Grades, Rosalind Krauss, (1978) - Textos e Textos
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textos e textos
Ainda assim é seguro dizer que nenhuma forma dentro de toda a produção estética modernista
se sustentou tão implacavelmente enquanto, ao mesmo tempo, mantendo-se tão impenetrável a
mudanças. Não é apenas o número total de carreiras que foram devotadas a exploração da
grade que é impressionante, mas o fato desta exploração ter escolhido um campo tão pouco
fértil. Como as experiências de Mondrian amplamente mostram, desenvolvimento é
precisamente o que a grade resiste. Mas ninguém parece ter se detido diante deste exemplo e a
prática modernista continuou a gerar cada vez mais instâncias de grades.
Existem duas maneiras com as quais a grade funciona para declarar a modernidade da arte
moderna. Uma é espacial; a outra temporal. No sentido espacial, a grade atesta para a
autonomia do reino da arte. Achatada, geometrizada, ordenada, ela é antinatural, antimimética,
antirreal. É assim que arte se parece quando ela dá as costas à natureza. No achatamento que
resulta de suas coordenadas, a grade é a maneira de reduzir as dimensões do mundo real e
substituí-las pelo espaçamento lateral de uma única superfície. Na regularidade generalizada de
sua organização, é resultado não de uma imitação mas de um decreto estético. Na medida em
que sua ordem é puramente relacional, a grade é uma maneira de revogar as reivindicações dos
objetos naturais de terem uma ordem particular a eles mesmos; as relações no campo estético
são postas pela grade como sendo de um mundo aparte e, em relação aos objetos naturais, como
sendo, ao mesmo tempo, precedentes e finais. A grade declara o espaço da arte como sendo,
simultaneamente, autônomo e autorreferente.
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Na dimensão temporal, a grade é um emblema da modernidade por ser apenas isso: a forma
que é onipresente na arte de nosso século mas que jamais havia aparecido, jamais mesmo, na
arte do século anterior. Naquela incrível corrente de reações da qual o modernismo nasceu, nos
esforços do século XIX, uma mudança final resultou na quebra desta corrente. Ao “descobrir” a
grade, o cubismo, de Stijl, Mondrian, Malevich…. aterrissaram em um lugar que estava fora do
alcance de qualquer coisa que aparecera antes. O que significa que eles aterrissaram no presente
e tudo mais se tornou passado.
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Deve-se viajar um longo percurso na história da arte para encontrar exemplos prévios da grade.
Deve-se retornar aos séculos XV e XVI para tratados sobre a perspectiva e para estudos
sofisticados de Uccello, Leonardo ou Dürer onde a grade da perspectiva é inserida no mundo,
copiado como uma armadura de sua organização. Mas os estudos de perspectivas não são uma
instância anterior das grades. As perspectivas eram, afinal de contas, a ciência do real, não uma
maneira de se afastar dela. A perspectiva era uma demonstração da maneira como a realidade e
sua representação podiam ser mapeadas uma na outra da mesma maneira que a pintura e seu
referente no mundo real de fato se relacionavam – o primeiro sendo uma forma de
conhecimento do segundo. Tudo na grade se opõe a esta relação, cortando-a desde o início.
Diferentemente da perspectiva, a grade não mapeia o espaço de uma sala ou de uma paisagem
ou de um grupo de figuras sobre a superfície da pintura. Na verdade, se ela mapeia algo, ela
mapeia a superfície da pintura em si. É uma transferência onde nada muda de lugar. As
qualidades físicas da superfície, poderíamos dizer, são mapeadas nas dimensões estéticas da
mesma superfície. E aqueles dois planos – o físico e o estético – são demonstrados como sendo o
mesmo plano: coextensivos e, pelas abscissas e coordenadas da grade, coordenados.
Considerados desta forma, a linha de fundo da grade é um materialismo determinado e nu.
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Mas se é sobre o materialismo que a grade vai nos fazer falar – e parece que não existe outro
meio lógico de se discutir – esta não é a maneira como os artistas já a discutiram. Se abrirmos
qualquer tratado – Plastic Art and Pure Plastic Art ou The Non Objective World, por exemplo –
vamos encontrar que Mondrian e Malevich não estão discutindo a tela ou o pigmento ou o
grafite ou qualquer outra forma de matéria. Eles estão falando sobre o Ser, a Mente ou o
Espírito. Do ponto de vista deles, a grade é uma escada ao Universal e eles não estão
interessados no que acontece no nível do Concreto. Ou, para falar de um exemplo mais atual,
podemos pensar em Ad Reinhardt que, apesar de sua insistência na “arte pela arte”, acabou
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pintando uma série de nove pinturas quadradas negras nas quais o motivo que
inescapavelmente aparece é a cruz grega. Não existe nenhum pintor no Ocidente que possa
estar desavisado do poder simbólico da forma cruciforme e da caixa de Pandora espiritual que
se abre cada vez que ela é usada.
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Agora, é esta ambivalência sobre a importação da grade, uma indecisão sobre sua conexão com
a matéria de um lado ou com o espírito do outro, que seus usuários mais ancestrais podem ser
vistos como participantes em um drama que se estende bem além da arte. Este drama, que
tomou várias formas, foi encenado em muitos lugares. Um deles foi na sala do tribunal onde, no
início desde século, a ciência entrou em conflito com Deus e, ao contrário de todos os momentos
anteriores, ganhou. O resultado, nos disseram os representantes dos perdedores, teria as mais
catastróficas consequências: certamente o resultado seria que teríamos “inherit the wind”*.
Nietzsche já havia expressado isso antes, e de maneira mais cômica, quando escreveu “nós
desejávamos despertar o sentimento de soberania dos homens ao mostrar seu nascimento
divino: este caminho agora está proibido desde que um macaco se postou na porta de entrada”.
Segundo o julgamento de Scopes, a divisão entre espírito e matéria que foi presidido ao longo
da ciência do século XIX tornou-se a herança legítima do ensino infantil do século XX. Mas
também foi, não menos, a herança da arte do século XX.
Dada a fenda absoluta que se abriu entre o sagrado e o secular, o artista moderno encarou
obviamente a necessidade de escolher entre um modo de expressão e outro. A curiosa
testemunha que a grade oferece é que nesta conjuntura ele tentou optar por ambos. Na
crescente dessacralização do espaço no século XIX a arte tornou-se um refúgio para as emoções
religiosas; tornou-se, e continua sendo, uma forma secular de crença. Embora esta condição
pudesse ser discutida abertamente no final do século XIX, é algo inadmissível no século XX pois
agora achamos indescritivelmente embaraçoso mencionar arte e espírito em uma mesma
sentença.
A força peculiar da grade, sua extraordinária vida longa no espaço especializado da arte
moderna, vem de seu potencial de presidir sobre este constrangimento: de mascará-lo e de
revelá-lo ao mesmo tempo. No espaço culto da arte moderna, a grade serve não apenas como
um emblema mas também como um mito. Como em todos os mitos, lida com o paradoxo ou a
contradição não por meio da dissolução do paradoxo ou da resolução da contradição mas ao
encobri-los de maneira que pareçam (apenas pareçam) terem desaparecido. O poder mítico da
grade é de nos possibilitar pensar que estamos lidando com o materialismo (ou às vezes ciência,
ou lógica) enquanto que, ao mesmo tempo, ela possibilita nos libertar para a crença (ou ilusão,
ou ficção). Os trabalhos de Reinhardt ou de Agnes Martin seriam exemplos deste poder. E uma
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das fontes importantes deste poder é a maneira como a grade é, como disse antes, tão
estridentemente moderna de se olhar, parecendo não haver deixado lugar para refugiar,
nenhum espaço em sua face, para esconder os vestígios do século XIX.
Ao sugerir que o sucesso da grade está de alguma forma conectado a sua estrutura mítica,
posso ser acusada de estar esgarçando um ponto para além dos limites do senso comum, uma
vez que os mitos são histórias e como toda narrativa ela se desenrola através do tempo,
enquanto que as grades, para começar, não são apenas espaciais, mas são estruturas visuais que
explicitamente rejeitam uma narrativa ou qualquer modo de sequência de leitura. Mas, a noção
de mito que estou usando aqui depende de um modo estruturalista de análise, no qual as
feições da estória são rearranjadas para formar uma organização espacial.
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O motivo pelo qual os estruturalistas fazem isso é porque eles esperam entender o
funcionamento dos mitos; e esta função eles vêem como uma tentativa cultural de lidar com a
contradição. Ao espacializar a história – em colunas verticais, por exemplo – eles estão aptos a
mostrar as feições das contradições e de mostrar como isso está subjacente nas tentativas, de
uma história mítica específica, de encobrir a oposição com a narrativa. Portanto, ao analisar
uma variedade de criações míticas, Lévi-Srauss encontra a existência de um conflito entre as
noções antigas das origens do homem como um processo de autoctonia (o homem nasceu da
terra, como plantas), e outros, depois, envolvendo as relações sexuais entre os pais. Pelo fato das
primeiras formas de crença serem sacrossantas elas precisam ser mantidas mesmo que violem
as visões comuns sobre sexualidade e nascimento. A função do mito é permitir que ambas
visões aconteçam em algum tipo de suspensão para-lógica.
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Portanto, embora a grade certamente não seja uma história, ela é uma estrutura que, além do
mais, permite uma contradição entre os valores da ciência e aqueles do espiritualismo,
mantendo-os dentro da consciência do modernismo, ou melhor, no seu inconsciente, como algo
reprimido. Para continuar sua análise – para acessar a capacidade da grade à repressão –
podemos seguir o caminho dos dois procedimentos analíticos que acabo de mencionar. Isso
significa aprofundar em cada parte da contradição até as suas fundações históricas. Não
importa o quanto a grade foi ausente na arte do século XIX, é precisamente nestes solos
históricos que precisamos ir para encontrar suas origens.
Agora, embora a grade em si seja invisível na pintura do século XIX, ela não é totalmente
ausente de um certo tipo de literatura acessória para qual a pintura concedeu uma crescente
atenção. Trata-se da literatura sobre ótica fisiológica. Por volta do século XIX, o estudo sobre
ótica dividiu-se em duas partes. Uma metade consistiu da análise da luz e suas propriedades
físicas: seu movimento; suas características refratárias a mediada que passava pelas lentes, por
exemplo; sua capacidade de ser quantificada ou mensurada. Ao conduzirem tais estudos, os
cientistas pressupuseram que estas eram as características da luz em si, ou seja, como se a luz
existisse independentemente da percepção humana (ou animal).
Qualquer que fosse a origem da informação – seja Chevreul, ou Charles Blanc, ou Rood,
Helmholtz, ou mesmo Goethe – os pintores tiveram de se confrontar com um fato em particular:
a membrana fisiológica através da qual a luz passa para o cérebro humano não ser transparente,
como um vitrô de janela; é como um filtro, envolvido em um conjunto de distorções específicas.
Para nossa percepção humana, existe um abismo intransponível entre a cor “real” e a cor
“percebida”. Podemos medir a primeira; mas só podemos experienciar a segunda. E isso se dá
porque, entre outras coisas, a cor está sempre envolvida na interação – uma cor afetando a visão
da outra que está em seu entorno. Mesmo se olharmos para uma única cor, ainda existe
interação, porque a excitação retiniana da imagem residual vai sobrepor no primeiro estímulo
cromático o segundo, na sua cor complementar. Toda a questão das cores complementares,
junto com todo o conjunto de harmonia das cores que os pintores construíram em sua base, foi
portanto uma questão da ótica fisiológica.
Uma característica interessante dos tratados escritos sobre fisiologia ótica é o fato de serem
ilustrados com grades. Por tratar-se de uma questão de demonstrar a interação de partículas
específicas através de um campo contínuo, este campo era analisado dentro de estruturas
modulares e repetitivas da grade. Portanto, para o artista que desejava aumentar seus
conhecimentos sobre a visão no campo da ciência, a grade estava lá como a matriz do
conhecimento. Pela sua própria abstração, a grade convinha para uma das leis básicas do
conhecimento – a separação entre a tela perceptual daquela do mundo “real”. Isto posto, não é
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surpresa que a grade – como um emblema da estrutura da visão – viria cada vez mais a se
tornar uma característica recorrente da pintura neo-impressionista, uma vez que Seurat, Signac,
Cross, e Luce se empenharam nos estudos da ótica fisiológica. Da mesma forma que não é
surpreendente que, a medida que aplicavam suas lições, mais “abstrata” tornava-se a arte deles,
tanto que o critico Félix Fénéon, ao comentar sobre o trabalho de Seurat, afirma que a ciência
passou a submeter-se ao seu oposto, o simbolismo.
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A grade aparece na arte simbolista na forma de janelas, a presença material de seus painéis era
expressa pela intervenção geométrica dos batentes da janela. O interesse do simbolismo pela
janela remonta claramente ao início do século XIX e ao romantismo. Mas nas mãos dos pintores
e poetas simbolistas, a imagem toma uma direção explicitamente modernista. Pois a janela é
experienciada simultaneamente como transparente e opaca.
Como um veículo transparente, a janela é aquela que admite luz – ou espírito – na escuridão
inicial da sala. Mas se o vidro transmite, ele também reflete. Então a janela é experienciada pelos
simbolistas também como um espelho – algo que congela e aprisiona o eu (self) no espaço de
sua própria duplicação. Fluindo e congelando; glace em Francês significa vidro, espelho e gelo;
transparência, opacidade e água. No sistema associativo do pensamento simbolista esta liquidez
aponta para duas direções. Primeiro, no sentido do nascimento – o fluído amniótico, a “origem”
– mas depois, em direção ao congelamento estático ou morte – a imobilidade infecunda do
espelho. Para Mallarmé, particularmente, a janela funcionava como um signo complexo e
polissêmico no qual ele podia também projetar “a cristalização da realidade na arte”. Lês
Fenetres de Marllamé data de 1863; a mais evocativa janela de Redon, Le Jour, apareceu em 1891
no volume Songes.
Se a janela é a matriz da ambi ou multi-valência, e as barras das janelas – a grade – são o que
nos ajudam a ver, a focar, nesta matriz, são elas mesmas o símbolo do trabalho de arte
simbolista. Elas funcionam como a representação, em vários níveis, através da qual o trabalho
de arte pode aludir, e até mesmo reconstituir, a forma do Ser.
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Não acho que seja exagero dizer que por trás de cada grade do século XX existe – como um
trauma que deve ser reprimido – uma janela simbolista desfilando na forma de um tratado de
ótica. Uma vez que percebemos isso, também podemos entender que na arte do século XX
existem grades até mesmo onde não esperávamos encontrá-las: na arte de Matisse, por exemplo
(suas Janelas), que apenas admitem abertamente a grade nos estágios finais dos papiers découpés.
Por causa de sua estrutura (e história) ambivalente a grade é completamente, até alegremente,
esquizofrênica. Testemunhei e participei de arguições sobre se a grade prenuncia os aspectos
centrífugos ou centrípetos do trabalho de arte. Falando logicamente, a grade estende, em todas
as direções, ao infinito. Qualquer fronteira imposta a ela por uma dada pintura ou escultura
pode apenas ser vista – de acordo com esta lógica – como arbitrária. Pela força da grade, tal
trabalho de arte é apresentado como um fragmento, um pequeno pedaço arbitrariamente
cortado de um tecido infinitamente maior. Portanto, a grade opera da obra de arte para fora, nos
levando ao conhecimento de mundo além da moldura. Esta é a leitura centrífuga. A leitura
centrípeta trabalha, naturalmente, dos limites externos do objeto estético para dentro. A grade é,
em relação a esta leitura, uma re-presentação de tudo que separa a obra de arte do mundo, do
espaço ambiente aos outros objetos. A grade é uma introjeção das fronteiras do mundo para o
interior do trabalho; é um mapeamento do espaço, dentro do chassi e em si mesmo. É um modo
de repetição, sendo o seu conteúdo a natureza convencional da arte em si.
momento, podemos ver. Mas em outras obras, até do mesmo ano, são tão explicitamente
centrípetas. Nestas, as linhas pretas que formam a grade nunca conseguem efetivamente atingir
as margens do trabalho, e esta cesura entre os limites externos da grade e os limites externos da
pintura nos força a ler o primeiro como inteiramente contido no segundo.
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forma material, e no polo oposto deste tipo de pensamento encontramos os projetos decorativos
de Frank Lloyd Wright e os trabalhos dos participantes do De Stijl, como Reitveld ou
Vantongerloo. (Os módulos e treliças de Sol Le Witt são manifestações tardias desta posição.)
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Ao discutir a operação e o caráter da grade dentro do campo geral da arte moderna tive que
recorrer a termos como repressão ou esquizofrenia. Uma vez que estes termos estão sendo
aplicados para fenômenos culturais e não para indivíduos, obviamente eles não se referem ao
sentido literal, médico, mas apenas analogicamente: ao comparar a estrutura de uma coisa com
a de outra. Os termos desta analogia ficaram claros, espero, na discussão das funções e
estruturas paralelas tanto das grades como dos objetos estéticos quanto dos mitos.
Mas, mais um aspecto desta analogia ainda precisa ser trazido à tona, e este é a maneira como
as terminologias psicológicas funcionam a uma certa distância das terminologias da história. O
que quero dizer é que falamos em uma etiologia de uma condição psicológica, não de sua
história. História, como nós normalmente a usamos, implica um evento após o outro e o efeito
acumulativo da mudança, o que em si é qualitativo, implica na maneira desenvolvimentista
com a qual tendemos a perceber a história. Etiologia não é desenvolvimentista. É mais uma
investigação sobre em que condições uma mudança específica – a aquisição de uma doença –
acontece. Neste sentido, etiologia é mais como olhar no fundo de uma experiência química,
perguntando quando ou como um dado grupo de elementos se juntou para afetar um novo
componente ou para precipitar algo em um meio liquido. Para a etiologia das neuroses,
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podemos tomar a “história” do indivíduo para explorar como se deu a formação da estrutura
neurótica; mas, uma vez que a neurose é formada, somos claramente intimados a deixar de
pensar em termos de “desenvolvimento” e, ao invés disso, pensarmos em repetição.
Isto ocorreu nas artes visuais assim como nas artes temporais: na música, por exemplo, e na
dança. Então, não seria surpresa nenhuma que, ao contemplarmos este assunto, poderíamos
anunciar para a próxima temporada um projeto de performance baseado na combinação dos
esforços de Phil Glass, Lucinda Childs, e Sol LeWitt: música, dança e escultura, projetados como
um espaço mutuamente acessível da grade.
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41.png)
(*) Inherit the Wind é uma ficção sobre o Scope Monkeys Trial, de 1925, que resultou da convicção
de John T. Scopes em ensinar a Teoria da Evolução de Charles Darwin nas aulas de ciência de
uma escola pública, contrariando a lei estadual do Tennessee que proibia o ensino do
evolucionismo.
novembro 21, 2014julho 12, 2020 · renata_pedrosa · Com a tag artes visuais · Deixe um comentário
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