Jornal Psicologia
Jornal Psicologia
Jornal Psicologia
br
Jor nal
do Conselho Regional de
Psicologia do Rio de Janeiro
ANO 8 N 37 O U T U B R O /N O V E M B R O /D E Z E M B R O 2 0 1 4
Stock.XCHNG
Stock.XCHNG
8 Mostra Regional de
Stock.XCHNG
Psicologia e Laicidade
Laicidade na prtica da Psicologia, como Prticas em Psicologia
cincia e profisso, uma discusso que vem
ganhando cada vez mais espao em nossa Evento rene cerca de mil participantes nos dias
sociedade. Afinal, o que a Psicologia tem a ver 27, 28 e 29 de agosto na UERJ. A programao
com isso? (Pg. 4 e 5) contou com apresentaes de trabalhos,
atividades culturais, lanamentos de livros e
mesas de debates. (Pg. 10 e 11)
Editorial Expediente
Conselho Regional de Psicologia
Amolando facas do Rio de Janeiro CRP-RJ
R. Delgado de Carvalho, 53 Tijuca CEP: 20260-280
O escritor cubano Leonardo Padura Fuentes, em um de seus romances policiais, coloca o investigador Tel./Fax: (21) 2139-5400 | E-mail: [email protected]
Mrio Conde, neste momento ainda nos quadros policiais posteriormente, sairia e se tornaria cole- www.crprj.org.br
cionador de livros e investigador eventual diante do assassinato de um homossexual. Na investigao, Diretoria Executiva:
Conde fala com um amigo do assassinado, tambm homossexual, artista e autor teatral, perseguido Jos Novaes (CRP 05/980), Presidente
Marilia Alvares Lessa (CRP 05/1773), Vice-presidente
e impedido de trabalhar pelo regime, e pergunta: Voc odeia os policiais?.
Alexandre Trzan vila (CRP 05/35809), Tesoureiro
A resposta: No, meu filho, no. Vocs no so os piores... [Vocs] so socialmente imprescindveis, Rodrigo Acioli Moura (CRP 05/33761), Secretrio
tristemente imprescindveis... Os desgraados so os outros: os policiais por conta prpria, os comiss- Conselheiros Efetivos:
rios voluntrios, os perseguidores espontneos, os delatores sem soldo, os juzes por hobby, todos esses gnes Cristina da Silva Pala (CRP 05/ 32409)
que se creem donos da vida, do destino e at da pureza moral, cultural e mesmo da histria de um pas. Claudia Simes Carvalho (CRP 05/30182)
Janana SantAnna Barros da Silva (CRP 05/17875)
O professor da UFF e psiclogo Luiz Antnio Baptista os chama, de modo preciso e contundente, de Janne Calhau Mouro (CRP 05/1608)
amoladores de faca: eles preparam a eficincia da arma penetrante, que ser acionada por outros; Juraci Brito da Silva (CRP 05/28409)
e, se que podemos estabelecer gradaes nestes casos, so to ou mais responsveis que o assassino Marcia Ferreira Amendola (CRP 05/24729)
que enfia a faca. Maria da Conceio Nascimento (CRP 05/26929)
Maria Helena do Rego Monteiro de Abreu (CRP 05/24180)
Atualmente, em nosso pas, os amoladores de facas esto indceis e ativssimos, pregando e estimu- Maurlio Machado Marchi (CRP 05/ 7592)
lando, por ao ou omisso, os preconceitos, a intolerncia e o dio, utilizando e acobertando-se com Neide Regina Sampaio Ruffeil (CRP 05/ 26238)
fanatismos, fundamentalismos microfascismos , muitos deles em situao de poder nas instncias Priscilla Gomes Bastos (CRP 05/ 33804)
executivas, legislativas e judicirias. Trs episdios recentes mostram o clima de medo e insegurana Conselheiros Suplentes:
criado por uma eficiente produo de subjetividade, veiculada e sustentada pelos meios de comuni- Alexandre Nabor Mathias Frana (CRP 05/32345)
cao de massa, com efeitos danosos e trgicos na vida cotidiana do pas. Andr Souza Martins (CRP 05/33917)
Andris Cardoso Tiburcio (CRP 05/17427)
No incio de 2014, um adolescente subjugado, maltratado e amarrado, nu, a um poste, em um bairro Denise da Silva Gomes (CRP 05/ 41189)
da Zona Sul do Rio de Janeiro, por uma dita milcia que se formara para proteger os cidados, sob o Ftima dos Santos Siqueira Pessanha (CRP 05/9138)
argumento de que o rapaz era um ladro contumaz e as autoridades nada faziam para impedir suas Jos Henrique Lobato Vianna (CRP 05/ 18767)
aes. A pretensa milcia informa que continuar a agir deste modo, e sua ao aplaudida e incen- Juliana Gomes da Silva (CRP 05/41667)
tivada por moradores do bairro, oportunamente entrevistados, e diversas autoridades. Luciana Affonso Gonalves (CRP 05/ 12614)
Patrick Sampaio Braga Alonso (CRP 05/ 32004)
Em abril, uma mulher de 37 anos linchada e morre em Guaruj, SP, por ser confundida com outra Simone Garcia da Silva (CRP 05/ 40084)
pessoa, que pretensamente sequestraria crianas para us-las em rituais diablicos de magia negra. Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6065)
Viviane Siqueira Martins (CRP 05/ 32170)
Como exemplo final (dentre os inmeros que se poderiam citar) destas situaes de extrema vileza,
que geralmente se voltam contra as camadas e setores mais humilhados e desprotegidos os pobres, Comisso Editorial:
Alexandre Trzan vila (CRP 05/35809)
as classes perigosas de nossa populao: um juiz federal do Rio de Janeiro despachou uma ao
Janana SantAnna Barros da Silva (CRP 05/17875)
negando o pedido do Ministrio Pblico Federal para a retirada de vdeos do Youtube que denigrem Janne Calhau Mouro (CRP 05/1608)
e deslegitimam as prticas religiosas afro-brasileiras, como a umbanda e o candombl. O juiz, em seu Jos Novaes (CRP 05/980)
despacho, argumentou que essas prticas no so religies; com isso, amolou a faca dos que negam, Priscilla Gomes Bastos (CRP 05/ 33804)
perseguem, discriminam, excluem e agem violentamente contra essas religies e seus seguidores. Rosilene Souza Gomes (CRP 05/10564)
A Psicologia e as (os) psiclogas (os) no Brasil vm, desde a dcada de 1990, quando os espaos ins- Redao, edio e fotos
titucionais dos Conselhos de Psicologia conheceram os movimentos de abertura e democratizao, Felipe Simes - MTb 31728/RJ
Gizele Martins - MTb 33646/RJ
construindo uma pauta baseada na tica e na defesa dos Direitos Humanos. uma pauta de luta Caroline Justo (estagiria)
contra a intolerncia, o preconceito, a discriminao, a excluso e a violncia, simblica ou material,
que se voltam principalmente contra determinados grupos e camadas sociais: os pobres, os pretos, Projeto Grfico e Diagramao
as orientaes sexuais divergentes de uma pretensa norma homossexuais, lsbicas, transexuais, Julia Lugon
bissexuais, travestis e etc. As Resolues do CFP 001/1999 e 018/2002, que combatem a intolerncia Os conceitos emitidos nos artigos assinados so de
s orientaes sexuais desviantes da norma e o racismo, respectivamente, so exemplos dessa pauta. responsabilidade dos autores, no refletindo neces-
sariamente a opinio do CRP-RJ.
Recentemente, um novo tema comeou a ser discutido em nossos espaos: a laicidade do Estado
brasileiro. uma discusso que vem em boa hora, j que boa parte desses ataques s liberdades e aos O Jornal do CRP-RJ uma publicao do Conselho
Direitos Humanos das amplas parcelas da populao brasileira acima referidas surgem das pessoas, Regional de Psicologia do Rio de Janeiro.
grupos, movimentos e instituies que no respeitam este princpio constitucional bsico. dever Contato: [email protected]
do Sistema Conselhos de Psicologia manter e ampliar essa pauta.
esporte
A Psicologia no Esporte e
Stock.XCHNG
o Esporte na Psicologia
tambm para trabalhar a qualidade de vida e pro- todo uma prtica psicolgica adequada e comprometi-
moo de Sade, no apenas para os atletas como da com a tica e o respeito aos usurios desses servios.
tambm para todos os demais atores envolvidos no
Da a aproximao do CRP-RJ com as discusses
contexto do Esporte.
polticas e lutas de movimentos sociais. No Espor-
importante destacar que o esporte de alto-rendi- te, como j noticiado em diversas mdias, tambm
mento deixou, h muito tempo, de ser um sinnimo acontecem discriminaes contra raas, gneros,
de sade e bem-estar. Uma prova disso a nossa sexualidade, religiosidade, deficincias e classes
frequente participao em discusses sobre: 1) As sociais. E, com a chegada dos grandes eventos espor-
consequncias biolgicas, psquicas e sociais daqueles tivos em nossa cidade, algumas aes, inadequadas
que vivem nesse meio e 2) As violaes de princpios e violadoras de leis e direitos, vm acontecendo
(Direitos Humanos) e estatutos legais (Estatuto da deliberadamente em nome destes.
Criana e do Adolescente ECA) em competies e
Assim, cabe tambm ao CRP-RJ participar dessas
treinamentos desportivos.
discusses e lutas para garantir a essas populaes
Alm de sua atuao buscando o alto-rendimento, a os seus direitos e, aos psiclogos que atuam juntos a
atuao do psiclogo tambm acontece no lazer, na elas, as devidas orientaes para que possam exercer
reabilitao, no mbito escolar, nos projetos sociais suas atividades profissionais com tranquilidade e
e na iniciao esportiva, visto que o Esporte e as segurana, em obedincia s normas tcnicas e aos
atividades fsicas tambm podem funcionar como princpios ticos da profisso.
Por Rodrigo Acioli Moura* ferramentas junto Psicologia, podendo, assim,
ajudar no desenvolvimento intelectual, social e da Experincias durante a Copa do
Aps o trmino da Copa do Mundo de Futebol, sade. Mundo de Futebol
realizada no Brasil entre os dias 12 de junho e 13 de Atuando nesta rea, alguns colegas tm escutado Durante a ltima edio da Copa do Mundo, muito
julho deste ano e faltando apenas dois anos para queixas de instituies e profissionais de reas afins se falou e reclamou a respeito da participao da
os Jogos Olmpicos de Vero na cidade do Rio de no que diz respeito atuao de psiclogos, sendo Seleo Brasileira no campeonato, e tambm muito
Janeiro (Rio 2016) , alguns profissionais da Psico- algumas pertinentes e outras no. As no pertinentes se discutiu e criticou sobre o trabalho psicolgico
logia e de outras reas que atuam no Esporte ainda ocorrem em funo de ideias equivocadas e da falta realizado junto aos jogadores, os quais estariam sob
desconhecem como deveria funcionar a relao dos de conhecimento a respeito da prtica da Psicolo- forte presso por disputar a competio em seu pr-
psiclogos nessa rea para alm de uma abordagem gia nesse campo; as pertinentes so relacionadas a prio pas. A respeito desse trabalho, muitas crticas e
que privilegie apenas os aspectos puramente compe- resultados negativos e atitudes antiticas por parte exigncias foram feitas e, a partir disso, percebeu-se
titivos e de alto rendimento. de alguns profissionais. um reconhecimento desse trabalho e a confirmao
Nos ltimos anos, atravs de encontros e reunies sobre sua importncia, as expectativas que gerava e
Por isso, temos grandes desafios para enfrentar nesse
para agregar, informar e orientar os profissionais psi- o desconhecimento ainda existente sobre ele.
momento: (1) Melhorar a imagem dos psiclogos no
clogos que atuam nesse campo, o Conselho Regional meio esportivo; (2) Promover a prtica profissional Com a ideia de agregar, informar e orientar os psi-
de Psicologia do Rio de Janeiro fez um levantamento neste meio; (3) Congregar os profissionais que j clogos e tambm aproximar os estudantes e demais
das prticas e demandas, alm de promover debates e atuam nesse campo; e (4) Apresentar sociedade a profissionais interessados nessa temtica, o CRP-RJ
seminrios para psiclogos, estudantes e profissionais prtica esportiva como importante ferramenta para o passa a organizar encontros peridicos no auditrio
de reas afins para fomentar a prtica da Psicologia desenvolvimento social, cognitivo e da Sade Mental. de sua sede e em suas subsedes.
junto ao Esporte.
Movimentos Sociais e Polticas No dia 6 de agosto, aconteceu, na sede do CRP-RJ, o
No esporte de alto-rendimento, a Psicologia geral- Dialogando com o CRP-RJ Psicologia no Esporte:
mente procurada para ser mais uma ferramenta Pblicas contribuies e desafios (veja mais na pgina 23). O
em prol do desenvolvimento e desempenho do atleta, Como o Cdigo de tica Profissional do Psiclogo vdeo completo do evento est disponvel em nosso
visando a um melhor resultado em competies. Mas, baseado nos princpios dos Direitos Humanos, cabe a canal do Youtube pelo link: https://www.youtube.
ultimamente, a Psicologia passou a ser procurada este Conselho Regional garantir sociedade como um com/watch?v=oV98V8cnibU.
1
Rodrigo Acioli Moura (CRP 05/33761) psiclogo clnico, conselheiro-secretrio do CRP-RJ e membro da Associao Brasileira de Psicologia do Esporte ABRAPESP.
* Jos Henrique Lobato Vianna (CRP 05/18767) psiclogo clnico, conselheiro do CRP-RJ, mestre em Memria Social pela UNIRIO e doutor em Psicologia Social pela UERJ. Foi membro da Comisso
Gestora do CRP-RJ entre 2003 e 2004 e conselheiro durante o XI (2004-2007) e XII (2007-2010) Plenrios do CRP-RJ.
Implementado no municpio do Rio de Ja- Ter unidades de sade de referncia para as escolas; logia nas aes de promoo da sade no contexto
neiro h sete anos, o PSE obteve importan- escolar?, Como garantir a intersetorialidade como
Compor o Grupo de Trabalho Intersetorial que
tes avanos, mas a promoo da sade nas estratgia geradora de redes nessa ao? e Como
elaborar o projeto e acompanhar a implantao e
escolas ainda enfrenta grandes desafios fazer a rede funcionar como um dispositivo com
o desenvolvimento do PSE;
capacidade de gerar mais efeitos de diferenciao e
Elaborar o projeto de maneira conjunta entre a menos efeitos de medicalizao e patologizao?.
Institudo pelo Decreto Presidencial n 6.286, de 5
Secretaria da Sade e da Educao;
de dezembro de 2007, o Programa Sade na Escola Conversamos com Dilma Cupti, que integra a Coor-
(PSE) constitui uma estratgia de articulao perma- Incluir a sade no projeto poltico-pedaggico da denao de Sade da Escola da Secretaria Municipal
nente entre polticas pblicas do campo da Sade e rede pblica; de Sade da Prefeitura do Rio de Janeiro, para saber
da Educao a partir de uma srie de aes voltadas como o programa vem sendo desenvolvido na cidade
Alimentar as informaes necessrias ao acompa-
promoo de sade nas escolas e baseadas no trip do Rio de Janeiro. Confira abaixo a entrevista.
nhamento dos indicadores nacionais propostos.
sade, educao e desenvolvimento social.
s vsperas de completar sete anos, cabe avaliar essa Fale um pouco, por favor, sobre o PSE e de como
O PSE conta com a atuao de equipes multiprofis- o programa funciona no municpio do Rio de
poltica pblica nos municpios que aderiram. Uma
sionais compostas por psiclogos, assistentes sociais, Janeiro.
das aes realizadas pela Comisso de Psicologia e Edu-
cirurgies-dentistas, enfermeiros, mdicos, nutricio-
cao do CRP-RJ (veja mais no box da pgina 7), que Dilma: O PSE funciona da seguinte forma: o munic-
nistas e fonoaudilogos.
vem se reunindo periodicamente na sede do Conselho, pio faz a adeso ao programa atravs de um sistema
Embora seja uma poltica nacional, o desenvolvi- foi a retomada da reflexo sobre o PSE, intensamente de informao do governo federal. Nesse sistema, o
mento e a implantao do PSE devem acontecer em debatido pelo CRP-RJ no momento de sua criao. municpio correlaciona as unidades de sade com
mbito municipal, cabendo a cada prefeitura buscar as escolas de referncia do seu territrio, assumindo
a adeso ao programa de acordo com os requisitos Naquela poca, os principais questionamentos das
o compromisso de realizar as aes pactuadas no
estabelecidos em lei, tais como: (os) psiclogas (os) eram: Qual o papel da Psico-
Decreto Presidencial n 6.286.
*Janne Calhau Mouro (CRP 05/1608) psicloga e presidente da Comisso Regional de Direitos Humanos (CRDH) do CRP-RJ. | Demais componentes da CRDH: Luciana Affonso Guimares
(CRP 05/12614), Helena do Rego Monteiro de Abreu (CRP 05/24180), Silvia Helena Calmon Bemfica (CRP 05/8795), Julia Horta Nasser (CRP 05/33796), Janana SantAnna Barros da Silva (CRP
05/17875) e Neide Regina Sampaio Ruffeil (CRP 05/26238). | Integrando a CRDH e o GT Integrado Psicologia e Relaes tnico-Raciais, Diversidade Sexual e Identidades de Gnero: Maria da Con-
ceio Nascimento (CRP 05/26929); Priscila Gomes Bastos (CRP 05/33804), Alexandre Nabor Mathias Frana (CRP 05/32345), Andris Cardoso Tibrcio (CRP 05/ 17427), Maiara Fafini Severiano
(CRP 05/43721) e Rui Massato Harayama (Antroplogo/Cientista Social).
Entrevista: Racismo
Institucional e Psicologia
escola, independente da cor, religio ou origem racial Conceio: preciso, primeiramente, se apropriar
ou tnica. Entretanto, na populao negra que se desse conceito e, a partir da, tornar o racismo vis-
verificam os maiores ndices de reprovao e evaso vel nas instituies e na sociedade para combat-lo,
escolar. No se d ateno a esse detalhe, posto que alm de polticas pblicas que realmente deem conta
comumente se afirma que a escola atende a todos das especificidades das populaes atingidas pelo
igualmente. Ento, por que esses ndices se mantm? O Racismo Institucional.
Racismo Institucional se constata exatamente a, quan- Qual tem sido a atuao do CRP-RJ nessa discus-
do no se coloca em anlise o j estabelecido e quando so e qual a sua importncia?
os prestadores de servio adotam comportamentos
discriminatrios decorrentes da falta de ateno, da Conceio: O CRP-RJ participa ativamente do Grupo
ignorncia, do preconceito ou de esteretipos racistas. de Trabalho Nacional para evidenciar a Resoluo
CFP n 018/2002 e tem norteado sua ao a partir
Diante dessa problemtica, seria possvel apontar do compromisso com a defesa dos Direitos Huma-
a raiz do Racismo Institucional no Brasil? nos: essa uma posio tica e poltica em face da
Conceio: interessante ter em mente que no se trata construo e consolidao de uma sociedade que
de um novo tipo ou nova forma de racismo. O Racismo seja de fato democrtica. Deve-se considerar que h
Institucional sempre coloca pessoas pertencentes a bem pouco tempo o Estado brasileiro reconheceu ser
grupos raciais ou tnicos discriminados em desvan- o racismo um dos determinantes das desigualdades
Tania Rego/ Agncia Brasil
tagem quanto ao acesso a bens e servios gerados pelo sociais, e apenas no sculo XXI esse debate de fato
Estado e/ou por demais instituies e organizaes. At comea a ganhar corpo na sociedade, surgindo, ento,
entrevista com a conselheira do CRP-RJ polticas pblicas voltadas populao negra. Penso
pouco tempo, se explicava a permanncia da popula-
Maria da Conceio Nascimento que cabe Psicologia e aos psis buscar cada vez mais
o negra nos nveis mais baixos da pirmide social
comprometerem-se com o tema das relaes raciais e
como herana da escravido; hoje, entendemos que
contribuir para que tenhamos uma sociedade na qual
Racismo Institucional caracteriza-se pelo fracasso isso ocorre porque existem normas e prticas institu-
a diversidade humana seja entendida como riqueza.
das instituies e organizaes em prover um servio cionais que perpetuam as desigualdades.
profissional adequado s pessoas em virtude de sua A entrevista na ntegra est disponvel em nosso
cor, cultura, origem racial ou tnica. Constata-se
O que preciso para que haja um progresso de
site pelo link: <http://www.crprj.org.br/noti-
que as polticas pblicas, e as redes de servios delas fato no combate ao Racismo Institucional?
cias/2014/050514.html>
derivadas, no chegam da mesma forma para todos
os grupos sociais, notadamente algumas populaes
especficas (negros, indgenas e populaes tradicio- II PSINEP rene mais de 100 rodas de conversa e apresentaes de trabalhos.
nais, por exemplo). Ao todo, foram mais de 40 trabalhos apresenta-
psiclogas(os) em Recife (PE) dos nos formatos de comunicao oral, oficinas e
Nos ltimos anos, esse tema tem sido uma importante
pauta da Psicologia brasileira, e, para falar um pouco A Articulao Nacional de Psiclogas(os) minicursos. Foram promovidas, ainda, atividades
mais a respeito, conversamos com a psicloga Maria Negras(os) e Pesquisadoras(es) (ANPSINEP) culturais, dentre as quais a exibio do filme Afro-
da Conceio Nascimento (CRP 05/26929), conselhei- promoveu, entre 1 e 3 de maio, em Recife (PE), o Cariocas: passado, presente e futuro, do angolano
ra do CRP-RJ, coordenadora do Grupo de Trabalho II PSINEP - Encontro Nacional de Psiclogas(os) Aristteles Kandimba.
Integrado Psicologia e Relaes tnico-Raciais, Diver- Negras(os) e Pesquisadoras(es).
Representando o estado do Rio, participaram do
sidade Sexual e Identidades de Gnero da Comisso Reunindo mais de 100 participantes, o evento teve evento seis psiclogas (os), trs delas pelo CRP-RJ:
Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ e represen- como tema 12 anos de uma Resoluo invisvel, as conselheiras Maria da Conceio Nascimento
tante do CRP-RJ na ANPSINEP - Articulao Nacional em referncia Resoluo CFP n 018/2002, que (CRP 05/26929) e Andris Cardoso Tibrcio (CRP
de Psiclogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es). estabelece normas de atuao das (os) profis- 05/17427) e a colaboradora Carina Augusto da
O que se pode dizer sobre Racismo Institucional sionais de Psicologia em relao ao preconceito Cruz (CRP 05/37581).
no Brasil? e discriminao raciais, mas permanece ainda
A cobertura completa do evento est disponvel
Conceio: Vou citar um exemplo para ajudar no en- pouco conhecida entre as(os) psiclogas(os).
em nosso site pelo link: <http://www.crprj.org.
tendimento desse conceito: pela Constituio, todas A programao contou com mesas-redondas, br/noticias/2014/050914.html>.
as crianas tm acesso e permanncia garantidos na
8 Mostra
rene mil
participantes
em trs dias
de evento
foram cerca de mil participantes, mais
de 200 trabalhos apresentados, mesas
de debates, lanamentos de livros e
apresentao cultural.
CRP-RJ lana quatro livros arquivo crp-rj Alm disso, o livro apresenta um rico panorama
sobre as atividades da Comisso de Orientao e
durante 8 Mostra tica (COE) do CRP-RJ na conduo de proces-
Durante a 8 Mostra, houve o lanamento de sos envolvendo denncias contra psiclogas (os).
cinco publicaes organizadas e editadas pelo
CRP-RJ, todas elas distribudas gratuitamente Livro Falado
entre os participantes interessados. Foram Elaborado de modo inovador a partir de frag-
lanados os Cadernos do II, III e V Prmio mentos de falas dos diversos atores do Sistema
Margarete de Paiva Simes Ferreira, compilando Prisional como psiclogos, assistentes sociais,
os trabalhos vencedores do Prmio em 2009, psiquiatras, juzes, defensores pblicos e direto-
2010 e 2012. Alm deles, foram lanados res e egressos de unidades prisionais , o livro
Fragmentos de discursos (no to amorosos)
uma obra coletiva sobre o Exame Criminolgico.
sobre o Exame Criminolgico: um livro falado
e tica e Psicologia: Reflexes do CRP-RJ. Veja O objetivo da publicao instigar uma re-
abaixo mais informaes sobre essas publicaes. Livros lanados pelo CRP-RJ na 8 Mostra flexo e um incmodo a respeito das diver-
sas tenses e contradies tcnicas, institu-
tica e Psicologia
cionais e ticas que envolvem a controversa
O livro foi concebido com a proposta e o desafio de provocar uma refle- prtica do Exame Criminolgico nas unidades prisionais brasileiras.
xo sobre a tica, para alm do conjunto de princpios presentes no Cdigo
de tica, como uma prtica transversal que permeia toda e qualquer atuao Essas publicaes esto disponveis tambm para download gratuito na
na Psicologia e como um dispositivo de interveno poltica na garantia dos seo Publicaes de nosso site: http://www.crprj.org.br/publicacoes
Direitos Humanos. Boa leitura!
A Psicologia Clnica no se restringe ao O Conselho Federal de Psicologia estima que pelo uma prtica psicoterpica dual (psiclogo/paciente),
espao do consultrio particular: ela menos 70% das (os) psiclogas (os) inscritas (os) e preciso refletir sobre essa atuao de forma am-
uma prtica desafiadora que instiga ativas (os) em todo o pas atuem nessa rea. Muitos pliada e crtica, tendo sempre em conta a dimenso
o profissional a pensar criticamente as so os fatores que nos ajudam a compreender esse tico-poltica que permeia esse fazer.
implicaes polticas da sua interven- quadro. Entre outros, a nfase da maioria dos cur- Aliado a isso, diversas e intensas foram as mudanas
o no sujeito. sos de graduao neste fazer clnico tradicional em polticas, econmicas e culturais experimentadas pela
detrimento dos demais campos da Psicologia; a pre- sociedade brasileira nas ltimas dcadas e, consequen-
Se algum entrar na sala de uma turma de graduao carizao do mundo do trabalho, que impele muitas temente, vrios foram os atravessamentos nas prticas
do 1 ou 2 perodo de Psicologia, seja numa institui- (os) psiclogas (os) para atuao em consultrio psicolgicas em todos os seus mbitos de atuao.
o pblica ou privada, e perguntar aos estudantes privado, como profissionais autnomos, afianando
esta prtica clnica tradicionalista. Pensar como essa nova realidade social afeta as pessoas
qual rea da profisso desejam seguir, certamente a
imperativo para que se problematize tico-politica-
resposta da maioria ser a Psicologia Clnica. Em- Alm disso, notrio que a viso hegemnica da mente a prtica da Psicologia. No caso da prtica de
bora esse quadro tenda a se alterar j que depois Psicologia em nosso pas ainda gire em torno desta um tipo de Psicologia Clnica, ainda hoje hegemnica,
de graduadas (os) muitas (os) dessas (es) novas (os) clnica clssica, apresentada de modo reducionista, fundamental romper com alguns paradigmas exis-
psiclogas (os) passam a atuar em servios pblicos ignorando a complexidade de sua atuao, a diversi- tentes que remetem ao prprio emergir desse saber.
ou privados em diversas reas o fato que a viso de dade das prticas scio-institucionais possveis para
uma clnica tradicional, que ainda separa Psicologia esse campo e seus atravessamentos polticos. A figura do louco e a Psicologia
e poltica, continua predominante para uma signifi-
Nesse sentido, embora esta clnica tradicional ainda Ao longo do sculo XIX, com o intenso processo
cativa parcela das (os) profissionais brasileiras (os).
seja exercida por muitos como um espao privado de de industrializao, aprimoramento tecnolgico
Psicoterapia on-line: uma nova possibilidade comunicao (chat, Skype, e-mail) me traz dificuldade em perceber algumas
expresses e o aspecto emocional contido em algumas frases e colocaes e
para a Psicologia Clnica? isto na clnica muito importante, destaca.
Com o aprimoramento galopante e voraz das diversas tecnologias de comu-
nicao, a psicoterapia on-line vem tornando-se uma prtica cada vez mais O aspecto da confidencialidade o maior complicador, acrescenta. Numa
comum pelo mundo. Embora no seja reconhecida em alguns pases (como sesso por escrito, como saber se o paciente est sozinho do outro lado?
no Brasil), nos EUA, Canad e Inglaterra, por exemplo, a psicoterapia on- Como saber se uma terceira pessoa est acessando o registro da conversa no
line regulamentada e vem atraindo a ateno de profissionais, estudiosos e computador do paciente?.
pacientes h mais de uma dcada. O Sistema Conselhos de Psicologia vem acompanhando de perto os desdobra-
Em nosso pas, contudo, essa prtica tem causado grande controvrsia nos mentos desse debate. Em 2012, o CFP instituiu a Resoluo n 011/2012, re-
debates acadmicos e entre as (os) profissionais. gulamentando os servios psicolgicos realizados
Seus defensores argumentam que esse atendimen- Stock.XCHNG por meios de comunicao distncia. Apesar de a
to barateia os custos da consulta, j que dispensa a normativa estabelecer que o atendimento on-line
infraestrutura de um consultrio, e citam tambm deva ser realizado apenas em carter experimen-
a flexibilidade de horrios e a possibilidade de tal, ela permite um mximo de 20 orientaes
manter o processo teraputico distncia, caso o psicolgicas on-line, desde que sejam de carter
paciente necessite viajar ou mudar de endereo. pontual, informativo e no firam o Cdigo de
tica. A resoluo prev ainda a possibilidade
Em contrapartida, muitos sustentam que so inci- de atendimento on-line eventual a pacientes que
pientes os estudos que atestam a validade cientfica estejam momentaneamente impossibilitados de
para que a psicoterapia on-line possa ser oferecida comparecer consulta presencial.
como um servio. Alm disso, argumentam que tal
prtica suscita importantes questes ticas, como Apesar de considerar a iniciativa do CFP de
a segurana e o sigilo dos dados transmitidos du- grande importncia, Mrcia tece algumas crticas
rante o atendimento, o que requer investimentos resoluo. Cada abordagem lida com a psico-
em tecnologia da informao. terapia de uma maneira diferente e isso dificulta
criar uma unidade na definio do processo psico-
Mrcia Tassinari (CRP 05/1718), psicloga, espe- teraputico. Alm do mais, como diferenciar para
cialista em Psicologia Clnica e scia-fundadora o paciente que estou aconselhando, orientando
do Centro de Psicologia da Pessoa (CPP), afirma ou fazendo psicoterapia? E se minha orientao
que, embora a Psicologia no deva se fechar s assume um efeito teraputico na vida da pessoa?.
novas possibilidades, a psicoterapia on-line apresenta alguns desafios que
devem ser avaliados. Ainda carecemos de elementos consistentes para grandes afirmaes das
prticas psicolgicas mediadas pelo computador, adverte a psicloga. Pre-
No desconsidero a possibilidade de realizar um trabalho desta natureza nem cisamos ter a mente aberta para aprender com a modernidade tecnolgica e
o desqualifico. Entretanto, minha experincia pessoal no uso de ferramentas de o corao atento para separar entusiasmo juvenil da sabedoria tica.
Prticas Integrativas: uma controvrsia na Psicologia Atento a esse contexto, o CFP publicou, em 1997, duas importantes resolues:
a 010/97 e a 011/97. Embora no estabeleam o reconhecimento das Prticas
Novas prticas teraputicas, ainda em estgio inicial de estudos e validao
Integrativas, as normativas apontam, respectivamente, as diretrizes ticas para
cientfica, vm conquistando espao, provocando polmicos debates entre
profissionais e tericos na Psicologia brasileira h, pelo menos, duas dcadas. o seu uso como recurso teraputico e os caminhos para o desenvolvimento de
pesquisas e estudos cientficos na rea. Isso importante porque, ao oferecer
Embora algumas delas sejam hoje aceitas e os subsdios ticos e tcnicos para o desenvol-
regulamentadas por algumas reas da Sade, as vimento de estudos, as resolues incentivam
Prticas Integrativas (inicialmente chamadas e qualificam o debate sobre a regulamentao
de Alternativas e, mais tarde, Complementa- dessas prticas.
res) compreendem um conjunto de mtodos
e tcnicas teraputicas ainda no reconhecido Por outro lado, uma possvel regulamentao
pelo CFP como prticas psicolgicas. Algumas das Prticas Integrativas coloca a (o) psicloga
delas so: Reiki, Cromoterapia, Terapia Floral, (o) diante de uma nova demanda, elevando,
Aromaterapia, Reflexologia, Shiatsuterapia, com isso, a sua responsabilidade tica. Por
Grafologia, Numerologia, Tarologia, Quiro- isso, os estudos e pesquisas nessa rea devem
mancia, Terapia de Vidas Passadas, Cristalogia ser incentivados para contribuir para o reco-
e Iridologia. nhecimento acadmico dessas prticas e, num
terceiro momento, para sua aceitao como
Diante disso, muitos se questionam: Se algu- prtica profissional na Psicologia.
mas dessas prticas so regulamentadas por
outras profisses, o que dificulta o seu reconhe- gnes cita duas importantes prticas, hoje
cimento na Psicologia?. regulamentadas, como exemplos para a pa-
vimentao do um possvel caminho rumo
gnes Cristina da Silva Pala (CRP 05/32409), ao reconhecimento das Prticas Integrativas.
psicloga clnica e conselheira do CRP-RJ, A Hipnose (sem regresso a vidas passadas)
esclarece que as prprias mudanas na de- e a Acupuntura so dois exemplos de prticas
nominao dessas prticas evidenciam novos Stock.XCHNG que no eram reconhecidas pelo CFP at 2000
posicionamentos em relao sua importncia e 2002, respectivamente. Porm, atravs de
para as reas da Sade. pesquisas, produes acadmicas e articula-
Esta metamorfose alternativa-complementar-integrativa assinala uma es da categoria, elas se tornaram reconhecidas, ampliando o campo de
mudana de paradigma. O adjetivo alternativa apontava certa transgresso, trabalho clnico da Psicologia.
pois seria um tratamento alternativo ao convencional, ou seja, uma prtica Se interessou pela temtica? Acesse http://site.cfp.org.br e assista ao vdeo
secundria. J o termo complementar traz uma mudana radical: o alterna- do Seminrio Prticas Integrativas e Complementares e Racionalidades
tivo passa a ser reconhecido como parte de um tratamento; complemento Profissionais, realizado em 2010 pelo CFP.
da proposta teraputica. Com a integrativa, h a aposta de essas prticas
estarem integradas ao tratamento: no mais uma alternativa e nem um As Resolues 010/97 e a 011/97 esto disponveis para consulta e download
complemento, explica. em: www.crprj.org.br/legislao.
tica na contemporaneidade
Dessa forma, a regra est sempre presente, tal como
o Cdigo de tica Profissional, porm, caber ao
profissional psiclogo decidir o modo de conduzir-
e o papel do psiclogo
se, orientar-se em relao a ela, articulando limites
e possibilidades.
Assim, no suficiente o conhecimento e cumpri-
Stock.XCHNG mento da norma para a conduta ser considerada
tica; se assim o fosse, bastaria ensinar e cumprir o
que determina o Cdigo de tica Profissional. pre-
ciso que a prtica, atravessada que est pelos diversos
agenciamentos do sujeito, alm de comprometida
com esta e outras tantas normas, esteja implicada
com as demandas advindas do campo da produo de
subjetividade, ou seja, que a prtica psicolgica esteja
implicada no modo como o sujeito age e se relaciona
com o social, com a vida, a partir de uma escolha ou
deciso que tome em determinada situao. Sendo
a prtica do profissional psiclogo uma interveno
intencional que promove efeitos sobre o mundo,
sobre o social, ela tem carter tico-poltico.
* Marcia Ferreira Amendola (CRP 05/24729) psicloga, presidente da Comisso de Orientao e tica (COE) do CRP-RJ e doutora em Psicologia Social pela UERJ.
Sem receber recursos na Cmara, PL segue tado recurso, o texto seguir diretamente para a lho, um aumento da eficincia e da produtividade
diretamente para sano presidencial. Presidncia da Repblica. No dia 15 de outubro, o dessas(es) trabalhadoras(es), como se tem consta-
PL retornou CCJC para validao de sua redao tado em outros profissionais da Sade (como assis-
A carga horria mxima semanal de 30 horas para final. At o fechamento desta edio, o texto aguar- tentes sociais e fisioterapeutas) que j conquistaram
psiclogas(os) em todo o pas, como estabelece o Projeto dava somente a assinatura do presidente da Casa seu direito s 30h semanais.
de Lei n 3.338/2008, pode estar mais perto de virar para ser encaminhado para a presidente Dilma, que
realidade. Com a aprovao unnime do texto no dia 15 Alm disso, com a reduo da carga horria, a(o)
ter o prazo de 15 dias teis para sancionar o texto
de julho pela Comisso de Constituio, Justia e Cida- integralmente, com vetos parciais ou veto total. profissional ter mais tempo para se dedicar a cursos
dania da Cmara (CCJC), o PL aguardava, desde ento, de capacitao e formao continuada, aumentando
o prazo regimental de cinco sesses para ser encami- O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, a qualidade do servio prestado e beneficiando dire-
nhado para sano da presidente Dilma Rousseff. Nesse assim como todo o Sistema Conselhos, defende a tamente os usurios do sistema de sade, pblico ou
perodo, o PL no podia receber nenhum recurso. Caso importncia do PL 3.338/2008 no apenas para a(o) privado, em nosso pas.
contrrio, deveria ser aprovado primeiramente pelo ple- psicloga(o) como tambm para toda a sociedade.
Fique ligado em nosso site e mdias sociais para
nrio da Casa antes de seguir para sano presidencial. Isso porque no se trata de uma reivindicao em
acompanhar a tramitao do projeto de lei!
defesa apenas de melhor qualidade de vida para
No dia 14 de outubro, aconteceu a quinta e ltima a(o) profissional psicloga(o); trata-se tambm Participe voc tambm e ajude a fortalecer essa
sesso do prazo regimental. Como no foi apresen- de assegurar, com a reduo da jornada de traba- campanha nas mdias sociais: #psicologia30horas.
A obrigatoriedade do registro profissional na Psicologia para o exerccio da profisso, dever inscrever-se no Conselho Regional de
sua rea de ao.
A Comisso de Orientao e Fiscalizao (COF) do CRP-RJ vem esclarecer
s(aos) psiclogas(os) sobre a obrigatoriedade da inscrio profissional no Do mesmo modo, de acordo com o Art. 1 do Decreto n 79.822 de 1977, que
Conselho para o exerccio da Psicologia. regulamenta a Lei n. 5.766, o exerccio da profisso de Psiclogo, nas suas
diferentes categorias, em todo o territrio nacional, somente ser permitido
importante destacar que registro obrigatrio para todas(os) as(os) profis- ao portador de Carteira de Identidade Profissional expedida pelo Conselho
sionais no exerccio da Psicologia, independente do enquadramento funcio- Regional de Psicologia da respectiva jurisdio.
nal na organizao em que atua. Desse modo, mesmo que a(o) profissional
ocupe cargos como assistente tcnico ou analista de RH, ela(ele) deve estar Ficou com dvidas nessa e em outras questes? Ento, entre em contato
inscrita(o) no CRP-RJ. conosco!
Esses so apenas alguns exemplos, pois o que a(o) profissional precisa veri- A COF tem a funo de orientar a categoria e a sociedade sobre a legislao e
ficar o tipo de atividade realizada. Isso porque obrigatria a inscrio no temticas relativas prtica da(o) psicloga(o) no estado do Rio. Para tanto,
CRP-RJ para qualquer atividade tcnica onde a formao de psicloga(o) seja concedemos plantes de atendimento presencial (sede e subsedes do CRP-RJ)
necessria para o desempenho da funo. e telefnico (somente na sede) nos seguintes dias e horrios:
Alertamos tambm que, mesmo que a instituio na qual a(o) profissional Sede: Segundas, Quartas e Quintas, das 9h30min s 13h, e Teras, das
atue no exija a inscrio no Conselho, de responsabilidade da(o) psicloga 13h30min s 17h. Telefone: (21) 2139-5432.
(o) atentar para o tipo de trabalho que desempenha. Subsedes:
Assim, ao atuar sem o registro profissional no desenvolvimento de tarefas e Regio Serrana: Teras, das 10h s 17h.
tcnicas comuns a outras profisses que contemplem conhecimento, tem-
Regio Norte Fluminense: Quartas, das 14h s 17h30min.
ticas e objeto de trabalho da Psicologia, a(o) psicloga(o) estar exercendo
ilegalmente a profisso. Baixada Fluminense: Teras, das 13h30min s 17 h.
Conforme previsto no Art.10 da Lei n 5.766/1971, que cria o Conselho Fe- D sugestes de temas para a COF abordar na prxima edio do Jornal do
deral e os Conselhos Regionais de Psicologia, todo profissional de Psicologia, CRP-RJ. Envie e-mail para [email protected].
de um encaminhamento mdico prvio para que o 1998, j passou por diversas revises, a ltima delas Alexandre Trzan, conselheiro, o representante do
atendimento possa ser realizado. (RN n 338) publicada em 21 de outubro de 2013 e CRP-RJ nas discusses sobre Sade Suplementar
em vigor desde 2 de janeiro deste ano.
Para o psiclogo e conselheiro do CRP-RJ Alexandre
Trzan vila (CRP 05/35809), essa realidade configu- Entre as pautas de defesa e melhoria da Sade A Sade Suplementar no Brasil um campo de em-
ra o Ato Mdico na prtica e denuncia a dominao Pblica, consegui espao tambm para a discusso bate onde foras distintas buscam conciliar o bom
de um saber sobre os demais, representando um da Sade Suplementar por entender que ela afeta atendimento populao, a prtica tica e qualificada
retrocesso na Sade e nas diretrizes do SUS, que diretamente o trabalho de muitas (os) psiclogas dos profissionais de sade e os interesses inerentes
defende a interdisciplinaridade e a autonomia entre (os) e, principalmente, a sociedade. Portanto, a ao campo privado, como o lucro e a produtividade.
os saberes no campo da Sade. participao e mobilizao da categoria so funda- Nesse cenrio, o CRP-RJ se faz atuante como ator
mentais. Assim como ocorreu contra o Ato Mdico, que busca questionar o saber mdico como porta de
Aes do CRP-RJ na Sade agora necessrio somarmos esforos na defesa entrada para a psicoterapia, os valores muitas vezes
Suplementar inabalvel da autonomia da (o) psicloga (o) na aviltantes dos honorrios pagos s (aos) psiclogas
Entre 2004 e 2010, a Coordenadoria Tcnica (COTEC) Sade Suplementar, enfatiza. (os) e o nmero mximo de sesses anuais cobertos
do CRP-RJ se mobilizou em um estudo preliminar A Sade Suplementar, conclui o conselheiro do pelas operadoras.
para propor aes no campo da Sade Suplementar CRP-RJ, ainda se configura como um saber centrado
junto ANS, s operadoras de sade e categoria. na figura do mdico: hospitalocntrico, privatista, "A Sade Suplementar se
As principais aes foram: articulao com o Sindi- mercantilista e com foco na doena e reabilitao e configura como um saber
cato dos Psiclogos na realizao de reunies com no na promoo da sade e preveno de doenas.
diversas operadoras de planos de sade, nas quais
centrado na figura do mdico:
foi conquistada a reviso do valor dos honorrios e
Sobre Sade Suplementar hospitalocntrico, privatista,
Garantir o acesso gratuito e universal sade um
o fim da necessidade do encaminhamento mdico
dever constitucional do Estado brasileiro. Contudo,
mercantilista e com foco na
em uma grande operadora; e a defesa, no Congresso
Nacional de Psicologia (CNP), instncia mxima de a Constituio de 1988 determina, mesma medida, doena e reabilitao"
deliberao do Sistema Conselhos de Psicologia, da que a iniciativa privada tem liberdade para desen-
necessidade de articulao junto Agncia Nacional volver aes e servios no mbito da sade. A isso A Sade Suplementar, portanto, se mantm como
de Sade Suplementar (ANS) e s operadoras para a chamamos Sade Suplementar, uma realidade cada foco de acompanhamento e a atuao do CRP-RJ na
reviso da prpria lei que instituiu a Agncia, a fim de vez mais presente na sociedade brasileira atualmente busca pela melhoria das condies de trabalho da (o)
remover, da normativa, o termo mdico assistente e que engloba cerca de 50 milhes de beneficirios em psicloga (o), pela defesa dos interesses da sociedade
que torna obrigatrio o encaminhamento mdico todo o pas. No intuito de regulamentar e normatizar e pela implantao efetiva dos princpios do SUS e
para atendimento psicolgico. esse setor, o governo criou, em 2000, a ANS. da Reforma Psiquitrica, afirma Trzan.
Subsede Baixada
arquivo crp-rj
intensifica
debates e mobiliza
categoria para a
8 Mostra
At o ms de outubro desse ano, a Comisso Gestora Comisso Gestora da Baixada amplia atuao junto s universidades durante Semana de Psicologia
da Subsede do CRP-RJ na Baixada Fluminense havia
mobilizado psiclogas (os), estudantes de Psicologia, Em julho, promovemos mais um edio do Rodas Em novembro, realizaremos um seminrio em par-
profissionais parceiros e Faculdades de Psicologia em e Encontros com a temtica A Psicologia e suas ceria com o Centro de Direitos Humanos de Nova
torno de importantes debates para a regio. Alm Iguau com a temtica Violncia, trfico, explorao
prticas, mobilizando profissionais e estudantes da
disso, a Comisso Gestora tem apoiado encontros, na e abuso sexual contra crianas e adolescentes. Em
regio para apresentar trabalhos durante a 8 Mostra
subsede, entre a categoria, o Sindicato dos Psiclogos breve disponibilizaremos mais informaes.
Regional de Prticas em Psicologia, promovida pelo
e o Sindicato dos Assistentes Sociais.
CRP-RJ entre 27 e 29 de agosto na UERJ. A cobertura completa dos eventos supracitados est
Destacamos a realizao do 43 Cine Psi no dia 29 de disponvel no site do CRP-RJ. Acesse www.crprj.org.
Em agosto, participamos ativamente da Semana da
outubro em comemorao aos 20 anos da subsede e br/noticias e confira!
Psicologia nas Universidades Estcio de S/Nova
com a temtica Histria da Psicologia na Baixada. Comisso Gestora: Vanda Vasconcelos (CRP
Iguau, UNIGRANRIO/Caxias, SEFLU/Nilpolis,
Ressaltamos tambm outros Cine Psis: em abril, com 05/6065); Viviane Martins (CRP 05/32170); Denise
UNIABEU/Belford Roxo e UFRRJ/Seropdica.
a temtica A Psicologia no Esporte e as Polticas P- Malheiro (CRP 05/18051); Mnica Sampaio (CRP
blicas; em maio, com tema Integrando a luta do Dia Quanto ao trabalho desenvolvido pela Comisso de 05/44523); Jacqueline Soares (CRP 05/41408); Es-
Nacional de Enfrentamento e Combate Explorao Orientao e Fiscalizao (COF) na Baixada, con- tudantes: Rogria Thompson (UNIABEU); Edith
Sexual de Crianas e Adolescentes. clumos o primeiro mapeamento da Sade Mental, Andrade (Estcio de S); Flvia Senna (UNIABEU).
Merece destaque tambm a 14 Rodas e Encontros, a comear por Nova Iguau, e realizaremos em breve
Contato: (21) 2768-0007 / [email protected]
realizada em maro com o tema "Elaborao de do- um encontro com os profissionais e gestores da rede.
/ Facebook: Subsede Baixada CRP-RJ
cumentos: relatos, pareceres e sigilo profissional",
que contou com a participao do CRESS-RJ e de
psiclogas (os) e assistentes sociais em torno do fazer Censura Pblica Censura Pblica
multidisciplinar e intersetorial.
O Conselho Regional de Psicologia 5 Regio, O Conselho Regional de Psicologia 5 Regio,
arquivo crp-rj na forma do que dispe o pargrafo 2 do Arti- na forma do que dispe o pargrafo 2 do Artigo
go 69 do Cdigo de Processamento Disciplinar 69 do Cdigo de Processamento Disciplinar Re-
Resoluo CFP n. 006/2007, dando cumpri- soluo CFP n. 006/2007, dando cumprimento
mento deciso definitiva apurada no Processo deciso definitiva apurada no Processo Disciplinar
Disciplinar tico n 024/11, onde figura como tico n 011/07, onde figura como representante
representante a Sr. Elba da Rocha Machado, o Sr. Jurandy Lima, vm CENSURAR PUBLICA-
vem CENSURAR PUBLICAMENTE o Psiclogo MENTE a Psicloga MARIA DE LOURDES COS-
ARTUR PEREIRA DE OLIVEIRA, inscrio n. TA DE MORAIS, inscrio n. CRP 05/16296, pelo
CRP 05/34996, pelo descumprimento do Artigo descumprimento do Artigo 1 alnea a e Artigo
1 alnea c; Artigo 2 alnea g; Artigo 9 e 2 alneas j, o do Cdigo de tica Profissional
Artigo 10 do Cdigo de tica Profissional do do Psiclogo - Resoluo CFP n. 010/2005.
Psiclogo - Resoluo CFP n. 010/2005.
Rio de Janeiro, 03 de julho de 2014
Rio de Janeiro, 08 de outubro de 2014
Jos Novaes, Presidente do Conselho Regional de
Jos Novaes, Presidente do Conselho Regional de
Psicologia 5 Regio (Publicado no DOU em 11
Psicologia 5 Regio (Publicado no DOU em 8
Debate sobre laudos, pareceres e sigilo profissional de julho de 2014 / Seo 3)
une psiclogos e assistentes sociais
de outubro de 2014 / Seo 3)
*A Regio Serrana abrange os seguintes municpios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrpolis, Santa Maria Madalena, So Jos do Vale do Rio Preto, So
Sebastio do Alto, Sumidouro, Terespolis e Trajano de Moraes.
Receitas
veja os valores aprovados Receitas de Contribuies 6.822.019
As (os) psiclogas (os) presentes na Assembleia Oramentria, realizada no dia Receitas de Servios 88.723
25 de setembro na sede do CRP-RJ, aprovaram um reajuste de 6,33% nos valo- Receitas Financeiras 396.799
res da anuidade, das taxas e multas para o ano de 2015. Esse reajuste refere-se
variao do ndice Nacional de Preos ao Consumidor (INPC) acumulada entre Dvida Ativa 35.401
agosto de 2013 e julho desse ano.
Outras Receitas 39.279
O valor da anuidade para pessoa fsica ficou estabelecido em R$ 383,76 e para
pessoa jurdica em R$ 480,29. O vencimento da anuidade 31 de maro de Total das Receitas Brutas 7.382.221
2015. Entretanto, quem fizer o pagamento antecipado ter direito a desconto,
conforme tabela abaixo: Transferncias (-)