Espacoeconomia 23474
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Edição electrónica
URL: https://journals.openedition.org/espacoeconomia/23474
DOI: 10.4000/espacoeconomia.23474
ISSN: 2317-7837
Editora
Núcleo de Pesquisa Espaço & Economia
Refêrencia eletrónica
Valdemar João Wesz Junior, «Agroindústria rural no Brasil: um panorama histórico (1960 - 2017) »,
Espaço e Economia [Online], 25 | 2023, posto online no dia 04 setembro 2023, consultado o 23
setembro 2023. URL: http://journals.openedition.org/espacoeconomia/23474 ; DOI: https://doi.org/
10.4000/espacoeconomia.23474
NOTA DO AUTOR
O autor agradece à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) pelo
apoio via Edital nº 105/2020/PRPPG e nº 77/2022/PRPPG.
Introdução
de matérias-primas, com os meios de acesso aos mercados, entre outros fatores. Apesar
das distintas dinâmicas territoriais e setoriais, os Censos Agropecuários conseguem
mapear essa diversidade de situações que envolve a agroindústria rural, pois trazem
dados do conjunto dos produtores rurais (agricultores familiares e não familiares),
cobrindo diferentes tipos de produção (tanto informal como formal) e de destinos
(consumo, venda, estoque etc.), cujas informações perpassam a totalidade dos
municípios brasileiros.
23 Além disso, incluíram-se dados da produção de carvão vegetal, peles e couros, sucos de
frutos, licores, óleos vegetais, pães, bolos e biscoitos, entre outros, ao mesmo tempo em
que não constam mais dados de banha, aguardente de uva, farinha de trigo, entre
outros. Infelizmente o Censo Agropecuário de 2017 deixou de perguntar sobre o destino
da produção (IBGE, 2019), questão que estava presente desde o Censo de 1975.
24 Apesar dos quase 100 anos de registros, pode-se dizer que, em termos gerais, desde
1960 tem se mantido uma definição similar de (agro)indústria rural nos Censos
Agropecuários, ainda que nem sempre tenham sido consideradas as mesmas
informações em termos de variáveis e de produtos. No caso daqueles produtos mais
consolidados em nível nacional, o número de estabelecimentos e a quantidade
produzida têm seus registros assegurados na maior parte dos Censos Agropecuários de
1960 em diante, como veremos no próximo tópico.
Tabela 1 - Número de produtores e quantidade produzida (em toneladas ou em mil litros) dos
principais produtos da (agro)indústria rural no Brasil (1960 - 2017)
Farinha de
552.226 955.811 495.129 461.497 471.243 653.739 264.882 355.207
mandioca
Farinha de
6.649 79.881 46.052 42.607 54.052 75.681 7.438 5.344
milho
Queijo e
89.685 152.232 147.670 215.866 299.323 358.619 80.825 175.198
requeijão
Aguardente de
10.283 9.823 5.273 7.451 13.956 21.765 11.124 11.028
cana
Fumo em
26.873 54.298 47.687 32.294 27.149 26.356 8.500 7.319
corda
Farinha de
1.778.857 2.191.294 1.811.895 1.416.810 1.648.342 1.478.979 1.332.874 706.752
mandioca
Farinha de
36.261 165.775 166.477 108.836 122.788 56.369 16.277 35.122
milho
Queijo e
25.042 46.065 51.737 73.960 105.746 202.262 111.463 222.652
requeijão
Aguardente de
15.699 35.041 24.410 18.654 45.135 106.980 113.208 83.409
cana
Fumo em
20.231 26.551 27.132 19.253 20.130 18.843 15.005 6.876
corda
Fonte: Censos Agropecuários (IBGE, 1970, 1975, 1979, 1984, 1991, 1998, 2009 e 2019). Elaboração do
autor.
1960, com mais de 240 mil toneladas (Tabela 1). Minas Gerais liderou ambas as
variáveis, tanto em 1960 como em 1970, seguido pela Bahia, Ceará e Piaui. Em 1970, a
maior incidência da produção estava entre os estabelecimentos mineiros, com 9,7%
deles produzindo rapadura (IBGE, 1975). Já em 2017, embora a produção siga sendo
liderada pelos estados acima citados, o Rio Grande do Sul passa a ser o local com maior
no número de produtores em termos relativos, com 1,5% dos estabelecimentos
agropecuários envolvidos com a produção de rapadura, enquanto esse valor ficou em
1,0% em Minas Gerais (IBGE, 2019).
32 A aguardente de cana-de-açúcar, por sua vez, teve seu pico de número de produtores
em 1996, com quase 22 mil produtores, enquanto a maior produção foi registrada em
2006, com mais de 110 milhões de litros (Tabela 1). Em relação a essas duas variáveis,
para 1996, 2006 e 2017, a liderança foi mantida por Minas Gerais, não obstante a
também relevante participação de Bahia, Rio Grande do Sul e Maranhão (IBGE, 2019).
No caso do vinho, que alcançou quase 50 mil produtores em 1985, o Rio Grande do Sul
absorvia 72,9% dos estabelecimentos agropecuários com a atividade, seguido por Santa
Catarina e Paraná. Nos anos posteriores, os estados do Sul mantiveram sua hegemonia,
respondendo por grande parte dos produtores e da produção de vinho no Brasil.
33 Outros dois produtos transformados que constam na Tabela 1 são o arroz (que é
descascado e polido) e o café (que é moído e pode ser torrado). Ainda que agreguem
pouco valor ao produto final e tenham sido excluídos de algumas análises (FERNANDES
FILHO; CAMPOS, 2003; WAQUIL et al., 2013), pareceu-nos interessante manter por se ter
registro de várias décadas. Em ambos os casos o maior número de produtores e de
produção foi registrado em 1996 (Tabela 1). Enquanto o arroz se destaca no Maranhão,
Piauí, Pará, Paraná e Ceará, o café se concentra em Minas Gerais, Espírito Santo, Pará,
Rondônia e São Paulo.
34 Por fim, cabe comentar sobre o fumo em rolo ou corda, único produto não alimentício
da lista. Entre 1970 e 2017 o número de produtores decaiu continuamente, passando de
54.298 para 7.319 (Tabela 1). Embora inicialmente fosse uma atividade com maior
dispersão territorial, de 1985 em diante foi se concentrando em Alagoas, que responde
por 75,1% dos produtores e 86,3% da produção em 2017. Outros estados com certa
produção são Sergipe e Bahia (IBGE, 2019).
35 Analisando os dados para os diferentes produtos e anos, não obstante algumas
particularidades, percebe-se um primeiro movimento de expansão da atividade nos
anos iniciais da série histórica. No entanto, na sequência, há uma tendência de
decréscimo no número de estabelecimentos agropecuários envolvidos e na sua
quantidade produzida. O único produto que teve seu ápice em 2017 foi o queijo, na
variável referente ao volume de produção. Em termos do número de produtores,
nenhum produto teve seu pico em 2006 ou 2017. As razões desse movimento de queda
da (agro)indústria rural no Brasil serão discutidas no próximo tópico.
Considerações finais
dos dois últimos Censos Agropecuários indicam uma nova tendência de expansão. Entre
os 32 produtos pesquisados sob a denominação “agroindústria rural” em 2006 e 2017, 26
tiveram um aumento no número de produtores. Entre os seis produtos com queda
(aguardente de cana, vinho, arroz, café torrado em grão, fubá de milho e fumo em rolo
ou corda), dois deles tiveram uma redução muito modesta, como a cachaça (-0,9%) e o
vinho (-3,65). Além disso, em três de cada quatro produtos houve um aumento no
percentual destinado ao consumo em relação à venda, apontando para uma retomada
da produção transformada para autoabastecimento, que contribuiu para a segurança
alimentar das famílias (GRISA; SCHNEIDER, 2008). Vale comentar que esse novo
movimento ascendente das atividades de transformação e beneficiamento da produção
agropecuária pelos próprios agricultores está conectado com a construção de circuitos
de comercialização locais e institucionais, associados à crescente valorização da
agrobiodiversidade e do patrimônio sociocultural dos territórios (NIEDERLE; WESZ Jr.,
2018).
49 Em síntese, apesar de a (agro)indústria rural brasileira não estar, atualmente, em seu
auge, ela segue existindo e resistindo, contrariando a ideia de que estas atividades,
geralmente conduzidas em pequena escala, às vezes com estruturas e utensílios
domésticos, seriam apenas resquícios de um modelo ultrapassado de desenvolvimento
rural, fadadas a desaparecer com a ampliação dos grandes conglomerados
agroindustriais integrados às redes transnacionais de supermercados. Não obstante os
constrangimentos econômicos e institucionais existentes que afetam esse tipo de
empreendimento e que desestimulam alguns agricultores a persistirem na atividade,
ela segue presente, mantendo-se como uma importante estratégia de reprodução
socioeconômica para muitas famílias rurais.
50 Como desdobramento desta pesquisa, indica-se a pertinência de novos estudos que
mantenham a análise histórica da (agro)indústria rural, enfocando produtos ou
localidades específicas. Isso permitiria aprofundar e explorar situações particulares,
entendendo contextos próprios de alguns produtos ou territórios. Além disso, seria
possível cruzar essas informações com outras variáveis, como perfil dos produtores,
destino da produção, valor bruto da produção, origem da matéria-prima etc.
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NOTAS
1. Fernandes Filho e Campos (2003) indicam que no Censo Agropecuário de 1996 havia 1.100.838
estabelecimentos, o que equivale a 23,76% do total, enquanto no Censo Agropecuário de 2006,
segundo Waquil et al. (2013), 16,7% dos estabelecimentos rurais no Brasil beneficiaram e/ou
transformaram algum tipo de matéria-prima, percentual muito próximo ao de 2017.
2. Para alguns outros produtos (como queijo, manteiga, café processado etc.), ainda que existam
dados acerca do volume produzido, não se dispõe de informações sobre o número de produtores.
3. Esse valor está subestimado porque o Censo não traz o número de estabelecimento com
beneficiamento da produção. Assim, calculou-se esse valor apenas com o número de unidades que
tinham o processamento de mandioca, que era o mais expressivo, e não se somou os demais
porque muito provavelmente o mesmo estabelecimento se envolvia com o processamento de
mais de uma matéria-prima.
4. “Manteiga ou queijo, 3 000 kg; açúcar ou rapadura, 12 000 kg; aguardente de cana, 20 000 litros;
vinho e aguardente de uva ou de outras trutas, 10 000 litros; farinha de mandioca, fubá ou farinha
de milho, 25 000 kg; farinha de trigo, 12 000 kg; carne sêca ou salgada, 5 000 kg; banha, 3 000 kg e
toucinho 5 000 kg” (IBGE, 1956, p. xix).
5. A única exceção ocorreu nos anos em que foi coletada informação sobre a banha (1975, 1980 e
1985), que chegou a 1.019.534 estabelecimentos agropecuários produtores em 1985 (IBGE, 1991).
6. O “sistema de integração” consiste em uma relação entre produtor e empresa mediada por um
contrato formal ou verbal, em que aquele produz determinada matéria-prima exclusivamente
para a agroindústria contratante, ao passo que esta se encarrega de disponibilizar os insumos, a
assistência técnica e, às vezes, o financiamento das instalações produtivas (PAULILO, 1990).
RESUMOS
O processamento da produção agropecuária nas áreas rurais foi, e segue sendo, uma atividade
cotidiana praticada por diferentes grupos sociais. A partir dos Censos Agropecuários, este artigo
traça um panorama histórico da (agro)indústria rural no Brasil, identificando algumas tendências
em relação ao número de produtores e à quantidade produzida dos principais produtos
transformados e beneficiados entre 1960 e 2017. Em função de múltiplas e interconectadas
razões, percebe-se uma tendência geral de decréscimo da atividade no país, com queda no
número de estabelecimentos produtores e na sua quantidade produzida. Não obstante, a
agroindustrialização da produção agropecuária pelos próprios agricultores segue existindo e
resistindo, mantendo-se como uma importante estratégia de reprodução socioeconômica para
muitas famílias rurais.
The on-farm processing of agricultural production was, and continues to be, a daily activity
practiced by different social groups. Based on the Agricultural Census, this article outlines a
historical overview of the on-farm agro-processing in Brazil, identifying some trends in relation
to the number of producers and the produce volume of the main agricultural products processed
between 1960 and 2017. For multiple and interconnected reasons, a general trend of decreasing
activity in the country is observed, with a drop in both the number of agro-processing
establishments and the produce volume. Nevertheless, on-farm agro-processing of agricultural
El procesamiento de la producción agrícola en las zonas rurales fue, y sigue siendo, una actividad
cotidiana practicada por diferentes grupos sociales. Con base en los Censos Agropecuarios, este
artículo describe un panorama histórico de la (agro)industria rural en Brasil, identificando
algunas tendencias en relación con el número de productores y la cantidad producida de los
principales productos procesados y transformados entre 1960 y 2017. Por múltiples razones
interrelacionadas, se puede observar una tendencia general de disminución de la actividad en el
país, con una caída en el número de establecimientos productores y en la cantidad producida. Sin
embargo, la agroindustrialización de la producción agrícola por parte de los propios agricultores
sigue existiendo y resistiendo, manteniéndose como una importante estrategia de reproducción
socioeconómica para muchas familias rurales.
La transformation de la production agricole dans les zones rurales était, et continue d'être, une
activité quotidienne pratiquée par différents groupes sociaux. Sur la base du Recensement
Agricole, cet article présente un aperçu historique de l'(agro)industrie rurale au Brésil, en
identifiant certaines tendances par rapport au nombre de producteurs et au volume de
production des principaux produits transformés entre 1960 et 2017. Pour des raisons multiples et
interconnectées, on constate une tendance générale à la baisse de l'activité dans le pays, avec une
baisse du nombre d'établissements producteurs et de la quantité produite. Néanmoins, l'agro-
transformation de la production agricole par les agriculteurs eux-mêmes continue d'exister et de
résister, restant une stratégie de reproduction socio-économique importante pour de
nombreuses familles rurales.
ÍNDICE
Mots-clés: zone rurale ; la production agricole ; agro-transformation ; Recensement Agricole.
Keywords: rural area; agricultural production; agro-processing; Agricultural Census.
Palabras claves: espacio rural; producción agropecuaria; agroprocesamiento; Censo
Agropecuario.
Palavras-chave: espaço rural; produção agropecuária; agroindustrialização; Censos
Agropecuários.
AUTOR
VALDEMAR JOÃO WESZ JUNIOR
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila)
E-mail: [email protected]