O Mundo Comunista 12.º Ano
O Mundo Comunista 12.º Ano
O Mundo Comunista 12.º Ano
Na Europa
A sovietização do Leste da Europa consolidou-se na Polónia, na Roménia, na Bulgária, na
Hungria, na Checoslováquia, na Jugoslávia, na Albânia e na República Democrática Alemã.
Estes países, de democracia popular, passaram a ser satélites da URSS e, por isso, passou a
existir apenas um partido (Partido Comunista), que como representante do proletariado
determina a política do governo e dirige a sociedade.
Nota - A aliança das democracias populares com a URSS foi reforçada, em 1955, com a
formação do Pacto de Varsóvia, que se destinava a garantir a defesa mútua em qualquer
eventual agressão.
O domínio da URSS, nos países da sua área de influência, confrontou-se com algumas cisões ou
fez-se pela força das armas, como forma de eliminar qualquer tentativa de dissidência
(reprimiu movimentos de contestação na Hungria e na Checoslováquia, com tanques militares
russos). Para além disto, na Alemanha Oriental, a fuga, continuada, de alemães para a RFA
levou à construção do Muro de Berlim, um dos mais importantes símbolos da Guerra Fria e do
mundo bipolar.
Na Ásia
É sob a inspiração marxista que, em 1945, decorrem no continente asiático, dois processos
políticos de importantes repercussões: a formação da República Popular da China e a
independência da Indochina.
Foi o apoio da URSS que contribuiu para o arranque da revolução que culminou na
proclamação da República Popular da China, que seguiu fielmente o modelo político estalinista
(em conformidade com o tratado de “amizade, aliança e assistência mútua”). Com efeito,
ameaçados nos seus interesses geostratégicos, japoneses e americanos intervém
imediatamente em apoio do Governo anticomunista da Coreia do Sul, a coberto de um
contingente militar da ONU, que inicia os bombardeamentos sobre as tropas norte-coreanas
apoiadas por um exército sino-soviético.
Para além disto, a URSS está também presente na formação e fortalecimento dos partidos
comunistas que irão encabeçar os complicados processos de libertação dos países da
Indochina, quando as potências europeias, depois de perderem a sua hegemonia para o Japão
recusam a autoproclamada independência das suas colonias.
Na América e na África
O ponto fulcral da expansão comunista na América foi Cuba, onde um grupo de
revolucionários, sob o comando de Fidel Castro, Raul Castro e de Che Guevara, conseguiu a
deposição do ditador Fulgêncio Batista e instaurar um governo revolucionário de tendências
socialista.
Ainda que os revolucionários não assumissem logo um claro relacionamento com Moscovo e
não pretendessem hostilizar os EUA, as relações agravaram-se à medida que cuba se
aproximou económica e militarmente da URSS e deu início à nacionalização das principais
empresas americanas sediadas na ilha.
Esta “guerra de nervos” entre as duas superpotências acabou por ser resolvida através de
iniciativas diplomáticas, onde Krushchev aceitou retirar os mísseis de cuba e os Estados Unidos
se comprometeram a não tentar derrubar, novamente, o regime cubano.
Nota: A presença soviética em África deve-se ao facto dos revolucionários cubanos, incluindo
Che Guevara, percorrem as savanas africanas em apoio aos movimentos independentista na
conquista do poder.
Deste modo, Estaline, também estimulado pela competição com o bloco capitalista, no quadro
da Guerra Fria, retomou o modelo de economia planificada, que concretiza com a
implementação de novos planos quinquenais, onde apostava, sobretudo, na indústria pesada e
nas infra-estruturas. Em consequência, a União Soviética registou um crescimento industrial
tão significativo que acabou por se afirmar como a segunda potência mundial.
Para além disto, Kruschev, ao contrário de Estaline, assumiu como prioridade o aumento da
produção de bens de consumo, agrícolas e industriais. Em termos industriais:
Além do mais, a agricultura passou a não produzir aquilo que era preciso para garantir a
autossuficiência, o que levou à necessidade de importar bens essenciais e, consequentemente,
a um crescente endividamento. O crescimento industrial foi também insuficiente, tendo
diminuído consideravelmente.
Podemos concluir que, apesar do modelo de economia no mundo comunista ter vivido
momentos de expansão e de desenvolvimento, acabou por colaborar para a estagnação e para
o declínio, quer da URSS, como dos países do Bloco de Leste.