Contos Humaned
Contos Humaned
Contos Humaned
Humaned:
O bardo
covarde
Autor: Filipe Amaral
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Dedicado a Tia Claudinha, nossa
querida professora de língua portuguesa
e literatura que não consegue apagar o
canto de cima do quadro, mesmo de
salto e pulando.
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Sumário
I – A Vila de
Reumin.............................5
II – O Guerreiro de
Pedra..................................29
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I
A Vila de Reumin
5 Horas atrás...
Aqueles passos brutos e altos cada vez chegavam
mais perto, meu coração disparava e cada vez meu
desespero se tornava maior.
- Fiquem longe de mim! - mas não adiantava. Aqueles
orcs chegavam mais perto a cada instante com seus
porretes e machados.
Até que eu sinto uma forte pancada na cabeça e
minha consciência começava a deixar meu corpo e
minha visão se escurecendo...
Agora...
Eu abro meus olhos vagarosamente, acordando sobre
uma cama dura, e com a visão ainda um pouco
embaçada eu enxergo três figuras ao redor de mim.
Porém no momento que eu recobro minha consciência
eu sinto uma dor colossal subindo pelo meu braço
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esquerdo e outras partes do corpo, fazendo eu dar um
enorme grito.
- AAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!
Instintivamente eu coloco a mão sobre o lugar onde
estava doendo, percebendo que havia um curativo
colocado ali parecia ter algumas horas.
- Onde...onde eu estou?- pergunto junto um grunhido
de dor
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- Anie...é você mesmo?!?- eu fico surpreso e um pouco
assustado com o que ela tinha feito.
- Não! Magina. Não sou eu não – Ela responde
sarcasticamente.
- É, é você mesmo – falo já acostumado com o jeito
dela
Eu olho ao redor e me dou conta que meu violão não
estava comigo.
- Puta merda... Cadê meu violão?!?- eu começo a ficar
preocupado
Então a Anie já irritada me solta e cerra o punho
- Eu vou enfiar ele no seu cu se você não me falar
como chegou até aqui!!!
- Calma.. por que está tão irritada...? E-Eu não fiz
nada.- respondo assustado.
- Era pra você ter ficado na cidade, cacete, pelo que eu
te conheço você não vai duraria nada andando por aí.
- Nossa...não precisa jogar na cara. – respondo
- Eu já queria sair de lá faz uns anos, eu até me formei
na academia de magia recentemente, virei um bardo.
Veja. - Eu mostro minhas vestimentas que eram
características de um bardo.
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- Eu me tornei um bardo, mas não faço mal a
ninguém. – dou sorriso orgulhoso.
- O único mal que você faz é com essas músicas
horríveis – diz ela, dando um sorriso sarcástico
Eu olho para ela
- Não fala assim das minhas músicas!!!!
- Bem... como eu cheguei aqui. Eu estava andando
pelos bosques, é que eu havia me perdido da minha
rota por conta de uma tempestade, e um grupo de
orcs apareceu. Eu tentei correr mas eles acabaram me
cercando e eu atacado e eles me bateram até eu
desmaiar. Aí eu acordei aqui, achei que eu já estava
morto.
- Podia ter morrido – diz Anie com seu sofisticado
humor
- Você já morreu, eu sou o demônio e vou comer seu
cu - Diz a terceira pessoa que estava lá, um homem
alto com cabelos castanhos que chegavam até um
pouco abaixo do ombro, e cheio de cicatrizes pelo
corpo.
Ele se aproximava e entregava meu violão.
- Meu nome é Reuben – ele da um sorriso simpático
- Obrigado... – Eu pego meu violão.
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- Você pode até ter se tornado um bardo, mas com
certeza não é um dos bons – Diz novamente ela com
seus belos comentários
O ancião apenas assistindo se levanta e começa a
pegar algumas coisas em gavetas
- Vocês parecem ser conhecidos, já se viram antes?
(Anie)
- Eu tive que passar um tempo com ele
(Eu)
- Nós nos conhecemos a um pouco mais de três anos
(Anie)
- Tem quanto tempo que a gente não e vê?
(Eu)
- Acho que faz uns sete ou oito meses, faz um tempo.
(Anie)
- Como eu estava com saudades dessa sua cara feia-
Ela dava um sorriso
(Eu)
- Eu também estava com saudades da sua raiva.
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Ela olha para o meu violão, vendo que ele estava
quase intacto, estava apenas com alguns arranhões na
parte de trás
- Eu acho incrível que você se quebra todo mas esse
violão não- Ela fica um tanto surpresa
- você sabe que esse violão é a coisa mais importante
que eu tenho- Respondo
O ancião volta com algumas faixas e curativos, coloca
eles ao lado e se senta novamente.
- Jovem, qual seu nome mesmo?
- Eu também gostaria de saber mais detalhes sobre
esses orcs, estamos tendo uns dias turbulentos
recentemente por causa deles.
- Meu nome é Fred, e eu não me lembro bem como
eles eram, eu estava apavorado demais na hora para
reparar nos detalhes.
- Como sempre, o Fred sendo medroso- Comenta
Anie.
- E o seu “canto da sereia”? era uma farsa mesmo.
- Como assim sereia? Do que vocês estão falando?- O
Reuben pergunta confuso.
- Ele é um bardo que usa magia, sua especialidade é
enfeitiçar as pessoas, é uma pena que canta mal
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- Um bardo que canta mal?- Ele começa a rir
- Além de que eu tenho uma audição bem aguçada. –
Complemento
- E ela tem é inveja de mim .- Eu retruco o comentário
da Anie
(Anie)
- A é? Então me mostra o que essas suas musiquinhas
sabem fazer!- Ela se levanta me convidando pra lutar.
(Eu)
- Ainda não sei porque você me chama pra brigar se
eu nunca aceito.- Eu ergo os ombros.
(Anie)
- Eu sabia, suas músicas são tão ruins que não
consegue fazer nada com elas- Ela provoca
(Eu)
- Toma cuidado com o que você fala se não eu te
prendo em uma ilusão rapidinho.- Eu começo a ficar
um pouco irritado
Então tento me levantar mas novamente aquela dor
no meu braço voltava e eu colocava a mão sobre ele.
- Você parece bem energético, garoto, mas seu braço
ainda está muito ferido, precisa descansar.- Ele fala
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enquanto começa a trocar o meu curativo, e no
momento que ele tira o antigo eu vejo a gravidade do
corte: foi feito por um golpe vertical, provavelmente
de um machado, que ia do meu ombro até um pouco
acima do cotovelo, um pouco acima dos bíceps. Um
corte um pouco profundo que na hora deveria ter
sangrado muito.
O ancião pega um algodão que estava molhado em
alguma solução que eu desconhecia e passa pelo
ferimento, que começava a arder um pouco, em
seguida ele pegava a faixa nova e enrolava no meu
braço, no fim ele dá um nó e aperta.
- Pronto, garoto, evite utilizar seu braço nesses
primeiros dias para o ferimento não piorar e nem ter
risco de abrir.
- Obrigado senhor, vou me cuidar- Eu respondo
Ele termina de enfaixar e puxa o Reuben
- Este aqui é o meu neto, ele vai te apresentar um
pouco da vila e resumir o que estamos fazendo.
Amanhã é o festival da colheita, por que você não toca
algo para o povo da vila? Eles adoram um
entretenimento depois de um dia de colheita. Apenas
desgraça tem chegado em nossas casas ultimamente...
(Reuben)
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- Como essa mulher aqui do lado - Ele aponta para a
Anie que apenas da um tapa em sua mão
(Ancião)
- Mesmo sendo uma forasteira ela foi muito bem
recepcionada pelas pessoas daqui e conseguiu o
trabalho de professora para ensinar as crianças daqui.
Ele se vira para mim
- Fred, nós somos muito amigáveis aqui mas se quiser
ficar conosco vai ter q arrumar um trabalho, porque
aqui ninguém sustenta vagabundo.
(Eu)
- Bem, eu posso ensinar música para as pessoas, ou
até magia. Essas pessoas vão conhecer um pouco da
magia da música. – Eu dou um sorriso bem eufórico e
entusiasmado.
- Pelo amor dos deuses não. – Ela quebrava o clima
Eu me viro para ela, fechando a cara.
- Cala você Anie
(Anie)
- Eu já te aturei por tempo demais, não sei aguento
passar por aquilo de novo. Você só não é mais chato
que o Reuben.
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Ele cruza os braços, emburrado.
(Eu)
- Infelizmente sua maldição é essa, Anie, me aturar até
o dia da sua morte. – Eu dou uma risada maléfica.
Eu dou uma olhada no braço enfaixado, em seguida
me levanto e pego meu violão.
- Vamos Reuben?
- Vamos – Ele começa a sair da cabana comigo atrás, e
a Anie nos segue até a porta e sussurra no meu
ouvido
- Se você falar ou fazer alguma besteira por aqui eu
juro que eu te mato, estamos entendidos?
Eu engulo seco, sabendo que aquela ameaça podia
não ser brincadeira
- Estamos...
- Tudo bem então – Ela dá um sorriso e sai andando
até a escola.
Então o Reuben começa a caminhar pela vila, que não
era tão grande, porém aconchegante, com alguns
morros e casas espalhadas pelo local e ao fundo uma
grande lavoura, provavelmente de trigo, que estava
sendo colhida por alguns trabalhadores. Até que nós
paramos em um conjunto de árvores que estavam
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carregadas de frutos e embaixo dela Havia um
homem de cabelos que pareciam ser do mesmo
comprimento que o da Anie e totalmente negros, com
uma lança nas costas e usando uma camisa de
algodão e uma calça militar. Rodeado por algumas
crianças que estavam colhendo as frutas e separando
as boas, provavelmente para o festival.
- Rápido crianças!!! A rapadura tá esperando!!!! – Fala
aquele homem andando entre as crianças batendo
palmas.
- Pode me explicar o que você está fazendo, Lance? –
O Reuben ergue uma sobrancelha e cruza os braços
- É para acelerar a colheita das frutas para o festival de
amanhã, demora para fazer os doces, sabia? – Ele se
defendia
- Essas crianças fazem de tudo por uma rapadura, é
fácil comprar elas para trabalharem. – Ele
complementa, dando um sorriso
Em seguida olha para mim.
- Quem é esse, Reuben?
- É um cara que achamos na floresta, todo machucado.
– Ele aponta para o meu braço enfaixado. – Vai ficar
com a gente por enquanto
O Lance anda até mim e estende a mão.
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- É um prazer, qual o seu nome?
- É Fred.- eu aperto sua mão. – O prazer é todo meu,
Lance.
- É sempre bom receber alguém de fora, e você chegou
em um momento muito bom porque amanhã é o
festival da colheita que acontece todo final do verão. –
Ele diz
(Eu)
- Bem, o ancião me pediu para tocar alguma coisa
amanhã, vamos ver se vai dar com o meu braço nesse
estado.
(Lance)
- Interessante, tem um tempo que não temos uma
diversão com música por aqui.
(Eu)
- Vou tentar não decepcionar vocês.
O Lance dá um sorrido e volta a “escravizar” as
crianças em troca de doces.
- Enfim, vamos Fred. – O Reuben continua a caminhar
- Vamos, até mais Lance. – Eu começo a andar junto
com o Reuben
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O Lance dá um tchauzinho com a mão e continua a
monitorar as crianças.
O Reuben continua a mostrar mais um pouco da vila
e para em uma casa que ficava perto de um morro e
cercada por algumas árvores.
- É aqui que você vai ficar, infelizmente você vai
morar com a Anie já que não tem outra casa para
você.- Ele destranca a porta e eu vejo uma casa
simples contendo uma cozinha e dois quartos.
- Tudo bem, por mim não tem problema.
Ele me entrega a chave eu entro na casa e me sento no
sofá e coloco meu violão ao meu lado.
- Ela vai voltar daqui algumas horas, até mais Fred.
- Até mais, Reben. - Eu começo a me espreguiçar
Então o homem sai e depois de algum tempo sentado
eu me levanto e vou até um dos quartos.
- Esse parece ser o da Anie, não vou nem entrar. –
Então eu me dirijo para o outro que tinha apenas uma
cama e um criado mudo feito à mão, com algumas
plantas entalhadas. Depois de ver qual seria o meu
quarto eu volto para a sala e fico sentado no sofá
afinando meu violão e assobiando algumas músicas.
2 horas depois...
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Eu ouço a porta abrir e quando me viro vejo a Anie ali
parada na porta, com uma cara de que ia matar
alguém.
- O que você pensa que está fazendo aqui Fred!?!?!?!?
– Ela fala quase pulando no meu pescoço de ódio.
- Calma Anie, só tinha essa casa para eu ficar, eu não
dou trabalho, juro. - Eu falo tentando acalmá-la.
- Dorme na rua, sai daqui- Ela fala deixando a porta
aberta.
- Por favor Anie, eu não quero dormir na rua, lá é frio
e desconfortável, sem contar que meu braço está
machucado. Deixa eu ficar aqui, por favor. – Eu uno
as mão e faço uma cara de cachorrinho abandonado.
Ela respira fundo e acaba cedendo.
- Tudo bem, mas se você fizer qualquer barulho
enquanto eu quiser descansar eu te expulso daqui sem
nem pensar duas vezes, entendido?
- Entendido- Eu respondo aliviado
Ela caminha ainda um pouco estressada para o quarto
e fecha a porta com certa força.
Eu vou até o meu quarto e me preparo para dormir e
ter uma noite de descanso decente depois de vários
dias perdido na floresta, deito na minha cama e relaxo
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totalmente, procurando de uma posição que não
fizesse meu braço doer, e após achar a posição eu
capoto em um sono muito bom e merecido.
No dia seguinte eu ouço a porta do meu quarto abrir e
ouço a voz do Reuben.
- Acorda!!! Já são nove horas!!!
- Não...deixa eu dormir mais só mais um
pouquinho...- Eu viro para o lado, meio acordado e
meio dormindo.
E quando eu faço isso sinto a cama se levantar e ser
virada pelo Reuben, o que faz o meu queixo bater de
forma certeira no chão
Eu me levanto de uma vez, assustado e com a mão no
rosto.
- Não precisava disso cara!!! Eu só queria dormir.
- Eu já falei que se quiser ficar é para trabalhar, pode
sair dessa cama!- Ele fala enquanto começa a colocar a
cama no lugar novamente.
- Hoje é o dia do festival e você vai ajudar com as
decorações.
- Tudo bem...- Eu começo a me espreguiçar e esfregar
os olhos para acordar, e quando me dou conta, vejo
que a Anie já havia saído para dar aula. Então eu
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espero o Reuben colocar a cama no lugar e em
seguida eu arrumo ela e vou até a cozinha, pego um
pedaço de pão e acompanho o Reuben até o local que
seria o festival.
- Você vai gostar do festival de colheita, tem bebida,
comida e conversas sobre a vida alheia. É uma
confraternização muito gostosa de participar. – Ele
fala bem animado.
Quando chegamos até o local do evento eu vejo várias
pessoas com certas repletas de fitas e enfeites,
espalhando-os pela praça central da vila, em que ao
centro tem uma tenda onde provavelmente é o local
onde será o festival em si, que era cercada por várias
árvores e plantas.
- Você vai ajudar eles a colocar os enfeites pela praça,
temos muito o que fazer hoje. – Ele fala enquanto sai e
começa a carregar alguns troncos até o depósito de
madeira.
- Certo. – Eu pego uma das cestas e começo a ajudar
as pessoas a colocar os enfeites pela praça, que eram
fitas feitas com flores e trigo, que parecia simbolizar a
colheita ou algo assim, e depois colocamos as cadeiras
e mesas nos lugares e pegar os barris de bebida.
Quando chega a hora do almoço algumas mulheres
chegam com caldeirões de comida e começam a
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distribuir para as pessoas. Eu pego a minha e começo
a comer, era uma espécie de feijoada e estava muito
boa, uma das melhores que eu já comi. Após o almoço
nós continuamos a trabalhar até umas quatro horas da
tarde mais ou menos, quando as pessoas começam a
voltar para as suas casas e se arrumarem para o
grande festival, e eu faço o mesmo. Quando chego em
casa vejo que a Anie está em seu quarto, penteando
seus cabelos e apreciando a vista pela janela. Por
motivos de manter minha vida salva eu prefiro não
incomodá-la, então ando até meu quarto e vejo uma
roupa com um cartão em cima.
“Aqui pra você já que não tem roupa para usar hoje, vai
ficar um pouco folgado em você por que eu não tão magro
quanto você
Ass: Lance”
- Obrigado cara. - eu pego a roupa e coloco ela em
cima do criado enquanto vou até o quarto da Anie e
pego um elástico de cabelo dela que estava em seu
criado. Tenho sorte que ela está no banheiro agora. Eu
volto para o quarto e visto aquela roupa que o Lance
emprestou: consiste em uma camisa branca e uma
calça marrom, e assim como ele havia dito na carta ,
realmente estava um pouco folgada, mas nada que
incomodasse. Após me vestir eu faço um rabo de
cavalo no meu cabelo e pego meu violão e vejo se vou
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conseguir tocar, então eu seguro ele e começo a tocar
algumas músicas simples.
- É, vai dar pra tocar, dói um pouco em algumas
partes, mas nada que incomode ao ponto de me
atrapalhar na hora de tocar.
Então o céu começa se por mais cedo, indicando o
começo do outono, e eu ouço uma batida na porta e
quando saio do quarto par atender vejo a Anie, que
estava muito bela por sinal usando uma saia curta e
uma camiseta preta, abrindo a porta para o Reuben,
que estava usando uma jaqueta preta com uma
camiseta embaixo, e o Lance que estava vestindo uma
camiseta marrom de manga comprida, nos esperando
para ir ao festival.
- Aí estão vocês, então, estão prontos? – O Reuben fala
- Eu estou. – Eu coloco meu violão nas costas.
- Você não larga esse violão pra nada mesmo, não é? –
A Anie fala já saindo de casa.
- Não sei porque ainda pergunta. – Eu acompanho ela
Nós quatro começamos a andar com o céu já
começando a ficar escuro mas ainda com o brilho
alaranjado do pôr do sol e quando chegamos à praça
da cidade vemos aquelas decorações que eu havia
ajudado a colocar, e estavam mais belas do que antes.
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Estavam sendo iluminadas pelos postes que haviam
sido acendidos a alguns minutos, e ao centro vemos
aquela tenta com várias frutas e pratos variados
distribuídos pelas mesas e, em cima do palco, o ancião
sentado em um banquinho
- Este é para você, jovem Fred, nos presenteie com um
verdadeiro show. – Ele se levanta e desce,
caminhando até nós.
- Eu prometo que não vou decepcionar o senhor. – Eu
dou um pequeno sorriso, mas o nervosismo ainda
batia forte.
Então o festival finalmente começa. Os moradores
começam a beber e comer enquanto trocavam várias
conversas e histórias sobre suas vidas, e como minha
audição é muito boa eu começo a prestar atenção nas
fofocas da vila, com o destaque na do Lance que
escravizava crianças com rapadura. E mais ou menos
uma hora depois o ancião se levanta.
- Eu peço a atenção de todos por favor! – E após ele
falar isso todos paravam de conversar imediatamente,
mostrando o enorme respeito que ele possuía.
- Todos nós sabemos que essa temporada de
plantação foi difícil e cansativa para todos, mas foi um
sucesso, e para comemorar eu trouxe algo que nós
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estávamos esperando a muito tempo: música!! –
Todos começam a aplaudir e gritar.
- Quero que todos conheçam nosso mais novo amigo e
musicista da vila: Fred!!!- ele me puxa da cadeira e
todos começam a aplaudir novamente.
Eu engulo seco por conta do nervosismo mas mesmo
assim ando e subo ao palco, sento no banco e coloco o
violão em posição, e todos se calam.
Minhas mão começam a se tremer um pouco e eu
começo a ficar cada vez mais ansioso e nervoso, até
que a Anie olha para e faz um sinal para ficar calmo e
fala baixo, sabendo que eu iria escutar.
- Vai lá Fred, me prova que você não toca nem canta
mal que nem eu falo.
Eu dou um sorriso e respiro fundo, fecho os meu
olhos e as notas começam a passar pela minha cabeça
e chegar até meus dedos que começam a se mexer
lentamente pelas cordas do violão, produzindo uma
melodia calma e serena, e depois começava a acelerar
e ficar mais alta e animada, esquecendo
completamente a dor do meu braço, junto da música
eu começo a criar vários solos e improvisos.
“Quando você estiver tocando esqueça tudo que
estiver em volta, só existe você e seu violão”. Meu
professor sempre dizia isso.
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Então eu começo a me empolgar mais e mais,
levantando do banco e começando a andar pelo palco
e bater o tempo da música com o pé no palco e a
plateia acompanhar com palmas, e ao final a música
abaixava por um momento e depois dava um último
toque.
Eu abro meus olhos ofegante e suado, devido a
empolgação, e vejo todos aplaudindo e gritando
loucamente enquanto jogavam flores, pedindo mais.
- Fred! Fred! Fred! – eles gritavam e brindavam.
Eu dava um enorme sorriso enquanto agradecia e
depois falava.
- Vocês querem mais?!?!?
- SIM!!! – Todos gritavam.
- Então vamos agitar essa noite!!!- eu falo e logo em
seguida volto a tocar várias músicas e serenatas, e ao
final eu agradeço uma última vez e volto para mesa.
A Anie olhava para mim com um pequeno sorriso e
não fala nada, porém o Reuben e o Lnace me
levantam.
- Você toca bem demais!!!! Por que não me falou que
tocava assim?!?- O Reuben falava
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- Você vai ser a nova atração dessa vila!!!! – O Lance
complementa.
- Obrigado gente, é muito bom tocar. – Eles me
colocam no chão e se sentam novamente.
Nós aproveitamos a festa bebendo e comendo,
trocando histórias, piadas e risadas. Até que no final
da festa o humor deles abaixa de um jeito estanho.
- Amanhã vai dar um mês, de novo... – O Reuben fala
- Como assim? – Eu pergunto confuso.
- Bem Fred, todo mês um grupo de orcs vem a nossa
vila para pegar uma parte da nossa produção junto
disso, lutar comigo. Isso se repete todo mês desde que
eu sou criança, se a gente ganha eles só pegam a
comida e saem, mas caso a gente perca...... Eu não sei
o que pode acontecer.- Ele fala de cabeça baixa.
- Mas vocês ganham sempre, não é? Estão nessa a
tanto tempo...- Eu falo.
- Não é bem assim, amanhã você vai ver como é. – O
Lance responde.
Todos se levantam e começam a ir para suas casas se
preparar para amanhã. Eu chego em casa junto a Anie
e vamos cada um para o seu quarto.
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Eu deito na minha cama ainda sem entender muito
bem o que o Lance falou sobre eles não ganharem...
II
O Guerreiro de
Pedra
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deprimidas e preocupadas mesmo depois de uma
enorme festa como a de ontem...Isso demonstra a
gravidade dessa situação.
Quando chegamos no muro eu vejo o Reuben com
uma roupa que parecia de treino e segurando uma
espada, olhando para os enormes portões da vila.
- Reuben...
Ele se vira para mim com uma cara séria e
preocupada.
- É hoje, Fred, mais um dia de luta...Espero que meu
treinamento tenha valido apena... – Ele aperta a
espada e se vira novamente.
- Vai, seu idiota, seja o herói dessa vila mais uma
vez.– O Lance da uns tapas nas costas do Reuben
juntamente com um sorriso.
- Lance...caso eu caia dessa vez...
- Você não vai cair, cara, essa conversa não é
necessária.- O Lance interrompe o Reuben.
- Preparem as ataduras, Lance, que eu vou tomar
bastante pancada dessa vez. – O Reuben responde,
sorrindo de volta e indo para o lado de fora da vila,
esperando no portão.
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Eu escuto seu coração que estava bem acelerado,
indicando seu nervosismo e medo.
O Lance então desce do muro.
- Anie, leva as crianças para o porão, eles estão
chegando.
Ela apenas concorda com a cabeça enquanto sai,
ficando apenas nós três lá.
Eu começo a escutar pequenos tremores na terra, que
ficavam mais fortes a cada segundo, fazendo minhas
começarem a tremer.
- Eles estão vindo...
- Vamos subir no muro, Fred, eles não aceitam que o
Reuben receba ajuda de outras pessoas. – O Lance fala
enquanto começa a escalar.
- Certo... – Eu faço o mesmo que ele.
- O que acontece se alguém ajudar o Reuben? – Eu
pergunto.
- A orda inteira vai atacar a vila... – Ele responde um
pouco tendo.
- Pelos deuses...isso não pode acontecer.
Nossa conversa é interrompida com aqueles tremores,
que estavam muito mais altos. Eu olho ao relento e
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vejo uma marcha, formada por dezenas de orcs,
chegando perto da vila, enquanto gritavam de forma
brutal e batiam seus machador e porretes, e paravam
na frente do portão, com um orc que parecia ser o
líder, com pinturas tribais espalhadas pelo corpo e um
cabelo já ficando grisalho devido à idade, tomando a
frente.
Quando eu vejo o tamanho daquele grupo, que nem
se comparava a aquele pequeno grupo de uns 4 orcs
que havia me atacado na floresta, minhas pernas
começam a tremer e meu coração a acelerar, com uma
feição genuína de medo cravada em meu rosto.
- Esse cara já era...
- Fique calmo.- O Lance coloca a mão no meu ombro.
- O Reuben não vai perder agora... Ele não pode...
O líder dos orcs então pega seu enorme machado
enquanto seus companheiros cercam ele e Reuben,
formando um circulo onde ninguém poderia entrar ou
sair.
- Onde que sua cicatriz dessa vez, humano? – O orc
fala em um completamente arrogante e superior.
O Reuben apenas sorri de canto de boca.
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- Que tal uma bem no meio da sua cara? – Ele então
corre na direção do seu adversário, pulando em uma
pedra para ganhar altitude e acertar seu rosto.
O orc estrala as costas devido a idade, parecendo não
ligar muito para a investida de seu oponente, e agarra
a cabeça do Reuben no ar.
- Muito lento, como sempre. – Ele dá um sorriso e
começa a apertar sua cabeça com uma força colossal.
- Então parece que estamos aqui de novo, vamos logo
acabar com isso garoto. Eu estou ficando com pouca
paciência nós últimos anos.
Ele pega e joga ele com tudo no chão para esfregar a
cara do Reuben na terra, que por sua vez, vendo ele
articular o grande braço, puxa a espada e tenta
encravar no ombro do Orc para ser largado de uma
vez.
Porém, antes mesmo de pegar a espada em mãos, o
Orc lança o Reuben com tudo no chão e começa a
esfregar sua cara nas pedras.
- Até hoje você me impressiona por não pedir
misericórdia nós meus pés. Sua resistência no início
era atrativa, porém, já está ficando chato sabia?
Ele continua a esfregar a cara dele nas pedras,
enquanto fala com um tom sarcástico
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Eu vendo a luta começo a tremer mesmo sem
participar.
Esse cara já era ele tá morto...mesmo que eu tente
ajudar ele não tem chance, além de que se eu fizer isso
eu não sei oque os outros orcs vão fazer a respeito...
O Reuben enquanto vê o grosso braço do Orc
esfregando sua cara no chão se estica com toda sua
força para agarrar a espada, chegando até mesmo a
espumar de tanta pressão, pegando a lâmina e
tentando encravar no braço do Orc, para poder fazer
ele o soltar.
Ele pega a lâmina e vai em direção de encravar a
lâmina no Orc, mas por conta da mobilização ele
apenas arranha seu musculoso braço.
Uma pequena gota de sangue escorre do braço dele,
mas o Orc não solta nem se quer um som.
- Suas tentativas desesperadas alegram meu dia
humano. Vamos ver se a parede de tijolos aguenta
mais uma marretada?
Ele levanta o Reuben com a mão e cerra a mão direita
em um formato de soco. O Reuben vê apenas a
sombra do punho, que em sua visão se assemelhava
até mesmo a uma grande marreta, ele da um
poderoso soco na cara dele, para o fazer voar para
trás.
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O Reuben por sua vez ainda com a espada mãos, tenta
articular ela para frente na direção do soco, para usar
o poder do Orc contra ele.
Ele mira a lâmina contra o Orc porém ele com a mão
esquerda começa a apertar ainda mais a cabeça do
Reuben, fazendo sua visão quase embaçar e sua mão
fraqueja enquanto ele é lançado metros para trás com
o enorme soco.
Ele se vira para cima do muro, e vê o lance novamente
com a cabeça baixa.
Os Orcs da horda gritam e urram comemorando
enquanto o Reuben voa.
E ao cair no chão ele sai rolando suas costas estralam e
ele coloca a mão esquerda no chão já tremendo e se
ergue, com a cabeça baixa e a respiração forte,
colocando a espada em mãos e olhando nos olhos do
Orc.
O Reuben se levanta enquanto usa a espada de apoio.
- Eu ainda estou de pé...Pode vir levar sua surra!!!!!!
Ele sai correndo com a lâmina em mãos contra o Orc e
vai na direção da pedra para fingir que vai pular
sobre, porém, ele faz uma rasteira entre as pernas do
Orc e da uma facada nas costas dele.
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Ele consegue enganar o Orc de primeira, que coloca os
braços para cima,na mesma direção novamente
Porém, ele passa entre as pernas do Orc e tenta
encravar a lâmina nele, porém, ao tentar encravar a
lâmina ele da um passo a frente, fazendo o Reuben
errar sua encravada.
Eu falo baixo pra ninguém ouvir.
- Desiste, você não tem chance contra esse orc, não
tem nem nunca vai ter.....
O Orc por sua vez se vira novamente e sorri para ele
- Inteligente, mas seus truques não podem vencer
minha força bruta.
Ele recebe o Reuben com um grande chute na
mandíbula, aproveitando dele estar curvado, que ao
ver o pé do orc subindo com tudo tenta pular sobre a
perna dele e encrava a lâmina no peito do adversário.
E dessa vez o Orc dá um grunhido.
- Ele num tem chance, isso claramente foi um golpe de
sorte...- Eu falo.
O Orc passa a mão no ferimento do peito e olha o
Reuben, nos olhos.
- Golpe de sorte
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O Orc estrala os braços mandando eles para trás, e
dando outro poderoso soco no peito de Reuben, que
para desviar, tenta curvar as costas e encravar a
lâmina no braço dele por baixo.
Ele consegue curvar parte do corpo, apenas com um
golpe leve sendo aplicado no topo da cabeça dele que
o afasta para trás.
O Reuben vendo ele ainda com o braço articulado,
corre para pular sobre o braço do Orc, e encravar a
lâmina no seu olho.
O Orc vendo o reuben se aproximar e pular sobre seu
braço,apenas consegue agarrar ele com o esquerdo,
impedindo qualquer ataque no momento, pegando a
perna dele e tenta bater o Reubem no chão várias
vezes para o quebrar como uma vareta
O Reuben apenas tenta pegar a lâmina e encravar na
mão do orc para ele o soltar.
Mas o Reuben como uma vareta é pego pelo Orc,
jogado, batido, quebrado e espancando várias vezes
no chão.
Ele fica no chão, com várias costelas quebradas e o
rosto coberto de sangue pelo seu nariz
- Ah...........
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O Reuben cospe sangue para cima e novamente usa a
espada para se levantar, mesmo com as pernas
tremendo, fica apoiado nela.
Eu grito desesperado.
- você já era Rueben!!! Para com isso!!!
O Reuben passa a mão no sangue da boca
- Não acabou Fred...Se eu cair.... Todos da vila
também cairão...Qual é a graça de desistir afinal de
contas?
Ele sorri enquanto limpa o rosto
- Eu não vou cair... Afinal...... Eu sou o protagonista da
história, né?
- Por favor, me diz que eu sou o protagonista. E que
eu vou tirar um poder da bunda para vencer ele.
O Reuben olhando para o orc com tudo, e mesmo com
as pernas trêmulas pula contra o ele com outra série
de tentativas de estocadas.
E o Orc vendo ele pular com vários ataques ágeis,
tenta agarrar o braço dele com tudo e o imobilizar.
Ele corre contra o Orc porém, vendo ele articular o
braço faz com que Reubem fique girando ao redor
dele, fazendo com que o Orc começa a tentar agarrar e
socar ele e errando vários socos, Até que abre uma
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brecha para uma estocada perfeita em suas costas e o
Reuben encrava a lâmina na coluna do Orc com tudo
- Por que ele luta mesmo sabendo que nunca vai
ganhar?.....- Eu falo horrorizado e apavorado com
aquela cena.
O Grande Orc se vira para o Reuben enquanto dá
outro grunido.
- Acho que sua sorte já acabou, é hora de te ver cair no
chão!
O grande Orc aproveita da proximidade e da um
enorme gancho de direita no queixo de Reuben, que
vendo o enorme braço em sua direção, apenas tenta
colocar a espada na mesma direção e encravar no
braço.
Porém, mesmo antes de puxar a espada em mãos, o
enorme soco do Orc acerta a mandíbula de reuben,
jogando ele metros afrente E caindo no chão.
- Ahhhhh..........
(Orc)
- Uma pessoa normal já estaria uma cadeira de rodas,
mas tá na cara que ainda não acabou.
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O Reuben com a mão tremendo, se levanta de novo e
se apoia na espada, cuspindo sangue enquanto um
dente dele cai no chão.
- Lá se foi meu último dente de verdade.........
Ele com a mão tremendo ainda tem a coragem de
colocar a espada em posição de combate
- E-u po-sso fazer isso o dia todo.......
O Orc se aproxima novamente enquanto estrala os
dedos.
- Você mal tá conseguindo se mexer enquanto eu
ainda só estou com uma arranhões. Aposta que você
cai em 3 minutos?
Os Orcs ao redor gritam e urram vendo seu grande
líder ficar na frente do seu adversário que estava
caído ao chão.
O Reuben puxa a espada e mesmo com a mão
vermelha de seu sangue já secando e tenta enfiá-la no
pescoço do enorme orc.
- Eu não posso cair ainda!!!
O Orc arregala os olhos não pensando que ele ainda
teria energia para fazer algo, e nem conseguindo criar
qualquer tipo de defesa.
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Porém, por conta dos ferimentos, a espada apenas
toca no peito do Orc sem conseguir perfurar um único
centímetro.
(Orc)
- Eu devo admitir que é impressionante você ainda
poder levantar a espada, não sei dizer você está
ficando mais forte ou eu é que estou ficando velho... Já
fazem 10 anos não é?
O Orc estrala os braços para trás, se preparando para
dar um soco forte o bastante para lançar o Reuben
bem no muro.
E sem nem conseguir correr ou rolar o Reuben apenas
fica parado com as pernas tremendo, mas ainda de pé.
- Acho que você já tá ficando cansando né?- Ele fala
dando um leve sorriso, mesmo com aqueles enormes
ferimentos.
O Reuben vê o Orc já ficando cansado,por conta da
grande quantia de golpes e já por estar mais velho
- Vocês deveriam ver ele quando era mais novo, eu
saia daqui com os ossos para fora.
Ele começa a rir até ser parado com um grunhido de
dor.
- Ai...
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Eu olho pro Rueben
- Por que você não desiste logo? Você vai morrer se
continuar apanhando assim!
- Se eu arregar, todos vocês irão cair...Eu não tenho o
direito de desistir por toda a vila. Nem daqui sou,
porém me abraçaram como um filho de verdade,
então tudo isso é meu pedido de agradecimento.
O orc então prepara uma sequência de enormes socos,
que vem quase cortando o ar de tamanho poder, para
golpear o Reuben
Ele pega sua lâmina e bloqueia o primeiro soco
fazendo com que o braço esquerdo fica contra a
espada de Reuben, até que em um instante, o braço
direito voa e acerta sua cara com tudo, porém, ele
enfia a perna na terra e não vai para trás.
O Orc arregala os olhos e Reuben sorri de canto de
boca e aponta a espada na direção do seu oponente.
- Como das últimas vezes, meu bom senhor, eu vou
ficar de pé até você sair daqui.
O Reuben sai correndo contra o Orc e pula contra o
rosto dele com um furioso corte. Porém, ao pular ,o
ele é agarrado novamente pelo Orc ,que com o braço
esquerdo o segura ,e com o direito ,começa a dar uma
série de ganchos e socos no rosto do homem causando
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vários hematomas com poderoso golpes que já teriam
matado uma pessoa normal.
O Reuben cospe mais sangue e sorri vendo o último
soco acertar seu rosto.
- Eu ainda não caí...
(Orc)
- Normalmente, você já estaria agachado enquanto eu
te chutava até cansar. Eu devo estar ficando velho
demais para isso, então temos que acabar logo com
nossas brincadeirinhas.
O Reuben puxa a lâmina e olha ao seu Inimigo já
suspirando de cansaço.
- Essa série de socos deve ter de deixado só o
osso...Agora é minha chance de te mostrar do que
minha lâmina é capaz!
O Reuben encrava a lâmina dele no braço do Orc com
toda sua força, o que o faz largar o Reuben no chão,
que Que novamente se levanta e fica de pé.
O Orc, por sua vez, ergue a pedra que o Reuben usou
para pular no início da luta para correr contra ele e o
esmagar com o enorme pedregulho
O Reuben usando de sua maior velocidade , mesmo
debilitada devido aos ferimentos, se aproxima do Orc
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que já estava cansando das séries de socos,
conseguindo passar entre suas pernas e encravar a
lâmina nas costas dele, fazendo o mesmo gritar de
dor, dando a chance do grande pedregulho se soltar e
cair na cabeça do Orc derrubando o mesmo com outro
grande golpe.
Porém, o Orc afasta a pedra do lado e se levanta com
o sangue de suas costas escorrendo ao chão
O reuben respira fundo, ignorando a dor por um
segundo, tendo uma chance de agir
Enquanto o Grande Orc se levanta e fica em posição
de combate.
- Hora de acabar com isso
(Reuben)
- Mais alguns socos e seu tempo acaba, grandão, então
eu vou ter mais um mês para treinar e te dar outra
surra.
O Orc limpa o sangue que estava escorrendo de seu
peito.
- Eu devo admitir que sua atitude foi poderosa,
porém, ainda são golpes de sorte. Uma vez ou outra
você iria me ferir. Porém, acabou, Reuben
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O Orc ergue o grande pedregulho, e como martelo
colossal, usa para quebrar o Reubem no chão.
O Reuben vendo novamente a grande pedra, apenas
tem a chance de correr e tentar dar um rápido corte na
perna do Orc,para o derrubar no chão, mas acaba
ficando com câimbra pela falta de sangue, e apenas vê
a silhueta da rocha tampando o sol, e começa a ser
esmagado e esmagado várias vezes, como um prego
sendo afundando em uma tábua até que, quase
morrendo de cansaço, o Orc larga a pedra e todos
veem o Reuben amassado no chão, com vários ossos
quebrados, e com os olhos quase vazios, naquele
estado deplorável, dando até nojo de ver.
O Orc começa a bufar de cansaço
- Você durou mais que o normal hoje...vai, pode se
levantar. Eu estou esperando
O Lance em cima do muro abaixa a cabeça.
- Seu idiota...
Porém, o braço do Reuben começa a tremer, e ele
agarra a espada do lado com toda a dificuldade do
mundo e com o olhar baixo, encrava ela no chão, com
as pernas bambas e fica de pé com a espada no chão,
como se ele estivesse na forma de uma estátua.
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- Essa luta já acabou...para...- eu falo, porém, ele não
escuta.
Como se ele estivesse cego, surdo e até mesmo mudo,
na mesma pose
O Orc a frente do Reuben, já bastante cansado olha
para seu adversário.
- De novo com seu truquezinho, né?
E novamente o Orc da um poderoso soco no Reuben,
seu punho dele bate com tudo na pele dele, porém
como uma parede de pedra, ele não se move um
centímetro, e continua sem qualquer reação.
O Orc da outro golpe, porém não consegue derrubar
aquela estranha estátua que estava no local.
E o Grande Orc bufa já exausto, quase não
conseguindo ficar de pé por tanto tempo de combate.
Então se vira a horda
- Vamos embora suas bestas, até mês que vem, levem
o trigo.- A orda obedece na mesma hora.
E de forma seca, simplesmente vai embora...
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