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Aula 02 - Profº Ricardo

Torques
CNU - Desafios do Estado de Direito -
2024 (Pós-Edital)

Autor:
André Rocha, Equipe André
Rocha, Ricardo Torques,
Alessandra Lopes

17 de Janeiro de 2024
André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques, Alessandra Lopes
Aula 02 - Profº Ricardo Torques

Sumário
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 2

Proteção a minorias e demais grupos vulneráveis.............................................................................................. 2

Proteção à mulher ............................................................................................................................................... 3

1 - Introdução ..................................................................................................................................................... 3

Pontos relevantes da legislação internacional sobre a mulher ........................................................................... 5

1 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.............................. 5

2 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher .......................... 6

3 - Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo
à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. ......................... 8

Pontos relevantes da legislação interna de proteção a mulher. .......................................................................... 9

1 - Proteção da mulher na Constituição Federal de 1988................................................................................... 9

2 - legislação infraconstitucional de proteção à mulher ................................................................................... 10

3 - Violência Obstétrica.................................................................................................................................... 33

4 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e de Violência .................. 35

5 - Redes e Políticas contra a Violência ........................................................................................................... 36

6 – Trabalho da mulher .................................................................................................................................... 37

Resumo ............................................................................................................................................................. 38

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 43

Questões com Comentários .............................................................................................................................. 43

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 71

Gabarito ............................................................................................................................................................ 81

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GRUPOS VULNERÁVEIS - MULHERES


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para finalizar a parte referente aos grupos vulneráveis, vamos analisar os seguintes pontos da ementa:

Mulheres

Será uma aula bastante tranquila e objetiva, sem adentrar em aspectos procedimentos, que não importam
para fins de Direitos Humanos.

Excelente aula a todos!

PROTEÇÃO A MINORIAS E DEMAIS GRUPOS VULNERÁVEIS

O estudo dos direitos humanos invariavelmente remete à defesa das pessoas que se encontram em posição
desprivilegiada na comunidade. Essa é uma realidade comprovada pelo curso histórico.

Dois exemplos bem ilustram esses fatos: os judeus na Alemanha nazista e o escravagismo Africano e indígena
no Brasil Colonial. Tanto os judeus como os negros e índios ocupavam, nas respectivas comunidades posição
desfavorável, o que propiciou a exploração e, consequentemente, a violação dos seus direitos mais básicos.

A vulnerabilidade é algo natural à condição humana. Não há pessoa invulnerável, todos são, em algum grau,
vulneráveis. Todos estão sujeitos, em alguma medida, a violações dos seus direitos mais básicos. É
necessário, contudo, aferir na prática, no dia a dia, grupos de pessoas que se encontram em situação de
maior vulnerabilidade.

Nesse contexto, trazemos à discussão a ideia de igualdade em sentido material. Vulnerabilidade e


desigualdade são conceitos correlacionados. É necessário constatar faticamente pessoas que possuem
menor capacidade de enfrentar violações desses direitos mais básicos.

Por consequência, é papel central da disciplina de Direitos Humanos identificar e proteger pessoas que
estejam em condições desfavoráveis. Essa proteção está tanto em normas internacionais como em normas
internas.

Desse modo, estudar a situação jurídica internacional de minorias e grupos vulneráveis nada mais é do que
compreender as normas criadas para defesa daquelas pessoas cujos direitos são constantemente violados.

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Antes de iniciarmos, contudo, o estudo específico da proteção às mulheres, é importante diferenciarmos


minorias de grupos vulneráveis.

As minorias constituem o grupo de pessoas que ocupam posição não dominante na sociedade, embora
sejam organizados e com sentimento de autodeterminação e solidariedade entre os integrantes dos grupos.

Os grupos vulneráveis, por sua vez, constituem o conjunto de pessoas dotado formalmente de direitos,
contudo, destituídos de poder. Desse modo, os grupos vulneráveis encontram uma série de dificuldades para
exigir seus direitos.

PROTEÇÃO À MULHER

1 - Introdução

No âmbito internacional esse tratamento diferenciado é notado especialmente em razão de alguns diplomas
relevantes.

Destaca-se no âmbito internacional:

(i) A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW,
pela sigla internacional).

(ii) No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará.

(iii) Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e
Crianças.

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Em âmbito nacional, além de algumas passagens na Constituição Federal temos algumas leis voltadas para a
proteção da mulher. Vamos citá-las e descrever o ponto principal de cada uma delas para que você se
localize. Depois ao longo da aula trataremos das mais importantes.

(i) Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, 2006) – cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher.
(ii) Lei do Minuto Seguinte (Lei nº 12.845/2013) - prevê atendimento imediato pelo SUS e
informações sobre os diretos das vítimas de abuso.
(iii) Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104, 2015) - alterou o Código Penal criando um tipo de homicídio
qualificado.
(iv) Lei nº 13.718/2018 – esta lei trouxe relevante mudanças no Código Penal. Tipificou os crimes de
importunação sexual e de divulgação de cena de estupro, tornou pública incondicionada a
natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra
vulneráveis e definiu como causas para aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo.
(v) Lei nº 13.642/2018 – atribuiu competência para a polícia federal investigar crimes praticados na
rede mundial de computadores, que difundam conteúdo misógino.
(vi) Lei nº 13.931/2019 - notificação compulsória dos casos de indícios ou confirmação de violência
contra a mulher, atendida em serviços de saúde públicos e privados.
(vii) Lei Joana Maranhão (Lei nº 12.650/2015) – alterou os prazos quanto à prescrição (prazo) contra
abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes.
(viii) Lei Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica (Lei nº 14.188/2021) - define o programa de
cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de
enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, altera a modalidade da pena
da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e
cria o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
(ix) Lei nº 14.192/2021 - estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política
contra a mulher.
(x) Lei nº 14.326/2022 - assegura à mulher presa gestante ou puérpera tratamento humanitário
antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério, bem como assistência integral à
sua saúde e à do recém-nascido.

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PONTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL


SOBRE A MULHER

1 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de


Discriminação contra a Mulher

A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla
internacional). Esse documento deu importante passo para o reconhecimento da valorização da dignidade
da mulher.

Tratar-se do principal diploma específico do Sistema Global de Direitos Humanos, voltado à proteção dos
direitos humanos da mulher. Conta com a adesão de 189 países, porém é o instrumento que mais recebeu
reservas formuladas pelos Estados, principalmente no que diz respeito a cláusula que prevê igualdade entre
homens e mulheres na família.

A CEDAW recebeu críticas de alguns países, para eles o Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra
a Mulher impõe o imperialismo cultural e a intolerância religiosa.

O papel da mulher na sociedade enfrenta uma dicotomia entre os espaços públicos e privados. Muitas
mulheres ao redor do mundo ainda se encontram confinadas no ambiente doméstico.

O Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher elaborou diversas recomendações gerais veja
alguns exemplos: Recomendações Gerais nºs 19º (violência contra as mulheres), 21º (igualdade no
casamento e relações familiares), 23º (mulheres na vida pública) e 24º(saúde das mulheres) e recentemente
a 39º (proteção dos direitos humanos de mulheres e meninas indígenas).

A Convenção tem como objetivo central eliminar discriminações e assegurar a igualdade. E logo em seu
primeiro artigo conceitua o que a discriminação contra a mulher.

Artigo 1o

Para os fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher"


significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto
ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher,
dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo.

Esta convenção não disciplina a questão da violência contra a mulher, mas a Recomendação nº 19 do Comitê
da CEDAW ampliou o conceito de discriminação para abranger também as situações de violência.

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A violência baseada no género é uma forma de discriminação que inibe a capacidade das mulheres de
gozarem os direitos e liberdades numa base de igualdade com os homens.

Estes direitos e liberdades incluem:

a) O Direito à vida;

b) O Direito a não ser sujeita à tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes;

c) O Direito à igualdade de proteção, de acordo com as normas humanitárias em tempo de conflito armado
interno ou internacional;

d) O Direito à liberdade e à segurança pessoal;

e) O Direito à igualdade perante a lei;

f) O Direito à igualdade na família;

g) O Direito ao mais alto nível de saúde física e mental;

h) O Direito a condições de trabalho justas e favoráveis.

Paralelamente à Convenção, existe o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as


formas de Discriminação contra a Mulher, que viabilizou a possibilidade de vítimas, pessoalmente ou por
intermédio de organizações, peticionar ao Comitê para denunciar violações os direitos das mulheres
prescritos na CEDAW.

2 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a


Violência contra a Mulher

No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará. Esse documento é o primeiro a
reconhecer a violência contra a mulher como um fenômeno comum na sociedade, assunto que exige atenção
da comunidade internacional e dos Estados.

Em seu artigo 1° traz a definição de violência contra a mulher.

Artigo 1

Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer ato
ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada.

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Em seguida classifica os tipos de violência contra as mulheres em violência física, sexual e psicológica. E o
âmbito de sua aplicação. Veja o artigo 2º:

Artigo 2

Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicológica.

a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação


interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência,
incluindo-se, entre outras turmas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual;

b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras


formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada,
sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais,
serviços de saúde ou qualquer outro local; e

c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

Essa Convenção influenciou o surgimento da Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha e veremos
muitas semelhanças no texto da lei infraconstitucional.

A convenção traz um rol de direitos a serem protegidos:

a) direito a que se respeite sua vida;

b) direitos a que se respeite sua integridade física, mental e moral;

c) direito à liberdade e à segurança pessoais;

d) direito a não ser submetida a tortura;

e) direito a que se respeite a dignidade inerente à sua pessoa e a que se proteja sua família;

f) direito a igual proteção perante a lei e da lei;

g) direito a recesso simples e rápido perante tribunal competente que a proteja contra atos que violem seus
direitos;

h) direito de livre associação;

i) direito à liberdade de professar a própria religião e as próprias crenças, de acordo com a lei; e

j) direito a ter igualdade de acesso às funções públicas de seu pais e a participar nos assuntos públicos,
inclusive na tomada de decisões.

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A convenção prevê um rol de deveres dos Estados:

a) abster-se de qualquer ato ou prática de violência contra a mulher e velar para que as autoridades, seus
funcionários e pessoal, bem como agentes e instituições públicos ajam de conformidade com essa obrigação;

b) agir com o devido zelo para prevenir, investigar e punira violência contra a mulher;

c) incorporar na sua legislação interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza, que sejam
necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as medidas
administrativas adequadas que forem aplicáveis;

d) adotar medidas jurídicas que exijam do agressor que se abstenha de perseguir, intimidar e ameaçar a
mulher ou de fazer uso de qualquer método que danifique ou ponha em perigo sua vida ou integridade ou
danifique sua propriedade;

e) tomar todas as medidas adequadas, inclusive legislativas, para modificar ou abolir leis e regulamentos
vigentes ou modificar práticas jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a persistência e a tolerância da
violência contra a mulher;

f) estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher sujeitada a violência, inclusive, entre
outros, medidas de proteção, juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos;

g) estabelecer mecanismos judiciais e administrativos necessários para assegurar que a mulher sujeitada a
violência tenha efetivo acesso a restituição, reparação do dano e outros meios de compensação justos e
eficazes;

h) adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias à vigência desta Convenção.

3 - Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o


Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção,
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial
Mulheres e Crianças.

Outros documentos específicos de relevo são Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o
Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em
Especial Mulheres e Crianças.

Os objetivos do protocolo são:

a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas, prestando uma atenção especial às mulheres e às crianças;

b) Proteger e ajudar as vítimas desse tráfico, respeitando plenamente os seus direitos humanos; e

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c) Promover a cooperação entre os Estados Partes de forma a atingir esses objetivos.

PONTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÃO INTERNA DE


PROTEÇÃO A MULHER.

1 - Proteção da mulher na Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal prevê algumas normas a respeito da proteção a mulher.

Trouxe pela primeira vez a plena igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I). Embora na prática a regra
não seja observada em sua totalidade foi um marco importante. O §5º do art. 226 trouxe a previsão de
igualdade nos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal.

A proteção do mercado de trabalho da mulher mediante políticas públicas específicas (art. 7º XX), além da
previsão da licença maternidade de 4 meses e mais recentemente reconhecimento de direitos para as
empregadas domésticas (categoria majoritariamente formada por mulheres) por meio de uma PEC.

Redução em três anos da idade mínima para aposentadoria quando comparada aos homens (art. 40, III, “a”
e “b”; e art. 201, §7º, I e II) esse é um direito que vem diminuindo a cada reforma previdenciária.

Recentemente, algumas regras protetivas e inclusivas no âmbito eleitoral foram incluídas pelas Emendas
111/2022 e 117/2022.

O art. 17 §7º prevê a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres.

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

O art. 17 §8º define uma proporcionalidade na distribuição do dinheiro e do tempo de propaganda gratuita,
garantido pelo menos 30% para as candidatas.

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo


partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita
no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão
ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a
distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de
direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

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Veremos mais adiante que leis infraconstitucionais sofreram recentes alterações no que diz respeito a
participação feminina na política.

Por fim o §8º do art. 226 determinou a criação de mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações. Trata-se base constitucional da Lei Maria da Penha.

2 - legislação infraconstitucional de proteção à mulher

2.1 – Lei Maria da Penha

Trata-se de norma cujo objetivo é coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Como
vimos a norma busca fundamento no art. 226, §8º, da CF, e em diversos diplomas internacionais. A nossa
Constituição estabelece:

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,


criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

A Lei, já no seu início, reitera os direitos e garantais fundamentais das mulheres, afirmando que deve ser
assegurado uma vida digna, livre de qualquer violência.

Didaticamente, podemos afirmar que a norma tempo por finalidade:

 coibir e prevenir a violência doméstica familiar;

 criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar;

 adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar.

Além disso, a Lei Maria da Penha deixa claro que esse dever não é apenas do Estado, mas constitui obrigação
da família e da sociedade.

Toda mulher goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Esta previsão está escrita no art.
2º da Lei Maria da Penha, trata-se de um reforço da previsão do art. 5º da Constituição que afirma a
igualdade de todos perante a lei. Assim, os arts. 2º e 3º da lei infraconstitucional buscam garantir os direitos
mínimos das mulheres.

Violência doméstica e familiar contra a mulher

Assim como a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher
a lei conceitua a violência doméstica e familiar a classifica e delimita seu âmbito de aplicação.

Diante da importância do conteúdo, confira a literalidade do art. 5º da Lei Maria da Penha:

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Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio


permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

A lei 14.550/2023, que entrou em vigou dia 20/04/2023, acrescentou o art. 40-A a Lei Maria da Penha.
Analisando a justificativa da edição da nova lei feita pela senadora Simone Tebet percebe-se que as
mudanças são uma reação a decisões dos tribunais que exigiam na análise do caso concreto se a violência
praticada se baseava ou não em gênero restringindo a aplicação da lei.

Vou destacar dois julgados citados pela senadora:

(...) para a aplicação da Lei 11.340/2006, não é suficiente que a violência seja praticada
contra a mulher e numa relação familiar, doméstica ou de afetividade, mas também há
necessidade de demonstração da sua situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência,
numa perspectiva de gênero. (STJ, AgRg no Resp n. 1.430.724/RJ, rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, 6ª T., j. 17/3/2015, DJe 24/3/2015).

--

A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça orienta-se no sentido de que, para que a
competência dos Juizados Especiais de Violência Doméstica seja firmada, não basta que o
crime seja praticado contra mulher no âmbito doméstico ou familiar, exigindo-se que a
motivação do acusado seja de gênero, ou que a vulnerabilidade da ofendida seja
decorrente da sua condição de mulher. (STJ, AgRg no REsp 1900484/GO, rel. Min. Felix
Fischer, 5ª T., j. 02/02/2021, DJe 17/02/2021).

Assim a nova legislação busca promover a proteção ampla e integral de todas as mulheres que venham a
sofrer violência nas relações domésticas, familiares e íntimas de afeto.

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Vamos verificar o texto legal:

Art. 40-A. Esta lei será aplicada a todas as situações previstas no art. 5º,
independentemente da causa ou motivação dos atos de violência, ou da condição do
ofensor ou da ofendida.

Parágrafo único. Configura violência baseada no gênero toda situação de violência doméstica e familiar
contra a mulher.”

Algumas observações são importantes:

 a violência doméstica independe da orientação sexual da vítima;

 independe de coabitação.

A violência doméstica constitui violação de direitos humanos, por se tratar de violência de gênero.

Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher

São cinco as formas previstas e a própria lei conceitua cada um deles.

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

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V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

Assistência à mulher em situação de violência

Além de medidas preventivas e de políticas assistenciais à vítima, a Lei define regras referentes ao
atendimento pela autoridade policial.

 medidas integradas de prevenção; e

 assistência à vítima.

O Poder Público deve desenvolver uma política pública voltada a coibir a violência doméstica e familiar. Essa
política é conceituada como um conjunto de ações a serem adotadas por todos os entes que compreendem
nossa federação e, também, por ações não governamentais.

Em síntese essas medidas buscam:

 integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública,


assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação);

 atendimento policial especializado;

 campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e

 capacitação permanente da rede de atuação.

As medidas integradas são estabelecidas para evitar a violação de direitos, ao passo que as medidas
assistenciais, definidas no art. 9º da lei, tem por finalidade reparar violações já perpetradas.

De acordo com o caput do art. 9º da Lei, haverá um corpo integrado de serviços que serão disponibilizados
à vítima. Esse corpo integrado envolve o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), o SUS (Sistema Único
de Saúde) e o Sistema Único de Segurança Pública.

O acesso a esses serviços será determinado pelo juiz, por prazo por ele determinado assegurando-se:

 acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e

 manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento.

Analisadas as medidas protetivas e assistenciais, vejamos as regras relativas ao atendimento policial, que
foram modificadas pela Lei 13.505/2017.

São três as diretrizes relativas ao atendimento policial:

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 salvaguarda da integridade física;

 não contato com investigados e suspeitos; e

 evitar a revitimização.

Quanto à revitimização, cumpre acrescentar algumas observações.

Primeiramente, devemos compreender o significado da palavra. A revitimização implica em tornar vítima


novamente quem já é vítima de violação de direitos. No caso da violência doméstica, por se tratar crime
sensível, intrinsicamente relacionado com a intimidade da pessoa, a necessidade de declinar os fatos para
as autoridades policiais implica em reviver as violações, vitimizando-a novamente.

Desse modo, algumas cautelas devem ser tomadas com a finalidade de evitar a revitimização:

 inquirição em recinto especialmente criado para esse fim;

 quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência


doméstica e familiar; e

 registro eletrônico ou magnético do depoimento.

A partir dessas orientações gerais, a Lei contém regras que se aplicam à autoridade policial no atendimento
à mulher em situação de violência e no procedimento policial respectivo.

No que diz respeito ao atendimento à mulher em situação de violência, prevê o art. 11 da Lei as seguintes
ações:

 garantia de proteção policial;

 encaminhamento para atendimento médico;

 fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de


violência;

 garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do


domicílio; e

 informação quanto aos direitos.

Medidas Protetivas

Essas medidas são adotadas judicialmente a pedido da vítima ou do Ministério Público. Cabe ao juiz decidi -
las no prazo de 48 horas a contar do requerimento formulado.

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Além disso, são medidas provisórias, vale dizer, podem ser alteradas ou revogadas a qualquer tempo durante
o curso do inquérito ou do processo penal.

MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA:


• requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público;
• decisão judicial no prazo de 48 horas;
• são provisórias;
• possibilidade de prisão preventiva do agressor.

 medidas que obrigam o agressor:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão


competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo


de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;

c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de


atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na


legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições


mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o
juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de

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urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior


imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena
de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar,
a qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos
§§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

 medidas protetivas de urgência à ofendida:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de


proteção ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,


após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação


básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,
independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

VI – conceder à ofendida auxílio-aluguel, com valor fixado em função de sua situação de


vulnerabilidade social e econômica, por período não superior a 6 (seis) meses. (Incluído
pela Lei nº 14.674, de 2023)

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação


de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

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IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos


materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos
incisos II e III deste artigo.

Preste especial atenção ao inciso V, que é uma inovação legislativa. As bancas têm especial preferência por
cobrar assuntos novos. O inciso V autoriza que o juiz determine a matrícula ou a transferência de
dependentes da ofendida à escola mais próxima de seu domicílio, mesmo que não haja vaga, devendo a
própria escola providenciar o manejo da situação.

Observe, especificamente em relação ao inciso III do art. 23, que o juiz pode determinar o afastamento da
própria ofendida do lar, não apenas do ofensor.

A recente Lei 14.674/2023 trouxe a possibilidade da concessão do auxílio- aluguel, pelo período de 6 meses,
para a mulher que se encontre em situação de vulnerabilidade social e econômica. Alguns estados como São
Paulo e Fortaleza já possuíam iniciativas semelhantes. Os valores serão custeados pelo Estado.

O descumprimento das medidas acima constitui crime. Nesse sentido, a Lei 13.641/2018, que alterou a Lei
Maria da Penha, estabelece que constitui crime descumprir decisão judicial que defere medida protetiva e,
em razão dela, aplica-se pena de detenção de 3 meses a 2 anos. Devido ao fato de se tratar de tema recente
trazido à Lei, leia:

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu


as medidas.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder


fiança.

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

Ministério Público e assistência judiciária

Para encerrar, reunimos dois pontos específicos em um só.

O MP, quando não for parte, atuará nos procedimentos judiciais envolvendo violência doméstica ou familiar
na condição de fiscal da ordem jurídica. E, em razão disso, poderá requisitar força policial e serviços públicos,
fiscalizar estabelecimentos públicos ou particulares de atendimento à mulher ou cadastrar casos de
violência.

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Quanto à assistência judiciária, esse instrumento de acesso à Justiça será assegurado mediante contratação
de advogado privado ou por intermédio da Defensoria Pública ou da assistência judiciária gratuita.

Com isso, encerramos a análise dos dispositivos atinentes a lei Maria da Penha.

Sigamos verificando as demais leis.

2.2 – Lei do Minuto Seguinte (Lei nº 12.845/2013)

A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência
sexual. Assim, a lei determina atenção específica às pessoas que estiverem envolvidas em tais situações. Para
tanto, os hospitais devem oferecer às vítimas atendimento emergencial, integral e multidisciplinar para o
controle e tratamento de pessoas submetidas a violência sexual. Veja o que diz o art. 1º da lei:

imediato

SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO


obrigatório
A VIOLÊNCIA SEXUAL

gratuito, a quem dela


necessitar

Art. 1o Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento


emergencial, integral e multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos
físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, a os
serviços de assistência social.

Qual o conceito de violência sexual para fins da Lei 12.845/2013?

A lei define violência sexual como qualquer forma de atividade sexual não consentida.

qualquer forma de
VIOLÊNCIA SEXUAL atividade sexual não
consentida

E lista um rol de serviços que deve ser prestado pelo SUS de forma gratuita aos que necessitarem.

 diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas
afetadas;

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 amparo médico, psicológico e social imediatos;

 facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às


delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do
agressor e à comprovação da violência sexual;

 profilaxia da gravidez;

 profilaxia das DST;

 coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e


terapia;

 fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços


sanitários disponíveis.

Vamos ver uma questão recente de procurador que cobrou o conhecimento da lei 12.845/2013

(Avança SP - 2022) Em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013, por redação dada pela
Lei 13427/2017, foi acrescido à Lei 8080/90, o inciso XIV, no artigo 7º, como princípio do Sistema Único de
Saúde:
A) avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
B) revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaboração a colaboração das entidades sindicais.
C) organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
D) organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras.
E) conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conhecendo o conteúdo da Lei 12.845/13 sabemos
que o princípio inserido deve versar sobre violência contra mulheres. Essa questão é importante pois afirma
que o atendimento deve ser específico e especializado incluindo acompanhamento psicológico e até cirurgias
plásticas reparadoras.

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Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei n º 12.845, de 1º de agosto de 2013.

2.3 – Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104, 2015)

A lei do feminicídio alterou o Código Penal e estabeleceu mais uma qualificadora ao crime de homicídio e a
incluiu no rol de crimes hediondos previstos na Lei 8.072/90.

Mas afinal o que é feminicídio?

Feminicídio é o assassinato de mulher motivado por questões de gênero. Para entender melhor vamos
analisar o texto do Código Penal inserido pela lei 13.104/2015.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

(...)

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

(...)

§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de


2015)

Veja que a própria legislação explica o contexto em que os crimes serão considerados como feminicídio:

➢ Crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar e


➢ Crimes cometidos com menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

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A pena para este tipo de homicídio qualificado será de 12 a 30 anos de reclusão.

Apesar da criação do novo crime e da cominação e pena mais grave o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
sobre feminicídios em seu estudo mais recente, feito em 2021, apurou que uma mulher é assassinada, em
média, a cada sete horas no país, só pelo fato de ser mulher.

2.4 – Lei da Pensão especial por feminicídio (Lei nº 14.717, 2023)

Recentemente a Lei 14.717/2023 instituiu uma pensão especial aos filhos e dependentes crianças ou
adolescentes, órfãos em razão do crime de feminicídio.

1. Beneficiários:

A pensão será concedida para filhos e dependentes menores de 18 anos cuja renda familiar per capta seja
igual ou inferior a 1/4 do salário-mínimo.

Quando estudamos o benefício de prestação continuada na aula de Grupo Vulnerável Idosos vimos que o
STF1 declarou a inconstitucionalidade da exigência de renda per capta de 1/4 do salário-mínimo afirmando
que a vulnerabilidade deve ser analisada no caso concreto. Teremos que aguardar para saber se o
entendimento também será aplicado nesse caso.

2. Valor do benefício:

O valor do benefício será de 1 salário-mínimo e será pago ao conjunto de filhos e dependentes.

O benefício terá como marco inicial a data do óbito da mulher vítima do feminicídio e poderá ser concedido
de forma provisória quando houver fundados indícios da materialidade do feminicídio.

É vedado ao autor, coautor ou partícipe do crime representar as crianças ou adolescentes para fins de
recebimento e administração da pensão especial.

1 STF. Plenário. RE 567985/MT, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013; RE 580963/PR,
rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e 18/4/2013 (repercussão geral) (Inf o 702).

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O benefício não pode se cumulado com outro benefício previdenciário ou com pensões ou benefícios
militares.

3. Cessação do benefício:

Verificado em julgamento com trânsito em julgado que não houve o feminicídio o pagamento deverá cessar
imediatamente porém, os dependentes e filhos não estarão obrigados a devolver os valores recebidos, salvo
se houver má-fé.

Quando o beneficiado completar 18 anos ou em razão do seu falecimento. Havendo outros filhos ou
dependentes a cota do excluído será revertida para eles.

Serão excluídos a criança ou o adolescente que tiver sido condenado, mediante sentença com trânsito em
julgado, pela prática de ato infracional análogo a crime como autor, coautor ou partícipe de feminicídio
doloso, ou de tentativa desse ato, cometido contra a mulher vítima da violência, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.

Para finalizar mais algumas observações importantes:

A concessão desse benefício não prejudica o eventual direito a indenização que os filhos ou dependentes
podem ter em relação ao autor do crime;

O benefício será concedido inclusive para casos de feminicídios ocorridos antes da edição dessa lei, nesse
caso o marco inicial será a data da publicação da lei e não terá efeito retroativo;

As verbas para o pagamento desse benefício serão classificadas no orçamento como Assistência Social.

Confira o texto legal:

Art. 1º É instituída pensão especial aos filhos e dependentes menores de 18 (dezoito) anos
de idade, órfãos em razão do crime de feminicídio tipificado no inciso VI do § 2º do art.
121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), cuja renda familiar
mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

§ 1º O benefício de que trata o caput deste artigo, no valor de 1 (um) salário mínimo, será
pago ao conjunto dos filhos e dependentes menores de 18 (dezoito) anos de idade na data
do óbito de mulher vítima de feminicídio.

§ 2º O benefício de que trata o caput deste artigo será concedido, ainda que
provisoriamente, mediante requerimento, sempre que houver fundados indícios de
materialidade do feminicídio, na forma definida em regulamento, vedado ao autor, coautor
ou partícipe do crime representar as crianças ou adolescentes para fins de recebimento e
administração da pensão especial.

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§ 3º Verificado em processo judicial com trânsito em julgado que não houve o crime de
feminicídio, o pagamento do benefício de que trata o caput deste artigo cessará
imediatamente, desobrigados os beneficiários do dever de ressarcir os valores recebidos,
salvo má-fé.

§ 4º O benefício de que trata o caput deste artigo, ressalvado o direito de opção, não é
acumulável com benefícios previdenciários recebidos do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) ou dos regimes próprios de previdência social, nem com pensões ou
benefícios do sistema de proteção social dos militares.

§ 5º Será excluído definitivamente do recebimento do benefício de que trata o caput


deste artigo a criança ou o adolescente que tiver sido condenado, mediante sentença com
trânsito em julgado, pela prática de ato infracional análogo a crime como autor, coautor
ou partícipe de feminicídio doloso, ou de tentativa desse ato, cometido contra a mulher
vítima da violência, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis.

§ 6º O benefício de que trata o caput deste artigo cessará quando o beneficiário completar
18 (dezoito) anos de idade, ou em razão de seu falecimento, e a respectiva cota será
reversível aos demais beneficiários.

§ 7º O benefício de que trata o caput deste artigo não prejudicará os direitos de quem o
receber, relativos ao dever de o agressor ou o autor do ato delitivo indenizar a família da
vítima.

Art. 2º O benefício de que trata o art. 1º desta Lei será concedido às crianças e aos
adolescentes elegíveis à prestação mensal na data de publicação desta Lei, inclusive nos
casos de feminicídios ocorridos anteriormente, sem efeitos retroativos.

Art. 3º As despesas decorrentes do disposto nesta Lei serão classificadas na função


orçamentária Assistência Social e estarão sujeitas a previsão nas respectivas leis
orçamentárias anuais.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 31 de outubro de 2023; 202o da Independência e 135o da República.

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2.5 – Lei nº 13.718/2018 – Proteção da mulher diante de crimes sexuais.

Trata-se de uma lei muito importante no que diz respeito a proteção da mulher diante dos crimes sexuais.
Esta lei modificou o Código Penal incluindo novos crimes, modificando o tipo de Ação Penal a ser usada para
apurar crimes sexuais e trouxe algumas causas de aumento de pena para o crime de estupro.

Vamos analisar cada ponto relevante.

Foram criados dois tipos penais:

Importunação Sexual

A importunação sexual prevista no art. 215-A do CP e o crime de Divulgação de cena de estupro ou de cena
de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia no art. 218 -C do CP.

O que é crime de importunação sexual?

É a realização de ato libidinoso na presença de alguém, a vítima pode ser homem ou mulher, de forma não
consensual, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. Este crime é muito cometido em
meios de transporte coletivos e será punido com a pena de 1 a 5 anos de prisão.

Antes da Lei 13.718/2018 a conduta era considerada uma contravenção penal punida apenas com multa.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia

Nossa intenção não tratar do tipo penal em detalhes, isso vocês farão nas aulas de direito penal. Apenas
queremos demonstrar mais um passo na busca da proteção das mulheres com a criação de mais um crime
que busca tutelar a dignidade sexual. Embora o sujeito passivo não seja exclusivamente mulheres sabemos
que na prática elas são as maiores vítimas deste tipo de ação.

O crime prevê a divulgação, de qualquer forma, por qualquer meio, fotografias ou vídeos que contenha cena
de estupro ou, ainda, divulga cena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima. A pena
cominada é de 1 a 5 anos de reclusão que sofrerá aumento caso o agente mantenha ou tenha mantido
relação íntima de afeto com a vítima ou se for praticado com o fim de vingança ou humilhação.

Causas de aumento de pena para crimes contra a dignidade sexual

A lei 13.718/2018 trouxe causas de aumento de pena para os casos de estupro coletivo, corretivo, quando
resulta em gravidez, quando há transmissão de doença sexualmente transmissível e se a vítima é idosa ou
pessoa com deficiência.

➢ Estupro coletivo – exige necessariamente o concurso de pelo menos 2 pessoas.


➢ Estupro corretivo – busca normalmente corrigira orientação sexual ou o gênero da vítima

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2.6 – Lei Lola (Lei nº 13.642/2018)

Esta lei atribuiu a Polícia Federal a atribuição de investigar crimes praticados por meio da rede mundial de
computadores que difundam conteúdo misógino.

O que são crimes de conteúdo misógino?

Crimes misóginos são definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.

A lei 13.642/2018 acrescentou mais um inciso no rol do art. 1º da lei 10.446/2002 que trata do rol de crimes
que podem ser investigados pela polícia federal. Veja:

Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver


repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade
dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial
das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das
seguintes infrações penais:

(...)

VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que
difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão
às mulheres.

A competência para julgamento continua sendo da Justiça Estadual.

2.7 – Lei nº 13.931/2019 – Notificação compulsória de violência contra a


mulher.

Desde o dia 10/03/2020, quando entrou em vigor as alterações produzidas pela Lei 13.931/2019 casos de
violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados terão notificação
compulsória.

Caso o profissional de saúde atenda uma mulher que tenha sido vítima de violência doméstica, ainda que
não tenha certeza, deverá notificar as autoridades sanitárias e a autoridade policial no prazo de 24 horas,
inclusive para fins de estatística.

Vejamos o novo texto da Lei 10.778/2003

Art. 1º Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os


casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em
serviços de saúde públicos e privados.

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§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou
conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade
étnica, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto
no âmbito público quanto no privado.

§ 2o Entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e


psicológica e que:

I – tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação


interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a
mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual;

II – tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que


compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus-tratos de pessoas, tráfico
de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem
como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar; e

III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

§ 3o Para efeito da definição serão observados também as convenções e acordos


internacionais assinados pelo Brasil, que disponham sobre prevenção, punição e
erradicação da violência contra a mulher.

§ 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher


referidos no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade policial
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins estatísticos.

Esta lei sofre muitas críticas uma vez que a notificação compulsória realizada sem o consentimento da vítima
pode gerar um risco maior para algumas mulheres fazendo, inclusive, que elas deixem de procurar
assistência médica.

O Presidente da República chegou a vetar o texto legal, porém o Congresso Nacional derrubou o veto e a lei
se encontra em vigor.

2.8 – Lei Joana Maranhão (Lei nº 12.650/2015)

Mais uma lei que alterou o Código Penal. A Lei 12.650/2015 alterou a prescrição nos crimes contra a
dignidade sexual de crianças e adolescentes.

O que é prescrição? Você lembra?

Prescrição é a perda do direito de punir ou de executar uma pena já imposta em razão do Estado não ter
atuado nos prazos previsto na lei.

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A prescrição é uma das causas de extinção de punibilidade, a Lei 12.650/2015 modificou o termo inicial de
contagem do prazo prescricional para os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Veja
como ficou o texto do art. 111 do CP:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a
esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

A prescrição só começa a correr quando a vítima completar 18 anos.

2.9 – Lei Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica (Lei nº 14.188/2021)

Programa Sinal Vermelho

O programa “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” é mais uma iniciativa para enfrentar a
violência doméstica e familiar contra a mulher foi lançado pelo CNJ em 2020 antes de virar lei.

Trata-se da integração de empresas privadas e públicas que atuarão denunciando a violência que será
sinalizada por meio de uma letra “X”, de preferência de cor vermelha, escrita na palma da mão ou em papel.
Haverá a criação de um canal direito com as autoridades que viabilizarão assistência e segurança as vítimas.

Nova causa de aumento de pena na lesão corporal contra a mulher

A lei trouxe, ainda, uma causa de aumento no crime de lesão corporal praticada contra a mulher por razão
da condição do sexo feminino. Vejamos o §13 do art. 129 do CP.

Art. 129 (...)

§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino,
nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).

Como já vimos na lei do feminicídio a própria lei dispõe sobre o que é considerado razões de condição de
sexo feminino.

Art. 121 (...)

§ 2º-A Considera-se que há “razões de condição de sexo feminino” quando o crime


envolve:

I - violência doméstica e familiar;

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II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Crime de violência psicológica contra a mulher

Como vimos a Lei Maria da Penha prevê que a violência psicológica é uma das formas de violência doméstica
e familiar, porém não havia na legislação brasileira um tipo penal que punisse o agente que causasse
violência psicológica contra uma mulher.

A lei 14.188/2021 supriu a lacuna criando o crime previsto no art. 147-B do CP. Veja o texto legal:

Violência psicológica contra a mulher


Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave.

Medida protetiva por risco a integridade psicológica da mulher

Além disso, essa importante lei modificou a própria Lei Maria da Penha permitindo a aplicação da medida
protetiva de afastamento do lar não apenas quando houver risco à vida ou integridade física da mulher mas
também quando houver risco a integridade psicológica daquela que sofre a violência doméstica e familiar ou
de seus dependentes.

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física
ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida:
(...)

2.10 – Lei nº 14.192/2021 – Violência Política contra a Mulher

Podemos perceber pelo primeiro artigo da lei os assuntos tratados:

• normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e
atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas;
• normas para assegurar a participação de mulheres em debates eleitorais;
• crime de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de campanha eleitoral.

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Art. 1º Esta Lei estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política
contra a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos
políticos e de suas funções públicas, e para assegurar a participação de mulher es em
debates eleitorais e dispõe sobre os crimes de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo
inverídico no período de campanha eleitoral.

O segundo artigo reforça a proibição de discriminação e de desigualdade de tratamento em razão de sexo


ou raça já previstos na Constituição Federal.

Art. 2º Serão garantidos os direitos de participação política da mulher, vedadas a


discriminação e a desigualdade de tratamento em virtude de sexo ou de raça no acesso às
instâncias de representação política e no exercício de funções públicas.

Parágrafo único. As autoridades competentes priorizarão o imediato exercício do direito


violado, conferindo especial importância às declarações da vítima e aos elementos
indiciários.

Mas afinal o que é violência política contra a mulher?

O artigo terceiro da lei conceitua a violência política contra a mulher. Trata-se de mais uma lei editada para
criminalizar abusos contra a mulher evitando que este tipo de violência faça parte dos estatutos partidários.

Art. 3º Considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com
a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher.

Parágrafo único. Constituem igualmente atos de violência política contra a mulher


qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus
direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo .

toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir,


obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher OU

VIOLÊNCIA POLÍTICA
qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento,
gozo ou exercício de seus direitos e de suas liberdades políticas
fundamentais, em virtude do sexo.

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Essa lei modificou diversos instrumentos jurídicos visando a proteção da mulher no âmbito político. Vamos
citá-las de forma pontual para que você perceba a importância da novel legislação para as mulheres que
ainda são grande minoria na política.

Alterações no Código Eleitoral

Em seu artigo 243 o Código Eleitoral elenca um rol de propagandas proibidas. A lei 14.192/2021 adicionou
o inciso X proibindo propaganda eleitoral que discrimine razão de gênero, cor, raça ou etnia .

Art. 243. Não será tolerada propaganda:

(...)

X - que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo


feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia.

O artigo 323 do Código Eleitoral prevê o crime de divulgação de fatos inverídicos na propaganda. Vamos ver
o conteúdo do novo artigo e fazer alguns comentários.

Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral,


fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer
influência perante o eleitorado:

Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

Hoje o tipo penal é mais abrangente, passou a ser considerado crime a divulgação de fatos inverídicos
durante a campanha e na propaganda eleitoral. A redação anterior falava apenas em propaganda.

A nova lei adicionou mais dois parágrafos criando uma conduta equiparada e uma nova causa de aumento
de pena específica para a mulher. Veja abaixo:

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo
inverídico acerca de partidos ou candidatos.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime:

I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de


rede social, ou é transmitido em tempo real;

II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou


etnia.

A lei 14.192/2021 criou um crime eleitoral, trata-se do artigo 326-B do Código Eleitoral. Veja abaixo:

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Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio,
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo
ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de
impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato
eletivo.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra
mulher:

I – gestante;

II – maior de 60 (sessenta) anos;

III – com deficiência.

Os artigos 324, 325 e 326 do Código Eleitoral tratam dos crimes de calúnia, difamação e injuria eleitoral e o
artigo 327 traz causas de aumento de pena para esses crimes. A lei 14.192/2021 trouxe duas novas causas
de aumento e ampliou o percentual aplicável que anteriormente tinha como limite 1/3. Veja o texto
destacado:

Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até
metade, se qualquer dos crimes é cometido:

(...)

IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia;

V – por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.

Alterações na Lei dos Partidos Políticos

A lei 14.192/2021 inseriu um novo inciso ao artigo 15 da Lei dos Partidos Políticos que trata de normas
obrigatórias nos estatutos de partidos políticos.

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

(...)

X - prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher .

O artigo 7º da Lei 14.192/2021 determinou a obrigatoriedade de adequação dos estatutos dos partidos
políticos no prazo de 120 dias da data de sua publicação (05/08/2021). Veja o artigo:

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Art. 7º Os partidos políticos deverão adequar seus estatutos ao disposto nesta Lei no prazo
de 120 (cento e vinte) dias, contado da data de sua publicação.

Alterações na Lei das Eleições

A lei 14.211/2021 modificou o art. 46 II da Lei 9.504/97 passando a exigir a observância da proporção entre
homens e mulheres previsto no §3º do art. 10 da mesma lei (70% no máximo e 30% no mínimo) no âmbito
dos debates sobre as eleições proporcionais. Vamos ver o artigo alterado:

Art. 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário


definido nesta lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates
sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos
partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares,
e facultada a dos demais, observado o seguinte:

(...)

II – nas eleições proporcionais, os debates poderão desdobrar-se em mais de um dia e


deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de número equivalente de
candidatos de todos os partidos que concorrem a um mesmo cargo eletivo, respeitada a
proporção de homens e mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 desta Lei;

2.11 – Lei nº 14.713/2023 – Guarda compartilhada e violência doméstica ou


familiar

A lei 14.713/2023 altera o Código Civil e Código de Processo Civil, para estabelecer o risco de violência
doméstica ou familiar como causa impeditiva ao exercício da guarda compartilhada, bem como para impor
ao juiz o dever de indagar previamente o Ministério Público e as partes sobre situações de violência
doméstica ou familiar que envolvam o casal ou os filhos.

Como regra, o Código Civil prevê no §2º do art. 1.584 que não havendo acordo entre os genitores e estando
ambos aptos a exercer o poder familiar o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada.

Mas o que é guarda compartilhada?

A guarda compartilhada é aquela em que os pais, em conjunto, exercem o poder familiar sobre os filhos.
Ambos têm direito de estar na companhia do filho e o dever de cuidar e zelar por seus interesses.

O Código Civil afirmava que a guarda compartilhada só não seria aplicada se um dos genitores declarasse ao
magistrado seu desinteresse me exercer a guarda do filho, com a mudança legislativa haver á outra exceção
havendo elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência doméstica ou familiar o juiz não
aplicará a guarda compartilhada.

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Veja o novo texto no §2º do art. 1.584 do CC:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:

(...)

§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda
da criança ou do adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade de risco de violência doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei nº
14.713, de 2023)

A nova lei alterou também o Código de Processo Civil impondo ao juiz a obrigação de indagar as partes e ao
Ministério Público se existe o risco de violência doméstica e familiar naquele caso concreto.

Veja o novo art. 699-A do CPC:

Art. 699-A. Nas ações de guarda, antes de iniciada a audiência de mediação e conciliação
de que trata o art. 695 deste Código, o juiz indagará às partes e ao Ministério Público se há
risco de violência doméstica ou familiar, fixando o prazo de 5 (cinco) dias para a
apresentação de prova ou de indícios pertinentes.

3 - Violência Obstétrica

O projeto de lei 2.082/2022 que tramita no senado conceitua a violência obstétrica como "qualquer conduta
que seja direcionada à mulher durante o trabalho de parto, parto ou puerpério, praticada sem
consentimento, desrespeitando sua autonomia ou feita em desacordo com procedimentos estabelecidos
pelo Ministério da Saúde e que lhe cause dor, dano ou sofrimento desnecessário 2".

O Brasil não possui uma legislação federal tratando do tema, porém alguns estados legislaram sobre o
assunto.

Em alguns países, tais como Argentina e Venezuela a violência obstétrica é tipificada penalmente. Em nosso
ordenamento, temos parco arcabouço legislativo, o que dificulta a responsabilização. De toda forma, se
considerarmos a legislação nacional e internacional em conjunto é possível coibir esse tipo de conduta.

2 Fonte: Agência Senado

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É direito da mulher (e do nascituro) realizar pré-natal de qualidade, com a finalidade assegurar uma gestação
saudável, com preservação do bem-estar.

Essa forma específica de violência contra a mulher, abrange:

• negativa, negligência ou dificultação do atendimento em postos de saúde que realizam o


atendimento pré-natal;
• tratamento discriminatório às gestantes por razões de cor, religião, crença, condições
socioeconômicas, estado civil, orientação sexual ou número de filhos;
• ofensas à mulher e à família;
• recomendação de realização da cesárea sem real necessidade médica (baseada em evidências
científicas).

3.1 - Normas que podem ser usadas pelas mulheres


No que diz respeito à proteção jurídica constante do nosso ordenamento, podemos destacar algumas
normas.

Lei 11.108/2005 e Lei 13.257/2016 - Direito a acompanhante no parto

A Lei 11.108/2005 tem por finalidade assegurar o direito à presença de acompanhante durante o trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Importante destacar que
essa regra foi novamente trazida à tona com Lei 13.257/2016, denominada Lei da Primeira Infância, que
alterou o ECA para incluir a mesma obrigação.

De acordo com a Lei, primeira infância compreende o período entre primeiros 6 anos completos ou 72 meses
de vida da criança. Essa nova lei trouxe diversas alterações. Temos alterações no ECA, na CLT, na Lei
11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã) e até mesmo no CPP.

Nota-se um esforço da legislação em desenvolver programas e políticas de atendimento adequadas à


proteção da gestação. Destaca-se:

 A mãe terá direito de escolher, nos últimos 3 meses da gestação, do local onde será
realizado o parto.

 É assegurado à gestante e à parturiente o direito a um acompanhante durante o período


que estiver em estabelecimento hospitalar.

 O Poder Público deverá atuar a fim de garantir os direitos das gestantes perante a rede
pública de saúde, atuará também em posição interventiva nos contratos de emprego,
preservará o direito das gestantes que estiverem em restrição de liberdade.

 Além de promover os direitos das gestantes e parturientes, o Estado deverá coibir


práticas discriminatórias e violadoras dos direitos das gestantes.

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Lei 14.326/22 – Assegura direito a mulher presa gestante ou puérpera

Esta lei alterou a Lei de Execuções Penais para assegurar à mulher presa gestante ou puérpera tratamento
humanitário antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério, bem como para prever a
obrigação do poder público de promover a assistência integral à sua saúde e à do recém -nascido.

Veja como ficou o §4º do art. 14 da LEP

§ 4º Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida durante os atos médico-


hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
como à mulher no período de puerpério, cabendo ao poder público promover a assistência
integral à sua saúde e à do recém-nascido.

Para fins de prova você deve lembrar dessas normas e, ter em mente, a factibilidade da tutela dos direitos
das mulheres que sofrem violência obstétrica, com base nos princípios que informam nosso ordenamento
jurídico nacional e internacional.

4 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em


Situação de Risco e de Violência

A Lei 11.340/2006 disciplina que no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida.

Além disso, na parte final da Lei, mais especificamente no art. 35, II, estabelece que compete à União, DF,
Estados e Municípios a prerrogativa de criar casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes
menores em situação de violência doméstica e familiar.

Em 2011 foi divulgado o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher que estabeleceu
que deve ser prioridade o aumento do número de serviços de abrigamento, levando em conta eventuais
consórcios entre os órgãos públicos.

Infelizmente não dispomos no âmbito federal ou estadual nenhum programa efetivo voltado para o
abrigamento de mulheres em situação de risco e de violência, pelo que, acredita-se possui legitimidade a
Defensoria Pública para ingressar com ações coletivas, com o intuito de exigir do Estado a tutela judicial
específica.

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5 - Redes e Políticas contra a Violência

5.1 - Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Rede de


Atendimento à Mulher em Situação de Violência

Essas duas redes, referidas expressamente em edital, envolvem políticas desenvolvidas pelas instituições e
órgãos governamentais voltados à proteção de mulheres expostas a situações de violência.

Ambas as redes possuem 4 objetivos:

empoderamento e construção da autonomia das


mulheres

defesa dos direitos humanos


OBJETIVO DA REDE
responsabilização dos agressores

assistência qualificada às mulheres em situação


de violência

Mas qual a diferença entre “rede de atendimento” e “rede de enfrentamento”?

A rede de enfrentamento é conjunto de órgãos que atuam

 agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e


executores de políticas voltadas para as mulheres;

 serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades;

órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços


especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência.

A rede atendimento, por sua vez, envolve o conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a
rede de atendimento às mulheres vítimas de violência.

5.2 - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

Em sentido semelhante às redes acima estudadas, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência tem por
finalidade “estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as
mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme
normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional”.

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6 – Trabalho da mulher

Apesar da previsão de igualdade entre homens e mulheres prevista na Constituição Federal vivemos até os
dias atuais grande discriminação de gênero e falta de igualdade no âmbito do trabalho principalmente no
que diz respeito aos salários.

Criou-se um sistema de proteção à mulher havendo Convenções e Recomendações da OIT tratando de


assuntos como inserção no mercado de trabalho, à não discriminação no trabalho, à proteção à gestação e
à maternidade e ao respeito às suas características físicas.

A questão da igualdade deve ser tratada como uma questão de direitos humanos, segundo a doutrina
trabalhista 3, e requisito indispensável ao regime democrático.

A Constituição Federal prevê a mesma duração de trabalho e veda a discriminação salarial.

6.1 - Dos métodos e locais de Trabalho

• prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de


trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao
conforto das mulheres, a critério da autoridade competente;

• instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número


suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico;

• instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos
comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa, e outros,
a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo--se
como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences;

• Proteção Individual - fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de


proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do
aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho.

• Creches - os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16
(dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob
vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação.

• Emprego de força muscular - limitação de 20KG para o trabalho contínuo e 25 KG para o ocasional.

3 ROMAR, C. T. M.; LENZA, P. Direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E -book.

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• Afastamento por violência doméstica - a Lei Maria da Penha assegura à mulher em situação de
violência doméstica e familiar a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.

6.2 - Proteção à gravidez e à maternidade

• Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver
contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
• Licença Maternidade de 120 dias, inclusive para a mãe adotante. Podendo ser ampliada para 180 dias
de acordo com a Lei 11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã).
• Estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
• Direito de mudar de função.
• Direito a rescindir o contrato quando o trabalho for prejudicial a gestação.
• Afastamento de atividade insalubres durante a gestação.
• Dois intervalos de meia hora para amamentação até que o filho complete 6 meses.
• No caso de aborto não provocado 2 semanas de licença.

6.3 - Convenções da OIT

• Convenção n. 100 sobre Salário Igual para Trabalho de Igual Valor entre o Homem e a Mulher, de
1951.
• Convenção n. 111 sobre Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação, de 1959 - tem por
finalidade promover a igualdade eliminado todas as formas de discriminação.

RESUMO
Introdução

 A proteção especial se justifica em face da desigualdade fática entre homens e mulheres.

 Busca-se, por intermédio do Direito, a igualdade substancial (ou isonomia).

 Internacionalmente, temos várias normas protetiva à mulher. Internamente, a CF possui algumas regras esparsas e
a legislação central é a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha.

Lei Maria da Penha

 É dever do Estado adotar políticas públicas específicas (ações afirmativas) a fim de promover os direitos das
mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar.

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 Finalidade da norma:

 coibir e prevenir a violência doméstica familiar;

 criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; e

 adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar.

 Garantir vida digna à mulher, livre de violência é responsabilidade do Estado, da família e da sociedade.

 Violência Doméstica é conceituada “ação/omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada no âmbito doméstico, familiar ou em decorrência
de relação de afeto”.

 A configuração da violência independe da orientação sexual da vítima; e

 A caracterização da violência independe da coabitação.

 A violência doméstica e familiar contra a mulher poderá ser:

 física

 psicológica

 sexual

 patrimonial

 moral

 As medidas integradas às vítimas de violência doméstica incluem:

 integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação);

 atendimento policial especializado;

 campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e

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 capacitação permanente da rede de atuação.

 Em relação ao atendimento policial, três diretrizes se destacam:

 salvaguarda da integridade física;

 não contato com investigados e suspeitos; e

 evitar a revitimização.

 Como forma de evitar a revitimização:

 a inquirição da ofendida deve ocorrer em recinto especialmente criado para esse fim;

 quando necessário, haverá acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e


familiar; e

 haverá registro eletrônico ou magnético do depoimento.

 Em relação aos procedimentos judiciais da Lei Maria da Penha:

 aplicação subsidiária do CPP, do NCPC e de regras processuais do ECA e do Estatuto do Idoso;

 possibilidade de praticar atos processuais à noite;

 competência cível, à escolha da vítima, entre:

• foro do domicílio ou da residência;

• foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou

• foro do domicílio do agressor

 para admissão da renúncia da representação (em ações penais públicas incondicionadas, necessário:

a) fazê-lo perante autoridade judicial;

b) em audiência especialmente designada para esse fim;

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c) antes do recebimento da denúncia; e

d) com prévia oitiva do membro do MP.

 Em relação às medidas protetivas de urgência, destaca-se:

 necessidade de requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público;

 determinação por decisão judicial no prazo de 48 horas;

 são provisórias; e

 possibilidade de prisão preventiva do agressor.

Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual

A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual.

qualquer forma de
VIOLÊNCIA SEXUAL atividade sexual não
consentida

Entre os serviços que devem ser providenciados de forma OBRIGATÓRIA e IMEDIATA, temos:

 diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas
afetadas;

 amparo médico, psicológico e social imediatos;

 facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às


delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do
agressor e à comprovação da violência sexual;

 profilaxia da gravidez;

 profilaxia das DST;

 coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e


terapia;

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 fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços


sanitários disponíveis.

Esses serviços serão gratuitos, APENAS AOS QUE DELES NECESSITAREM.

imediato

SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO A


obrigatório
VIOLÊNCIA SEXUAL

gratuito, a quem dela


necessitar

 Violência Obstétrica

➢ conceito: apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, por
intermédio de tratamento desumanizado, por abuso de medicação e patologização dos processos naturais, de
forma prejudicar a autonomia e capacidade de decisão sobre o corpo e sexualidade e que possa causar perda
na qualidade de vida das mulheres.

 Redes e Políticas contra a Violência

➢ objetivos:

empoderamento e construção da autonomia das


mulheres

defesa dos direitos humanos


OBJETIVO DA REDE
responsabilização dos agressores

assistência qualificada às mulheres em situação de


violência

➢ rede de enfretamento:

 agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e


executores de políticas voltadas para as mulheres;

 serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades;

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órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços


especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência.

➢ rede atendimento: conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a rede de atendimento às
mulheres vítimas de violência.

 Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres – finalidade: “estabelecer conceitos, princípios,
diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de
direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos hu manos e
legislação nacional”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula específica, referente à proteção das pessoas em situação de
vulnerabilidade.

Com isso concluímos nosso curso. Espero que você tenha gostado do material e que ele seja útil para a sua
preparação.

Qualquer dúvida estou disponível no fórum, na área do aluno.

Ricardo Torques

[email protected]
@proftorques

QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CESPE

1. (CESPE/PC-GO - 2017) À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das


disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta.
a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de medida protetiva
decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha.
b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério Público dar início a ação
penal sem necessidade de representação da vítima de violência doméstica.

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c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de ameaça no âmbito
doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo pagamento isolado de multa.
d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, o qual deverá ser
prontamente comunicado.
e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações homoafetivas se o sujeito
ativo é uma mulher.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O descumprimento de medida protetiva de urgência prevista no art. 22, da
Lei Maria da Penha, não configura crime de desobediência.

A alternativa B está incorreta. O crime de ameaça, previsto no art. 147, do CP, somente se procede mediante
representação. Já a lesão corporal leve, segundo entendimento do STF, independe de representação uma
vez que não se aplica o art. 88 da Lei 9.099/90.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 17, da Lei Maria da Penha, é vedada a aplicação, nos
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §1º, do art. 19, da referida Lei:

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.

A alternativa E está incorreta. A Lei Maria da Penha se preocupa com o sujeito passivo. Por isso, sendo a
vítima mulher, independente do agressor, serão aplicados os dispositivos da LMP.

2. (CESPE/DPE-AL - 2017) Considerando a Lei Maria da Penha e o entendimento dos tribunais


superiores acerca de crimes contra a mulher, assinale a opção correta.
a) A Lei Maria da Penha não estabelece medidas próprias para o descumprimento de medidas protetivas,
devendo-se, nesse caso, responsabilizar o agente pelo crime de desobediência.
b) Em caso de violência contra mulher, para que se aplique a Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a
situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a perspectiva de gênero.
c) As medidas protetivas de urgência têm natureza cautelar e temporária, sendo vinculadas à existência,
presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o agressor.
d) A agravante relativa à violência contra a mulher prevista no Código Penal (CP) não se aplica de modo
conjunto com outras disposições da Lei Maria da Penha, sob pena de acarretar o bis in idem.

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e) Ato de violência física contra mulher, em ambiente doméstico, acarreta pena de prisão simples ou de
multa, admitindo-se que o magistrado fixe apenas a pena pecuniária.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Há previsão de crime para o caso e descumprimento da medida de proteção
prevista no art. 24-A, da Lei Maria da Penha.

A alternativa B é correta e gabarito da questão. Para a aplicação da Lei nº 11.340/06, não é suficiente que a
violência seja praticada contra a mulher e numa relação familiar, doméstica ou de afetividade, mas também
há necessidade de demonstração da sua situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência, numa perspectiva
de gênero.

A alternativa C está incorreta. As medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, podem ser pleiteadas
de forma autônoma, independentemente da existência, presente ou potencial, de processo-crime ou ação
principal contra o suposto agressor.

A alternativa D está incorreta. Segundo o STJ, a aplicação da agravante prevista no art. 61, II, “f”, do CP, de
modo conjunto com outras disposições da Lei nº 11.340/06 não acarreta bis in idem, pois a Lei Maria da
Penha visou recrudescer o tratamento dado para a violência doméstica e familiar contra a mulher .

A alternativa E está incorreta. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.

3. (CESPE/DPE-AL - 2017) Maria denunciou seu esposo, Antônio, por ele ter insistido em manter
relação sexual com ela, contra a sua vontade, após chegar em casa embriagado. Maria afirmou, ainda, que
Antônio, diante de sua recusa, a agrediu verbalmente, dirigindo-lhe palavras insultuosas.
Antônio foi condenado, mas a sua defesa recorreu, alegando nulidade do pedido e requerendo absolvição
por falta de condição de procedibilidade da ação penal ante a ausência de representação formal da vítima.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A situação em apreço se refere a crime de injúria com violência doméstica contra a mulher, razão por que
a ação penal pode ser iniciada a qualquer tempo.
b) O crime em questão é de ação pública condicionada e só pode ir adiante se Maria fizer uma representação
formal.
c) O fato de Maria ter registrado a ocorrência e pedido providências supre o requisito da representação.
d) A ação penal será arquivada se Maria desistir do registro da ocorrência policial em audiência especial
perante o juiz e o representante do Ministério Público.
e) A ausência de lesão corporal impossibilita que o fato em questão seja abrangido pelas normas tutelares
da Lei Maria da Penha.

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Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Segundo o que prevê a Lei Maria da Penha, o registro
de ocorrência perante autoridade policial serve para demonstrar a vontade da vítima de violência doméstica
em dar seguimento à ação penal contra o agressor.

Além disso, conforme entendimento do STJ, a representação é um ato que dispensa formalidades, não sendo
exigidos requisitos específicos para sua validade, mas apenas a clara manifestação de vontade da vítima de
que deseja ver apurado o fato contra ela praticado.

4. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Para os efeitos da referida lei, a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher depende da
demonstração de coabitação da ofendida e do agressor.

Comentários

A assertiva está incorreta. Segundo a Lei Maria da Penha, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que acarrete morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico prática no âmbito doméstico ou em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de
coabitação.

É o que dispõe o art. 5º, da Lei.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

5. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Considera-se violência sexual a conduta de forçar a mulher ao matrimônio mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação, assim como a conduta de limitar ou anular o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos.

Comentários

A assertiva está correta. O art. 7º, da Lei nº 11.340/2006, cita quais as formas de violência doméstica ou
familiar contra a mulher e dentre elas está o ato de forçar a mulher ao matrimônio. Vejamos o inciso III.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

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III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;

Outras Bancas

6. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a
alternativa correta.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995.
b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas
que o juiz poderá, liminarmente, determinar.
c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.
d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio
da força policial.
e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
outras medidas, determinar a separação de corpos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não se aplica a Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica
e familiar contra a mulher.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 24, I, da Lei Maria da Penha, a restituição de bens
indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente,
determinar.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 17, da referida Lei:

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Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de
pena que implique o pagamento isolado de multa.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 22, da Lei nº 11.340/06, para garantir a
efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
força policial.

Por fim, a alternativa E é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 23, IV, da referida Lei:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

IV - determinar a separação de corpos.

7. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência
doméstica e familiar contra a mulher.
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado.
c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da Lei nº 11.340/06, o Ministério Público intervirá,
quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a
mulher.

A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 27, da referida Lei:

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art.
19 desta Lei.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o 29, da Lei Maria da Penha:

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Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada
por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 34, da referida Lei, a instituição dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias
e do serviço de assistência judiciária.

8. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais.
c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

Comentários

A questão exige o conhecimento dos conceitos previstos no art. 7º, da Lei Maria da Penha.

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,

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exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

Visto isso, passemos à análise das alternativas.

A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não moral.

A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não física.

A alternativa C está incorreta, pois traz o conceito de violência moral, e não psicológica.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o inc. IV.

9. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins


sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de:
a) Vulnerabilidade.
b) Incapacidade.
c) Violência doméstica e familiar.
d) Abandono.
e) Risco e perigo.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 4º, da Lei Maria da Penha:

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Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina
e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica
e familiar.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

10. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de


atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base
na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que
a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a
proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher,
devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos.
b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a
ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante
laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua
realização.
c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de
seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido.
d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para
decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de
assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 24, III, da Lei Maria da Penha:

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

De acordo com o parágrafo único, do art. 24, o juiz é quem deverá oficiar ao cartório competente.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 30, da referida Lei, compete à equipe de atendimento
multidisciplinar, mediante laudos ou verbalmente em audiência, desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que
lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao

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Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência,


e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas,
voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos
adolescentes.

A alternativa C está incorreta, nos termos o §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06:

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder


novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 18, da referida Lei:

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando


for o caso;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

11. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas.
b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz
uso da força para subjugar a esposa.
c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz
poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses.
d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas
derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas
entre duas mulheres.
e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre
cônjuges.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a
autoridade deverá ouvir o agressor e as testemunhas. É o que estabelece o art. 12, V, da Lei Maria da Penha:

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Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 5º, da referida Lei, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É hipótese de suspensão do contrato de trabalho.


Vejamos o que prevê o art. 9º, §2º, II, da Lei nº 11.340/06:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

A alternativa D está incorreta. Com base no parágrafo único, do art. 5º, da referida Lei, as relações pessoais
independem de orientação sexual.

A alternativa E está incorreta. A configuração de atos de violência doméstica independe de coabitação, nos
termos do art. 5º, III, da Lei Maria da Penha:

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

12. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher,
entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda:
a) A moral da cidadã.
b) Sua integridade ou saúde corporal.
c) Psicologicamente.
d) De forma verbal.
e) De forma direta ou indireta.

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Vejamos o que dispõe o art. 7º, I, da Lei nº 11.340/06, a respeito da violência física:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

13. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO
afirmar o seguinte:
a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente
após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público.
b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis.
c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar.
d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida.
e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 16, da Lei nº 11.340/06, nas ações penais públicas
condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia,
e não somente após o recebimento da denúncia, como enunciado.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme os termos do art. 11, III e V, da Lei Maria da
Penha:

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

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III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

A alternativa C está incorreta. Baseado nos termos do art. 19, §3º, da Lei nº 11.340/06, é o juiz quem poderá,
a requerimento do Ministério Público, ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de
urgência ou rever aquelas já concedidas.

A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 17, da Lei Maria da Penha, é vedada a aplicação, nos casos
de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, mesmo havendo
consentimento da ofendida.

A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 24, II, para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição
temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo
expressa autorização judicial.

14. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos
para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos
humanos.
b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados na legislação.
c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial.
d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far -se-á por meio
exclusivo de ações da União e dos Estados.
e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito
Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 6º, da Lei Maria da Penha:

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 3º, § 2º, da Lei nº 11.340/06, não cabe exclusivamente
ao poder público, criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na
legislação. Essa é uma atribuição da família, da sociedade e do poder público.

A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 5º, da Lei Maria da Penha, configura violência doméstica
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 8º, da Lei nº 11.340/06, a política pública que visa coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações, não
somente exclusivas da União e dos Estados, mas também do Distrito Federal, dos Municípios e de ações não-
governamentais.

A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 14, da Lei Maria da Penha, os Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão
ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento
e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

15. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu
marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na
Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO:
a) Afastamento da ofendida do lar conjugal.
b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.
c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial.
d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 23, III, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 24, IV, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 24, II, da Lei nº 11.340/06.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 24, III, da referida Lei ocorrerá
a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.

16. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar.

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a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso
b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal
c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta
d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção
de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 9º, da Lei nº 11.340/06. Visto isto, passemos à análise das
alternativas.

A alternativa A está correta, nos termos do art. 9º, caput:

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada


de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o
caso.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 9º, §1º, o juiz determinará, por
prazo certo, e não incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro
de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

A alternativa C está correta, baseada no art. 9º, §2º, I:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração


direta ou indireta;

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A alternativa D está correta, conforme os termos do §2º, II:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

A alternativa E está correta, de acordo com o §3º:

§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o


acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo
os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

17. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima
de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n°
11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu
local de trabalho, por até:
a) 3 meses.
b) 30 dias.
c) 45 dias.
d) 1 ano.
e) 6 meses.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 9º, §2º, II:

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

18. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência
doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Nela, a unidade doméstica é
compreendida como o espaço de convívio de pessoas:

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a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática.


b) com vinculo matrimonial.
c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
d) exclusivamente que tenham vinculo familiar.
e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 5º, I, da Lei Maria da Penha, a
unidade doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas com ou sem vínculo familiar,
inclusive as esporadicamente agregadas.

19. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da
Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à
violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios
contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente
aos dispositivos dessa lei.
a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de
parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em
sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei.
b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz.
c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim,
casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser
enquadrados nas outras leis existentes.
d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou
namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada
violência doméstica.
e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para
mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua
condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O sujeito agressor pode ser tanto homem quanto mulher, sendo a vítima do
sexo feminino, a Lei Maria da Penha é aplicável, portanto em uma relação homoafetiva a referida Lei também
é válida.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 16, da Lei nº 11.340/06:

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Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.

Como sempre ressaltamos, infelizmente, não é raro que o examinador seja atécnico. Nessa
questão, por exemplo, onde está escrito “denúncia” devemos ler “representação”, marcando
a alternativa B como correta por eliminação.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 5º, da Lei 11.340/06, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A alternativa D está incorreta. A Lei Maria da Penha visa garantir os direitos humanos das mulheres no
âmbito das relações domésticas e familiares. A Lei não prevê um rol taxativo de sujeitos ativos.

A alternativa E está incorreta. Conforme o art. 28, da Lei 11.340/06, é garantido a toda mulher em situação
de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária
Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

20. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como
qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória
e) Violência extra corporal

Comentários

A questão traz o conceito de violência psicológica, conforme prevê o art. 7º, II, da Lei Maria da Penha:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,

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vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,


exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006,
completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de
gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem
alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para
a entrada da Justiça.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de
2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro
das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de
urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.”
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação
íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros
contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa,
necessariamente, ser mulher.
c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas
de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo
determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios.
d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou
violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever
aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público.
e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 5º, III, da Lei nº 11.340/06:

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Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

A alternativa B está incorreta. O alvo da Lei Maria da Penha não se limita à violência praticada por maridos
contra mulheres ou companheiros contra companheiras. As pessoas envolvidas não têm de morar sob o
mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da referida Lei:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06, o juiz poderá, a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência.

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder


novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público.

A alternativa E está incorreta. Ao contrário do que se afirma, vejamos o que estabelece o art. 23, III, da
referida Lei:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;

22. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a


persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e
enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fun dação Perseu Abramo/2010); 1
estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos
(Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013

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(Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção
da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus
dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação.
c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a
mulher.
d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica
e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão, pois não se refere a uma medida de prevenção, e
sim uma medida protetiva de urgência, conforme estabelece o art. 23, I, da Lei nº 11.340/06:

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de


proteção ou de atendimento;

As demais alternativas estão previstas nos incisos do art. 8º, da Lei Maria da Penha:

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria


Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e
habitação; (ALTERNATIVA B)

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com


a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à
frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de
dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das
medidas adotadas; (ALTERNATIVA D)

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IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos


relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da
violência doméstica e familiar contra a mulher. (ALTERNATIVA C)

23. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar
contra a mulher:
a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita.

Comentários

Os conceitos estão invertidos. Vejamos o que dispõe o art. 7º, da Lei Maria da Penha:

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao

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matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno


ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não violência moral e física.

A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não violência psicológica.

A alternativa D está incorreta, pois traz o conceito de violência patrimonial, e não violência moral.

A alternativa E está incorreta, pois traz o conceito errado de violência moral.

Portanto, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

24. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas
abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência
das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público.
( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.
( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é
a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima.
( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
da violência doméstica e familiar contra a mulher.
( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V — F — V — F — V.
b) F — F — F — V — V.
c) F — F — F — F — F.
d) V — V —V — V — F
e) V—V — V — V — V.

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Comentários

Vamos analisar cada uma das afirmativas.

A primeira afirmativa é falsa. De acordo com o art. 19, §1º, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de
urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

A segunda afirmativa é falsa. Com base no art. 21, da referida Lei, a ofendida deverá ser notificada dos atos
processuais relativos ao agressor.

A terceira afirmativa é falsa. A prestação de alimentos definitivos à vítima, não é uma das medidas protetivas
e de urgência. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da Lei Maria da Penha:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...)

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

A quarta afirmativa é falsa. Nos termos do art. 25, da referida Lei, o Ministério Público intervirá, quando não
for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Por fim, a quinta afirmativa também é falsa. Segundo o parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 11.340/06, o
juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

25. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal:
I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada.
II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários.
III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência.
IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado
dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) II e III.

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b) II e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) III e IV.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 12, da Lei Maria da Penha. Visto isso, vamos analisar cada um dos
itens.

O item I está correto, com base no inc. I:

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se


apresentada;

O item II está correto, nos termos do inc. IV:

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros


exames periciais necessários;

O item III está incorreto. De acordo com o inc. III, o prazo é de 48 horas, e não 72 horas.

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

O item IV está incorreto. Não existe previsão legal de dispensa de oitiva do agressor.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

26. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,
a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.

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e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo


da vítima.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 5º, da Lei Maria da Penha. Vejamos:

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente


de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

27. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência


doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas:
a) de imediato.
b) só com a manifestação do Ministério Público
c) após autorizado pelo Ministério Público.
d) em 48 horas.
e) dependendo da audiência das partes.

Comentários

De acordo com o art. 19, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de
imediato.

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.

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Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

28. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha),
analise as alternativas e marque a incorreta.
a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual.
b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Preceitua o art. 5º, em seu parágrafo único, que as
relações pessoais INDEPENDEM de orientação sexual.

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente


de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo INDEPENDEM de


orientação sexual.

A alternativa B está correta, pois reproduz o art. 6º, da Lei Maria da Penha.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

A alternativa C está correta, pois traz o entendimento do art. 7º, inciso V, da Lei.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

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V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

A alternativa D está correta cm base no art. 9º, § 1º.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência


doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual
e municipal.

29. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e


familiar contra a mulher, entre outras como:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao
agressor.
b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação
sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica,
crenças e decisões.
d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima.

Comentários

A questão cobra o entendimento do art. 7º da Lei Maria da Penha.

A alternativa A está incorreta, pois a violência moral é entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria CONTRA A MULHER não contra o agressor.

A alternativa B está incorreta, pois a relação sexual deve ser indesejada para configurar violência sexual.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que a conduta descrita configura violência psicológica e não
física.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme art. 7º, II.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,

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exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;

LISTA DE QUESTÕES

CESPE

1. (CESPE/PC-GO - 2017) À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das


disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta.
a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de medida protetiva
decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha.
b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério Público dar início a ação
penal sem necessidade de representação da vítima de violência doméstica.
c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de ameaça no âmbito
doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo pagamento isolado de multa.
d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, o qual deverá ser
prontamente comunicado.
e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações homoafetivas se o sujeito
ativo é uma mulher.
2. (CESPE/DPE-AL - 2017) Considerando a Lei Maria da Penha e o entendimento dos tribunais
superiores acerca de crimes contra a mulher, assinale a opção correta.
a) A Lei Maria da Penha não estabelece medidas próprias para o descumprimento de medidas protetivas,
devendo-se, nesse caso, responsabilizar o agente pelo crime de desobediência.
b) Em caso de violência contra mulher, para que se aplique a Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a
situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a perspectiva de gênero.
c) As medidas protetivas de urgência têm natureza cautelar e temporária, sendo vinculadas à existência,
presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o agressor.
d) A agravante relativa à violência contra a mulher prevista no Código Penal (CP) não se aplica de modo
conjunto com outras disposições da Lei Maria da Penha, sob pena de acarretar o bis in idem.
e) Ato de violência física contra mulher, em ambiente doméstico, acarreta pena de prisão simples ou de
multa, admitindo-se que o magistrado fixe apenas a pena pecuniária.
3. (CESPE/DPE-AL - 2017) Maria denunciou seu esposo, Antônio, por ele ter insistido em manter
relação sexual com ela, contra a sua vontade, após chegar em casa embriagado. Maria afirmou, ainda, que
Antônio, diante de sua recusa, a agrediu verbalmente, dirigindo-lhe palavras insultuosas.

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Antônio foi condenado, mas a sua defesa recorreu, alegando nulidade do pedido e requerendo absolvição
por falta de condição de procedibilidade da ação penal ante a ausência de representação formal da vítima.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A situação em apreço se refere a crime de injúria com violência doméstica contra a mulher, razão por que
a ação penal pode ser iniciada a qualquer tempo.
b) O crime em questão é de ação pública condicionada e só pode ir adiante se Maria fizer uma representação
formal.
c) O fato de Maria ter registrado a ocorrência e pedido providências supre o requisito da representação.
d) A ação penal será arquivada se Maria desistir do registro da ocorrência policial em audiência especial
perante o juiz e o representante do Ministério Público.
e) A ausência de lesão corporal impossibilita que o fato em questão seja abrangido pelas normas tutelares
da Lei Maria da Penha.
4. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Para os efeitos da referida lei, a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher depende da
demonstração de coabitação da ofendida e do agressor.
5. (CESPE/TJ-AM - 2016) Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —,
julgue o item a seguir.
Considera-se violência sexual a conduta de forçar a mulher ao matrimônio mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação, assim como a conduta de limitar ou anular o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos.

Outras Bancas

6. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a
alternativa correta.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995.
b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas
que o juiz poderá, liminarmente, determinar.
c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.
d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio
da força policial.

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e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
outras medidas, determinar a separação de corpos.

7. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência
doméstica e familiar contra a mulher.
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado.
c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

8. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais.
c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

9. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins


sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de:
a) Vulnerabilidade.
b) Incapacidade.
c) Violência doméstica e familiar.
d) Abandono.

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e) Risco e perigo.
10. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de
atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base
na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que
a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a
proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher,
devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos.
b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a
ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante
laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua
realização.
c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de
seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido.
d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para
decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de
assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.

11. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas.
b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz
uso da força para subjugar a esposa.
c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz
poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses.
d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas
derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas
entre duas mulheres.
e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre
cônjuges.
12. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher,
entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda:
a) A moral da cidadã.
b) Sua integridade ou saúde corporal.
c) Psicologicamente.
d) De forma verbal.

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e) De forma direta ou indireta.


13. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO
afirmar o seguinte:
a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente
após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público.
b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá
fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco
de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis.
c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar.
d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida.
e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida.
14. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos
para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos
humanos.
b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados na legislação.
c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial.
d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far -se-á por meio
exclusivo de ações da União e dos Estados.
e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito
Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.
15. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu
marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na
Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO:

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a) Afastamento da ofendida do lar conjugal.


b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.
c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial.
d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum.
16. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar.
a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso
b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal
c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta
d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses
e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção
de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual
17. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima
de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n°
11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu
local de trabalho, por até:
a) 3 meses.
b) 30 dias.
c) 45 dias.
d) 1 ano.
e) 6 meses.

18. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência
doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,

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lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Nela, a unidade doméstica é
compreendida como o espaço de convívio de pessoas:
a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática.
b) com vinculo matrimonial.
c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
d) exclusivamente que tenham vinculo familiar.
e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente.
19. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da
Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à
violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios
contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente
aos dispositivos dessa lei.
a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de
parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em
sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei.
b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz.
c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim,
casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser
enquadrados nas outras leis existentes.
d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou
namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada
violência doméstica.
e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para
mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua
condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício.
20. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como
qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória

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e) Violência extra corporal


21. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006,
completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de
gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem
alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para
a entrada da Justiça.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de
2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro
das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de
urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.”
Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação
íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros
contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa,
necessariamente, ser mulher.
c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas
de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo
determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios.
d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou
violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever
aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público.
e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida.
22. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a
persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e
enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fun dação Perseu Abramo/2010); 1
estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos
(Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013
(Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção
da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA.

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a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus
dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação.
c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a
mulher.
d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica
e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas.

23. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar
contra a mulher:
a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação.
b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita.
24. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas
abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência
das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público.
( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.
( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é
a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima.
( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
da violência doméstica e familiar contra a mulher.

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( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V — F — V — F — V.
b) F — F — F — V — V.
c) F — F — F — F — F.
d) V — V —V — V — F
e) V—V — V — V — V.

25. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal:
I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada.
II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários.
III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência.
IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado
dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) II e III.
b) II e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) III e IV.

26. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,
a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.
e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo
da vítima.

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27. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência


doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas:
a) de imediato.
b) só com a manifestação do Ministério Público
c) após autorizado pelo Ministério Público.
d) em 48 horas.
e) dependendo da audiência das partes.
28. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha),
analise as alternativas e marque a incorreta.
a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual.
b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida
como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar
no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
29. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher, entre outras como:
a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao
agressor.
b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação
sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais.
c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica,
crenças e decisões.
d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima.

GABARITO
1. D 8. D 15. B
2. B 9. C 16. B
3. C 10. D 17. E
4. INCORRETA 11. C 18. C
5. CORRETA 12. B 19. B
6. E 13. B 20. A
7. C 14. A 21. A

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22. A 25. D 28. A


23. C 26. B 29. D
24. C 27. A

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