Trabalho Final - Heterotopia em Michel Foucault
Trabalho Final - Heterotopia em Michel Foucault
Trabalho Final - Heterotopia em Michel Foucault
INSTITUTO DE LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
Professores: Dr. Davi Pessoa, Dr. Bruno Deusdará e Dr. Décio Rocha
Disciplina: Estudos Discursivos
Aluna: Claudia Martins Coelho Leão
TRABALHO FINAL
A Genealogia das Relações de Poder
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo discutir a genealogia das relações de poder
segundo Michel Foucault (1926 – 1984), usando como base os textos “O que é
um dispositivo?” (Anamben, 2014) e “A vida dos homens infames.” (Foucault,
1992), observando como as forças de poder surgem e se organizam na
composição de acontecimentos. O desenvolvimento deste trabalho se deu a
partir da proposta vinculada à conclusão da disciplina de Estudos Discursivos
ministrada pelos professores doutores Bruno Deusdará, Davi Pessoa e Décio
Rocha, em que deveria ser realizado em relação a um dos três eixos que foram
estudados em sala. A genealogia se configurando como um método histórico
que possibilita uma leitura em torno das práticas de poder, tira o foco da origem
dos acontecimentos para dar ênfase ao entendimento das emergências deles e
foi o eixo escolhido para este trabalho por ser capaz de se relacionar à
pesquisa que está sendo desenvolvida pela autora no Programa de Pós-
Graduação em Letras da UERJ.
INTRODUÇÃO
Em 1945, George Orwell publica “A Revolução dos Bichos” como uma forma de
crítica do modelo econômico baseado no comunismo advindo da URSS. O livro
se tornou um clássico pela forma como aborda o tema e pelas surpresas que
ocorrem durante a narrativa. Curiosamente, conseguimos observar a mesma
concepção de poder que Foucault define em sua genealogia, mostrando como
os animais da fazenda vão tomando suas posições ao decorrer da história e as
relações de poder mudam na mesma proporção. Em princípio, todos eram
submissos ao humano dono da fazenda, que os obrigava a produzir alimento e
serviço para seu bem-estar, sem se importar com as condições nas quais os
bichos viviam. Após uma revolução, os animais tomam conta do espaço e os
porcos, encabeçando a revolta, passam a considerar que eles têm mais
inteligência que os demais, impondo-lhes regras. Alguns ainda mantém o poder
enquanto se lembram quais eram as regras benéficas para todos, mas aos
poucos estas vão sendo transgredidas/esquecidas e punições públicas
acontecem como forma de controle.
Orwell (2009) nos elucida novamente com uma questão de vigilância extrema
ao escrever “1984”, o clássico que apresentou o Grande Irmão a todos e
mostrou como Winston vive em uma sociedade que é vigiada por um líder
durante todo o tempo. Dentre as questões trazidas pela história, há um trecho
instigante da visão do autor sobre o poder, quando somos conscientizados de
que:
Como vemos em “A Vida dos Homens Infames”, relatos que não deveriam
registrar na história, preservados para consultas futuras, históricos de pessoas
que foram ditas sob o olhar de outra, que era a detentora do poder naquela
situação. Nessa imagem, acabam sendo reafirmados estes ditos e arquivados
como única verdade possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
____. A vida dos homens infames. In: O que é um autor? Lisboa: Passagens.
1992. p. 89-128.
____. O que é um autor? In: Ditos e escritos, v. 3. Trad. Inês Autran Dourado
Barbosa. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2009.
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.