8 - A Queda Do Socialismo Real

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Declínio e queda do socialismo nos países europeus

URSS
Era Nikita Kruchev (1953-1964)
Condenou a ditadura stalinista: XX Congresso do Partido Comunista 1956.
Defendeu a necessidade de uma coexistência pacífica entre países socialistas
capitalistas.
Desentendimentos com a China que era fiel às ideias e métodos de Stalin.
Estagnação econômica
Na década de 1970, as economias do bloco soviético apresentavam taxas
declinantes de crescimento e tendiam cada vez mais à estagnação. As causas
da estagnação:
• Estrutura altamente centralizada das empresas estatais comprometia a
inovação tecnológica;
• O Estado era o responsável por fixar a quantidade e qualidade dos
produtos a serem fabricados, dos preços e salários. Era comum a
escassez de produtos de consumo.
• Importação de alimentos e bens de consumo mas não conseguia exportar
os produtos produzidos no bloco soviético.
A distensão EUA x URSS
Acordos bilaterais para reduzir o arsenal nuclear e o perigo da guerra atômica.
Os tratados assinados a partir de 1972, limitando o poder bélico receberam o
nome de SALT (Strategic Arms Limitation Talks – Conversações sobre Limitação
de Armas Estratégicas): limitou o sistema de mísseis antibalísticos.
Em 1979, Jimmy Carter (EUA) e Leonid Brejnev assinaram em Viena, na Áustria,
o SALT – 2: redução de mísseis e bombardeiros estratégicos.
Em 1991, o Comecom e o Pacto de Varsóvia foram dissolvidos.

As reformas de Mikhail Gorbachev


Assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista em 1985 decidido a
fazer reformas para corrigir as distorções econômicas e eliminar a corrupção.
Perestroika: “reestruturação” – economia – maior autonomia para as empresas
estatais e estímulo à abertura de pequenos negócios.
Glasnost: “transparência” – política – restabelecia algumas liberdades políticas
e direitos individuais.
Redução da censura à imprensa e aos meios de comunicação, dissidentes foram
soltos e estações de rádio estrangeiras passaram a ser permitidas. Em 1989,
primeiras eleições livres com candidatos independentes do Partido Comunista.
Esforço para pôr fim à corrida armamentista: encontros com o presidente norte-
americano Ronald Reagan reduziram o arsenal bélico das duas superpotências.
Gorbachev ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1990.
Entre 1989-1990 propôs um novo Tratado da União: cada república teria o
direito de optar por meio de plebiscito a sua permanência na União Soviética.
O fim da URSS
Os conservadores do Partido Comunista responsabilizaram Gorbachev pela
desestruturação da economia, esfacelamento do território e perda de influência
nos países da Europa Oriental. Tentaram um golpe mais não tiveram sucesso.
Consequências: o Partido Comunista foi proibido de funcionar em toda URSS,
os órgãos dirigentes e sindicatos ligados a ele foram dissolvidos e Gorbachev
renunciou ao cargo de secretário-geral do Comitê Central.
O então presidente, Boris Yeltsin reuniu-se com os presidentes da Bielorrússia
e Ucrânia e juntos criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
Em seguida, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão,
Turcomenistão (República da Ásia Central), Armênia e Moldávia se juntaram a
CEI. No final de 1991, a URSS não existia mais.
Polônia
1970: dívida externa com FMI, crise econômica, racionamento e aumento de
preços.
1980: greves e fundação do Solidariedade, primeiro sindicato livre do mundo
socialista, liderado por Lech Walesa.
1981: todos os dirigentes do Solidariedade foram presos.
1988: crise econômica se intensifica e governo libertou os líderes do
Solidariedade.
1989: o sindicato independente Solidariedade se tornou o primeiro sindicato livre
reconhecido pelo Partido Comunista. O país passou a ser o primeiro do Leste
europeu a ter um governo de maioria não comunista, sob o comando de Tadeusz
Manzowiecki.
1990: Lech Walesa foi eleito presidente e colocou a Polônia na economia de
mercado.
Hungria
Desde a invasão soviética em 1956, a Hungria era governada pelo ditador Janos
Kádar. A perestroika alimentou as reformas: Kádar foi afastado em 1988 pela
direção do Partido Comunista. A transição para o capitalismo foi pacífica: em
março de 1989 foram convocadas eleições livres e multipartidárias e o Partido
Comunista passou a se chamar Partido Socialista Húngaro.
Tchecoslováquia
1968: a repressão ao movimento Primavera de Praga, (reformas de caráter
liberalizante formuladas pelo novo Secretário-geral do Partido Comunista
Tcheco, Alexander Dubcek, que pretendia dar uma “face mais humana” para o
socialismo).
1980: Constitui-se o movimento Fórum Cívico que organizava greves,
manifestações de rua e a redemocratização do país. A liderança do movimento
foi de Václav Havel.
1989: o Partido Comunista se afastou do poder e as eleições livres foram
convocadas. Václav foi eleito. O processo que levou a Tchecoslováquia da
ditadura de um único partido à democracia ficou conhecido como Revolução de
Veludo por ter sido rápido e pacífico.
1991: início da privatização da economia e em janeiro de 1993, o país foio
desmembrado em República Tcheca e a Eslováquia.
Romênia
Governo ditatorial de Nicolau Ceausescu.
1980: o ditador resolveu pagar a dívida com o FMI e para tanto, implantou um
forte racionamento que afetou à população. Todos os protestos foram reprimidos
pela polícia secreta romena, a Securitate.
1989: para reprimir a forte manifestação popular, o ditador ordenou que o
Exército avançasse sobre a população. O Exército não cumpriu as ordens esse
alinhou com a Frente de Salvação Nacional, formada por dissidentes do Partido
Comunista. Nicolau Ceausescu e sua mulher foram julgados e condenados a
morte por traição à pátria.
1990: eleições livres.

Bulgária
O ditador Todor Jivkov estava no poder desde 1954 e era fiel às ordens de
Moscou mas opôs-se as reformas de Gorbachev.
1989: o próprio Partido Comunista da Bulgária depôs o ditador e libertou os
presos políticos.
1991: As eleições livres foram realizadas em novembro. Foi uma transição
pacífica.
Iugoslávia
1980: faleceu o governante Tito que conseguia manter a unidade de um país
multiétnico: católicos, cristãos ortodoxos e mulçumanos que falavam o servo-
croata, o albanês, o esloveno e o macedônio.
A crise financeira da década de 1980 contribuiu para romper a unidade nacional.
1991: Eslovênia, Croácia e Macedônia se separaram da Iugoslávia.
1992: Croatas e mulçumanos da Bósnia-Herzegovina declaram independência
da Iugoslávia, governada por Slobodan Milosevic. Os sérvios que habitavam a
Bósnia não aceitaram a separação e deram início a uma guerra civil apoiados
pelo governo da Sérvia.
1995: fim da guerra – Federação Bósnio-Croata e Federação Sérvia.
1997: perseguição aos albaneses mulçumanos em Kosovo. Fim da guerra em
1999.
Albânia
Foi o último país do Leste europeu a implantar mudanças liberalizantes.
Liderado por Enver Hoxha de 1946 até 1985.
1991: vitória do Partido Socialista e em 1992, o Partido Democrata obteve
maioria no Parlamento.
Alemanha Oriental (RDA)
1989: a abertura da fronteira ocidental da Hungria estimulou movimentos na
República Democrática Alemã: Berlim Oriental, Leipzig e Dresden passaram a
exigir que o país também abrisse suas fronteiras.
O Partido Comunista afastou o líder comunista e pretendia uma abertura lenta e
gradual do regime.
9 Nov 1989: os dirigentes do Partido Comunista abriram as fronteiras,
autorizando o trânsito para o lado ocidental de Berlim, ou seja, a abertura do
Muro de Berlim.
O Partido Comunista da Alemanha Oriental mudou de nome para Partido do
Socialismo Democrático.
Maio de 1990: unificação da Alemanha.

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