O documento descreve a dissolução da União Soviética e a emergência de novos estados na Europa Oriental após a queda do socialismo. Menciona a reunificação da Alemanha, a independência dos países bálticos e como a Ucrânia, Belarus e Moldávia declararam soberania. Também discute a separação pacífica da Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia.
O documento descreve a dissolução da União Soviética e a emergência de novos estados na Europa Oriental após a queda do socialismo. Menciona a reunificação da Alemanha, a independência dos países bálticos e como a Ucrânia, Belarus e Moldávia declararam soberania. Também discute a separação pacífica da Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia.
O documento descreve a dissolução da União Soviética e a emergência de novos estados na Europa Oriental após a queda do socialismo. Menciona a reunificação da Alemanha, a independência dos países bálticos e como a Ucrânia, Belarus e Moldávia declararam soberania. Também discute a separação pacífica da Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia.
O documento descreve a dissolução da União Soviética e a emergência de novos estados na Europa Oriental após a queda do socialismo. Menciona a reunificação da Alemanha, a independência dos países bálticos e como a Ucrânia, Belarus e Moldávia declararam soberania. Também discute a separação pacífica da Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia.
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JUDT, Tony. Postwar: A History of Europe Since 1945.
New York, The Penguin
Press, 2005.
“XX - Um Continente Divisível”
Depois da queda do socialismo, uma segunda mudança começou a rolar na Europa Oriental,o surgimento ou a volta de novos Estados. Estônia, Lituânia, Ucrânia Moldávia. Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia. Iugoslávia em Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina , Sérvia-Montenegro e Macedônia. Comparável ao que aconteceu com o Tratado de Versalhes, porém menos esperado. Tchecoslováquia, Iugoslávia e URSS eram os últimos Estados multiétnicos da região. Crédito da união das Alemanhas (única entre as fissões), deve ir primeiramente pra Kohl, chanceler Ocidental. Pra evitar a marcha de alemães orientais pra Alemanha Ocidental a Alem Oc tinha que se estender pro Oriente. “German unification was in the first instance to be achieved by a currency union; but political union inevitably followed.” Eleições na Alemanha Oriental de 90 elegeram mais gente do Partido Democrata Cristão, que falavam em união. On May 18th 1990 a 'monetary, economic and social union' was signed between the two Germanie. Em 3 de Outubro, definitivamente, a RDA foi absorvida pela RFA e deixou de existir. Divisão daAlemanha foi feita pelas nações vitoriosas da WWII, sua reunificação não teria rolado sem elas. RDA era um satélte soviético e a RFA não era bem independente do ocidente. Nem a GB de Thatcher nem a França de Mitterrand tavam querendo que a Alemanha se unisse logo. Britâncios concordaram mais de boa que franceses com a unificação (os últimos tavam mais temerosos). Mitterrand pennssava e confiava que a URSS não iria deixar a Alemanha Grande voltar (Greater Germany). Porém aconteceu. Frnça começou a aceitar a união com algumas condições pra alemanha não aumentar muito. Kohl tinha o apoio dos EUA (que não queria perder a Alemanha pra uma neutralidade). Encontros sobre os termos do surgimento de uma nova Alemanha, entre EUA, URSS, França e e GB além dos representantes das duas Alemanas (“4+2 talks”). URRS concordou em a Alem continuar na OTAN e em que as tropas extrangeiras seriam retirdas e só ficariam em solo alemão umas tropas da OTAN. URSS tava mais acostumada com a Alemanha dividida. Gorbachev não até tentou dar uma empedida na unifcação mas a real é que não tinha como fazer isso. Só tentou conseguir ganhar algo em cima (ganharam grana). URSS preferiu manter relação amigável estratégica com a nova Alemanha. Parte dos moradores da RDA ficaram desorientados ao perderem sua Alemanha, única alguns conheciam e foi meio estranho acostumar-se a Alemanha unida. Rolou uma apagada da RDA da história. RDA estava desfazendo-se, não só instituições mas infraestrutura material também. by the end of 2003 the cost of absorbing the former GDR had reached 1.2 trillion euros. Preço disso não foi pago só pela Alemanha, mas foi distribuido entre os parceiros europeus. Concessões de Gorbachev para Alemanha com certeza ajudaram no seu declínio interno. Alemanha na OTAN poderia ser o fim da perestroika. Se tivesse prestado atenção a tempo poderia não ter perdido a RDA. Partes mais instáveis dos domínios soviéticos: Ásia central, Cáucaso e Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). Países Bálticos eram distintos em três aspectos: ¹eram mais expostos ao Ocidente que qualquer região da URSS (se comparaam com Escandinávia, por exemplo); ²eram países prósperos pro padrão soviético (maiores produtores soviéticos de vários produtos); ³eles tinham histórias recentes de independência genuína. Galsnost fez os bálticos quererem liberdade. Um problema foi o aumento de população não nativa e não falante nativo, principalmente russos. Criação de grupos subversivos em Letônia e Estônia, que buscavam independência e manter a cultura. Foi na Lituânia, onde a presença russo era menos intrusiva que o desafio ao poder soviético foi mais explicito. Manifestações em 88 e em 89 eleições de um novo partido bem grandes pro congresso de deputados. This was symbolically re-confirmed on August 23rd 1989 by the forging of a human chain ('Hands across the Baltic') 650 kilometers in length, com ¼ da população da região. reação soviética veio bem lentamente. Em março de 90 o soviet Lituano votou pela independência da Lituânia (movimento de Gorbachev não teve força pra segurar, seu exemplo agia contra ele). After a hectic six months during which virtually every other major Soviet republic asserted its 'sovereignty' if not yet its full independence, Gorbachev's position was becoming untenable. Em janeiro de 91 rolou uma opressão sangrenta na Lituânia, pessoas da elite da KGB tomando prédios públicos. The bloodshed in the Baltics signaled the opening of the endgame in the Soviet Union. Questão do Báltico levou Gorbachev a perder confiança de quem tinha ainda por ele. Exemplo Báltico fui sendo entendido por outras repúblicas. Ucrânia era outra república que tinha histórico de independência. Além de ter uma conexão histórica com a Rússia (Rus de Kiev) tinha bastantes recursos materiais. Tinha posição estratégica entre a Rússia e o Mar Negro e Mediterrâneo. Ucrânia era uma sustentação da economia soviética (17% do PIB, só depois da Rússia). Líderes soviéticos muitos vieram da Ucrânia (tipo Khrushchev e Brejnev). Mas Ucrânia era tratada tipo uma colônia interna. Tiravam os recursos e tinha uns programa quase genocida. Começou a aumentar o número de falantes de ucraniano e ter uma elite que buscava interesses ucranianos. Porém o movimento nacionalista não ganhou muita representação política. Thus it was not Ukrainian nationalists who were to seize the initiative but rather the Communists themselves. Julho de 90 dclararam a soberania da Ucrânia. Belarus tinha pouca força nacionalista, era muito próxima, e dependente, da Rússia. Sua importância tava na produção de químicos e ser no caminho pro Báltico, e por lá passava gás. Em Belarus, então, como na Ucrânia as eleições de 90 deram vitória pros comunistas, que por si declararam a soberania do país, também em junho. Moldávia foi um caso mais interessante. Maior parte era moldavo, mas tinha uma mistura (russo, ucraniano, judeus, ciganos). Falavam romeno. Nacionalismo era dividido, nos centros se viam mais como soviéticos, mas a conexão romênia fazia uns se verem mais próximos da euro. Movimento “Popular front” em 89 conseguiu fazer o romeno ser a língua oficial. Em 90 Pop Front ganhou maioria; foram mudando seu nome até em junho se declarar soberanos. Países como Geórgia, Armênia e Azerbaijão tinham problemas étnicos. In a certain sense the country of 'Russia' as such did not exist: it had for centuries been an empire, whether in fact or in aspiration. Com o declínio do socialismo o patriotismo começou a crescer (na Russia, RDA). Nessa brecha de patriotismo russo veio crescendo Yeltsin. Gorbachev teve que se aliar aos soviéticos mais velhos, presos ao sistema (que ele veio quebrando). Defendeu a independência dos países bálticos por exemplo (Yeltsin). on June 12th 1991, Yeltsin, who had long since overtaken Gorbachev in national popularity polls, was elected President of the Russian Soviet Republic—the first ever democratically chosen leader of Russia. Em julho o soviet central votou pra uma união mais descentralizada. Pessoal mais antigos do partido, da KGB, tava preparando um golpe, daí o Yeltsin se colocou como líder da resistência da democracia contra os tanques. Gorbachev começou a perder ainda mais a popularidade dentro da URSS. By the time a chastened Gorbachev got the point, suspended the CPSU and (on August 24th) resigned as its General Secretary, it was too late. Communism was now irrelevant, and so too was Mikhail Gorbachev. Entre 24 de agosto e 21 de setembro Ukraine, Belarus, Moldova, Azerbaijan, Kyrgyzstan, Uzbekistan, Georgia, Tajikistan and Armenia seguiram os países Bálticos e se declararam independentes da URSS. URSS já era um estado vazio de forças e recursos. Gorbachev como presidente da União Soviética já não tinha mais força nenhum. Instituições foram acabando. KGB abolida.At midnight on December 31st 1991 the Union of Soviet Socialist Republics ceased to exist. Não há comparação na história moderna com o desaparecimento da URSS. Não teve guerra, rev sangrenta, nem catástrofe natural. Uma superpotência simplesmente perdeu a autoridade, instituições evaporaram. Até teve sangue (Lituânia e Cáucaso), mas pouco. Como isso aconteceu? Uma resposta é que o país comunista nem mesmo existiu (não faz muito sentido). Parte da resposta foi o ¹sucesso não intencional de Gorba de enfraquecer o aparato administrativo e repressivo do qual a URSS dependia. that there was indeed no Communist society as such: only a wilting state and its anxious citizens. ²Estado soviético não desapareceu de fato, mas se dividiu em vários estados sucessores. Independence in Ukraine, or Moldova, or even Georgia, was not so much about self-determination as self-preservation—a sound basis for state-making, as it turned out, but a poor foundation for democracy. Tchecos e Eslovacos tinham passados bem diferentes (primeiros mais industrializados, participaram da industrialização). The inter-war Republic of Czechoslovakia was democratic and liberal by prevailing regional standards, but its centralized institutions strongly favored the Czechs, who occupied almost all positions of power and influence. Eslovacos pelo fim da URSS tavam em vantagem pra ter menos informação (influência externa) e ter sofrido menos com os expurgos e repressão dos 70s. Estranhamente, um Estado com as duas populações ainda era apoiado. O que começou a dividir foi o desejo Tcheco de liberalização da economia, que para os Eslovacos não tinha sentido. Lá por 92 tanto o primeiro ministro da região Tcheca (Klaus) quanto o da região Eslovaca (Mečiar) eram a favor de separar, só o prim min da Tchecoslováquia em si não era (Havel). Havel vinha perdendo influência. On July 17th 1992 the Slovak National Council accordingly voted to adopt a new flag, a new constitution and a new name: the Slovak Republic. A week later Klaus and Mečiar, the latter still a trifle dazed by his own 'success', agreed to divide their country with effect from January ist 1993. On that day Czechoslovakia disappeared and its two republics re-emerged as separate states, with Klaus and Mečiar as their respective Prime Ministers.Nenhum dos dois países floresceram, nem com a terapia de choque mercadista de Klaus, nem com o comunismo-nacional de Mečiar. Divisão foi um processo manipulado no qual a direita Tcheco provocou o que dizia que não queria e o populismo eslovaco conseguiu mais do que queria. Foi produto de chances, circunstâncias e trabalho de homens. (exemplos do resto da urss também influenciaram).
“XXI - O Ajuste de Contas”
Diferentemente da Tchecoslováquia a dissolução da Iugoslávia não foi pacífica. Entre 1991 e 1999. Duas visões sobre como rolou o conflito: ¹Bálcãs como um caldeirão de rixas inexplicáveis e ódio, Iugoslávia tava condenada, constituída por 6 repúblicas, 5 nações, 4 idiomas, três religiões, dois alfabetos, sob um partido; ²tragédia foi causada, grandemente, por fatores externos, ações imperialistas nos últimos dois séculos haviam feito sangue correr na região. Duas visões são diferentes mas ambas ignoram a importância dos Iugoslavos (uns colocam a culpa no passado, destino, e outros em externos). Tito faleceu em 80. Iugoslávia criada em 45. Repúblicas eram unidades separadas dentro de uma federação, todas tinham representação. Eslovênia e Croácia eram católicas e pertenceram ao Imp Austro-húngaro, como a Bósnia. Sérvia, Macedônia, Montenegro e Bósnia estiveram sob os turco-otomanos, bastante muçulmanos, sérvios ortodoxos. Mudanças econômicas aproximaram e a integração. Rolava um silêncio sobre o passado de conflitos, mas isso fez rolar maior unificação. Jovens incentivados a se sentirem iugoslavos. Todas as repúblicas eram uma mistura de minorias. Tem pouca diferença entre o Sérvio e o Croata, mas usam alfabeto diferentes. População mais comum falava mais parecido, enquanto elites nacionalistas tentavam falar de forma mais “pura”. Religião também era uma diferença meio enganosa, afinal já não importava tanto como em séculos anteriores. Religião ligada com nacionalismo tava mais no interior. Ainda rolava (como marca otomana) a divisão de nacionalidade por religião, mas isso diminuía. Rolava preconceito generalizado com os albaneses, principalmente na sérvia. Albaneses era o grupo que mais cresceu num país. Maior parte dos albaneses na Sérvia tava na região autônoma do Kosovo (82%, mas eram inferiores em status social e econômico). Kosovo era historicamente importante pros sérvios. Norte mais próspero começava a desprezar o sul. Diferenças de economia, de educação, mortalidade infantil. “Eslovênia e (em menor escala) a Croácia já figuravam entre os países menos prósperos da Comunidade Européia, enquanto Kosovo, Macedônia e a região rural da Sérvia se assemelhavam a determinadas áreas da Ásia ou da América Latina”. Inquietude entre povos não começou a rolar por questões religiosas, ou étnicas, mas porque eles começaram a pensar que poderiam se gerir melhor sozinhos. Autoridade e repressão de Tito mantiveram as críticas abafadas. Final dos 70 a economia começou a desandar. Imprimiram dinheiro em Belgrado. Em 80 entraram em hiperinflação. Acreditavam que se virariam melhor que com a corrupção e nepotismo. Milošević, líder da Liga Comunista da Sérvia, ideia de comunismo nacionalista. Com nacionalismo conseguiu manter o poder na Sérvia. Milošević, em 89, pela constituição sérvia anexou Kosovo e Voivodina, mas elas continuaram com seus assentos na presidência federal, então a Sérvia tinha quatro dos oito votos federais (Sérvia, Kosovo, Voivodina, Montenegro, submissa a Sérvia). Pra Eslovênia e Croácia o sistema de governo começou a ficar inoperante, teriam que se afastar de Belgrado, ou até mesmo se tornar inoperantes. Em outras repúblicas socialistas tinham poucas divisões internas, então o pessoal poderia pensar em privatização, sociedade civil e democratização. Como tinham divisões os líderes demagogos poderiam fazer outra coisa que não liberalizar o país, tinham uma carta com a população. Elemento catalisador do conflito foi o Kosovo. Albaneses tavam sendo perseguidos no kosovo pelos sérvios. Albanese se manifestavam as vezes na década de 80. “ na seqüência de violentos confrontos entre polícia e manifestantes em que muita gente morreu ou ficou ferida, a Assembléia da Província do Kosovo foi fechada por Belgrado, que submeteu a região ao seu domínio direto.” Em 90 na Eslovênia as eleições foram ganhadas por não comunistas que iam contra o sistema vigente. Gota d’água em dezembro 90 quando a Sérvia se apoderou sem autorização de 50% dos da Iugoslávia pra pagar coisas internas. Em jan de 91 Eslovênia se declarou independente. Em um mês o Croácia fez o mesmo, depois fez o da Macedônia. EUA não curtiu o que a Sérvia fez no Kosovo (suspendeu ajuda à Iugoslávia), mas era contra a separação. Em junho de 91 Eslovênia e Croácia tomaram controle de suas fronteiras, exército federal (basicamente sérvio e montenegrino) se deslocou pra divisa eslovena. A guerra tava por começar, ou melhor as (cinco) guerras. Conflito entre exército iugoslavo e eslovênia durou só umas semanas, federação deixou os separatistas saírem em paz. Depois guerra entre Croácia e minoria sérvia apoiada pela Iugoslávia; conflito sangrento que parou no outro ano com um cessar-fogo com apoio da ONU. Quando croatas e muçulmanos da Bósnia votaram em 92 pra ser independentes, daí os sérvios bósnios entraram em conflito com eles. Em 93 rolou guerra em croatas e muçulmanos da Bósnia. Dai rolou conflito no e pelo Kosovo, no qual Milošević, que tinha perdido em todas as outras frentes, só não destruiu ou destruiu toda a população albanesa por causa da intervençao sem precedentes da OTAN que atacou a Sérvia em 99. Conflitos foram influenciados por questões internas e externas. Eslovênia e Croácia se declararam independência por motivos internos, mas foi o reconhecimento precipitado alemão e europeu que confirmou a existência desses. Começou a rolar propaganda histérica na Croácia independente que colocava medo nos sérvios que residiam ali, incitando eles pra confrontar os croatas. Na Bósnia os sérvios tinham medo de uma maioria croata-muçulmana. A declaração de independência da Bósnia pelos muçulmanos e croatas em 92 fez os sérvios da região fazerem uma república a parte, Republika Srpska. Exército Iugoslavo entrou em cena pra ajudar e “limpar” o território. Grande parte dos conflitos foi realizado por milícias sérvias (bandos de matadores e criminosos armados por Belgrado). Objetivo estratégico sérvio era expulsar os não sérvios. “Limpeza étnica” foi praticada por todos nos conflitos, mas mais agressivamente pelos sérvios. Além de mortos, muitos refugiados indo pra Euro. Comunidade internacional sabia do que tava acontecendo, já tinha tv. Comunidade Européia foi a primeira a intervir, mas eram meio impotentes, tinham divergências (Áustria, p ex era a favor das separatistas; França era mais pela Sérvia). Eua, OTAN, ficaram acima (fora) do conflito. Restava a ONU, que impôs sanções a Belgrado, mas que além disso pouco podia fazer, pois suas missões eram de obter e garantir a paz (difícil). Neutralidade internacional favorecia o agressor sérvio. Medida mais importante internacionalmente foi a criação, em 93, em Haia, do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra. Porém o pessoal não intervia, achava que podia piorar a situação (GB e França). Otan em 94 ameaçou retaliar os sérvio, que tinha atacado um mercado em Sarajevo. Porém, com avanço dos Bósnios, em 95 os sérvios voltaram com os bombardeios. Quando a OTAN contra atacou os sérvios pegaram o pessoal da ONU de refém (intervenção pouco ajudou). Em 11 de julho os sérvios adentraram Srebrenica, protegida por mandato da ONU e por soldados holandeses, que baixaram as armas quando os sérvios chegaram. Sérvios pegaram 7.400 homens e meninos muçulmanos e mataram praticamente todos (holandeses voltaram são pra casa). Internacionalmente o pessoal ficou sabendo e chocado, mas não agiu. Foi só semanas depois quando os sérvios atacaram de novo o mercado de Sarajevo que a OTAN se mexeu “o presidente Clinton autorizou um bombardeio maciço e contínuo destinado a reduzir e, em última instância, eliminar a capacidade agressora dos sérvios. A medida foi tardia, mas funcionou”. Sérvios-bósnios cederam. Com intervenção americana a paz parecia mais possível. Rolaram conversas mediadas pelos EUA, que culminaram em um acordo assinado em Paris em 14 de dez 1995. Objetivo americano era manter a Bósnia uma, só pros sérvios não pegarem uma parte a fazerem a Grande Sérvia; rolou um sistema tripartite entre sérvios, muçulmanos e croatas. Ficaram soldados da OTAN, um cara da ONU pra Alto Representante Internacional da Bósnia-Herzegovina. Bósnia ficou dependente da agências internacionias. Problema não havia acabado. Albaneses continuavam a sofrer repressão na Sérvia. Pós conversas de paz, Milošević tava com a imagem melhor, mas nem tanto; voltou-se para o Kosovo. ELK (Exército de Libertação do Kosovo), principalmente em guerrilhas. Albaneses do Kosovo achavam que a única saída seria a separação. Comunidade internacional tava falando que ia cobrar se ele continuasse a maltratar as pessoas no kosovo. “Milošević isolou-se da opinião pública ocidental e superestimou a própria capacidade de manipular e manobrar os estadistas internacionais” Tinha motivos pra se ver como um interlocutor privilegiado, afinal tinha visita frequente de diplomatas amercinaos. O que rolou na Bósnia deixou a comunidade int marcada. Em 98 Tribunal de Haia considerou ter jurisdição pra julgar o que rolava no Kosovo. Eua queria que Milošević fosse indiciado por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Tava meio misto a opinião internacional se devia ou não intervir. Impasse ia continuar se não fosse a série de massacres cometidos por Belgrado no início de 99. “Em 24 de março, sem a autorização formal da ONU, navios, aviões e mísseis da OTAN entraram em ação na Iugoslávia, para todos os efeitos, uma declaração de guerra ao regime de Belgrado.” Durou pouco menos de três meses, OTAN causou bastante dano a Sérvia. 9 de junho Belgrado concordou em se retirar do Kosovo. ONU determinou a ocupação da provincia pela Força do Kosovo, comandada pela OTAN. Declínio de Milošević. Seis meses depois de sair do cargo foi entregue pelo governo sérvio para o Tribunal de Haia, onde foi julgado por gen e crimes de guerra (sérvios queriam assistência econômica ocidental). Muitos foram culpados pelas questões. ONU demorou pra reagir. Europeus também não se mostraram muito a fim de se envolver. GB se mostrou indisposta a receber refugiados. EUA foi quem mais se movimentou, mas também foi lentamente. Na Iugoslávia talvez só os muçulmanos bósnios tiveram menos culpa. Maior responsabilidade cai sobre os sérvios e Milošević. Talvez os sérvios tenham sido os que mais perderam. Ficaram bem mal depois das guerras. (Mas foram muito escrotos). A Iugoslávia nem caiu nem morreu, foi empurrada e morta. Na Iugoslávia foi pior, mas a passagem do comunismo pra capitalismo foi difícil em toda parte. Ninguém havia pensado nisso. Herança econômica foi a mais tangível. Incapacidade econômica e irresponsabilidade ambiental. Mudança rápida (“big bang”) de um para o outro ou mudança com cautela, ambas apresentavam problemas. Rússia viu sua economia encolher por oito anos. Na Polônia foi onde a mudança big bang foi aplicada mais cedo e de forma mais conscistente. Na Tchecoslováquia, Klaus, também fez uma terapia de choque pra mudar a economia. Eslováquia, Romênia, Ucrânia foram mais cautelosos. Os que fizeram big bang foram os que se recuperaram melhor. Diferença maior se dava entre centros urbanos prósperos e zonas rurais negligenciadas e empobrecidas. Interessantes são as semelhanças: romances com a economia de mercado, objetivos também eram similares, como a liberalização de eco, transição pra alguma forma de livre-mercado e aceder a UE. As diferenças eram baseadas em como dispor dos recursos pra fazer a mudança. Pessoas mais bem capacitadas eram do Partido, que geriram seus Estados pós ruptura. Depois surgiram uma nova geração. Começou a rolar muita privatização. Diferente do Ocidente, nos ex-comunistas o capitalismo não veio acompanhado de leis, instituições, regulamentações e práticas que davam legitimidade ao sistema. Privatização foi cleptocracia, um pequeno grupo então enriqueceu com o roubo (Rússia foi o pior caso, seguida pela Ucrânia). Nepotismo como no comunismo, mas com ganhos privados maiores. Não rolou nenhum apoio tipo um Plano Marshall de apoio estrangeiro. Pessoas ficaram sem o apoio do estado comunista e com um capitalismo fraco. Decréscimo na frequência dos cinemas mostra a queda da prosperidade do povo. Na Letônia diminuíra 90%, Bulgária, 93%;Romênia, 94%; na Rússia, 96%, Polônia caiu apenas 77%; na República Tcheca, 71%; e na Hungria, 51%. Na Eslovênia, a freqüência praticamente não decresceu. Transformação difícil e incompleta. Transição para democracia também não era algo fácil, algo totalmente confiado. Informação criou um hiato entre a população (jovens mais cosmopolitas). “O nacionalismo e o comunismo tinham mais em comum entre si do que com a democracia; os dois compartilhavam, digamos, uma “sintaxe” política — ao passo que a linguagem do liberalismo era completamente diferente” Culpavam o capitalismo e ocidente igualmente (comunismo e comunismo). Busca por recuperar respeito internacional explica muito das políticas externas russas pós-soviéticas. Voltar a ser um país grande. Nostalgia se via, por exemplo em pesquisas nas quais as pessoas falavam que a vida era melhor pré 89 (com ressalva possibilidade de ir e vir, mídia eletrônica e lib de expressão). Ex-comunistas se escondiam em um anti-americanismo, anti-europismo, anticapitalismo. Até os intelectuais do período da mudança perderam popularidade no pós-comunismo, principalmente porque seus pensamentos para a mudança baseada em “ética anti-comunista”, “sociedade civil”, foram substituídas por questões práticas de reconstrução econômica. Intelectuais tavam distantes da população; os que conseguiram seguir carreira política eram de um segundo escalão, não dissidentes pré 89. Acerto de contas com o passado era difícil de fazer, afinal os governos comunistas eram legítimos (considerados por pares internacionais), então como punir quem exerceu ordem de um governo legítimo(?) Consenso tava por deixar de lado a era Stalin mas cobrar quem veio depois (líderes comunistas tchecos que colaboraram para esmagar a Primavera de Praga; policiais poloneses responsáveis pelo assassinato do padre Popiełuszko, pessoal que deu ordem pra atirar no pessoal que tentasse pular o muro de Berlim). O que fazer com os ex políticos e oficiais do regime comunistas? Graças às polícias secretas e agências de segurança, muita gente se via obrigada a colaborar, se não seria punida. Cada Estado ex-comunista lidou com essas questão da sua forma. Em Rússia, Ucrânia, Moldávia e o que restou da Iugoslávia esse acerto de contas nunca rolou e muito do pessoal antigo continuou no governo. Alemanha Oriental era minada pela Stasi (maridos investigavam mulheres, professores alunos, padres paroquianos). Quando foram revelados os dossiês da Stasi rolou altos problemas, pessoas descobriram por quem eram investigadas. Pra evitar esses problemas alguns países decidiram não abrir as coisas. Na Letônia, quem houvesse se envolvido com a KGB não poderia exercer cargo público por dez anos. Em nenhum lugar o passado foi resolvido totalmente, mas na Tchecoslováquia rolou controvérsia que transpôs o país. Lá Stalinismo chegou depois e durou mais. Rolou uma lei (lei de Lustração) pra investigar as figuras públicas pra ver se tinha ligação com órgãos de segurança, levou a muito abuso (políticos foram desacreditados, difamados). Lei de lustração mostrou quem eram os informantes mas falava pouco de quem os recrutava, quem dava ordens. Lustração se tornou um mecanismo político. Em 93 o Parlamento Tcheco considerou o Partido Comunista como criminoso (mais retórica). Partido continuou popular.