Teoria Musical

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O QUE É MÚSICA?

A pergunta “o que é música” tem sido


alvo de discussão há décadas.

Alguns autores defendem


que música é a combinação de sons e
silêncios de uma maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio
emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa
definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos
classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira
organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.

Um conceito criado pelo grande mestre Paschoal Bona diz que Música “é a arte de
manifestar os diversos afetos da alma mediante o som”.

Então, o que é música afinal?

De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia,


harmonia e ritmo.

 MELODIA

Melodia é a voz principal do som, é aquilo que


pode ser cantado.

 HARMONIA

Harmonia é uma sobreposição de notas que


servem de base para a melodia. Por exemplo, uma
pessoa tocando violão e cantando está fazendo
harmonia com os acordes no violão e melodia com a
voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias notas,
como veremos adiante em outros tópicos. Por isso que
os acordes fazem parte da harmonia.

Obs: Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma única voz;
é possível também que ela tenha duas ou mais vozes, apesar de ser menos frequente essa
situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso, podemos fazer uma comparação
com um navio no oceano. O navio representa a harmonia e as pessoas dentro do navio
representam a melodia. Tanto o navio quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se
mexem dentro do navio enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base,
suporte, para as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se
uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é a mesma
coisa.

 RITMO

Ritmo é a marcação do tempo de uma música.


Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz
como acompanhar a música.

Cada um desses três assuntos precisa ser tratado


à parte. Um conhecimento aprofundado permite uma
manipulação ilimitada de todos os recursos que a
música fornece, e é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso
ouvido.

O SOM

É tudo o que podemos ouvir, sejam eles naturais (vozes de


animais, o trovão, o vento, etc.) ou culturais (instrumentos musicais,
ruído de carro, buzina, etc.). Os sons agradáveis ao ouvido são chamados
de sons musicais e os sons desagradáveis são chamados de poluição
sonora.

O TIMBRE
Chama-se timbre à característica
sonora que nos permite distinguir se sons da
mesma frequência foram produzidos por
fontes sonoras conhecidas e que nos permite
diferenciá-las. Quando ouvimos
uma nota tocada por um piano e a mesma
nota (uma nota com a mesma altura)
produzida por um violino, podemos
imediatamente identificar os dois sons como
tendo a mesma frequência, mas com
características sonoras muito distintas. O que
nos permite diferenciar os dois sons é o
timbre instrumental.
Embora as características físicas
responsáveis pela diferenciação sonora dos
instrumentos sejam bem conhecidas, a forma
como ouvimos os sons também influencia
na percepção do timbre, sendo objeto de
estudo da psicoacústica.
NOTAS MUSICAIS
Dentro da música e da teoria musical, o conceito mais básico é o conceito de nota
musical. Embora pareça básico dizer isso, é importante decorá-las e ter fluência em seus
conceitos básicos, conforma abordaremos nesse texto.
Sempre que emitimos um som, emitimos uma (ou várias) notas, ou seja, estamos
produzindo uma vibração sonora em uma determinada frequência específica e constante.
Para ficar mais claro, quando tocamos uma tecla de um piano, ou uma corda de um violão
estamos produzindo uma nota. No caso do piano, cada tecla representa uma nota diferente.
Sempre que tocamos uma nota, o som criado possui quatro características básicas, que podem
ser alterados de acordo com a vontade do instrumentista:

 Altura - A altura de uma nota se refere a quão grave (ou agudo) uma nota é. Quanto
maior a altura de uma nota, mais aguda ela será e vice-versa. No caso do piano, a evolução da
altura segue da esquerda para a direita, ou seja, quanto mais para a esquerda, mais grave, e
quanto mais para a direita, mais agudo.
 Intensidade - A intensidade se refere a quão fraco ou forte é a nota, ou seja, ao volume
dela. Existe uma relação direta entre o esforço (força) gasto para executar a nota, e o volume
resultante. Quanto maior o esforço para se executar uma nota, maior o seu volume.
 Duração - A duração se refere ao tempo que a nota fica soando. O conceito do que é
uma nota rápida ou demorada varia de acordo com o contexto da música e seu andamento
(veremos mais a frente), e do instrumento. Alguns instrumentos de corda (como por exemplo
o violão), não conseguem manter uma nota soando pelo mesmo tempo que um instrumento
de sopro, como a flauta.

NOTAS NATURAIS E ACIDENTAIS


Dentro da nossa música ocidental, por questões históricas e culturais, toda música era
feita por uma escala (sequência de notas) de 7 notas. Conforme escrevi no último post, os
nomes das notas surgiram por volta do séc. X, retiradas de uma música em homenagem ao
Santo João, onde cada frase começava por sua nota correspondente da escala. São elas: Do,
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, e Si. Essas ficaram conhecidas como notas naturais.
As escalas musicais são cíclicas, isto é, as notas vão se repetindo em oitavas diferentes,
ou seja, depois do "Si", a oitava nota seria novamente o "Dó", porém mais agudo.

Com a evolução da música, principalmente com o aparecimento da harmonia, os


músicos perceberam que determinadas músicas demandavam notas que não estavam entre
as notas naturais, conhecidas até então. Isso porque a "distância" entre as notas naturais não
eram exatamente iguais. A distância entre o Mi e o Fá, e entre o Si e o Dó é sensivelmente
menor do que entre as demais notas, onde podiam ser executadas notas intermediárias. Essas
notas que surgiram foram chamadas de notas acidentais. Daí foi só aproveitar as notas já
existentes e apenas acrescentar à elas símbolos para diferenciá-las.
O símbolo (#) é chamado de Sustenido e colocado à frente de uma nota eleva a altura
dela em meio tom.
O símbolo (b) é chamado de Bemol e colocado à frente de uma nota baixa a altura da
mesma em meio tom.
A partir do Barroco (séc. XVII), a oitava foi dividida em 12 notas com distâncias
exatamente iguais entre elas. Essa distância foi chamada de "meio-tom" (1/2 tom), e a cada
dois meio-tons, temos um tom. Essa noção de medida de distância entre as notas será
importante no futuro quando estudarmos escalas e acordes.
No desenho abaixo tempos as 12 notas que compõem a nossa música ocidental:
Abaixo agora veja a escala completa no formato de escada para melhor entendimento:

TOM E SEMI-TOM
É como denominamos as distâncias entre uma nota e outra. O Semi-tom é a menor
distância entre duas notas. Ou seja, no braço do violão é a distância de uma casa para outra.
No teclado é a distância de uma tecla para a outra. Já o Tom equivale a dois semi-tons. Ou
seja, a cada 2 espaços no braço do violão temos um tom de distância. A cada duas teclas no
teclado também temos um tom de distância. Isso é perceptível no desenho da escala de Dó
mostrada abaixo:

Agora observe a escala com todas as notas:

CIFRAS
Cifra é um sistema de notação musical usado para indicar, por meio de símbolos
gráficos ou letras, os acordes a serem executados por um instrumento musical (como
uma guitarra, ou um violão por exemplo). As cifras são utilizadas principalmente na música
popular, acima das letras ou partituras de uma composição musical, indicando o acorde que
deve ser tocado em conjunto com a melodia principal, ou ainda para acompanhar o canto.
Regra de formação:
A nota fundamental é definida pelo sistema de notação alfabética em que o nome de
cada nota musical corresponde a uma letra de A a G, com sustenidos ou bemóis quando
necessário:

Além do nome do acorde, sempre grafado em letra maiúscula, são acrescentados


números ou outros símbolos para indicar a estrutura do acorde. As tabelas abaixo mostram
as estruturas das cifras mais usuais:
ESCALAS
Escalas musicais são sequências ordenadas de notas. Por exemplo: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
dó…repetindo esse ciclo. Nessa escala, começou-se com a nota dó e foi-se seguindo uma
sequência bem definida de intervalos até o retorno para a nota dó novamente. Essa sequência
de distâncias foi: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom…repetindo o ciclo.

NOTA, ACORDE E TOM OU CAMPO HARMÔNICO


NOTA: É a menor unidade musical. É o som produzido por uma única corda solta ou
pressionada em qualquer espaço do braço do violão. Ou um tecla apenas do teclado
pressionada.
Ex: Se você apertar a 1ª corda no 3º espaço do braço do violão estará fazendo a nota Sol.

ACORDE: é o som produzido por duas ou mais cordas do violão pressionadas ao mesmo
tempo. Ou duas teclas do teclado, da mesma forma.
Ex: Se você apertar a 1ª corda no 2º espaço (F#); a 3ª corda no 2º espaço (A) e a 2ª corda no
3º espaço (D) estará fazendo o acorde de D.

TOM OU CAMPO HARMÔNICO: é um conjunto de acordes formados a partir de uma


determinada escala. Tome como exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B.

Como formar um campo harmônico

Para cada nota dessa escala, iremos montar um acorde. Vamos ter, portanto, sete
acordes, que serão os acordes do campo harmônico de dó maior.

Como faremos isso?

Para cada nota da escala, o acorde respectivo será formado utilizando o primeiro, o
terceiro e o quinto graus (contados a partir dessa nota, em cima dessa mesma escala). Vamos
começar com a nota C. O primeiro grau é o próprio C. O terceiro grau, contando a partir de C,
é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.

Acordes do campo harmônico de dó maior

O primeiro acorde do campo harmônico de dó maior é formado então pelas notas C,


E, G (repare que esse é o acorde de dó maior, pois E é a terça maior de Dó).

Agora vamos montar o acorde da próxima nota da escala, que é D. O primeiro grau é
o próprio D. O terceiro grau, contando a partir de D, nessa escala, é F. O quinto grau, contando
a partir de D, é A. Portanto, o segundo acorde do nosso campo harmônico é formado pelas
notas D, F e A (repare que esse é o acorde de Ré menor, pois a nota F é a terça menor de D).

Você deve estar percebendo até aqui que estamos montando os acordes do campo harmônico
pensando nas tríades e utilizando somente as notas que aparecem na escala em questão
(escala de dó maior).

Depois de montar a tríade, observamos se a terça de cada acorde ficou maior ou


menor. Você pode também conferir a quinta de cada acorde, mas vai notar que ela sempre
vai acabar sendo a quinta justa, exceto no último acorde, que vai ter a quinta bemol. É um
bom exercício você tentar montar os acordes restantes desse campo harmônico. Confira
depois com a tabela abaixo:

Muito bem, você acabou de aprender como se forma um campo harmônico. Mas para
que isso serve afinal?

Bom, um campo harmônico serve para muitas coisas, e nesse momento vamos nos
focar no ponto mais básico: ele serve para definir a tonalidade de uma música. Provavelmente
você já deve ter ouvido a pergunta: “Em que tom está essa música?”. Pois bem, a tonalidade
de uma música depende dos acordes presentes nessa música.

Se uma música contém os acordes do campo harmônico maior de dó, significa que a
música está em dó maior. Com isso, sabemos que a escala a ser utilizada para fazer um solo,
improvisar, criar riffs, etc. em cima da música é a escala de dó maior.

Portanto, conhecer os campos harmônicos tem uma grande utilidade: esse


conhecimento permite que saibamos as notas que podemos usar para fazer arranjos em cima
de uma determinada música. Conhecendo bem os desenhos das escalas, nada impede que
possamos criar solos e arranjos automaticamente (habilidade conhecida como improviso).

AFINAÇÃO DO VIOLÃO, GUITARRA E CONTRABAIXO


Você pode afinar o violão de duas principais formas. Uma exige um pouco de
experiência e um bom ouvido para captar com precisão a frequência de afinação de cada
corda e tentar chegar o mais próximo possível utilizando outro instrumento como base. Seria
ouvir a afinação de outro instrumento e reproduzi-la no que você está afinando. Isso é tarefa
fácil pra quem tem ouvido absoluto. Mas pra você que está iniciando felizmente a tecnologia
já nos proporciona aplicativos e equipamentos para tal. Existem bons e baratos afinadores no
mercado. São equipamentos em que você pluga o instrumento e à medida que você vai
apertando a corda ele vai mostrando o grau de afinação e dando uma noção se a corda precisa
ser apertada ou folgada.
Também existem aplicativos pra celular como no caso do DaTuner Lite. Ele funciona
como um afinador físico, porém não precisa ligar o instrumento. O som é captado através do
microfone do celular. Abaixo você terá a afinação correta de cada corda:

Violão e Guitarra:
1ª corda: E
2ª corda: B
3ª corda: G
4ª corda: D
5ª corda: A
6ª corda: E

Contra-baixo:
1ª corda: G
2ª corda: D
3ª corda A
4ª corda: E

Obs1: Se você percebeu as 4 cordas do contrabaixo equivalem às 4 cordas de cima do violão


ou guitarra, porém apesar de ser as mesmas notas, estão em oitavas diferentes.

Obs2: Os teclados não precisam ser afinados, pois são equipamentos eletrônicos, porém o
piano necessita já que o mesmo apesar de ter teclas é um instrumento de cordas que são
acionadas por martelos ligados às teclas.

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