguas e o aumento do acervo de livros da biblioteca, como os próprios
participantes da pesquisa citaram. Desta forma, os alunos serão atendidos de maneira
eficiente e satisfatória.
Entretanto, não são só os professores e o curso os responsáveis pelo aumento
da motivação dos alunos. Estes mesmos acadêmicos têm que se conscientizar que o
ensino superior não é fácil para ninguém, e todos têm que fazer a sua parte. O esforço
precisa ser conjunto para que o níveis motivacional e de aprendizagem alcancem
melhores resultados.

41
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas


faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não
pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

Paulo Freire

De tudo o que se abordou neste trabalho em relação ao tema motivação,


conclui-se que este é um aspecto muito importante, se não, o mais relevante para o
processo de ensino/aprendizagem. Portanto, é um tema que está constantemente
sendo estudado, em virtude de sempre haver novas necessidades de aprendizado
para a humanidade.
Diante de todas essas reflexões, percebe-se o quanto o trabalho com o tema
motivação é essencial para sempre lembrar que os seres humanos são vulneráveis e
que necessitam de suporte, tanto teórico, quanto emocional, para que se mantenham
firmes em seus propósitos de aprendizado e de progresso.
Além do mais, percebeu-se, através da pesquisa de campo realizada junto aos
acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP, que
estes ingressam no referido curso, com expectativas variadas, principalmente em
relação à aprendizagem da Língua Inglesa, porém, quando se deparam com a difícil
realidade de se aprender uma língua estrangeira e ainda ter que conciliar esse
processo com o estudo de muitas outras disciplinas, eles se sentem desmotivados e
percebem que precisam buscar algo além dos seus estudos linguísticos dentro da
universidade, se quiserem avançar em sua aprendizagem do inglês.
Ainda, verificou-se durante o processo de observação participante nesta
pesquisa, que alguns acadêmicos querem a habilitação apenas em Língua
Portuguesa ou Literatura, entretanto, o curso de Letras da UNIFAP não oferece essa
opção, obrigando os alunos a escolherem uma das línguas estrangeiras oferecidas
pelo curso: Francês ou Inglês, ou então o curso de Letras Libras, surgido há pouco
tempo na referida instituição. Observou-se, a partir disto, que muitos alunos, por
pretenderem ser professores apenas destas disciplinas acima citadas, não se
esforçam no estudo da Língua Inglesa e, consequentemente, alcançam baixos
resultados, o que gera um problema, acima de tudo para eles mesmos.

42
Ademais, na observação participante, notou-se que já há professores de Língua
Inglesa, os quais gostariam de ter apenas a habilitação dentro dessa língua, no curso
de Letras, contudo têm que passar por todas as habilitações, uma vez que o curso é
de dupla habilitação, Português/Inglês e suas respectivas literaturas. Portanto, os
acadêmicos têm que se adaptar ao estudo de todas as disciplinas de língua e literatura
propostas pela Ministério da Educação e Cultura – MEC, para a grade curricular do
curso de Letras da UNIFAP. A partir de então, sugere-se uma reflexão acerca da dupla
e/ou da mono-habilitação do referido curso no campus da UNIFAP em Macapá, pois
no campus da cidade de Santana já existe o Curso de Letras com habilitação em
Língua Portuguesa.
Espera-se, além disso, que as sugestões apresentadas pelos participantes da
pesquisa, possam ser levadas em consideração pelos professores que tiverem acesso
a este trabalho. Desta forma, o curso pode tomar melhores rumos, com professores
mais conscientes das necessidades de seus alunos e estes acadêmicos mais
motivados em relação à sua aprendizagem. Entretanto, é importante que todos
tenham consciência do papel que desempenham dentro da universidade, pois esta
responsabilidade não é apenas do professor.
Por fim, se reconhece a importância das pesquisas e atualizações dentro da
área motivacional voltadas à educação, pois sem novos estudos não há novas ideias,
sem novas ideias, não há novas soluções, e o que pode ser mais pesquisado, pode
também ser melhorado. Motivação, portanto, é um fator relevante, tanto para quem
oferece ajuda, quanto para quem precisa ser ajudado, principalmente no que diz
respeito ao processo de ensino/aprendizagem, área em que o ser humano atinge
grande evolução.

43
REFERÊNCIAS

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Papirus, 2012.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador: introdução a pesquisa


qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

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contribuições da psicologia contemporânea.4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

BZUNECK, J. A. Motivação do aluno: aspectos introdutórios. In. BORUCHOVITCH,


E.; BZUNECK, J. A. (Orgs.). A motivação do aluno: contribuições da psicologia
contemporânea. 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 38ª.


ed. Petrópolis: Vozes, 2010.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 6 ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2007.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 11ª ed. São Paulo:
Cortez, 2010.

DORNYEI, Z. Teaching and Researching Motivation. Harlow, England. Pearson


Education Limited, 2001.

EVANS, H.; BARTHOLOMEW E, R. Outbreak. The Encyclopedia of Extraordinary


Social Behavior. Anomalist Books: San Antonio, NY. 2009.

GATTI, Bernadete A. Implicações e perspectivas da pesquisa educacional no Brasil


contemporâneo. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 113, p. 65-81, jul. 2001.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas,
2010.

GUIMARÃES, Sueli Edi Rufini. Motivação intrínseca, extrínseca e o uso de


recompensas em sala de aula.4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

KRASHEN, Stephen D. Principles and Practice in Second Language


Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.

MAXIMIANO, Antônio. Introdução à Administração, 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004.

NEWBY, T. J. Classroom Motivation: strategies of first-year teachers. Journal of


Educational Psychology, 1982.

44
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. São Paulo:
Editora Cortez, 2007.

VIEIRA, Sônia; HOSSNE, William. A Ética e a Metodologia. São Paulo: Pioneira,


1998.

TAPIA, Jesús Alonso; FITA, Henrique Caturla. A Motivação em Sala de Aula.


Edições Loyola, São Paulo, 2009.

TELES, Maria Luiza Silveira. O que é Psicologia.14 ed. São Paulo: Moderna, 2010.

USHIODA, Ema. In: MURRAY, Garold; GAO, Xuesong and LAMB, Terry (Orgs).
Identity, Motivation and Autonomy in Language Learning. Toronto, 2011.

WOOLFOLK, Anita E. Psicologia da Educação. 7 ed. Porto Alegre: Artes Médicas,


2000.

45
APÊNDICES

46
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), de uma pesquisa. Meu nome
é Márcia Helena Matias Pereira, sou a pesquisadora responsável e minha área de atuação é
Letras. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte
do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é
da pesquisadora responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado(a) de forma alguma.
Caso haja dúvidas sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com a pesquisadora
responsável, nos telefones: (96) 998114-0880 e (96) 99972-7575. Você poderá, inclusive, fazer
ligações a cobrar para a pesquisadora responsável.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA

A pesquisa intitulada A (Des)motivação na Aprendizagem de Língua Inglesa dos Acadêmicos


de Letras da Universidade Federal do Amapá tem por objetivo geral: investigar o aspecto
motivacional dos acadêmicos do curso de Letras Português/Inglês da Universidade Federal do
Amapá. Os objetivos específicos são: 1) Observar os principais tipos de motivação aplicados à
área do ensino/aprendizagem; 2) Mostrar parte das contribuições das pesquisas sobre motivação
relacionadas às pesquisas modernas; 3) Fazer um levantamento sobre o aspecto motivacional
dos acadêmicos de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP; 4) Mostrar um perfil
destes acadêmicos no que diz respeito à sua motivação na aprendizagem da Língua Inglesa no
seu curso de Letras.
Para tanto, os participantes responderão a um questionário com perguntas abertas e fechadas, o
qual será realizado individualmente. A sua identidade será preservada por meio de pseudônimo
que será escolhido por você. Assim, você não corre nenhum risco pela participação neste
estudo. Esclareço, também, que não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação
financeira pela sua participação.
O dados coletados não serão descartados, pois serão utilizados para a presente pesquisa e
pesquisas futuras e serão guardados pela pesquisadora responsável em pastas em seu
computador. No caso dos dados serem utilizados para futuras pesquisas, os participantes serão
contatados e assinarão um novo termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados serão
publicados sejam eles favoráveis ou não aos propósitos do estudo.

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA


PESQUISA

Eu, _____________________________________, RG____________________/


CPF______________________________/ n.º de matrícula
______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo
47
_____________________________________________, como sujeito. Fui devidamente
informado(a) e esclarecido(a) pela pesquisadora______________________________ sobre a
pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios
decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a
qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade.

Local e data:________________________________________________

Nome e Assinatura do Sujeito: ____________________________________

48
Questionário Sobre o Aspecto Socioeconômico dos Acadêmicos de
Letras/Inglês da Universidade Federal do Amapá.

Segundo questionário referente à pesquisa de campo do trabalho de conclusão de


curso da acadêmica Márcia Helena Matias Pereira – da turma 2013.1, de Letras
Licenciatura/Inglês, sob o tema “A (Des)motivação na Aprendizagem de Língua
Inglesa dos Acadêmicos de Letras da Universidade Federal do Amapá”.

Sua disponibilidade e sinceridade em responder serão importantes para que se trace


um perfil dos acadêmicos de língua inglesa da UNIFAP dentro do aspecto
socioeconômico.

Por questões de ética na pesquisa, os nomes verdadeiros dos participantes serão


omitidos no trabalho, portanto serão utilizados seus nomes fictícios, os quais serão
escolhidos pelos próprios participantes desta pesquisa.

1.Nome verdadeiro:--------------------------------------------------------------------------------

2. Nome fictício (de acordo com o seu sexo): ----------------------------------------------

2.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3.Idade:--------------------anos.

4.Estado civil: ---------------------------------------------------------------------------------------

5.Semestre em que entrou na UNIFAP ------------------------------------------------------

6. Exerce alguma atividade profissional remunerada? Caso sua resposta seja sim,
qual a atividade? ----------------------------------------------------------------------------

49
7. Qual a faixa da sua renda familiar? (Membros que vivem habitam você)

( ) Abaixo de 1 salário mínimo


( ) De 1 a 4 salários mínimos
( ) Acima de 4 salários mínimos
( ) Acima de 10 salários mínimos

8.Qual o tipo de escola em que você cursou a educação básica?


( ) Particular
( ) Pública
( ) Particular e Pública

9. Você já havia estudado a língua inglesa antes de ingressar no curso de Letras da


UNIFAP? Se sim, onde estudou e por quanto tempo?

50
Questionário sobre a motivação na aprendizagem de Língua Inglesa da
Universidade Federal do Amapá.

Questionário referente à pesquisa de campo do trabalho de conclusão de curso da


acadêmica Márcia Helena Matias Pereira – da turma 2013.1, de Letras
Licenciatura/Inglês, sob o tema “A (Des)motivação na Aprendizagem de Língua
Inglesa dos Acadêmicos de Letras da Universidade Federal do Amapá”.

Sua disponibilidade e sinceridade em responder serão importantes para que se trace um


perfil do acadêmico de língua inglesa da UNIFAP dentro do aspecto motivacional.

1.Nome:--------------------------------------------------------------------------------------------------

2.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3.Idade:--------------------anos.

4.Semestre em que entrou na UNIFAP ----------------------------------------------------------

5.O que motivou você a optar pelo curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da
UNIFAP?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

51
6.Quais são as suas expectativas para o seu curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês em relação ao ensino da Língua Inglesa?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

7.Do início do seu curso até o presente, já houve algum momento em que você se sentiu
desmotivado(a) em relação à sua aprendizagem de língua inglesa? Se houve, por
qual/quais razão/razões?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

8.Você se sente preparado(a) para enfrentar o mercado de trabalho como professor(a) de


língua inglesa? Por quê?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

9.Você acha que só as disciplinas de Língua inglesa oferecidas pelo seu curso de
Licenciatura em Letras Português/Inglês são suficientes para preparar você para o
mercado de trabalho em relação a essa língua estrangeira?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

52
10. Você possui alguma sugestão a dar para o melhoramento do processo de
ensino/aprendizagem do curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

11.Como você avalia o seu curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP


a partir do que você tem vivenciado até o momento?

( ) Bom

( ) Ruim

( ) Bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos

12.Como você avalia o ensino da Língua Inglesa no seu curso de Licenciatura em Letras
Português/Inglês da UNIFAP?

( ) Bom

( ) Ruim

( ) Bom, porém precisa melhorar em alguns aspectos

13.Como você avalia a sua aprendizagem de Língua Inglesa no seu curso de Licenciatura
em Letras Português/Inglês da UNIFAP?

( ) Boa

( ) Ruim

( ) Boa, porém precisa melhorar em alguns aspectos

53
14.Como você avalia a sua motivação com relação à sua aprendizagem de Língua inglesa
no curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UNIFAP?

( ) Muito baixa

( ) Baixa

( ) Regular

( ) Alta

( ) Muito alta

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