Marcadores Inflamatórios

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MARCADORES INFLAMATÓRIOS NA COMPLICA-

ÇÃO CRÔNICA DO DIABÉTICO:UMA REVISÃO DE


LITERATURA

INFLAMMATORY MARKERS IN CHRONIC DIABE-


TIC COMPLICATIONS: A LITERATURE REVIEW

Larissa Thaina De Santos Silva1

Maria Paula De Sousa Figueiredo2

Resumo: O Diabetes Mellitus crônicas do Diabetes Mellitus.


(DM) é uma doença crônica que O estudo trata-se de uma pes-
mais vem sendo questionada por quisa bibliográfica, constituída
ser tornar uma questão de saúde de livros e artigos científicos.
pública mundialmente. O estado Será efetuada uma revisão de li-
de uma inflamação pode ter tido teratura sobre o tema através de
uma origem da dieta inflama- revistas acadêmicas científicas e
tória, de uma falta de exercício artigos, através de bancos de da- 294
ou de outros fatores que associa dos, tais como Scielo , Periódicos
a Diabetes Mellitus (DM). Este e Google Acadêmico, de modo a
trabalho tem como objetivo re- comparar as diferentes informa-
alizar uma revisão de literatura ções encontradas nestas platafor-
sistemática avaliando o efeito mas , abordando o tratamento do
da inflamação nas complicações Diabetes Mellitus. Foram pesqui-

1 Biomedicina na UNIFENAS
2 Biomedicina na UNIFENAS
ISSN: 2763-5724

Vol. 03 - n 03 - ano 2023

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sados artigos utilizando os se- re review evaluating the effect of

guintes descritores: Marcadores inflammation on chronic compli-

Inflamatórios, Diabetes Mellitus, cations of Diabetes Mellitus. The

Inflamação, Epidemiologia do study is a bibliographical resear-

Diabetes Mellitus. Foram pes- ch, consisting of books and scien-

quisados 20 artigos dos quais tific articles. A literature review

40% abordaram a epidemiologia on the subject will be carried out

do DM, 25% abordaram os prin- through scientific academic jour-

cipais marcadores inflamatórios. nals and articles, through data-

bases such as Scielo, Periodicals


Palavra-Chave: Diabetes Melli- and Google Scholar, in order to
tus, Inflamação, Marcadores In- compare the different informa-
flamatórios, complicações crôni- tion found on these platforms,
cas, doença crônica addressing the treatment of Dia-

betes Mellitus. Articles were se-

Abstract: Diabetes Mellitus arched using the following des-

(DM) is a chronic disease that criptors: Inflammatory Markers,

has been questioned the most Diabetes Mellitus, Inflammation,


295
because it has become a public Epidemiology of Diabetes Melli-

health issue worldwide. The sta- tus. 20 articles were searched, of

te of inflammation may have had which 40% addressed the epide-

an origin in the inflammatory miology of DM, 25% addressed

diet, a lack of exercise or other the main inflammatory markers.

factors associated with Diabetes

Mellitus (DM). This work aims Keywords: Diabetes Mellitus,

to carry out a systematic literatu- Inflammation, Inflammatory


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Markers, chronic complications, é de extrema importância para

chronic disease o paciente como também para o

sistema de saúde (SOCIEDADE

INTRODUÇÃO BRASILEIRA DE DIABETES,

2016).

O Diabetes Mellitus Os pacientes diabéticos

(DM) é uma doença crônica que possuem excesso de tecido adi-

mais vem sendo questionada por poso pela qual, é pela sua obe-

ser tornar uma questão de saúde sidade muitas vezes e pelo seu

pública mundialmente. Hoje no distúrbio metabólico. A adipo-

mundo todo existem mais de 300 cina tem um relevante papel de

milhões de pessoas portadoras de exploração no paciente portador

Diabetes Mellitus e até em 2025 do Diabetes Mellitus que há uma

tem o intuito de aumentar os nú- resistência à insulina (Internacio-

meros de indivíduos diabéticos. nal Diabetes Federation (IDF).

(BRASIL, 2006; SESAPI, 2011). Contudo,os marcadores que são

Com o crescimento do envelhe- encontrados no Diabetes Melli-

cimento da população e do cres- tus inclui a Proteína C-Reativa


296
cimento das pessoas nas cidades, (PCR), a Interleucina-6 (IL-6),

os números de pessoas diabéticas o Fator de Necrose Tumoral-al-

tendem a aumentar a cada ano fa (TNF-alfa) e a Molécula de

que passa. Os dados sobre Diabe- Adesão Intercelular-1 (ICAM-1).

tes Mellitus (DM) são de extrema Esses marcadores inflamatórios

importância para que avalie nas estão envolvidos no aparecimen-

prevenções, além da educação to de complicações no DM, como

em saúde e de um tratamento que doença renal crônica, neuropatia


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diabética, retinopatia diabética e compreender os mecanismos da

complicações cardiovasculares. inflamação crônica e buscar es-

As complicações crô- tratégias terapêuticas para con-

nicas decorrentes de processos trolá-la são fundamentais para

inflamatórios são eventos adver- prevenir ou minimizar as com-

sos de saúde que desenvolve ao plicações crônicas e melhorar a

longo do tempo em indivíduos qualidade de vida dos pacientes

com doenças específicas. (GO- (J.L. GROSS,2000)

MES-LEAL, W.,2007) .Portanto, Sendo assim, conhecer

o processo inflamatório é uma os principais marcadores infla-

resposta do sistema imunológico matórios em pacientes portado-

a agressões ou lesões teciduais, res de Diabetes Mellitus pode

que pode levar a complicações se tornar uma ferramenta útil na

graves e duradouras. Doenças prevenção das complicações crô-

como artrite reumatoide, doença nicas do Diabetes Mellitus.

inflamatória intestinal e diabe-

tes tipo 2 estão associadas a um REFERENCIAL TEÓRICO

estado inflamatório persistente,


297
resultando em danos contínuos O Diabetes Mellitus

aos tecidos afetados. Essas com- provém de um grupo heterogê-

plicações variam de acordo com neo de distúrbios metabólicos

a doença, podendo incluir defor- caracterizados pelo aumento de

midades articulares, obstrução glicose no sangue. O quadro de

de vasos sanguíneos e aumen- hiperglicemia pode resultar da

to do risco de doenças cardio- ausência da secreção de insuli-

vasculares. Assim, é necessário na, bem como de uma produção


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insuficiente deste hormônio ou a global, ocorrendo principalmente

resistência à insulina (GOLAN, em países em desenvolvimento,

2009). Atualmente, a classifi- onde se destaca por seus eleva-

cação do Diabetes Mellitus ba- dos índices de morbimortalidade

seia-se na etiologia da doença. (GOULART, 2011; OMS, 2003b).

Os tipos mais frequentemente Os dados mais recen-

encontrados incluem o Diabetes tes da Sociedade Brasileira de

Mellitus tipo I, também conheci- Diabetes (SBD), mostram que

do como diabetes juvenil, o tipo nas últimas décadas houve uma

II e o diabetes gestacional, sendo variação de 7,6% para 15% de

este de origem pouco conhecida pessoas portadoras de Diabe-

(BRASIL, 2006). tes Mellitus. Calcula-se que, no

mundo todo, sejam mais de 380

EPIDEMIOLOGIA DO DIA- milhões de indivíduos com a

BETES MELLITUS doença e que esse número pode

aumentar para 32,5% até 2035. O

Mundialmente, o Dia- Diabetes Mellitus ocupa a quinta


betes Mellitus vem apresentan- posição entre as principais cau-
298
do uma crescente proporção a sas de morte no mundo, sendo as

cada ano que passa. O fator de complicações cardiovasculares

risco tem um acentuado desen- e cerebrovasculares os motivos

volvimento de outras condições mais comuns (SBD, 2016).

e é possivelmente grave, além Conforme os dados da

de ser um grande problema so- Diabetes Atlas do International

cial e econômico. Atualmente, é Diabetes Federation, o índice de

evidenciado como uma epidemia pessoas com Diabetes Mellitus


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pode atingir em 2045 a margem onde as taxas de mortalidade por

de 11,68%. Esses números indi- Diabetes Mellitus que são de 30,1

cam um aumento da doença no para a 17 população geral, 27,2

Brasil e que está passando por nos homens e 32,9 nas mulheres,

uma transição demográfica ace- com acentuado aumento da ida-

lerada, ou seja, a população adul- de, que varia de 0,50. Para a faixa

ta e idosa tem aumentado. Mas etária de 0 a 29 anos a 223,8 para

o envelhecimento da população a de 60 anos ou mais, ou seja, um

não é o único responsável pelo gradiente de 448 vezes (SOCIE-

aumento do diabetes, os hábitos DADE BRASILEIRA DE DIA-

de vida desses indivíduos e a ur- BETES, 2016).

banização também são responsá-

veis pela expansão dessa doença INFLAMAÇÃO

(BELLO et al., 2014).


De acordo com a Pesqui- A inflamação é uma

sa Nacional de Saúde (PNS), no resposta que defende células do

ano de 2013 revelou que o estilo nosso corpo, sendo agentes quí-
de vida dos brasileiros e sua per- micos e físicos ou alguma rea-
299
cepção de saúde sobre as doenças ção imunológica (LIMA R.R.

crônicas acometem a população. et al.,2007). Existe no processo

A população acima de 18 anos, inflamatório a fase aguda que

tem estado acima de 6% com o pode estar relacionado a fluxo

diagnóstico de Diabetes Mellitus sanguíneo e penetração de vas-

(IBGE, 2014; DUARTE; BAR- cularização. O paciente que apre-

RETO, 2012). Outros dados a se- senta a dor localizada por conta

rem considerados são os de 2011, da inflamação, pode apresentar


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um acúmulo de leucócitos dentro e na proteína C reativa (F. O. C.

de tecidos, formação de tecido de SILVA ; D. V. MACEDO,2011)

renovação e reparação e por úl- Os marcadores de ci-

timo a reparação necessária nos tocinas pró- inflamatórias pos-

tecidos (LIMA, R.R. et al.,2007). suem seus índices elevados em

O processo inflamató- pessoas com risco cardiovascular

rio advém de uma consequência e obesas. Portanto, a adipoci-

natural de algumas doenças que na apresenta propriedades anti-

envolvem diferentes tipos de cé- -inflamatórias e seu aumento é

lulas e mediadores químicos in- maior do que citocina inflama-

terconectados, com o objetivo de tória. Os resultados obtidos em

eliminar células atrofiadas e de pessoas brasileiras, confirma

tecidos necróticos, fazendo assim que o tratamento para os com-

a iniciação da reparação tecidual ponentes adiposidade, dislipide-

(AFONSECA, M.A. ,2011). mia, hipertensão, possuirá efei-

As proteínas têm o bai- tos benéficos para a prevenção

xo peso molecular nos marcado- de Diabetes Mellitus tipo 2. (L.

res inflamatórios, elas possuem J. PICCIRILLO;M. F. R. GON-


300
mecanismos de inflamação e ÇALVES,2004).

uma resposta imunológica para

poder ter a função de homeostase DIABETES E INFLAMAÇÃO

( F. O. C. SILVA ;D. V. MACE-

DO,2011). Os marcadores de in- O estado de uma infla-

flamação são divididos em cito- mação pode ter tido uma origem

cinas e anti-inflamatórias, e têm da dieta inflamatória, de uma

maior relevância no fibrinogênio falta de exercício ou de outros


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fatores que associa a Diabetes léculas de adesão e mediadores

Mellitus (Geraldo, J.M.; R.C.G. trombóticos (Volp et al., 2008).

,2008). A pessoa que apresenta Os níveis elevados de

a doença e possui obesidade terá marcadores inflamatórios são

complicações mais graves e a in- encontrados em pessoas porta-

flamação alterada. Uma vez que dores de Diabetes Mellitus tipo

o tecido adiposo é mediador in- 2 e com síndrome metabólica

flamatório e um órgão excretor (SM) e podem se associar com

de mediadores pró -inflamatório, o desenvolvimento do Diabetes

como a Interleucina 6 e anti-in- Mellitus e com doenças cardio-

flamatórios, como a adiponectina vasculares (Duncan & Schmidt,

(Revista HCPA ,2005). 2001).Fatores como o estilo de

A inflamação subclínica vida considerados um risco para

se dá pelo aumento de marcado- desenvolver o Diabetes Mellitus

res inflamatórios da circulação, e do tipo 2 ,como o sobrepeso e

contribui para Diabetes Melli- sedentarismo, podem ocasionar

tus e doenças cardiovasculares diversas respostas ao metalismo

(DVC) (Duncan & Schmidt, ,promovendo respostas celulares


301
2001). Os exemplos de marca- nos órgãos que desempenham

dores inflamatórios é: contagem um papel primário nas doenças

total de leucócitos, proteínas de (Kolb & Mandrup Poulsen, 2010)

fase aguda (proteína-C-reativa

- PCr, proteína amiloide sérica

– SAA, fibrinogênio), citocinas

pró-inflamatórias, proteínas atra-

toras de monócitos (MCP-1), mo-


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QUADRO 1 - Marcadores inflamatórios no Diabetes Mellitus

Autor Marcador inflamatório Fisiopatologia

ANTONIADE.et al.,2011 IL 6 É mediador da resposta


inflamatória da Síndrome da
Tempestade de Citocinas

M. F. R.GOLÇALVES,2004 Fator de Necrose Tem a função de proliferar e


Tumoral-a (TNF-a) diferenciar as células

E. L. S. CLEMENTE,2004 IL-1 Ele atua como agente


inflamatório

J. BRESSAN,2008 Proteína C reativa Proteína de fase aguda mais


sensível, aumento significativo
durante uma inflamação aguda

P. C. STRINGUETA,2008 Alfa 1-Glicoprotéina ácida Proteína do tipo 1 e tem


secreção regulada pela
interleucina 1, interleucina 6 e
de fator de necrose tumoral

V. P. R. MINIM,2008 Fibrinogênio É uma glicoproteína com


componente fundamental da
cascada de coagulação.

F. O. C. DA SILVA,2011 IL 10 Inibe a síntese de outras


citocinas de IFN-g, IL-2, IL-
12, TNF-ȕ.
302
N. M. B. COSTA,2008 IL2 Possui ampla atividade no
sistema imunológico, ativando
a imunidade celular e
produzindo citocinas.

R. C. G.,2008 Adiponectina É um hormônio secretado


pelos adipócitos e tem
propriedades antilipolíticas e
anti-inflamatórias.

A. C. P. VOLP,2008 MCP-1 Tem o papel no recrutamento


de leucócitos mononucleares
para a camada íntima da
artéria.
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Diabetes é caracteri- rimental realizado em 1997 de-
zada por um conjunto de desor- monstrou que a incidência cumu-
dens metabólicas que tem por lativa de diabetes foi de 41% no
principal característica a hiper- grupo que praticou atividade físi-
glicemia, que logo é os elevados ca, 44% no grupo que seguiu die-
índices de açúcar no sangue, de ta, 46% no grupo que combinou
modo que modo que por ser esta dieta e atividade física, e 68% no
uma das principais característi- grupo controle, que não realizou
cas, o diabetes ficou associado a nenhuma das duas atividades.
frases como “açúcar no sangue”. Portanto, conclui-se que a prática
A Educação Física tem de atividade física é tão impor-
ganhado destaque na área da saú- tante quanto a dieta na prevenção
de devido às mudanças nos perfis do diabetes. Esses achados foram
de morbimortalidade observadas corroborados por outros estudos”

nas últimas décadas, com um au- (Knuth et al., 2007,).

mento proporcional de doenças Nesse contexto, é válido

crônicas. O sedentarismo, ca- destacar que a doença está asso-

racterizado pelo baixo nível de ciada a origens metabólicas, de


303
atividade física, está fortemente modo que tais causas formam um
associado a uma maior incidên- conjunto de desordens, conjunto

cia de diversas doenças, enquan- este que tem origem no sedenta-

to a prática de atividade física é rismo, na alimentação irregular,

recomendada no tratamento de nos maus hábitos de vida de um

algumas condições de saúde e se modo geral. Ou seja, as dietas

apresenta como uma ferramenta irregulares causam problemas

de prevenção. Um estudo expe- relacionados ao desenvolvimento


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do Diabetes, bem como a falta de próximo ao normal para prevenir

atividade física também é uma complicações crônicas do diabe-

porta de entrada para diabetes e tes e o desenvolvimento do dia-

outras doenças. betes tipo 2, sendo esse um dos

O controle glicêmico principais objetivos no tratamen-

próximo a níveis normais é con- to da doença. Indivíduos com

siderado o objetivo principal no alto risco de desenvolver diabe-

tratamento do diabetes, desta- tes tipo 2 e aqueles com diabetes

cando a importância da interven- tipo 1 devem ser incentivados

ção nutricional. O carboidrato é a consumir 14 gramas de fibras

apontado como o principal de- por cada 1000 kcal em alimentos

terminante dos níveis glicêmi- que contenham grãos integrais

cos pós-prandiais, ressaltando a (American Dietetic Association -

relevância de considerar o tipo e ADA, 2007).

a quantidade de carboidratos na Desta forma, é impor-

dieta. A recomendação mínima é tante ressaltar que a prática de

de 130 g de carboidratos por dia, atividade física atrelada a uma

preferencialmente na forma de boa alimentação deve ser algo


304
carboidratos complexos e ricos inerente a vida dos brasileiros,

em fibras. Com base em diversos tendo em vista que no Brasil tem

estudos que comprovam o im- cerca de 12.054.827 diabéticos,

pacto positivo das fibras solúveis de acordo com dados do IBGE, o

na glicemia, a American Diabe- que é um número alarmante e as-

tes Association (2007) enfatiza a sustador. Desta forma, é mais do

importância de manter um nível que necessário, pensar políticas

adequado de glicose sanguínea públicas e estratégias de preven-


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ção e combate ao diabetes, que é vida das pessoas afetadas” (Oli-

uma doença silenciosa e perigo- veira & Zanetti, 2010, p. 863).

sa, considerando que há uma ra- É exatamente dessa

zão de 3 pacientes em risco para atenção básica para que as pes-

cada paciente diabético, ou seja, soas que já são portadoras da

é necessário investir em controle, doença tenham a possibilidade

para que a população não esteja de lidar da melhor maneira com

tão vulnerável aos efeitos da do- a doença, acompanhando a sua

ença em sua forma grave, bem evolução passo a passo, evitan-

como para que haja uma cons- do que sejam menores os danos

cientização sobre os riscos da causados pela doença ao longo da

doença, bem como é preciso que vida.

as pessoas estejam cada vez mais Os programas de saú-

informadas sobre a relação direta de têm como objetivo principal

que a doença tem com o sedenta- reduzir o número de doenças e

rismo e dieta irregular. suas complicações, prevenindo

Desenvolver atividades mortes prematuras. Eles incluem

de ensino e práticas educativas intervenções educativas que for-


305
de saúde direcionadas a indi- necem informações e habilidades

víduos com diabetes mellitus e aos indivíduos, no caso específico

suas famílias, com foco na dis- do diabetes mellitus, para alcan-

ponibilização de conhecimento çar um bom controle metabólico

e atitudes em relação à doença, é por meio da compreensão da do-

essencial para prevenir complica- ença e do manejo do tratamento.

ções por meio do automanejo da As informações fornecidas du-

doença e melhorar a qualidade de rante as intervenções educativas


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promovem a busca por mudanças tecerão em praça pública, com a

de comportamento que fazem di- presença de uma enfermeira, um

ferença no tratamento da doença” profissional de educação física e

(Oliveira & Zanetti, 2010, p. 863). os participantes.

Nesse contexto, é váli- Existem muitas rela-

do ressaltar a importância de ter ções de diabetes com processos

nas unidades de saúde a oferta de inflamatórios. Uma microbiota

atendimento básico, o qual con- que não está em equilíbrio com

siste em prevenção e tratamen- o organismo, que tem bactérias,

to para quem já tem a doença, que são bactérias patogênicas.

contando com atendimento com As bactérias que não tem essa

profissionais de saúde especiali- relação benéfica com organismo,

zados na área. A dinâmica das estão relacionadas com diabetes,

unidades de saúde no combate com obesidade, com câncer, ago-

ao diabetes deve ser oferecer à ra estão relacionando muito mi-

população que se enquadra nos crobiota intestinal com doenças

requisitos para atendimento, a do sistema nervoso central, como

possibilidade de praticar ativida- Alzheimer, como autismo, como


306
de física com direito à orientação depressão. Então você tem uma

com um profissional de educação relação muito grande da compo-

física a fim de combater o seden- sição ou a falta de equilíbrio in-

tarismo e diminuir os riscos de testinal com o aparecimento de

diabetes, bem como outras doen- doenças em todo o organismo.

ças, e também controlar a doença Os micro-organismos

em casos de usuários que já têm colonizadores da cavidade bucal

a patologia. As atividades acon- podem causar uma série de doen-


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ças infecciosas bucais, incluindo

periodontites, cáries dentárias, O trabalho realizado

acometimentos endodônticos, não envolveu o uso de dados de

alveolite seca e amigdalite. Têm seres humanos, não necessitan-

sido relatadas na literatura rela- do de qualquer tipo de avaliação

ções entre bactérias bucais e um clínico-laboratorial e, assim, não

número crescente de doenças foi necessário a aprovação pelo

sistêmicas (2), incluindo doença Comitê de Ética. O estudo trata-

cardiovascular (3, 4, 5), acidente -se de uma pesquisa bibliográfica

vascular cerebral (6), parto pre- sistemática, constituída de livros

maturo (7, 8), diabetes (9), pneu- e artigos científico. Foi efetuada

monia (10, 11), osteomielite em uma revisão de literatura sobre o

crianças (12) e endocardite bac- tema através de revistas acadêmi-

teriana (13). cas científicas e artigos, através

A diabetes, se o diabéti- de bancos de dados, tais como

co não está com a Glicemia con- Scielo e Google Acadêmico, de

trolada, vai existir mais glicose modo que se comparou as dife-


na secreção, isso vai estimular o rentes informações encontradas
307
desenvolvimento da Cândida, e nestas plataformas, listando as

possivelmente a candidose tanto principais condições que aborda

genital com oral existem quando os marcadores inflamatórios na

existe a imunossupressão, que Diabetes Mellitus. Foram pes-

pode acontecer na infecção pelo quisados artigos utilizando os se-

HIV, na AIDS. guintes descritores: marcadores

inflamatórios, Diabetes Mellitus,

MATERIAL E MÉTODOS Inflamação. Os critérios de in-


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clusão foram: artigos publicados obedeciam às palavras chaves

entre 2000 e 2023, originais, em descritas. Foram excluídos edito-

língua portuguesa e inglesa, que riais e opiniões.

RESULTADO E DISCUSSÃO as interleucinas 6, 1 e PCR, são

os principais mediadores infla-


Foram pesquisados 20 matórios em paciente com des-
artigos dos quais 40% abordaram controle glicêmico (Quadro1).
a epidemiologia do DM, 25% A IL-6, a IL-1 e a PCR
abordaram os principais marca- foram reconhecidas como impor-
dores inflamatórios. O Diabetes tantes mediadores da resposta
Mellitus é uma doença metabóli- inflamatória e sua desregulação
308
ca que causa hiperglicemia e pode foi associada ao desenvolvimen-
ser causado por maus hábitos de to de doenças secundárias, in-
vida, como sedentarismo e dieta cluindo a dislipidemia, lesão re-
irregular. A inflamação é um dos nal, hepatite e lesão neurológica.
principais motivos para as com- O entendimento dessas relações
plicações crônicas do DM, de tem contribuído para avanços no
acordo com nosso levantamento diagnóstico e tratamento dessas
bibliográfico, ficou evidente que condições, visando a redução dos
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danos e a melhoria da qualidade de vida para os pacientes.

Gráfico1-Distribuição dos artigos científicos utilizados neste estudo.

Fonte: Do autor

QUADRO 1 - Marcadores inflamatórios no Diabetes Mellitus

Autor Marcador inflamatório Fisiopatologia

ANTONIADE.et al.,2011 IL 6 É mediador da resposta


inflamatória da Síndrome da
Tempestade de Citocinas 309

M. F. R.GOLÇALVES,2004 Fator de Necrose Tem a função de proliferar e


Tumoral-a (TNF-a) diferenciar as células

E. L. S. CLEMENTE,2004 IL-1 Ele atua como agente


inflamatório

J. BRESSAN,2008 Proteína C reativa Proteína de fase aguda mais


sensível, aumento significativo
durante uma inflamação aguda
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P. C. STRINGUETA,2008 Alfa 1-Glicoprotéina ácida Proteína do tipo 1 e tem


secreção regulada pela
interleucina 1, interleucina 6 e
de fator de necrose tumoral

V. P. R. MINIM,2008 Fibrinogênio É uma glicoproteína com


componente fundamental da
cascada de coagulação.

F. O. C. DA SILVA,2011 IL 10 Inibe a síntese de outras


citocinas de IFN-g, IL-2, IL-
12, TNF-ȕ.

N. M. B. COSTA,2008 IL2 Possui ampla atividade no


sistema imunológico, ativando
a imunidade celular e
produzindo citocinas.

R. C. G.,2008 Adiponectina É um hormônio secretado


pelos adipócitos e tem
propriedades antilipolíticas e
anti-inflamatórias.

A. C. P. VOLP,2008 MCP-1 Tem o papel no recrutamento


de leucócitos mononucleares
para a camada íntima da
artéria. 310

O artigo teve como ob- crônicas. Através de uma revisão

jetivo analisar o papel das inter- bibliográfica de 20 artigos cientí-

leucinas, especialmente a IL-6 ficos, abordamos a epidemiologia

e a IL-1, e da Proteína C Reati- do Diabetes Mellitus, os princi-

va (PCR) no Diabetes Mellitus pais marcadores inflamatórios e a

(DM) e nas suas complicações relação entre inflamação e com-


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plicações crônicas. A inflama- de vida dos pacientes.

ção é um fator determinante nas

complicações crônicas do Diabe- CONCLUSÃO

tes Mellitus, e nossos resultados

indicam que as interleucinas 6 e Em suma, o diabetes é

1, juntamente com a PCR, são os uma doença crônica e silencio-

principais mediadores inflamató- sa que afeta milhões de pessoas

rios em pacientes com descontro- em todo o mundo, sendo uma

le glicêmico. Essas interleucinas das principais causas de morbi-

estão envolvidas na regulação da dade e mortalidade. O controle

resposta inflamatória do orga- adequado da doença depende de

nismo, estimulando a produção uma abordagem multidisciplinar,

de outros mediadores inflama- envolvendo educação alimentar,

tórios, como o Fator de Necrose prática de atividade física, mo-

Tumoral-a(TNF-a). Além disso, a nitoramento glicêmico e uso de

desregulação desses mediadores medicamentos, quando necessá-

inflamatórios, especialmente a rio. Fica claro que a presença de

IL-6, está associada ao desenvol- IL6 e IL1 são de grande prejuí-


311
vimento de doenças secundárias, zo para o paciente portador de

tais como dislipidemia, lesão re- Diabetes, pois sua presença está

nal, hepatite e lesão neurológi- associada a um estado inflama-

ca. Compreender essas relações tório crônico que contribui para

é fundamental para avanços no o agravamento da doença e o de-

diagnóstico e tratamento dessas senvolvimento de complicações.

condições, visando à redução dos Essas citocinas pró-inflamatórias

danos e à melhoria da qualidade podem desencadear uma série de


ISSN: 2763-5724

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tes. inflamatório, função endotelial
Sendo assim, é crucial e cardiovascular na obesidade
para o paciente, controlar os ní- experimental [tese]. São Carlos:
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