Gestão Empresarial
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IESDE BRASIL
2020
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4 Gestão de produção 77
4.1 A função-produção no contexto organizacional 78
4.2 Estratégia Top down e Bottom up 82
4.3 Objetivos de desempenho 88
4.4 Matriz Importância e Desempenho 96
Gabarito 127
Vídeo
APRESENTAÇÃO
Este livro traz uma abordagem contemporânea de conceitos,
estratégias e práticas próprios do mundo corporativo, com o
objetivo de provocar reflexões e aprimorar as suas competências
como gestor empresarial.
Para atingir esse propósito, no primeiro capítulo analisamos
a competitividade das empresas sob a perspectiva da economia
globalizada e das mudanças nos padrões de comportamento dos
negócios e dos consumidores. Atualmente o ambiente competitivo
se encontra mais acirrado, exigindo novas posturas estratégicas
e comportamentais, o que coloca a gestão empresarial como
ferramenta essencial à preservação da imagem da empresa e à
geração de valor.
No segundo capítulo estudamos o planejamento estratégico e
a construção de cenários competitivos futuros. A competência para
lidar com essas ferramentas permite ao gestor empresarial definir e
delimitar as estratégias corporativas e antever eventos e tendências
capazes de influenciar o ambiente de negócios. O planejamento
estratégico e a construção de cenários também auxiliam na redução
de riscos durante o processo de tomada de decisão estratégica.
O terceiro capítulo está estruturado de modo a
compreendermos como as variações econômicas e financeiras
podem impactar as estratégias corporativas e qual é a relevância
do capital de giro para as empresas. Também abordamos o
mercado financeiro, bem como sua regulação, seus subsistemas
e os agentes econômicos que nele atuam.
No quarto capítulo, o objetivo é entendermos como a
função-produção e as estratégias de produção podem contribuir
com o crescimento da empresa e auxiliar no processo de tomada
de decisão. Ainda sob a perspectiva de crescimento, analisamos
a Matriz de Importância e Desempenho, utilizada para avaliar
como a atividade de produção está contribuindo para melhorar
a competitividade da instituição em relação a seus concorrentes.
No quinto capítulo discutimos a utilização das capacidades
humanas, consideradas no contexto organizacional como um
recurso essencial à obtenção de vantagem competitiva. A
discussão assenta-se nas competências profissionais, que
podem dar ao indivíduo e às equipes condições de alcance de
resultados de sucesso. Por se tratar do uso de competências
intrínsecas às pessoas, também tratamos da retenção de
talentos e da valorização profissional. Esses assuntos são
imprescindíveis ao conhecimento dos gestores empresariais,
visto que o ser humano possui talento e criatividade capazes de
auxiliar no sucesso da empresa.
Bons estudos!
1
As organizações no
contexto atual
O objetivo deste capítulo é compreender, dentro de uma pers-
pectiva de economia global, as mudanças relacionadas ao contexto
internacional e nacional, a postura ética dos gestores e como os fa-
tores externos e internos influenciam a competitividade, a tomada
de decisão e o desempenho organizacional.
Para atender aos objetivos propostos para o capítulo, na pri-
meira seção serão abordadas as mudanças no contexto inter-
nacional e nacional e como essas mudanças podem requerer
novas posturas estratégicas às empresas, a fim de não perderem
a competitividade.
Na segunda seção, serão abordadas as inter-relações das em-
presas com o ambiente organizacional, do qual fazem parte o ma-
croambiente, o ambiente competitivo e o operacional. O propósito
dessa abordagem é a compreensão das variáveis que influenciam
a formulação das estratégias organizacionais.
Na terceira seção, o objetivo é apresentar alguns fatores que
indicam a eficácia de uma gestão empresarial. Para o desenvolvi-
mento dessa parte, optamos por trazer diversos aspectos relacio-
nados ao comportamento dos gestores como agentes principais
de uma gestão eficaz.
Na quarta e última seção, veremos a ética na gestão e sua im-
portância para a conquista de credibilidade junto ao mercado e a
preservação da imagem da empresa para geração de valor.
Então, vamos lá! Bons estudos.
10 Gestão Empresarial
Além de precisar vencer um número de concorrentes, é necessário
rever estruturas e processos, uma vez que a globalização afeta o design,
a produção, a distribuição e o pós-venda, e soma-se a isso a maior
qualidade dos produtos e serviços. Para competir no cenário descrito,
as empresas precisam incrementar suas estratégias, adotando planos
sofisticados e ousados, o que exige o desenvolvimento e a aquisição de
competências informacionais e gerenciais, além da tecnologia, da
inovação e da atuação internacional (FIGUEIRA; MELLO, 2015).
http://www.periodicosibepes.org.br/index.php/recadm/article/view/2600/1065
Figura 1
Ambiente organizacional
Ambiente operacional
• Consumidores
• Funcionários
• Fornecedores
• Acionistas
12 Gestão Empresarial
O conhecimento integrado desses três ambientes é importante
para a gestão empresarial, pois deles advêm informações necessárias e
relevantes ao planejamento e à implementação das ações estratégicas
que a organização pretende tomar.
Além disso, é preciso considerar que todas as decisões devem ser
tomadas levando em consideração a missão e os propósitos da em-
presa, bem como observando atentamente o resultado do diagnóstico
estratégico, que é o decorrente da análise ambiental (OLIVEIRA, 2013).
A importância de se analisar o ambiente em que a empresa compete
está na capacidade que cada um desses ambientes tem de revelar de-
talhes sobre tendências futuras, as quais indicam a dinâmica das ações,
reações e intenções dos concorrentes (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2013).
Como você pode perceber, estamos tratando de conduzir a empresa
a um caminho de sucesso, e para isso dependemos de informações. E
o que fazemos com essas informações? Planejamos. Pois bem, este é o
nosso objetivo quando decidimos conhecer o ambiente competitivo e
suas características: planejar para gerir a empresa de maneira a conquis-
tar novos mercados e clientes, aumentando com isso a lucratividade.
Artigo
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3325/2196
Figura 2
Ambiente geral
Econômico
Global
Tecnológico
Saiba que dentro de cada uma das seis dimensões estão contidos
diversos fatores, descritos no Quadro 1, que são capazes de influen-
ciar a maneira como uma empresa está posicionada no ambiente
competitivo.
14 Gestão Empresarial
Quadro 1
Fatores que compõem o ambiente geral
Segmento Características
- Taxas de inflação
- Taxas de juros
- Déficits ou superávits comerciais
Econômico - Déficits ou superávits orçamentários
- Taxa de poupança pessoal
- Taxa de poupança comercial
- Produto Interno Bruto
- Mulheres no mercado de trabalho
- Diversidade da mão de obra
- Atitudes com relação à qualidade da vida profissional
Sociocultural - Preocupações com o meio ambiente
- Mudanças nas preferências profissionais e de carreira
- Mudanças nas preferências relacionadas às características de
produtos e serviços
- Acontecimentos políticos importantes
- Mercados globais essenciais
Global
- Novos países industrializados
- Diferentes atributos culturais e institucionais
- Inovações dos produtos
- Aplicações do conhecimento
Tecnológico - Foco nos gastos privados e públicos de produção e desenvol-
vimento (P&D)
- Novas tecnologias da comunicação
1
1
- Legislação antitruste
- Legislação tributária
Lei n. 12.529/2011, que impede
e pune práticas anticompetitivas.
Político/Jurídico - Filosofia de desregulamentação
- Leis de treinamento de mão de obra
- Filosofias e políticas educacionais
- Tamanho da população
- Estrutura etária
Demográfico - Distribuição geográfica
- Mistura étnica
- Distribuição de renda
Fonte: Elaborado pelo autor.
Artigo
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0707_1590.pdf
16 Gestão Empresarial
1.2.2 Ambiente competitivo
Prosseguindo nossos estudos, falaremos agora sobre o ambiente
competitivo. Segundo Porter (2004), ele é composto por forças que exer-
Saiba mais
cem influência sobre a lucratividade e o posicionamento estratégico de
A rivalidade competitiva
uma empresa. Nesse sentido, quando procedemos a análise do ambien- se caracteriza quando uma
te competitivo, estamos buscando criar condições que permitam à em- empresa busca assumir uma
presa prever a dinâmica das ações e reações dos concorrentes. posição vantajosa em relação ao
seu concorrente (HIT; IRELAND;
Por isso, conhecer o ambiente e realizar sua leitura e análise de ma- HOSKISSON, 2013).
neira adequada são de fundamental importância para compreender o
grau de rivalidade entre as empresas, permitindo
que os gestores reajam às ações dos rivais, supe-
rando-os em suas estratégias.
Entrantes potenciais
Ameaças de novos
entrantes
Poder de barganha
Poder de barganha
dos compradores
dos fornecedores
negociação
negociação
Poder de
Poder de
Rivalidade entre os
concorrentes
Ameaças de novos
produtos
Produtos
substitutos
Mas você deve estar se perguntando, o que são essas forças? Então,
vamos lá. Abordaremos cada uma delas para que você saiba em deta-
lhes o que elas representam e como influenciam as empresas no am-
biente competitivo.
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e como não poderia deixar de ser, possuem Shu
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recursos financeiros substanciais (PORTER, 2004). Nattee
18 Gestão Empresarial
Quando temos um mercado dominado por poucas grandes empre-
sas de um mesmo setor, ele fica nas mãos delas. Aqui cabe o exemplo
das operadoras de telecomunicação ou das empresas químicas, que
produzem matérias-primas específicas à indústria de transformação.
Um grupo de fornecedores é poderoso quando:
•• Dominado por poucas empresas e é mais concentrado do que o
setor para o qual vende.
•• Não está obrigado a lutar com outros produtos substitutos na
venda para a indústria.
•• O produto do fornecedor é um insumo importante para o negó-
cio do comprador. (PORTER, 2004, p. 29)
hutterstock
como já vimos, ficou muito mais fácil escolher aquele que tem
melhor preço e condições de pagamento.
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O poder de cada grupo de compradores depende de certas
tee
Nat
características relacionadas ao mercado e da importância de suas
compras para seus fornecedores (PORTER, 2004). Por exemplo, se a
oferta de determinado produto é grande no mercado, o comprador
tem maior acessibilidade em relação ao preço, podendo optar pelo
mais adequado às suas possibilidades financeiras.
tter
hu
stoc
k
adoçante.
yan
Sri
t / Sh
utter
ra no mercado, geralmente provocada pela introdução de um
stock
novo produto ou por uma oportunidade que as empresas de-
sejam aproveitar. Tais fatores, que não são os únicos, pressionam os
concorrentes a reagirem rapidamente para não perderem espaço e
competitividade. Dependendo das estratégias de reação, os movimen-
tos competitivos podem ter excelentes efeitos em relação aos seus
concorrentes.
Glossário Os concorrentes, por sua vez, vendo a reação de um dos players,
players: em português, joga- darão início a uma retaliação para conter esses movimentos. Essa
dores; agentes ou empresas que
condição de ação e reação pode permitir um aprimoramento no setor
competem em um mercado.
como um todo.
20 Gestão Empresarial
O que há em comum em ambos os ambientes é a necessidade de
uma gestão empresarial atenta às oscilações das estruturas sociais e ao
movimento de seus concorrentes, para que possa responder pronta-
mente às ameaças ou aproveitar as oportunidades que venham a surgir.
Artigo
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/1449/1238
Trueffelpix/ Shutterstock
coletadas informações para que a em-
presa subsidie seu planejamento
estratégico, o qual está direta-
mente ligado às áreas operacio-
nais da empresa, uma vez que
serão as responsáveis pela im-
plementação das estratégias
(GASSENFERTH; MACHADO; KRAUSE, 2012). Dada tal responsabilidade
dessas áreas, ao falarmos de ambiente interno estamos tratando de
recursos e de capacitações que dão à empresa condições de reagir às
estratégias competitivas de seus concorrentes.
Quadro 2
Classificação de recursos tangíveis
Quadro 3
Classificação de recursos intangíveis
• Conhecimento
Recursos • Confiança
humanos • Capacitações gerenciais
• Rotinas organizacionais
• Ideias
Recursos de
• Capacitações científicas
inovações
• Capacidade de inovar
• Reputação para os clientes
• Marca
Recursos
• Percepções de qualidade, durabilidade e confiabilidade do produto
relacionados à
• Reputação para os fornecedores
reputação
• Reputação para interações e relações eficientes, eficazes, de su-
porte e mutuamente benéficas
Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson, 2013, p. 75.
22 Gestão Empresarial
Você pode observar no Quadro 3 que os recursos descritos estão
relacionados à atividade intelectual, como é o caso da produção do co-
nhecimento, que tem início em um processo de construção mental. São
recursos que agregam valor à organização, porém são difíceis de men-
surar ou de atribuir valor, como é o caso da reputação. Glossário
https://www.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/914/pdf
24 Gestão Empresarial
característica que mais chama a atenção no momento de se considerar
se uma gestão é eficaz ou não.
Figura 4
Liderança estratégica e processo de gestão estratégica
Liderança estratégica
formação da
Modela a
Visão e Missão
influenciam
Ações estratégicas
bem-sucedidas
Retornos acima da
média
Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson, 2013, p. 343.
O filme O Homem que É relevante ressaltar dentro da gestão empresarial eficaz a capa-
mudou o jogo mostra a cidade de gerenciar uma empresa por meio das outras pessoas. Ou
capacidade de se trans-
formar o fracasso em seja, o gestor precisa ter a capacidade de conduzir de maneira eficaz
vitória pela maneira como o comportamento humano, de modo a influenciar significativamente
os jogadores de um time
são escolhidos. as atitudes, os pensamentos e os sentimentos de seus colaboradores
Direção: Bennett Miller. EUA: (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2013).
Michael De Luca Productions; Scott
Rudin Productions, 2011.
Mas além de conhecer o ambiente, a empresa, de saber lidar es-
trategicamente com as informações e as pessoas, o gestor, segundo
Fernandes, Oliva e Kubo (2020), precisa ter em seu perfil outras com-
petências, como:
Vyacheslavikus/ Griboedov/Shutterstock
Credibilidade e foco nos valores éticos e morais,
considerados aspectos fundamentais à gestão
empresarial a fim de conquistar a confiança dos
stakeholders.
Saber se comunicar é outro atributo
essencial, pois dá ao gestor a capacidade
de se manifestar de maneira clara e objetiva
sobre os assuntos sob sua responsabilidade.
Não saber se comunicar pode provocar
divergências e um possível erro estratégico
na tomada de decisão. Saber analisar de maneira abrangente o ambiente
competitivo e a realidade internacional e nacional,
colocando-se a par da geopolítica, sendo capaz de
avaliar os movimentos do mercado e as tendências
da economia.
Ter habilidade de analisar resultados
e capacidade de analisar relatórios e
documentos em geral, permitindo o
questionamento e domínio de temas
complexos e desconhecidos.
26 Gestão Empresarial
Todas as características elencadas, quando encontradas no perfil do
gestor, também indicam uma gestão eficaz. Não são somente os resulta-
dos que importam, até porque podem ser momentâneos, passageiros.
Somados os bons resultados à competência, teremos gestores capazes
de obter resultados a longo prazo e vantagem competitiva para a em-
presa. Desse modo, podemos afirmar que realmente a gestão é eficaz.
Artigo
https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/article/viewFile/2175-8069.2020v17n43p120/43749
Dapitart/Shutterstock
28 Gestão Empresarial
Quadro 4
Empresas e executivos acusados de fraudes
Fraude contábil de US$ 3,8 bilhões. Despesas foram registradas como inves-
WorldCom
timentos durante cinco trimestres.
Concordata após ter contraído enorme dívida para construir uma rede mun-
Global Crossing Telecomu-
dial de fibra ótica. É alvo de investigação formal do órgão regulador de mer-
nicações
cado de capitais sobre suas práticas contábeis.
Dennis Kozlowski, ex-pre- Condenado por fraude fiscal e falsificação de prova. Segundo a Justiça,
sidente do conglomerado Kozlowski fraudou o fisco em US$ 1,017 milhão em impostos pela compra de
industrial Tyco obras de arte, manipulando dados contábeis da Tyco.
Adelphia, operadora de Reconheceu ter concedido empréstimos no valor de US$ 2,3 bilhões à família
cabo dos EUA Rigas, sua principal acionista.
Merck, companhia farma- Registrou, nos últimos três anos, receitas de US$ 14 bilhões de uma de suas
cêutica dos EUA subsidiárias, a Medco, que, na verdade, nunca foram recebidas.
30 Gestão Empresarial
A gestão empresarial exige seriedade daqueles que a exercem, pois
de outra maneira estão colocando a empresa e a própria carreira em
xeque. A ética não está somente nas relações econômicas, mas também
no convívio diário com todos aqueles com que a empresa se relaciona.
Artigo
http://www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/5897/3271
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atenção ao ambiente geral (externo e interno) precisa ser uma cons-
tante na rotina dos gestores empresariais, uma vez que o menor descuido
pode levar a estratégias equivocadas, comprometendo o desempenho e a
perpetuidade da organização.
Observar, encontrar e interpretar as informações ambientais é uma ta-
refa árdua e complexa, assim como o próprio ambiente. Por isso, se exige
grande capacidade intelectual e vigor físico do gestor, pois ele terá que se
dedicar a várias horas de imersão em um conteúdo denso de dados, que
vão desde números a informações subjetivas, quando se analisa aspectos
qualitativos.
Essa complexidade que há na análise do ambiente se dá, primeira-
mente, pela dificuldade em se encontrar variáveis e determinar quais de
fato possam representar ameaças ou oportunidades para a empresa.
Posteriormente, a dificuldade aumenta, uma vez que se torna necessário
estabelecer uma conexão entre tais variáveis e os objetivos organizacio-
nais, decorrendo daí a formulação das estratégias para alcançá-los.
Quando o gestor consegue interpretar os dados, determinar variáveis
e posicionar a empresa estrategicamente ao alcance de suas metas
e objetivos, ele estará sendo eficiente, mas se alcança os resultados
propostos, terá sido eficaz. Infere-se, portanto, que conhecer o ambiente
(externo e interno), saber interpretá-lo e formular estratégias que levem
a empresa ao sucesso determinam o perfil de um gestor competente no
desempenho de suas funções.
ATIVIDADES
1. A eficiência competitiva e a excelência empresarial consideradas
dentro de um cenário de uma economia globalizada tornam-se cada
vez mais difíceis de serem atingidas em decorrência do crescente
número de negócios realizados entre empresas de diferentes países.
Por quê? Considere a concorrência em mercados globalizados para
responder à atividade.
32 Gestão Empresarial
REFERÊNCIAS
COULSON-THOMAS, C. Competences of an effective director. Industrial and commercial
training, v. 41, n. 1, p. 27-35, 2009.
DICIO. Dicionário Online de Português. 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br.
Acesso em: 31 ago. 2020.
FERNANDES, C. A.; OLIVA, E. C.; KUBO, E. K. M. Características individuais relevantes ao
conselheiro de administração independente. Revista Contemporânea de Contabilidade,
Florianópolis, v. 17, n. 43, p. 120-135, abr./jun. 2020.
FIGUEIRA, A. R.; MELLO, R. C (org.). Relações econômicas internacionais: perspectivas
brasileiras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
GASSENFERTH, W.; MACHADO, M. A. S.; KRAUSE, W. Gestão empresarial em gotas: agite
depois de ler. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica: competitividade e
globalização. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
MATOS, F. G. Ética na gestão empresarial: da conscientização à ação. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MENDES, F. S.; CARVALHO, V. M. Compliance: concorrência e combate à corrupção. São
Paulo: Trevisan, 2017.
OLIVEIRA, D. P. R. Administração estratégica na prática: a competitividade para administrar
o futuro das empresas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
PORTER, E. M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
34 Gestão Empresarial
2.1 Estratégias competitivas
Vídeo Agora que veremos as estratégias
Golden Sikorka/Shutterstock
competitivas, precisamos primeiro lem-
brar que toda estratégia deve ser pla-
nejada com base nas informações que
obtemos do ambiente e que devemos
colocar toda a nossa energia e coragem
para sua implementação, sem praticar
desvios éticos e morais contra quem quer
que seja. Feitas as considerações iniciais,
vamos começar conceituando a estraté-
gia competitiva.
Figura 1
Roda da estratégia competitiva LINHA DE
PRODUTOS MERCADO-
-ALVO
FINANÇAS
E CONTROLES MARKETING
METAS
COMPRAS DISTRIBUIÇÃO
ck
Leremy/Shuttersto
36 Gestão Empresarial
Em primeiro lugar, a escolha de uma estratégia competitiva precisa
responder a duas questões importantes (OLIVEIRA, 2018):
Como esse
hutterstock
m/S destino deve ser
Vjo
estabelecido?
Qual é o destino
que se quer dar à
empresa?
Com base nas respostas a essas questões devemos fazer uma análi-
se profunda do que a empresa está realizando no momento e entender
o que está acontecendo no ambiente para depois estabelecer a estra-
tégia (PORTER, 2004). Feito isso, o empresário e os gestores do negócio
Vídeo
podem definir algumas estratégias competitivas.
O vídeo Estratégia
Vamos iniciar pela escolha de uma estratégia para a competição Competitiva traz Michael
Porter demonstrando
no mercado. Veja, ela deve ser selecionada quando a empresa precisa as diferentes estratégias
competitivas e como elas
estabelecer a melhor direção a ser seguida, visando otimizar o grau
auxiliam a empresa na
de interação com os fatores externos e atuar de maneira inovadora e conquista de mercado.
diferenciada (OLIVEIRA, 2018). Ao optar por uma estratégia, uma orga- Disponível em: https://youtu.be/
SKROW1BxpUA. Acesso em: 9
nização está definindo de modo diferente de seus concorrentes quais out. 2020.
ações e práticas deverá adotar para melhorar o seu desempenho e
criar valor aos stakeholders a longo prazo.
robuart/Shutterstock
Liderança em custos: é aquela em que a empresa faz o seu custo
total ser inferior ao dos seus concorrentes (PORTER, 2004).
Essa estratégia tem como foco um nicho de mercado, ou seja, uma parcela
de consumidores que possui necessidades específicas e que é pouco ou mal
explorada pelas empresas; isso gera especialidade em certo perfil de comprador.
A especialização, com o tempo, se tornará uma defesa contra concorrentes que
procuram atender a diversos segmentos de maneira generalista, mas que, por não
conhecerem em profundidade as necessidades e preferências de determinado nicho,
não terão a mesma capacidade da empresa que adota a estratégia de enfoque.
Desafio
Se você já trabalha em uma As três estratégias competitivas estudadas nesta seção não esgo-
empresa, responda, com base
tam o assunto em si; pelo contrário, há muito mais a ser estudado,
no conhecimento que tem dela,
as duas questões apresentadas pois para se chegar a adotar qualquer uma delas é necessária uma
nesta seção utilizando o que análise detalhada e minuciosa dos ambientes externo e interno, bem
aprendeu em suas experiências
como da apropriação e disponibilização de conhecimento e recursos
profissionais.
para levá-las adiante.
38 Gestão Empresarial
Artigo
http://recc.cra-pr.org.br/index.php/recc/article/view/49/59
Para a compreen-
são da ideia global de
um dado conceito é
necessário analisarmos
as suas partes individual- Tashatuvango/Shutterstock
40 Gestão Empresarial
Figura 2
Planejamento estratégico, tático e operacional
Características
Características
Abrange cada
Planejamento departamento • Projetado para médio prazo.
tático ou unidade da • Envolve cada departamento.
organização • É menos genérico e mais detalhado.
• É definido em nível intermediário.
Características
Planejamento Abrange cada tarefa
• Projetado para curto prazo.
operacional ou atividade específica
• É detalhado, específico e analítico.
• É definido no nível operacional.
Fonte: Adaptada de Chiavenato, 2020, p. 47.
Figura 3
Níveis de planejamento organizacional
Decisões Planejamento
NÍVEL estratégicas estratégico
ESTRATÉGICO
Decisões Planejamento
NÍVEL táticas tático
TÁTICO
Decisões Planejamento
NÍVEL OPERACIONAL operacionais operacional
Artigo
Desafio http://www.spell.org.br/documentos/ver/56619/
Identifique e detalhe ao máximo os-desafios-de-criar-vantagens-competitivas-sustentaveis-em-grandes-corporacoes-multidivisionais-b2b
o planejamento estratégico da
sua empresa – se fizer parte de O artigo Os Desafios de Criar Vantagens Competitivas Sustentáveis em Grandes
Corporações Multidivisionais B2B, de Isis Koelle et al., publicado na Revista de
uma. Faça o mesmo com os pla-
Administração da UFSM em 2019, tem como principal objetivo analisar dois
nejamentos tático e operacional.
grandes desafios que as corporações multidivisionais B2B enfrentam diaria-
Ao final, elabore um relatório mente para tirar proveito de sua estratégia corporativa e garantir vantagens
com os possíveis erros e acertos competitivas sustentáveis. A leitura dará maior compreensão de como são
e quais suas consequências a utilizadas as estratégias de competição para alcançar a vantagem.
longo prazo.
Acesso em: 9 out . 2020.
42 Gestão Empresarial
2.3 Construção de cenários
Vídeo Agora que já sabemos o que são estratégias competitivas e de que
maneira o planejamento pode auxiliar na formulação e execução das
mais adequadas aos objetivos organizacionais, vamos abordar a cons-
trução ou planejamento de cenários.
44 Gestão Empresarial
Estudo de caso
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
Abordagem projetiva
Restrita a fatores e variáveis quantitativas, procura explicar o
futuro com base no passado, considerando um futuro único e
certo. Ela tem se mostrado insuficiente para direcionar a ação da
empresa no futuro.
Abordagem prospectiva
Leva em consideração as estratégias praticadas no presente e
considera a visão global, as variações qualitativas e quantitativas
e a subjetividade de opiniões e pensamentos. Ela contempla um
futuro múltiplo e incerto e informações analisadas por métodos
do tipo da análise estrutural.
Por isso, para nosso estudo, vamos abordar a matriz SWOT com
análise cruzada como exemplo para definir estratégias em cenários
futuros. Mas antes vamos conhecer o conceito de matriz SWOT e seu
objetivo no que diz respeito a seu aspecto mais usual.
46 Gestão Empresarial
Balodann/Shutterstock
Forças Fraquezas
Análise
SWOT
Oportunidades Ameaças
Quadro 1
Possíveis estratégias da matriz SWOT cruzada
Mercado
Oportunidades Ameaças
Estratégia ofensiva Estratégia de confronto
Primeiro, verificamos se foram identificados pontos Ocorre quando a empresa utiliza seus pontos fortes
fortes na análise do ambiente interno. Se sim, são para vencer as ameaças que colocam suas estratégias
Pontos fortes
selecionados e cruzados com as oportunidades e sua sobrevivência em risco. Os pontos fortes preci-
encontradas na análise do ambiente externo. Com sam estar sempre disponíveis e consolidados; ter uma
essa estratégia, a empresa tira vantagem das forças força é poder contar com ela a qualquer momento e
que possui e que darão potencial ofensivo. Nesse na quantidade necessária. Quando esses pontos são
sentido, devemos desenvolver uma estratégia que comparados com as ameaças, é fácil entender como
possibilite o melhor aproveitamento da situação, o as forças poderão influenciar a redução das ameaças,
Empresa
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/58/ESO1387.pdf
48 Gestão Empresarial
Portanto, um gestor será reconhecido como com-
petente se for capaz de tomar decisões oportunas e
relevantes diante de cenários complexos, demons-
trando a capacidade de combinar e pôr em prática
recursos necessários e adequados em contextos es-
pecíficos (LE BOTERF, 2016).
Quadro 2
Tipos de tomada de decisão
Tipo de
Características e recomendações para
tomada de Precaução Autores
a utilização
decisão
É a comparação entre um problema-fonte
Uma percepção simplista
(passado) e um problema-alvo (presente).
ou incorreta de novos
Ocorre por meio da utilização de conheci-
problemas pode enganar
mentos derivados de experiências passa-
os tomadores de decisão,
das e da construção de modelos mentais.
pois a transferência da
Permite a combinação das escolhas estra- Gary, Wood e
Analogia experiência passada para
tégicas com a compreensão do ambiente Pillinger (2012).
outra envolve a compa-
de negócios. A resolução da tomada de
ração entre relações es-
decisão por analogia só é possível depois
truturais iguais, mas com
que os tomadores de decisão adquiriram
características superficiais
conhecimento suficiente e abrangente do
diferentes.
problema anterior.
(Continua)
50 Gestão Empresarial
Para qualquer um dos casos é necessária uma análise aprofundada Filme
do passado, do presente, dos objetivos, dos pontos fortes e fracos e de
todas as variáveis ambientais que envolvem a decisão a ser tomada,
sem deixar de considerar uma avaliação rigorosa dos possíveis riscos
e resultados.
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-69712020000300205&script=sci_abstract&tlng=pt
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais um capítulo de nossos estudos. Vimos
assuntos intrínsecos à atividade de gestor empresarial, a qual concen-
tra grande responsabilidade sobre o profissional que a desempenha.
Para não perder o foco e não errar na condução dos rumos do negó-
cio, é preciso que o gestor saiba que existem estratégias capazes de dar
vantagem competitiva à empresa e, com isso, colocá-la à frente de seus
concorrentes.
Embora existam ferramentas estratégicas que podem dar ao gestor
condições de se destacar perante o mercado e levar a empresa ao su-
cesso, elas precisam ser conhecidas e utilizadas adequadamente, como
no caso de definir qual a melhor estratégia para a empresa competir; co-
nhecer como elaborar um bom planejamento estratégico, determinando
como e por quem as estratégias serão implementadas; planejar cenários;
e, acima de tudo, tomar decisões com responsabilidade, competência e
coragem.
Os saberes que tornam os gestores competentes e diferenciados dos
demais são atributos que exigem dedicação e atualização constantes.
Essas condições são essenciais para quem deseja ter sucesso na carreira
e para a empresa.
ATIVIDADES
1. Como as áreas funcionais se relacionam com as políticas
organizacionais?
52 Gestão Empresarial
se referindo? Quais são as maiores dificuldades e os riscos para a
empresa que adota esse tipo de estratégia?
REFERÊNCIAS
CHARAN, R. Know-how: as 8 competências que separam os que fazem dos que não fazem.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
CHIAVENATO, I. Planejamento estratégico: da intenção aos resultados. São Paulo: Atlas, 2020.
CLARK, K. D.; MAGGITTI, P. G. TMT potency and strategic decision-making in high technology
firms. Journal of Management Studies, v. 49, n. 7, maio 2012.
DICIO. Dicionário Online de Português. 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br/.
Acesso em: 9 out. 2020.
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Academy of Management Journal, v. 32, n. 3, p. 543-576, set. 1989.
ELBANNA, S.; CHILD, J.; DAYAN, M. A model of antecedents and consequences of intuition
in strategic decision-making: evidence from Egypt. Long Range Planning, v. 46, n. 1-2,
p. 149-176, fev. 2013.
GARBUIO, M.; LOVALLO, D.; SIBONY, O. Evidence doesn’t argue for itself: the value of
disinterested dialogue in strategic decision-making. Long Range Planning, v. 48, n. 6,
p. 361-380, dez. 2015.
GARY, M. S.; WOOD, R. E.; PILLINGER, T. Enhancing mental models, analogical transfer,
and performance in strategic decision making. Strategic Management Journal, v. 33, n. 11,
p. 1229-1246, nov. 2012.
HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica: competitividade e
globalização. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
LE BOTERF, G. Professionnaliser: construire des parcours personnalisés de
professionnalisation. 7. ed. Paris: Eyrolles, 2016.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
OLIVEIRA, D. de. P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas.
34. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
PORTER, E. M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
RINGLAND, G. Scenario Planning: managing for the future. 2. ed. Nova Jersey: John Wiley &
Sons, 2006.
ZANETTI, A. Salgadinho é recolhido por ter embalagem barulhenta. Design de Embalagem, 31
mar. 2011. Disponível em: https://designdeembalagemfaimi.wordpress.com/2011/03/31/
salgadinho-e-recolhido-por-ter-embalagem-barulhenta/. Acesso em: 15 dez. 2020.
54 Gestão Empresarial
É importante ressaltar que, quando nos aprofundamos na com-
preensão de um determinado assunto, adquirimos uma visão mais
abrangente e aprofundada a seu respeito, o que facilita sua aplicação
em um dado contexto teórico ou prático.
mst
anle
y/Sh
utte
rsto
ck
56 Gestão Empresarial
estão as famílias, que representam o elo mais frágil nessa corrente de
relações econômicas.
Figura 1
Ciclo de consequências de crises econômicas
Consequências:
redução do PIB;
aumento da dívida
pública; QUEDA DA
CORTE DE
recessão. DEMANDA
CUSTOS
58 Gestão Empresarial
Artigo
https://periodicos.unifor.br/rca/article/view/3209/pdf
Figura 2
Ciclo operacional
Ciclo financeiro: inicia-se com o pagamento aos
1
3
vendas realizadas.
Compra de
Recebimento mercadorias
(contas a receber) (venda e estoque)
2
Venda da mercadoria
ao cliente (à vista ou a
prazo)
Ciclo operacional: é a fusão dos ciclos econômico e financeiro. Tem início com a compra da
mercadoria e finaliza com o recebimento.
A resposta para essa questão pode ser obtida pela diferença en-
tre o Ativo Circulante Operacional (ACO), que tem origem nas opera-
ções de compra, venda, produção e estocagem, e o Passivo Circulante
60 Gestão Empresarial
Operacional (PCO), que diz respeito aos va-
lores recebidos em dinheiro a curto prazo e
é destinado ao pagamento de mão de obra,
fornecedores, tributos etc. O resultado
dessa operação (ACO – PCO) implicará o
Saldo de Tesouraria (ST), que repre-
senta o capital de giro no qual a em-
presa irá investir para manutenção
e melhoria de suas operações. ivector/Shutterstock
Saiba que é muito difícil uma organização conseguir sincronizar Saiba mais
seus pagamentos e recebimentos, visto que os prazos que regulam o
Você sabe qual é a diferença
ciclo operacional, referente ao pagamento das compras e recebimento entre custos e investimentos?
das vendas, geralmente não possuem as mesmas datas de vencimen- Os custos são gastos relaciona-
to. Isto é, a entrada e saída de dinheiro não ocorrem em um mesmo dos à produção e vinculados à
atividade-fim da empresa. Já
momento, limitando a geração dos recursos financeiros e reduzindo a os investimentos são os gastos
capacidade da empresa de cumprir seus compromissos. Essa situação que visam aumentar a receita
obriga os gestores a buscar capital de giro para suprir a deficiência no da empresa ou melhorar a sua
imagem.
fluxo de caixa (NASCIMENTO, 2014).
Para que isso não ocorra, são necessárias boas práticas na gestão
orçamentária, de modo a controlar os ativos, indicar ações e estraté-
gias capazes de aumentar os recursos financeiros, diminuir os gastos e
permitir que os resultados desejados sejam alcançados e sustentáveis
a longo prazo.
Exemplo:
Contas a receber = R$ 15.000,00
Estoque = R$ 60.000,00
Contas a pagar = R$ 35.000,00
Necessidade de Capital de Giro = R$ 15.000,00 + R$ 60.000,00 – R$ 35.000,00
= R$ 40.000,00
NCG = R$ 40.000,00
62 Gestão Empresarial
só comprassem se fosse para pagar em 30, 60 e 90 dias e seu lucro
não pudesse ultrapassar os 30%, ou seja, você teria que vender a R$
52,00, pois, acima disso, seu preço estaria fora do alcance de sua clien-
tela. Qual é sua opinião nesse caso? O caixa ficaria positivo, negativo ou
nulo? Caso você tenha respondido que, com até 90 dias para receber
o pagamento do cliente, o caixa ficaria negativo, muito bem, você acer- Importante
tou! Parece simples, certo? Só que não! Não há empresa que se
mantenha forte e competitiva no
O gestor precisa ter competência para saber fechar essa conta e,
mercado sem um capital de giro
ainda, para aferir lucro ao final do período, preservando a capacidade mínimo que garanta o fluxo de
de liquidez e solvência da empresa. suas operações.
Quadro 1
Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Indica que o Ativo Circulante Operacional é maior que o Passivo Circulante Operacional. Nesse
Positivo caso, a empresa tem um superávit em seu capital de giro. Com isso, ela não necessita recorrer
a empréstimos ou outras fontes de recursos.
Ocorre quando o Ativo Circulante Operacional é menor que o Passivo Circulante Operacional,
e a empresa possui um déficit em seu capital de giro. Isso quer dizer que parte do seu capital
Negativo
de giro tem origem em recursos de terceiros. Essa condição pode levar a pagamento de juros
e levar risco ao negócio.
Acontece quando o Ativo Circulante Operacional é exatamente igual ao Passivo Circulante Ope-
Nula racional. A empresa não tem necessidade de capital de giro, pois consegue se autofinanciar por
meio de suas contas operacionais.
Fonte: Nascimento, 2014, p. 63.
Artigo
http://www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/7115/3615
64 Gestão Empresarial
Instituições não bancárias: referem-se aos bancos de investimentos,
empresas de seguros, empresas de finanças etc. Os bancos de investimento
ou de negócios são responsáveis pelas linhas de crédito a longo prazo. A
disponibilização desses créditos alimenta o mercado, uma vez que permite
às empresas investir em seu capital de giro e capital fixo. Os agentes
financiadores operam em maior escala e repassam recursos vindos de outros
países, como ações e debêntures e financiamento de bens, tanto para micro
e pequenas empresas como para o financiamento de fusões e aquisições
(ASSAF NETO, 2018).
Figura 3
Estrutura do subsistema normativo
Comissão de Valores
Mobiliários (CVN)
Instituições especiais
Sistema Financeiro Nacional
Banco Nacional de
Caixa Econômica
Banco do Brasil Desenvolvimento Econômico
Federal
(BB) e Social
(CEF)
(BNDES)
Instituições financeiras
bancárias
Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo
(SBPE)
Instituições auxiliares
66 Gestão Empresarial
cidades e os objetivos de cada uma. No Quadro 2 são apresentadas as
diferenças de cada subsistema.
Quadro 2
Subsistemas do mercado financeiro
Tipo de
Característica Operações Prazos
mercado
Controla a liquidez Os papéis negociados têm como Curto e curtíssimo
Monetário
monetária. parâmetro a taxa de juros. prazos.
Artigo
https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rgo/article/viewFile/4924/3036
68 Gestão Empresarial
cional e pelos governos estaduais e municipais e são registrados como Saiba mais
dívida mobiliária. Esses títulos se apresentam como uma alternativa Títulos públicos são papéis
para os governos (Federal, estaduais e municipais) captarem recursos emitidos pelo Tesouro Nacional
com a finalidade principal de
a fim de financiar a dívida pública e atividades como educação, saúde e
auxiliar no pagamento de gastos
infraestrutura (ASSAF NETO, 2018). públicos. Já títulos privados
são emitidos por instituições
Existem algumas diferenças com relação à negociação dos títulos
financeiras e empresas.
emitidos pelo Governo Federal e pelos estados e municípios, a saber:
Quadro 3
Principais títulos da dívida pública interna no Brasil
Prefixados
Título Sigla Rendimento Remuneração
Tesouro IPCA com juros semestrais ----- IPCA + Taxa controlada Semestral no vencimento
70 Gestão Empresarial
Vale destacar que, quando os bancos recebem recursos dos investi-
dores, ocorre uma operação passiva; todavia, do contrário, quando os
recursos são oferecidos como crédito, há uma operação ativa.
Com relação aos valores, de acordo com Assaf Neto (2018), cabe
destacar que podem ser:
Sem valor nominal: essas ações têm o preço definido pelos sócios
fundadores da empresa no momento da emissão dos papéis, não havendo
a obrigatoriedade de se respeitar um valor mínimo. O valor será reajustado
quando houver aumento de capital.
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
detentores de ações ordinárias têm o direito de propor alterações
nos estatutos e participar das decisões da empresa, dentre outros. A
distribuição dos dividendos aos acionistas ordinários é efetuada em
função do dividendo obrigatório.
72 Gestão Empresarial
•• Debêntures; Saiba mais
Câmbio comercial: estão previstas taxas livres, que servem para orientar as
operações de importações e exportações, os pagamentos internacionais de
juros e dividendos, os empréstimos externos, os investimentos de capital etc.
Figura 4
Ciclo estratégico para paridade econômica
Redução Redução da
da taxa de perda de
câmbio divisas
Aumento da
oferta de moeda
estrangeira no país
74 Gestão Empresarial
Estudo de caso
Alta do dólar favorece empresários que exportam
Enquanto empresários que vendem seus produtos para o mercado externo comemoram a valorização do
dólar frente ao Real, quem importa está amargando aumento dos custos dos itens e matéria-prima.
Em 2020, o dólar já acumula alta de 41% e, se por um lado a valorização da moeda norte-americana é
prejudicial, por outro, pode trazer benefícios. Neste caso, os dois lados da moeda são relacionados ao mercado
externo. A alta é positiva para os empresários que vendem sua mercadoria ao exterior, ao mesmo tempo em que
a alta aumenta o custo de quem compra produtos ou matéria-prima de fora. Nesta segunda-feira, 27, o dólar
fechou cotado a R$ 5,664, leve queda de 0,07%, depois de quatro altas seguidas. Em 2020, a alta acumulada já
é de 41% e, no mês, de 8,8%.
Quando se fala nos efeitos positivos da valorização do dólar em relação ao Real isso se dá porque o lucro
do empresário brasileiro fica maior. Por exemplo, um contrato de venda da ordem de US$ 1 milhão, ao dólar no
valor de R$ 3,30 significaria R$ 3,3 milhões de faturamento. Com o dólar na casa de R$ 5,70, o valor sobe para
R$ 5,7 milhões.
A indústria Móveis Província, de Guapiaçu, que atua no mercado externo desde 2003 e vende para locais
como Estados Unidos, Porto Rico, Chile, Uruguai, Paraguai, Nigéria, Rússia, etc., tem tido bons resultados. “A
curto prazo os benefícios são excelentes. Tivemos uma elevação considerável da nossa margem dos contratos
já negociados. E ficamos muito mais competitivos no cenário internacional”, afirmou Carlos Neves, gerente de
exportação da empresa.
Fonte: Alta..., 2020.
Artigo
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbfin/article/download/69277/72623
ATIVIDADES
1. Explique como as variáveis econômicas podem afetar as finanças dos
agentes econômicos.
REFERÊNCIAS
ALTA do dólar favorece empresários que exportam. Investe-SP, 29 abr. 2020. Disponível em:
https://www.investe.sp.gov.br/noticia/alta-do-dolar-favorece-empresarios-que-exportam/.
Acesso em: 23 nov. 2020.
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
COVA, C. J. G. Finanças e mercados de capitais: mercados fractais – a nova fronteira das
finanças. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
EMBRAER encerra Plano de Demissão Voluntária nas fábricas do Brasil nesta sexta-feira.
G1 Vale do Paraíba e Região, 14 ago. 2020a. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/vale-
do-paraiba-regiao/noticia/2020/08/14/embraer-encerra-plano-de-demissao-voluntaria-
nas-fabricas-do-brasil-nesta-sexta-feira.ghtml. Acesso em: 23 nov. 2020.
EMBRAER tem prejuízo de R$ 433 milhões no 1º trimestre. Forbes, 1 jun. 2020b. Disponível
em: https://forbes.com.br/forbes-money/2020/06/embraer-tem-prejuizo-de-r-433-milhoes-
no-1o-trimestre/. Acesso em: 23 nov. 2020.
FERNANDES, S. D. Economia. São Paulo: Grupo A, 2017.
HOJI, M.; LUZ, A. E. Gestão financeira e econômica: didática, objetiva. São Paulo: Atlas, 2019.
LEVITT, A. The importance of high quality accounting standards. Accounting Horizons, v. 12,
p. 79-82, 1998.
MATIAS, A. B. Finanças empresariais estratégicas. Barueri: Manole, 2019.
MATIAS, A. B. et al. Finanças corporativas de curto prazo: a gestão do valor do capital de giro.
2. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2014.
NASCIMENTO, A. Gestão do capital de giro. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
76 Gestão Empresarial
4
Gestão de produção
Seja bem-vindo ao quarto capítulo do nosso livro! Nele, aborda-
remos a gestão de produção, a qual está presente em empresas
de todos os setores e que possui a capacidade de contribuir com o
desempenho organizacional.
Na primeira seção, conheceremos a função-produção ou opera-
ções, como também é denominada. Veremos que ela é a responsá-
vel por gerenciar recursos, criar e entregar serviços e produtos aos
clientes, caracterizando-se como uma atividade essencial a todas
as empresas.
Em seguida, abordaremos as estratégias Top down e Bottom up.
Apesar de possuírem características distintas, ambas são utilizadas
para otimizar a atividade de produção. As melhorias propostas po-
dem partir de decisões da alta gestão ou das experiências positivas
adquiridas pela atividade de produção.
Já na terceira seção, conheceremos os principais objetivos de
desempenho, os quais estão relacionados a entender como a ativi-
dade de produção pode contribuir para melhorar a competitivida-
de da empresa diante de seus concorrentes.
Na sequência, veremos a Matriz Importância e Desempenho.
No aspecto importância, ela permite conhecer o grau de importân-
cia que os clientes atribuem aos produtos e aos serviços entregues
pela atividade de produção. Com relação ao desempenho, a matriz
compara o desempenho da empresa ao de seus concorrentes. O
desempenho considerado nela está vinculado a fatores competiti-
vos que a atividade de produção agrega aos produtos e aos servi-
ços e que têm forte influência na decisão de compra do cliente. A
utilização dessa matriz auxilia os gestores a definirem recursos e
competências necessários à atividade de produção e a proporem
ajustes necessários entre estratégias corporativas e de produção.
Então, vamos lá. Bons estudos!
Gestão de produção 77
4.1 A função-produção no contexto organizacional
Vídeo Muito bem, veremos agora um recurso extremamente relevan-
te para toda organização, a função-produção, também conhecida
como operações ou, simplesmente, produção. Dentro das empresas,
ela é responsável por gerenciar recursos, criar e entregar serviços e
produtos e está presente em todas as organizações, independente-
mente do setor ou do segmento, conforme podemos visualizar no
Quadro 1.
Quadro 1
Exemplo da função-produção em diferentes segmentos
• Manter e atualizar o hardware.
78 Gestão Empresarial
Quanto ao funcionamento, a função-produção Figura 1
ocorre por meio de um processo que utiliza ma- Input – transformação – output”
téria-prima para criar e entregar valor mediante Input
a transformação, que pode ser exemplificado no
esquema input – transformação – output (Figura 1).
Output
Segundo Slack, Brandon-Jones e Jhonston (2018),
os inputs podem ser transformados, tratados ou
convertidos, envolvendo transformações físicas, infor-
Transformação
macionais e de pessoas, conforme apresentado a seguir:
Adaptado de elenabsl/Shutterstock
davooda/ FishCoolish/Shutterstock
Material
i Informacional
Pessoal
Gestão de produção 79
informações, recursos materiais e financeiros para que as metas e os
objetivos sejam alcançados. As principais funções com as quais deve
se relacionar são a de marketing, de pesquisa e desenvolvimento e de
finanças. De acordo com Slack, Brandon-Jones e Jhonston (2018), cada
uma das funções citadas tem uma missão:
•• Função-marketing: divulgação da empresa e de seus produtos
ou serviços para gerar pedidos dos clientes.
•• Função-pesquisa e desenvolvimento: desenvolvimento ou mo-
dificação de produtos ou de serviços para inovar e, assim, au-
mentar as vendas.
•• Função-finanças: responsável pela gestão financeira. Seu dever
é garantir recursos e uma boa gestão do patrimônio da empresa.
Figura 2
Relação da função-produção com outras funções
Presidência
80 Gestão Empresarial
é responsável por gerenciar recursos, criar e entregar o que foi solicita-
do pelos clientes, sejam eles externos ou internos.
foi planejada, principalmente no que se refere à área de informática, à Direção: Dan Jackson. EUA:
qualidade nos serviços prestados e à segurança aos clientes. American Media Incorporated, 1995.
Gestão de produção 81
Tenhamos em mente que o gerente – seja ele de produção ou de
outro setor – é o responsável por administrar os recursos e garantir
que estes estejam disponíveis na quantidade, na qualidade e no tempo
certo, para atender a uma determinada demanda quando ela surge.
Quando consciente de suas responsabilidades e atuando de maneira
competente, o gestor permitirá que a função-produção operacionalize
as estratégias empresariais com qualidade, sustentabilidade e lucrati-
vidade, que é sua finalidade.
Artigo
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-69712016000200211&script=sci_abstract&tlng=pt
82 Gestão Empresarial
Compreendida essa explicação inicial, passaremos à estratégia de pro- Resumo
dução. Ela está ligada ao planejamento tático e seu objetivo é estabelecer O planejamento estratégico
é o processo administrativo
diretrizes e recursos para as atividades operacionais da função-produção
que proporciona sustentação
(TUBINO, 2015). Havendo a definição de uma boa estratégia de produção, metodológica para se estabelecer
esta poderá tornar a empresa mais competitiva, auxiliando-a no alcance a melhor direção a ser seguida
pela empresa, visando otimizar o
das metas globais e na obtenção de vantagem competitiva.
grau de interação com os fatores
Para aferir se os propósitos e as metas estipulados para a externos – não controláveis – e
atuando de maneira inovadora e
função-produção estão contribuindo para o crescimento organizacio- diferenciada (OLIVEIRA, 2018).
nal, Hayes et al. (2005) propuseram um modelo de quatro estágios,
como podemos observar na Figura 3.
Figura 3
Modelo de quatro estágios da contribuição da função-produção
es Estágio 4
Redefine as çõ
expectativas da pera Dar vantagem às
o
as operações
indústria
ãod
uiç
ntrib Estágio 3
co
Claramente a o da Vincular as
t
en Impulsionando a
Aumento do impacto estratégico
Estágio 2
Tão boa quanto os Adotar as melhores
concorrentes Apoiando a
práticas
estratégia
Estágio 1
Impede a eficácia
Corrigir os piores Implementando a
da organização
problemas estratégia
Fonte: Hayes et al., 2005 apud Slack; Brandon-Jones; Jhonston, 2018, p. 82.
Gestão de produção 83
No Estágio 2 tem-se a neutralidade externa. Esta é a primeira etapa
em que a função-produção coloca a empresa em condições de igualda-
de com seus concorrentes externos. Isso possibilita a comparação de
seu desempenho com o de seus concorrentes.
Bottom up:
a estratégia da
produção é uma
atividade de baixo
para cima. As melhorias
da produção a constroem
cumulativamente.
84 Gestão Empresarial
Para que a organização não perca seu foco nos objetivos de cresci-
mento e na expansão de mercado, é necessário o alinhamento entre as
estratégias corporativa e funcional; por exemplo, apesar de a estraté-
gia de produção possuir estratégia funcional própria, ela precisa estar
alinhada à corporativa para que possa contribuir com o direcionamen-
to estratégico e os resultados esperados pela empresa. Vale ressaltar
que é preponderante que não ocorram diferenças entre o que prevê a
estratégia corporativa com o que está sendo realizado pela produção
no momento de implementar ou de operacionalizar suas estratégias.
Figura 4
Estratégia Top down
De cima para baixo
Gestão de produção 85
para cima. Veja bem, quando falamos em alinhamento estratégico (es-
tratégia corporativa X estratégias funcionais), precisamos levar em con-
sideração outras variáveis, uma vez que, se ele for pensado de maneira
isolada, pode não atender totalmente aos objetivos estratégicos e, por
isso, deixar de contribuir com a criação de valor ao negócio.
Glossário Uma possível falha na capacidade de contribuição do alinhamen-
recursos tangíveis: recursos físi- to estratégico pode advir, dentre outros motivos, da falta de recursos
cos, portanto, possuem existência materiais, das experiências e das competências funcionais. É comum,
material e podem ser mensurados
em termos monetários. se pensarmos em estratégias do tipo Top down, buscar recursos tan-
recursos intangíveis: recursos gíveis e intangíveis em fontes externas à organização. Todavia, eles
imateriais que as empresas pos- podem emergir de dentro da própria empresa, ou seja, da experiência
suem com valor econômico, mas
operacional, principalmente quando se trata de recursos intangíveis,
desprovidos de materialidade física.
como a experiência e a competência individual ou funcional.
Figura 5
Estratégia Bottom up
na produção.
86 Gestão Empresarial
Havendo resultados comprovadamente exitosos e estando ali-
nhada à estratégia corporativa, uma ação inovadora proposta pelo
nível operacional pode se tornar uma estratégia funcional e ser ado-
tada operacionalmente por uma ou mais funções dentro da empresa
(SLACK; BRANDON-JONES; JHONSTON, 2018).
Estudo de caso
Uma empresa de serviços descobre que possui capacidade excedente, que lhe permite oferecer um serviço ex-
cepcionalmente rápido aos clientes. Ela também constata que alguns clientes estão dispostos a pagar preços maio-
res por um serviço mais ágil. Com base em suas experiências, a empresa operacionaliza o fornecimento de serviços
mais ágeis para quem estiver disposto a pagar mais caro por isso. Os objetivos estratégicos dessa nova divisão não
dizem respeito ao crescimento de alto volume, mas à lucratividade a partir da ação isolada de uma única estratégia
operacional, algumas vezes chamada de estratégia emergente. O princípio que governa a perspectiva de baixo para
cima é moldar os objetivos e a ação da operação, pelo menos parcialmente, por meio do conhecimento que obtém
de suas atividades diárias. As virtudes-chave requeridas para moldar essa estratégia são a habilidade de aprender
com base na experiência e a filosofia de melhora contínua incremental.
Artigo
https://www.scielo.br/pdf/ram/v16n3/1518-6776-ram-16-03-0109.pdf
Gestão de produção 87
4.3 Objetivos de desempenho
Vídeo Nesta seção abordaremos os principais objetivos de desempe-
nho da função-produção. Conhecê-los nos ajudará a compreender
como a atividade de produção pode contribuir para melhorar com-
petitividade de uma organização. Vale destacar que o desempenho
da produção pode colaborar para o desenvolvimento das competên-
cias organizacionais e influenciar diretamente a melhoria da quali-
dade, da confiabilidade, da flexibilidade e da redução de custos
(SLACK; BRANDON-JONES; JHONSTON, 2018).
Nível estratégico:
está relacionado à maneira como uma operação de produção pode
contribuir para a estratégia geral da organização.
Nível operacional:
utiliza os cinco objetivos de desempenho da produção.
88 Gestão Empresarial
Abordaremos inicialmente o desempenho da
bds/Shutterstock
atividade de produção sob a perspectiva do as-
pecto social amplo, o qual está relacionado aos
interesses de diversos stakeholders com os quais
as organizações se relacionam. Esses interesses
são representados por diversas variáveis que com-
põem o aspecto social amplo e que, se conhecidas
pelo gestor, o auxiliam a mitigar ou a eliminar pos-
síveis influências negativas, as quais podem comprometer o desempenho
da produção. Conforme Slack, Brandon-Jones e Jhonston (2018), alguns
exemplos de interesses dos stakeholders que podem influenciar esse de-
sempenho são:
•• Governo: espera que a atividade produtiva contribua para
a economia.
•• Sociedade: deseja melhoria na oferta de empregos.
•• Planeta: deseja ações de preservação ambiental.
•• Acionistas: desejam retorno do investimento.
•• Fornecedores: querem receber em dia.
•• Gerência superior: deseja baixo risco de fracasso.
•• Empregados: reivindicam boas condições de trabalho.
•• Representantes dos empregados: buscam a conformidade com
os acordos nacionais.
•• Clientes: anseiam por ofertas e por qualidade.
Gestão de produção 89
mente às dimensões ambiental e social. Essa nova forma de avaliá-lo é
realizada por meio do Triple Bottom Line, que combina os três pilares:
econômico, social e ambiental.
Figura 6
Triple Bottom Line Economia
Adaptada de desdemona72/Shutterstock
Empregos, prosperidade,
riqueza, criação
Economia
Equidade sustentável
social
Desenvolvimento
Inclusão Ambiente
sustentável
social natural
Meio
Comunidades ambiente Recursos
Sociedade Natureza
90 Gestão Empresarial
Agora vejamos no Quadro 2 como é mensurado cada resultado
para as dimensões social, ambiental e econômica.
Quadro 2
Mensuração das dimensões do Triple Bottom Line
Resultado Social
Pessoas: leva em consideração o impacto da operação sobre a qualidade de vida das pessoas.
As empresas têm responsabilidade pelo impacto de suas operações na sociedade e precisam balancear as
consequências sociais externas e internas de suas ações.
Resultado Ambiental
Os resultados são medidos pelo impacto das operações da atividade de produ-
Ambiente
ção sobre o meio ambiente.
Resultado Econômico
Econômico Medida pela lucratividade, retorno sobre ativos etc. da operação.
Maneiras como a pro- • Receita vinda dos efeitos da qualidade, da velocidade, da confiabilidade e
dução pode afetar o de- da flexibilidade.
sempenho do resultado • Eficácia no investimento dos recursos da produção.
econômico. • Risco e resiliência da oferta.
• Criação da capacidade futura.
Gestão de produção 91
As características apontadas no Quadro 2 demonstram que o as-
pecto social amplo é parte integrante da criação de valor para a ativida-
de de produção e consequentemente para a empresa e seus
stakeholders. Com base nesse fator, as empresas – principalmente as de
capital aberto – adotam estratégias competitivas para consolidarem
suas políticas de sustentabilidade e de equilíbrio entre os interesses
econômicos, ambientais e sociais.
92 Gestão Empresarial
ações do gerente de produção estão trazendo o resultado estabelecido
pelas metas organizacionais, é extremamente relevante.
Rapidez
existe um conjunto de objetivos
rigorosamente definidos que irão Confiabilidade
complementar essa avaliação. Tal
conjunto é composto por cinco ob-
jetivos de desempenho da produ-
ção, representados por qualidade,
rapidez, confiabilidade, flexibilida- SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE
Gestão de produção 93
Os cinco objetivos representados na Figura 7 são dimen-
sões capazes de satisfazer às necessidades dos clientes. Segundo
Slack, Brandon-Jones e Jhonston (2018), essa satisfação contribuirá para
a melhora do desempenho global da empresa. Vistas de maneira geral,
agora analisaremos individualmente cada uma das cinco características
relacionadas aos objetivos de desempenho da atividade de produção:
Figura 8
Características dos objetivos de desempenho da atividade de produção
Iurii Motov/Shutterstock
Qualidade da operação
Velocidade na operação
Ela tem dois aspectos positivos que podem agregar valor à imagem
da empresa e ao seu desempenho financeiro. O primeiro está
relacionado à entrega da encomenda ao cliente, que, se rápida,
permite ao consumidor começar a usufruir de seus benefícios o
quanto antes, criando uma expectativa positiva de satisfação em
relação à empresa, a qual possivelmente se traduzirá em novas
compras. O segundo aspecto se refere à possibilidade da velocidade
nas entregas contribuir para a redução de estoques, visto que ela
aumentará o giro destes e, consequentemente, reduzirá seus níveis e
os custos de estocagem.
EtiAmmos/Shutterstock
(Continua)
94 Gestão Empresarial
Lightspring/Shutterstock
Importância da flexibilidade
Importância do custo
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Slack; Brandon-Jones; Jhonston, 2018.
Artigo
http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/admmade/article/viewFile/64/113
Gestão de produção 95
4.4 Matriz Importância e Desempenho
Vídeo Agora falaremos sobre a Matriz Importância e Desempenho. Antes
cabe observar que as estratégias de produção visam a estabelecer di-
retrizes e recursos para as atividades operacionais da função-produção
e precisam estar alinhadas à estratégia corporativa, a qual é concebida
com base na perspectiva de que todas as partes se inter-relacionam
harmonicamente a fim de atingir os objetivos globais pré-determinados
(KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009).
96 Gestão Empresarial
Quadro 3
Matriz Importância e Desempenho
Gestão de produção 97
Artigo
http://login.semead.com.br/20semead/anais/arquivos/1122.pdf
Quadro 4
Classificação estendida dos fatores competitivos relacionados à importância.
Relevância Importância
98 Gestão Empresarial
Para melhorar os casos que indiquem relevâncias médias ou fracas,
é necessário revisar as capacidades operacionais e as competências da
organização para atingir seus objetivos competitivos e a eficácia com
que utiliza seus recursos (SLACK; BRANDON-JONES; JHONSTON, 2018).
Quadro 5
Classificação estendida dos fatores competitivos relacionados ao desempenho.
Relevância Desempenho
A empresa se destaca de seus concorrentes, pois em qualquer grau
o seu desempenho é melhor do que o grau destes. Isso significa
Forte
que seus produtos ou seus serviços possuem fatores competitivos
diferenciados, que atraem o cliente e o fazem comprar.
A empresa tem um desempenho próximo ao de seus concorrentes,
tornando a vantagem competitividade algo difícil de conseguir. Isso
Média
significa que as qualidades ou os fatores competitivos são iguais
aos encontrados nos produtos e nos serviços dos concorrentes.
A empresa tem um desempenho abaixo do de seus concorrentes,
Fraca ou seja, seus produtos não possuem fatores competitivos que
estimulem a compra.
Gestão de produção 99
alguma vantagem. Essa condição pouco auxilia a alavancagem do de-
sempenho da empresa. Finalmente, a relevância fraca demonstra que
os produtos ou os serviços entregues pela produção não possuem
qualquer fator competitivo que possa atrair o cliente e fazê-lo decidir
pela compra. Nesse caso, não há qualquer contribuição para melhoria
do desempenho da empresa em relação aos concorrentes.
Saiba mais Para a empresa melhorar o seu desempenho geral, é necessário
Conceitualmente a diferenciação que adote estratégias capazes de diferenciar seus produtos ou serviços
é uma estratégia que integra
dos oferecidos pelos concorrentes. O cliente precisa percebê-los como
ações para produzir produtos
ou serviços que os clientes algo de valor exclusivo e usufruí-los de maneira única.
percebam como importantes
e exclusivos ao atendimento O objetivo de comparar os desempenhos está na possibilidade de for-
de suas necessidades (HITT; necer aos gestores informações capazes de demonstrar se a produção
IRELAND; HOSKISSON, 2013). está operando em um nível no qual seja possível superar o desempenho
dos concorrentes. Caso o desempenho da produção não esteja dentro do
esperado, os gestores precisam realizar ajustes na operação de produção
para alcançar o desempenho necessário para o crescimento organizacio-
nal de maneira sustentável. Feitos os ajustes, é importante que os pro-
cessos operacionais próprios da produção se adaptem a novas condições
de mercado a longo prazo (SLACK; BRANDON-JONES; JHONSTON, 2018).
Figura 9
Processo operacional
Funcionamento do processo
Recursos a serem
Recursos transformados
transformados
Processamento
Fornecedor
Clientes
Método de
processamento
Insumos/Recursos de
Bens e serviços
transformação
Entrada Saída
ATIVIDADES
1. Considerando a afirmação “as responsabilidades da função-produção
vão muito além das atividades físicas (tangíveis)”, descreva em
quais outros tipos de processo de transformação não físicos a
função-produção está presente.
REFERÊNCIAS
HAYES, R. H. et al. Pursing the competitive edge. Hoboken: Wiley, 2005.
HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica: competitividade e
globalização. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
KRAJEWSKI, L. J.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração de produção e operações. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
OLIVEIRA, D. de. P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas.
34. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
PORTER, M.; KRAMER, M. Strategy and Society: the link between competitive advantage
and corporate social responsibility. Harvard Business Review, HBR Spotlight, dec. 2006.
SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JHONSTON, R. Administração da produção. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
TUBINO, D. F. Manufatura enxuta como estratégia de produção: a chave para a produtividade
industrial. São Paulo: Atlas, 2015.
Competência estratégica
Trata-se das habilidades, talento e conhecimento que o indivíduo utiliza
para executar as atividades estratégicas (KAPLAN; NORTON, 2004).
Competência profissional
É aquela utilizada pelo indivíduo ao tomar iniciativas oportunas e
relevantes em situações complexas. O indivíduo destaca-se por
sua inteligência ao implementar práticas profissionais relevantes,
combinando e mobilizando seus recursos pessoais de maneira
adequada em contextos específicos (LE BOTERF, 2016).
Mas você deve estar querendo saber o que são equipes de alto de-
sempenho, certo? Uma equipe de alto desempenho é formada por
indivíduos comprometidos e engajados, que, com sinergia, buscam re-
sultados de sucesso. Ela apresenta desempenho superior, pois seus
componentes possuem competências profissionais e estratégicas que
os diferenciam dos demais indivíduos.
Figura 1
Curva de desempenho da equipe
Equipe de alto
desempenho
Impacto de desempenho
Equipe real
Grupo de trabalho
Equipe potencial
Pseudoequipe
Eficácia da equipe
Fonte: Katzenbach; Smith, 1994 apud Liboreiro; Borges, 2018, p. 15.
Clareza de propósito.
Definição de um método para o alcance dos re-
sultados. Senso de responsabilidade co-
3 Equipe potencial
Passa a existir disciplina para a realização do letiva.
trabalho.
Despontam as competências individuais.
As competências individuais são colocadas em
ação. Os integrantes compartilham
compromissos, propósitos e me-
4 Equipe real A equipe começa a apresentar uma relação de
tas comuns, responsabilidade e
confiança entre os membros.
cooperação mútua.
São alcançados os resultados esperados.
Existência das condições que definem uma
equipe real. Passa a existir a preocupação
Harmonia na convivência entre os componen- com o crescimento e o sucesso
Equipe de alto tes. de todos os membros da equipe
5
desempenho e da empresa, e o aumento do
Predominância do entendimento.
nível de comprometimento indi-
Confiança mútua entre os componentes. vidual e coletivo.
Alto foco na busca da autossuperação.
Figura 2
Estrutura ecológica da eficácia da gestão do trabalho em equipe
CONTEXTO ORGANIZACIONAL
• Cultura organizacional
• Projeto Tarefa/Tecnologia
• Clareza da missão
• Autonomia
• Desempenho/Feedback
• Recompensas/Reconhecimento
• Treinamento/Consultoria
• Ambiente de risco LIMITES
• Diferenciação do trabalho em
equipe
EFICÁCIA DA
• Integração externa
EQUIPE
• Desempenho
• Viabilidade
DESENVOLVIMENTO
DA EQUIPE
• Processos
interpessoais
• Normas
• Coesão
• Papéis
Liderança estratégica
Comunicação e Adequação
orientação da estrutura
Execução
estratégica
Participação e
planejamento das
pessoas
Fonte: Chiavenato, 2020, p. 207.
Artigo
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/4316/2567
Figura 4
Classificação dos métodos de administração do trabalho
Ênfase no controle Ênfase no comprometimento
Pessoal tratado
como CUSTO
Divisão no trabalho
Estudo do método
Administração científica
auto gerenciado
Ergonomia
Abordagens comportamentais
Empowerment
Trabalho em equipe
Trabalho flexível
Pessoal tratado
como RECURSO
Artigo
https://revistas.pucsp.br/ReCaPe/article/view/44726
Figura 5
Balanced Scorecard e as perspectivas estratégicas
Bakhtiar Zein/Shutterstock
Perspectiva Perspectiva
financeira do cliente
Contempla: Contempla:
Figura 6
Desenvolvimento e conexão das perspectivas do BSC
OBJETIVO
Indicador preservado Ações e objetivos definidos para
Aumentar em 10%
como síntese final aumentar o grau de satisfação
o desempenho
do aumento de dos clientes, as vendas e por fim o
financeiro, com base
desempenho. indicador financeiro.
nas vendas .
Além disso, essas empresas utilizam cinco princípios, que permitem Figura 7
Cinco princípios de uma
alinhar as ações propostas pela função de gestão de pessoas à lógica organização orientada à
do Balanced Scorecard. estratégia
TRADUZIR MOBILIZAR
TRADUZIR
LIDERANÇA EXECUTIVA
ESTRATÉGIA
ALINHAR GERENCIAR
Orientação para
ALINHAMENTO ESTRATÉGIA É UM
estratégia
ORGANIZACIONAL PROCESSO CONTÍNUO
Livro Para o alcance dos resultados esperados, o BSC precisa ser incorporado
A leitura do livro Gestão à cultura organizacional para que possa gerar aderência de todas as pes-
estratégica de pessoas – soas e setores da organização envolvidos com a execução das estratégias.
evolução, teoria e crítica
pode auxiliar em uma Considerando o conteúdo estudado, verificamos que o Balanced
melhor compreensão da
aplicação do Balanced
Scorecard aplicado à gestão de pessoas desponta como uma excelente
Scorecard vinculado à ferramenta a ser incorporada no modelo de gestão da empresa, uma
gestão de pessoas.
vez que possui a capacidade de mobilizar competências e de orientar
MASCARENHAS, A. O. São Paulo:
Cengage Learning Brasil, 2013.
comportamentos, atributos que podem contribuir sobremaneira com
o alcance dos resultados organizacionais.
https://www.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/874/pdf
Figura 8
Verbos associados à noção de competência
INDIVÍDUO VERBOS
Saber agir
Saber mobilizar
Saber transferir ORGANIZAÇÕES
Conhecimento
Saber aprender
Habilidade Saber engajar-se
Atitude Ter visão estratégica
Assumir responsabilidades
SOCIAL ECONÔMICO
AGREGA VALOR
Fonte: Adaptado de Fleury; Fleury, 2008.
Figura 9
Componentes responsáveis pelo desenvolvimento da competência
Hi al
stó
ric ion
o fiss
de o
so pr
cia xto
liza nte
çã co
o O
Profissionalismo
As situações
O sujeito
profissionais
Formação profissional
As situações e
o percurso de
formação
Quadro 3
Competências requeridas aos diretores de alto escalão
Artigo
https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/article/view/2175-8069.2020v17n43p120
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, chegamos ao final de mais um capítulo. Observe que formar
equipes de alto desempenho está diretamente vinculado aos talentos que
a empresa possui em seus quadros e à forma como são liderados. Nes-
se sentido, a utilização de ferramentas capazes de orientar e mensurar os
resultados organizacionais somente será bem aproveitada se os gestores
tiverem competência de liderar seus subordinados, de modo a alinhar seus
objetivos aos da empresa, contribuindo com a melhora do desempenho.
ATIVIDADES
1. Explique de que maneira o estilo de gestão pode influenciar os
resultados alcançados pelas equipes de alto desempenho.
REFERÊNCIAS
CARBONE, P. P. et al. Gestão por competência e gestão do conhecimento. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
CHIAVENATO, I. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na
organização. Barueri: Manole, 2015.
CHIAVENATO, I. Planejamento Estratégico: da Intenção aos resultados. São Paulo: Grupo
GEN, 2020.
FERNANDES, C. A.; OLIVA, E. C.; KUBO, E. K. M. Características Individuais Relevantes ao
Conselheiro de Administração Independente. Revista Contemporânea de Contabilidade,
v. 17, n. 43, p. 120-135, abr./jun. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/
contabilidade/article/view/2175-8069.2020v17n43p120. Acesso em: 10 dez. 2020.
FERREIRA, P. I. Atração e seleção de talentos. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. C. C. Desenvolver competências e gerir conhecimentos em
diferentes arranjos empresariais. In: FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JR., M. M. (org.) Gestão
Estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências.
2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Gabarito 127
3 Gestão de recursos financeiros
1. As variáveis econômicas podem provocar a redução da capacidade de
produzir, vender e entregar, diminuindo assim a capacidade econômica
da empresa. Essa queda implica a redução do lucro, obrigando a
organização a cortar seus custos, o que inicia-se invariavelmente pela
redução de mão de obra. A redução da lucratividade e a consequente
demissão de dezenas ou centenas de funcionários afetam todos os
outros agentes econômicos.
3.
Instituições bancárias: representam os bancos comerciais, que têm
objetivos exclusivamente financeiros. Os produtos que esses bancos
comercializam são operações de crédito, ou seja, emprestam dinheiro
e financiam recursos a curto prazo para empresas que necessitam de
capital de giro (ASSAF NETO, 2018).
4 Gestão de produção
1. A função-produção está presente em setores que operam com
criatividade e com inovação, nos quais é transformada em informações.
Gabarito 129
GESTÃO EMPRESARIAL
CIRO ANTONIO FERNANDES