A Relação Da Fé, Na Busca Pela Reabilitação Da Saúde
A Relação Da Fé, Na Busca Pela Reabilitação Da Saúde
A Relação Da Fé, Na Busca Pela Reabilitação Da Saúde
PORTO ALEGRE
2006/2
Porto Alegre
2006 /2
____________________________ __________________________
Prof. Prof.
Centro Universitário Metodista IPA Centro Universitário Metodista IPA
5
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Assim Seja!
RESUMO
8
ABSTRACT
MARITAN, Paula Monteiro. The look of the Occupational Therapy, understanding the
relation of the faith, in the search for the whitewashing of the health: Study of case
from the Umbandista religion. Work Conclusion of Course of Occupational Therapy.
University center Methodist IPA. 2006/2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………..10
1.1 OBJETIVO GERAL ………………………………………………………………...10
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS……………………………………………………….10
3. UMBANDA .…………………………………………………………………………...19
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS……………………………………………31
5.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ………………………………………………….31
5.2 CONTINGENTE POPULACIONAL …………………………………………………31
5.3 INSTRUMENTOS……………………………………………………………………...32
5.4 AMOSTRAGEM………………………………………………………………………..33
5.4.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ……………………………………………………….33
5.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS …………………………………………………………34
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………....59
8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA………………………………………………………62
9 ANEXO A : Questionário………………………………………………………………..66
ANEXO B: Termo de Consentimento Livre Esclarecido para Entrevistado ………..68
ANEXO C: Termo de Consentimento Livre Esclarecido Para Líder Espiritual……...71
11
1. INTRODUÇÃO
1
Terreiro/terreira: território físico onde acontecem as sessões umbandistas.
12
A partir destes objetivos, procuramos por pessoas que foram acometidas por
alguma doença e que buscaram ajuda espiritual, em Terreiras de Umbanda paralelo,
ou não, ao tratamento médico tradicional, configurando assim uma intervenção
alternativa, em prol da reabilitação da saúde. Neste trabalho, baseado na “Ecologia
do Saber”, que segundo Boaventura (SANTOS, 2004:24) é o diálogo acadêmico
entrelaçado com o diálogo popular, valorizando aqui neste trabalho, a importância da
respeitabilidade dos profissionais da saúde nos aspectos culturais e religiosos de
cada indivíduo.
Neste trabalho utilizou-se uma pesquisa qualitativa, de caráter
interpretativo. Metodologicamente aplicou-se um questionário com seis perguntas
semi-estruturadas, observação participante e levantamento bibliográfico. Visando
uma maior abrangência nos resultados, foram pesquisados cinco freqüentadores do
Centro de Umbanda Reino da Mãe Iara, e cinco freqüentadores do Centro Espírita
de Umbanda Nossa Senhora Aparecida, ambos situados em Porto Alegre/RS. A
população participante de cada Terreira foi escolhida pelas líderes responsáveis de
cada local, respeitando assim, as questões éticas acadêmicas e as religiosas.
As pesquisas, previamente avisadas pelas líderes espirituais, foram
coletadas, na sua grande maioria na residência dos entrevistados. Entretanto a
concretização das mesmas foi tarefa lenta e árdua, pois passou por diversas etapas,
necessitando respeitar o tempo de cada sujeito e o tempo religioso. A
obrigatoriedade das líderes indicarem os entrevistados, significou esperar a reflexão
delas sobre quem indicar e que falassem com cada um, para só então entrarmos em
contato com os participantes escolhidos. Uma nova etapa de espera se formou,
tendo que respeitar e adequarmo-nos aos horários dos entrevistados. Contudo, isso
mostrou-nos que a realidade sócio-cultural, é um fator que influencia e direciona na
conduta e na subjetividade de cada sujeito. Fazendo com que cada entrevista fosse
um espaço de diálogo desprovido de preconceito, da linguagem espiritual, com a
linguagem acadêmica.
O diálogo entre culturas, além de exigir um desprendimento cultural do
entrevistador, para assim captar ao máximo, a fala do entrevistado, exigiu uma
busca literária, para fundamentar e nortear esta pesquisa. Partindo desta premissa,
este trabalho divide-se em três Capítulos de desenvolvimento teórico.
No primeiro Capítulo, aborda-se a questão saúde e fé, no qual se verifica
os processos onde a fé é a base na reabilitação da saúde. Apontamos também a
13
2. FÉ E SAÚDE
2
Artigos: DALGALARRONDO, DANTAS, PAVARIN Sintomas de conteúdo religioso em pacientes
psiquiátricos; Revista Brasileira de Psiquiatria, 1999, ALMEIDA, LOTUFO; Diretrizes
Metodológicas
para investigar estados alterados de consciências e experiências anômalas; Revista de
Psiquiatria
Clínica, 2003.
3
MENCONI, Darlene. As razões da Fé. Disponível em www.istoe.com.br. 2005. Acesso em
30/03/2006
4
CORTES, Celina. PEREIRA, Cilene. Tarantino, Mônica. A medicina da alma. Disponível em
www.iestoe.com.br. 2005. Acesso em: 02/01/2006
16
5
Não estamos generalizando a Psiquiatria e nem a Psicologia, estando cientes da existência de
diversos profissionais que acreditam na espiritualidade, agregando este conhecimento ao
seu
saber científico. Estamos aqui refletindo a partir dos apontamentos do autor.
19
3. UMBANDA
...e para espanto geral tudo isso ocorreu em pleno Planalto Central Brasileiro,
onde surgiu as primeiras manifestações de vida no Planeta terra. Segundo a
própria Geologia, ciência que estuda os solos, o Planalto Central Brasileiro é
terra muito antiga, emergida do pélago universal há muito tempo. Sabemos
pelas entidades do Astral Superior que o Planalto Central Brasileiro foi a
primeira porção de Terra a surgir do imenso oceano que era o Planeta após o
que a ciência chama de o “Grande Dilúvio”, fato ocorrido há cerca de 3
bilhões de anos. (NETO, 1997:35)
6
Iara Rodrigues, é a responsável espiritual (chamada de Cacique, na religião), pelo Centro Espírita
Nossa Senhora Aparecida (CEUNSA).
22
7
Como “Umbanda de Todos Nós” (Mestre W.W. da Matta e Silva), “Umbanda – A Proto-síntese
cósmica” ( F.Rivas Neto), “Umbanda - ao alcance dos jovens” (Domingos Rivas Neto), “Teologia
Umbandista” (Mestre Obashanan), entre tantos outros fidedignos aos princípios de AUMBHANDAN.
8
Pais Velhos são espíritos evoluidíssimos, que assumem essa roupagem astral, que para os
Umbandistas, significa a forma que o espírito irá se apresentar neste plano, caracterizando assim,
pelo processo de incorporação algumas características peculiares de cada roupagem no médium. As
roupagens espirituais, são os caboclos, pais velhos, crianças, entre outras formas de manifestação.
Os pais velhos adotam essa roupagem como forma de manifestação da humildade, sendo os
propagadores da caridade, do amor e da luz.
9
Em hipótese alguma, generalizamos tal informação, tendo ciência da existência de casas de
Batuque ministradas por espíritos de grande Luz, sendo esta afirmativa, apenas uma síntese dos
autores acima citados.
23
aproximar e aconchegar aquelas pessoas que procuram por eles, como explica Iara
Rodrigues.
Sabe-se que a Umbanda, apesar de ter raízes milenares, ainda é um
movimento recente. E como vimos anteriormente, a necessidade de amenizar as
energias de alguns cultos fizeram com que Guias Umbandistas se manifestassem
em diferentes locais, formando muitas vezes a conhecida Umbanda Cruzada 10, mas
almejando transmutar tudo para as lições de AUMBHANDAN.
No Livro de Rivas Neto (1997:47), encontramos também uma diferenciação
dentro da Umbanda, onde ele caracteriza a Umbanda Popular e a Umbanda
Esotérica. Sendo a Umbanda Popular “aquela que adquiriu suas tradições e seus
conceitos através da passagem oral e, principalmente, por estar sempre ligada a
forma e não a essência deturpou conceitos tentando adaptá-los a massa”, e nessa
adaptação é que encontramos a fusão com outras religiões. A Umbanda Esotérica
“está mais próxima da realidade, porque guardou em seus templos os reais e
verdadeiros ensinamentos, soube velá-los e protegê-los de usurpadores”, e são
templos considerados de Linha Branca. Mas não quer dizer que a Esotérica é
melhor que a Popular, apenas duas formas de culto, cada uma com uma função
dentro do movimento Umbandista .
A Umbanda Popular ou Cruzada, como diz Rivas Neto (1997), é
predominante, quanto ao número de terreiras, encontradas no Brasil hoje. Tal dado
se dá, não por superioridade ou inferioridade quanto a Umbanda Esotérica, mas
devido à junção cultural que foi sendo realizada com o passar dos anos. Apesar de,
na literatura, encontramos que a Umbanda não manuseia sangue e nem dinheiro,
como forma de pagamento aos trabalhos, encontramos muitas terreiras que utilizam-
se de tais práticas, caracterizando então, a Umbanda Cruzada. Genezi Araújo 11
(Mestre Espiritual Mãe Iara), explica que os trabalhos realizados na Umbanda
Cruzada, sob a energia Umbandista, não utiliza-se da energia do sangue, nem do
sacrifício (rituais específicos dos cultos Africanos/ Batuque/ Candomblé), mas que
podem acontecer num momento específico do Batuque. Quanto a dinheiro, Genezi
diz ser necessário o aché12 de cada trabalho, podendo variar de centavos a milhões.
10
Popularmente assim é chamada, porque em uma mesma Terreira encontram-se cultos (sessões -
giras) com guias da Umbanda e guias do Batuque. Sendo que em algumas casas tais manifestações
ocorrem em dias e horas diferenciadas, não acontecendo simultaneamente.
11
Líder espiritual do Centro de Umbanda Reino da Mãe Iara.
12
Aché, é a forma de pagamento, ou troca com a Natureza. Diz-se que tudo que se tira dela, devolve-
se a ela. E o Aché, seria tal devolução.
24
13
Umbanda e catolicismo são diversos, apesar do sincretismo, que teve raízes históricas.
Umbanda e espiritismo são diversos, embora ensinem as mesmas Grandes Leis milenares
da Evolução, do Carma e da Reencarnação.
Umbanda e Candomblé são diversos, embora ambos realizem o intercâmbio com Planos
Invisíveis.
26
[Do lat. cultura.] O conjunto de características humanas que não são inatas,
e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e
cooperação entre indivíduos em sociedade. Nas ciências humanas, opõe-se
por vezes à idéia de natureza, ou de constituição biológica, e está
associada a uma capacidade de simbolização considerada própria da vida
coletiva e que é a base das interações sociais. A parte ou o aspecto da vida
coletiva, relacionados à produção e transmissão de conhecimentos, à
criação intelectual e artística, etc. Cultura de massa: Cultura imposta pela
indústria cultural; Induzir, instigar, incitar.
(http://www.geocities.com/RainForest/Canopy/9555/glossario_ambiental.htm
acesso em: 21/10/2006).
14
Cultura de nação, nomeamos como aquela que caracteriza todo um país, como por exemplo, no
Brasil temos a cultura do futebol e do carnaval. Isto não é restrito a um ou outro estado, é um
referencial de toda população brasileira, mesmo sendo mais investido em determinados estados.
15
Realidade cultural, varia muitas vezes de um bairro para o outro. Tendo diversos fatores como
precursores dessa diferença, os fatores sócioeconômicos, fatores intelectuais, entre outros. Dentro de
uma cidade existem diferentes bairros, cada um com sua peculiaridade cultural.
27
Helman também inicia seu livro, fazendo este pequeno apanhado sobre o que
é cultura, e após citar alguns conceitos, o autor conclui que:
16
Artigo da Revista de Psiquiatrica Brasileira: “A psiquiatria Transcultural no Brasil: Rubim Pinho e as
“psicoses da cultura-nacional”. Volume 25, nº 1. 2003
29
médico, aplicado pela medicina formal, dos casos que são sensíveis aos
tratamentos informais, como por exemplo, espirituais.
17
Helman sita as vovós, como detentoras de um saber. Tendo o conhecimento de gerações, os chás,
os remédios naturais...
18
Homem: descrito aqui, não com discriminação de gênero, mas em situação abrangente de ser
humano.
30
19
Uno: único; singular; indivisivo ( MINI DICIONÁRIO LUFT).
20
FUKUI, Lia. Terapia Comunitária: UMA FORMA DE ATUAÇÃO NO ESPAÇO PÚBLICO. Disponível
em: <www.usp.br/nemge/textos_tecendo_estudando/terapiacomun_espaçopublico_fukui.pdf>.
2004. Acesso em: 25/04/2006
31
Para Marcondes:
Nas relações entre saúde e doença, num paradigma popular, onde a religião
e a fé são elementos importantes para a busca de saúde, a subjetividade com as
praticas ritualísticas, que não causam risco de vida, até aqui nos parecem que
devem ser compreendidas e respeitadas.
21
MARCONDES, Mª Célia de Campos. O que é Cultural? O que é Cultura?; Disponível em:
http://www.conexaodanca.art.br/imagens/textos/artigos/cultural.htm; Acesso em: 29/10/2006
32
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.3 Instrumentos
22
DIAS, Claudia. Pesquisa Qualitativa –características gerais e referências. Disponível em
<http://www.geocities.com/claudiaad/qualitativa.pdf>, publicada em Maio de 2000. Acesso
em:14/05/2006
34
utilizou-se muito do saber popular dos líderes religiosos das terreiras pesquisadas,
visto a grande diversidade de literatura.
A pesquisa bibliográfica, tornou-se ponto excepcional da pesquisa, tanto
quanto as entrevistas, visto que este formou um pequeno véu de conhecimento, que
se fez necessário para as interpretações verbais e gestuais dos depoimentos.
5.4 Amostragem
23
O Conselho Nacional de Saúde, no uso da competência que lhe é outorgada pelo Decreto n° 93933
de 14 de janeiro de 1987.
35
Me tira daqui, eu preciso sair daqui, tô sendo judiada, meu corpo não
agüenta mais!! Me tira daqui hoje, porque se eu não sair daqui hoje, eu
posso me jogar pela janela .
Mais tarde, Paola solicitou a sua mãe que falasse com a junta médica, sobre
sua alta. A junta médica após avaliar o caso, não permitiu a alta, mas presenciando
a relutância de Paola em aderir ao tratamento, sugeriu que a mãe da mesma
voltasse no final da tarde. Neste período, em que a mãe retorna, há uma segunda
relação mística da família com o mesmo símbolo religioso. Sua mãe ao passar em
frente ao um templo próximo de sua casa, avistou no topo uma imagem da Nossa
24
Ludwig Feuerbach apud ALVES, 1999:13
25
Serão apresentados de forma literal apenas os entrevistados que autorizaram tal fato. Os demais
sem autorização serão apenas mencionados perante minha reflexão, sem o detalhamento do mesmo.
37
mais uma das suas experiências místicas. Refere ter desmaiado, apresentado perda
total dos sinais vitais, vivendo uma experiência de quase morte, pois recuperou os
sentidos minutos depois. Como diz Martha: “Porque quando eu tava lá no aeroporto
eu “morri”, pois fiquei sem pulsação, sem nada. Eu morri e “eles”, os guias foram lá e
me trouxeram de volta.”
Diante de toda aquela situação o socorrista local, disse não autorizar o
embarque da entrevistada, pois com a mudança de pressão, ela poderia não resistir.
Como diz Martha, sua sobrinha, crente nas questões espirituais e sabedora de que
toda aquela situação era causada por obsessores, que não estariam permitindo sua
ida à Porto Alegre e que “eles” sabiam que ela seria tratada pela luz e essas
desordens psíquicas e orgânicas, causadas por eles, não aconteceriam mais, tomou
uma atitude: ligou para a líder espiritual do Templo, perguntando o que sua Mentora
espiritual, Jurema das Matas, dizia sobre o embarque. Tendo o aval dos guias para
embarcar, sua sobrinha, assinou um termo responsabilizando-se pela saúde de
Martha durante o vôo. E, apesar de todos os indícios da medicina tradicional, Martha
suportou todas as trocas de pressão da viagem, chegando assim em Porto Alegre,
dizendo ela, ter sido graças aos guias espirituais da Umbanda. Ela relata-nos:
Martha afirma ter sido salva pelos guias da Umbanda, pois de acordo com a
medicina tradicional ela morreria. Durante o depoimento, Martha diz saber que toda
sua problemática era causada pelo mundo espiritual, como podemos analisar neste
trecho:
Era espiritual que afetou a matéria. O Pai Agostinho falou que tudo o que eu
tinha era espiritual, pois eu larguei os meus guias, porque antes eu
trabalhava e deixei. Porque lá eu não tinha lugar pra ir e eu deixei. Dando
espaço para os obsessores.
Martha acredita que todo seu sofrimento era de fundo espiritual, tendo sido
solucionado apenas pela atenção da Umbanda, já que a medicina tradicional, nada
pode fazer a não ser anunciar sua morte próxima. Ela ressalta em diversos
momentos a força da irradiação dos guias, afinal um problema de saúde daquela
dimensão, foi tratado apenas com chás, passes, demandas e flores aonde uma
40
Eu tive uma visão sabe, não sei te explicar direito, mas eu vi uma coisa que
parecia uma caixa de ovos com um monte de trouxinhas de pano escuro e
uma cabeça, tudo enterrado, a coisa mais horrível. Mandei avisar a Mãe
logo disso, para que ela pudesse me explicar e depois eu soube que teria
de desmanchar porque era trabalho ruim feito pra mim.
Ana sofria de muitas dores, mas apegando-se na sua fé, dizia nada reclamar,
pois sabia que a Mãe Iara estava provendo por ela. Aquela força que ela nutria de
41
sua fé na Mãe Iara, no Dr. Bezerra de Menezes 26e no Tupiara como ela citou, foram
os “anestésicos” da dor da matéria, e também o alimento da alma. Os médicos,
segundo relato, não sabiam mais o que fazer, devido à gravidade do caso. Com a
proximidade do Natal o médico avisou a sua família para que não saíssem da
cidade, pois ela não resistiria muito tempo. No dia 24/12/2003 sua sobrinha foi visitá-
la, e nesse período Ana sofreu um enfarte, que segundo os médicos teria sido
fulminante, pela intensidade e pela debilidade que ela se encontrava. Contrariando
as previsões e probabilidades da medicina tradicional, Ana sobreviveu, dizendo:
Durante aqueles meses no hospital eu tive que colocar uma prótese, entre o
fígado e a vesícula, não sei se foi antes disso ou depois só sei que eu
peguei Diverticulite, e com isso me invalidei, caminhava com muita
dificuldade, desmaiava, vomitava. Ao voltar no médico ele disse que eu teria
que operar de novo, porque a prótese que eu coloquei estava entupida e
por isso das dores.
26
Dr Bezerra de Menezes, mentor espiritual, conhecido por suas curas.
42
Quando Ana voltou ao médico, solicitou que fosse feito uma nova radiografia,
o médico por sua vez, alegou ser desnecessário, pois teria feito uma há poucos dias.
Ana insistiu, e para surpresa do médico, e certeza de Ana, quando o novo exame foi
avaliado, nada mais precisava ser feito, o pus desaparecera, e a prótese estava
desentupida.
Ele não entendeu nada, mas como era o mesmo que eu disse que
acreditava em espiritismo, ele apenas sorriu e perguntou onde eu tinha
trabalhado, eu disse que tinha feito com o Tupiara e com uma terreira de
Umbanda. E depois disso, fui cada fez ficando mais forte, voltei a caminhar
melhor, meus cabelos voltaram, engordei
A partir dessa situação, a entrevistada foi levada por sua filha, ao Centro
Espírita de Umbanda Nossa Senhora Aparecida, no qual a jovem já era
freqüentadora. Para que seu marido não descobrisse essa ida ao templo, Helena
teve de optar pelo período da tarde, momento no qual não tinha atendimento normal
ao público. Mas cientes da gravidade, Helena e a filha ficaram esperando a Cacique
do Templo para solicitar uma consulta fora de hora. Nessa espera, com o tempo
passando e a cacique demorando, uma outra médium apareceu, e foi a ela que a
filha de Helena solicitou se o “Pai Velho” que ela recebia, poderia atender sua mãe.
Para Helena, mesmo o medo e uma situação de apreensão, quanto a horário,
quanto a sua doença, notificou no relato, situações místicas, que ela define como
sendo de intervenção direta do astral. E assim diz ela:
O que de pronto foi atendido. Bendito atraso da cacique, pois foi aí que
conheci o Pai José.
Aqui tenho que fazer outros dois comentários que acho que devem ser
valorizados:
1-a médium que recém chegou havia perdido a mãe há 7 dias atrás e eu
pensei: puxa quanta abnegação pelo próximo; quanto compromisso com o
Templo. O seu sofrimento pessoal não impediu que mantivesse sua rotina
de desprendimento, de caridade.
2- A cacique, com quem era para eu consultar, veio a falecer dois ou três
meses após este dia. E eu ficava pensando que se tivesse iniciado o
tratamento com ela, teria pirado mais ainda. Pois estava totalmente
vulnerável com minha doença.
Mais uma vez tenho a confirmação que as coisas não acontecem por acaso,
que sempre temos a força do astral trabalhando a nosso favor. Pena que
nem sempre a gente se lembra disso e confia simplesmente.
Procurei outra médica, que me foi indicada, e ela fez a retirada apenas dos
miomas. Ainda no final da cirurgia ela comentou: “os miomas e um ........
(não lembrou o nome) pareciam estar se atirando nas minhas mãos para
serem tirados fora
Seguindo essa fala, percebemos que Helena, acredita que Pai José estava
influenciando, tanto na consulta, onde foi indicado a não retirada do útero, quanto na
retirada dos miomas, que surpreendentemente soltaram-se facilmente.
Helena, teve o vírus “negativado”, antes do tempo previsto pela medicina
tradicional e contrariando todas as expectativas e advertências dos órgãos de saúde
pública que aplicam o tratamento, os efeitos colaterais não se manifestaram. Ela
comenta que teve “apenas” dores de cabeça fortes, mas suportáveis.
Quando a participante nos relata tal fato, parece-nos que ela acreditou na
“profecia” realizada pelo Pai José, acreditando piamente, ser ele o maior
responsável, pela sua negativação antecipada, e pela atenuação dos efeitos
colaterais. Helena diz que durante todo tratamento, Pai José utilizou apenas rosas,
como forma de simbolizar sua presença durante as aplicações da medicação,
instigando e conversando com ela, durante as consultas espirituais, que buscasse a
confiança e a fé dentro de seu coração, despertando a certeza de que ela seria
vencedora. Como percebemos nessa fala dela:
Durante todo esse período, por orientação do Pai José, mantinha uma rosa
na cabeceira da minha cama e sempre que eu sentia um mal estar, rezava e
pedia proteção. Tenho certeza que se eu não tivesse a proteção e as
palavras seguras e confiantes do Preto Velho eu não teria sido tão valente.
45
Helena nos relata um segundo fato, com o mesmo guia espiritual, que
reafirma para ela a veracidade e o poder deste Pai Velho. Helena realizou, a pedido
do médico, uma ecografia, que apontou uma mancha no fígado, necessitando ser
melhor investigada via ressonância magnética e outros exames, quando foi
detectada uma mancha que poderia ser um tumor e que as vias-biliares intra-fígado
estavam entupidas. Munida dessas informaçõesa paciente buscou novamente
orientação do Pai José, que afirmava, não ser tumor, por mais que os médicos
dissessem que sim, e que ele “mostraria” para os médicos que não era tumor.
Mais uma vez, seguindo a fala da entrevistada, a profecia feita pelo Pai José
se realizou, e mesmo sofrendo todos os procedimentos, e escutando dos médicos
que a presença do câncer era quase certa, Helena manteve-se agarrada na certeza
e nas palavras ditas pelo guia. Fazendo daquele discurso místico, a força de sua fé,
acreditando na sua cura.
A confiança plena nos guias é uma característica quase que geral de todos os
entrevistados, principalmente porque relatam situações, que para eles, tiveram
intervenção direta do astral, auxiliando assim na cura/melhora de suas moléstias.
Suzana, também relatou seu caso de busca de ajuda espiritual para a saúde
no CEUNSA. No entanto a sua chegada no templo difere-se das entrevistas até
46
Eu não tinha força pra pegar um balde, nem pra tirar do tanque e colocar no
chão, era meu pai de 78 anos que me ajudava. Eu ia no médico, tomava
injeção, a dor passava, aí eu ficava bem, fazia minhas coisas, mas voltava
tudo de novo, todas aquelas dores horríveis eu não podia fazer nada, nem
varrer, não fazia nada. Então engordei, vivia desanimada, vivia só na cama,
as coisas da casa meu pai que ajudava.
sendo atenuadas, e sua funcionalidade sendo recuperada. Segundo relato, toda sua
problemática era de fundo emocional, por isso as conversas reflexivas junto com o
Preto Antonio, foram tão importantes quanto a ação dos chás no organismo e das
massagens na musculatura. Pois tudo era desencadeado das emoções.
A importância da melhora de Suzana, não dá-se apenas pela ausência de dor,
mas também pelas questões emocionais e sociais que eram afetadas devido ao alto
grau de dor e de improdutividade, afetando diretamente sua auto-estima, seu papel
social dentro de casa, enquanto mãe-cuidadora, mulher-prestativa, dona de casa
produtiva, como percebemos no decorrer de sua entrevista..
E me indicaram essa casa. Porque diziam que ali eles ajudavam de todas
as formas, principalmente na saúde, e que não cobravam, já que naquela
época dinheiro era um problema para mim, pois eu gastei tudo, buscando
ajuda para meu filho. Eu nunca havia ido nessas casas de religião, pra falar
a verdade tinha até um certo preconceito. Mas acho que o desespero de pai
me fez apelar para tudo que pudesse ajudar meu filho.
A família já não tinha mais sossego, sempre esperando uma nova crise,
porque não sabíamos o que ele podia fazer .... podia sair correndo e
atravessar a rua e ser atropelado. E coisas do gênero
Márcio não entendia como seu filho podia ser rotulado de “louco” se o
considerava um menino normal, que ia bem na escola, tinha amigos, mas que de
uma hora para outra começou a agir de tal forma.
As medicações psiquiátricas eram constantemente alteradas, por não
apresentarem eficácia, ora dando efeitos colaterais muito intensos, ora não agindo
no organismo, em suma, apenas dopavam o menino, visão que segundo Márcio era
tão deprimente quanto ver seu filho em surto.
Márcio, relata que teria sido crucial para que sua busca por ajuda, atingissem
todas as dimensões, indiferente de crédulo ou não.
49
E foi mágico. Em uma semana tomando os chás, meu filho teve apenas
crises leves. E no final das três semanas de demanda e de chás meu filho
não tava tendo mais nenhuma crise. Tanto é que a psiquiatra tirou uma
medicação.
Não freqüento sempre, mesmo vendo tudo o que aconteceu, e serei sempre
grato, tenho um certo receio. Mas já voltei lá depois disso. Quando vejo que
ele começa a se agitar mais do que o normal.
Minha mãe disse, “mas essa menina já tem essas coisas, e ainda você vai
levar nessas coisas, nestes misticismos, nestes batuques, ela não
acreditava, porque o cristianismo era o que imperava mais, tudo aquilo, que
a Santa passava de casa em casa ...
Ao voltar para casa e relatar o acontecido a sua mãe, esta por sua vez,
proibiu o retorno de Gilmara na terreira. Passados dois meses, as crises voltaram a
aparecer, que hoje em dia , Gilmara compreende ser manifestações espirituais.
Hoje eu sei que essas crises eram manifestações dos protetores espirituais
que queriam trabalhar.
manifestava como disse Gilmara, mas passando um mês ou dois, porque sua mãe
não permitia sua ida, as crises tornavam a aparecer e com freqüência. Como
Gilmara acreditava que essas crises eram manifestações espirituais, disse-nos que
quanto mais ela freqüentava o templo, mais elas se manifestavam, porém apenas na
terreira e não em casa, ou na rua como acontecia. Perante isso, sua mãe permitiu a
sua ida na terreira, para evitar que ocorressem novas crises, porém mantinha-se não
freqüentando e não gostando daquela prática religiosa.
Gilmara, de forma bem clara, conclui que foi taxada de louca por ter
mediunidade. E que sua melhora não se deu pela adoção do tratamento de eletro
choques, mas sim, com a constância e o desenvolvimento espiritual em uma terreira
de Umbanda.
No relato, encontramos diversos momentos onde a entrevistada pontua
momentos de preconceito, de fuga, pois naquela época, segundo ela, essas práticas
eram proibidas, pois não havia nenhum órgão que as protegesse.
Durante o relato, ela nos conta outros momentos difíceis durante sua
caminhada espiritual. Ao casar-se com um marido que era extremamente católico,
passou a sofrer agressões verbais dele. Pois seu marido não compreendia que
religião era aquela que fazia ela chegar tarde da noite, com cheiro de charuto e
bebida, estes nos quais eram utilizados pelos Pretos Velhos que ela recebia. Em
diversos momentos, segundo ela, teve de dormir na rua, porque ele não permitiria
sua entrada na casa com aquele cheiro, chamando sua prática religiosa de “putaria”.
Passado o tempo ele disse que ria junto ver “que putaria” era aquela que ela ia e a
partir daquela primeira ida, Gilmara diz que ele ficou mais devoto que ela. Pois vira
que era uma prática de caridade sem maldade nenhuma, como antes ele
verbalizava.
Neste relato, inúmeras situações importantes são apontadas pela
entrevistada, o diagnóstico de louca, o possível tratamento com eletro choques, o
preconceito da mãe, do marido e da sociedade. No entanto, mesmo com todos
52
esses impecilhos, Gilmara lutou, pois acreditava ser aquela sua missão, e com o
desenvolver de sua mediunidade aqueles ataques epiléticos, ou ditos surtos
psiquiátricos não mais se manifestaram, pois seriam apenas um processo
mediúnico, e não uma situação psiquiátrica.
Assim como Gilmara, temos o relato de Camila, que por motivos pessoais não
autorizou a publicação de seu depoimento, permitindo apenas que eu transcrevesse
que fora considera louca, e tratada como tal pela medicina tradicional. Mas que no
entanto, após atendimento espiritual, todos os sintomas antes considerados
psicóticos desapareceram. Segundo ela, todas suas perturbações eram decorrentes
de um espírito obsessor, que manifestava-se pelo processo de incorporação,
fazendo com que ela se transformasse, agindo de forma atípica.
A ação da terreira em problemas ditos psiquiátricos, também foi apontada no
relato de Anita, uma mãe que buscou na terreira da Mãe Iara, ajuda para “curar a
cabeça de seu filho”.
Eu não gostava daqueles remédios, deixavam ele sem vida, todo duro, sem
rir, e nem chorava, uma múmia. Então eu só dava quando achava que
deveria dar, mas claro que não contava para a médica. Mas quando eu
comecei a trabalhar com os guias da Umbanda, eles me repreenderam,
dizendo que eu estava errada em não dar seqüência com a medicação. E
assim eles me mandaram dar corretamente, porque com a constância dos
trabalhos realizados ele iria melhorar e a psiquiatra tiraria aquela
medicação. E dito e feito. E lá cancelou depois de um tempo. Eles são
porreta né?
Passei um bocado de coisa aqui em Porto Alegre. Não tinha onde morar,
não tinha o que comer, ia pra lá, ia pra cá. Era católica, apostólica, fazia
tudo,..., tudo o que a Igreja mandava eu fazer, eu preenchia aqueles
livrinhos sabe, no final do mês entregava tudo. E rezava e rezava... Um dia
perguntei para um padre se podia carregar a fita do apostolado da oração e
ele disso que primeiro eu tinha que casar, pois estava grávida. Ele disse
casa primeiro enquanto isso tu não podes carregar nada da Igreja. Aquilo
me deu uma revolta muito grande, eu pensava será que Deus vai virar as
costas para uma pessoa que está passando tanta dificuldade que nem eu?
Saí de lá muito revoltada.
Quando entrei na porta era a coisa mais linda, era um silêncio, uma calma,
uma paz de Deus. Eu olhei e disse é aqui que eu vou ficar.
54
uma maior diversidade de informações que não poderiam ser generalizadas e nem
excluídas desta escrita.
Na pergunta dois, é questionado se os entrevistados procuraram atendimento
médico,. antes durante ou depois do tratamento espiritual. Unanimemente, todos
procuraram em um primeiro momento a ajuda da medicina tradicional.
No entanto, Paola, Suzana, Martha, Camila e Gilmara, após o início da
intervenção espiritual, não permaneceram com o tratamento alopático da medicina
tradicional. Pois alegaram a eficácia da intervenção espiritual, que em quase todos
esses casos citados, foram resolvidos com a intervenção da fitoterapia (tratamento
por ervas e chás) indicado pelos guias espirituais, meditações, trabalhos específicos
e passes. Foi questionado, para essas entrevistadas, se hoje, quando surge uma
dor, ou algum problema “físico” a quem elas recorreriam primeiro? Todas novamente
disseram que primeiramente vão ao templo, e se lá, os guias mandarem procurar um
médico, como assim fazem se necessário, só então elas recorreriam à medicina
tradicional, mas sempre com a atenção espiritual paralela.
Na questão Suzana, respondeu de forma bem direta :
Só antes. Depois não. Eles (guias) diziam que eu podia continuar. Mas eu
que não quis mais. Porque eu tinha tomado tanto remédio, e nunca me senti
tão bem, como eu me sentia ali, me tratando com o Preto Antônio. Mas claro
que se precisasse ir no médico, se eles me mandassem eu iria...mas
mesmo assim perguntaria se era mesmo muito necessário, eu sempre dizia
“é preciso?” se eles dissessem sim! Eu ia, mas se ficasse a minha escolha,
eu preferia ficar me tratando apenas no templo. Eu não queria ir ao médico,
queria me tratar só com eles. E eu escolhi. Fiquei só com eles e fiquei
curada. [...] Me tratavam só com Chás, meditação, massagem, demandas,
passe, e muita conversa.... Foi maravilhoso.
Não sei em que dimensão, só sei que depois meu filho recebeu essa ajuda
espiritual ele está mudado, mais calmo. Então acho que foi fundamental a
ajuda deles. Mesmo sem entender muito que eles fizeram e nem como
fizeram.
Melhora, porque ele ainda tem crises, mesmo que mais amenas. Mas talvez
eu encontre a cura um dia. Essa minha amiga que me indicou a casa, me
disse que quando eu encarar sem medo a terreira, muitas coisas podem
mudar, e quem sabe mais ganhos na saúde do meu filho. Mas isso é muito
confuso para mim.
Nem melhora e nem cura, até porque eu não era doente, e sim uma
médium sem instrução, mas se você quer saber de acordo coma psiquiatria,
encontrei a cura, porque o que era dito surto, passou a ser chamado de
incorporação, com o meu controle sobre tal situação.
Paola: A Umbanda rege minha conduta, afinal pra ser médium já temos
automaticamente uma outra estrutura, uma outra preparação. O que eu
aprendo, estudo, e deparo aqui na casa, eu levo pro meu dia a dia. A
terreira hoje em dia é parte formadora de mim. Aqui você aprende a ter uma
nova noção de vida...para evoluirmos!
Gilmara: Hoje sou a responsável por uma terreira, filha. E minha vida é toda
em função dessa casa. Meus horários, meus compromissos tudo...mas faço
tudo com amor. Pois a recompensa é muito maior que o trabalho.
vezes por semana, pra trabalhar. E quando não me sinto bem, é pra lá que
vou meditar, até porque quando se chega lá, sempre tem alguém que vem
ver como você está, é uma família sabe?!
Marcio: Serei eternamente grato a eles. Não freqüento sempre, mas tenho
a casa como um referencial de ajuda. Tipo um “pronto-socorro” (risos).
No entanto Suzana, acredita que sua cura deve-se estritamente ao poder dos
guias, que as pessoas até podem não acreditar muito, mas isso apenas tardará a
resolução do problema, mas não invalidaria a atuação dos mestres espirituais.
Partindo dessa questão de simbologia, Rubem Alves descreve-nos que:
E é partindo desta última frase descrita por Rubens Alves que finalizo esta
análise, pontuando a diferença de simbolismos apresentada entre as duas terreiras.
E como vimos no capítulo 2, a Umbanda divide-se em dois ramos, o popular e o
esotérico, assim podemos compreender a diferença de simbologias utilizadas nos
trabalhos.
59
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Esta ação, que se dá nas terreiras, como forma acolhedora de atenção, vista
nos relatos desta pesquisa, afirma a relação feita com a Terapia Comunitária, no
capítulo Fé e saúde, sendo assim mais uma via de atenção ao sujeito, respeitando
sua subjetividade, ajudando-o a ser parte integrante e fundamental da sua melhora.
A partir de tais apontamentos, abre-se espaço a novas reflexões para os
profissionais da saúde, sobre essa relação entre cultura, saúde e doença, mas
principalmente quanto a aceitação e compreensão da variabilidade cultural,
respeitando assim suas formas de manifestações, transcendendo o olhar da saúde.
27
PIETRUKOWICZ, Márcia Cristina L.C.; Apoio Social e religião: uma Forma de enfrentamento dos problemas
de saúde; Dissertação de mestrado em saúde Pública; Departamento de Endemias Samuel Pessoa; Fundação
Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Rio de janeiro; 2001: 99
63
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Vera Lucia M. de. Deficiente Mental: Porque fui um? Editora
Petit. São Paulo. 1998.
LUFT, Celso Pedro. Mini Dicionário Luft. 8 edição. Editora Ática e Scipione;
São Paulo, 8ª ed.
NETO, Domingo Rivas. Umbanda ao alcance dos jovens. Editora Ícone. São
Paulo. 1997
9. ANEXOs
ANEXO A: Instrumento de Pesquisa
68
INSTRUMENTO DE PESQUISA
Título da Pesquisa:
Garantias asseguradas:
Não deverá haver nenhum tipo de desconforto ou constrangimento durante
o desenvolvimento da pesquisa. Caso venha a ocorrer, ficará assegurada a
liberdade do participante para abandonar a pesquisa em qualquer etapa de seu
desenvolvimento sem que esta decisão acarrete qualquer tipo de penalização ou
constrangimento ao entrevistado.
71
Declaração:
Título da Pesquisa:
Garantias asseguradas:
Declaração:
de que todos os dados desta pesquisa serão sigilosos e poderei retirar meu
consentimento de participação caso eu desejar.
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pela
acadêmica Paula Monteiro Maritan. Telefone: 33480027/91514687 ou pela
orientadora responsável Patrícia Dornelles, telefone: 99581002
Autorização:
A partir das informações recebidas, autorizo a aplicação deste projeto nas
dependências da terreira, no qual sou responsável, comprometendo-me com a
colaboração para a pesquisa, na parte que a mim foi destinada pela acadêmica
pesquisadora.
__________________________ _______________________
Entrevistado Acadêmica Pesquisadora
__________________________ ________________________
Coordenador do Curso Orientadora