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ESTATUTO DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE BERTIOGA

(LEI COMPLEMENTAR N. 184, DE 11 DE OUTUBRO DE 2023)

1. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Esta Lei Complementar disciplina o estatuto, a organização, as


normas de conduta e o processo disciplinar da Guarda Civil Municipal de
Bertioga (Parágrafo único do art. 22 da lei 13022/2014 - É assegurada a utilização de outras
denominações consagradas pelo uso, como guarda civil, guarda civil municipal, guarda
metropolitana e guarda civil metropolitana), bem como, reestrutura o plano de cargos,
carreiras e vencimentos dos integrantes da corporação, observado o disposto na
Lei Orgânica Municipal e nas disposições constitucionais vigentes.

Os servidores ocupantes do cargo de provimento efetivo guarda


civil municipal são primariamente submetidos à lei municipal que dispõe sobre o
regime jurídico e disciplina o estatuto dos servidores do município de Bertioga e
complementarmente ao disposto na presente Lei Complementar.

2. DO ESTATUTO DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL

2.1. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

A Guarda Civil Municipal de Bertioga é uma corporação


uniformizada e devidamente aparelhada e armada, destinada à proteção
preventiva nos limites territoriais do Município, ressalvadas as competências da
União e do Estado de São Paulo, conforme o disposto no art. 144, § 8º
combinado com o art. 225, da Constituição Federal, e seu regulamento editado
pela Lei Federal n° 13.022 de 8 de agosto de 2014; na Constituição do Estado
de São Paulo; e, na Lei Orgânica Municipal.

1
Art. 144, § 8º da CF. Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei. (Vide Lei nº 13.022, de 2014)

Ressalvadas as competências dos outros entes federados é


competência geral da Guarda Civil Municipal a proteção de bens, serviços e
instalações públicas municipais nos limites territoriais do Município.

Os bens mencionados no caput deste artigo, abrangem os de


uso comum, os de uso especial e os dominiais.

O art. 99 do Código Civil elenca três categorias de bens públicos:


os de uso comum do povo, os de uso especial e os dominicais.

De uso comum do povo são todos aqueles bens de "utilização


concorrente de toda a comunidade"1, usados livremente pela população, o que
não significa "de graça" e sim, que não dependem de prévia autorização do
Poder Público para sua utilização, como por exemplo, rios, mares, ruas, praças.

Os de uso especial são aqueles destinados ao "cumprimento


das funções públicas"2. Têm utilização restrita, não podem ser utilizados
livremente pela população, sejam eles bens móveis ou imóveis, tais como
repartições públicas, veículos oficiais, museus, cemitérios, entre outros.

Já, os dominicais (ou dominiais), são aqueles que integram o


patrimônio da Administração Pública (federal, estadual, distrital ou municipal).
Patrimônio esse utilizado com fins econômicos, como imóveis desocupados, que
não possuem destinação pública. São bens que a Administração Pública utiliza
como se fosse o seu "senhorio", inclusive obtendo renda sobre eles.

São competências específicas da Guarda Civil Municipal,


respeitadas as competências dos órgãos federais, estaduais e municipais:

I – zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do


Município;

II – prevenir e inibir, pela presença e vigilância direta ou por


vídeo monitoramento, bem como coibir, infrações penais ou administrativas e
atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais;

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III – atuar, preventiva e permanentemente, no território do
Município, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços
e instalações municipais;

IV – colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança


pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social;

V – colaborar com a pacificação de conflitos que seus


integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais
das pessoas;

Os direitos fundamentais são direitos protetivos, que garantem o


mínimo necessário para que um indivíduo exista de forma digna dentro de uma
sociedade administrada pelo Poder Estatal.

Os direitos e garantias fundamentais estão divididos na


Constituição Federal por temas específicos. São eles: direitos individuais e
coletivos (artigo 5º da CF), direitos sociais (do artigo 6º ao artigo 11 da CF),
direitos de nacionalidade (artigos 12 e 13 da CF) e direitos políticos (artigos 14
ao 17 da CF).

VI – exercer as competências de trânsito que lhes forem


conferidas, nas vias e logradouros municipais, nos termos da legislação
municipal e do código de trânsito brasileiro, em regime de colaboração com a
fiscalização municipal de trânsito, ou quando, couber de forma concorrente,
mediante convênio com o órgão de trânsito estadual;

VII – proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural,


arquitetônico e ambiental do Município, inclusive adotando medidas educativas
e preventivas, em regime de colaboração com os órgãos responsáveis por estes
temas no município;

VIII – cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas


atividades;

IX – interagir com a sociedade civil para discussão de soluções


de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança
das comunidades;

3
X – estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União,
ou de Municípios vizinhos, por meio da celebração de convênios ou consórcios,
com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas integradas;

XI – articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais,


visando à adoção de ações interdisciplinares de segurança no Município;

XII – integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia


administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das
posturas e ordenamento urbano municipal, inclusive nas praias e áreas culturais,
esportivas e de lazer, visando a coibir as práticas proibidas ou não autorizadas
pelas normas municipais;

XIII – garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou


prestá-lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas;

Art. 3º, § 1º do Decreto n. 11841/2023. Para fins do


disposto neste Decreto, considera-se ocorrência emergencial aquela cujas
características exijam a atuação célere e imediata dos órgãos de segurança
pública e configurem grave dano ou risco de dano à vida e à segurança das
pessoas e do patrimônio.

§ 2º As guardas municipais, no atendimento das


ocorrências emergenciais, realizarão os procedimentos preliminares
iniciais, acionarão os órgãos de segurança pública cuja atuação seja
necessária e prestarão apoio para a continuidade do atendimento.

Art. 4º A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios disciplinarão, mediante termo de cooperação técnica, as formas
de colaboração e de atuação conjunta das guardas municipais com os
demais órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito
Federal.

Art. 5º Na hipótese de ocorrências que configurem ilícito


penal, as guardas municipais poderão:

I - realizar a prisão em flagrante dos envolvidos, na forma


prevista nos art. 301 e art. 302 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal;

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II - apresentar o preso e a correspondente notificação
circunstanciada da ocorrência à polícia judiciária competente para a
apuração do delito; e

III - contribuir para a preservação do local do crime, quando


possível e sempre que necessário. (Decreto publicado em 21/12/2023)

XIV – encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante


delito, o autor da infração, preservando o local do crime, quando possível e
sempre que necessário;

Art. 302 do CPP. Considera-se em flagrante delito quem:

I – está cometendo a infração penal; (flagrante próprio)

II – acaba de cometê-la; (flagrante próprio)

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo


ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o
autor da infração; (flagrante impróprio)

IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,


objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração.”(flagrante
presumido)

Flagrante compulsório: (obrigatório) Alcança a autuação


das forças de segurança (art. 144 da CF/88 – polícia federal, rodoviária,
ferroviária, civil, militar, corpo de bombeiros) que têm o dever de efetuar a
prisão em flagrante, sempre que a hipótese se apresente.

Flagrante facultativo: É a faculdade legal que autoriza


qualquer do povo a efetuar ou não a prisão. (art. 302 do CPP)

JURISPRUDÊNCIA:

O Superior Tribunal de Justiça acolheu recurso especial do


Ministério Público de São Paulo admitindo a licitude da prisão em flagrante
realizada por guardas civis, em patrulhamento preventivo, diante de relatos
da ocorrência de tráfico de drogas em Monte Mor.

Em primeira instância, o réu do processo em questão havia


sido condenado pela Lei de Drogas à pena de um ano e oito meses de

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reclusão, em regime inicial fechado, mais multa. Em apelação, contudo, a
defesa conseguiu a absolvição do homem, com o argumento de ilicitude
das provas obtidas, já que toda a diligência que resultou na apreensão das
drogas foi realizada exclusivamente por integrantes da Guarda Municipal,
órgão que não detém competência constitucional para a investigação de
crimes.

No recurso especial, porém, o Ministério Público apontou,


além de divergência jurisprudencial, violação dos arts. 301 e 303 do CPP,
afirmando que, 'em se tratando de crime de natureza permanente, são
válidas as provas obtidas por guardas municipais por ocasião da prisão em
flagrante do agente'.

E para a Corte Superior, 'a guarda municipal é legitimada,


consoante o princípio da autodefesa da sociedade, a fazer cessar eventual
prática criminosa, prendendo quem se encontra em flagrante delito, como
de resto facultado a qualquer do povo pela norma do art. 301 do CPP'.

No acórdão que reconheceu a licitude das provas, o relator


Rogério Schietti Cruz apontou que 'no caso, não se está a reconhecer o
policiamento ostensivo das guardas municipais, mas sim a atribuição de
funções essenciais à proteção da população local, bem como de bens,
serviços e instalações'.

O número da ação é 0000538-37.2017.8.26.0599, e o


recurso especial tem número 1.846.937 - SP.

As guardas municipais desempenham atividade de


segurança pública com o poder/dever de proteger os bens, serviços e
instalações municipais, bem como seus respectivos usuários. No entanto,
não estão autorizadas a atuar como verdadeira Polícia, para reprimir e
investigar a criminalidade urbana ordinária. Assim decidiu a 3ª seção do
STJ.

Os ministros decidiram fixar o alcance da atuação das


guardas municipais, frente ao reconhecimento recente do STF (ADPF 995)
de que a guarda municipal integra o sistema de segurança pública. O
colegiado considerou que, inegavelmente as guardas municipais integram

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o sistema de segurança pública, mas tem sua atuação limitada ao que à
proteção de bens, serviços e instalações do município.

Ainda, segundo o entendimento da 3ª seção, apenas em


situações absolutamente excepcionais a guarda pode realizar a abordagem
de pessoas e a busca pessoal, quando a ação se mostrar diretamente
relacionada à finalidade da corporação.

Ao votar no caso, o relator, ministro Rogerio Schietti Cruz,


destacou que a Constituição não atribui à guarda municipal atividades
ostensivas típicas de Polícia Militar ou investigativas de Polícia Civil, como
se fossem verdadeiras Polícias municipais.

Segundo o relator, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia


Civil, em contrapartida à possibilidade de exercerem a força pública e o
monopólio estatal da violência, estão sujeitas a um rígido controle
correcional externo do MP e do Poder Judiciário (Justiça militar e estadual),
o que não acontece com as guardas municipais.

O ministro esclareceu que, da mesma forma que as


guardas municipais não são equipadas às polícias, também não são
cidadãos comuns. De modo que, se por um lado não podem realizar tudo
o que é autorizado às polícias, por outro também não estão plenamente
reduzidos à mera condição de qualquer do povo.

Na definição do ministro, trata-se de agentes públicos que


desempenham atividade de segurança pública e são dotados do importante
poder/dever de proteger os bens, serviços e instalações municipais, bem
como seus respectivos usuários.

"É possível e recomendável, dessa forma, que exerçam a


vigilância de creches, escolas, postos de saúde municipais, para garantir
que não tenham sua estrutura danificada por vândalos, ou que seus
frequentadores que não sejam vítimas de furto, roubo, tráfico ou violência,
a fim de permitir, portanto, a continuidade da prestação do serviço público
municipal com relato a tais instalações."

Ainda, o ministro salientou que guardas municipais podem


realizar patrulhamento preventivo na cidade, mas sempre vinculados à
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finalidade de tutelar bens, serviços e instalações municipais e, por
decorrência, os seus respectivos usuários, sem que lhe seja autorizado
atuar como verdadeira Polícia para reprimir e investigar a criminalidade
urbana ordinária, tal como ocorre na maioria das vezes com crime de tráfico
de drogas.

Não é das guardas municipais, mas sim das Polícias, como


regra, a competência para investigar, abordar e revistar indivíduo suspeito
da prática de tráfico de drogas ou de outros delitos cuja prática não atinja
de maneira clara, direta e imediata os bens, serviços e instalações
municipais ou as pessoas que os estejam usando naquele momento."

Busca pessoal - Situações excepcionais

As guardas municipais poderão, todavia, realizar busca


pessoal em situações excepcionais, e por isso, interpretadas
restritivamente nas quais se demonstre concretamente haver clara, direta
e mediata relação de pertinência com a finalidade da corporação, como
instrumento imprescindível para realização de suas atribuições, explicou o
relator.

"Salvo na hipótese de flagrante delito, só é possível que as


guardas municipais realize excepcionalmente busca pessoas se além da
justa causa para a medida (fundada suspeita), houver relação clara, direta
e imediata com a necessidade de proteger a integridade de bens, serviços
e instalações municipais ou assegurar a adequada execução de serviços
municipais, assim como resguardar a integridade de seus respectivos
usuários. O que não se confunde com a permissão para desempenhar
atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil
para combate da criminalidade urbana ordinária em qualquer contexto."

XV – contribuir no estudo de impacto na segurança local,


conforme plano diretor municipal, por ocasião da construção de
empreendimentos de grande porte;

XVI – desenvolver ações de prevenção primária à violência,


isoladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade,
de outros municípios ou das esferas estadual e federal;

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XVII – proporcionar o auxílio às equipes de salvamento de
emergências e a assistência operacional aos acidentes de grande monta,
processos de combate a incêndios em função de eventos danosos e
imprevisíveis e enchentes e desastres naturais; e,

XVIII – atuar mediante ações preventivas na segurança escolar,


zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o corpo discente
e docente das unidades de ensino municipal, de forma a colaborar com a
implantação da cultura de paz na comunidade local.

No exercício de suas competências, a guarda civil municipal


poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da
União e do Estado ou de congêneres de municípios vizinhos e, nas hipóteses
previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão
descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal, deverá a
guarda civil municipal prestar todo o apoio à continuidade do atendimento.

A Guarda Civil Municipal de Bertioga atuará ininterruptamente


24 (vinte e quatro) horas por dia, todos os dias do ano, considerada para todos
os efeitos como serviço essencial.

Serviços essenciais são aqueles que possuem um traço de


imprescindibilidade ligado ao atendimento das necessidades básicas da
coletividade. Como: tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e
hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
serviços funerários; transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo;
telecomunicações

2.2. DA COMPOSIÇÃO E DOS PRINCÍPIOS NORTEADORES

A Guarda Civil Municipal é integrada por pessoal ocupante de


cargo de provimento efetivo, sendo pelo menos 20% (vinte por cento) do sexo
feminino (exigência do art. 15, §2 da lei 13022/2014), que exercerá suas
atividades em toda a extensão do território do município.

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A organização operacional e técnica da Guarda Civil Municipal
têm por princípios a hierarquia e a disciplina:

I – a hierarquia é a disposição da autoridade, em níveis


diferenciados, dentro da estrutura da Guarda Civil Municipal; e,

II – disciplina, para o disposto neste estatuto, decorre da fiel


observância e do acatamento que se deva dar às leis, regulamentos, normas.

A civilidade é parte integrante da educação dos servidores da


Guarda Civil Municipal de Bertioga, competindo ao superior hierárquico tratar os
subordinados de modo respeitoso, e ao subordinado manter deferência para
com seus superiores.

A estrutura hierárquica da Guarda Civil Municipal não pode


utilizar denominação idêntica à das forças militares, quanto aos postos e
graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações.

São princípios norteadores da disciplina e da hierarquia da


Guarda Civil Municipal:

I – o respeito à dignidade humana e à cidadania;

II – a proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício


da cidadania e das liberdades públicas;

III – o respeito à justiça, à legalidade democrática e à coisa


pública;

IV – a preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição


das perdas;

V – o patrulhamento preventivo e o uso progressivo da força; e,

VI – o compromisso com a evolução social da comunidade.

Será permitido aos integrantes da Guarda Civil Municipal o uso


de armamentos individuais, que lhe forem distribuídos pela corporação na
forma da legislação vigente, em especial a lei federal e seu regulamento, para o
uso de armamento pelas guardas municipais.

Em nenhuma hipótese a Guarda Civil Municipal será


empregada:

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I – em serviços de natureza pessoal ou particular; e,

II – como instrumento de repressão às atividades políticas,


sindicais, ou manifestações populares, ressalvados os atos ilegais e violentos.

2.3. DA ORGANIZAÇÃO DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL

A Guarda Civil Municipal de Bertioga, será administrada por


seu Comandante, escolhido dentre os detentores do cargo de provimento
efetivo de guarda civil municipal do Município, desde que estável e
preferencialmente integrante das maiores classes de hierarquia da carreira,
mediante livre designação e exoneração pelo Chefe do Poder Executivo
Municipal.

A Guarda Civil Municipal de Bertioga tem a seguinte estrutura


organizacional:

I – Diretoria do Departamento da Guarda Civil Municipal;

II – Administração da Guarda Civil Municipal;

III – Administração Guardiã Maria da Penha;

IV – Corregedoria da Guarda Civil Municipal;

V – Ouvidoria da Guarda Civil Municipal;

VI – Divisão de Justiça e Disciplina da Guarda Civil Municipal;

VII – Divisão Operacional da Guarda Civil Municipal;

VIII – Supervisão Operacional; (função gratificada)

IX – Supervisão Administrativa; (função gratificada)

X – Inspetorias da Guarda Civil Municipal, nas seguintes áreas


de atuação: (função gratificada)

a) Inspetoria Operacional; (12)

b) Inspetoria Ambiental; (2)

c) Inspetoria CECOM; (5)

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d) Inspetoria de Trânsito; (4)

e) Inspetoria de Guarda na Área Costeira; (1)

f) Inspetoria de ROMU; (1)

Os ocupantes da função gratificada de supervisor receberão,


em parcela destacada, gratificação equivalente a 35% (trinta e cinco por cento)
do vencimento padrão do nível 10-A.

Os ocupantes da função gratificada de inspetor receberão,


em parcela destacada, a gratificação equivalente a 30% (trinta por cento) do
vencimento padrão do nível 10-A.

Todos os cargos em comissão e as funções gratificadas da


estrutura organizacional da Guarda Civil do Município de Bertioga, deverão ser
providos livremente pelo Chefe do Poder Executivo Municipal, dentre os
membros efetivos da carreira de guarda civil municipal, que sejam estáveis e
possuam, no mínimo, bom comportamento, conforme o disposto nesta Lei
Complementar.

As designações deverão preferencialmente recair sobre os


integrantes das maiores classes de hierarquia da carreira. A designação do
guarda civil municipal para o exercício da função de supervisor ou de inspetor
não o exime das obrigações funcionais e atribuições legais inerentes ao exercício
do cargo efetivo.

2.4. DA HIERARQUIA FUNCIONAL

Compõem a escala hierarquia da Guarda Civil Municipal,


autoridades, postos e classes de hierarquia, na seguinte ordem:

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Dentre a carreira, considera-se superior hierárquico aquele que:

I – pertencer à classe de hierarquia mais alta (Classe distinta,


classe especial, primeira classe, segunda classe, terceira classe, quarta classe);

II – sendo da mesma classe de hierarquia, o que possuir mais


tempo de efetivo exercício nesta;

III – sendo da mesma classe de hierarquia com mesmo tempo


de efetivo exercício, o de registro funcional mais antigo.

2.5. DAS COMPETÊNCIAS DOS ORGÃOS E DA HIERARQUIA FUNCIONAL

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Compete a todos os integrantes da Guarda Civil do Município de
Bertioga, além das atribuições previstas nesta Lei Complementar e as contidas
na legislação Federal, Estadual e Municipal, neste último no que não contrariar
o presente estatuto.

2.5.1. Das Competências dos Órgão de Comando da Guarda Civil Municipal

2.5.1.1. Do Diretor da Guarda Civil Municipal de Bertioga – Comandante

Compete ao Diretor do Departamento da Guarda Civil Municipal,


além das atribuições previstas na Lei Complementar nº 168, de 10 de fevereiro
de 2022:

I – comandar e representar a Guarda Civil Municipal de Bertioga


em todos os assuntos relativos à corporação;

II – determinar a todos os seus subordinados, a alteração de


qualquer procedimento com a intenção de aperfeiçoar, legalizar ou melhorar o
trabalho da Guarda Civil Municipal de Bertioga;

III – promover cursos para a formação e reciclagem de guardas


civis municipais;

IV – participar de seminários, simpósios, debates, congressos,


palestras e conferências onde o tema principal versa sobre guardas municipais
ou segurança pública;

V – promover o entrosamento e a integração com órgãos


municipais, estaduais e federais que permitam a participação direta ou indireta
nas ações de segurança pública, face a responsabilidade de todos estabelecida
pela Constituição Federal em seu artigo 144;

VI – quando a situação exigir estabelecer normas gerais de


ação, por meio de ordens de serviço aos guardas civis municipais para o
funcionamento e execução dos trabalhos a serem exercidos;

14
VII – cumprir e fazer cumprir as ordens e instruções
determinadas pelo Secretário de Segurança e Mobilidade do Município de
Bertioga.

2.5.1.2. Do Chefe de Administração da Guarda Civil Municipal –


Subcomandante

Compete ao Chefe de Administração da Guarda Civil Municipal,


além das atribuições previstas na Lei Complementar nº 168, de 10 de fevereiro
de 2022:

I – substituir o Diretor do Departamento da Guarda Civil


Municipal, denominado Comandante, em seus impedimentos;

II – garantir, a perfeita circulação de documentos, informações e


orientações da Guarda Civil Municipal; coordenar e orientar divulgações de
notícias da guarda Civil Municipal;

III – fixar as políticas estratégias de gestão dos recursos


financeiros para aquisição e manutenção de bens e serviços da Guarda Civil
Municipal;

IV – organizar e controlar o fluxo de processos administrativos


sob a égide da Guarda Civil Municipal;

V – coordenar a divisão operacional e a supervisão


administrativa;

VI – coordenar reuniões de sua competência da Guarda Civil


Municipal;

VIII – executar os serviços administrativos de controle e demais


atividades necessárias ao cumprimento de suas competências;

IX – coordenar as atividades referentes a compra,


armazenamento, distribuição e controle de todo material bélico e de uso
controlado; e,

X – expedir e controlar portes funcionais de todo o efetivo da


Guarda Civil Municipal.

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2.5.1.3. Do Chefe da Divisão Operacional da Guarda Civil Municipal

Compete ao Chefe da Divisão Operacional da Guarda Civil


Municipal, além das atribuições previstas na Lei Complementar nº 168, de 10 de
fevereiro de 2022:

I – coordenar, organizar e orientar os trabalhos operacionais da


Guarda Civil;

II – levar ao conhecimento do Subcomandante as informações


colhidas dos plantões e da supervisão operacional;

III – compilar os relatórios das operações desenvolvidas e, ou


apoiadas pela Guarda Civil Municipal;

IV – coordenar e organizar as atividades de manutenção


preventivas e corretivas das viaturas e armamentos da Guarda Civil Municipal; e

V – executar outras tarefas correlatas a critério do Comandante


da Guarda Civil Municipal de Bertioga.

2.5.1.4. Do Supervisor Operacional da Guarda Civil Municipal

Compete ao Supervisor Operacional da Guarda Civil Municipal:

I – elaborar escalas (normais e de trabalho extra) do efetivo da


Guarda Civil, com direção do Chefe da Divisão Operacional da Guarda Civil, bem
como supervisionar os destacamentos;

II – realizar o controle da reparação, limpeza das armas e


munição em estoque ou sob carga dos Guardas Civis;

III – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam os


integrantes da Guarda Civil;

IV – elaborar estatísticas de dados pertinentes às ocorrências da


Guarda Civil;

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V – coordenar e fiscalizar os Inspetores Operacionais;

VI – coordenar operações;

VII – elaborar e organizar arquivos referentes a suas funções; e,

VIII – executar outras tarefas correlatas a critério do comando da


Guarda Civil.

2.5.1.5. Do Supervisor Administrativo da Guarda Civil Municipal

Compete ao Supervisor Administrativo da Guarda Civil


Municipal:

I – elaborar e proceder ao controle de frequência do efetivo da


Guarda Civil Municipal, sob direção do subcomandante, diante dos relatórios
elaborados encaminhados pelo supervisor operacional;

II – realizar o controle do almoxarifado (recebimento,


armazenagem e distribuição de fardamentos, equipamentos, armamentos,
munições e outros assemelhados) utilizando das diversas ferramentas da
administração;

III – manter o controle dos prontuários dos guardas civis


municipais;

IV – manter os guardas civis municipais, técnica e fisicamente,


preparados para o exercício das atribuições do cargo e, também, manter o
controle das instruções ministradas;

V – proceder, anualmente, ao inventário do almoxarifado, bem


como dos bens existentes no Departamento da Guarda Civil Municipal;

VI – elaborar estatísticas de dados pertinentes controle do


almoxarifado da Guarda Civil Municipal;

VII – elaborar e organizar arquivos referentes a suas funções; e,

VIII – executar outras tarefas correlatas a critério do comando da


Guarda Civil Municipal.

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2.5.1.6. Da Inspetoria Operacional da Guarda Civil Municipal

Compete ao Inspetor Operacional da Guarda Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – acompanhar diretamente as ocorrências de natureza policial


atendidas pela Guarda Civil Municipal;

IV – exercer os trabalhos de encarregado pela frota na unidade


em que estiver lotado, sendo responsável pelas viaturas, bem como por informar
ao superior imediato sobre alterações relacionadas a eventuais avarias,
providenciando também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive o material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
viaturas e material bélico – seu e de seus subordinados –, bem como
procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do conflito que estiver
em sua alçada;

IX – orientar os guardas civis municipais do plantão sobre o


procedimento de trabalho a ser adotado no dia; e,

X – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem


determinadas pelos seus superiores hierárquicos.

18
2.5.1.7. Da Inspetoria Ambiental da Guarda Civil Municipal

Compete ao Inspetor Ambiental da Guarda Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – acompanhar diretamente as ocorrências de natureza


ambiental, criminais e cíveis, atendidas pela Guarda Civil Municipal;

IV – exercer os trabalhos de encarregado pela frota na unidade


em que estiver lotado, sendo responsável pelas viaturas, bem como por informar
ao superior imediato sobre alterações relacionadas a eventuais avarias,
providenciando também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive o material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
viaturas e material bélico – seu e de seus subordinados –, bem como
procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do conflito que estiver
em sua alçada;

IX – orientar os guardas civis municipais do plantão sobre o


procedimento de trabalho a ser adotado no dia; e,

X – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem


determinadas pelos seus superiores hierárquicos.

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2.5.1.8. Da Inspetoria CECOM da Guarda Civil Municipal

Compete ao inspetor da central de comunicação – CECOM – da


Guarda Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – orientar aos guardas civis municipais e os operadores de


vídeo monitoramento do plantão sobre o procedimento de trabalho a ser adotado
no dia, inclusive reforçando o sigilo das informações conforme a Lei Geral de
Proteção de Dados – LGPD (lei geral de proteção de dados);

IV – exercer os trabalhos de encarregado equipamento colocado


à disposição no CECOM, sendo responsável por informar ao supervisor
operacional sobre alterações relacionadas a eventuais avarias, providenciando
também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


os guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
equipamentos de trabalho e material bélico – seu e de seus subordinados –,
tanto quanto procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do
conflito que estiver em sua alçada; e,

IX – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem


determinadas pelos seus superiores.

20
2.5.1.9. Do Inspetoria de Trânsito da Guarda Civil Municipal

Compete ao inspetor de trânsito da Guarda Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – acompanhar diretamente as ocorrências de relativas à


legislação de trânsito e transporte, atendidas pela Guarda Civil Municipal;

IV – exercer os trabalhos de encarregado pela frota na unidade


em que estiver lotado, sendo responsável pelas viaturas, bem como por informar
ao superior imediato sobre alterações relacionadas a eventuais avarias,
providenciando também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive o material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
viaturas e material bélico – seu e de seus subordinados –, bem como
procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do conflito que estiver
em sua alçada;

IX – orientar os guardas civis municipais do plantão sobre o


procedimento de trabalho a ser adotado no dia; e,

X – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem


determinadas pelos seus superiores hierárquicos.

21
2.5.1.10. Da Inspetoria de Guarda na Área Costeira da Guarda Civil
Municipal

Compete ao Inspetor de Guarda na Área Costeira da Guarda


Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – acompanhar diretamente as ocorrências de natureza policial


ou relativas às posturas municipais atendidas pela Guarda Civil Municipal, ao
longo das praias e espaços da área costeira municipal;

IV – exercer os trabalhos de encarregado pela frota na unidade


em que estiver lotado, sendo responsável pelas viaturas, bem como por informar
ao superior imediato sobre alterações relacionadas a eventuais avarias,
providenciando também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive o material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
viaturas e material bélico – seu e de seus subordinados –, bem como
procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do conflito que estiver
em sua alçada;

IX – orientar os guardas civis municipais do plantão sobre o


procedimento de trabalho a ser adotado no dia; e,

22
X – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem
determinadas pelos seus superiores hierárquicos.

2.5.1.11. Da Inspetoria de ROMU da Guarda Civil Municipal

Compete ao Inspetor da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) da


Guarda Civil Municipal:

I – administrar a fração de efetivo sob o seu comando;

II – fiscalizar a postura e apresentação individual dos agentes da


Guarda Civil Municipal;

III – acompanhar diretamente as ocorrências de natureza


policial, atendidas pela Ronda Ostensiva Municipal da Guarda Civil Municipal;

IV – exercer os trabalhos de encarregado pela frota na unidade


em que estiver lotado, sendo responsável pelas viaturas, bem como por informar
ao superior imediato sobre alterações relacionadas a eventuais avarias,
providenciando também o encaminhamento das possíveis soluções;

V – fiscalizar o emprego e os cuidados com o material de


trabalho do guarda civil municipal, inclusive o material bélico;

VI – levar ao conhecimento do comando as alterações de


conduta disciplinar dos seus subordinados, bem como as condições de trabalho
destes;

VII – solucionar dúvidas, conflitos e ocorrências que envolvam


guardas civis municipais;

VIII – relatar ao supervisor operacional quaisquer alterações


vistas no plantão (limpeza e organização no local de trabalho, avarias em
viaturas e material bélico – seu e de seus subordinados –, bem como
procedimentos adotados), bem como agir para a resolução do conflito que estiver
em sua alçada;

IX – orientar os guardas civis municipais do plantão sobre o


procedimento de trabalho a ser adotado no dia; e,

23
X – desempenhar outras atribuições legais que lhe forem
determinadas pelos seus superiores hierárquicos.

2.5.1.12. Da Armaria da Guarda Civil Municipal

A armaria é posto da Guarda Civil Municipal, subordinado


diretamente à Supervisão Operacional, competindo aos guardas civis municipais
que lá desempenharem suas funções o controle de todo o armamento bélico, de
proteção, de defesa e não letal ou potencialmente não letal, inclusive simulacros,
a saber:

I – realizar manutenção periódica, preventiva e corretiva em


armas, conforme as necessidades do material bélico, desde que seja habilitado;

II – realizar a cada 1 (um) ano, desde que seja habilitado,


manutenção e inspeção das armas que estejam acauteladas;

III – atuar como auxiliar do instrutor de tiro e armamento no


estágio de qualificação profissional, cursos de formação, palestras entre outros,
ou como instrutor quando for capacitado para tal;

IV – repassar ao supervisor operacional a necessidade de


aquisição de armamento bélico, de proteção, de defesa e não letal ou
potencialmente não letal, para que seja providência a compra.

Parágrafo único. Além das atribuições descritas nesta Seção,


o guarda civil municipal desempenhando funções na armaria, deverá
desenvolver as previstas para sua classe de hierarquia.

2.5.1.13. Do Centro de Comunicação da Guarda Civil Municipal – CECOM

O Centro de Comunicação da Guarda Civil de Bertioga –


CECOM – é um posto em operação 24 (vinte e quatro) horas por dia responsável
por:

24
I – recebimento por telefone de denúncias, reclamações,
informações e solicitações de qualquer pessoa e transmissão aos guardas civis
municipais para atendimento da ocorrência;

II – solicitação de apoio aos demais guardas civis municipais em


serviço a uma ocorrência que o necessite;

III – registro em livro próprio ou sistema informatizado:

a) da numeração de boletim de ocorrências da Guarda Civil


Municipal;

b) dos números de telefones de todo o efetivo, emergências,


operacionais e da municipalidade;

c) do nome completo, número de documento, local e horário de


pessoas e/ou veículos que foram abordados por qualquer guarda civil municipal
em serviço;

IV – integração entre os órgãos da segurança pública e


autoridades constituídas para favorecer o atendimento da ocorrência que estiver
em atendimento pelos guardas civis municipais; e,

V – outras providências e instruções que se fizerem necessárias


mediante determinação de seus superiores.

Parágrafo único. Além das atribuições descritas nesta Seção,


o guarda civil municipal desempenhando funções no CECOM, deverá
desenvolver as previstas para sua classe de hierarquia.

2.5.1.14. Da Administração Guardiã Maria da Penha

Compete à Administração Guardiã Maria da Penha o exercício


das atividades, ações e operações destinadas à efetividade de aplicação da
legislação protetiva da mulher, em especial coibindo as ocorrências de violência
contra a mulher.

A Administração Guardiã Maria da Penha tem a prerrogativa de


valer-se do apoio da inspetoria operacional e, quando couber, da ronda ostensiva

25
municipal, para o atendimento a tempo e a hora das ocorrências sob sua
responsabilidade.

A Administração Guardiã Maria da Penha deverá atuar em


conjunto com os órgãos federais, estaduais e municipais que coordenam e
implementam as políticas protetivas das mulheres e, empreender programas
preventivos que de combate à violência de gênero e de escuta acolhedora e
especializada das vítimas de violência, bem como os canais de comunicação de
ocorrência que estimulem a denúncia dos episódios violentos, seja, eles físicos
ou não.

2.5.1.15. Da Ouvidoria da Guarda Civil Municipal de Bertioga

A Ouvidoria é o canal de comunicação direta entre a sociedade


e a Guarda Civil Municipal, recebendo reclamações, denúncias, sugestões e
elogios, de modo a estimular a participação do cidadão no controle e avaliação
dos serviços prestados pela corporação por meios de seus agentes.

Compete ao Chefe de Ouvidoria da Guarda Civil Municipal de


Bertioga, além das atribuições previstas em Lei:

I – receber denúncias, reclamações e representações sobre atos


considerados arbitrários, desonestos, indecorosos, ilegais, irregulares ou que
violem os direitos individuais ou coletivos, praticados por servidores da Guarda
Civil Municipal;

II – receber sugestões de aprimoramento, críticas, elogios e


pedidos de informação sobre as atividades da Guarda Civil Municipal;

III – diligenciar junto às unidades administrativas da Guarda Civil


Municipal competentes, para que prestem informações e esclarecimentos a
respeito das comunicações mencionadas no inciso anterior;

IV – manter o cidadão informado a respeito das averiguações e


providências adotadas pelas unidades administrativas, excepcionados os casos
em que for necessário o sigilo, garantindo o retorno dessas providências a partir
de sua intervenção e dos resultados alcançados;

26
V – organizar e manter atualizado o arquivo da documentação
relativa às denúncias, reclamações e sugestões recebidas;

VI – encaminhar as denúncias e reclamações que impliquem


averiguação disciplinar para os órgãos competentes para apuração e correição;

VII – organizar e controlar os materiais de sua responsabilidade;


e

VIII – cumprir outras atribuições previstas em lei ou


regulamentos.

A Ouvidoria manterá sigilo sobre denúncias e reclamações que


receber, bem como sobre sua fonte, assegurando a proteção dos denunciantes,
quando requerer o caso ou assim for solicitado.

Em situações de transgressões disciplinares que exijam


imediata providência devido ao estado de flagrância, o ouvidor deverá informar
imediatamente ao corregedor da Guarda Civil Municipal para que este tome as
providências necessárias.

2.5.1.16. Da Corregedoria e Da Disciplina da Guarda Civil Municipal

Compete ao Chefe de Corregedoria da Guarda Civil Municipal


de Bertioga, além das atribuições previstas na Lei Complementar nº 168, de 10
de fevereiro de 2022:

I – promover, privativamente, as apurações das infrações


administrativas disciplinares atribuídas aos agentes da Guarda Civil Municipal,
com base nas normas de conduta no regime disciplinar contidos nesta Lei
Complementar;

II – orientar o cumprimento das leis e regulamentos pelos


agentes da Guarda Civil Municipal;

III – apreciar as representações que lhe forem dirigidas


relativamente à atuação irregular de agentes da Guarda Civil Municipal;

IV – promover investigação sobre o comportamento ético, social


e funcional dos candidatos a cargos de guardas civis municipais, bem como dos

27
ocupantes em estágio probatório, observadas as normas legais e
regulamentares aplicáveis;

V – propor ao Comandante, o encaminhamento do guarda civil


municipal aos serviços social e de saúde mental, quando possível e necessário;

VI – colher as informações, no interesse da administração, sobre


os guardas civis municipais;

VII – registrar as decisões prolatadas em autos de


procedimentos disciplinares;

VIII – expedir certidões no âmbito de suas atribuições;

IX – acompanhar, quando solicitado ou julgar necessário, o


registro e desfecho de ocorrências de natureza policial envolvendo os agentes
da Guarda Civil Municipal, especialmente quando vítimas ou acusados de
crimes;

X – acompanhar as ações penais e civis decorrentes do


exercício das atribuições do cargo de provimento efetivo da Guarda Civil
Municipal;

XI – realizar diligências para apurações de infrações


disciplinares;

XII – atender às ocorrências de natureza disciplinar atribuídas


aos guardas civis municipais;

XIII – organizar e controlar os materiais de sua responsabilidade;


e

XIV – cumprir outras atribuições previstas em lei ou


regulamentos.

Em situações de transgressões disciplinares que exijam


imediata providência devido ao estado de flagrância, o Chefe de Corregedoria
terá ascendência sobre todos os guardas civis municipais, independente da
função ou cargo de confiança que ocupe.

28
2.5.1.17. Do Chefe da Divisão de Justiça e Disciplina

É dever do Chefe de Divisão de Justiça e Disciplina proceder,


de ofício ou a requerimento da autoridade competente, realizar apuração de
sindicância, que resultará em relatório conclusivo dos fatos apurados:

I – caso tenha sido confirmada a materialidade do fato e


identificado o seu autor, procederá ao encaminhamento para o Chefe de
Corregedoria para que este decida pelo arquivamento da denúncia ou pela
abertura do procedimento administrativo disciplinar, mediante anuência por
escrito do Subcomandante da Guarda Civil Municipal;

II – restando impossibilitada da identificação de indícios


suficientes de autoria ou materialidade dos fatos imputados, procederá ao
arquivamento da apuração preliminar até o surgimento de provas ou documentos
que ensejam a continuidade do procedimento, desde que respeitados o período
prescricional e decadencial, mediante anuência por escrito do Chefe de
Corregedoria;

III – restando comprovada a legalidade da conduta do Guarda,


procederá ao arquivamento mediante relatório conclusivo, mediante anuência
por escrito do Chefe de Corregedoria;

IV – a apuração de sindicância da Guarda Civil Municipal, com o


relatório, não poderá exceder o prazo de 30 (trinta) dias úteis, contados da data
que a instituir, prorrogável uma única vez por igual período.

No caso do inciso II, o Subcomandante da Guarda Civil


Municipal, quando não aquiescer à recomendação de arquivamento, e diante do
surgimento de novas provas, poderá avocar os autos para apurações
suplementares, no prazo de 10 (dez) dias corridos, mediante decisão
devidamente fundamentada.

A Divisão de Justiça e Disciplina da Guarda Civil Municipal,


garantida a independência funcional necessária à atuação técnica no âmbito

29
disciplinar, está subordinada diretamente ao Subcomandante da Guarda Civil
Municipal.

2.5.1.18. Do Centro de Operações de Imagem de Bertioga – COIBE

O Centro de Operações de Imagem de Bertioga (COIBE) é setor


do Departamento de Trânsito e Transportes coordenado e operado pela Guarda
Civil Municipal de Bertioga, em operação 24 (vinte e quatro) horas por dia,
inspecionado pelo Inspetor da GCM, e responsável por:

I – armazenar, catalogar e controlar imagens captadas pelo


Sistema Eletrônico de Videomonitoramento (SEV), bem como pelo fornecimento
de registros e arquivos de situações e eventos de trânsito e segurança local
relevantes, que visem esclarecer fatos ocorridos no território do Município;

II – fornecer, mediante requerimento, a ser solicitado


pessoalmente em horário de atendimento do Departamento de Trânsito e
Transportes, imagens e informações, por meio de procedimento de autorização
do responsável pelo COIBE, e pelo Comandante da Guarda Civil, quando
necessário, mediante emissão de requerimento de liberação de imagens e
informações e termo de compromisso e confidencialidade este último a ser
assinado pelo requisitante no ato do recebimento do material;

III – prezar pelo sigilo das informações e qualquer imagem ou


informação do Sistema Eletrônico de Videomonitoramento;

IV – autuar por meio do videomonitoramento, veículos que


estiverem em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dentro das
suas competências;

V – outras providências e instruções que se fizerem necessárias


mediante determinação de seus superiores.

OBS: Se estiver ligada ao trânsito deslocar para lá esse trecho

2.6. DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS DE INGRESSO

30
Além das condições gerais de ingresso no serviço público
municipal definidas na lei municipal que dispõe sobre o regime jurídico e
disciplina o estatuto dos servidores do município de Bertioga, são condições
comuns e especiais no caso dos guardas civis municipais, além daquelas
contidas na lei que tratar das carreiras dos servidores municipais:

I – ser brasileiro nato ou naturalizado, ou ser estrangeiro, com


igualdade de direitos, nos termos em que dispuser a legislação específica;

II – possuir nível médio completo de escolaridade;

III – ter sido habilitado previamente mediante aprovação, em


todas as etapas, do concurso público, nestas incluídas o teste de aptidão física
e o curso de formação de guarda civil municipal, nos termos desta Lei
Complementar e da legislação vigente;

IV – altura mínima de 1,55 m (um metro e cinquenta e cinco


centímetros) para guardas civis municipais do sexo feminino e de 1,65 m (um
metro e sessenta e cinco centímetros) para guardas civis municipais do sexo
masculino;

V – ter completado 18 (dezoito) anos de idade, quando da posse;

VI – habilitação para condução de veículos – carros e motos –,


no mínimo categoria "A e B";

VII – estar no gozo dos direitos políticos e quite com as


obrigações militares e eleitorais;

VIII – provar aptidão exigida para o exercício do cargo, em


exame de saúde para admissão, conforme rotina estabelecida pela
administração municipal, devendo o candidato se submeter aos exames
psicológicos, clínicos e laboratoriais, neste incluído o exame toxicológico,
julgados necessários;

IX – não registrar antecedentes criminais transitados em julgado


ou, no caso destes ter cumprido integralmente as penas cominadas;

X – possuir idoneidade moral comprovada por investigação


social e certidões expedidas perante o Poder Judiciário estadual e federal;

31
XI – apresentar documentos civis que forem exigidos pelo órgão
responsável pela gestão de pessoal à época da admissão visando à
comprovação dos requisitos legais contidos na regulamentação municipal e,
quando couber, no edital do certame que propiciou a admissão;

XII – não ser aposentado por invalidez em qualquer dos regimes


de previdência; e,

XIII – não ter sido demitido de cargo ou emprego da


administração municipal dos Poderes Executivo ou Legislativo do município de
Bertioga, nos últimos 05 anos, em virtude de aplicação de sanção disciplinar
determinada por regular processo administrativo disciplinar ou sentença
transitada em julgado.

Outros requisitos poderão ser estabelecidos em lei municipal.

2.6.1. Das Fases do Concurso Público

O concurso público para provimento do cargo de guarda civil


municipal, dada a natureza diversa e especial da atividade, obedecerá às
seguintes fases:

I – primeira fase do concurso, contendo:

a) prova de conhecimentos teóricos visando à avaliação de


capacitação intelectual, de caráter eliminatório e classificatório;

b) teste de avaliação da capacidade física, de caráter


eliminatório e classificatório;

II – segunda fase do concurso, contendo:

a) avaliação psicológica, de caráter eliminatório;

b) exame toxicológico, de caráter eliminatório;

c) investigação social sobre o candidato, de caráter


eliminatório;

d) curso de formação de guarda civil municipal, de caráter


eliminatório e classificatório; e,
32
e) avaliação final do curso de formação de guarda civil
municipal, de caráter eliminatório e classificatório;

III – fase final do concurso, posterior à homologação do certame,


contendo:

a) exame de saúde para admissão, de caráter eliminatório; e,

b) checagem de pré-requisitos e comprovação de documentos,


de caráter eliminatório, para todos os candidatos aprovados e convocados para
efeitos de admissão.

A critério da administração municipal poderá ser incluída na


prova de conhecimentos, prevista na alínea “a”, do inciso I, do caput deste artigo,
prova dissertativa destinada a testar a capacidade de redação do candidato, de
caráter eliminatório e classificatório.

As avaliações médicas, psicológicas e físicas a que serão


submetidos os candidatos ao cargo de guarda civil municipal terão a finalidade
de avaliar:

I – a compatibilidade do perfil psicológico-profissional com o da


função;

II – identificar as características e potencialidades dos


candidatos em relação ao cargo, notadamente no que concerne ao trabalho em
equipe, liderança, iniciativa, aptidão para trabalhar armado com o público em
situações adversas, de estresse e de risco;

III – quanto à resistência física;

IV – nível controlado de ansiedade;

V – domínio psicomotor;

VI – controle emocional adequado com a função;

VII – agressividade controlada;

VIII – impulsividade de acordo com a função;

IX – ausência de sinais fóbicos e disrítmicos; (sinais fóbicos e


disrítmicos: o primeiro termo diz respeito à presença de sinais de medo irracional
ou patológico. O termo seguinte refere-se à presença de traços de disritmia
33
cerebral. t) percepção de detalhes: capacidade que o indivíduo tem na
preocupação com minúcias e detalhes ) e

X – capacidade de assimilação de tarefas e capacidade para


mediação de conflitos.

Concluído o curso de formação de guarda civil municipal, serão


expedidos certificados de aproveitamento aos aprovados, que serão
considerados habilitados no concurso público após a homologação do certame
pelo Prefeito Municipal.

O candidato aluno a guarda civil municipal será reprovado caso:

I – não atinja o mínimo de frequência estabelecida no curso de


formação; (75%)

II – não atinja nota mínima estabelecida para aprovação no curso


de formação;

III – não atinja a capacitação física e psicológica necessária para


o cargo;

IV – revele conduta repreensível na vida pública ou privada,


avaliada por meio da investigação social, prevista na alínea “c”, do inciso II, do
art. 33 desta Lei Complementar; ou,

V – não preencha os requisitos necessários à obtenção da


credencial de guarda civil municipal, nos termos da legislação vigente.

Os critérios para apuração das condições dos incisos deste


artigo serão fixados no edital do concurso público e na regulamentação desta Lei
Complementar.

A reprovação do candidato aluno a guarda civil municipal no


curso de formação de guarda civil municipal implica desclassificação do
concurso público, não lhe assistindo nenhum direito à posse no cargo de guarda
civil municipal.

2.7. DO PESSOAL EMPOSSADO E ESTÁGIO PROBATÓRIO

34
O guarda civil municipal admitido e empossado será submetido
ao estágio probatório de 36 (trinta e seis) meses de efetivo exercício, conforme
o previsto no art. 41 da Constituição da República Federativa do Brasil, na forma
da lei municipal que disciplina o estatuto dos servidores do município de
Bertioga, observado complementarmente o disposto neste artigo.

O guarda civil municipal admitido e empossado será submetido


a um programa especial de avaliação específica pelo período definido em
regulamento próprio, como parte integrante do estágio probatório, conforme a
legislação municipal, devendo constar do mesmo a modalidade de capacitação
em serviço, a observação da capacidade técnica e o comportamento em ação.

A avaliação do programa especial previsto no § 1º supra, dar-se-


á na forma de regulamento específico e resultará nos seguintes conceitos:

I – de 0,0 a 4,9 que equivale a insuficiente;

II – de 5,0 a 6,0 que equivale a regular;

III – de 6,1 a 8,0 que equivale a bom;

IV – de 8,1 a 9,5 que equivale a ótimo; e,

V – de 9,6 a 10,0 que equivale a excelente.

A aprovação do programa especial de avaliação previsto no § 1º


supra será condicionada à obtenção de, no mínimo, conceito bom.

A Corregedoria da Guarda Civil Municipal, deverá elaborar


relatório de avaliação dos guardas civis municipais que frequentaram o programa
especial de avaliação, emitindo parecer final a respeito de sua compatibilidade
pessoal para o exercício das funções de guarda civil municipal.

Em caso de reprovação do servidor estagiário no programa


especial de avaliação de que trata este artigo, fica consignada a sua inabilitação
no estágio probatório, produzindo esta, efeitos imediatos.

Em caso de aprovação do servidor estagiário no programa


especial de avaliação de que trata este artigo, fica consignada a aprovação no
estágio probatório, implicando aquisição de estabilidade.

35
Será suspenso o cômputo do estágio probatório nos seguintes
casos:

I – exercício de funções estranhas ao emprego;

II – licenças e afastamentos legais superiores a 15 (quinze) dias;


e,

III – nos dias relativos às faltas injustificadas e às suspensões


disciplinares.

IV – no caso de cessão funcional autorizada, nos termos da


legislação vigente.

Os acidentes de trabalho ou resultantes do exercício da função


e as licenças parentais (maternidade, adoção e paternidade), previstas na
legislação municipal, constituem as únicas exceções ao disposto no inciso II, do
caput, deste artigo, não ensejando, portanto, a suspensão do cômputo do estágio
probatório.

São condições específicas para reprovação imediata no estágio


probatório, mediante a competente apuração e procedimento administrativo
disciplinar, garantido o contraditório e a ampla defesa:

I – a suspensão ou a perda do direito de conduzir veículos, em


razão de ação ou omissão, dentro ou fora do horário de trabalho, por
consequência ou não do exercício da atividade de guarda civil municipal; ou,

II – a suspensão ou a perda das condições de habilitação para


porte e uso de arma de fogo, em razão de ação ou omissão, dentro ou fora do
horário de trabalho, por consequência ou não do exercício da atividade de
guarda civil municipal.

É vedada a aplicação de qualquer das formas de progressão


previstas Lei Complementar ao servidor em estágio probatório.

O servidor em estágio probatório está sujeito às normas e


procedimentos administrativos disciplinares previstos nesta Lei Complementar,
e em caso de cometimento de falta, sujeito às sanções que deles decorrem,
inclusive a demissão antes da conclusão da avaliação probatória.

36
2.8. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO GUARDA CIVIL MUNICIPAL

Além dos direitos previstos na lei municipal que dispõe sobre o


regime jurídico e disciplina o estatuto dos servidores do município de Bertioga e
em outras normas legais, são direitos dos guardas civis municipais.

I – ter a oportunidade, a juízo da autoridade superior, de


frequentar cursos de formação, capacitação profissional, congressos, palestras
e outros eventos relacionados à área de segurança pública que estimulem a
melhoria de seu desempenho profissional e ampliação de seus conhecimentos;

II – dispor no ambiente de trabalho de instalações, material e


equipamentos suficientes e adequados para que possa exercer com eficiência
suas atividades;

III – receber as peças de uniformes e os equipamentos de


proteção individual, necessários para o exercício de suas atividades;

IV – ter a seu alcance informações, bibliografia, material didático


e outras fontes, que auxiliem e estimulem a melhoria de seu desempenho
profissional e a ampliação de seus conhecimentos, tanto dos setores vinculados
à segurança pública, quanto aos da área administrativa e de gestão;

V – ter um seguro de vida em grupo; e,

VI – nos termos do regulamento da hierarquia funcional, ter


assegurado a igualdade de tratamento no exercício de suas atividades na
Guarda Civil Municipal.

É assegurado ao guarda civil municipal o recolhimento à cela,


isoladamente dos demais presos, quando sujeito à prisão antes de condenação
definitiva.

2.8.1. Das Recompensas, das Condecorações e dos Atos de Louvor

37
As recompensas constituem–se em reconhecimento aos bons
serviços, atos meritórios e trabalhos relevantes prestados por servidor da
Guarda Civil Municipal.

São recompensas da Guarda Civil Municipal:

I – condecorações por serviços prestados; e,

II – atos de louvor; e,

III – elogios.

As condecorações constituem–se em referências honrosas e


insígnias conferidas aos integrantes da Guarda Civil Municipal, por sua atuação
em ocorrências de relevo da preservação da vida, podendo ser formalizadas com
a devida publicidade no município e registro em prontuário.

O ato de louvor e o elogio decorrem do reconhecimento formal


da administração, disciplinado no regimento interno, quanto aos atos louváveis
e às qualidades morais e profissionais do servidor da Guarda Civil Municipal com
a devida publicidade no município e registro em prontuário.

As condecorações e os atos de louvor serão conferidos pelo


chefe do executivo municipal ou pelo presidente da Câmara Municipal e os
elogios pelo comandante da Guarda Civil Municipal.

2.8.2. Das Restrições de Saúde

Nos casos em que a restrição de saúde – médica ou psicológica


– recomendar ou determinar a suspensão de manejo e de uso de arma de fogo,
o Comandante da Guarda Civil Municipal suspenderá direito ao porte de arma
de fogo e deslocará a o servidor para posto de trabalho da corporação que possa
prescindir o uso desta.

Nos casos em que tratar-se de restrição – médica psiquiátrica


ou psicológica – que imponha limitação, temporária ou definitiva, ou readaptação
o servidor deverá ser removido para lotação em diretoria diversa da Guarda Civil
Municipal de Bertioga.

38
2.9. DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL E REGULAMENTO DA GUARDA CIVIL
MUNICIPAL

2.9.1. Das Peculiaridades do Exercício Profissional

Aos guardas civis municipais é obrigatório o uso do uniforme e


dos equipamentos regulamentados e, ademais, poderá ser autorizado o porte de
arma de fogo, conforme previsão legal e obediência às normativas específicas
de segurança.

Suspende-se o direito ao porte de arma de fogo em razão de


restrição médica, psicológica ou psiquiátrica, na forma do art. 45 supra e, ainda,
mediante decisão judicial ou justificativa da adoção da medida administrativa
pelo respectivo dirigente.

Além do previsto no § 1º deste artigo, a critério do Comandante,


o guarda civil municipal poderá trabalhar sem armas de fogo, desde que tal ato
não implique risco à segurança do servidor.

Por ser o serviço da Guarda Civil de natureza singular de


corporação armada pautada na hierarquia e disciplina própria, é vedada a
lotação de pessoas ou servidores diversos daqueles da carreira exclusiva da
Guarda Civil de Bertioga em seus quadros, sendo incompatíveis os
regulamentos da corporação para com os demais servidores públicos.

2.9.2. Dos Equipamentos da Guarda Civil Municipal

São equipamentos da Guarda Civil Municipal, além de outros


que poderão constar do Regulamento:

I – uniformes completos; e

II – colete antibalístico e tático.

III – tonfa, cassetete de borracha, bastão retrátil;

IV – algema de metal;

39
V – armamento de menor potencial ofensivo como eletro
condutor e químico;

VI – arma de fogo e munições;

VII – viaturas; e

VIII – outros equipamentos capazes de auxiliar no desempenho


das funções, identificados e disciplinados no Regulamento da Guarda Civil
Municipal.

2.9.3. Dos Uniformes da Guarda Civil Municipal

A Guarda Civil Municipal de Bertioga utilizará uniformes e


equipamentos padronizados, preferencialmente, na cor azul-marinho (Art. 21 da lei
13.022/2014 - As guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados,
preferencialmente, na cor azul-marinho), disciplinados e classificados no regulamento
da corporação, conforme a natureza da atividade, e numerados
sequencialmente:

I – Básico Operacional;

II – Operacional Ambiental;

III – Operacional em Motocicleta;

IV – Operacional de Trânsito;

V – Operacional de Verão e Ciclista;

VI – Trabalho Administrativo;

VII – Gala;

VIII – Educação Física; e

IX – Básico Candidato Aluno a GCM.

A identificação visual e funcional será detalhada e disciplinada


no Regulamento da Guarda Civil Municipal que será baixado por ato do Chefe
do Poder Executivo.

40
2.9.4. Do Comportamento do Guarda Civil Municipal

Para fins disciplinares e para os demais efeitos legais, o


comportamento do guarda civil municipal será considerado:

I – excepcional comportamento, quando no período de 24 (vinte


quatro) meses de efetivo exercício, não tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar;

II – bom comportamento, quando no período de 24 (vinte e


quatro) meses de efetivo exercício, tenha sofrido apenas 1 (uma) sanção
disciplinar de repreensão;

III – comportamento satisfatório, quando no período de 24 (vinte


e quatro) meses de efetivo exercício, tiver sofrido até o limite de 1 (uma)
suspensão que não ultrapasse o total de 4 (quatro) dias ou 2 (duas) repreensões;

IV – comportamento insuficiente, quando no período de 24 (vinte


e quatro) meses de efetivo exercício, tiver sofrido mais de 2 (duas) repreensões
ou, até o limite de 4 (quatro) sanções disciplinares de suspensão que,
individualmente ou somadas, não ultrapassem o total de 15 (quinze) dias; e,

V – mau comportamento, quando no período de 24 (vinte e


quatro) meses de efetivo exercício, tiver sofrido uma ou mais sanções
disciplinares de suspensão que, individualmente ou somadas, ultrapassem o
total de 15 (quinze) dias.

Para a classificação de comportamento, 3 (três) repreensões


equivalem a 1 (um) dia de suspensão.

A classificação do comportamento dar-se-á, anualmente, de


ofício, por ato do órgão Corregedor, no mês de janeiro.

O conceito atribuído ao comportamento do guarda civil municipal


nos termos dispostos neste artigo, será considerado para efeitos de progressão
na carreira;

Do ato do órgão corregedor que classificar os integrantes da


Guarda Civil Municipal, caberá recurso de classificação do comportamento
41
dirigido ao comando da Guarda Civil Municipal, que deverá ser interposto no
prazo de 5 (cinco) dias contados a partir do primeiro dia útil subsequente à data
da publicação da classificação do comportamento.

3. DOS CARGOS EFETIVOS, DA CARREIRA E VENCIMENTOS

3.1. DA COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL

Na forma da legislação municipal vigentes compõem o quadro


de pessoal Guarda Civil Municipal de Bertioga 200 (duzentos) cargos de
provimento efetivo de guarda civil municipal, resultantes da criação de novos
cargos, transformação e extinção de cargos de provimento efetivo vagas, na
forma do Anexo I esta Lei Complementar.

Art. 7º da Lei 13.022/2014. As guardas municipais não poderão


ter efetivo superior a:

II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios


com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil)
habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso I;

OBS: último Censo 2022 indica população de 64.188 (192,56)

A matriz hierárquica dos cargos de provimento efetivo definidos


nesta Lei Complementar, constante do seu Anexo III, é estruturada em classes
de hierarquia e graus com os respectivos padrões de vencimento.

O cargo guarda civil municipal é composto por 6 (seis) classes


de hierarquia, estruturadas segundo os requisitos e critérios de escolaridade,
complexidade, responsabilidade e hierarquia funcional, definidas na seguinte
forma:

3.2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO CARGO: GUARDA CIVIL


MUNICIPAL

42
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

1 – executar quando demandado por superior hierárquico as


competências e atribuições determinadas para o cargo de guarda
municipal no art. 61 desta Lei Complementar;

2 – proteger bens, serviços equipamentos, prédios públicos e


instalações do município, promovendo atendimento em apoio a
outros órgãos públicos e cooperação profissional à polícia civil e
militar:

a) vigiar permanentemente os bens dominiais e os bens de uso


especial do município, tais como escolas e unidades de saúde
Ensino municipais, os edifícios, cemitério e, todos os bens necessários
médio às atividades gerais da administração;
completo,
b) vigiar os bens de uso comum do povo;
CNH A e B
ea c) proteger os serviços e instalações públicas do município;
demais
d) vigiar os bens do Estado e da União, mediante a celebração
requisitos
de convênio;
4ª Classe de
3 – exercer quando habilitado as atribuições do poder de polícia de
exercício
trânsito ou colaborar com os fiscais, agentes de fiscalização de
contidos
trânsito e os servidores públicos municipais, apoiando-os em serviço
nesta Lei
quando solicitado;
Complem
entar, em 4 – auxiliar na proteção da integridade física dos servidores públicos
especial municipais, do prefeito municipal;
no art. 32.
5 – auxiliar as secretarias municipais e a defesa civil em campanhas
públicas e estados de atenção, emergência ou calamidade pública;

6 – dirigir e operar viaturas, bem como veículos especiais e


motocicletas, quando devidamente habilitados e designados para
estas atividades;

7 – auxiliar no monitoramento de sistemas eletrônicos de alarmes e,


colaborar nas atividades dos postos de segurança comunitária;

8 – aplicar primeiros socorros quando devidamente capacitados


pare este fim;

43
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

9 – comparecer nos horários determinados para os programas de


instrução e preleção;

10 – inspecionar durante o serviço partes externas de bens imóveis,


dando ciência imediata, qualquer anormalidade observada;

11 – prevenir desordens efetuar detenções quando houver motivos


para isso, conduzindo os detidos à delegacia de polícia, bem como,
intervir em ações de segurança de pessoas, quando necessário e, no
limite de suas atribuições legais;

12 – transmitir por relatórios à guarda municipal as ocorrências


verificadas no setor ou posto, durante o seu plantão ou ronda;

13 – manter os superiores hierárquicos, em especial, os inspetores,


informados a respeito do andamento dos serviços;

14 – propor sugestões aos superiores hierárquicos, em especial, os


subinspetores e os inspetores, a respeito da melhoria da qualidade
dos serviços prestados;

15 – prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir,


infrações penais ou administrativas e atos infracionais que atentem
contra os bens, serviços e instalações municipais;

16 – atuar, preventiva e permanentemente, no território do


Município, para a proteção sistêmica da população que utiliza os
bens, serviços e instalações municipais;

17 – colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança


pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social;

18 – participar de ações de prevenção primária à violência,


isoladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria
municipalidade, de outros Municípios ou das esferas estadual e
federal;

19 – atuar mediante ações preventivas na segurança escolar,


zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o
corpo discente e docente das unidades de ensino municipal, de
forma a colaborar com a implantação da cultura de paz na
comunidade.

44
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

20 – colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes


presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais
das pessoas;

21 – garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-


lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas;

22 – encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o


autor da infração;

23 – auxiliar as equipes de salvamento de emergências, o suporte


logístico e a assistência operacional aos processos de combate a
incêndios em função de eventos danosos e imprevisíveis;

24 – proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural,


arquitetônico e ambiental do Município, inclusive adotando medidas
educativas e preventivas, em regime de colaboração com os órgãos
responsáveis por estes temas no município;

25 – apoiar os demais órgãos de poder de polícia administrativa,


visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das
posturas e ordenamento urbano municipal;

26 – propor sugestões aos superiores hierárquicos, em especial, os


subinspetores e os inspetores, a respeito da melhoria da qualidade
dos serviços prestados;

27 – participar das atividades de capacitação e formação que lhe


forem designadas;

28 – atuar em equipe multiprofissional;

29 – observar fielmente as demais competências e especificidades


profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;

30 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas,


equipamentos e do local de trabalho;

31 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de


complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.

45
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

Requisito
s para 1 – executar as atividades descritas para os guardas municipais de
guarda 4ª classe, realizando a supervisão sobre estes e, responsabilizando-
civil se pelas decisões necessárias à operação;
municipal
2 – orientar os guardas municipais de 4ª classe na execução de
de 4ª
seus serviços
classe e
3 – zelar pela disciplina e instrução dos seus subordinados;
os
3ª Classe definidos 4 – atuar em equipe multiprofissional;
para
5 – observar fielmente as demais competências e especificidades
progressã
profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;
o
6 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas, equipamentos
funcional
e do local de trabalho;
para esta
classe de 7 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de
hierarquia complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.
.

Requisito
s para 1 – executar as atividades descritas para os guardas municipais de
guarda 3ª classe, realizando a supervisão sobre estes e, responsabilizando-
civil se pelas decisões necessárias à operação;
municipal
2 – orientar os guardas municipais de 3ª e 4ª classe na execução de
de 3ª
seus serviços
classe e
3 – zelar pela disciplina e instrução dos seus subordinados;
os
2ª Classe definidos 4 – atuar em equipe multiprofissional;
para
5 – observar fielmente as demais competências e especificidades
progressã
profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;
o
6 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas, equipamentos
funcional
e do local de trabalho;
para esta
classe de 7 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de
hierarquia complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.
.

46
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

Requisito
1 – executar as atividades descritas para os guardas municipais de
s para
2ª classe, realizando a supervisão sobre estes e, responsabilizando-
guarda
se pelas decisões necessárias à operação;
civil
municipal 2 – supervisionar os guardas municipais de 2ª, 3ª e 4ª classes na

de 2ª execução de seus serviços;

classe e 3 – zelar pela disciplina e instrução dos seus subordinados;


os
4 – atuar em equipe multiprofissional e orientar os guardas
1ª Classe definidos
municipais de 2ª, 3ª e 4ª classes na execução de seus serviços;
para
progressã 5 – observar fielmente as demais competências e especificidades
o profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;

funcional 6 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas, equipamentos


para esta e do local de trabalho;
classe de
7 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de
hierarquia
complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.
.

1 – executar as atividades descritas para os guardas municipais de


Requisito 1ª classe, realizando a supervisão sobre estes e, responsabilizando-
s para se pelas decisões necessárias à operação;
guarda
2 – coordenar e responder pelos serviços dos guardas municipais
civil
de seu turno ou de sua equipe, visando à segurança externa e
municipal
interna de pessoas e bens patrimoniais do município;
de 1ª
3 – supervisionar o trabalho dos guardas municipais, sob sua
classe e
responsabilidade, bem como a proteção dos bens e próprios
os
Classe municipais;
definidos
Especial
para 4 – manter os superiores hierárquicos a par de todos os assuntos da
progressã Guarda Civil Municipal, internos e externos, cumprindo e fazendo
o cumprir as ordens dele recebidas;
funcional
5 – providenciar o fornecimento de material necessário à Guarda
para esta
Civil Municipal, mediante pedido fundamentado;
classe de
6 – remeter diariamente aos superiores hierárquicos relatório das
hierarquia
ocorrências e alterações de serviço;
.
7 – zelar pela disciplina e instrução dos seus subordinados;

47
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

8 – auxiliar na aplicação de programas e instruções de preleção,


periódicos;

9 – instruir seus subordinados de modo que se conscientizem das


suas responsabilidades;

10 – participar das atividades de capacitação e formação que lhe


forem designadas;

11 – atuar em equipe multiprofissional e orientar os guardas


municipais de 1ª, 2ª e de 3ª classe na execução de seus serviços;

12 – ocupar, preferencialmente, os cargos comissionados e, ou,


função gratificada mediante livre designação e exoneração pelo
Chefe do Poder Executivo Municipal;

13 – observar fielmente as demais competências e especificidades


profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;

14 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas,


equipamentos e do local de trabalho;

15 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de


complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.

Requisito 1 – executar as atividades descritas para o guarda civil municipal,


s para classe especial, realizando a supervisão sobre estes e,
guarda responsabilizando-se pelas decisões necessárias à operação;
civil
2 – coordenar e responder pelos serviços dos guardas municipais
municipal
de seu turno ou de sua equipe, visando à segurança externa e
de classe
interna de pessoas e bens patrimoniais da municipalidade;
especial,
3 – supervisionar o trabalho dos guardas municipais, bem como a
graduaçã
Classe
proteção dos bens e próprios municipais;
o em
Distinta
curso 4 – manter o subinspetor e o inspetor a par de todos os assuntos da
superior e Guarda Civil Municipal, internos e externos, cumprindo e fazendo
os cumprir as ordens dele recebidas;
definidos
5 – providenciar o fornecimento de material necessário à guarda
para
civil municipal, mediante pedido fundamentado ao comandante;
progressã
6 – remeter diariamente ao subinspetor e ao inspetor relatório das
o
ocorrências e alterações de serviço;
funcional

48
Classe de
Requisito Descrição geral das atividades
Hierarquia

para esta 7 – zelar pela disciplina e instrução dos seus subordinados;


classe de
8 – manter programas de instruções e preleção periódicos e, instruir
hierarquia
seus subordinados de modo que se conscientizem das suas
.
responsabilidades;

9 – participar das atividades de capacitação e formação que lhe


forem designadas;

10 – atuar em equipe multiprofissional e orientar os guardas


municipais de 1ª, 2ª, 3ª e de 4ª classe e de classe especial, na
execução de seus serviços;

11 – ocupar, preferencialmente, os cargos comissionados e, ou,


função gratificada mediante livre designação e exoneração pelo
Chefe do Poder Executivo Municipal;

12 – observar fielmente as demais competências e especificidades


profissionais e obrigações nesta Lei Complementar;

13 – zelar pela limpeza e conservação de ferramentas,


equipamentos e do local de trabalho;

14 – executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de


complexidade, associadas à sua classe de hierarquia.

O ingresso no cargo de guarda municipal dar-se-á no primeiro


padrão de vencimento da 4ª classe, com valor igual à referência 6 (seis) da tabela
geral de vencimentos.

3.3. DAS FORMAS DE DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA

Progressão é o instituto pelo qual o servidor público municipal,


ocupante de cargo de provimento efetivo previsto e descrito nesta Lei
Complementar, desenvolve-se na carreira a que pertence, mudando de classe
de hierarquia, grau e padrão de vencimento, nas seguintes formas:

I – progressão funcional por antiguidade e/ou merecimento;

49
II – progressão em graus.

É vedada a aplicação das formas de progressão previstas neste


artigo ao servidor em estágio probatório.

A concessão das formas de progressão disciplinadas nesta Lei


Complementar depende, além dos critérios e requisitos que lhes são peculiares,
de disponibilidade orçamentária na forma da legislação vigente.

Fica suspensa a contagem de tempo para progressão de que


trata este Capítulo VII a todos os Guardas Civis ocupantes de cargo em
provimento efetivo, enquanto estiverem exercendo função gratificada, cargo de
confiança ou de livre provimento e exoneração fora dos quadros da Secretaria
de Segurança e Mobilidade, bem como àqueles que estejam cedidos a qualquer
título para exercer cargos e atribuições distintas dos de Guarda Civil Municipal.

Aplica-se a mesma suspensão aos Guardas Civis cedidos ou


permutados a outros entes federativos, bem como aos ocupantes de cargos de
direção ou representação sindical, enquanto perdurar o mandato.

Também se suspende aos Guardas Civis a contagem de tempo


para progressão quando investidos em mandato eletivo, salvo no caso de
investidura em mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, nos
termos do art. 38, III, da Constituição Federal.

A progressão funcional dos ocupantes do cargo de provimento


efetivo de guarda civil municipal, dependerá de vaga na classe conforme os
seguintes quantitativos:

I – o número máximo de ocupantes da 3ª classe, é de 24% (vinte


e quatro por cento) do total de cargos de guarda civil municipal, ocupados e
vagos, constantes no quadro de pessoal;

II – o número máximo de ocupantes da 2ª classe, é de 18%


(dezoito por cento) do total de cargos de provimento efetivo, ocupados e vagos,
constantes no quadro de pessoal;

III – o número máximo de ocupantes da classe 1ª classe, é de


12% (doze por cento) do total de cargos de guarda civil municipal, ocupados e
vagos, constantes no quadro de pessoal;

50
IV – o número máximo de ocupantes da classe especial, é de
8% (oito por cento) do total de cargos de guarda civil municipal, ocupados e
vagos, constantes no quadro de pessoal;

V – o número máximo de ocupantes da classe distinta, é de 5%


(cinco por cento) do total de cargos de provimento efetivo de guarda civil
municipal, ocupados e vagos, constantes no quadro de pessoal.

Nos casos em que os limites contidos nos incisos I a IV do caput


deste artigo seja atingidos e haja servidores habilitados para progressão
funcional estas serão efetuadas há medida de ocorrência de vaga observados
os seguintes critérios de desempate:

I – Antiguidade:

a) maior tempo de efetivo exercício na classe de hierarquia;

b) maior tempo de efetivo exercício no cargo guarda civil


municipal;

c) idade em ordem decrescente.

II – Merecimento:

a) maior nota em certificações de atividades de capacitação e


formação profissional continuada;

b) melhor conceito de comportamento;

c) melhor pontuação no quesito pontualidade e assiduidade.

Progressão funcional é o instituto pelo qual o servidor público


municipal, observado o interstício mínimo de efetivo exercício no cargo de
provimento efetivo e na classe de hierarquia, e o cumprimento dos requisitos
instituídos por esta Lei Complementar, poderá deslocar-se para outra classe de
hierarquia.

A progressão funcional deverá observar obrigatoriamente a


ordem das classes de hierarquia e, além os demais critérios e limites contidos
nesta Lei Complementar, a permanência mínima na classe de hierarquia antes
de se proceder a progressão para a imediatamente superior, a saber:

51
I – a progressão funcional para a 3ª classe depende de interstício
mínimo de 6 (seis) anos de efetivo exercício na 4ª classe;

II – a progressão funcional para a 2ª classe depende de


interstício mínimo de 6 (seis) anos de efetivo exercício na 3ª classe;

III – a progressão funcional para a 1ª classe depende de


interstício mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício na 2ª classe;

IV – a progressão funcional para a classe especial depende de


interstício mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício na 1ª classe; e,

V – a progressão funcional para a classe distinta depende de


interstício mínimo de 4 (quatro) anos de efetivo exercício na classe especial.

As progressões funcionais descritas nos incisos I a V do § 1º


deste artigo serão providas por antiguidade ou merecimento, desde que
demandadas pelo servidor estável que comprove ter cumprido todos os
requisitos prescritos para tal nesta Lei Complementar.

Quando do deslocamento para outra classe, o servidor passará


a perceber o padrão de vencimento relativo à nova posição hierárquica, no
mesmo grau anteriormente ocupado.

Para efeito do que dispõe o § 4º deste artigo, considera-se grau


um dos estágios de carreira identificados de “I” a “V”, atingíveis na forma
disciplinada nesta Lei Complementar para a progressão por grau.

3.4. MATRIZ HIERÁRQUICA E TABELA DE VALORES DE VENCIMENTO

Grau I Grau II Grau III Grau IV Grau V

Classe
Padrão Valor Padrão Valor Padrão Valor Padrão Valor Padrão Valor

52
4ª 4ª CL I 4ª CL II 4ª CL 4ª CL 4ª CL
Classe III IV V
R$ R$ R$ R$ R$
2.688,98 2.978,06 3.298,19 3.653,00 3.819,76

3ª 3ª CL I 3ª CL II 3ª CL 3ª CL 3ª CL
Classe III IV V

R$ R$ R$ R$ R$
2.957,94 3.275,92 3.628,08 4.018,44 4.201,82

2ª 2ª CL I 2ª CL II 2ª CL 2ª CL 2ª CL
Classe III IV V
R$ R$ R$ R$ R$
3.401,62 3.767,29 4.172,27 4.621,29 4.832,10

1ª 1ª CL I 1ª CL II 1ª CL 1ª CL 1ª CL
Classe III IV V

R$ R$ R$ R$ R$
4.081,98 4.734,78 5.006,78 5.545,52 5.798,55

Classe CE I CE II CE III CE IV CE V
Especial

R$ R$ R$ R$ R$
5.102,49 5.651,00 6.258,48 6.931,89 7.248,21

Classe CD I CD II CD III CD IV CD V
Distinta
R$ R$ R$ R$ R$
6.633,25 7.346,32 8.136,02 9.011,45 9.422,68

A concessão da progressão funcional por antiguidade ou


merecimento depende de pedido formal do servidor e da verificação dos
documentos comprobatórios dos requisitos determinados nesta Lei
Complementar.

A inscrição do guarda civil municipal no processo de progressão


por antiguidade ou merecimento depende, além de outros descritos nesta lei
complementar, dos seguintes requisitos primários:

I – ter cumprido, no mínimo, o interstício definido no art. 69 para


a classe de hierarquia que ocupa; e,

53
II – ter concluído curso de qualificação no período concomitante
ao interstício da progressão, conforme o disposto a seguir:

a) para progressão da 4ª classe para a 3ª classe curso


qualificação de 40 (quarenta) horas-aulas ou mais;

b) para progressão da 3ª classe para a 2ª classe curso


qualificação de 60 (sessenta) horas-aulas ou mais;

c) para progressão da 2ª classe para a 1ª classe curso


qualificação de 80 (oitenta) horas-aulas ou mais.

d) para progressão da 1ªclasse para a classe especial curso


qualificação de 100 (cem) horas-aulas ou mais.

e) para progressão da classe especial para a classe distinta


curso qualificação de 120 (cento e vinte) horas-aulas ou mais.

Os cursos de qualificação na área de atuação da Guarda Civil


Municipal, a que se refere o § 1º supra deverão ser cursados na SENASP
(Secretaria Nacional de Segurança Pública) ou instituição semelhante, ou ainda em
instituição diversa desde que na área de atuação, sendo que:

I – será admitido o atingimento das cargas horária mínimas de


formação um único curso ou diversos em que sua soma atinja o mínimo exigido,
desde que todos os certificados estejam no período conforme descrito no II do §
1º supra; e,

II – não será considerado como carga horária de qualificação


para cumprimento do requisito de formação, o estágio de qualificação
profissional anual obrigatório decorrente do Acordo de Cooperação Técnica
existente entre a Prefeitura de Bertioga e a Polícia Federal.

O requerimento de progressão funcional por antiguidade ou


merecimento, previsto no art. 73, será previamente analisado quanto ao
atendimento cumulado dos seguintes requisitos pessoais obrigatórios para efeito
de progressão funcional:

I – estar em efetivo exercício e apto para o serviço e para o


cumprimento das competências e atribuições disciplinadas nesta Lei
Complementar para a classe de hierarquia requerida;

54
II – possuir CNH categoria, no mínimo, “A / B”, em plena validade
na data em que requerer a progressão funcional;

III – não possuir qualquer restrição de saúde ocupacional,


médica ou psicológica para o exercício do cargo, nos 06 (seis) meses anteriores
à data do requerimento, exceto as decorrentes de acidente de trabalho;

IV – não ter sido sancionado disciplinarmente nos últimos 3 (três)


anos por falta média, grave ou gravíssima; e,

V – não possua condenação criminal, transitada em julgado,


ressalvado os casos identificados formalmente como culposos.

As sanções disciplinares com registro cancelado na forma da


legislação municipal vigente, não poderão ser utilizadas para a análise
disciplinada no inciso V do caput, deste artigo

A condenação criminal com registro cancelado na forma da


legislação penal e processual penal nacional, desde que cumprida integralmente
a pena cominada, não poderá ser utilizada para a análise disciplinada no inciso
VI do caput, deste artigo.

Excetua-se da regra disposta no inciso III do caput deste artigo,


além das restrições de saúde ocupacional decorrentes de acidente de trabalho,
também as readaptações ou afastamentos causados por acidente de trabalho
ou em razão deste.

Para dirigir o procedimento de promoção será formada uma


Comissão de Progressões da Guarda Civil Municipal – COPP-GCM, composta
por 03 (três) guardas civis municipais que não estejam concorrendo direta ou
indiretamente às vagas ofertadas para evolução.

Encerrada a fase recursal o relatório acrescido da solução dada


aos pedidos de reconsideração e recurso, será encaminhado ao Prefeito
Municipal para homologação e edição dos atos concessivos das progressões
funcionais por antiguidade e por merecimento.

A efetivação das progressões e o acréscimo pecuniário deverá


ser pago na primeira folha de pagamento, subsequente aos atos concessivos,
com efeitos pecuniários a partir da data contida nas decisões.

55
3.4.1. Da Progressão Funcional por Antiguidade

Cumprido os interstícios e os requisitos descritos nos arts. 69 a


73 supra, o guarda civil municipal estável, estará habilitado para progredir
funcionalmente por antiguidade, no limite das vagas ofertadas no processo para
esta modalidade e classes, desde que alcançados, pelo servidor, os requisitos
estabelecidos neste capítulo e cumprido o interstício para cada classe:

I – possuir o requisito de escolaridade para a classe,


formalmente comprovado por meio de documentação acadêmica idônea,
conforme regulação da autoridade competente; e,

II – estar com comportamento disciplinar classificado como


satisfatório, bom ou excepcional, nos termos desta Lei e do regulamento
disciplinar da Guarda Civil Municipal, na data em que requerer a progressão
funcional.

3.4.2. Da Progressão Funcional por Merecimento

A progressão funcional por merecimento, cumpridos os


requisitos gerais e específicos contidos nesta Lei Complementar, basear-se-á
em apuração do merecimento e atribuição de pontuação entre 0 (zero) a 60
(sessenta) baseada nos seguintes critérios:

I – assiduidade, pontuado de 0 (zero) a 10 (dez) pontos;

II – pontualidade, pontuado de 0 (zero) a 10 (dez) pontos;

III – comportamento, pontuado de 5 (cinco) a 10 (dez) pontos;

IV – certificação em atividades de capacitação e formação


profissional continuada, até o máximo de 20 (vinte) pontos.

As pontuações abaixo de 50% (cinquenta por cento) do total


previsto no caput deste artigo implicam inabilitação nesta modalidade de
progressão funcional.

56
3.5. DA REMUNERAÇÃO E DA JORNADA DE TRABALHO

Os servidores públicos municipais, abrangidos por esta Lei


Complementar, percebem vencimento como mensalistas e a jornada de trabalho
dos mesmos, é de 40 (quarenta) horas semanais, ordinariamente em regime de
escala de plantões de 06 (seis), 08 (oito) e 12 (doze) horas, salvo os integrantes
destacados para prestarem serviços administrativos e em outros postos de
trabalho que atendam a Administração Municipal em horário de expediente, que
adotarão ordinariamente a jornada diária de 8 (oito) horas.

Em casos excepcionais, todos os integrantes da Guarda Civil


Municipal poderão ser convocados, por ato formal do Prefeito, ou por delegação
de competência pelo secretário municipal responsável pela segurança, para
realizar jornada suplementar.

As escalas de serviço dos integrantes da Guarda Civil Municipal


serão organizadas por esta, preferencialmente em regime de turno, a fim de
manter o seu serviço ininterrupto, admitindo-se a modificação do exercício da
jornada, em ocasiões excepcionais, onde os integrantes da corporação poderão
trabalhar em horários e escalas especiais.

Visando à garantia da prestação do serviço à população com


qualidade, observados os intervalos legais para refeição e as pausas para
descanso, caberá ao comandante da Guarda Civil Municipal, definir o horário de
trabalho dos servidores, sob sua responsabilidade.

Os servidores que prestam serviços no Centro de Operações de


Imagem (COIBE) e no Centro de Comunicação da Guarda Civil (CECOM)
atuarão em regime de escala, em plantões de 06 (seis) horas.

3.5.1. Da Forma de Composição da Remuneração

57
A remuneração do cargo de provimento efetivo definido nesta
Lei Complementar será composta pelo padrão de vencimento correspondente
ao grau da classe de hierarquia, ocupado pelo servidor, denominado como
vencimento base acrescido das demais vantagens pecuniárias, estabelecidas
em lei municipal.

Os prêmios, adicionais, gratificações, ou outras espécies de


vantagens pecuniárias, serão regulados por esta Lei Complementar e por
diplomas legais específicos.

O adicional de periculosidade decorrente da atividade dos


servidores estatutários do cargo de provimento efetivo de guarda civil municipal
implica concessão de adicional de periculosidade, equivalente 30% (trinta por
cento) sobre o seu vencimento base.

Sobre os vencimentos base referidos neste artigo e constantes


no Anexo III, incidirão os reajustes concedidos a título da revisão geral de
vencimentos, por ocasião da data base, dos servidores públicos municipais.

3.6. DA FORMAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL

Compõem obrigatoriamente o rol de cursos do programa de


capacitação e aperfeiçoamento dos guardas civis municipais, sem prejuízo de
outros que possam vir a ser instituídos:

I – o curso de formação de guardas civis municipais, baseado na


matriz curricular nacional para formação de guardas municipais da Secretaria
Nacional de Segurança Pública (SENASP) ou órgão que o substitua;

II – o estágio anual de qualificação profissional com carga


horária determinada pelo Ministério da Justiça, ou órgão que o substitua.

Ficam os guardas civis que portam armas de fogo obrigados a


frequentarem o estágio anual de qualificação profissional, seja por meio remoto
ou presencial, com carga horária determinada pelo Ministério da Justiça, ou
órgão que o substitua, cumprindo rigorosamente suas instruções, normas e

58
regulamentos previamente definidos em Ordem de Serviço expedida pelo
subcomandante.

Os guardas civis municipais que portam armas de fogo que não


cumprirem o disposto no § 2º deste artigo, terão seus portes funcionais
suspensos, não poderão portar armas de fogo, bem como exercer suas funções
externas ficando afastados preventivamente do trabalho externo aos próprios
municipais até que cumpram com o determinado, sem prejuízo da apuração
perante a Corregedoria, se couber.

A Administração Pública poderá criar o Centro de Formação e


Ensino da Guarda Civil de Bertioga, destinado a promover cursos de formação
de ingresso, acesso na carreira, especialização e requalificação profissional, a
ser regulamentado por decreto Municipal.

Os guardas civis municipais poderão exercer, parcial ou


totalmente, a sua jornada de trabalho em atividades de capacitação e formação
profissional, realizando atividades técnicas, administrativas e de monitoria,
ministrando aulas ou atuando como instrutores de formação.

4. DAS NORMAS DE CONDUTA E DO REGIME DISCIPLINAR

O regime disciplinar de que trata esta Lei Complementar


estabelece as normas de conduta e de processo disciplinar relativas aos
servidores públicos ocupantes de cargo em comissão e emprego de provimento
efetivo e vinculados à Guarda Civil Municipal.

Todos os integrantes da corporação da Guarda Civil Municipal


de Bertioga ficam submetidos às normas disciplinares definidas nesta Lei
Complementar, e estão sob a égide da hierarquia e da disciplina, aplicando-se
suplementarmente ao Estatuto dos Servidores Públicos do Município de
Bertioga, e subsidiariamente, o Código de Processo Civil.

A nomeação ou designação do guarda civil municipal para o


exercício de cargo em comissão ou função gratificada, não o exime deste

59
regulamento, preservadas as prerrogativas do cargo ou função que venha a
exercer.

4.1. Dos Princípios e das Finalidades do Regime Disciplinar

O regime disciplinar obedecerá precipuamente aos seguintes


princípios inscritos na Constituição Federal e inafastáveis na conduta
republicana:

I – a legalidade que submete a todos os servidores públicos,


devendo a aplicação deste regime disciplinar ater-se exclusivamente ao disposto
na legislação vigente aplicável;

II – a impessoalidade na conduta dos servidores públicos, bem


como na produção dos atos e ações do regime disciplinar previsto nesta Lei
Complementar, tendo em vista o primado do interesse público;

III – a moralidade própria da função pública e seus agentes,


regulada quanto à conduta pelo presente regime disciplinar, sem prejuízo do
disposto nos diplomas legais pátrios vigentes;

IV – a publicidade dos atos administrativos decorrentes das


decisões finais do regime disciplinar, garantido o sigilo enquanto durar o
procedimento disciplinar, salvo em relação ao acusado, seu procurador ou
terceiro que demonstre legítimo interesse, em respeito à intimidade, vida privada,
honra e imagem do servidor acusado;

V – a eficiência, a eficácia e a efetividade da atividade pública,


pressuposto primordial da realização de direitos dos usuários dos serviços
públicos;

VI – a isonomia e a equidade de tratamento, visando ao


tratamento republicano e à atitude democrática na aplicação do regime
disciplinar;

VII – ninguém será processado nem sancionado senão pela


autoridade competente;

60
VIII – aos litigantes em processo administrativo e aos acusados
serão assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;

IX – ninguém será considerado responsável ou culpado até o


trânsito final da decisão do procedimento administrativo; e,

X – a todos, no âmbito administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade da sua
tramitação.

O regime disciplinar possui finalidades educativas, preventivas e


punitivas.

Constituem finalidades educativas e preventivas:

I – a realização de mapeamento de problemas relacionados à


gestão pública, detectados durante a instrução das sindicâncias e dos processos
administrativos disciplinares com vistas à adoção de medidas saneadoras, de
forma a permitir o constante aperfeiçoamento do serviço público;

II – a edição de normas e manuais de procedimento relacionados


à gestão pública, como produto das auditorias internas e o mapeamento a que
se refere o inciso I, deste artigo, conforme as competências definidas em lei para
a Corregedoria da Guarda Civil Municipal; e,

III – a oferta, em articulação com órgão responsável pelo


desenvolvimento e gestão de pessoal, no âmbito de cada poder, de atividades
de formação e capacitação visando à realização plena das normas de conduta
pública e à consequente prevenção da transgressão destas.

4.2. Das Diretrizes da Apuração e da Sanção Disciplinar

Observado o disposto nos arts. 92 e 93, supra, a aplicação desta


lei deverá observar as seguintes diretrizes:

I – imediatidade: necessidade de apuração tão logo o detentor


do poder hierárquico tenha tomado conhecimento da prática de conduta

61
contrária aos deveres e as proibições previstas nesta lei e, a aplicação célere da
sanção disciplinar;

II – atipicidade em relação às infrações disciplinares: o rol de


condutas definidas como infrações disciplinares é meramente exemplificativo;

III – oficialidade: o impulso e a movimentação dos processos de


natureza disciplinar até a sua decisão final competirão à administração pública
do respectivo poder;

IV – formalismo moderado: nos processos de natureza


disciplinar, desde que não haja prejuízo ao direito à ampla defesa e ao
contraditório, é inexistente a nulidade por inobservância estrita da forma dos atos
processuais, ressalvado o disposto na presente Lei Complementar;

V – autonomia: a esfera administrativa é independente e


autônoma em relação às esferas civil e penal;

VI – livre apreciação das provas: nos processos de natureza


disciplinar, as comissões processantes possuem ampla liberdade para
determinar a produção das provas necessárias à elucidação dos fatos sob sua
investigação;

VII – razoabilidade: o comportamento das chefias, dos membros


das comissões processantes deverão se pautar pelos critérios da prudência,
racionalidade, sensatez e de bom senso, devendo prevalecer em qualquer caso,
o interesse público;

VIII – proporcionalidade: os processos de natureza disciplinar


devem ser utilizados em plena conformidade com as suas finalidades, sendo
vedada a imposição de sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento das normas relativas aos direitos e as proibições
previstas nesta Lei Complementar; e,

IX – lealdade processual: no desenvolvimento dos processos de


natureza disciplinar, as partes devem evitar condutas que visem à mera
procrastinação do processo.

As sanções administrativas disciplinares serão aplicadas:

62
I – pelo Prefeito, quando se tratar de demissão, de qualquer dos
guardas civis municipais, estejam eles em cargo de comissão ou função
gratificada, ou também quando se tratar de repreensão e suspensão do Diretor
do Comando da Guarda Civil – denominado Comandante, e do Chefe de
Corregedoria da Guarda Civil;

II – pelo Diretor do Departamento da Guarda Civil –


Comandante, quando se tratar de repreensão e suspensão nos demais casos.

4.3. Dos Deveres

Além dos deveres previstos na lei municipal que dispõe sobre o


regime jurídico e disciplina o estatuto dos servidores do município de Bertioga e
em outras normas legais, são deveres dos integrantes da corporação da Guarda
Civil Municipal:

I – estar sempre pronto para as exigências normais da


Prefeitura Municipal de Bertioga;

II – praticar com galhardia os deveres cívicos próprios de todos


os cidadãos;

III – cumprir e fazer cumprir os preceitos legais e disciplinares;

IV – demonstrar sempre elevação de caráter, firmeza e


decisão em todas as situações;

V – tomar iniciativa logo e sempre que as circunstâncias


exigirem;

VI – dignificar o cargo que exerce, mantendo íntegro o seu


prestígio, o princípio da autoridade e da hierarquia e respeito às leis,
regulamentos e ordens de serviços;

VII – ser leal em todas as circunstâncias;

VIII – ser ativo e perseverante no exercício do cargo ou da


função;

IX - manter espírito de camaradagem;

X – observar os preceitos sociais e de boa educação;

63
XI – ser justo e reto no seu procedimento e nas decisões
tomadas, em relação aos seus subordinados;

XII – ser ativo, dentro da disciplina e da boa educação;

XIII – assumir a responsabilidade de seus atos e dos


subordinados que agirem em cumprimento de ordens suas;

XIV – permitir adequada iniciativa de seus subordinados e


estimulando e desenvolvendo neles a aptidão para agirem por si;

XV – tomar em consideração as sugestões dos subordinados,


quando manifestadas de acordo com os preceitos legais e regulamentares;

XVI – exercer o poder disciplinar que lhe é legalmente atribuído;

XVII – contactar o comando da Guarda Civil do Município de


Bertioga sempre que tomar conhecimento de possível ameaça de perturbação
da ordem pública ou em calamidade pública;

XVIII – comunicar a quem de direito toda falta praticada por


agentes da corporação;

XIX – fazer uso de suas armas somente no caso de extrema


necessidade ou legítima defesa;

XX – preservar a integridade física e a vida das pessoas que


deter;

XXI – participar ao Comandante da Guarda Civil do Município a


alteração de endereço tão logo ocorra a mudança de sua última residência;

XXII – respeitar a crença religiosa alheia;

XXIII – respeitar as autoridades Municipais, Estaduais e


Federais e representante diplomáticos estrangeiros;

XXIV – tratar com carinho os enfermos e feridos, animando-os


confortando-os e abstendo-se de exclamações de espanto, desolação ou
repugnância;

XXV – para sua segurança a guarda civil municipal do sexo


feminino não deverá usar brincos grandes ou congêneres e usar o cabelo preso
em serviço externo;
64
XXVI – o guarda civil municipal deverá se apresentar ao serviço
conforme o determinado pelas normativas internas da corporação;

XXVII – ter especial cuidado ao dar ordens a fim de que estas


sejam oportunas, claras e exequíveis e se certificar do seu cumprimento,
ajudando a cumpri-las quando as circunstâncias assim o exigirem;

XXVIII – quando surpreender alguém em estado de flagrância


de crime ou contravenção, conduzi-lo à autoridade competente;

XXIX – comunicar à autoridade policial, todo e qualquer crime ou


contravenção que tomar ciência;

XXX – comunicar a quem de direito, a ruptura de cabos elétricos,


fios telefônicos, encanamento de água, gás, esgoto ou outros que prejudiquem
a prestação dos serviços essenciais;

XXXI – comunicar à autoridade competente informação de


ajuntamentos ilícitos;

XXXII – encaminhar à autoridade competente as crianças


perdidas;

XXXIII – não realizar nem contribuir com atitudes que possam


concorrer para o desprestígio da corporação ou da Administração Pública, ferir
a hierarquia e a disciplina, comprometer a sensação de segurança da sociedade
ou violar a honra e a imagem de subordinado, pares ou superior hierárquico com
atitudes, gestos ou palavras;

XXXIV – não divulgar, criar notícia falsa, pela imprensa ou por


qualquer outro meio de comunicação, inclusive redes sociais, sobre
subordinado, pares, superior hierárquico e ato manifestamente legal de
autoridade da Administração Pública;

XXXV – não ofender, desafiar, ou ameaçar subordinado, pares,


superior hierárquico, autoridade da administração pública com atitudes, gestos
ou palavras;

XXXVI – não proceder a acusações, ofensas, pela imprensa ou


por qualquer outro meio de comunicação, inclusive redes sociais, ainda que
informalmente e sem provas, agindo de má-fé.

65
XXXVII – atender com presteza a todas as pessoas da
sociedade;

XXXVIII – entregar à autoridade policial competente, objetos


ou valores que tiver achado;

XXXIX – solicitar socorro médico para pessoas acometidas de


mal súbito ou que tenham sofrido qualquer tipo de acidente;

XL – prestar com cortesia as informações que lhe forem


solicitadas e que não envolvam assunto de caráter reservado;

XLI – evitar que o detido, após a prisão, lance fora objetos que
possam elucidar o crime, testemunhando sempre que possível o achado e a
identidade destes objetos se, apesar da vigilância, forem destruídos;

XLII – abster-se de tocar em móveis, objetos, armas, roupas ou


papéis existentes no local do crime, bem como, não andar na área respectiva e
impedir que os outros o façam, salvo as autoridades policiais competentes e
cumprindo-lhes, outrossim, resguardar as manchas de sangue, pegadas, riscos
de veículos e outros vestígios que possam interessar aos peritos criminais;

XLIII – fazer a quem de direito, comunicação escrita do serviço


realizado;

XLIV – zelar pela disciplina e nome da corporação, impondo-lhe


procedimento irrepreensível na vida pública e particular, primar pela correção de
atitudes e maneiras, pela sobriedade da linguagem falada, escrita e pela
discrição.

XLV – comparecer ao trabalho ordinário, extraordinário,


instruções, palestras, treinamentos ou outros atos institucionais de forma pontual
com material ou equipamento necessário para sua execução quando convocado;

XLVI – assumir a responsabilidade que lhe cabe sobre o


equipamento ou material da administração pública que lhe foi confiado no
exercício de suas funções ou fora dela quando o material for de carga individual;

XLVII – comunicar de pronto o superior imediato, mediante


documento formal, sobre qualquer anormalidade causada por ação ou omissão
ao material sob sua responsabilidade;

66
XLVIII – conhecer, respeitar e cumprir com os princípios gerais
da disciplina e da hierarquia administrativa, bem como as leis, decretos,
regulamentos e atos administrativos em que estiverem vinculados colaborando
para sua execução, fiscalização e correção, se for o caso;

XLIX – providenciar, antes e durante o exercício de suas


funções, material básico necessário para a execução de suas atividades;

L – sugerir, preferencialmente por escrito, ideias ou projetos


profissionais que possam valorizar ou incentivar os trabalhos executados pela
instituição de modo amplo e geral;

LI – observar e cumprir as decisões emanadas pelo poder


Judiciário, dos órgãos de controle externo e interno, bem como as requisições e
demais obrigações assumidas junto ao Ministério Público e Polícia Judiciária;

LII – comparecer na data e horário previamente definidos, às


convocações realizadas pela Corregedoria da Guarda Civil de Bertioga ou pela
Divisão de Justiça e Disciplina, salvo ocorrência de fato impeditivo que deverá
ser justificado;

LIII – solicitar de modo formal, trocas de serviço, férias e suas


alterações, faltas abonadas, requerimento para direito de defesa, respeitando os
prazos legais e disposições contidas em regulamentos.

4.4. Das Proibições

Além dos previstos na lei municipal que dispõe sobre o regime


jurídico e disciplina o estatuto dos servidores do município de Bertioga, para
todos os servidores públicos municipais, é proibido ao guarda civil as práticas
proibitivas descritas neste estatuto.

I – mostrar-se contrário à disciplina;

II – cometer incontinência pública e escandalosa de vício de


jogos proibidos, de embriaguez e drogas ilícitas;

67
4.5. Do Assédio Moral

Considera-se assédio moral em local de trabalho toda e qualquer


conduta que se manifeste por meio de atos, comportamentos, palavras, gestos,
ou escritos, praticados de forma habitual ou repetitiva, que impliquem dano à
personalidade, à dignidade e à integridade física ou psíquica do servidor,
atingindo sua autoestima e autodeterminação, com danos ao ambiente de
trabalho e ao serviço prestado ao administrado, bem como à evolução da carreira
profissional ou à estabilidade do vínculo jurídico do servidor com a instituição.

A conduta de assédio moral, quando ocorrer, pressupõe a


existência de relação de subordinação e será praticada por superior hierárquico
do servidor assediado, desde que se encontrem no exercício de suas atividades
funcionais.

São condutas que, quando reiteradas e, ainda, combinadas


entre si, caracterizam a prática do assédio moral em local de trabalho, sem
prejuízo de outras a serem identificadas pela investigação e pela comissão
processante:

I – dirigir-se com desprezo, com falta de urbanidade, com tom


de humilhação, ridicularização, menosprezo e ofensa ao servidor;

II – a determinação para cumprimento de atribuições estranhas


ou de atividades incompatíveis com o cargo ou emprego ocupado pelo servidor,
ou em condições e prazos inexequíveis;

III – impor sobrecarga de trabalho ou impedimento da


continuação do trabalho, em detrimento do servidor em relação aos demais
componentes da equipe;

IV – a determinação para o exercício de funções triviais para o


servidor que ocupa emprego técnico, especializado, ou aquele para o qual se
exija, de qualquer forma, treinamento e conhecimentos específicos;

V – sonegar informações que sejam necessárias ao


desempenho das atividades funcionais do servidor ou úteis a sua vida funcional;

68
VI – manipulação de informações de forma a não serem
repassadas com a antecedência necessária ao servidor;

VII – apropriação do crédito de ideias, propostas, projetos ou de


qualquer trabalho de servidor;

VIII – ignorar ou excluir um servidor por meio de recusa na


comunicação direta com o servidor sem motivo justificado, realizando-a apenas
por meio de e-mails, bilhetes ou recados por meio de terceiros;

IX – isolar o servidor de contatos com seus superiores


hierárquicos e com outros servidores, sujeitando-o a receber informações,
atribuições, tarefas e outras atividades somente por meio de terceiros;

X – segregar fisicamente o servidor no ambiente de trabalho,


colocando-o em local isolado, com dificuldade de se comunicar com os demais
colegas de trabalho;

XI – divulgar ou contribuir para a divulgação, por qualquer meio,


de boatos e comentários maliciosos que atinjam a dignidade do servidor;

XII – adotar a prática de críticas reiteradas ou de subestimação


de esforços, que atinjam a dignidade do servidor;

XIII – expor o servidor a condições de trabalho tão inadequadas


que impliquem efeitos físicos ou mentais adversos, em prejuízo da sua saúde e
de seu desenvolvimento pessoal e profissional;

XIV – impor condições e regras de trabalho personalizadas ao


servidor, exigindo a realização de tarefas, diferentes das que são exigidas dos
demais servidores com atribuições semelhantes, sejam mais trabalhosas ou
mesmo inúteis;

XV – não repassar trabalho, deixando o servidor ocioso, sem


quaisquer tarefas a cumprir, provocando sentimento de inutilidade e
incompetência;

XVII – repreender o servidor em razão de exercício de direito


garantido pelo ordenamento jurídico;

69
XVIII – efetuar comentários depreciativos quando o servidor se
ausentar do trabalho por motivos de saúde ou para passar por consulta médica,
bem como repreendê-lo em razão de apresentação de atestado médico;

XIX – efetuar troca de horários ou turnos do servidor sem a


prévia comunicação, ou, reduzir o horário das refeições;

XX – estabelecer vigilância especificamente sobre determinado


servidor sem justa motivação; ou,

XXI – colocar um servidor controlando o outro fora do contexto


da estrutura hierárquica, disseminando a desconfiança e inibindo o sentimento
de solidariedade entre colegas de trabalho.

Nos casos em que as condutas observadas possam vir a ser


caracterizadas com suposta prática de assédio moral e esta tiver como autor o
subordinado e como vítima a sua chefia ou autoridade de escalão superior, a
infração deve ser tratada como uma das condutas previstas no rol de proibições
da legislação municipal, em especial, como indisciplina, insubordinação,
ataque deliberado à reputação de outro servidor e desídia.

A prática de assédio moral por servidor municipal é de gradação


média, nos termos desta Lei.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 01 (um) a 05 (cinco)


dias de suspensão e multa.

A cada reincidência de suspenção a que se refere o parágrafo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 01(um) a 03 (três) dias.

A multa, quando aplicada de forma cumulada com uma das


sanções administrativas disciplinares cabíveis, terá um valor mínimo de 25%
(vinte e cinco por cento) do piso salarial da carreira, definido nesta Lei
Complementar, tendo como limite a metade da remuneração do servidor.

A receita proveniente das multas impostas em função do assédio


moral será aplicada integralmente no programa de capacitação dos servidores
públicos municipais.

70
Cumulativamente às penalidades que lhe forem impostas, o
servidor sancionado deverá submeter-se a curso de aprimoramento profissional
com foco na temática das boas relações no trabalho.

Cabe à parte ofendida, a qualquer servidor que tiver


conhecimento da prática de assédio moral ou, ainda, à autoridade que tiver
conhecimento da infração funcional, representar à autoridade de controle
interno, visando à instauração do processo, que será conduzido assegurando-
se a ampla defesa e o contraditório.

4.6. Do Assédio Sexual

Considera-se assédio sexual todo tipo de importunação ofensiva


ao pudor e à tranquilidade de outrem, homem ou mulher praticado por servidor
público municipal, com a finalidade de obter vantagem ou favorecimento sexual,
implicando em dano ou constrangimento ao ofendido, ao ambiente de trabalho,
à evolução na carreira profissional ou à eficiência no serviço.

A prática de assédio sexual por servidor municipal é de gradação


grave, nos termos desta Lei.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 09 (nove) a 12


(doze) dias de suspensão e multa.

A cada reincidência de suspenção a que se refere o parágrafo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 09 (sete) a 11 (onze)
dias e multa até o dobro da já aplicada.

4.7. Do Abandono de Cargo

Considera-se infração disciplinar de abandono de cargo, a


ausência injustificada do servidor público ao trabalho por período igual ou
superior a 30 (trinta) dias consecutivos.

71
4.8. Da Inassiduidade Habitual

Considera-se infração disciplinar de inassiduidade habitual, a


falta ao serviço do servidor sem causa justificada, durante o período de 12 (doze)
meses:

I - por 30 (trinta) dias do servidor que cumpre jornada de trabalho


diário;

II - por 02 (dois) meses, ao servidor submetido à jornada de


trabalho por turno ou plantão.

4.9. Das Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições o servidor responde


civil, penal e administrativamente.

As cominações civis, penais, administrativas poderão cumular-


se sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias, civil,
penal e administrativa.

A responsabilidade administrativa não exime o servidor da


responsabilidade civil ou criminal, quando couber.

A responsabilidade civil decorre de conduta do servidor que


importe em prejuízo para fazenda pública municipal ou a terceiros, apurado em
procedimento administrativa próprio da Guarda Civil.

O servidor deverá repor a importância do prejuízo causado à


fazenda municipal.

A indenização de prejuízos causados à fazenda pública


municipal poderá ser liquidada mediante o desconto em folha de pagamento, em
prestações mensais, nunca excedentes a 10% (dez por cento) da remuneração,
à falta de outros bens que respondam pela indenização.

Tratando-se de danos causados a terceiros, responderá o


servidor perante a fazenda pública municipal, amigavelmente, ou por meio de
ação regressiva proposta depois de transitar em julgado a decisão,

72
administrativa ou judicial, que houver determinado à fazenda municipal a
indenização ao terceiro prejudicado.

A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e


contra eles será executado, até o limite do valor da herança recebida.

O pagamento da indenização a que ficar obrigado o servidor não


o exime da sanção disciplinar em que incorrer.

A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omissões


praticados no desempenho das atribuições funcionais do cargo, emprego público
ou função de confiança e, será apurada na forma desta Lei Complementar.

A responsabilidade civil ou administrativa do servidor será


afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a sua
autoria.

O processo disciplinar, será realizado por Comissão


Permanente e Processante da Guarda Civil de Bertioga – COPEP, disciplinada
nesta Lei Complementar.

Quando durante a apuração do ilícito administrativo houver


indícios ou suspeita de crime ou infração penal, a comissão referida no caput,
deste artigo, deverá propor ao Chefe do Executivo, além das medidas
administrativas punitivas, a comunicação à Polícia Civil e ao Ministério Público.

6. DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

O ilícito administrativo disciplinar é toda conduta do guarda que,


no âmbito de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las, macula a disciplina,
deixa de observar dever funcional ou comete proibição prevista nesta Lei
Complementar e demais prescrições contidas no estatuto dos servidores
públicos do município de Bertioga.

As Infrações disciplinares, segundo sua intensidade, são


classificadas em leves, médias, graves e gravíssimas.

I – leves, as infrações disciplinares a que se comina sanção de


repreensão;
73
II – médias, as infrações disciplinares a que se comina a sanção
de suspensão de 01 (um) a 07 (sete) dias;

III – graves, as infrações disciplinares a que se comina a sanção


de suspensão de 08 (oito) a 15 (quinze) dias;

IV – gravíssima, as infrações disciplinares a que se comina a


sanção de demissão.

As sanções administrativas disciplinares aplicadas aos


guardas constarão em boletim interno e do prontuário dando-se ciência aos
mesmos, para cumprimento das mesmas.

6.1. Da Repreensão

A infração disciplinar sujeita à sanção de repreensão será


apurada pelo órgão competente nos termos da legislação em vigor.

I – deixar de apresentar-se ao superior hierárquico, estando de


serviço;

II – comparecer para o serviço com uniforme diferente daquele


que tenha sido designado;

III – deixar de verificar com antecedência necessária a escala de


serviço;

IV – apresentar-se ao serviço:

a) quando do sexo feminino, brincos grandes ou congêneres


colares, piercings e afins, cabelos soltos e unhas desproporcionais que
coloquem em risco a segurança do guarda ou de terceiros;

b) quando do sexo masculino, costeleta e barba não aparados,


cabelos crescidos, bigodes ou unhas desproporcionais, brincos, colares,
piercings e afins que coloquem em risco a segurança do guarda ou de terceiros;

c) com uniforme em desalinho ou não asseado, portando nos


bolsos, cinto ou cinturão, volumes ou chaveiros que coloquem em risco a
segurança do guarda ou de terceiros;

74
V – procurar resolver assunto referente à disciplina ou ao serviço
que escape à sua alçada;

VI – atender ao público com preferências pessoais;

VII – deixar o guarda, de passar as novidades verificadas em seu


posto de serviço, à rendição ou superiores hierárquicos;

VIII – permitir a permanência de pessoas estranhas ao serviço


em local não permitido;

IX – imiscuir-se em assuntos que embora sejam de guarda, não


sejam de sua competência;

X – deixar de cumprimentar ou responder ao cumprimento de


subordinado, de mesma classe ou superior, quando em serviço;

XI – sentar-se, estando de serviço, salvo quando pela sua


natureza e circunstância seja admissível;

XII – deixar de higienizar, com meios que a administração


oferece, veículos oficiais que tenha utilizado, salvo por ordem superior;

XIII – deixar de comunicar a superior ou à autoridade


competente qualquer informação que tiver sobre perturbação da proteção
municipal;

XIV – disparar dolosamente arma de fogo na caixa de areia,


desde que não haja dano ao patrimônio ou lesão à pessoa;

XV – deixar de entregar relatórios de serviço e outros


documentos inerentes à execução dos serviços e à instituição no prazo previsto
ou determinado;

XVI – usar o aparelho telefônico da corporação para conversas


particulares, sem a devida autorização;

XVII – divulgar decisão, despacho, ordem ou informação, antes


de publicados.

XVIII – usar equipamento ou uniforme que não seja


regulamentar ou quando adquirido por meios próprios utilizá-lo sem autorização
do comando;

75
XIX – deixar de manter em dia os seus assentamentos, domicílio
e o de sua família na corporação;

XX – deixar de prestar o auxílio que estiver ao seu alcance para


a manutenção ou restabelecimento da proteção municipal;

XXI – utilizar termos descorteses, pejorativos, ofensivos, durante


a comunicação via rádio ou qualquer outro meio institucional de comunicação
eletrônica;

XXII – alegar desconhecimento de ordens publicadas em boletim


ou ordem de serviço, bem como das normas gerais de ação;

XXIII – deixar de portar a carteira de identidade funcional da


Guarda Civil Municipal, quando em serviço, como também o certificado de
registro de arma de fogo da corporação quando estiver portando-a;

XXIV – fumar dentro de viaturas ou outros veículos oficiais


mesmo estando só, ou outro local proibido.

6.2. Da Suspensão Disciplinar

A cada reincidência de repreensão já sancionada, poderá ser


aplicada a suspensão de 1 (um) a 2 (dois) dias.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 01 (um) a 2 (dois)


dias de suspensão, nas seguintes hipóteses:

I – deixar de apresentar-se ao superior hierárquico, quando


convocado, ainda que fora das horas de trabalho, na turbulência da calamidade
pública declarada pela autoridade competente;

II – deixar de comunicar a quem de direito, infração disciplinar


praticada por integrante da corporação;

III – revelar falta de compostura por atitudes ou gestos, estando


uniformizado;

IV – deixar de apresentar-se no tempo determinado:

76
a) à autoridade competente, no caso de requisição para depor
ou prestar declarações;

b) no local determinado por superior hierárquico, em ordem


manifestamente legal;

V – deixar de comunicar ao superior imediato, em tempo


oportuno, avarias ou extravios de material ou bem da Guarda Civil do Município
de Bertioga que tenha sob sua responsabilidade;

VI – deixar de cumprir plantão extraordinário que tenha se


comprometido previamente por ordem de serviço;

VII – apresentar-se ao turno regular de trabalho, desfiles,


formaturas, eventos institucionais sem asseio, com o uniforme em desalinho;

VIII – destruir, inutilizar ou desfazer de qualquer tipo de material


ou equipamento pertencente a administração pública sem autorização de
superior hierárquico ou autoridade competente;

IX – deixar de realizar a devolução de material ou equipamento


adquiridos pela Administração Pública, mesmo que danificado, vencido ou sem
utilidade que estiver em sua posse.

X – deixar extraviar, de zelar e de assumir a responsabilidade


que lhe cabe sobre uniforme, material ou equipamento que tenha sido confiado
no exercício de suas funções, ou fora dela quando o material for de carga
individual cedido pela administração pública;

XI – retirar, sem permissão, documentos, livro ou objeto


existente na repartição ou local de trabalho;

XII – empregar ou apropriar-se de qualquer material ou


equipamento da Administração Pública em atividades particulares, salvo aquelas
com previsão legal ou mediante autorização expressa do comandante da
instituição, substituto legal ou autoridade competente;

XIII – induzir superiores a erro ou engano, mediante informações


falsas;

77
XIV – utilizar-se dos meios eletrônicos ou dos materiais da
instituição de forma diversa da finalidade pelos quais foram adquiridos para a
execução dos serviços operacionais ou administrativos;

XVI – introduzir ou tentar introduzir bebidas alcoólicas nas


instalações da Guarda Civil ou em repartições públicas, exceto em
confraternizações devidamente autorizadas;

XVII – perambular ou permanecer uniformizado não estando no


exercício da função, excetuando o tempo necessário do trajeto da residência
para local de trabalho e vice-versa, salvo se autorizado;

XVIII – deixar de apresentar ou entregar, nos prazos previstos


em lei ou em regulamentos internos, sem motivo justificável o encaminhamento
de informações, comunicações, protocolos, materiais ou equipamentos, bem
como demais atos administrativos regulamentares.

A cada reincidência de suspenção a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada até o dobro.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 03 (três) a 04


(quatro) dias de suspensão, nas seguintes hipóteses:

I – interceder pela liberdade do detido em flagrante;

II – portar-se inconvenientemente em solenidades ou reuniões


sociais;

III – aconselhar para que não seja cumprida ordem legal ou seja
retardada a sua execução;

IV – receber ou reter nas dependências da instituição,


documentos particulares ou bens de pessoas não integrantes dos quadros da
instituição;

V – utilizar-se de veículo oficial sem autorização do superior


hierárquico ou autoridade competente para fins particulares;

VI – abandonar ou ausentar-se, mesmo que temporariamente do


posto de serviço ou qualquer lugar que se deva estar por ordem de superior
hierárquico, sem autorização e motivo plenamente justificável;

78
VIII – apresentar-se uniformizado, quando proibido;

IX – deixar com pessoas estranhas à corporação, a carteira


funcional.

X – criticar o ato praticado por superior hierárquico por mídias


sociais ou outros meios de comunicação;

XI – deixar de assumir a responsabilidade de seus atos ou dos


subordinados que agirem em cumprimento de ordens suas;

XII – deixar de fazer o uso de equipamento de proteção


individual, nos limites das normas de segurança, salvo por restrição médica;

XIII – disparar arma de fogo não sendo em ocorrência ou por


deixar de observar as normas gerais de atuação, desde que não haja dano ao
patrimônio ou lesão à pessoa;

XIV – permutar trocas de serviço, períodos de férias sem


autorização de superior hierárquico responsável pelo ato.

A cada reincidência de suspenção a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 01 a 03 dias.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 05 (cinco) a 06


(seis) dias de suspensão, nas seguintes hipóteses:

I – entrar ou permanecer em comitê político, comícios, estando


uniformizado;

II – deixar de entregar a autoridade competente pecúnia,


material, objeto achado no exercício da função ou que lhe venha as mãos em
razão de seu cargo ou função;

III – deixar de realizar manutenção de primeiro escalão no


armamento disponibilizado pela Guarda Civil Municipal de Bertioga, acautelado
sobre sua responsabilidade para o exercício de suas funções.

IV – deixar de zelar pela integridade física de pessoa que tenha


detido em flagrante delito;

79
V – omitir-se, esquivar-se ou deixar de atender ocorrência de sua
competência, solicitada por qualquer meio, ato administrativo, pessoas ou por
determinação de superior hierárquico;

VI – usar de linguagem ofensiva ou injuriosa em requerimento,


comunicação, informação ou ato semelhante direcionado a Administração
Municipal;

VII – procurar o proprietário de qualquer bem objeto de crime, no


exercício de suas funções facilitando sua devolução de forma ilícita, com ou sem
vantagem pecuniária;

VIII – entrar ou permanecer uniformizado, em boates, cabarés,


bingos, casas de prostituição ou outros locais que, pela localização, frequência,
finalidade ou práticas habituais, possam comprometer a austeridade e o bom
nome da instituição, salvo em atendimento de ocorrência ou em apoio a outros
órgãos de fiscalização.

A cada reincidência de suspenção a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 03 a 05 dias.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 07 (sete) a 08 (oito)


dias de suspensão nas seguintes hipóteses:

I – apresentar parte disciplinar, representação ou denúncia,


referente a infrações disciplinares cometidas por integrantes da instituição
destituídas de fundamento, que não tenham previsão legal ou sem observar as
prescrições regulamentares;

II – deixar de cumprir, mesmo que de forma verbal no que


couber, salvo manifestamente ilegal:

a) as disposições previstas neste estatuto ou legislação


correlata;

b) as normas gerais de atuação, instruções administrativas ou


operacionais e quaisquer atos administrativos emanados por superior ou
autoridade competente;

80
III – questionar, via rede de rádio, determinações ou orientações
de qualquer natureza emanadas pela Central de Comunicação ou de superiores
hierárquicos, salvo manifestamente ilegais.

IV – ingerir bebidas alcoólicas estando uniformizado ou no


exercício regular de serviço;

V – recusar-se a auxiliar as autoridades ou servidores, que


estejam no exercício de suas funções e que, em virtude destas, necessitem de
seu auxílio e proteção dentro das competências constitucionais da Guarda Civil
Municipal;

VI – concorrer, por meio de ato próprio, de forma verbal ou


escrita, ou ainda que de forma coletiva para que ocorra a discórdia ou desavença
entre os servidores da instituição;

VII – deixar extraviar o armamento disponibilizado pela Guarda


Civil Municipal de Bertioga, acautelado sobre sua responsabilidade para o
exercício de suas funções.

A cada reincidência de suspensão a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 05 a 07 dias.

. Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 09 (nove) a 10


(dez) dias de suspensão, nas seguintes hipóteses:

I – soltar detido, sem ordem da autoridade competente;

II – promover desordens;

III – divulgar ou fornecer informações sobre ocorrência que tiver


atendido ou concorrido para sua execução sem autorização do Comandante,
substituto legal, autoridade competente ou ato regulamentar legalmente previsto;

IV – apresentar-se em qualquer ato institucional, seja reuniões,


treinamentos, instruções, ou fora de serviço, uniformizado ou não, em visível
estado de embriaguez ou de qualquer outra substância psicoativa;

V – recusar-se, desde que não fundamentada, a cumprir ordem


legal dada por superior hierárquico;

81
VI – deixar de atender a reclamação justa de subordinado ou
impedi-lo de recorrer a superior hierárquico, sempre que a intervenção deste seja
indispensável para resolução de conflitos.

VII – valer-se de sua qualidade de guarda civil municipal para


perseguir desafeto, auferir de forma ilícita vantagem própria ou a terceiros;

VIII – praticar atos obscenos em lugar público ou acessível ao


público;

IX – desobedecer a instrutor, docente ou qualquer auxiliar


designado, ainda que verbalmente, pelo comando da corporação, durante
treinamento, capacitação ou instrução;

X – utilizar arma de fogo particular de forma ostensiva em serviço


sem prévia autorização do comandante da Guarda Civil Municipal.

A cada reincidência de suspensão a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 07 a 09 dias.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 11 (onze) a 12


(doze) dias de suspensão, nas seguintes hipóteses:

I – solicitar informações, fazer solicitações, encaminhar


requerimentos, fazer questionamentos inerentes a seu cargo ou função, verbal
ou por escrito, à instituição ou à administração pública ao chefe do Poder
Executivo ou seu representante, secretários municipais, sem informar
Comandante da instituição ou seu substituto legal;

II – disparar arma de fogo não sendo em ocorrência ou por deixar


de observar as normas gerais de atuação, havendo dano ao patrimônio e não
lesão à pessoa.

III – dormir durante o turno regular de serviço ordinário ou


extraordinário, contrariando a especificidade das atividades, sua essencialidade,
sua continuidade em desrespeito aos princípios administrativos em especial o da
eficiência, salvo se de forma involuntária;

IV – apontar a arma para alguém sem a observância das normas


gerais de atuação e legislação vigente.

82
A cada reincidência de suspensão a que se refere o artigo
anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 09 a 11 dias.

Aplica-se ao guarda, a sanção disciplinar de 13 (treze) a 15


(quinze) dias de suspensão, nas hipóteses de:

I – disparar arma de fogo não sendo em ocorrência ou por deixar


de observar as normas gerais de atuação, havendo lesão à pessoa, desde que
tal dano seja de natureza leve;

II – dirigir-se ou referir-se de modo inadequado ou desrespeitoso


ao subordinado, igual ou superior grau hierárquico, de forma verbal ou utilizando-
se de qualquer meio de comunicação, ainda que fora do exercício de suas
funções;

III – dar entrevistas divulgar por qualquer espécie de rede social,


imprensa escrita ou falada, atos ou informações institucionais sem a devida
autorização do comandante da instituição.

IV – faltar com a verdade, deliberadamente, ao produzir


documentos ou informações de qualquer natureza;

V – ameaçar de forma verbal, escrita ou publicada em qualquer


meio de comunicação, direta ou indiretamente, subordinado, pares ou superior
hierárquico;

VI – criticar, pela imprensa ou por qualquer outro meio de


comunicação, ainda que fora de serviço, atos da administração pública;

VII – deixar de atender a pedido de socorro;

VIII – disparar arma de fogo não sendo em ocorrência ou por


deixar de observar as normas gerais de atuação, havendo lesão à pessoa, desde
que tal lesão seja de natureza grave.

A cada reincidência de suspensão a que se refere o artigo


anterior, já sancionada, poderá ser a pena aumentada de 11 a 13 dias.

Diz infração disciplinar consumada quando nela se reúnem


todos os elementos de sua definição legal e tentativa quando iniciada sua
execução não se consuma por circunstâncias alheia a vontade do agente.

83
Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de metade a dois terços.

O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na


execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.

Salvo os casos expressos em lei, o agente não poderá ser


punido por fato previsto como infração disciplinar, se não quando praticado
dolosamente.

Nos ilícitos disciplinares cometidos sem violência ou grave


ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o relatório
conclusivo do chefe de corregedoria, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.

O servidor suspenso por descumprimento de deveres


funcionais, poderá solicitar que a sua suspensão seja convertida em multa, na
forma do Estatuto do Servidor Público de Bertioga.

Poderá haver acordo de reparação de danos, suspensão


condicional do processo e transação penal, reduzias a termo.

I – Feito o acordo de reparação de danos, acarreta decadência


do direito de representação, denuncia ou parte disciplinar.

II – Nas infrações disciplinares abrangidas ou não por esta Lei,


o Chefe de Justiça e Disciplina, em seu relatório conclusivo, ou o
Subcomandante da Guarda Civil, em seu relatório, poderá propor a suspensão
condicional do processo, por 180 dias no caso de repreensão, 02 (dois) anos
quanto a suspensão e 05 (cinco) anos no caso de demissão:

a) Aceita a proposta pelo acusado, será suspenso o


procedimento, submetendo o agente a período de prova, sob as seguintes
condições:

1. reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

2. comparecimento a cursos de qualificação, de até 80 horas,


oferecidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, ou a ela
assemelhados, vedada a contagem deste curso para fins de promoção.

84
b) O proponente poderá especificar outras condições a que fica
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal
do agente.

c) A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o


beneficiário vier a ser processado por outra infração disciplinar ou não efetuar,
sem motivo justificado, a reparação do dano.

d) A suspensão poderá ser revogada no curso do prazo por


descumprir qualquer outra condição imposta.

e) Expirado o prazo sem revogação, considera-se extinta a


punibilidade.

f) Não sendo aceita a proposta prevista neste inciso, o


procedimento prosseguirá em seus ulteriores termos.

III – Havendo encaminhamento de relatório conclusivo para a


corregedoria, esta antes da decisão de publicação de portaria do PAD, e não
sendo caso de arquivamento, poderá propor a transação penal com a aplicação
imediata de pena, a ser especificada na proposta.

a) Não se admitirá a proposta especificada, se ficar comprovado,


ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de outra transação penal, nos termos deste artigo;

b) Aceita a proposta pelo agente, o Comandante a aplicará, o


que não importará em reincidência, sendo registrada, apenas, para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

6.3. Da Demissão

As condutas de natureza gravíssima implicam sanção de


demissão, conforme disposto no Estatuto do Servidor Público de Bertioga.

Constatada as hipóteses previstas nesta subseção, aplica-se os


seguintes termos:

I - tratando-se de servidor em cargo de comissão, a pena de


demissão poderá ser convertida em destituição de cargo em comissão.

85
II – a pena de demissão poderá ser convertida em suspensão e
em dias-multa, de no mínimo 16 (dezesseis) e no máximo 60 (sessenta) dias-
multa.

a) o valor do dia-multa será fixado pelo Comandante da Guarda


Civil, não podendo ser inferior a um terço do menor salário base mensal da
carreira de Guarda Civil de Bertioga, vigente ao tempo do fato, nem superior a
metade desse salário.

6.4. Do Processo Administrativo Disciplinar e da Sindicância

A sindicância será apurada pela Divisão de Justiça e Disciplina


da Guarda Civil, quando não houver indícios de autoria e materialidade.

A Divisão de Justiça e Disciplina da Guarda Civil realizará o


processo sindicante, cujo procedimento é de cunho meramente investigativo,
que não podem dar ensejo à aplicação de penalidades disciplinares e que são
realizados apenas a título de convencimento primário da Administração acerca
da ocorrência ou não de determinada irregularidade funcional e de sua autoria:

I – não são aplicáveis na sindicância os procedimentos do


contraditório, posto que não há acusação formal de nenhum servidor;

II – o investigado tem acesso ao acervo probatório já coligido


sob o argumento de que essas informações constituirão documento preparatório
para a instauração de processo administrativo disciplinar;

III – o advogado do investigado, igualmente, possui direito de


acesso amplo aos procedimentos investigativos para o fim de exercer o direito
de defesa quando assim couber.

O chefe de justiça e disciplina, no decorrer das investigações do


processo sindicante, para melhor elucidação dos fatos, poderá proceder:

I – às oitivas: do ofendido, do indiciado e das testemunhas;

II – ao reconhecimento: de pessoas e coisas;

III – à acareação: de pessoas;

86
IV – à simulação dos fatos: para verificar a possibilidade de
haver a infração sido praticada de determinado modo, poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública.

É dever do chefe de divisão de justiça e disciplina proceder de


ofício a instauração, ou não, de processo sindicante, que resultará em relatório
conclusivo dos fatos apurados:

I – caso tenha sido confirmada a materialidade dos fatos e


identificado o autor de plano, procederá ao encaminhamento para o chefe de
corregedoria para que este decida pela abertura, ou não, do processo
administrativo disciplinar;

II – restando impossibilitada da identificação de plano de indícios


suficientes de autoria ou materialidade dos fatos imputados, procederá ao
arquivamento da apuração preliminar até o surgimento de provas ou documentos
que ensejam a continuidade do procedimento, desde que respeitados o período
prescricional e decadencial;

III – restando comprovada a legalidade da conduta do guarda,


procederá o arquivamento mediante relatório conclusivo com publicação em
Boletim Oficial do Município;

IV – a apuração preliminar da Guarda Civil, com o relatório, não


poderá exceder o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias úteis, contados da data
que a instituir, prorrogável uma única vez por igual período.

. O processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas


seguintes fases:

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a


comissão quando esta não for permanente;

II – procedimento administrativo, que compreende instrução,


defesa e relatório;

III – julgamento.

O processo administrativo disciplinar da Guarda Civil Municipal


dar-se-á por meio de rito ordinário, sumário ou sumaríssimo, a ser determinado

87
pela autoridade competente, quando cabível, de acordo com as peculiaridades
e consequências do caso em concreto.

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a


pedido dirigido ao chefe de Corregedoria, quando se aduzirem fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do penalizado ou a
inadequação sanção.

Finalizados os atos procedimentais do processo administrativo


disciplinar, pela comissão permanente e processante da Guarda Civil de
Bertioga, estes deverão ser ratificados ou retificados pelo chefe de corregedoria,
com a devida fundamentação, que deverá produzir relatório conclusivo ao qual
aporá sua ratificação ou retificação junto ao relatório opinativo proferido pela
comissão permanente e processante.

Os autos finalizados, com o devido relatório conclusivo, deverão


ser encaminhados ao comandante da Guarda Civil Municipal que poderá:

I – seguir o opinado em relatório conclusivo;

II – divergir da decisão da comissão, situação a qual deverá ser


fundamentada.

O guarda civil municipal tem os seguintes direitos perante a


Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que


deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas
obrigações;

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em


que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III – formular alegações e apresentar documentos antes da


decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo


quando obrigatória a representação, por força de lei.

88
6.5. Da Aplicação da Sanção Administrativa Disciplinar

Na aplicação da sanção administrativa disciplinar serão


mencionados:

I – a autoridade que aplicar a sanção;

II – a infração cometida, em termos precisos e sintéticos;

III – a natureza da sanção e o número de dias, quando se trata


de suspensão;

IV – o nome do guarda e seu cargo;

V – o texto do regulamento em que incidiu o transgressor;

VI – as circunstâncias atenuantes e agravantes, se as houver,


com indicação dos respectivos dispositivos, parágrafos e artigos.

Não poderá ser imposta mais de uma sanção para cada infração
disciplinar:

I – a sanção base será calculada pelo chefe de corregedoria


atendendo-se aos critérios de aplicação desta Lei Complementar, em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes, e por último, as
causas de diminuição e de aumento;

II – quando o guarda, em concurso material, mediante mais de


uma ação ou omissão, prática dois ou mais ilícitos administrativo-disciplinares,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penalidades em que haja
incorrido;

III – quando o guarda, em concurso formal, mediante uma só


ação ou omissão, prática de dois ou mais ilícitos administrativo-disciplinares,
idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penalidades cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um
sexto) até metade;

IV – quando o guarda, em ilícito administrativo-disciplinar


continuado, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais ilícitos
89
administrativo-disciplinares da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a sanção de um só dos
ilícitos administrativo-disciplinares, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços);

V – quando em erro na execução de ilícito administrativo-


disciplinar, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o guarda, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atingir pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o ilícito contra aquela, sendo que não se consideram
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o Guarda queria praticar o ilícito administrativo-disciplinar.

6.6. DAS CAUSAS E CIRCUNSTÂNCIAS QUE INFLUEM NO JULGAMENTO

Influem no julgamento da infração disciplinar:

I – as causas de justificação, a saber:

a) ignorância plenamente comprovada, quando não atente


contra os sentimentos normais do dever do guarda, humanidade probidade;

b) motivo de força maior plenamente comprovado e justificado;

c) ter sido cometida a infração na prática de ação meritória, no


interesse do serviço, da ordem ou do sossego público;

d) ter sido cometida a infração em legítima defesa, própria ou de


outrem;

e) ter sido cometida a infração em obediência à ordem superior,


não manifestamente ilegal;

f) uso imperativo de meio violento, a fim de compelir o


subordinado a cumprir rigorosamente seu dever no caso de perigo, necessidade
urgente, calamidade pública;

II – São circunstâncias atenuantes:

a) o comportamento classificado como bom ou excepcional;


90
c) a falta de prática do serviço;

d) ter sido cometida a infração em defesa própria de seus


direitos ou dos de outrem;

e) ter sido cometida a infração para evitar mal maior;

f) ter sido confessada espontaneamente a infração, quando


ignorada ou imputada a outrem;

g) ter cometido a infração administrativo disciplinar sob coação


a que não podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior,
ou sob a influência de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da
vítima;

III – São circunstâncias agravantes:

a) o mau comportamento;

b) a prática simultânea de duas ou mais transgressões;

c) o conluio de duas ou mais pessoas;

d) ser praticada a infração durante a execução de serviço;

e) ser cometida a infração em presença de subordinado;

f) ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica ou


funcional;

g) ter sido praticada a infração premeditadamente;

h) ter sido praticada a infração em presença de formatura ou em


público;

i) cometer a infração disciplinar em ambiente virtual;

j) por motivo fútil ou torpe (Fútil é o motivo de somenos


importância, insignificante, desproporcional, ínfimo, banal, que seja desprovido
de qualquer justificativa lógica que possa explicar a conduta praticada. Torpe é
o motivo repugnante, imoral, vil, reprovável, que revela malvadeza,
perversidade, egoísmo, cupidez etc.)

91
k) cometer a infração disciplinar para facilitar ou assegurar a
execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro ilícito administrativo-
disciplinar;

l) a traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro


recurso que dificultou ou tornou impossível à defesa do ofendido;

m) cometer a infração disciplinar em estado de embriaguez


preordenada ou sob efeito de outra substância de efeito análogo;

n) promover ou organizar a cooperação no ilícito administrativo


disciplinar ou dirigir a atividade dos demais guardas;

o) instigar ou determinar a cometer o ilícito administrativo-


disciplinar alguém sujeito à sua autoridade ou não punível em virtude de
condição ou qualidade pessoal;

p) executar o ilícito administrativo-disciplinar, ou nele participar,


mediante paga ou promessa de recompensa;

IV – é isento de penalidade disciplinar o guarda civil que


acometido por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento;

V – a penalidade disciplinar pode ser reduzida de 1/3 (um terço)


a 2/3 (dois terços), se o Guarda Civil, em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento;

VI – o resultado, de que depende a existência da infração


disciplinar, somente é imputável a quem lhe deu causa e considera-se causa, a
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido:

a) a superveniência de causa relativamente independente exclui


a imputação quando, por si só, produziu o resultado, já os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os praticou;

92
b) a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado.

Quando ocorrer quaisquer das causas de justificativa, não


haverá punição.

6.7. DA PARTE E DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Entende-se por parte disciplinar o documento pelo qual o


superior participa transgressões de subordinados.

Entende-se por representação o documento pelo qual o


subordinado participa transgressões de superiores.

Qualquer integrante da Guarda Civil do Município de Bertioga


que tiver conhecimento de fatos contrários à disciplina e hierarquia, deverá
comunicá-los, por escrito ou verbalmente, ao seu chefe imediato ou chefe de
divisão de justiça e disciplina, que o reduzirá a termo, colhendo a assinatura do
noticiante, respondendo este e aquele, na hipótese da constatação de má-fé:

I – a denúncia recebida pessoalmente pelo munícipe ou pela


ouvidoria será recebida a termo pelo chefe de divisão de justiça e disciplina;

II – recebida a comunicação, caso não seja a autoridade


competente para solucioná-la, deverá encaminhá-la à autoridade imediatamente
superior que fará, pela via hierárquica, chegar ao chefe de divisão de justiça e
disciplina;

III – as denúncias sobre irregularidades serão objeto de


apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e
sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade, salvo no caso de
conhecimento do ato por parte do Chefe de Corregedoria;

IV – quando o fato narrado não configurar evidente infração


disciplinar, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

O procedimento disciplinar prescreverá:

93
I – em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão;

II – em 02 (dois) anos, quanto à suspensão;

III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão;

IV – em 02 (dois) anos, para revisão.

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se


tornou conhecido.

A abertura da sindicância ou a instauração de processo


disciplinar suspende o prazo da prescrição, até a decisão final proferida por
autoridade competente, respeitado o prazo máximo para tal ato de 180 (cento e
oitenta dias) o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em
que cessar a suspensão.

Decorrido o prazo de que trata o § 2º sem finalização do


processo administrativo disciplinar ou da sindicância, começa a correr o prazo
de prescrição intercorrente.

6.8. Da Revisão

Fica integrado ao chefe de Corregedoria da Guarda Civil a


Comissão Especial de Revisão – COERE –, que exercerá suas atividades,
assegurado o sigilo necessário.

A comissão será formada por 03 (três) guardas civis municipais.

Os membros da COERE atuarão quando houver pedido de


revisão, observado o período máximo de 24 (vinte e quatro) meses, podendo
ocorrer uma recondução.

Todo o trabalho da comissão será acompanhado pelo chefe de


corregedoria da Guarda Civil.

Se admitirá revisão, a qualquer tempo, de processo quando:

I – a sanção for contrária à lei vigente no tempo que foi proferida;

II – a sanção tiver como fundamento depoimentos ou


documentos manifestamente falsos;

94
III – no processo houver sido preterida formalidade substancial
com evidentes prejuízos à defesa do acusado;

IV – a sanção for aplicada contrariando a evidência dos autos;

V – após cumprimento da sanção forem descobertas novas e


irrecusáveis provas de inocência do acusado;

VI – descobrirem-se novas provas de circunstância que


determine ou autorize diminuição especial da sanção.

Finalizado o processo revisional, deverá ser encaminhado,


conforme o caso, ao Comandante ou ao Prefeito, para que seja aplicada a
dosimetria necessária, ficando os cálculos da sanção a cargo da autoridade
processante, observado que:

I – julgada procedente a revisão, deverão ser observados os


apontamentos da comissão para aplicação ou não do decidido no relatório
revisional;

II – da revisão do processo não poderá resultar agravamento de


penalidade.

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância,


os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:

I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;

II – pessoa com deficiência, física ou mental;

III – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,


neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que
a doença tenha sido contraída após o início do processo.

7. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

95
Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou política, nenhum
servidor poderá ser privado de qualquer de seus direitos, nem sofrer alteração
em sua atividade funcional.

Fica instituído o dia do guarda civil municipal a ser comemorado


a 15 de março, em razão de ser a de fundação da Guarda Civil do Município de
Bertioga.

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