A08 - 04 - Judt XX e XXI PDF

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JUDT, Tony. Postwar: A History of Europe Since 1945.

New York, The Penguin


Press, 2005.

“XX - Um Continente Divisível”


Depois da queda do socialismo, uma segunda mudança começou a rolar na Europa Oriental,o
surgimento ou a volta de novos Estados. Estônia, Lituânia, Ucrânia Moldávia.
Tchecoslováquia em República Tcheca e Eslováquia. Iugoslávia em Eslovênia, Croácia,
Bósnia-Herzegovina , Sérvia-Montenegro e Macedônia. Comparável ao que aconteceu com o
Tratado de Versalhes, porém menos esperado. Tchecoslováquia, Iugoslávia e URSS eram os
últimos Estados multiétnicos da região.
Crédito da união das Alemanhas (única entre as fissões), deve ir primeiramente pra Kohl,
chanceler Ocidental. Pra evitar a marcha de alemães orientais pra Alemanha Ocidental a
Alem Oc tinha que se estender pro Oriente. “German unification was in the first instance to
be achieved by a currency union; but political union inevitably followed.” Eleições na
Alemanha Oriental de 90 elegeram mais gente do Partido Democrata Cristão, que falavam
em união. On May 18th 1990 a 'monetary, economic and social union' was signed between
the two Germanie. Em 3 de Outubro, definitivamente, a RDA foi absorvida pela RFA e
deixou de existir. Divisão daAlemanha foi feita pelas nações vitoriosas da WWII, sua
reunificação não teria rolado sem elas. RDA era um satélte soviético e a RFA não era bem
independente do ocidente. Nem a GB de Thatcher nem a França de Mitterrand tavam
querendo que a Alemanha se unisse logo. Britâncios concordaram mais de boa que franceses
com a unificação (os últimos tavam mais temerosos). Mitterrand pennssava e confiava que a
URSS não iria deixar a Alemanha Grande voltar (Greater Germany). Porém aconteceu. Frnça
começou a aceitar a união com algumas condições pra alemanha não aumentar muito. Kohl
tinha o apoio dos EUA (que não queria perder a Alemanha pra uma neutralidade). Encontros
sobre os termos do surgimento de uma nova Alemanha, entre EUA, URSS, França e e GB
além dos representantes das duas Alemanas (“4+2 talks”). URRS concordou em a Alem
continuar na OTAN e em que as tropas extrangeiras seriam retirdas e só ficariam em solo
alemão umas tropas da OTAN. URSS tava mais acostumada com a Alemanha dividida.
Gorbachev não até tentou dar uma empedida na unifcação mas a real é que não tinha como
fazer isso. Só tentou conseguir ganhar algo em cima (ganharam grana). URSS preferiu
manter relação amigável estratégica com a nova Alemanha. Parte dos moradores da RDA
ficaram desorientados ao perderem sua Alemanha, única alguns conheciam e foi meio
estranho acostumar-se a Alemanha unida. Rolou uma apagada da RDA da história. RDA
estava desfazendo-se, não só instituições mas infraestrutura material também. by the end of
2003 the cost of absorbing the former GDR had reached 1.2 trillion euros. Preço disso não foi
pago só pela Alemanha, mas foi distribuido entre os parceiros europeus.
Concessões de Gorbachev para Alemanha com certeza ajudaram no seu declínio interno.
Alemanha na OTAN poderia ser o fim da perestroika. Se tivesse prestado atenção a tempo
poderia não ter perdido a RDA. Partes mais instáveis dos domínios soviéticos: Ásia central,
Cáucaso e Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). Países Bálticos eram distintos em
três aspectos: ¹eram mais expostos ao Ocidente que qualquer região da URSS (se comparaam
com Escandinávia, por exemplo); ²eram países prósperos pro padrão soviético (maiores
produtores soviéticos de vários produtos); ³eles tinham histórias recentes de independência
genuína. Galsnost fez os bálticos quererem liberdade. Um problema foi o aumento de
população não nativa e não falante nativo, principalmente russos. Criação de grupos
subversivos em Letônia e Estônia, que buscavam independência e manter a cultura. Foi na
Lituânia, onde a presença russo era menos intrusiva que o desafio ao poder soviético foi mais
explicito. Manifestações em 88 e em 89 eleições de um novo partido bem grandes pro
congresso de deputados. This was symbolically re-confirmed on August 23rd 1989 by the
forging of a human chain ('Hands across the Baltic') 650 kilometers in length, com ¼ da
população da região. reação soviética veio bem lentamente. Em março de 90 o soviet Lituano
votou pela independência da Lituânia (movimento de Gorbachev não teve força pra segurar,
seu exemplo agia contra ele). After a hectic six months during which virtually every other
major Soviet republic asserted its 'sovereignty' if not yet its full independence, Gorbachev's
position was becoming untenable. Em janeiro de 91 rolou uma opressão sangrenta na
Lituânia, pessoas da elite da KGB tomando prédios públicos. The bloodshed in the Baltics
signaled the opening of the endgame in the Soviet Union. Questão do Báltico levou
Gorbachev a perder confiança de quem tinha ainda por ele. Exemplo Báltico fui sendo
entendido por outras repúblicas. Ucrânia era outra república que tinha histórico de
independência. Além de ter uma conexão histórica com a Rússia (Rus de Kiev) tinha
bastantes recursos materiais. Tinha posição estratégica entre a Rússia e o Mar Negro e
Mediterrâneo. Ucrânia era uma sustentação da economia soviética (17% do PIB, só depois da
Rússia). Líderes soviéticos muitos vieram da Ucrânia (tipo Khrushchev e Brejnev). Mas
Ucrânia era tratada tipo uma colônia interna. Tiravam os recursos e tinha uns programa quase
genocida. Começou a aumentar o número de falantes de ucraniano e ter uma elite que
buscava interesses ucranianos. Porém o movimento nacionalista não ganhou muita
representação política. Thus it was not Ukrainian nationalists who were to seize the initiative
but rather the Communists themselves. Julho de 90 dclararam a soberania da Ucrânia.
Belarus tinha pouca força nacionalista, era muito próxima, e dependente, da Rússia. Sua
importância tava na produção de químicos e ser no caminho pro Báltico, e por lá passava gás.
Em Belarus, então, como na Ucrânia as eleições de 90 deram vitória pros comunistas, que por
si declararam a soberania do país, também em junho. Moldávia foi um caso mais interessante.
Maior parte era moldavo, mas tinha uma mistura (russo, ucraniano, judeus, ciganos). Falavam
romeno. Nacionalismo era dividido, nos centros se viam mais como soviéticos, mas a
conexão romênia fazia uns se verem mais próximos da euro. Movimento “Popular front” em
89 conseguiu fazer o romeno ser a língua oficial. Em 90 Pop Front ganhou maioria; foram
mudando seu nome até em junho se declarar soberanos. Países como Geórgia, Armênia e
Azerbaijão tinham problemas étnicos. In a certain sense the country of 'Russia' as such did
not exist: it had for centuries been an empire, whether in fact or in aspiration. Com o declínio
do socialismo o patriotismo começou a crescer (na Russia, RDA). Nessa brecha de
patriotismo russo veio crescendo Yeltsin. Gorbachev teve que se aliar aos soviéticos mais
velhos, presos ao sistema (que ele veio quebrando). Defendeu a independência dos países
bálticos por exemplo (Yeltsin). on June 12th 1991, Yeltsin, who had long since overtaken
Gorbachev in national popularity polls, was elected President of the Russian Soviet
Republic—the first ever democratically chosen leader of Russia. Em julho o soviet central
votou pra uma união mais descentralizada. Pessoal mais antigos do partido, da KGB, tava
preparando um golpe, daí o Yeltsin se colocou como líder da resistência da democracia contra
os tanques. Gorbachev começou a perder ainda mais a popularidade dentro da URSS. By the
time a chastened Gorbachev got the point, suspended the CPSU and (on August 24th)
resigned as its General Secretary, it was too late. Communism was now irrelevant, and so too
was Mikhail Gorbachev. Entre 24 de agosto e 21 de setembro Ukraine, Belarus, Moldova,
Azerbaijan, Kyrgyzstan, Uzbekistan, Georgia, Tajikistan and Armenia seguiram os países
Bálticos e se declararam independentes da URSS. URSS já era um estado vazio de forças e
recursos. Gorbachev como presidente da União Soviética já não tinha mais força nenhum.
Instituições foram acabando. KGB abolida.At midnight on December 31st 1991 the Union of
Soviet Socialist Republics ceased to exist.
Não há comparação na história moderna com o desaparecimento da URSS. Não teve guerra,
rev sangrenta, nem catástrofe natural. Uma superpotência simplesmente perdeu a autoridade,
instituições evaporaram. Até teve sangue (Lituânia e Cáucaso), mas pouco. Como isso
aconteceu? Uma resposta é que o país comunista nem mesmo existiu (não faz muito sentido).
Parte da resposta foi o ¹sucesso não intencional de Gorba de enfraquecer o aparato
administrativo e repressivo do qual a URSS dependia. that there was indeed no Communist
society as such: only a wilting state and its anxious citizens. ²Estado soviético não
desapareceu de fato, mas se dividiu em vários estados sucessores. Independence in Ukraine,
or Moldova, or even Georgia, was not so much about self-determination as
self-preservation—a sound basis for state-making, as it turned out, but a poor foundation for
democracy.
Tchecos e Eslovacos tinham passados bem diferentes (primeiros mais industrializados,
participaram da industrialização). The inter-war Republic of Czechoslovakia was democratic
and liberal by prevailing regional standards, but its centralized institutions strongly favored
the Czechs, who occupied almost all positions of power and influence. Eslovacos pelo fim da
URSS tavam em vantagem pra ter menos informação (influência externa) e ter sofrido menos
com os expurgos e repressão dos 70s. Estranhamente, um Estado com as duas populações
ainda era apoiado. O que começou a dividir foi o desejo Tcheco de liberalização da
economia, que para os Eslovacos não tinha sentido. Lá por 92 tanto o primeiro ministro
da região Tcheca (Klaus) quanto o da região Eslovaca (Mečiar) eram a favor de separar, só o
prim min da Tchecoslováquia em si não era (Havel). Havel vinha perdendo influência. On
July 17th 1992 the Slovak National Council accordingly voted to adopt a new flag, a new
constitution and a new name: the Slovak Republic. A week later Klaus and Mečiar, the latter
still a trifle dazed by his own 'success', agreed to divide their country with effect from
January ist 1993. On that day Czechoslovakia disappeared and its two republics re-emerged
as separate states, with Klaus and Mečiar as their respective Prime Ministers.Nenhum dos
dois países floresceram, nem com a terapia de choque mercadista de Klaus, nem com o
comunismo-nacional de Mečiar. Divisão foi um processo manipulado no qual a direita
Tcheco provocou o que dizia que não queria e o populismo eslovaco conseguiu mais do que
queria. Foi produto de chances, circunstâncias e trabalho de homens. (exemplos do resto da
urss também influenciaram).

“XXI - O Ajuste de Contas”


Diferentemente da Tchecoslováquia a dissolução da Iugoslávia não foi pacífica. Entre 1991 e
1999. Duas visões sobre como rolou o conflito: ¹Bálcãs como um caldeirão de rixas
inexplicáveis e ódio, Iugoslávia tava condenada, constituída por 6 repúblicas, 5 nações, 4
idiomas, três religiões, dois alfabetos, sob um partido; ²tragédia foi causada, grandemente,
por fatores externos, ações imperialistas nos últimos dois séculos haviam feito sangue correr
na região. Duas visões são diferentes mas ambas ignoram a importância dos Iugoslavos (uns
colocam a culpa no passado, destino, e outros em externos). Tito faleceu em 80. Iugoslávia
criada em 45. Repúblicas eram unidades separadas dentro de uma federação, todas tinham
representação. Eslovênia e Croácia eram católicas e pertenceram ao Imp Austro-húngaro,
como a Bósnia. Sérvia, Macedônia, Montenegro e Bósnia estiveram sob os turco-otomanos,
bastante muçulmanos, sérvios ortodoxos. Mudanças econômicas aproximaram e a integração.
Rolava um silêncio sobre o passado de conflitos, mas isso fez rolar maior unificação. Jovens
incentivados a se sentirem iugoslavos. Todas as repúblicas eram uma mistura de minorias.
Tem pouca diferença entre o Sérvio e o Croata, mas usam alfabeto diferentes. População mais
comum falava mais parecido, enquanto elites nacionalistas tentavam falar de forma mais
“pura”. Religião também era uma diferença meio enganosa, afinal já não importava tanto
como em séculos anteriores. Religião ligada com nacionalismo tava mais no interior. Ainda
rolava (como marca otomana) a divisão de nacionalidade por religião, mas isso diminuía.
Rolava preconceito generalizado com os albaneses, principalmente na sérvia. Albaneses era o
grupo que mais cresceu num país. Maior parte dos albaneses na Sérvia tava na região
autônoma do Kosovo (82%, mas eram inferiores em status social e econômico). Kosovo era
historicamente importante pros sérvios. Norte mais próspero começava a desprezar o sul.
Diferenças de economia, de educação, mortalidade infantil. “Eslovênia e (em menor escala) a
Croácia já figuravam entre os países menos prósperos da Comunidade Européia, enquanto
Kosovo, Macedônia e a região rural da Sérvia se assemelhavam a determinadas áreas da Ásia
ou da América Latina”. Inquietude entre povos não começou a rolar por questões religiosas,
ou étnicas, mas porque eles começaram a pensar que poderiam se gerir melhor sozinhos.
Autoridade e repressão de Tito mantiveram as críticas abafadas. Final dos 70 a economia
começou a desandar. Imprimiram dinheiro em Belgrado. Em 80 entraram em hiperinflação.
Acreditavam que se virariam melhor que com a corrupção e nepotismo. Milošević, líder da
Liga Comunista da Sérvia, ideia de comunismo nacionalista. Com nacionalismo conseguiu
manter o poder na Sérvia. Milošević, em 89, pela constituição sérvia anexou Kosovo e
Voivodina, mas elas continuaram com seus assentos na presidência federal, então a Sérvia
tinha quatro dos oito votos federais (Sérvia, Kosovo, Voivodina, Montenegro, submissa a
Sérvia). Pra Eslovênia e Croácia o sistema de governo começou a ficar inoperante, teriam que
se afastar de Belgrado, ou até mesmo se tornar inoperantes. Em outras repúblicas socialistas
tinham poucas divisões internas, então o pessoal poderia pensar em privatização, sociedade
civil e democratização. Como tinham divisões os líderes demagogos poderiam fazer outra
coisa que não liberalizar o país, tinham uma carta com a população. Elemento catalisador do
conflito foi o Kosovo. Albaneses tavam sendo perseguidos no kosovo pelos sérvios. Albanese
se manifestavam as vezes na década de 80. “ na seqüência de violentos confrontos entre
polícia e manifestantes em que muita gente morreu ou ficou ferida, a Assembléia da
Província do Kosovo foi fechada por Belgrado, que submeteu a região ao seu domínio
direto.” Em 90 na Eslovênia as eleições foram ganhadas por não comunistas que iam contra o
sistema vigente. Gota d’água em dezembro 90 quando a Sérvia se apoderou sem autorização
de 50% dos da Iugoslávia pra pagar coisas internas. Em jan de 91 Eslovênia se declarou
independente. Em um mês o Croácia fez o mesmo, depois fez o da Macedônia. EUA não
curtiu o que a Sérvia fez no Kosovo (suspendeu ajuda à Iugoslávia), mas era contra a
separação. Em junho de 91 Eslovênia e Croácia tomaram controle de suas fronteiras, exército
federal (basicamente sérvio e montenegrino) se deslocou pra divisa eslovena. A guerra tava
por começar, ou melhor as (cinco) guerras. Conflito entre exército iugoslavo e eslovênia
durou só umas semanas, federação deixou os separatistas saírem em paz. Depois guerra entre
Croácia e minoria sérvia apoiada pela Iugoslávia; conflito sangrento que parou no outro ano
com um cessar-fogo com apoio da ONU. Quando croatas e muçulmanos da Bósnia votaram
em 92 pra ser independentes, daí os sérvios bósnios entraram em conflito com eles. Em 93
rolou guerra em croatas e muçulmanos da Bósnia. Dai rolou conflito no e pelo Kosovo, no
qual Milošević, que tinha perdido em todas as outras frentes, só não destruiu ou destruiu toda
a população albanesa por causa da intervençao sem precedentes da OTAN que atacou a
Sérvia em 99. Conflitos foram influenciados por questões internas e externas. Eslovênia e
Croácia se declararam independência por motivos internos, mas foi o reconhecimento
precipitado alemão e europeu que confirmou a existência desses. Começou a rolar
propaganda histérica na Croácia independente que colocava medo nos sérvios que residiam
ali, incitando eles pra confrontar os croatas. Na Bósnia os sérvios tinham medo de uma
maioria croata-muçulmana. A declaração de independência da Bósnia pelos muçulmanos e
croatas em 92 fez os sérvios da região fazerem uma república a parte, Republika Srpska.
Exército Iugoslavo entrou em cena pra ajudar e “limpar” o território. Grande parte dos
conflitos foi realizado por milícias sérvias (bandos de matadores e criminosos armados por
Belgrado). Objetivo estratégico sérvio era expulsar os não sérvios. “Limpeza étnica” foi
praticada por todos nos conflitos, mas mais agressivamente pelos sérvios. Além de mortos,
muitos refugiados indo pra Euro. Comunidade internacional sabia do que tava acontecendo,
já tinha tv. Comunidade Européia foi a primeira a intervir, mas eram meio impotentes, tinham
divergências (Áustria, p ex era a favor das separatistas; França era mais pela Sérvia). Eua,
OTAN, ficaram acima (fora) do conflito. Restava a ONU, que impôs sanções a Belgrado, mas
que além disso pouco podia fazer, pois suas missões eram de obter e garantir a paz (difícil).
Neutralidade internacional favorecia o agressor sérvio. Medida mais importante
internacionalmente foi a criação, em 93, em Haia, do Tribunal Internacional de Crimes de
Guerra. Porém o pessoal não intervia, achava que podia piorar a situação (GB e França). Otan
em 94 ameaçou retaliar os sérvio, que tinha atacado um mercado em Sarajevo. Porém, com
avanço dos Bósnios, em 95 os sérvios voltaram com os bombardeios. Quando a OTAN contra
atacou os sérvios pegaram o pessoal da ONU de refém (intervenção pouco ajudou). Em 11 de
julho os sérvios adentraram Srebrenica, protegida por mandato da ONU e por soldados
holandeses, que baixaram as armas quando os sérvios chegaram. Sérvios pegaram 7.400
homens e meninos muçulmanos e mataram praticamente todos (holandeses voltaram são pra
casa). Internacionalmente o pessoal ficou sabendo e chocado, mas não agiu. Foi só semanas
depois quando os sérvios atacaram de novo o mercado de Sarajevo que a OTAN se mexeu “o
presidente Clinton autorizou um bombardeio maciço e contínuo destinado a reduzir e, em
última instância, eliminar a capacidade agressora dos sérvios. A medida foi tardia, mas
funcionou”. Sérvios-bósnios cederam. Com intervenção americana a paz parecia mais
possível. Rolaram conversas mediadas pelos EUA, que culminaram em um acordo assinado
em Paris em 14 de dez 1995. Objetivo americano era manter a Bósnia uma, só pros sérvios
não pegarem uma parte a fazerem a Grande Sérvia; rolou um sistema tripartite entre sérvios,
muçulmanos e croatas. Ficaram soldados da OTAN, um cara da ONU pra Alto Representante
Internacional da Bósnia-Herzegovina. Bósnia ficou dependente da agências internacionias.
Problema não havia acabado. Albaneses continuavam a sofrer repressão na Sérvia. Pós
conversas de paz, Milošević tava com a imagem melhor, mas nem tanto; voltou-se para o
Kosovo. ELK (Exército de Libertação do Kosovo), principalmente em guerrilhas. Albaneses
do Kosovo achavam que a única saída seria a separação. Comunidade internacional tava
falando que ia cobrar se ele continuasse a maltratar as pessoas no kosovo. “Milošević
isolou-se da opinião pública ocidental e superestimou a própria capacidade de manipular e
manobrar os estadistas internacionais” Tinha motivos pra se ver como um interlocutor
privilegiado, afinal tinha visita frequente de diplomatas amercinaos. O que rolou na Bósnia
deixou a comunidade int marcada. Em 98 Tribunal de Haia considerou ter jurisdição pra
julgar o que rolava no Kosovo. Eua queria que Milošević fosse indiciado por crimes de
guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Tava meio misto a opinião internacional se
devia ou não intervir. Impasse ia continuar se não fosse a série de massacres cometidos por
Belgrado no início de 99. “Em 24 de março, sem a autorização formal da ONU, navios,
aviões e mísseis da OTAN entraram em ação na Iugoslávia, para todos os efeitos, uma
declaração de guerra ao regime de Belgrado.” Durou pouco menos de três meses, OTAN
causou bastante dano a Sérvia. 9 de junho Belgrado concordou em se retirar do Kosovo.
ONU determinou a ocupação da provincia pela Força do Kosovo, comandada pela OTAN.
Declínio de Milošević. Seis meses depois de sair do cargo foi entregue pelo governo sérvio
para o Tribunal de Haia, onde foi julgado por gen e crimes de guerra (sérvios queriam
assistência econômica ocidental).
Muitos foram culpados pelas questões. ONU demorou pra reagir. Europeus também não se
mostraram muito a fim de se envolver. GB se mostrou indisposta a receber refugiados. EUA
foi quem mais se movimentou, mas também foi lentamente. Na Iugoslávia talvez só os
muçulmanos bósnios tiveram menos culpa. Maior responsabilidade cai sobre os sérvios e
Milošević. Talvez os sérvios tenham sido os que mais perderam. Ficaram bem mal depois das
guerras. (Mas foram muito escrotos). A Iugoslávia nem caiu nem morreu, foi empurrada e
morta.
Na Iugoslávia foi pior, mas a passagem do comunismo pra capitalismo foi difícil em toda
parte. Ninguém havia pensado nisso. Herança econômica foi a mais tangível. Incapacidade
econômica e irresponsabilidade ambiental. Mudança rápida (“big bang”) de um para o outro
ou mudança com cautela, ambas apresentavam problemas. Rússia viu sua economia encolher
por oito anos. Na Polônia foi onde a mudança big bang foi aplicada mais cedo e de forma
mais conscistente. Na Tchecoslováquia, Klaus, também fez uma terapia de choque pra mudar
a economia. Eslováquia, Romênia, Ucrânia foram mais cautelosos. Os que fizeram big bang
foram os que se recuperaram melhor. Diferença maior se dava entre centros urbanos
prósperos e zonas rurais negligenciadas e empobrecidas. Interessantes são as semelhanças:
romances com a economia de mercado, objetivos também eram similares, como a
liberalização de eco, transição pra alguma forma de livre-mercado e aceder a UE. As
diferenças eram baseadas em como dispor dos recursos pra fazer a mudança. Pessoas mais
bem capacitadas eram do Partido, que geriram seus Estados pós ruptura. Depois surgiram
uma nova geração. Começou a rolar muita privatização. Diferente do Ocidente, nos
ex-comunistas o capitalismo não veio acompanhado de leis, instituições, regulamentações e
práticas que davam legitimidade ao sistema. Privatização foi cleptocracia, um pequeno grupo
então enriqueceu com o roubo (Rússia foi o pior caso, seguida pela Ucrânia). Nepotismo
como no comunismo, mas com ganhos privados maiores. Não rolou nenhum apoio tipo um
Plano Marshall de apoio estrangeiro. Pessoas ficaram sem o apoio do estado comunista e com
um capitalismo fraco. Decréscimo na frequência dos cinemas mostra a queda da prosperidade
do povo. Na Letônia diminuíra 90%, Bulgária, 93%;Romênia, 94%; na Rússia, 96%, Polônia
caiu apenas 77%; na República Tcheca, 71%; e na Hungria, 51%. Na Eslovênia, a freqüência
praticamente não decresceu. Transformação difícil e incompleta. Transição para democracia
também não era algo fácil, algo totalmente confiado. Informação criou um hiato entre a
população (jovens mais cosmopolitas). “O nacionalismo e o comunismo tinham mais em
comum entre si do que com a democracia; os dois compartilhavam, digamos, uma “sintaxe”
política — ao passo que a linguagem do liberalismo era completamente diferente” Culpavam
o capitalismo e ocidente igualmente (comunismo e comunismo). Busca por recuperar respeito
internacional explica muito das políticas externas russas pós-soviéticas. Voltar a ser um país
grande. Nostalgia se via, por exemplo em pesquisas nas quais as pessoas falavam que a vida
era melhor pré 89 (com ressalva possibilidade de ir e vir, mídia eletrônica e lib de expressão).
Ex-comunistas se escondiam em um anti-americanismo, anti-europismo, anticapitalismo. Até
os intelectuais do período da mudança perderam popularidade no pós-comunismo,
principalmente porque seus pensamentos para a mudança baseada em “ética anti-comunista”,
“sociedade civil”, foram substituídas por questões práticas de reconstrução econômica.
Intelectuais tavam distantes da população; os que conseguiram seguir carreira política eram
de um segundo escalão, não dissidentes pré 89. Acerto de contas com o passado era difícil de
fazer, afinal os governos comunistas eram legítimos (considerados por pares internacionais),
então como punir quem exerceu ordem de um governo legítimo(?) Consenso tava por deixar
de lado a era Stalin mas cobrar quem veio depois (líderes comunistas tchecos que
colaboraram para esmagar a Primavera de Praga; policiais poloneses responsáveis pelo
assassinato do padre Popiełuszko, pessoal que deu ordem pra atirar no pessoal que tentasse
pular o muro de Berlim). O que fazer com os ex políticos e oficiais do regime comunistas?
Graças às polícias secretas e agências de segurança, muita gente se via obrigada a colaborar,
se não seria punida. Cada Estado ex-comunista lidou com essas questão da sua forma. Em
Rússia, Ucrânia, Moldávia e o que restou da Iugoslávia esse acerto de contas nunca rolou e
muito do pessoal antigo continuou no governo. Alemanha Oriental era minada pela Stasi
(maridos investigavam mulheres, professores alunos, padres paroquianos). Quando foram
revelados os dossiês da Stasi rolou altos problemas, pessoas descobriram por quem eram
investigadas. Pra evitar esses problemas alguns países decidiram não abrir as coisas. Na
Letônia, quem houvesse se envolvido com a KGB não poderia exercer cargo público por dez
anos. Em nenhum lugar o passado foi resolvido totalmente, mas na Tchecoslováquia rolou
controvérsia que transpôs o país. Lá Stalinismo chegou depois e durou mais. Rolou uma lei
(lei de Lustração) pra investigar as figuras públicas pra ver se tinha ligação com órgãos de
segurança, levou a muito abuso (políticos foram desacreditados, difamados). Lei de lustração
mostrou quem eram os informantes mas falava pouco de quem os recrutava, quem dava
ordens. Lustração se tornou um mecanismo político. Em 93 o Parlamento Tcheco considerou
o Partido Comunista como criminoso (mais retórica). Partido continuou popular.

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