XXV CONIRD - Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 A 13 de Novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE
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RESUMO: A cana-de-açúcar é uma das culturas que mais sofrem com a baixa
disponibilidade hídrica, para amenizar esse problema uma das alternativas é o uso da
irrigação. O trabalho tem como objetivo avaliar parâmetros biométricos (altura da planta,
diâmetro do caule e área foliar) da cana-de-açúcar submetida a diferentes regimes de déficit
hídrico. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 10
tratamentos de déficit hídrico nas diferentes fases de desenvolvimento da planta (100% ETc,
55, 70, 85% na Fase I, 55, 70, 85% da ETc na Fase II, 55%, 70% e 85% ETc da Fase III) e 3
repetições, totalizando 30 parcelas. As plantas sofrem efeito no seu crescimento (altura da
planta) quando passam déficit hídrico na Fase I. A área foliar foi prejudicada com déficit
hídrico em todas as fases de desenvolvimento da cana-de-açúcar.
Palavras chaves: Saccharum officinarum, manejo de irrigação, crescimento
ABSTRACT: The sugarcane is a crop most affected by low water availability, to mitigate
this problem one of the alternatives is the use of irrigation. The study aims to evaluate
biometric parameters (plant height, stem diameter and leaf area) of the sugarcane subjected to
water stress regime. The experimental design was randomized blocks with 10 treatments of
water deficit at different stages of plant development (100% ETc, 55, 70, 85% in Phase I, 55,
70, 85% of ETc in Phase II, 55 %, 70% and 85% ETc Phase III) and 3 repetitions, totaling 30
installments. Plants suffer effect on growth (plant height) as they pass water deficit in Phase I.
The leaf area was hampered by drought at all stages of development of sugarcane.
Key words: Saccharum officinarum, irrigation management, growth
1
Pesquisador, Embrapa Semiárido, Petrolina - PE. email: [email protected]
2
Doutorando em Engenharia Agrícola - UFRPE - DTR, Recife, PE.
3
Biólogo, Bolsista Embrapa – UPE, Petrolina, PE.
4
Mestrando em Engenheiro Agrícola, UNIVASF, Petrolina, PE.
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INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum), com
produção de 653,8 mil toneladas, numa área de 8,89 mil hectares, na safra de 2013/2014. A
Região Centro-Sul participa com 90,86% do percentual nacional e detém aproximadamente
87,36% da área plantada com esta cultura no país. O estado de São Paulo é o maior produtor
representando 55,17% da safra nacional, enquanto as Regiões Norte-Nordeste detêm apenas
9,14%. A área plantada com cana-de-açúcar no Brasil aumentou 4,8% (408,3 mil hectares) em
relação à da safra anterior, com uma previsão de produtividade média nacional de
aproximadamente 73,5 ton ha-1 (CONAB, 2014).
Apesar da região Nordeste do Brasil possuir características edafoclimáticas, como solos
com baixa fertilidade e irregularidade na distribuição das chuvas, que limitem a produção
agrícola, também apresenta elevada incidência de radiação, fator esse que garante alto
potencial produtivo de cana-de-açúcar para a região, havendo, evidentemente, um manejo
correto da irrigação e da adubação (OLIVEIRA & BRAGA, 2011).
Regiões áridas, semiáridas ou com distribuição pluviométrica irregular tornam limitante
o crescimento vegetal, devido à falta de água no solo, gerando efeitos letais que afetam
diretamente a produtividade (LECHINOSKI et al., 2007). O estresse provocado pelo déficit
hídrico gera efeitos em toda a planta, como as respostas morfológicas, fisiológicas e
bioquímicas.
A cana-de-açúcar é uma das culturas que mais sofrem com a baixa disponibilidade
hídrica (VENKATARAMANA et al., 1986). Para anemizar esse problema uma das
alternativas é o uso da irrigação (INMAN-BAMBER, 2004). Quando sofre estresse hídrico, a
cana apresenta algumas modificações específicas como altura de plantas, número e diâmetro
de colmos, número de folhas verdes e área foliar, dentre outras (SILVA et al., 2008),
Diante do exposto, esse trabalho tem como objetivo avaliar parâmetros biométricos
(altura da planta, diâmetro do caule e área foliar) da cana-de-açúcar submetida a regimes
déficit hídrico.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado entre julho de 2013 a junho de 2014, em uma área experimental
de cana-de-açúcar pertencente à Empresa Agroindústrias do Vale do São Francisco -
AGROVALE, situado no município de Juazeiro/BA. O clima da região, segundo Köppen é do
tipo BSWh, tropical Semiárido.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a figura 1, verificou-se que o estresse hídrico afetou a altura das plantas
nos tratamentos que se encontram na fase I (85% ETc ) e fase II (85% e 70% ETc). A redução
no crescimento das plantas nessas fases tem mostrado a influência e a importância da
disponibilidade de água nesse período. Inman-Bamber & Smith (2005) relatam que a
susceptibilidade da cana-de-açúcar à deficiência hídrica é maior quando as plantas estão na
fase de alongamento dos colmos, o que causa sérios prejuízos na produção de fitomassa e no
rendimento de sacarose.
Os maiores resultados foram encontrados nos tratamentos da fase III (85, 70 e 55%
ETc), com médias de 307,64, 315,17 e 320,83 cm. Machado et al (2009) trabalhando com os
genótipos IACSP 94-2094 e IACSP 96-2042 sob estresse hídrico, encontraram altura de
plantas variando de 112 cm (1ª avaliação) a 326 (4ª avaliação).
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350 a a a a
a a
300 b b
b b
Com base na Figura 2, notou-se que não ocorreu diferença estatística entre os
tratamentos estudados. Batista (2013) trabalhando com as variedades RB867515 e RB855536,
em regime de sequeiro e irrigada, registrou diâmetros de 28 e 35 mm, respectivamente.
Dantas Neto et al. (2006) trabalhando com cana-de-açúcar, em ciclo de primeira soca, com
níveis de irrigação, verificaram diâmetros do colmo de 24 cm na lâmina com 1343 mm.
Moura (2003) pesquisando a cultura da cana-de-açúcar (1ª soca) variedade SP-791011,
constatou que o diâmetro com regime de irrigação foi de 23,9 mm e, sem irrigação, de 20,8
mm.
27 a
a
26 a a a
Diâmetro do colmo (mm)
a a a
25
a
a
24
23
22
21
20
100 85 70 55 85 70 55 85 70 55
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O tratamento 100% ETc foi superior estatisticamente aos demais, com valor de área
foliar de 4622,21 cm2. Foi verificado os menores valores de área foliar nos 70% da ETc na
Fase II e III (3158,51 e 2989,92 cm2, respectivamente) (Figura 3). Reduções significativas na
área foliar também foram encontradas por Smit & Singels (2006) e Gonçalves (2008) em
cultivares de cana-de-açúcar submetida à deficiência hídrica, na África do Sul e no Brasil,
respectivamente. Esta característica pode ser um sugestivo de tolerância à deficiência hídrica,
assim como número de folhas verdes (SMIT & SINGELS, 2006), devido à interdependência
entre as variáveis, pois cultivares com maior número de folhas verdes possui maior área
foliar.
5000 a
b b b b
4000 b
b b
Área foliar (cm²)
b b
3000
2000
1000
0
100 85 70 55 85 70 55 85 70 55
CONCLUSÃO
As plantas sofrem efeito no seu crescimento (altura da planta) quando submetidas à
déficit hídrico na primeira fase de desenvolvimento.
A área foliar foi prejudicada com déficit hídrico em todas as fases de desenvolvimento
da cana-de-açúcar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA, L. M. T. Avaliação morfológica da cana-de-açúcar sob diferentes regimes
hídricos. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade de Brasília/Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária. Brasília – DF. 2013.
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