Manual de Odonto Hospitalar Ap
Manual de Odonto Hospitalar Ap
Manual de Odonto Hospitalar Ap
gbvc1
MACAPÁ-AP
2021
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR DO
ESTADO DO AMAPÁ
Odontologia Hospitalar (OH) pode ser compreendida pelo atendimento das alterações
bucais em pacientes hospitalizados por profissionais de saúde bucal habilitados e
comprometidos com o dever de assistir integralmente ao indivíduo. O cirurgião-
dentista inserido em equipes multidisciplinares e integrado ao hospital permite melhor
desempenho da Odontologia no compromisso de assistência à saúde plena do paciente
e amplia o entendimento de saúde bucal pela população. A participação do cirurgião-
dentista na área ambulatorial ou em unidades complexas tem o objetivo de oferecer e
agregar mais força ao que caracteriza a nova identidade das unidades hospitalares. O
objetivo deste manual é apresentar uma orientação quanto à importância de se
fornecer conceitos sobre o exercício da Odontologia Hospitalar, bem como valorizar os
profissionais do nosso Estado, aqui representados por uma Comissão solícita, íntegra e
especialmente competente. Agradeço imensamente a todos que contribuíram com este
manual e com o desenvolvimento da Odontologia do nosso Estado. A história da ciência
é a história do conhecimento. Que comecemos a história da Odontologia Hospitalar do
Estado do Amapá.
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
Venho por meio deste manual, como Habilitada em Odontologia Hospitalar pela
Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, juntamente com as coautoras,
trazer nosso objetivo principal, qual seja o de divulgar informações acerca do tema
Odontologia Hospitalar, desde seus conceitos basilares, legislações vigentes, manejo,
até as atualidades, sendo todos esses baseados à luz da evidência científica.
Nesse liame, possuindo profunda admiração pelo exercício da profissão dos cirurgiões
dentistas e tendo conhecimento da sua relevância para a promoção, prevenção e
recuperação, desde os pacientes de baixa à alta complexidade, é que esta comissão de
Odontologia Hospitalar do Amapá do CRO-AP vem mui respeitosamente reunir
documentos de suma importância, para compreender e sugerir a prática acerca da
odontologia hospitalar, que se espera ser exercida no nosso Estado.
No mais, o manual é uma síntese de descrições e orientações para guiar a melhoria e
amplificação de saberes reunidos ao exercício do cirurgião dentista inserido à equipe
multidisciplinar e justificar a presença deste, destacando a necessidade dos seus
cuidados aos pacientes que se encontram em unidades de terapia intensiva.
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
SUMÁRIO
Introdução 7
Justificativa da Odontologia Hospitalar no Amapá 8
Legislação vigente 10
Perfil do Cirurgião-Dentista em âmbito hospitalar 13
Campos de atuação da Odontologia Hospitalar 13
Capacidade técnica dos profissionais em Odontologia 14
Hospitalar
Atribuições do Cirurgião-Dentista na UTI 15
Atribuições da Equipe de Saúde Bucal na UTI 16
Observações Importantes 17
Monitorização 17
Área de atuação do Cirurgião-Dentista e a patologia 19
apresentada pelo paciente em regime hospitalar
Pacientes com necessidades especiais 19
Hematologia 20
Nefrologia 21
Urologia 22
Hepatologia 24
Período gestacional 25
Oncológicos 26
Diabéticos 28
Cuidados paliativos 29
Pacientes críticos cardíacos 32
Terapia intensiva 32
Cuidados Odontológicos e a COVID-19 34
Atendimento em Odontologia Hospitalar de pacientes 36
Em Uti: Internados em ventilação mecânica,
dependentes, disfágicos, déficit cognitivo com Covid-19
Considerações Finais 41
Referências 42
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
INTRODUÇÃO
7
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
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Artigo 4º - O número máximo de alunos por turma será de 30 (trinta) alunos, com, no
mínim o, um professor com título de mestre ou doutor.
Artigo 5º - São consideradas disciplinas básicas:
a) rotina hospitalar (gestão, bioética, biossegurança, prontuário, prescrição, rounds,
prática clínica, segurança do paciente, urgência e emergência);
b) propedêutica clínica (interpretação de exames, principais agravos, pacientes
sistemicamente comprometidos, interações medicamentosas);
c) BLS (Basic Life Support).
Artigo 6º - Ao final de cada curso deverá ser realizada uma avaliação teórica e
prática.
Artigo 7º - De posse do certificado, o profissional poderá requerer o seu registro no
Conselho Federal de Odontologia e inscrição no Conselho Regional de Odontologia, onde
possui inscrição principal.
Artigo 8º - Os certificados de cursos expedidos anteriormente a esta Resolução por
instituição de ensino superior ou entidade registrada no Conselho Federal de Odontologia ou
estrangeira, comprovada a idoneidade, dará direito à habilitação, desde que o curso atenda ao
disposto nesta Resolução e seja requerido o registro no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a
contar da publicação desta Resolução.
A Resolução CFO-163/2015 conceitua e define a Odontologia Hospitalar e sua
atuação.
O Art. 1º define Odontologia Hospitalar como uma área da Odontologia a qual atua
em pacientes que necessitem de atendimento em ambiente hospitalar, internados ou não, ou
em assistência domiciliar. Tem como objetivos a promoção da saúde, prevenção, diagnóstico
e tratamento de doenças orofaciais, de manifestações bucais de doenças sistêmicas ou de
consequências de seus respectivos tratamentos.
A promoção de saúde bucal em ambiente hospitalar tem como escopo a assistência
humanizada e integral do paciente durante o período de internação, além de proporcionar o
conhecimento e estímulo de hábitos saudáveis ao acompanhante e paciente.
A portaria SAES/MS nº 1399, de 17 de Dezembro de 2019, “redefine os critérios e
parâmetros referenciais para a habilitação de estabelecimentos de saúde na alta complexidade
em oncologia no âmbito do SUS”, para definir os critérios em habilitação na Atenção
Oncológica com pacientes que apresentam necessidade de atendimento odontológico, onde
haja credenciamento dos Centros de Alta complexidade em Oncologia (CACON e
UNACON), que buscam efetivar o acesso aos usuários que possuem diagnóstico com câncer
e garantir a assistência integral nos setores públicos de saúde.
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
Segundo a Resolução CFO- 162 e 163/2015, e mais atualizado o ato normativo desta
resolução CFO-204,de 21 de maio de 2019, em queconceituam e definem a atuação do
Cirurgião-Dentista devidamente habilitado em Odontologia Hospitalar, incluem como
campos de atuação os seguintes:
a) atuar em equipes multiprofissionais, interdisciplinares e transdisciplinares na
promoção da saúde baseada em evidências científicas, de cidadania, de ética e de
humanização;
b) ter competência e habilidade para prestar assistência odontológica aos pacientes
críticos;
c) ter competência e habilidade para prestar assistência odontológica aos pacientes em
regime de internação, ambulatorial, domiciliar, urgência e emergência;
d) saber atuar em caso de emergência médica (suporte básico de vida);
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deverá ser capacitada pela equipe de odontologia responsável, com o objetivo de que a
limpeza dacavidade oral seja mais eficiente.
A função do cirurgião-dentista hospitalar é reduzir potencialmente qualquer tipo
de colonização na cavidade oral, para que não haja contaminação da traqueia e
sistematicamente do paciente, ou seja, a primeira função do dentista hospitalar é o
controle do biofilme e lubrificação (intra e peribucal).
O cirurgião-dentista hospitalar deverá, desde o primeiro contato com o paciente e
nas demais visitas, detectar os focos infecciosos, lesões cariosas e de mucosas, se há
qualquer objeto ou corpo estranho que esteja lesionando ou obstruindo a orofaringe, a fim
de evitar broncoaspiração. Registrando no prontuário do paciente, de acordo com cada
setor e cada hospital.
A equipe de Odontologia Hospitalar deverá sempre ter planos de ações em saúde
bucal dentro dos ambientes que atuam para que as orientações e os protocolos sejam
seguidos e bem executados pelos profissionais dentistas e equipe de enfermagem.
O cirurgião-dentista hospitalar atuará no diagnóstico, tratamento e controle de
qualquer foco infeccioso, seja de origem oral ou sistêmica, que possa agudizar algum quadro
ou desencadear complicações não só infecciosas, mas também hemorrágicas,
cardiovasculares, respiratórias ou que piorem o quadro de doenças ou desordens sistêmicas, e
evitar ou controlar agravos na cavidade oral oriundos de tratamentos hospitalares.
A equipe de saúde bucal deve estar composta por um Cirurgião-Dentista que possua o
perfil mencionado anteriormente e por um técnico em saúde bucal (TSB), somando aos
cuidados orais que também deverão ser executados pela equipe de enfermagem, sendo eles
auxiliares e técnicos, os quais deverão anteriormente ser orientados e/ou capacitados pelo
Cirurgião-Dentista e seguir as normativas e protocolos segundo a orientação deste
profissional.
Segundo a resolução do Conselho Federal de Odontologia nº63/2005, que foi
atualizada em 23/12/2011, as funções do TSB que também se aplica para a Odontologia
Hospitalar são:
● Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes
multiplicadores das ações de promoção à saúde;
● Participar de ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das
doenças bucais;
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
MONITORIZAÇÃO
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde Bucal. Caderno de Atenção Básica nº 17.
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HEMATOLOGIA
NEFROLOGIA
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UROLOGIA
Neste item está implícita a adoção dos procedimentos descritos no capítulo anterior,
especialmente para pacientes com insuficiência renal aguda.
O Dentista Hospitalar deve:
⮚ Realizar diagnóstico e tratamento de lesões bucais decorrentes de disfunção renal;
⮚ Instituir programa de prevenção de cárie nos casos de xerostomia grave em
pacientes dialíticos.
Transplante Renal
No período pré-transplante, o Cirurgião-Dentista da equipe de Odontologia
Hospitalar deve:
• Solicitar e avaliar exame de imagem. É essencial a radiografia panorâmica, pois as
radiografias periapicais e a tomografia computadorizada devem ser de caráter
complementar;
• Realizar anamnese minuciosa e conhecer toda a história médica pregressa e condição
clínica atual do paciente;
• Estabelecer plano de tratamento norteado pela condição clínica atual, levando-se em
consideração todas as limitações quando houver comorbidades.
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HEPATOLOGIA
PERÍODO GESTACIONAL
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
PACIENTES ONCOLÓGICOS
Pacientes com diagnóstico de câncer que são acompanhados pela rede de atenção do
SUS (CACON e UNACOM) têm atendimento odontológico assegurado pela Portaria
MS/SAS nº 140, de 27 de fevereiro de 2004, conforme a seguir:
Art.18 - Para ser credenciado e habilitado como CACON, UNACON ou Hospital Geral com
Cirurgia de Câncer de Complexo Hospitalar, o estabelecimento de saúde deverá obedecer aos
seguintes critérios:
V - Ter equipe multiprofissional e multidisciplinar que contemple atividades técnico-
assistenciais realizadas em regime ambulatorial e de internação, de rotina e de urgência, nas
seguintes áreas:
a) psicologia clínica;
b) serviço social;
c) nutrição;
d) farmácia;
e) cuidados de ostomizados;
f) reabilitação exigível conforme as respectivas especialidades;
g) fisioterapia;
h) fonoaudiologia;
i) odontologia;
j) psiquiatria; e
k) terapia renal substitutiva.
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DIABÉTICOS
CUIDADOS PALIATIVOS
Em 2002 a OMS descreveu o Cuidado Paliativo como “uma abordagem que promove
a qualidade de vida de pacientes e seus familiares que enfrentam doenças que ameacem a
continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação
precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e
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espiritual”. Essa foi a primeira vez que o contexto espiritual foi mencionado, levando em
consideração não somente o paciente, mas também seus familiares.
O Cuidado Paliativo em pacientes com doença que ameaça a vida envolve cuidados
profissionais de uma equipe multidisciplinar que trabalha não só para reduzir a dor e outros
sintomas de sua doença, mas também para fornecer suporte emocional, incluindo a seus
familiares.
A assistência odontológica nos pacientes com doença que ameace a vida visa trazer
conforto, autoestima e alívio de dores. Promove a possibilidade da volta de ingestão de
alimentos e bebidas que, devido a efeitos colaterais de diversos tratamentos e das doenças,
impedem o paciente de realizar essas necessidades fisiológicas básicas.
Pacientes em Cuidados Paliativos apresentam sérias restrições funcionais e grande
comprometimento das funções orais, influenciando funções primordiais como mastigar,
engolir, até respirar. As situações mais frequentes são:
✔ Dor
✔ Sangramento
✔ Trismo
✔ Feridas abertas
✔ Infecções oportunistas
✔ Disfagia
✔ Xerostomia
✔ Desnutrição
✔ Desidratação
✔ Anorexia
✔ Caquexia
✔ Desfiguração e
✔ Secreções (pacientes traqueostomizados)
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Ainda não existe um protocolo a ser seguido para realizar a assistência odontológica
nesses pacientes, mas é cediço que se deve sempre minimizar os efeitos indesejáveis e
proporcionar conforto para o paciente, tambémse sugere atenção aos cuidados de:
✔ Orientação de higiene oral: orientação paciente/cuidadores quanto à forma, uso
de dentifrício e colutórios em boca e/ou próteses.
✔ Limpeza e proteção de feridas intra e extraorais: medicações tópicas e/ou
sistêmicas
✔ Controle da dor em feridas intra e extraorais: soluções e/ou pomadas anestésicas,
medicamentos.
✔ Infecções oportunistas (candidíase oral): medicações tópicas e/ou sistêmicas, e
higienização satisfatória boca e próteses.
✔ Xerostomia: hidratante oral e/ou saliva artificial.
✔ Orientação dietética: Evitar alimentos cítricos, condimentados e quentes para
proteção da mucosa oral xerostômica e/ou ulcerada (diálogo com Nutricionista da
equipe multidisciplinar)
✔ Focos infecciosos: origem dentária ou periodontal, discutir com a equipe
multidisciplinar o melhor momento para intervenção odontológica.
✔ Traumatismo mucoso: reembasamento de próteses, polimento de restaurações e
arestas.
PACIENTES CRÍTICO-CARDÍACOS
O paciente crítico deve ser acompanhado pela equipe multidisciplinar a fim de evitar
que infecções oriundas de outros focos, e que não são ligadas à doença base, prejudiquem a
melhora clínica. A boca é a região mais contaminada dentro das unidades de terapia
intensiva, colonizada por bactérias patogênicas, principalmente de origens periodontais, e
esse fator é extremamente agravante, causando a desestabilização do quadro sistêmico do
paciente, além de propiciar novas doenças oportunistas.
Quando o paciente crítico é cardíaco os cuidados com a higienização no ambiente
hospitalar são mandatórios, já que focos infecciosos estão intimamente ligados a problemas
cardiológicos, então os cuidados não se diferem dos outros tipos de internações.
Nas UTI’s Cardíacas depara-se com diversos tipos de agravos cardiológicos instáveis
hemodinamicamente e por vezes com intubação traqueal, somados a problemas de origem
bucal pré-existentes, comprometendo o quadro clínico do paciente. O protocolo de
higienização deve ser seguido diariamente nesses pacientes visando impedir a instalação da
pneumonia associada à ventilação mecânica, e os protocolos de higienização e a rotina
odontológica dentro da UTI Cardíaca em nada se diferem de outras internações; os cuidados
se diferenciam no manejo medicamentoso do paciente, pois deve-se atentar de forma
criteriosa a:
✔ Profilaxia antibiótica
✔ Vasoconstritores
✔ Controle do sangramento pós-cirúrgico (paciente em uso de anticoagulantes e
antitrombóticos)
A assistência de procedimentos odontológicos invasivos ou até mesmo as adequações
do meio devem ser decididas com a equipe multidisciplinar, pois envolvem o
comprometimento sistêmico do paciente. Na inviabilidade de promover procedimentos
odontológicos invasivos é essencial que, no mínimo, sejam realizados os cuidados paliativos
para diminuir, cessar ou evitar agravos ou agudização de alguma lesão. A higienização
diária não deve ser negligenciada, para evitar o acúmulo de biofilme e secreções que podem
ser broncoaspiradas pelo paciente.
TERAPIA INTENSIVA
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necessário prévio a procedimento médico crítico; biópsia de alterações anormais dos tecidos
orais (desordens potencialmente malignas); instalação de protetores bucais de EVA (Etil
Vinil Acetato) em pacientes entubados em UTI com trauma de tecidos moles e tubo
orotraqueal; tratamento de lesões traumáticas em pacientes entubados em UTI;
reembasamento de prótese total para progressão de dieta oral (FRANCO JB; DE
CAMARGO AR; PERES MPSM, 2020).
O ambiente das UTIs é pouco conhecido pela grande maioria dos cirurgiões-dentistas, assim
como os devidos protocolos junto à equipe multidisciplinar. Não requer uma simples tarefa
de execução de profilaxia local de elementos dentais, é necessário um aprendizado sólido,
um “perfil” profissional para execução de maior proficiência acerca do acesso diferenciado
aos pacientes agora que se apresentam intubados, traqueostomizados, sedados ou pouco
colaboradores.
AOUAR e MELO (2020) contribuíram com protocolo de atendimento hospitalar em
pacientes em UTI – COVID-19, o qual visa contribuir com medidas baseadas no cenário
atual do novo coronavírus, respaldando que estava passível de sofrer modificações das
informações que serão agora disponibilizadas:
● Pacientes em UTI – Covid-19 Obs: Quando as mãos não estiverem com sujidade
visível podem ser higienizadas por meio de fricção com álcool em gel a 70%;
● Separar o kit de higiene bucal adequado;
● Montar previamente gaze estéril em espátula abaixadora de língua;
● Preparar material para tamponamento de orofaringe;
● Checar em prontuário se há restrição quanto à elevação de cabeceira
● Fazer higiene peribucal com gaze umedecida em clorexidina a 0,12%;
● Aspirar a cavidade bucal antes de posicionar a cabeceira do paciente em 30- 45°;
● Assegurar a correta fixação do tubo orotraqueal em pacientes sob ventilação
mecânica;
● Verificar a pressão do balonete (cuff); manter 18-22 mmHg ou 25-30 cmH20; nos
pacientes intubados;
● Independentemente do seu nível de consciência, explicar ao paciente e seu
acompanhante (quando presente) o procedimento de HB a ser realizado;
● Realizar a antissepsia da região peribucal e parte externa dos lábios, com gaze estéril
umedecida em solução de clorexidina a 0,12%;
● Realizar tampão da região de orofaringe: posicioná-lo na região posterior da cavidade
oral, anterior à faringe, lateralmente ao tubo, para evitar que o peróxido de hidrogênio
seja aspirado.
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Esse comitê foi destinado para orientar e auxiliar os profissionais junto a sua equipe,
portanto, a triagem do paciente para a COVID-19 pode ser realizada por telefone ou
presencialmente (desde que siga todos os protocolos expostos e divulgados pelos órgãos
competentes nacionais e regionais) e para os pacientes sem suspeita e tratamento eletivo
sugere-se postergar o tratamento odontológico; pacientes com suspeita para COVID-19 e
tratamento eletivo, sugere-se postergar o tratamento odontológico e orientar o paciente a
fazer isolamento domiciliar imediatamente e a procurar serviço de saúde somente em caso de
agravamento dos sintomas; paciente com suspeita para COVID-19 e tratamento de urgência/
emergência, o tratamento odontológico deve ser realizado com precaução padrão - e
adicionais - para toda a equipe; se forem necessárias suturas deve-se realizá-las com material
absorvível. Fazer desinfecção terminal ao fim de cada atendimento no consultório. Os
descartes de EPI e materiais infectantes deverm ocorrer em lixo apropriado. Realizar o
suporte necessário após o atendimento de urgência/ emergência via telefone, no intuito de
evitar contato com o paciente.
A responsabilidade de um cirurgião-dentista frente à pandemia é diminuir de
sobremaneira os riscos de que pacientes desenvolvam ou evoluam qualquer infecção que
possa contribuir com a susceptibilidade aos efeitos que causam o vírus.
Vale ressaltar que a pandemia da COVID-19 também nos traz uma reflexão ética
acerca de todos os recursos escassos e informações, sendo assim, todo paciente deve ser
tratado como suspeito de ser portador da doença, já que os testes de confirmação são
insuficientes e há casos em que, ao se apresentarem assintomáticos ou ainda na fase inicial da
doença, podem tansmitir o vírus.
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR NO AMAPÁ
REFERÊNCIAS:
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https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/22/RECOME
NDAC__O__ES_ODONTOLOGIA_COVID-19_AMIB_-__2020_pdf__1_.pdf.
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Odontológico para Pacientes Oncológicos. CEMOI, Brasília, dez/2020.
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Gestão 2018/2021
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