Racismo Estrutural

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RACISMO ESTRUTURAL

Antes de tratar sobre o racismo estrutural faz-se necessário conhecermos


o conceito de alguns termos relacionados a esse assunto como: preconceito,
racismo e estrutura.
Segundo o Dicionário Aurélio, preconceito é um juízo de valor
preconcebido sobre algo ou alguém é um prejulgamento e o temo racismo é um
preconceito e discriminação direcionados a quem possui uma raça ou etnia
diferente, geralmente se refere à segregação racial e o termo estrutura se refere à
maneira como algo é construído, organizado ou disposto.
Assim racismo estrutural trata-se da maneira que o racismo foi e está
organizado no Brasil produzindo assim segregação racial.

Racismo é a denominação da discriminação e do preconceito (direta ou


indiretamente) contra indivíduos ou grupos por causa de sua etnia ou cor.
conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre
as etnias.

doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e
superior) de dominar outras.

Racismo e preconceito
Não podemos resumir preconceito a racismo, visto que o
preconceito pode advir de várias outras diferenças, como gênero,
local de origem e orientação sexual. Porém, o racismo é uma forma
de preconceito e, como as outras formas, manifesta-se de diversas
maneiras, fazendo vítimas todos os dias.

É importante ressaltar que o preconceito é uma forma de conceito ou juízo


formulado sem qualquer conhecimento prévio do assunto tratado, enquanto a
discriminação é o ato de separar, excluir ou diferenciar pessoas ou objetos.
A educação sobre o racismo também é uma forma de lutar contra ele. O termo é
uma denominação para a discriminação contra indivíduos ou grupos por causa
de sua etnia ou cor. Mas não é só isso! Muitas atitudes escondem práticas racistas,
que não são reconhecidas como tal. 

O racismo estrutural é um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido


em nossos costumes que promove, direta ou indiretamente, a segregação racial.
Ele permeia todas as estruturas da sociedade, seja na política, educação, economia
ou saúde. 

Por ser uma maneira mais “velada”, e até imperceptível, essa forma de racismo
tende a ser ainda mais perigosa. Isso porque inclui comportamentos que
consideramos normais e naturais, mas que fazem parte de uma herança racista, que
acompanha a nação brasileira desde a colonização.

Tipos de racismo
→ Preconceito e discriminação racial ou crime de ódio racial
Nessa forma direta de racismo, um indivíduo ou grupo manifesta-se de forma
violenta física ou verbalmente contra outros indivíduos ou grupos por conta da etnia,
raça ou cor, bem como nega acesso a serviços básicos (ou não) e a locais pelos
mesmos motivos. Nesse caso, a lei 7716, de 1989, do Código Penal brasileiro prevê
punições a quem praticar tal crime.

→ Racismo institucional
De maneira menos direta, o racismo institucional é a manifestação de preconceito
por parte de instituições públicas ou privadas, do Estado e das leis que, de forma
indireta, promovem a exclusão ou o preconceito racial. Podemos tomar como
exemplo as formas de abordagem de policiais contra negros, que tendem a ser mais
agressivas. Isso pode ser observado nos casos de Charlottesville, na Virgínia
(EUA), quando após sucessivos assassinatos de negros desarmados e inocentes
por parte de policiais brancos, que alegavam o estrito cumprimento do dever, a
população local revoltou-se e promoveu uma série de protestos.
→ Racismo estrutural
De maneira ainda mais branda e por muito tempo imperceptível, essa forma de
racismo tende a ser ainda mais perigosa por ser de difícil percepção. Trata-se de um
conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes e que
promove, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Podemos
tomar como exemplos duas situações:

1. O acesso de negros e indígenas a locais que foram, por muito tempo,


espaços exclusivos da elite, como universidades. O número de negros que
tinham acesso aos cursos superiores de Medicina no Brasil antes das leis de
cotas era ínfimo, ao passo que a população negra estava relacionada, em sua
maioria, à falta de acesso à escolaridade, à pobreza e à exclusão social.
2. Falas e hábitos pejorativos incorporados ao nosso cotidiano tendem a
reforçar essa forma de racismo, visto que promovem a exclusão e o
preconceito mesmo que indiretamente. Essa forma de racismo manifesta-se
quando usamos expressões racistas, mesmo que por desconhecimento de sua
origem, como a palavra “denegrir”. Também acontece quando fazemos piadas
que associam negros e indígenas a situações vexatórias, degradantes ou
criminosas ou quando desconfiamos da índole de alguém por sua cor de pele.
Outra forma de racismo estrutural muito praticado, mesmo sem intenção
ofensiva, é a adoção de eufemismos para se referir a negros ou pretos, como
as palavras “moreno” e “pessoa de cor”. Essa atitude evidencia um desconforto
das pessoas, em geral, ao utilizar as palavras “negro” ou “preto” pelo estigma
social que a população negra recebeu ao longo dos anos. Porém, ser negro ou
preto não é motivo de vergonha, pelo contrário, deve ser encarado como
motivo de orgulho, o que derruba a necessidade de se “suavizar” as
denominações étnicas com eufemismos.
Leia também: Os Panteras Negras e a luta racial nos EUA
Racismo e preconceito
Não podemos resumir preconceito a racismo, visto que o preconceito pode advir
de várias outras diferenças, como gênero, local de origem e orientação sexual.
Porém, o racismo é uma forma de preconceito e, como as outras formas, manifesta-
se de diversas maneiras, fazendo vítimas todos os dias.
Segundo a Revista Retratos, seção do site Agência de Notícias IBGE, vinculado ao
Governo Federal, no senso do IBGE de 2016, os autodeclarados pretos ou
pardos ainda eram maioria nos índices de analfabetismo e desemprego e obtinham
menor renda mensal. Isso implica, segundo o site, a manutenção de um sistema
excludente, que só poderia ser resolvido, segundo o Prof. Dr. Otair Fernandes,
sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Leafro/UFRRJ), com a adoção de
políticas públicas afirmativas para valorizar quem foi sistematicamente marginalizado
e excluído da sociedade durante tanto tempo. Nesse caso, seriam necessárias mais
que atitudes individuais (de conscientização), mas uma atuação dos poderes
públicos para promover políticas de inserção e não exclusão dos pretos e pardos no
Brasil.
O preconceito racial não é exclusivo do Brasil, visto que, em maior ou menor
escala, todos os países colonizadores e colonizados apresentam, em algum grau,
índices de preconceito racial contra negros ou, no caso de países colonizados,
nativos daquele local. Também é importante ressaltar que uma ação de preconceito
somente é considerada racista quando há uma utilização sistêmica e baseada em
uma estrutura de poder e dominação contra a etnia da vítima.
Leia também: Feminicídio: o que é, lei, casos no Brasil e tipos
REFERÊNCIAS

DICIO. Dicionário On line de Portugês. https://www.dicio.com.br/aurelio-2/

Brasil Escola: Racismo https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm

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