Guia Enfrentamento Racismo - IMPRESSAO
Guia Enfrentamento Racismo - IMPRESSAO
Guia Enfrentamento Racismo - IMPRESSAO
Enfrentamento
ao Racismo
Institucional
UFSC
Esperamos que os textos incluídos
nesta publicação sejam relevantes
para as nossas ações de combate
ao racismo institucional e ajudem
as pessoas a reconhecê-lo e a
encontrar soluções que promovam
a equidade racial em nossa
comunidade universitária.
Apresentação
A Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE) e a Coor-
denadoria de Relações Étnico-raciais (COEMA), em mais uma ação antir-
racista, lança para a sua comunidade o Guia de Enfrentamento ao Racis-
mo Institucional da UFSC, como resultado de um processo de construção
coletiva da comunidade universitária e de movimentos negros da socie-
dade civil que resultou na aprovação da Resolução nº 175/Cun/2022,
que dispõe sobre a Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional,
em suas diferentes formas de manifestação e formas de enfrentamento,
no âmbito da Universidade.
Somando-se aos compromissos descritos nessa Resolução, e
como mais uma ação com vistas ao letramento racial para o combate do
racismo institucional, esse guia tem como objetivo principal sistemati-
zar os principais aspectos da referida Resolução, oferecendo subsídios
para que a comunidade compreenda como o racismo se manifesta e
construa, então, diagnósticos, planos de ação e indicadores que contri-
buam para a criação de um ambiente favorável à implementação dessa
Política, buscando consolidar a equidade racial.
Neste cenário, a presente produção tem como objetivo: conceituar,
definir e apontar as formas de racismo existentes, visando o seu reco-
nhecimento para então enfrentá-lo.
Este guia tem a intenção de fornecer subsídios para o seu enfrenta-
mento, buscando eliminar o racismo em nossos espaços.
Desejamos que toda UFSC tenha acesso e efetue a leitura deste
guia, pois entendemos que ele será um importante instrumento para
combater o racismo e tornar nossa Universidade mais equânime.
Uma ótima leitura!
Leslie Sedrez Chaves
Pró-Reitora de Ações Afirmativas e Equidade
Marilise Luiza Martins dos Reis Sayão
Diretora de Ações Afirmativas e Equidade
Bárbara Nobrega Simão
Coordenadora de Relações Étnicorraciais
4 | PROAFE / UFSC
• Enfrentamento ao racismo: combate sistemático das vio-
lências, com acolhimento, encaminhamentos administrativos e jurí-
dicos de crimes de racismo e de injúria racial.
6 | PROAFE / UFSC
O que é considerado um ato
ou comportamento racista?
Uma das principais dúvidas que se colocam no enfrentamento ao ra-
cismo é compreender o que é um ato ou comportamento racista, e de
que forma ele se manifesta, para então, após conhecido e reconhecido, se
possa agir para combatê-lo, dando-lhe os devidos trâmites institucionais.
Para começar, são considerados atos de racismo toda aquela mani-
festação que faça distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada
em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica e que tenha
por intenção anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em
igualdade de condições de direitos humanos e liberdades fundamentais.
Tais atos são praticados tanto no âmbito universitário, quanto fora
dele, e geralmente recorrem ao uso do arbítrio da violência, incluindo-se
humilhação, assédio moral, sexual, emocional ou psicológico.
Atos e comportamentos racistas também podem se dar das
seguintes formas:
• Racismo interpessoal: aquele que ocorre quando há com-
portamento depreciativo baseado em preconceitos relacionados às
características do fenótipo negro e indígena, ou pela inferiorização
atribuída em função de estereótipos racistas que violem a dignidade
da pessoa atacada e/ou do grupo racial a que a pessoa pertença.
8 | PROAFE / UFSC
• Racismo religioso: consiste na distinção, exclusão, restrição
ou preferência, incluindo-se qualquer manifestação individual, co-
letiva ou institucional, de conteúdo depreciativo, baseada em reli-
gião, concepção religiosa, credo, profissão de fé, culto, práticas ou
rituais, e que provoque danos morais ou materiais, atente contra
os símbolos e valores das religiões afro-brasileiras e crenças dos
povos indígenas, ou seja capaz de fomentar ódio religioso ou me-
nosprezo a essas religiões e seus adeptos. Por exemplo, relacionar
tais religiões com o charlatanismo.
• Racismo recreativo: consiste em práticas que promovam
uma política cultural baseada na utilização do humor como expres-
são e encobrimento da hostilidade racial. Temos como exemplo
todo aquele tipo de racismo “disfarçado” em piada, humor hostil e
brincadeiras camufladas de ofensas contra grupos específicos.
• Racismo linguístico: consiste no uso de linguagem e expres-
sões racistas imbuídas de carga pejorativa e degradante. É o tal
“racismo cordial”, que deriva desse tipo de racismo. Por exemplo,
dizer “ah, você é uma negra bonita” cria a percepção da necessida-
de de um adjetivo: “ela é negra, mas ela é bonita”.
• Racismo epistêmico: consiste na recusa e subvalorização da
produção de conhecimento que envolva repertório e cânones que
não sejam ocidentais. Um exemplo é quando nós nos apegamos
aos modelos de formação de conhecimento dos europeus, e des-
cartamos, desconsideramos, menosprezamos ou damos menos
atenção para conhecimentos não ocidentais.
10 | PROAFE / UFSC
Como podemos
combater o racismo?
Para você começar a combater o racismo, nas suas diferentes
formas de manifestação, indicamos que siga estes 4 passos:
1. Conhecer o racismo
nas suas diferentes formas!
Estude as leis de enfrentamen-
to e combate do racismo, as re-
soluções e políticas que dizem
respeito a isso. Racismo não é
passado, racismo é aprendido.
Adquira vocabulário racial. Há
cursos e capacitações ofereci-
das pela UFSC que envolvem
essa temática.
2. Identificar! Comece ques-
tionando: olhe e busque corres- Estude, questione,
pondência. Observe, escute,
sinta os indicadores de discri-
avalie, interprete,
minação. Avalie o contexto: atue, crie e participe!
identifique fatores de risco e
conflito. Interprete códigos ra-
cistas. Os cursos e capacitações oferecidos pela UFSC te auxilia-
rão no desenvolvimento dessa prática.
3. Atuar, no sentido de dar os devidos encaminhamentos! Não se
omita! Dê encaminhamento administrativo às denúncias. Notifique.
Encaminhe a pessoa vítima aos setores de acolhimento. Aja de
acordo com os fluxos, normativas e resoluções.
4. Engajar! Crie e participe de iniciativas, como comitês internos de
acompanhamento e avaliação da política, fomento de bolsas e pes-
quisas sobre relações étnico-raciais, grupos de diversidade, rodas
de conversa, coletivos, etc.
12 | PROAFE / UFSC
É fundamental que cada um de nós entenda
que é dever de toda a comunidade universitária
implementar as ações para enfrentamento do
racismo institucional.
• Ampliar a transparência sobre a desigualdade racial por meio de
censos das ações afirmativas e protocolos de divulgação de ações
de enfrentamento ao racismo;
• Garantir o cumprimento da reserva e a ocupação das vagas por
pessoas negras, quilombolas e indígenas em concursos públicos e
processos seletivos simplificados para servidores docentes e técni-
co-administrativos em Educação;
• Garantir que as vagas de ações afirmativas na educação básica,
graduação, pós-graduação, processos seletivos simplificados e
concursos públicos não ocupadas sejam redirecionadas para ou-
tras modalidades de cotas;
• Priorizar a convocação de pessoas negras, indígenas e quilombolas
aprovados em concurso para cargos de docentes diante de novas
vagas departamentais, até o cumprimento de no mínimo 20% de
representação nos departamentos de ensino;
• Garantir a reserva de no mínimo 20% (vinte por cento) de pessoas
negras, indígenas e quilombolas, em todas as instâncias deliberati-
vas da Universidade, dentre o número total das representações de
discentes, docentes e técnico administrativos de cada órgão;
14 | PROAFE / UFSC
• Fomentar práticas bibliotecárias antirracistas mantendo acervos di-
versificados e atualizados no que se refere à temática das relações
étnico-raciais em todas as bibliotecas da instituição e, ainda, am-
pliar e fortalecer as plataformas virtuais de acesso a obras produzi-
das por intelectuais negros/as/es, quilombolas e indígenas, visando
a valorização de saberes não hegemônicos.
• Manter e ampliar programas de reserva de vagas para discentes em
todas as suas formas de ingresso, na educação básica, graduação,
pós-graduação e em vagas de estágio.
• Promover e ampliar a reserva mínima de 20% (vinte por cento) de va-
gas em todas as modalidades de bolsas acadêmicas como pesquisa,
estágio, extensão, monitoria, tutoria, iniciação científica, pós-gradu-
ação e nos programas de intercâmbio para discentes da instituição.
• Implantar a Cátedra de Combate ao Racismo e Promoção da
Igualdade Racial.
16 | PROAFE / UFSC
ouvidoria.ufsc.br
Sofri racismo na UFSC,
preciso de ajuda, e agora?
O acolhimento às vítimas de ra-
cismo na UFSC cabe ao Serviço de
Acolhimento às Vítimas de Violên-
cias (SEAVis) da PROAFE, em diálo-
go com demais setores e atores ins-
titucionais. O acolhimento se dá por
meio de uma escuta inicial, de atendimento psicossocial e de orientação
à pessoa vítima sobre os fluxos administrativos diante do caso, de for-
ma interseccional e com a garantia de sigilo e acompanhamento na vida
estudantil e laboral.
O SEAVis também promove o trabalho com os demais atores, re-
des de atendimento e outros serviços de proteção social, internos e
externos à UFSC, para o estabelecimento de estratégias de intervenção
individuais e coletivas a longo prazo. Além disso, atua para articular e
apoiar ações educativas que visam prevenir a repetição de violências,
por meio da circulação da fala, da conscientização e da promoção de
uma cultura de respeito na Universidade.
Todo esse processo deverá ocorrer de modo a contemplar todas as
medidas de acessibilidade disponíveis na Universidade. Cada campus
da UFSC, por meio de suas direções de unidade, deverá estabelecer e/
ou indicar as estruturas para o acolhimento local, por meio de pessoas
de referência que vão se relacionar diretamente com o SEAVis.
18 | PROAFE / UFSC
Utilize este QR-code para acessar o
MANUAL DE PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR DE DISCENTE (PDD) para orientações
detalhadas a respeito dos procedimentos relativos a
denúncias contra estudantes.
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