25816-Texto Do Artigo-96520-1-10-20240130

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Comissão Editorial: Natália Garcia Pinto (UFPel)
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Prof. Dr. Aristeu Elisandro Machado Lopes
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Paulo Luiz Crizel Koschier
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respectivos autores. Salvo informação explícita em contrário, o(a)(s) autor(a) (es)
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padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são
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e exclusiva responsabilidade dos mesmos.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
PRESENTATION
Claudia Daiane Garcia Molet | Natália Garcia Pinto 08
HISTÓRIA EM REVISTA: UM BREVE HISTÓRICO E ALGUNS NÚMEROS
HISTORY IN REVIEW: A BRIEF HISTORY AND SOME NUMBERS
Lorena Almeida Gill | Paulo Koschier 12
“SOU FRUTO LONGÍNQUO DA RAIZ LUIZA”: FAMÍLIA E TERRITORIALIDADES
NEGRAS A PARTIR DO QUILOMBO RINCÃO DOS FERNANDES
“I AM FAR DESCENDING OF ROOT LUIZA”: FAMILY AND BLACK
TERRITORIALITIES FROM THE QUILOMBO RINCÃO DOS FERNANDES
Vanessa Flores dos Santos | Franciele Rocha de Oliveira 17

QUILOMBOS RINCÃO DOS CAIXÕES E LINHA FÃO: O ESTAR NO MUNDO DE


UM TERRITÓRIO NEGRO NO PLANALTO DO RIO GRANDE DO SUL (DO SÉCULO
XIX AO TEMPO PRESENTE).
QUILOMBOS RINCÃO DOS CAIXÕES AND LINHA FÃO: BEING IN THE WORLD OF A
BLACK TERRITORY ON THE RIO GRANDE DO SUL PLATEAU (FROM THE 19TH
CENTURY TO THE PRESENT TIME)
Maria do Carmo Moreira Aguilar 36

CONTANDO TEMPOS E ARRANJANDO ESPAÇOS: ALGUMAS PROPOSTAS DE


PERIODIZAÇÃO DOS MOCAMBOS E QUILOMBOS, SÉCS. XVIII-XXI
COUNTING TIMES AND ARRANGING SPACES: SOME PROPOSALS FOR THE
PERIODIZATION OF MOCAMBOS AND QUILOMBOS, 19TH CENTURY. XVIII-XXI
Claudia Daiane Garcia Molet | Flávio Gomes 59

QUILOMBOS: ORGANIZAÇÕES SOCIAIS INTERÉTNICAS


QUILOMBOS: INTERETHNIC SOCIAL ORGANIZATIONS
Jamille Pereira Pimentel dos Santos 77
“GUARDEI PRA LEMBRANÇA”: MEMÓRIAS DO RITUAL DO ENSAIO DE
PAGAMENTO DE PROMESSA DE QUICUMBI DA IRMANDADE DE NOSSA
SENHORA DO ROSÁRIO (TAVARES/RS)
"I KEPT IT AS A MEMORY": MEMORIES OF THE ENSAIO DE PAGAMENTO DE
PROMESSA RITUAL OF QUICUMBI FROM THE BROTHERHOOD OF NOSSA
SENHORA DO ROSÁRIO (TAVARES/RS)
Luciene Mourige Barbosa 92
TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE QUILOMBOLA: UMA ANÁLISE
SOCIOETNOCULTURAL DA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E DAS FESTAS, FOLIAS E
REZAS
QUILOMBOLA TERRITORY AN TERRITORIALITY: A SOCIO-ETHNOCULTURAL
ANALYSIS OF FOOD PRODUCTION AND PARTIES, REVELRY AND PRYERS
TERRITORIO Y TERRITORIALIDAD QUILOMBOLA: UM ANÁLISIS
SOCIOETNOCULTURAL DE LA PRODUCCIÓN DE ALIMENTOS Y FIESTAS, JOLGORIO
Y ORACIONES
Hélio Rodrigues dos Santos | Ana Tereza Ramos de Jesus Ferreira | Geraldo Eustáquio
Moreira 114

FESTA E POLÍTICA: UMA ANÁLISE DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO


PRATIGI (BA)
PARTY AND POLITICS: AN ANALYSIS OF THE QUILOMBOLA COMMUNITY OF
PRATIGI (BA)
Fábio Júnior da Luz Barros 138

TRAJETÓRIA DE VIDA E IDENTIDADE PARA DUAS MULHERES NEGRAS, MÃE E


FILHA DO QUILOMBO MANOEL DO REGO, CANGUÇU/RS
TRAJETÓRIA IN LIFE AND IDENTITY FOR TWO WOMEN BLACK MOTHER AND
DAUGHTER OF QUILOMBO MANOEL OF TRENCH CANGUÇU/RS
Nara Beatriz Matias Soares | Marcus Vinicius Spolle 158

RESISTÊNCIA E IDENTIDADE: ANÁLISE DE COMO A ESCOLA ATUA NO


PROCESSO IDENTITÁRIO QUILOMBOLA EM HELVÉCIA
RESISTANCE AND IDENTITY: ANALYSIS OF HOW THE SCHOOL WORKS IN THE
QUILOMBOLA IDENTITY PROCESS IN HELVÉCIA
Julia Silva da Ressurreição | Magno Santos Batista 177
O FÓRUM DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO LITORAL MÉDIO COMO
INSTRUMENTO DE CONQUISTA DE DIREITOS!
THE FORUM OF QUILOMBOLA COMMUNITIES OF THE MIDDLE COAST AS AN
INSTRUMENT FOR GAINING RIGHTS!
Jorge Amaro de Souza Borges 188

ARTIGOS LIVRES
ABORDAGENS HISTÓRICAS SOBRE O LITORAL DO PIAUÍ, NICOLAU DE
REZENDE, RIO PARNAÍBA E A CARTOGRAFIA NACIONAL
HISTORICAL APPROACHES TO THE COAST OF PIAUÍ, NICOLAU DE REZENDE,
PARNAÍBA RIVER AND NATIONAL CARTOGRAPHY
Maria Natielly Soares Campos | Johny Santana de Araújo 212

A ATUAÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) NAS DIFERENTES


CONJUNTURAS POLÍTICAS ATÉ O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964
THE PERFORMANCE OF THE BRAZILIAN COMMUNIST PARTY IN DIFFERENT
POLITICAL SITUATIONS UNTIL THE CIVIC-MILITARY DICTATORSHIP OF 1964
Renato da Silva Della Vechia | Alana Huttner Wolter | Igor Venzke Pinheiro 229
DISCUTINDO A DITADURA MILITAR BRASILEIRA EM AULAS DE HISTÓRIA:
SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS COM O USO DO VÍDEO
DISCUSSING THE BRAZILIAN MILITARY DICTATORSHIP IN HISTORY CLASSES:
DIDACTIC SEQUENCES USIN VIDEO
Cláudio Alves Pereira | Daniel Aparecido Ferreira 248
OS COLÉGIOS NA PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL
NO SÉCULO XIX
THE SCHOOLS IN THE PROVINCE OF SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL
IN THE 19TH CENTURY
Eduardo Arriada | Chéli Nunes Meira 265
HISTÓRIA EM REVISTA: UM BREVE HISTÓRICO E ALGUNS NÚMEROS
HISTORY IN REVIEW: A BRIEF HISTORY AND SOME NUMBERS

Lorena Almeida Gill1


Paulo Koschier2

A ideia de se pensar sobre alguns dados relacionados ao periódico História em


Revista (HR) surgiu durante um debate promovido pela 53ª Conferência anual do International
Institute of Social History (IALHI), realizado no mês de setembro de 2023, em Buenos Aires,
Argentina.
Durante a mesa Publishing Labour History: Achievements, Challenges, and Future Plans
of Open-Access Journals in South America e, no decorrer das discussões, vários editores buscaram
compreender quem eram os interessados em publicar em suas revistas, bem como quem era
o público leitor e, a partir desta conversa, surgiu a ideia de se observar, também, algumas
métricas que acompanhavam o periódico do Núcleo de Documentação Histórica da UFPel
– Profa. Beatriz Loner (NDH-UFPel)3, nos seus anos de existência.
Desde o ano de 1994, quando o primeiro volume História em Revista foi
lançado, até 2023, já foram publicadas 34 edições diferentes, em 29 volumes, isto porque em
alguns anos houve uma descontinuidade com a publicação de apenas um volume ao ano ou
até mesmo, de nenhuma edição. Entre 1994 e dezembro de 2017 editamos 20 volumes em
23 números, organizados por 23 editores (editoras). Nessas edições foram publicados 251
artigos, por 286 autores (autoras).
O fato é que manter uma revista em funcionamento, com duas edições anuais é
bastante difícil, sobretudo pela falta de apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel),
que não destina servidores técnicos-administrativos específicos para a tarefa ou ainda não
fornece recursos adequados para que um periódico seja mantido, como a compra de DOI’s
e uma infraestrutura de rede e atualização do sistema Open Journal Systems (OJS), por exemplo.
A partir de diálogos com editores de outros periódicos de universidades e com equipes
técnicas de várias instituições, responsáveis por manter suas publicações, tem-se a percepção
de que o caso observado por nós, da HR, está mais próximo de ser uma regra do que exceção
– não raras vezes compartilhamos relatos que apontam o quanto importantes publicações
nacionais são, na realidade, mantidas pelo trabalho de seu (sua) editor (editora), sem muito
apoio institucional.
A intenção deste pequeno texto é apresentar, portanto, alguns números
relacionados às mudanças que se está realizando com o objetivo de qualificar o trabalho de

1 Professora Titular do Departamento de História da UFPel. Editora da História em Revista.


2 Historiador do NDH-UFPel. Membro da Comissão Editorial.
3 Para conhecer um pouco mais do NDH e do seu acervo ver, dentre outros: GILL e LONER (2014) e

KOSCHIER (2019).
História em Revista, Pelotas, 12-16, v. 29/1, jan./2024
Artigo Recebido em 04/12/2023. Aprovado em 28/12/2023
13 Lorena Almeida Gill | Paulo Koschier
editoria da HR, em especial a partir do ano de 2018, quando efetivamente conseguimos
tornar a HR uma publicação semestral.
Antes disso é preciso se dizer que uma das primeiras ações para qualificar o
periódico foi a ampliação do conselho editorial, cujo objetivo é ser um grupo mais atuante,
que auxilie no bom funcionamento cotidiano da revista. Atualmente o conselho é
composto por 29 pesquisadores de 6 países diferentes: Brasil, Chile, Estados Unidos,
Portugal, Argentina e Itália.
A segunda ação foi construir dois dossiês específicos para serem lançados por
ano, sempre com temáticas relevantes para a área da História e para as pesquisas de interesse
do NDH, do PPGH-UFPel e dos cursos de História (Licenciatura e Bacharelado), da UFPel.
A publicação que inaugurou este modelo foi a de número 24, volume 1, de agosto de 2018,
que versou sobre História da Educação e Ensino de História e publicou 8 artigos, assinados
por 12 autores (autoras). De fato, ao longo de seus 29 anos, a HR publicou 22 dossiês que
transitaram entre temas como escravidão, historiografia, etnias, cidade, saúde, a Guerra do
Contestado, história oral, história das mulheres e gênero, cultura e arte, trabalhadores e
trabalhadoras e, com exceção de anais de eventos, com 4 dossiês, aquele tema que mais
repercute entre editores (editoras) de nossa publicação, que é exatamente o da educação e do
ensino de história, também com 4 dossiês.
A partir da definição de 2 dossiês por ano, os resultados obtidos mostram a
importância de HR para a historiografia nacional: publicamos 116 artigos em 6 volumes e 11
números (o último a presente edição); tivemos 189 autoras (autores) publicados e 29
pesquisadores (pesquisadoras) assinaram a edição dos dossiês. A HR tem se mostrado uma
publicação eminentemente feminina nesse período: foram 16 editoras (13 editores) e 133
autoras (56 autores).
Tal situação de ser um periódico com mais autoras mulheres do que homens
difere da realidade de muitas revistas que, no encontro de Buenos Aires, por exemplo,
anunciaram que a pretensão era buscar construir um número mais representativo de
mulheres como autoras para os seus respectivos periódicos.
Trata-se de uma conjuntura que vem sendo pensada por vários grupos dentre
eles o movimento Parent in Science4, que discute os impactos da chamada parentalidade para
se fazer ciência no Brasil.

Mundialmente, a participação das mulheres na ciência é menor que a dos homens,


diminuindo ainda mais nas posições de poder, em cargos de liderança e de tomada
de decisão. Embora, no Brasil, estejamos caminhando para um número semelhante
de cientistas homens e mulheres, a progressão na carreira científica é mais lenta e
difícil para elas. Diversos cargos relacionados à academia e à ciência nunca foram
ocupados por mulheres, de tal forma que se encontram mais mulheres na base da
carreira científica brasileira, enquanto no topo, mais homens – o conhecido efeito-
tesoura (CARPES et. al., 2022, p. 1).

4 Para saber mais ver https://www.parentinscience.com/ Acesso em 4 de dezembro de 2023.


14 HISTÓRIA EM REVISTA: UM BREVE HISTÓRICO E ALGUNS NÚMEROS
Em termos de artigos publicados, a média é de 17,3 por número, tendo sido o dossiê
História da Saúde, da Doença e da Assistência o que mais recebeu contribuições: 21 artigos,
assinados por 34 autoras (autores). Esse expressivo número de textos pode ser creditado,
para além da importância do tema, às questões vinculadas à pandemia de COVID-19 (2020-
2023)5 e ao fato do dossiê ter sido organizado por pesquisadores de três instituições
diferentes: Museu de História da Medicina, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e
Museu da Unimed.

Imagem 1: Nuvem de palavras com principais temas discutidos em HR a partir de dezembro de 2018.
Fonte: Elaboração dos autores.

5Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pandemia de COVID-19 compreendeu o período de 11 de março


de 2020, quando foi considerada uma doença pandêmica, e 05 de maio de 2023, data em que a organização
descaracterizou a enfermidade como tal.
15 Lorena Almeida Gill | Paulo Koschier
Como pode ser observado na nuvem de termos acima, produzida com dados
retirados dos títulos dos artigos publicados dos volumes 24.1 (dezembro de 2018) a 29.1
(janeiro de 20246), o foco da HR mantém-se no estudo da escravidão e pós-abolição, ensino
de história, questões de gênero, memória, cultura, história da saúde e doença, história do
trabalho e dos (as) trabalhadores (as), história regional (em que pese não estar vinculada
especificamente à história da região sul do Rio Grande do Sul) e história de Pelotas-RS7.
Para o futuro pretende-se, também, fazer os lançamentos de cada dossiê, com a
realização de uma atividade on-line datada, na qual participem, pelo menos, dois autores (as)
de estudos considerados de excelente qualidade, na perspectiva de publicizar ainda mais o
volume.
No tocante aos indexadores, atualmente a História em Revista está em várias bases
de dados: Worldcat, Online Computer Library Center, Latindex, Livre: Revistas de Livre
Acesso, International Standard Serial Number, Wizdom.ai, Zeitschriften Datenbank, Google
Scholar, Crossref, Miguilim e Latindex Catálogo, o que facilita que os textos sejam mais
divulgados.
A qualificação da História em Revista faz parte de todo um processo em curso dentro
do NDH, que busca tornar mais visível o que é produzido no âmbito da academia. Ainda
que a História Pública possa ser pensada através de diversas perspectivas (ROVAI, 2020), o
esforço que o NDH tem feito é no sentido de estabelecer conexões com grupos distintos,
especialmente aqueles vinculados à comunidade externa, que tenha interesse em acessar os
nossos acervos e/ou a análise feita sobre eles, com um intuito de construir um cenário de
que o conhecimento gerado em uma universidade financiada a partir de recursos públicos
possa ser aproveitado pela população da maneira como julgar conveniente.

6 Cabe aqui uma ressalva quanto a data de publicação do presente volume. Inicialmente ele seria publicado em
dezembro de 2023, mantendo a periodicidade de dois números por ano. Contudo, por orientação do Núcleo
de Apoio a Periódicos da UFPel, fomos comunicados de que, para acessar os editais de conceção de DOI’s,
precisaríamos ter os dois números de um volume dentro do mesmo ano civil, ou seja, precisaríamos que o
volume 21, número 1 e o volume 29, número 2 fossem publicados em 2024, assim como os próximos também
deverão seguir essa regra. Assim, a periodicidade de HR manter-se-á semestral, com um número em janeiro e
outro em julho de cada ano.
7 Aqui cabe ressaltar que nos anos iniciais da História em Revista os estudos focados em observar a história da

cidade de Pelotas eram mais frequentes. Com o passar dos anos e a consolidação de HR no cenário acadêmico
nacional, estudos baseados em objetos de caráter nacionais ou mesmo internacionais passaram a ser a
preponderância das pesquisas divulgadas no periódico.
16 HISTÓRIA EM REVISTA: UM BREVE HISTÓRICO E ALGUNS NÚMEROS
Referências Bibliográficas:
CARPES, Pâmela; STANISCUASKI, Fernanda; OLIVEIRA, Letícia e SOLETTI, Rossana.
Parentalidade e carreira científica: o impacto não é o mesmo para todos. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, Brasília, 31(2):e2022354, 2022.
https://www.scielo.br/j/ress/a/c7TkCBBBsYtF7nhnsDmZ83n/?format=pdf&lang=pt
Acesso em 30 de novembro de 2023.
GILL, Lorena e LONER, Beatriz. O Núcleo de Documentação Histórica da UFPel e seus
acervos sobre questões do trabalho. Revista Esboços, Florianópolis, v. 21, n. 31, p. 109-
123, ago. 2014. https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/2175-
7976.2014v21n31p109/28464 Acesso em 27 de novembro de 2023.
KOSCHIER, Paulo. Guia do Arquivo da Justiça do Trabalho de Pelotas. Núcleo de
Documentação Histórica da UFPel – Professora Beatriz Loner. Revista Mundos do
Trabalho, Florianópolis, vol. 11, 2019, p. 1-20.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-
9222.2019.e67117/42099 Acesso em 27 de novembro de 2023.
ROVAI, Marta. História Pública: um desafio democrático aos historiadores In: REIS, Tiago
(Org): Coleção História do Tempo Presente, volume 2. Boa Vista: Editora da UFRR,
2020.

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