Apostila de Fundamentos Da Teoria Musical

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APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA TEORIA MUSICAL

ENSINO MÉDIO

“Ofereçam música ao Senhor com a harpa,

com a harpa e ao som de canções”

Salmos 98;5

PROFESSOR GENESIS SOEIRO

MANAUS - AM
A MÚSICA
A música é a arte de combinar os sons de modo agradável à audição humana. Ela é
também uma forma de comunicação, utilizada pelas pessoas há milhares de anos.
Acredita-se que, na Pré-História, o ser humano já utilizava a música em rituais religiosos,
marcando o ritmo com as mãos e os pés.

OS ELEMENTOS DA MÚSICA
• Melodia – é a sequência de sons de diferentes alturas e durações. Costuma ser
considerado o elemento mais marcante da música, que nos permite reconhecê-la
entre as outras.
• Harmonia – é a sucessão simultânea e combinada dos sons. É ela que realça o
que o compositor quis expressar na música.
• Ritmo – é a repetição dos sons em intervalos regulares, como as batidas que
marcamos com o pé. Pode ser lento, moderado ou acelerado. É a estrutura rítmica
da música que a identifica como uma valsa, um jazz, um samba, etc.

A ESCRITA MUSICAL

A música utiliza a grafia musical, um sistema de sinais para colocar os sons no


papel. Desse modo, quem vai executar a música pode ler, no papel, e reproduzir
com sons o que o compositor criou.
O conjunto de sinais usados para representar os sons é chamado notação. A folha
de papel em que o músico registra a notação é chamada de partitura. A partitura
é composta de pentagramas ou pautas, conjuntos de cinco linhas e quatro espaços
horizontais. No pentagrama são representadas graficamente as notas e os demais
sinais, que indicam a altura dos sons, sua colocação na sequência dos sons, sua
duração, etc.

NOTAS – ESCALAS
Os sons musicais são representados por sinais chamados notas. As notas são 7 (sete) e
assim se denominam: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI. Essas 7 notas ouvidas
sucessivamente formam uma série de sons à qual se dá o nome de ESCALA.
Quando essa série de sons segue a sua ordem natural (dó – ré – mi – fá – sol – lá – si)
temos uma escala ascendente; seguindo essa ordem inversa (si – lá – sol – fá – mi – ré –
dó) temos uma escala descendente. A escala estará completa se for terminada a série
ascendente ou iniciada a descendente com a nota DÓ. Escreve-se a música sobre um
pautado de cinco linhas e quatro espaços horizontais, paralelos e equidistantes,
organizados de baixo para cima. A este conjunto de linhas e espaços dá-se o nome de
“Pauta” ou “Pentagrama”.
A PAUTA, entretanto, não é suficiente para conter todos os sons musicais que o ouvido
pode apreciar. Por esse motivo, usam-se linhas chamadas SUPLEMENTARES
SUPERIORES ou SUPLEMENTARES INFERIORES, quando são colocadas,
respectivamente, acima e abaixo da pauta. Usa-se também escrever notas nos espaços
formados por essas linhas (espaços suplementares superiores ou inferiores).
As linhas e espaços suplementares superiores, contam-se de baixo para cima; e de cima
para baixo quando inferiores. O número de linhas ou espaços suplementares não é
limitado, contudo, não é comum empregar-se mais de 5 (cinco)

Outro elemento importante do pentagrama é a clave, símbolo colocado no lado


esquerdo da pauta e que determina o nome das notas. Existem três tipos de clave:
de sol, de fá e de dó.

Trecho da partitura do samba “Com que roupa? ” (1930), de Noel Rosa, A letra bem-
humorada e mordaz, associada à melodia e ritmo alegres, fazem dela sucesso popular.
Além disso, consagra o bordão popular “com que roupa” na linguagem cotidiana.
O CANTO
A voz humana é o instrumento mais antigo e mais natural por meio do qual é possível
produzir música. Apesar de ser um instrumento sui generis, assim como os demais
instrumentos musicais, a voz é classificada de acordo com os elementos que a
singularizam. Esses elementos são a extensão, o timbre e o temperamento vocal.

A extensão está relacionada com a altura dos sons, ou seja, é o número de notas que
uma determinada voz consegue produzir, enquanto o timbre é a qualidade que permite
distinguir duas vozes que apresentam a mesma extensão. O temperamento vocal é a
posição que o cantor assume diante de sua voz, ou em outras palavras, é atitude que o
cantor imprime na produção vocal que inclui a entonação, a acentuação e a emissão dos
sons.

Os cantores utilizam recursos para obter determinados efeitos em sua voz. Esses
recursos são:

• Intensidade (suave, forte, sussurrada, etc.);


• Tempo (lento, rápido, etc.);
• Timbre (nasal, áspero, claro);
• Altura (grave, aguda, média).

Existem na música três classificações para Vozes Femininas: Soprano,


Mezzo soprano e Contralto.

Soprano - Essa é a voz feminina com maior alcance vocal e mais aguda.

Mezzo-Soprano (meio-soprano) - É a voz feminina mais encontrada, como o próprio


nome sugere, é uma voz intermediária entre o Soprano e o Contralto. Sendo mais
encorpada, mas ainda com um bom alcance de notas.

Contralto - Esse tipo de voz é mais baixo e mais robusto. Pode ser difícil encontrar esse
tipo de voz. Ela tem menor alcance, mas maior soa quase como um tom masculino com
amplitude de registro.
Existem três tipos de Vozes Masculinas na música: Tenor, Barítono e Baixo.

Tenor - A voz do tenor é a mais aguda produzida por um homem sem o recurso do
falsete (tom mais agudo masculino e não natural, onde de forma controlada o homem
alcança notas mais altas).

Barítono - A voz do Barítono é mediana, está entre as vozes do Tenor e do Baixo. É


uma voz grave e aveludada se comparada com a dos tenores, porém com menos
recursos e agilidade.

Baixo - Quem tem esse tipo de voz apresenta tons graves raros e pouco encontrados.
Com menor alcance vocal, a voz se apoia na caixa torácica produzindo diversas e
profundas sonoridades.

OS GÊNEROS MUSICAIS

Ao longo do tempo, as diferentes culturas humanas desenvolveram inúmeros


gêneros musicais. Podemos aprender a ouvir este ou aquele gênero, mas de
maneira geral, a escolha do gênero é determinada pelo gosto pessoal.
Em nossa cultura existem, por exemplo, a chamada música erudita ou música
clássica, que teve compositores europeus de destaque, como Mozart (1756 –
1791) e Beethoven (1770 – 1827) e brasileiros como Carlos Gomes (1836 – 1896)
e Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) ; a música folclórica (bumba – meu – boi,
capoeira, maracatu, polca, carimbó e etc.), que é o conjunto das canções
tradicionais de um povo; a música popular (samba, rock – ‘n’ – roll, jazz, rap,
bossa nova, sertaneja, reggae, forró etc.); a música sacra, de temas religiosos; a
música eletrônica, na qual os sons são produzidos eletronicamente. Música
Incidental é a música que acompanha uma obra teatral, um programa de televisão,
um programa de rádio, um videogame e outras formas que não são o princípio
musical. O termo, Música Incidental, não menos utilizado quando se trata
de cinema, pois aí é frequentemente chamado de música cinematográfica ou trilha
sonora.. Existem vários outros critérios para definir gêneros musicais.

GALERIA NACIONAL
Alfredo da Rocha Viana Júnior (1897 – 1973), o Pixinguinha, nasceu no Rio de Janeiro
e foi compositor, maestro, arranjador e instrumentista. Compôs sua primeira música com
apenas 13 anos de idade. É considerado “o pai da música brasileira”, por ter criado a base
da nossa música.
Pesquisador e experimentador, reuniu os ritmos da sua época (lundu, maxixe, samba,
marchinhas de carnaval, choro) a ritmos estrangeiros (polca, foxtrote, jazz, ragtime) e
criou um estilo próprio.
Pixinguinha compôs quase duas mil músicas, das quais a mais conhecida é o choro
“Carinhoso”, gravado em 1927. A letra de “Carinhoso” só viria a ser composta em 1937,
por João de Barro: “Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê, e os meus
olhos ficam sorrindo, e pelas ruas vão te seguindo, mas mesmo assim, foges de mim...”
Você conhece?
Pixinguinha (à direita) e seu saxofone, ao lado do flautista e compositor Benedito
Lacerda, seu parceiro no chorinho “Um a zero”.
Saiba mais
Foxtrote, jazz, ragtime – Ritmos norte-americanos de origem negra.
Lundu e maxixe – Ritmos brasileiros de origem africana, populares no século XIX. O
maxixe tinha, também, influência da habanera (dança afro-cubana difundida na Espanha)
e da polca.
Polca - Ritmo europeu que teve origem na Boêmia (atual República Tcheca).

QUESTÕES

1. Como se define a música?

2. Dos três elementos da música, qual nos ajuda a identificar uma música entre as
demais?

3. Qual o nome da folha de papel que permite a um músico executar uma música
mesmo sem conhecer o compositor?

4. Como se chamam as notas musicais?

5. O que é Pauta ou Pentagrama?

6. Como devem ser contados as linhas e espaços da pauta?

7. Para que servem as linhas e espaços suplementares superiores ou inferiores?

8. O que diferencia as vozes masculinas das vozes femininas?

9. O que é Clave?

10. Qual é a voz mais aguda entre os homens?


FIGURAS MUSICAIS

Figuras musicais (ou figuras rítmicas) são símbolos utilizados para representar os
tempos de uma música. Agora que já aprendemos a representação das notas na partitura,
chegou a hora de estudarmos como os tempos são escritos. A duração de cada nota ou
acorde numa partitura vai ser determinada pelas figuras rítmicas abaixo:

Pausas musicais são intervalos de tempo em que deve haver silêncio, ou seja,
nenhuma nota deve ser tocada nesse instante. A lógica dos tempos é exatamente a mesma
que vimos para as figuras musicais. Existem pausas de semibreve, mínima, semínima,
etc. Veja abaixo a representação de cada uma delas:

Exemplos de pausas musicais


Complete a tabela:
notas valores tempos pausas
Semibreve 1 4

Mínima 2 2

Semínima 4 1

Colcheia 8 1/2

Semicolcheia 16 1/4

Fusa 32 1/8

Semifusa 64 1/16

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