Gestão - 1 - 2 Frequência
Gestão - 1 - 2 Frequência
Gestão - 1 - 2 Frequência
Entre as Teorias Organizacionais que mais influenciaram as diversas conceções e práticas de Gestão
merecem destaque:
1. abordagem clássica / burocracia
2. das relações humanas
3. abordagem contingencial
Abordagem clássica
Os autores de referência são Frederick Taylor, Henry Fayol e Max Weber surge o desenvolvimento de uma
conceção redutora dos indivíduos, os quais são classificados de acordo com as suas aptidões técnicas,
necessidades económicas e capacidades de gestão.
A abordagem das relações humanas sublinha a dimensão informal da organização e reconhece a dimensão
humana no conjunto dos vários elementos (técnicos, económicos ou de mercado) que compõem a organização.
O conteúdo empírico e teórico da Escola das Relações Humanas vem demonstrar que o aumento da
produtividade não depende exclusivamente das condições técnicas, mas sim das condições sociais e
organizacionais, ou seja, da motivação,da moral e da satisfação no trabalho.
Surge uma nova forma de racionalidade centrada na integração do fator humano nos diversos contextos da
produção, da comunicação e da organização.
As organizações são consideradas abertas quando interagem com o seu ambiente. Nenhum sistema é
absolutamente fechado, apenas difere-se pelo grau de interação com o ambiente.
Uma organização como um sistema aberto, aborda sua complexidade visualizando fatores ambientais externos
e componentes estruturais internos como um todo integrado.
Inversamente, um ambiente simples e previsível permitirá formas organizacionais com tendência para a
simplicidade racional e para o formalismo burocrático.
- está dirigida, principalmente, para desenhos organizacionais e sistemas de gestão adequados a cada
situação específica.
- parte de uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas
apropriadas para o alcance dos objetivos da organização.
Na investigação realizada por Burns e Stalker (1961), sobre a relação entre práticas/técnicas administrativas e
ambiente externo, surge a classificação das organizações em: organizações "mecanísticas" e "orgânicas".
“Os teóricos clássicos quando projetaram a organização a pensaram como uma máquina, onde a mesma é
concebida por partes, com cargos altamente definidos, padrões de autoridade e alta resistência, subordinação,
onde tudo deve funcionar perfeitamente sendo seguidos tais padrões.”
Organizações do tipo orgânico – adaptam-se a condições instáveis, a ambientes que oferecem problemas
complexos e que não podem ser resolvidos por pessoas com especialidades tradicionais.
● Neste tipo de sistema/organização ninguém é especialista em nada, ou todos são especialistas em
tudo. Ocorre uma contínua redefinição de tarefas.
● O que é enfatizado é a natureza cooperativa do conhecimento e não a especialização.
O modelo de Gestão Orgânico exige uma estrutura organizacional mais flexível e adaptável, com um sistema de
decisões descentralizado e hierarquia flexível, oferecendo, assim, mais oportunidades de desenvolvimento
humano.
Alguns especialistas destacam ainda alguns aspetos importantes nas organizações que utilizam este modelo:
● Os cargos são continuamente modificados e redefinidos;
● Amplitude de comando do supervisor;
● Maior confiabilidade nas comunicações informais;
● Predomínio da interação lateral e horizontal;
● Ênfase nos princípios do bom relacionamento humano;
Um exemplo de organização mundialmente conhecida que utiliza o Modelo de Gestão Orgânico é a IBM –
International Business Machines, que durante muito tempo deteve o monopólio no seu segmento de mercado,
sendo obrigada a deixar o modelo de Gestão Mecanicista, depois de amargar sérios prejuízos.
Principais contribuições:
- Definiu funções essenciais das empresas
- Elaborou um novo conceito de gestão ao definir as funções básicas de um gestor
- Elaborou os Princípios Gerais de Administração como procedimentos universais a serem aplicados a
qualquer tipo de organização
Atenção - há que distinguir burocracia enquanto conceito weberiano da organização e a utilização corrente do
termo burocracia, que mais não é do que a disfunção do modelo proposto por Weber, ao dar-se a inversão entre
meios e fins.
De acordo com o preconizado por Weber, os indivíduos têm apenas de desempenhar autonomamente as
funções que foram definidas, e sem falhas, dado que em toda e qualquer situação há um conjunto de regras,
normas e procedimentos previamente determinados.
A burocracia deverá fornecer um quadro racional de como as organizações devem operar, eliminando da
empresa o senso comum que era visto como fonte de ineficiências. Segundo o modelo, todas as situações estão
previstas e para todas as perguntas há uma resposta.
A burocracia de Weber procura assim uniformizar procedimentos e operações para tornar a empresa mais
eficiente.
O contributo da burocracia de Weber para a gestão da moderna encontra-se sobretudo em grandes empresas e
em organizações públicas É um facto que o sistema burocrático permite uma maior eficiência em empresas.
Contudo, este modelo burocrático pode não ser o mais adequado – há que fazer uma gestão atenta para não
gerar disfunções na organização.
Teoria das Relações Humanas
Em oposição às teorias anteriores (Abordagem Clássica e Neoclássica), assentes nas tarefas, funções e
estrutura das organizações, as Pessoas assumem aqui a sua relevância, ao contrário do assumido por Taylor,
Ford, e Fayol.
Para a teoria das Relações Humanas qualquer trabalhador exerce influência no comportamento organizacional e
ainda influencia a qualidade, a produção/produtividade e portanto o desempenho da organização.
A sua notoriedade decorre devido aos estudos que desenvolveu numa fábrica nos EUA,em Hawthorne – a
Western Electric Company, que conclui que a produtividade dos trabalhadores aumenta pelos facto de eles
perceberem que estão a ser alvo de atenção dos seus supervisores – efeito Hawthorne
(nesta época o Gestor não se preocupava com aspetos relacionados com questões psicológicas e sociais dos
trabalhadores)
Iniciou o seu trabalho com base na teoria clássica da administração, segundo a qual as condições de trabalho e
a remuneração afeta a produtividade. Acabou por constatar que mais importante que as condições físicas do
trabalho em geral (ex: iluminação, ) horário de trabalho, … para funcionamento das linhas de montagem da
fábrica, eram as relações sociais que se estabeleciam entre os trabalhadores e a integração destes na
Organização.
No estudo realizado, foram as variáveis de caráter psicossociológico e emocional que vieram explicar as
variações na produtividade. As principais conclusões do estudo realizado foram:
1. O nível de produção é resultante da integração social
2. O comportamento dos indivíduos é social, apoia-se no grupo
3. Ênfase nos aspetos sociais
4. A organização/grupo informal é, frequentemente, determinante uma vez que afeta o grupo formal (a
solidariedade do grupo informal determinou o ritmo de trabalho do operário e a sua colaboração na
organização)
5. Cada indivíduo é influenciado pelas relações que tem com os outros e influencia-os com sua ação
6. O conteúdo e natureza do cargo têm muita influência sobre o aspeto moral do trabalhador
7. Existem recompensas e sanções sociais
8. Conceção do – “homem social”, associada à motivação humana e à liderança